14 DE MAIO DE 2024

64ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: VITÃO DO CACHORRÃO, CARLOS GIANNAZI, GUILHERME CORTEZ, EDUARDO SUPLICY, DIRCEU DALBEN e ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - VITÃO DO CACHORRÃO

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min.

        

2 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

5 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - GUILHERME CORTEZ

Assume a Presidência.

        

7 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ

Cumprimenta o vereador Cabo Julio Donizete, de São José do Rio Preto, presente no plenário.

        

9 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

11 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Endossa o pronunciamento do deputado Guilherme Cortez.

        

13 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Cumprimenta o público presente nas galerias.

        

15 - DR. JORGE DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

16 - RODRIGO MORAES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - DIRCEU DALBEN

Assume a Presidência. Convoca reunião conjunta das seguintes comissões: Constituição, Justiça e Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho e Finanças, Orçamento e Planejamento, a ser realizada hoje, às 16 horas.

        

20 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

21 - EDUARDO SUPLICY

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

        

22 - PRESIDENTE DIRCEU DALBEN

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h44min.

        

ORDEM DO DIA

23 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min. Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovados, separadamente, os requerimentos de urgência ao PL 1220/23 e ao PL 45/22. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, os seguintes requerimentos de criação de comissão de representação: Carlão Pignatari, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no Lançamento da Frente Parlamentar Mista em Apoio aos Consórcios Públicos (FPCP) no Senado Federal, no dia 21/05, em Brasília - DF; Dani Alonso, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa de São Paulo em Audiência Pública para debater sobre o Projeto de lei da Câmara nº 6005, de 2023, que dispõe sobre a regulação da comercialização de materiais de construção e a proteção do comércio varejista, no dia 23/05, em Brasília - DF; e Paulo Correa Jr., com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa de São Paulo, na 12ª Feibanana, nos dias 14 a 16/05, em Pariquera-Açu.

        

24 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

25 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Responde à fala da deputada Professora Bebel. Informa que verificará o acesso da população às galerias.

        

26 - PAULO FIORILO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

27 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 15/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje. Levanta a sessão às 16h33min.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Vitão do Cachorrão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Seguindo a lista dos oradores do Pequeno Expediente, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, que está presente e tem o tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente. Deputado Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Vitão, telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, o governo, a gestão Tarcísio, Feder, não tem limites para atacar a rede estadual de ensino, a comunidade escolar como um todo, os alunos, os professores, os servidores, o quadro de apoio escolar e os gestores.

Então, todo dia tem um ataque, Sr. Presidente, nós não temos um único momento de respiração. Nós temos que a todo mundo denunciar e tomar providências contra os sucessivos ataques, quase que diários, de destruição da rede estadual. Repito, processo, projeto patrocinado pela gestão Tarcísio, Feder.

Sr. Presidente, o governo acabou de publicar, através da Secretaria da Educação, uma portaria. Esta portaria da Seduc, Portaria nº 01, agora, de dez de maio de 2024, que trata da questão do processo de adesão de escolas, de ampliação de matrículas e alteração de carga horária no âmbito do Programa de Ensino Integral, a escola PEI, a famosa farsa da escola de tempo integral do estado de São Paulo. Digo que é uma farsa, Sr. Presidente, porque o governo não equipa, ele não investe nessas escolas verdadeiramente.

Em muitas regiões, essas escolas não passam de depósitos de crianças e adolescentes, porque não têm investimento. São escolas sem infraestrutura, sem quadras para as aulas de educação física, sem espaços pedagógicos, sem salas de leitura, sem bibliotecas, sem salas de informática. Sem contar também que a gente diz que a escola PEI é uma escola sem lei do ponto de vista da contratação dos próprios professores, da farsa que existe dentro dela, da avaliação 360, que é um instrumento de assédio e de perseguição.

Mas o que eu quero dizer, Sr. Presidente, é que essa portaria que foi publicada agora, recentemente, pela Seduc, pela Secretaria da Educação, pelo Renato Feder, que é o secretário não da Educação... Ele não é secretário da Educação. Acho que, pela primeira vez na história do estado de São Paulo, nós não temos um secretário da Educação.

Nós temos um secretário das plataformas digitais, que está acabando com a autonomia dos professores, está obrigando, inclusive, diretores a fiscalizar os professores para que eles utilizem essas plataformas digitais. Quando o mundo inteiro está recuando, tirando os alunos das telas, São Paulo vai na contramão, enfim.

Mas a portaria, Sr. Presidente, vai promover ainda mais a exclusão dos nossos alunos da rede estadual e dos profissionais da Educação como um todo, de todos os profissionais da Educação. Por quê? A portaria já obriga as escolas PEI, essa escola de sete horas que funciona em dois turnos - e são muitas na rede estadual - a, no ano que vem, mudarem esse modelo de organização para apenas um turno de nove horas.

O que é que vai acontecer na prática, Sr. Presidente, concretamente falando? Uma verdadeira exclusão de alunos, porque como é que o governo, como é que o estado vai atender a demanda escolar?

Se uma escola de dois turnos, escola PEI, atende mil alunos, se ela reduz para apenas um turno, ela vai atender apenas 500 alunos. Os outros 500 alunos serão matriculados onde? Em que escola? Vai superlotar outras escolas e outras salas logicamente.

Então haverá uma grande exclusão de crianças, adolescentes, jovens e adultos da rede estadual, essa primeira grande exclusão, e uma outra também. Nós vamos ter a intensificação do desemprego na área dos profissionais da Educação, dos professores e professoras, sobretudo os da categoria “O”, que vão ficar sem aulas e serão exonerados, terão seus contratos rompidos, e os agentes de organização escolar e gestores também.

Uma escola de dois turnos, por exemplo, tem um diretor, tem coordenadores pedagógicos, tem agentes de organização escolar. A partir do momento em que há uma redução no número de alunos e ela funciona em um turno, isso tem um efeito cascata, e a gente vai perder também servidores nessas escolas. Então esse é mais um ataque, Sr. Presidente.

Eu já apresentei um PDL, um projeto de decreto legislativo, para revogar, para anular essa famigerada portaria. Também já acionei o Ministério Público estadual e o Tribunal de Contas, porque isso é uma exclusão.

O governo está afrontando a LDB, a Constituição Federal, a Constituição Estadual e os planos de educação nacional e estadual, que garantem o acesso, a permanência e a qualidade de ensino, e não é isso que está acontecendo aqui no estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Seguindo a lista dos oradores do Pequeno Expediente, deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.)

Deputada Monica Seixas do Movimento Pretas. Deputada, V. Exa. tem o tempo no Pequeno Expediente de cinco minutos.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu quero falar do projeto da escola cívico-militar, porque nós vamos votá-lo daqui a pouco, mais tarde, por volta das 16h30min, e esse é o tema do dia, é importante para a gente entender o projeto de “deseducação” do governo estadual.

Primeiro, é preciso ter um diagnóstico preciso das escolas estaduais sob responsabilidade do governo Tarcísio. Essas escolas, que agora são “saunas de aula”, não estão adaptadas aos fenômenos extremos.

Essas escolas - as escolas de período integral, que já foram implementadas pelo governo João Doria sem planejamento, sem infraestrutura, sem qualidade -, estão servindo para os estudantes, que ficam na escola nove horas por dia, bolacha, almoço e bolacha. Acho que ninguém aqui aceita que isso é refeição que mantenha os nossos jovens prontos e aptos, em condições de estudar.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

Essas escolas, que não têm faxineiras e estão sujas, essas escolas que não têm papel higiênico, essas escolas que não têm agente de organização escolar, um trabalhador que existe no quadro da Educação, que faz parte da rede estadual, para monitorar o pátio e que, pela sua ausência, expõe a todos a situação de vulnerabilidade; não têm merendeiras.

E, pasmem os senhores, esses profissionais: a faxineira, o agente de organização escolar, a merendeira, ganham um salário mínimo e cai, líquido, no seu rendimento, menos de mil reais por mês. É isso que o Governo do Estado oferece para os trabalhadores da Educação.

Professor, que deveria ser o centro da Educação, também não tem. A gente está falando de escolas públicas estaduais que têm uma série de aulas vagas, sobretudo nas escolas de períodos integrais, porque não contrataram professores para as matérias específicas.

Aliás, nós temos mais de 40 mil professores desempregados este ano, porque eles não foram recontratados pelo governo Tarcísio. O resultado disso, além de aluno vagando no pátio, é professor em situação de fome ou professor lecionando a matéria pela qual ele não é formado, em uma gambiarra.

Além disso, as plataformas digitais do Feder excluem a possibilidade de aprendizagem dos mais diferentes estudantes. O professor, hoje, não tem condições de elaborar aula. Pelo tempo da plataforma, o estudante fica na internet, usando o seu tablet, o seu celular, o computador, e o professor não tem tempo de interagir e planejar.

O resultado disso é que crianças com deficiência, crianças com TDAH, crianças autistas não conseguem acompanhar o conteúdo porque o professor, esse que foi para a faculdade se formar para adaptar o conteúdo às mais diversas necessidades, foi substituído por plataformas digitais.

O conceito da diversidade, da liberdade de cátedra, da resolução do conflito, já está fora da escola estadual nesse momento. E o pior, eu sou mãe; e todos os terapeutas e educadores recomendam que eu reduza o tempo de tela das minhas crianças, para reduzir nelas a ansiedade. Mas, ao contrário disso, a escola do Feder e do Tarcísio, empurra a tela nas crianças, empurra dificuldade de convivência.

Pois bem, esse é um cenário que rouba dos nossos jovens o direito ao futuro. Rouba dos nossos jovens o direito a sonhar com um futuro melhor. Nesse sentido, em uma forma eleitoreira, para agradar a sua base, vem o projeto que está se chamando de “escola cívico-militar”.

Mas eu preciso, também, alertar as famílias, as crianças e os adolescentes que sonham com a carreira militar. É justo, é legítimo, a gente defende escola aqui, técnica e especializada, para quem quiser se formar nas mais diversas áreas, precisar ter.

A gente defende aqui as Etecs, inclusive, destruídas pelo governador Tarcísio, sem investimento; que o estudante e as famílias possam escolher onde vão. Mas esse modelo não se trata de uma escola militar, não vai preparar o estudante para a carreira militar.

Muito pelo contrário, o que fala é de policial reformado, que vai ganhar, além da sua aposentadoria, mais seis mil reais - seis mil reais -, para atuar nas escolas a gente não sabe nem como, porque o projeto não explica.

Não é um projeto político-pedagógico, não é um projeto sobre educação, é um projeto de desaposentação de policiais. Se existe uma necessidade de remunerar melhor os policiais, não pode ser às custas do salário de fome das merendeiras.

Um policial reformado vai custar para a Secretaria de Educação seis agentes de organização escolar. Seis agentes de organização escolar, que poderiam estar no pátio ajudando a organizar, poderiam ser um reforço em esporte, poderiam ser um reforço em cultura, um reforço em lazer, mas é uma gambiarra, é uma gambiarra para atender, quem sabe, uma outra deficiência que o Tarcísio tenta o tempo todo mascarar, que é a dificuldade de ele atender a própria Polícia.

Se você quer proteger crianças e vai a uma delegacia no interior de São Paulo denunciar um abuso, capaz de você não conseguir registrar boletim de ocorrência, porque não tem delegado.

A gente viveu isso essa semana em Peruíbe, a gente não conseguiu registrar um boletim de ocorrência de uma agressão a uma criança, porque não tem policial trabalhando onde a Polícia deveria trabalhar.

Os policiais militares não têm equipamento, a viatura deles não os protegem nem da chuva, não têm carreira única, estão sujeitos a todo tipo de violência. E aí, para mascarar a dificuldade também de ter um projeto na Segurança Pública que sofre do mesmo desinvestimento, senhores, estão cortando da Educação, senhores, estão cortando da Saúde, senhores, estão cortando da Segurança Pública, vai mandar policial ganhar da Secretaria de Educação.

A educação, e aí agora eu vou parafrasear, infelizmente o secretário Derrite está cheio de especialista em qualquer coisa que não é da Educação querendo meter o pé na Educação. Os especialistas da Educação falam de muita coisa que falta na escola pública, mas o que falta na escola pública, de verdade, para começar a discutir educação, são educadores, são pessoas formadas para tratar e cuidar dos estudantes.

Tirar seis mil reais quando o professor começa ganhando 4 mil e 500 reais é uma ofensa aos trabalhadores da Educação, é um desprezo aos trabalhadores da Educação, é um desprezo para aqueles que dedicam a sua vida a garantir o futuro dos nossos estudantes.

A escola, vou chamar de militarizada, porque o projeto trata apenas do ingresso de policiais trabalhando sabe-se lá Deus e fazendo o que na escola, não é um projeto de formar escolas cívico-militares com a proposta de formar jovens que queiram seguir a carreira militar.

Atenção, pais, para depois vocês não ficarem dizendo que a política não funciona: se vocês querem escolas especializadas, peçam isso ao governador, que ele abra essas escolas, que ele faça concurso, que ele contrate militares que passaram nos seus concursos para trabalhar na formação de jovens militares. Não é isso que vai acontecer, é a desaposentação de policiais reformados por seis mil reais para trabalhar na escola, a gente não sabe fazendo o que, porque o projeto não fala disso.

Se você quer a segurança da escola, precisa garantir educadores e depois que a Segurança Pública funcione como tal. A gente precisa ser protegido de roubos de celulares, a gente precisa ser protegido de latrocínio, a gente precisa poder denunciar a violência contra a mulher na delegacia e poder contar com os trabalhadores da segurança para proteger essas mulheres ou essas crianças, e o estado de São Paulo não oferece nada disso, mas oferece gambiarras à custa do futuro do jovem preto, periférico que está na escola pública estadual hoje, mas que não vai conseguir passar no vestibular e alcançar os seus objetivos.

Vamos, sim, melhorar e investir no Centro Paula Souza, nas Etecs e nas Fatecs. Vamos, sim, investir nas escolas para que os jovens possam ter o seu futuro garantido, e não o recurso da educação investido em desaposentação de policiais para ficarem na escola fingindo para as famílias que vai garantir o que o Estado não garante para ninguém.

Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.)

Na Lista Suplementar, com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Com a palavra o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra o deputado Altair Moraes. (Pausa.)

Agora, com a palavra, o deputado Vitão do Cachorrão, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, presidente, nosso amigo Carlos Giannazi. Cumprimentar aqui o deputado Suplicy, a todos os que nos assistem pela TV, pelas redes sociais, o pessoal que trabalha aqui, na imprensa, nos ajudando, auxiliando, a Polícia Militar, o pessoal da limpeza da Casa. Eu, como vim de uma família muito simples, nunca deixo de falar do pessoal que limpa os banheiros, que limpa os nossos gabinetes. Vocês são muito importantes.

Quero aqui também, deputado Giannazi, falar que eu já fiz em forma de ofício e requerimento, eu acho que tem que aumentar, não diminuir o horário nas escolas. Inclusive, tem que ter mais escola estadual dando aula no período noturno. Por que eu penso assim?

Porque eu atendo o povo, tenho dois escritórios em Sorocaba. Muitos jovens aprendizes que conseguiram o primeiro emprego estão com dificuldade, pararam de estudar ou pararam de trabalhar, eles têm que ajudar a mãe.

Eu mesmo, no primeiro emprego, quando eu trabalhei, antes poderia ter registro com 14 anos de idade, eu tenho registro na minha carteira. Então o jovem trabalhando é melhor do que estar na rua. E eu ajudava muito minha mãe, ajudava muito meu pai.

Tem muitos jovens de onde eu vim, da Humberto de Campos, da região do Jardim Zulmira, Nova Esperança, Vila Barão, que a primeira e a segunda refeição, a única, é na escola.

Além disso, ele trabalhando no primeiro emprego, ajuda a mãe na renda, ajuda a mãe em uma cesta básica, ajuda a mãe a pagar uma água, uma luz, a pagar imposto. Então precisa ter mais escolas com o horário noturno, além do período integral.

Eu tenho ajudado, eu quero agradecer aqui a Secretaria, a FDE, em nome do presidente nosso da FDE, eu tenho ajudado na reforma das escolas, das quadras, que é o Jean Pierre, eu tenho ajudado, mandado emendas para reformar as quadras das escolas, para colocar cobertura nas quadras.

A FDE tem feito um trabalho muito bacana nas escolas, tem visitado e tem reformado muitas escolas em todo o Estado. Eu estive em Itu, estive em Sorocaba, estive em Porto Feliz, muitas cidades que a Secretaria, a FDE tem reformado as escolas.

E eu vim aqui falar sobre um pedido que eu fiz em nome do prefeito de Tapiraí, prefeito Todesco. Eu fui até a cidade, fui até a frente de uma empresa também, olhem só, na Rodovia SP-79, altura do quilômetro, do Km 153 e 154, 153 mais 700 e 154 mais 800 metros.

Sabem por que são esses metros? É que eu pedi aquele guard rail. Tem uma empresa lá que tem 500 funcionários, mães, pais, senhoras, senhores que trabalham e estão sem a proteção do guard rail. Eles andam, a pé, da cidade de Tapiraí até essa empresa.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Guilherme Cortez.

 

* * *

 

E chegou uma resposta aqui, referente ao Ofício 310, de 2023. O número do processo está aqui também, 2023, 19, sobre o assunto, eles informaram que foram instalados 450 metros conforme o 75, 62, 121 e 75, 62, 304, restando apenas 650 metros.

Infelizmente, DER, vocês de Itapetininga - que é uma cidade que eu amo, que eu tenho ajudado muito aqui com o governador e com as minhas emendas - vocês informaram errado.

Mesmo eu sendo da base, Guilherme Cortez, eu tenho que falar, porque são 500 famílias que vão a pé por uma estrada, que andam na calçada, e eu só pedi guard rail nesse pedaço, 700 metros. Eles informam aqui que faltam 650 metros, colocaram um pouco do guard rail, mas principalmente, onde a calçada está mais estreita e onde tem mais circulação de trabalhadores...

Resumindo, eles falaram que faltam 650 metros. Eu calculei 700 metros de guard rail. Então não fizeram nada ainda nessa... Aqui... Em frente à empresa, na altura do SP-79, na altura do quilômetro 153 e 154. O que é colocar um guard rail para salvar vidas? Então, eu imploro aqui, Tapiraí precisa ser atendida.

Outra coisa também, presidente e deputado Guilherme Cortez, eu estou pedindo muito para o DER as iluminações debaixo dos pontilhões, que são a entrada da cidade... E o vereador Wanderley Diogo sempre pedindo ali em Sorocaba. Até agora, não colocaram iluminação. A gente pediu iluminação no Ipanema do Meio, debaixo do pontilhão, e o pontilhão escuro.

Imagine uma mãe, uma senhora, um cadeirante que precisa pegar o ônibus de noite, ou de madrugada levantar sem iluminação. Então peço também a ajuda do DER, da Artesp, que coloque iluminação debaixo dos pontilhões, nas estradas, ainda mais onde tem ponto de ônibus.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputado Vitão do Cachorrão. Chamo agora o deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. Vossa Excelência tem uso da tribuna pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezado presidente Guilherme Cortes, queria aproveitar para informar que neste próximo final de semana estarei na sua cidade de Franca, possivelmente, vamos nos encontrar também com todo o diretório do Partido dos Trabalhadores lá para conversarmos a respeito.

Mas eu gostaria aqui de fazer uma reflexão sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025, o PL 302/2024, proposto pelo governador de São Paulo, em especial a minha preocupação com a Fapesp. No dia 2 de maio, foi publicado e enviado à Alesp o temerário Projeto de lei nº 302, de 2024, referente à Lei de Diretrizes Orçamentárias para o exercício de 2025.

A LDO é um documento fundamental para o ciclo de planejamento e orçamento públicos, no qual estabelece as metas, diretrizes e regras para a elaboração do orçamento anual, que ocorre no segundo semestre.

No entanto, a preocupação que eu menciono se refere ao conteúdo do projeto. Dentre vários aspectos alarmantes e que merecem uma revisão acurada, tenho analisado junto com o meu gabinete, e como saiu na imprensa pelo “Estadão”, no dia seis de maio, há um dispositivo legal de grave retrocesso, que quero destacar nesta sessão.

A previsão do Art. 22, inciso IV, do texto do projeto de lei, indica que ficará a critério do governo estadual, de forma discricionária, a possibilidade de desvinculação de até 30% dos recursos arrecadados relativos a impostos e taxas para o Estado.

Apesar de haver previsão constitucional federal, a medida deve ser tomada em casos muito particulares, em contextos de extrema necessidade, a exemplo do desastre que acontece no Rio Grande do Sul, e a cuja população, expresso aqui toda a minha solidariedade.

O que sabemos que não costuma acontecer na prática, fragilizando políticas. Quando falamos da Fapesp, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a fonte de financiamento do órgão é o valor de 1% da arrecadação tributária do Estado, vinculação que existe desde 1989.

Ora, se 30% deste valor for remanejado de forma casuística, o impacto estimado pode chegar ao montante de 600 milhões de reais, 0,7 por cento. Tal medida escancara a perspectiva de gestão e a visão política do governador Tarcísio de Freitas no que se refere à política pública de Educação do estado de São Paulo.

Em alinhamento aos cortes, a primeira versão da LDO enviada à Alesp incluía três novas universidades no percentual de repasse do ICMS às universidades paulistas - USP, Unesp e Unicamp -, provocando a retirada de recursos, prejudicando o ensino, a pesquisa e a extensão universitária.

Bem, acredito que o governador já voltou atrás neste item. Mas, aliado à defesa da renda básica, que busca combater as desigualdades sociais, coloco-me nas fileiras da defesa de uma Educação pública de qualidade, que possua recursos para financiar as agências de pesquisa e desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação, com a descoberta de patentes, garantindo autonomia intelectual e fortalecendo a soberania de nosso País.

Mais de 95% do financiamento de pesquisas no Brasil é feito por instituições púbicas. De toda a produção científica de nosso país, cerca de 40% é liderada pela USP, Unesp e Unicamp.

Os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão - Cepids -, da Fapesp, são fundamentais para seguir ampliando as potencialidades de encontrarmos soluções para problemas públicos com pesquisas de ponta. E a retirada de recursos prejudica a continuidade de desenvolvimento desses trabalhos.

Concluindo, apresentarei emendas ao texto do PL 302/24 e às metas e indicadores, visando contribuir com a defesa da Educação de qualidade e autonomia universitária, e, sobretudo, revisando o projeto de lei da LDO 2025, do governador, garantindo que os recursos necessários para o desenvolvimento dos trabalhos da Fapesp, a quem saúdo neste momento, sigam ocorrendo regularmente. Recursos para a Educação e pesquisa são investimentos que devem ser prioridades e não obstáculos.

Assim, juntamente com a bancada do PT, da nossa Federação PT/PCdoB, estaremos na defesa da Educação pública aqui na Alesp.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Estamos todos ansiosos para recebê-lo em Franca nesse fim de semana. Tenho certeza de que vamos ter uma grande agenda.

Quero aproveitar para registrar a presença do vereador Cabo Julio Donizete, da cidade de São José do Rio Preto, que está hoje representando a Câmara de São José do Rio Preto, a convite do deputado Itamar Borges. Seja muito bem-vindo, vereador, a esta Assembleia. Muito obrigado pela sua presença aqui hoje.

Seguindo com a lista de oradores, chamo agora o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Reis. Vossa Excelência tem o uso da tribuna pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. REIS - PT – Quero cumprimentar o público presente, o deputado Guilherme Cortez. Fiquei muito contente de saber que V. Exa. é um pré-candidato à prefeitura de Franca. Desejo-lhe boa sorte. Quero cumprimentar as Sras. Deputadas e Srs. Deputados, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Técnico-Científica, todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp e também todos os funcionários desta Casa.

Presidente Guilherme Cortez, eu vou ler um ofício que faço ao Ministério Público. E eu vou ler para que ele fique registrado e publicado no Diário Oficial. Vez que nós, parlamentares, não podemos fazer requerimento de informação ao Ministério Público. Houve uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN), que gerou um acórdão. E, por esse acórdão, a gente não pode requisitar informações.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

* * *

 

Então, estou oficiando ao Ministério Público sobre a matéria que saiu ontem nos jornais e nos sites.  No site UOL, reporta que sobre a venda da Sabesp, o governador Tarcísio usou operação contra o PCC, para pressionar o presidente da Câmara Municipal.

Trata-se do Ofício nº 74, de 2024, endereçado ao excelentíssimo senhor procurador. Eu passo a narrar as formalidades de encaminhamento deste ofício.

“Como se verifica, pela análise da produção jornalística, a narrativa apresentada sugere ingerência indevida do governador Tarcísio de Freitas no processo de privatização da Sabesp, cuja efetivação dependia da adesão da Prefeitura de São Paulo, sem a qual a eficácia da alienação dos ativos da empresa poderia restar prejudicada.

Sustenta a reportagem que foram ouvidas sete fontes ligadas ao tema. Duas delas com cargos no Governo de São Paulo e uma com cargo na Sabesp.”

Aí eu passo a justificar este pedido. E eu faço, então, algumas perguntas, que eu quero deixar registradas aqui, ao Ministério Público de São Paulo. A pergunta número um:

“Qual é o posicionamento da Procuradoria de Justiça sobre a possível ingerência do governador Tarcísio na condução da Operação Fim da Linha? Houve de fato a referida ingerência?

Considerando a participação das múltiplas instituições integrantes da operação, a cargo de quem estavam as principais atividades do procedimento investigativo?

Por que a operação “Fim da Linha” foi deflagrada apenas em 19 de abril de 2024? Houve qualquer espécie de retardo na operação? Em caso afirmativo, por quais motivos?

Se, de fato, houve chantagem contra o presidente da Câmara Municipal paulista, para pautar o projeto alusivo à privatização da Sabesp, de quem foi a responsabilidade?

Qual é a justificativa para que o vereador Milton Leite fosse arrolado como testemunha no curso das investigações?

Quais pessoas, além das indicadas no texto jornalístico, foram arroladas como testemunha na atividade investigatória?

Por que a Polícia Civil do Estado de São Paulo, que há mais de cinco anos vinha empreendendo investigações sobre a atuação do crime organizado no estado, foi excluída dos atos investigatórios?

A declaração anônima do promotor de Justiça, constante da matéria jornalística, acerca dos riscos de se empreender investigações sobre determinadas autoridades, tem respaldo na instituição ministerial?

Pergunta nove. Essa Procuradoria de Justiça pretende tomar alguma providência para a apuração dos fatos relatados na matéria?

No aguardo de vossa célere e indispensável manifestação, inclusive sobre eventuais encaminhamentos, apresento os meus sinceros agradecimentos, formulando protestos do mais alto apreço e distinta consideração.

Cordialmente, deputado Reis.

Ao Excelentíssimo Senhor Doutor Paulo Sérgio Oliveira e Costa, mui digníssimo procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo”.

Então encaminhei essas perguntas, porque a matéria que li ontem era uma matéria estarrecedora, uma matéria que diz que essa operação foi feita para pressionar o presidente da Câmara a colocar o projeto de privatização em votação. E da forma que foi feita, em questão de dias, de horas, o projeto acabou por ser aprovado.

Então, nós queremos saber do Ministério Público, se procedem as informações desta matéria. E queremos saber por que, depois disso, não houve mais nenhum ato. Nós não vemos mais nenhuma ação do Ministério Público nesse processo investigatório.

Depois da privatização da Sabesp, deputado Jorge do Carmo, parece que colocaram panos quentes. O Ministério Público, a polícia de São Paulo e o governo têm que responder. Hoje protocolei nesta Casa, e peço que V. Exa. assine, um pedido de CPI, comissão parlamentar de inquérito, para apurar a verdade.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem, deputado Reis, que assim exerce a forma mais adequada à sua função de fiscalizador dos atos do Poder Executivo.

Tem a palavra agora o deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Quero cumprimentar e desejar boa tarde a todos os meus colegas presentes, aos servidores desta Casa e ao público que nos acompanha diretamente da galeria.

Presidente, também quero aproveitar a oportunidade para, de cima desta tribuna, manifestar toda a nossa indignação com o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias que foi apresentado pelo governador Tarcísio para esta Assembleia, em específico no que diz respeito à redução do orçamento da Fapesp, a Fundação de Fomento à Pesquisa Científica do Estado de São Paulo.

Presidente, durante a graduação, tive a oportunidade de ser bolsista de iniciação científica da Fapesp. Se não fosse pelo recurso, pelo apoio público dessa agência fundamental, talvez a principal agência de fomento à pesquisa científica estadual do país, eu não teria conseguido manter meus estudos e desenvolver minha pesquisa.

Esse é o papel que a Fapesp presta no estado de São Paulo, possibilitando a realização de pesquisas, de estudos, o desenvolvimento de ciência, que vai ser fundamental nos mais diversos campos da vida e da sociedade aqui no estado de São Paulo.

A Fapesp é uma agência fundamental para valorizar a pesquisa científica, valorizar o conhecimento, porque, como muito bem foi dito por V. Exa., presidente Eduardo Suplicy, a maior parte da pesquisa científica realizada no Brasil tem financiamento público de agências como a Fapesp.

Se a gente teve acesso à vacina, que possibilitou para a gente sair daquele período terrível da pandemia de Covid-19, foi por conta do investimento público em pesquisa científica de agências e universidades públicas, como a Fapesp.

Portanto, me causa indignação quando o governador manda para esta Assembleia um projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias com uma armadilha, uma armadilha que ele colocou lá para ver se colava, para ver se ninguém percebia.

Na verdade, no artigo que prevê o investimento na Fapesp, ele coloca um “jabuti” nesse artigo para permitir que você desvincule até 30% do investimento público na Fapesp.

O investimento previsto para a Fapesp é de 1% das receitas tributárias do estado. Se a gente está falando de desvincular até 30% desses 1%, a gente está falando que a Fapesp, a pesquisa científica do estado de São Paulo, está ameaçada de ter apenas 0,7% das receitas tributárias do estado como investimento público.

Isso é um desrespeito com os pesquisadores, os cientistas, os bolsistas, as universidades públicas e com quem trabalha com as ciências no nosso país e no estado de São Paulo.

A Fapesp é uma agência de excelência, reconhecida nacional e internacionalmente e é responsável pelo financiamento de projetos de pesquisa fundamentais. Desde a iniciação científica até o pós-doutorado, muita gente só consegue realizar a sua pesquisa graças ao apoio, ao fomento da Fapesp.

Tenho muito orgulho de ter sido bolsista dessa agência durante a minha graduação. Agora, com essa proposta, com essa armadilha na Lei de Diretrizes Orçamentárias apresentada pelo governador Tarcísio para reduzir o investimento da Fapesp, essas bolsas vão ser ameaçadas, o desenvolvimento dessas pesquisas vai ser ameaçado. Não à toa, o Conselho Superior da Fapesp já se manifestou com muita preocupação com relação a essa proposta ser aprovada aqui na Assembleia Legislativa.

Presidente, nós da bancada do PSOL e toda a bancada de oposição não vamos medir esforços nesta Assembleia para que esse artigo da LDO, do projeto de LDO, seja alterado, porque dele depende a continuidade de um patamar mínimo que já foi conquistado há vários anos de investimento público para a Fapesp, para a pesquisa científica no Estado.

Agora, hoje que a gente teve uma audiência pública aqui neste plenário para discutir o projeto das escolas cívico-militares, a gente não pode deixar de dizer, Professora Bebel - a senhora que é professora, eu que estudei em escola estadual e em universidade estadual -, como esse é um governo da inversão de prioridades na Educação Pública.

Coloca um secretário que não conhece a realidade da Educação pública, que não conhece a realidade da rede estadual de São Paulo, que tem como prioridade cortar 5% do investimento mínimo obrigatório na rede estadual - ou seja, reduzir 5% a menos do que o mínimo obrigatório pela Constituição no investimento da rede estadual - trocar os professores pelo ChatGPT, reduzir o investimento nas universidade estaduais e reduzir o investimento na Fapesp.

Essa proposta de redução do investimento que vai para a USP, Unesp e Unicamp é de tão estapafúrdia que o próprio governador já teve que recuar, porque desde 1995, para quem não sabe, a USP, a Unesp e a Unicamp dividem uma parcela do ICMS, que é o imposto que incide sobre toda mercadoria e toda a prestação de serviço aqui em São Paulo.

Esse valor, desde 95, já está para lá de defasado, porque de 95 para cá, além de eu ter nascido, chegado na fase adulta e até ter me eleito deputado, as universidades triplicaram de tamanho, mas o investimento continua estagnado.

Este ano, quando o governador mandou a primeira versão do projeto de LDO, ele pretendia dividir esse recurso, já defasado entre a USP, Unesp e Unicamp, também com a Univesp, com a Famerp e com a Famema.

É um governo que realmente não tem qualquer apreço pela Educação pública. O problema da Educação no estado de São Paulo não se resolve com militarização, não se resolve transformando escola e universidade em quartel.

O problema da Educação no estado de São Paulo se chama falta de recurso, déficit de investimento na Educação estadual, que agora esse governo quer baixar para menos que o mínimo, quer retirar o investimento da Fapesp, quis retirar o investimento das universidades estaduais e quer cortar 10 bilhões de reais da rede estadual.

Isso é um absurdo. Típico de um governo que não valoriza e que não quer incentivar o imenso potencial que a Educação pública pode ter para transformar vidas e para desenvolver pesquisa científica, para produzir conhecimento e ciência que vai ser usado em prol da sociedade.

Portanto, presidente, que o governador e todos os deputados da sua bancada saibam que vão encontrar uma grande oposição aqui nesta assembleia para que a gente possa reverter esse projeto nefasto de LDO, que dentre outros malefícios para o estado de São Paulo, também prevê diminuir o investimento na pesquisa científica.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Importante, deputado Guilherme Cortez, que aqui dá o seu testemunho sobre a importância do apoio da Fapesp aos pesquisadores. Tem a palavra o deputado Simão Pedro, pelo tempo regimental.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde deputado, sempre senador, Eduardo Suplicy. Queria cumprimentar meus colegas deputados que estão aqui na tarde desta sessão.

Cumprimentar também alunos, professores, que vieram para cá hoje para a audiência pública, permanecem aqui para acompanhar mais tarde a continuidade das discussões e provavelmente até a aprovação ou não desse projeto, que são as escolas cívico-militares, essa excrescência inconstitucional que inventaram aqui em São Paulo. Nós vamos resistir.

Sr. Presidente, inscrevi-me hoje para prestar publicamente a minha solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul, o povo gaúcho, pelo o que está acontecendo, as inundações.

É um desastre ambiental provocado pelas mudanças climáticas, que já passa a ser o novo normal no nosso país, em muitas partes do mundo, mas aqui no nosso Brasil com muita intensidade a gente vem observando esses fenômenos desde o ano passado.

Mas nunca tínhamos visto uma situação como essa, uma enchente que inunda a capital, Porto Alegre, e quase 90% dos municípios, causando prejuízos, tragédias, mortes. São 150 mortes até agora, quase 200 pessoas desaparecidas, dezenas de milhares de pessoas, centenas de milhares de pessoas desalojadas em abrigos, em casas de parentes, perdendo quase tudo.

É uma tragédia muito grande. Então, toda a nossa solidariedade ao povo de Porto Alegre e ao povo do Rio Grande do Sul. Quero parabenizar neste momento triste e trágico, mas que causa uma comoção muito grande, a união da maior parte dos brasileiros, dos sulistas e dos brasileiros, como a gente tem visto nas mobilizações de solidariedade: arrecadação de água, alimentos, itens de limpeza, de limpeza pessoal. Então é uma mobilização muito bonita para salvar vidas, idosos, para salvar os animais, para salvar os jovens, aquelas pessoas mais frágeis.

E eu quero aproveitar este momento também para fazer essa reflexão. Lá no Rio Grande do Sul o atual governador flexibilizou, deputada Bebel, dezenas de medidas que poderiam estar resolvendo, ajudando a preservar a natureza e evitar desastres como esse.

No Congresso Nacional, são 25 projetos que estão prontos para serem votados que só vão piorar a situação climática no nosso País, liberando veneno, liberando desmatamento, liberando mais mineração.

A gente não pode esquecer que não é a primeira vez que nós estamos vendo desastres fenomenais como esse que ceifaram vidas, acabaram com a vida de famílias. Lembramos os desastres de Mariana, lá em Minas Gerais, Brumadinho, capital de Alagoas, bairros inteiros desmoronando. Então nós precisamos parar. Ou o capitalismo selvagem tem um breque ou esse mundo vai acabar.

Nós temos que dar um basta nisso e quem paga os preços imediatamente são as pessoas mais pobres, os trabalhadores, que são as principais vítimas dos desalojamentos e do sofrimento, porque os mais ricos acabam se virando. Não é isso, deputado Jorge? E aqui em São Paulo é a mesma coisa.

Nós vivemos aqui debates, vimos aqui debates, projetos de lei que só ampliam o desmatamento, esse modelo de agricultura chamada “grande agronegócio” que só exige cada vez mais terras, desmatamento para plantar, aumentando os lucros daqueles que produzem para exportação carne, soja, cana. Não produzem alimentos, não têm uma preocupação com o futuro.

Buscam os lucros imediatos sem qualquer responsabilidade. Então é o momento de a gente fazer uma reflexão se não está na hora da gente parar com isso, parar com esse modelo de exploração da nossa natureza irresponsável. Porque não é só o desmatamento na Amazônia, no Cerrado; é o aumento da poluição. Nós estamos vivendo um calor que nós nunca vimos.

Então precisamos dar um basta nisso tudo e eu quero aqui parabenizar para finalizar, deputado Suplicy, o governo Lula. Já esteve lá pessoalmente o presidente duas vezes, vai liberar 51 bilhões de investimentos para ajudar o Rio Grande do Sul a superar essas dificuldades, vai investir cinco mil reais para cada família poder reiniciar as suas vidas.

E eu quero aqui repudiar as fake news, aqueles produtores de fake news, principalmente os bolsonaristas, que aproveitam dessa tragédia para ficar fazendo disputa política em cima do sofrimento do povo, disseminando mentiras, divulgando informações erradas para dificultar o trabalho de solidariedade, o trabalho e ação dos governos, principalmente do governo federal.

Espero que isso não prevaleça, que tenha um combate duro, que os responsáveis possam pagar por aquilo que continuam causando de males para o nosso povo e para o nosso País.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito obrigado, deputado Simão Pedro, por suas reflexões tão importantes. Passo a palavra agora ao deputado Dr. Jorge do Carmo, pelo tempo regimental.

Permita-me saudar os jovens que estão aqui, que acompanharam a audiência pública relativamente à escola cívico-militar e que agora continuam testemunhando a contribuição dos diversos parlamentares que estão participando do Pequeno Expediente. Dr. Jorge do Carmo tem a palavra.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, funcionários desta Casa, assessores, policiais, público presente na galeria, que hoje estiveram aqui, estão aqui e irão continuar aqui, exatamente para fazer o bom combate contra o programa da escola cívico-militar do Governo do Estado.

Então já fizeram o bom combate agora na parte da manhã, e vão permanecer, e nós vamos discutir esse malfadado projeto no plenário da Assembleia Legislativa.

Sr. Presidente, eu, na mesma linha do que o deputado que me antecedeu, o deputado Simão Pedro, quero aproveitar a oportunidade para prestar minha solidariedade ao povo gaúcho, ao povo do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre, e dos demais municípios, que foram devastados, deputada Professora Bebel, fruto dessa forma de não respeitar o meio ambiente, de fazer leis muitas vezes para prejudicar, que estamos vendo exatamente na contramão, muitos dos governos dos estados na contramão daquilo que precisa ser feito, que é a gente respeitar o meio ambiente e tratar, fazer legislações que possam, de fato, coibir e evitar que tragédias como essa que está acontecendo voltem a acontecer.

Aqui em São Paulo tivemos no ano passado, nos últimos anos aqui, nós estivemos em Franco da Rocha, estivemos em São Sebastião, tivemos mortes de pessoas e famílias que perderam tudo, e muitos perderam a sua vida.

Eu, a cada dia, fico mais chocado quando a gente vê os jornais, os telejornais, exatamente por conta dessas questões. Quero pedir para o Machado passar algumas imagens que infelizmente são tristes. A gente vê a destruição da natureza e das pessoas que perderam suas coisas.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Pois bem, são cenas lamentáveis, como essas, que nós não gostaríamos de ver mais no Brasil, nem no mundo, em lugar nenhum. Como foi mencionado aqui, lá em Maceió bairros inteiros estão sendo afundados por irresponsabilidade de empresa, do capital daqueles que muitas vezes veem o lucro priorizando contra as pessoas.

Para eles não importa a vida, importa o lucro. Nesse sentido, aprovei um projeto de lei nesta Casa, que foi aprovado por V. Exas., pelos colegas, por unanimidade, que é o Projeto n.º 138, de 2023, que cria um fundo estadual de proteção para evitar essas catástrofes.

Porque o que acontece aqui: o governador, ele quer atacar o efeito. Nós temos que atacar a causa. Nós temos que ter recursos, nós temos que ter programas e projetos para evitar que catástrofes como essa que aconteceu em São Sebastião, que aconteceu em Franco da Rocha ou no Rio Grande do Sul voltem a acontecer.

O projeto foi aprovado aqui, mas ele foi vetado. Ele destinava meio por cento do Orçamento para a gente combater catástrofes e enchentes como essa que aconteceu, e desastres ambientais, como esse que aconteceu no estado de São Paulo, e que infelizmente, lamentavelmente, ainda pode acontecer, porque ao invés do governador buscar colocar recursos do Orçamento para evitar ou para amenizar, para mitigar essa situação, não.

Como o projeto aqui... O projeto nesta Casa tem capa, não tem conteúdo. Se o projeto for de uma deputada ou de um deputado da esquerda, aí esse não importa o conteúdo, deputado Guilherme Cortez, ele será vetado. Por mais importante, por mais conteúdo que ele tenha, por mais mérito que ele tenha. É como dizia o Marco Aurélio Mello, o ex-ministro do STF: processo não pode ter capa, tem que ter conteúdo.

Mas aqui os projetos têm capa. Se for de um deputado da base do governo, pode até não ser tão importante, mas ele será sancionado. Mas se for de um deputado ou de uma deputada da oposição, pode ser o melhor projeto que tenha sido apresentado aqui, ele será vetado sob o âmbito da inconstitucionalidade.

Está bom? É isso o que eu queria dizer, Sr. Presidente. Lamentar que o governador do estado de São Paulo, ao invés de coibir situações como essa, ele não destina recursos e não dá os méritos aos projetos que a gente apresenta aqui.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Cumprimento o deputado Jorge do Carmo. Agora, então, encerramos o Pequeno Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - No Grande Expediente, tem a palavra o deputado Rodrigo Moraes, por cessão de tempo do Dr. Elton, pelo tempo regimental.

 

O SR. RODRIGO MORAES - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, quero cumprimentá-lo. Cumprimentar os deputados desta Casa, cumprimentar o público que nos assiste aqui na galeria e cumprimentar os funcionários aqui da Assembleia Legislativa. Dizer da minha alegria de subir a esta tribuna para a gente poder falar um pouquinho sobre os assuntos, os temas, que envolvem o nosso estado de São Paulo.

O mês de maio é o mês caracterizado aqui por diversas datas importantes e comemorativas. No último domingo, comemoramos o Dia das Mães, dia importante, em que a gente pôde estar próximo das nossas mães.

Quem não tem a sua mãezinha aqui hoje em vida, também pôde levar os pensamentos para poder fazer uma reflexão e a gente poder, logicamente, aproveitar a oportunidade daqueles que têm a sua mãe e que podem sim dar um abraço, um beijo, ter uma conversa, o que é muito importante, essa proximidade, essa aproximação com a família.

Temos também a data importante que se passou, que é do turismo, no dia oito de maio, que é o Dia Nacional e Mundial do Turismo. Eu queria aqui fazer algumas referências da nossa cidade, da cidade de Itu, que é uma cidade, uma estância turística, muito importante no âmbito do nosso Estado. Também a nível nacional, porque lá nós temos a fama que é a cidade dos exageros, a terra onde tudo é grande.

Nós temos um personagem que ficou marcado, que é o Simplício, na época em que ele fazia, ali ao lado do Carlos Alberto de Nóbrega, na Praça é Nossa, a programação.

Já faleceu, mas levou o nome de Itu para todo o nosso Brasil e também para o exterior. Lá, hoje, por exemplo, nós temos o maior orelhão do mundo. Encontra-se na cidade de Itu o maior semáforo do mundo; nós temos uma praça que valoriza os exageros.

Temos também aqui, aqui eu vou ler um pouquinho, um pouco da história de Itu, porque Itu é o berço da República, foi lá onde houve a convenção republicana. Hoje o local, onde houve essa convenção, é um museu, é um lugar que conta e que guarda muito da história da nossa cidade. Então, eu queria aqui deixar registrada a importância de Itu na questão do cenário político.

Falar também um pouquinho da questão religiosa, onde nós temos ali os templos que também fazem parte da história do nosso Brasil. Um exemplo aqui, nós temos a maior igreja barroca de São Paulo, que está na nossa cidade também, com muitos objetos históricos.

Por exemplo, a Igreja Nossa Senhora da Candelária, que é a igreja matriz nossa, e é de 1780, que é a maior igreja, Paulo Mansur, barroca do município de Itu e também do estado de São Paulo; é a mais antiga. Nós temos também lá a Igreja do Bom Jesus e o Santuário Nacional do Sagrado Coração de Jesus, que é também a mais antiga, datando de 1765.

Nós também temos um parque lá, que eu ia até na época de escola visitar, quando foi inaugurado, que é o Parque do Varvito, que é uma formação rochosa e única em toda a América, tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo.

Então, Itu é cercada de vários patrimônios históricos e que fortalecem o turismo na nossa cidade que tanto precisa ser divulgado, que tanto precisa ser explorado, e hoje a gente vê isso muito pouco sendo feito pela atual gestão, pelo atual governo municipal.

Até que eu encontro e falo com as pessoas nas ruas, e as pessoas comentam comigo: “Rodrigo, poxa, nós temos aqui tanto a ser explorado para que as pessoas venham fazer turismo na nossa cidade, mas o investimento da municipalidade é muito pouco”.

Então, até o turismo nosso, infelizmente, está fraco, está devagar e precisa que o Poder Público Municipal tenha esse olhar.

Eu queria também aqui fortalecer, através desta Casa, essa manifestação, esse pedido também para que o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico possa também fazer esse trabalho de fortalecimento do nosso turismo.

Então, eu quero aqui deixar neste mês, que é o mês do turismo, na memória desta Casa, registrado aqui, na maior Assembleia Legislativa da América Latina, a importância e a relevância histórica da cidade de Itu, a importância do turismo, e que possamos juntos, Governo do Estado, também nós que somos ali do município de Itu, fazer com que esse protagonismo da nossa cidade venha se fortalecer e nós possamos ver o turismo da nossa cidade forte, onde as pessoas possam, sim, visitar todos os cantos aqui do nosso Estado e também de outros estados.

Sr. Presidente, agradeço a oportunidade e agradeço também a esta Casa.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito obrigado, deputado Rodrigo Moraes.

Tem a palavra agora a deputada Ana Perugini.

Por cessão da deputada Ana Perugini, tem a palavra agora a deputada Professora Bebel.

Seja muito bem-vinda aqui, que está sendo aguardada para falar a respeito da Educação. Então, pelo tempo regimental, agora, a deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, meu sempre senador Eduardo Suplicy. Cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos, os assessores à minha esquerda, à minha direita, os Srs. Deputados, o público presente, a juventude aqui, sempre na luta para garantir escola pública de qualidade, não é por outra razão, assim como os militantes da Apeoesp também.

Eu subo nesta tribuna para, em um primeiro momento, dedicar a minha fala, por óbvio, à população do Rio Grande do Sul, ao povo do Rio Grande do Sul. Penso que o nosso governo, governo da Federação Brasil da Esperança, tem tido atitudes muito humanas, não está tratando o povo do Rio Grande do Sul como uma pequena chuvinha, também não está dizendo que é bobeira, está dizendo o seguinte, o assunto tem que ser enfrentado e será enfrentado da forma como está.

Nós estamos diante de um dos maiores desastres ecológicos e isso tem a ver exatamente com o chamado capitalismo predatório. O capitalismo predatório leva a ação do homem sobre a natureza, sobretudo aquilo que é bom, e acaba errando a mão no que diz respeito ao bom uso dos bens naturais.

Então é importante que a gente entenda esse debate. Eu acredito que todos os planos de governo, dos prefeitos municipais, devem e tratarão desta como uma questão prioritária. Nada vai acontecer se não houver mudança de comportamento no que diz respeito ao bom uso do meio ambiente e daquilo que o meio ambiente oferece para nós.

Veja bem, deputado Suplicy, há um tempo não tão longe assim a gente clamava por chuvas, não é isso? A gente precisa da chuva, porque ela garante a energia, garante a água que nós tomamos, garante tudo.

No passado não muito longe, 2017, 2018, aliás, 2010, a gente tinha falta de água no estado de São Paulo. Vocês se lembram disso, nas eleições teve falta de água. Houve até um rebaixo da água, inclusive, do reservatório da Serra da Cantareira e a gente sentiu esse impacto nas torneiras. Então ter água é necessário, o problema é que agora virou um problema quando chove.

Por que isso está acontecendo? Porque está faltando um plano, na verdade, de organização e de urbanização nas cidades. O saneamento básico é feito à meia-boca e isso, de certa maneira, tem levado a todos esses desastres ecológicos.

Por exemplo, você não tem a drenagem de solo, não tem os piscinões que têm que ser feitos para a água escoar, enfim, a gente acaba tendo que pensar na reestruturação das cidades na sua totalidade. Ter esse plano, primeiro, de prevenção, mitigação, para a gente poder chegar a um resultado com segurança, que é muito triste as pessoas terem a sua moradia e acharem de uma hora para outra que elas não têm moradia.

Então quero dizer que é óbvio, o meu sindicato, a Apeoesp, já tomou a posição de trabalhar com uma campanha de arrecadação. Estamos arrecadando diretamente para o Banco do Rio Grande do Sul, como também a gente está arrecadando roupas, água...

Porque tem os caminhões... Os caminhoneiros, eles estão fazendo uma corrente, para que essas doações cheguem até o Rio Grande do Sul. Vai ser difícil, mas a gente tem que fazer o papel enquanto sociedade civil.

Mas nós vamos ter uma pauta dolorida, moçada, hoje, que é o debate e a possível votação dessa dita escola cívico-militar. E vocês sabem exatamente a posição da bancada nossa, dos partidos de oposição, e dos outros das bancadas. Ainda, é claro, a gente não tem uma aferição muito precisa, mas eu quero dizer que eu sou contra, não é um contra por ser contra, porque eu quero uma Educação...

Eu luto desde quando fiz a minha luta, para ter uma Educação básica de qualidade, para os filhos e filhas da classe trabalhadora. E não essa tarja de escola cívico-militar, que, para mim, não é uma briga que estou fazendo com os militares. Não.

Eu quero que essa sólida formação básica dê oportunidade para que eles possam escolher. Querem ser militares? Vão ser militares, mas, por imposição, nós não aceitamos, porque há uma mudança na pauta de costumes.

E isso a gente não aceita. Nós não aceitamos, num ambiente que é de convencimento, que é de aprendizagem, um ambiente educacional, que é de persuasão, que a gente tenha que ter a presença de um policial reformado dentro das escolas. Eu acho que cada um na sua profissão. Nós não podemos entrar nos quartéis e fazer papel de... Enfim, o mesmo que fazem os militares, tampouco eles na nossa função.

Então, não concordamos com isso, achamos que é um ataque frontal ao processo democrático, que foi construído desde a década de 80, quando nós, no processo constituinte, inscrevemos no Art. 211, que haveria de ter sistemas, aliás... Plano nacional, planos estaduais, municipais, para termos um sistema nacional articulado de Educação.

Também, essa pessoa que vos fala, também foi até Brasília para lutar por uma LDB que garantisse, que na LDB se inscrevesse, que a Educação pública básica, ela tivesse o conceito correto de Educação básica, que compõem da educação infantil, ensino fundamental, primeiro e segundo ciclo, ensino médio e todas as modalidades de ensino.

Então, como a gente está falando de Educação, vocês veem o seguinte, não tem nenhum apelido, não tem nenhum nome, porque o conteúdo máximo para nós é o que mais importa. E o que a gente está vendo nesse período é um autoritarismo de todas as formas. E as escolas cívico-militares vão nesta perspectiva.

Eu até faria um debate mais histórico, mas vou deixar para fazer essa fala na sessão que a gente precisa e que deverá ser debatida, é a escola cívico-militar. Então, peço para todos e todas que continuem no plenário, porque essa pauta diz respeito à vida de vocês, mas às nossas vidas, porque a coisa que a gente não quer, é tornar um ambiente hostil, um ambiente ruim, um ambiente em que a gente não venha poder ser e ter uma Educação dos sonhos.

Então, ao invés disso, porque é que quer tirar 5% da Educação a título de... Ah, está sobrando. Está sobrando mesmo? Então, reforme todas as escolas públicas estaduais.

Está sobrando mesmo? Adapte as escolas às pessoas com deficiência. Está sobrando mesmo dinheiro? Então, valorize os profissionais da Educação. (Manifestação nas galerias.) Está sobrando dinheiro? Faz o seguinte: dá condições para as escolas terem menos estudantes por sala de aula. Ué, está sobrando dinheiro. É essa a fala do governador.

Não, ele quer passar para a Saúde. Ninguém faz embate com a Saúde, como a gente não faz embate com os policiais. Nós entendemos o seguinte: cada política pública cumpre o seu papel e tem que ter o seu financiamento.

Para terminar, eu quero dizer para vocês: vamos garantir, porque a boa e velha rua é a que dá resposta às lutas difíceis que nós temos enfrentado aqui no Parlamento paulista. (Manifestação nas galerias.)

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputada Bebel, sempre falando em defesa da melhor Educação.

Tem a palavra agora a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.) Paulo Fiorilo. (Pausa.) Marina Helou. (Pausa.) Delegado Olim. (Pausa.) Simão Pedro. (Pausa.) Lucas Bove. (Pausa.) Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)

Conte Lopes. (Pausa.) Alex Madureira. (Pausa.) Jorge Wilson. (Pausa.) Thainara Faria. (Pausa.) Enio Tatto. (Pausa.) André Bueno. (Pausa.) Rogério Santos. (Pausa.) Dani Alonso. (Pausa.) Carlos Giannazi. (Pausa.) Rômulo Fernandes. (Pausa.) Vinícius Camarinha. (Pausa.) Márcia Lia. (Pausa.) Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)

Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Itamar Borges. (Pausa.) Marcio Nakashima. (Pausa.) Major Mecca. (Pausa.) Reis. (Pausa.) Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Capitão Telhada. (Pausa.) Sebastião Santos. (Pausa.) Teonilio Barba. (Pausa.) Andréa Werner. (Pausa.) Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Paulo Mansur.

Tem a palavra pelo regimental.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar você, presidente, a todos os que estão aí no plenário da Assembleia Legislativa. Hoje vai ser um dia histórico aqui dentro deste plenário. Presidente Lula teve a coragem de tirar algo que todos nós brasileiros somos a favor.

Assim como ele teve a coragem de tirar, do orçamento do MEC - olha só isso -, 322 milhões de reais da Educação em 2023. Ele teve a coragem de cortar 322 milhões de reais da Educação. Ele teve a coragem de tirar 310 milhões de reais agora em 2024. Ele é corajoso mesmo, de tirar do principal orçamento, que é o orçamento da Educação, verbas.

E as pessoas subiram aqui hoje neste plenário falando que o governador Tarcísio cortou cinco, seis milhões de reais do orçamento da Educação. (Manifestação nas galerias.) E o governo Lula...

Olha, você que precisa voltar para a escola, porque você fala “todes”, você é da turma do “todes”; você que precisa voltar para a escola. E você é um mal educado. (Manifestação nas galerias.) E pela sua... Isso aí está no “globo.com”. Está notícia está no “globo.com”.

Mas eu falo para vocês o seguinte: eu quero convocar os cidadãos de bem, as pessoas que falam “todos” e “todas”, para ficarem no plenário, não as pessoas que estão querendo inventar português aqui dentro do nosso estado de São Paulo. E é importante a gente ter um debate sem gritaria. Eu estou com a palavra agora.

A gente escutou aqui a Professora Bebel falar, vocês ficaram quietinhos. Deixa eu falar agora, não é verdade? Mas eu tenho bastante tempo hoje, tenho sete minutos, ainda, para falar.

Olha, o presidente Bolsonaro. Até perdi o número, por causa do... Vou pegar aqui direitinho porque eu tenho tempo. Então eu vou pegar aqui para relembrar. Isso. Olha: o presidente Bolsonaro instituiu o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares no Decreto nº 10.004, no dia 5 de setembro de 2019.

O doutor Tomás estava sentado, no nosso plenário, falando que o presidente Bolsonaro não conseguiu avançar com a escola cívico-militar. É aí que eu falo realmente que o presidente Bolsonaro é uma falha no sistema. Ele é que nem aquele Neo, do Matrix, que era a falha do sistema, que conseguiu revolucionar a política no Brasil.

Porque ele realmente colocou 22 ministros sem indicação política, enquanto o presidente Lula colocou 38 ministros, tudo indicação partidária, dentro da área federal. Ou seja, o presidente Lula está fazendo política com o nosso dinheiro.

Destinou agora 4 bilhões de reais em emenda, na semana passada, para os seus aliados políticos, para votarem a favor do que ele quer dentro do País. Aumentou o DPVAT. Ou seja, é só aumento de impostos que o presidente Lula coloca.

E vocês gostam disso. Vocês gostam de aumento de impostos. Vocês gostam de uma escola sem critérios. Porque, a escola cívico-militar, o que ela vai fazer dentro do estado de São Paulo? Ela vai manter a pedagogia. A pedagogia continua com os diretores, continua com os professores. Mas, dentro da escola cívico-militar, você tem algumas regras. Essas regras passam responsabilidade.

É a mesma coisa quando você vai para os Estados Unidos. Você não vê nenhum papel no chão. A pessoa acaba não jogando papel no chão, porque ela tem ali uma disciplina de toda a população. É quando o adolescente vai para a escola cívico-militar, e ele acaba vendo as pessoas sendo disciplinadas com o professor. O professor fica livre.

Falam de liberdade, subiram aqui falando de liberdade, o PT. Liberdade é quando o professor tem a liberdade, realmente, de poder dar aula, sem ter medo de sair lá fora, e apanhar do aluno. Ou apanhar dentro da sala de aula mesmo, como acontece em diversas escolas do nosso País.

Então, o que me chama a atenção é, realmente, quando o PT sobe aqui, e usa palavras e tons que a direita usa, mas de uma maneira revertida, falando que o professor precisa ter liberdade, que os alunos precisam ter liberdade. Sim, precisam ter liberdade.

Eles precisam aprender direito a educação. Para, quando saírem, saberem o que é liberdade, quando eles saírem do colégio, respeitar as pessoas. O que a gente tem hoje, Dalben, deputado que está presente no plenário, são pessoas defendendo algo contrário à nossa população.

A gente tem a certeza absoluta de que a instituição do Exército Brasileiro, a Marinha, os policiais, são a instituição que tem mais credibilidade no nosso País. Se eles estão dispostos a estarem ajudando o ensino do nosso País, e parte da sociedade, parte dos pais e mães querem que os seus filhos estejam nas escolas cívico-militares, por que não se tornar realidade no nosso estado de São Paulo?

Até porque, o presidente Bolsonaro só conseguiu fazer 216 escolas no Brasil inteiro, nesses quatro anos, cívico-militar. Porque é um processo de ano a ano. Não é fácil você fazer uma escola cívico-militar. As escolas precisam ter uma série de requerimentos.

E todas as escolas melhoraram: 85% melhorou na Educação, aponta o MEC; 75% dos alunos não voltaram a cometer brigas contra os professores. E uma série de pontos positivos dentro da Educação.

Isso quem aponta é o MEC. Não sou eu que estou falando da boca para fora. Então, realmente, das 5 mil e tantas escolas estaduais que temos no estado de São Paulo, se a gente conseguir que 300 sejam escolas cívico-militares, parte da sociedade vai ganhar com isso.

Não é só vocês, do “todes”, que dominam todas as cinco mil escolas do estado de São Paulo. Tem pessoas que querem, sim, ter o seu filho na escola cívico-militar. Então, a gente realmente precisa de um ensino para todos dentro do estado de São Paulo e com esse projeto, que tenho certeza de que vai passar hoje aqui no plenário.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Após a fala do deputado Paulo Mansur, estão inscritos a deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy, se puder...

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Dirceu Dalben.

           

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Assumindo os trabalhos momentaneamente, enquanto o deputado se dirige à tribuna, quero ler a convocação.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação; Administração Pública e Relações do Trabalho; Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar os seguintes projetos:

- Projeto de lei Complementar nº 23, de 2024, de autoria do Sr. Governador.

- Projeto de lei nº 301, de 2024, de autoria do Sr. Governador.

Com a palavra, o orador, pelo tempo regimental.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Dalben, gostaria primeiro de registrar uma informação bastante relevante: o número de alunos pretos e pardos em universidades federais mais que triplicou em 13 anos.

“Juntos, esses universitários passaram de 17 para 49% dos matriculados nessas instituições de ensino no período. Os dados são de um estudo feito pelo Sou Ciência, Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência, vinculado à Unifesp, Universidade Federal de São Paulo, com base em dados do Censo de ensino superior realizado anualmente pelo Ministério da Educação.

Em 2009, primeiro ano em que há informação sobre a raça ou cor dos matriculados, as universidades federais tinham 135.121 estudantes que se autodeclaravam pretos e pardos. Em 2022, o número saltou para 515.699.

A maior ocupação das vagas por pretos e pardos é resultado da Lei de Cotas, aprovada em 2012.” Época em que eu era senador. A proposição foi do senador Paulo Paim. “E que começou a valer no ano seguinte para a seleção de alunos das universidades federais, de forma escalonada. O estudo mostra, contudo, que houve significativo aumento desses estudantes também por vagas de amplo acesso, ou seja, que não são destinadas a cotistas.

O levantamento mostra que, em 2009, 124.386 alunos pretos e pardos entraram nas universidades em vagas para não cotistas, o que representou 92% dos matriculados naquele ano.

Ainda que o número de pretos e pardos que acessam o ensino superior com cotas tenha aumentado ao longo dos anos, eles ainda não são maioria. Dos 515.699 universitários que se autodeclaram pretos e pardos, 241 mil entraram pelas cotas, 46,8% do total. Ou seja, a maioria ainda chega às federais sem cotas.

“As cotas mudaram a cara do nosso ensino superior. Não fosse a reserva de vagas, nós não teríamos tantos jovens pretos e pardos estudando nas universidades federais. O aumento de alunos pretos e pardos não cotistas mostra também o efeito colateral dessa política. Ela mostrou que eles pertenciam àquele lugar”, diz Maria Angélica Minhoto, uma das responsáveis pelo estudo.

Apesar do aumento, os pesquisadores destacam que o percentual de pretos e pardos ainda é baixo frente à dimensão da população negra no País. O último censo do IBGE mostrou que 55,5% da população se autodeclara preta ou parda - e apenas os pardos são 92,1 milhões de habitantes, 45,3% de todos os brasileiros.

“Houve um aumento expressivo, mas ainda não alcançamos o ideal. Principalmente a população preta ainda tem ocupado os bancos das universidades abaixo do que representam na sociedade brasileira”, afirma Minhoto.

Para ela, é preciso melhorar a comunicação com os jovens que estão no ensino médio, já que muitas das vagas destinadas às cotas, tanto as reservadas para egressos da escola pública como as raciais, ainda ficam ociosas e acabam sendo destinadas para a ampla concorrência.

“Em muitas universidades e cursos, as vagas para cotas acabam sobrando. Isso mostra que os jovens que estão na escola ainda não sabem que o ensino superior pode ser para eles, seja porque eles não receberam orientação, seja por não acreditarem que podem ser aprovados. Também há aqueles que desistem da graduação por não terem condições financeiras”, diz a especialista.

Por isso os estudiosos ressaltam que a maior presença de pretos e pardos nas universidades depende também de políticas de permanência estudantil. “Mas essa política não pode ser apenas depois que eles entram, precisa ser garantida antes.”

O programa Pé de Meia”, lançado neste ano pelo presidente Lula, do PT, é uma das ações que podem ajudar a incentivar mais jovens da escola pública e de famílias vulneráveis a entrar no ensino superior.

O programa prevê uma bolsa mensal de 200 reais para que alunos do ensino médio não abandonem a escola, além de uma poupança com depósitos anuais de 1.000 reais e tais valores só podem ser sacados ao fim do ensino médio.

Caso o aluno participe do Enem, Exame Nacional do Ensino Médio, ainda há mais um pagamento, de 200 reais. O objetivo do governo é, além de manter os jovens na escola, incentivar que participem do exame, principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil.

Portanto, esse programa “Pé de Meia” é um dos principais utilizados pelo governo do presidente Lula para assegurar maior igualdade de direitos entre todas as pessoas, não importa a sua origem, raça, sexo, idade, condição civil ou mesmo socioeconômica.

Faço agora uma reflexão para os jovens que hoje vêm nos visitar na Assembleia Legislativa e que estão certamente preocupados com como assegurar direitos iguais para todas as pessoas em nosso País, como assegurar que possamos realizar o sonho de pessoas como Martin Luther King no seu tão belo discurso: I Have a Dream, Eu Tenho um Sonho, quando ele diz que tem o sonho de que um dia nos morros vermelhos da Geórgia os filhos de ex-escravos e os filhos de ex-donos de escravos serão capazes de se sentar juntos na mesa da fraternidade.

Que instrumentos temos para isso, ainda mais depois de termos passado por mais de três séculos de escravidão? Ainda não foram tomadas todas as medidas que poderiam fazer com que houvesse maior igualdade de direitos.

Dentre essas medidas, está a realização daquilo que já foi aprovado como lei pelo Congresso Nacional: o direito de toda e qualquer pessoa, não importa a sua origem, raça, sexo, idade, condição civil ou mesmo socioeconômica de participarmos todos da riqueza comum de nossa Nação.

Quero dizer a vocês, jovens que estão presentes, que se quiserem fazer uma visita ao meu gabinete após esta sessão, para que eu lhes dê mais elementos a respeito disso, vocês serão bem-vindas e bem-vindos. Eu posso lhes dizer, nesse tempo que me falta, sobre como é que surge uma proposição desse tipo.

Surge e cada vez é mais forte, em quase todos os países do mundo, as experiências que estão se realizando, por exemplo, nos Estados Unidos da América, em mais de cem cidades estão se realizando experiências de garantia da renda básica como um direito à cidadania.

Na cidade de Maricá, na costa do Rio de Janeiro, também se está realizando uma experiência que envolve já hoje 93 mil habitantes, cerca de metade da população daquela cidade, que passou a receber, desde novembro último, 230 mumbucas, ou reais, por mês. “Mumbuca” é o nome da moeda social lá instituída pelo então prefeito Washington Quaquá, que hoje é deputado federal e é candidato novamente a prefeito de Maricá.

Se quiserem saber mais a respeito desse tema, eu os convido para um encontro agora no meu gabinete, que é na sala nº 6, do andar “M”, dois abaixo de onde vocês estão aí saírem por aquela porta.

Um grande abraço e parabéns a vocês por estarem hoje aqui acompanhando os trabalhos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Vocês têm cerca de 15 minutos para a visita ao meu gabinete.

Um abraço e um beijo a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Obrigado, senador, sempre senador, deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Havendo concordância das lideranças, proponho a suspensão da sessão, Sr. Presidente, até que voltemos daqui a pouco.

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Muito obrigado, deputado. É regimental o acordo de lideranças. Suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 15 horas e 44 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

* * *

 

- NR - A Ordem do Dia para a 20ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 15/05/2024.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ordem do Dia. Há sobre a mesa requerimento de urgência do Projeto de lei nº 1220, de 2023, de autoria do deputado Gerson Pessoa.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há também sobre a mesa requerimento de urgência do Projeto de lei nº 45, de 2022, de autoria do deputado Caio França.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há também sobre a mesa requerimento do nobre deputado Carlão Pignatari, com número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de participar do lançamento da Frente Parlamentar Mista em Apoio aos Consórcios Públicos, a realizar-se no dia 21 de maio do corrente ano, em Brasília, a ser custeado via verba de gabinete parlamentar. 

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)  Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa requerimento da nobre deputada Dani Alonso, com número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de participar da audiência pública para debater o Projeto de lei nº 6005, de 2023, na Câmara dos Deputados, que dispõe sobre a regulação da comercialização de materiais de construção e a proteção do comércio varejista, a realizar-se no dia 23 de maio do corrente ano, em Brasília, a ser custeado via verba de gabinete parlamentar.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Último requerimento que há sobre a mesa é do nobre deputado Paulo Correa Jr, com número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de participar  da 12ª Feibanana, a realizar-se no período de 14 a 16 de maio do corrente ano, na cidade de Pariquera-Açu, no Vale do Ribeira, a ser custeado via verba de gabinete parlamentar.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Então, Sr. Presidente, é que tem um pessoal que acompanhou hoje pela manhã e não estão deixando entrar. Então, gostaria que V. Exa. liberasse a entrada deles aqui na galeria.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Vamos falar com a nossa chefia de gabinete para verificar a situação, professora.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Havendo o acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantado os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a finalidade de apreciar a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 16 horas e 33 minutos.

 

* * *