16 DE MAIO DE 2024

66ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, SIMÃO PEDRO, REIS e GUILHERME CORTEZ

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - SIMÃO PEDRO

Assume a Presidência.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - REIS

Assume a Presidência. Cumprimenta os alunos da Escola Municipal Professor Jorge Americano, presentes nas galerias.

        

6 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência. Endossa o pronunciamento do deputado Guilherme Cortez.

        

10 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - GUILHERME CORTEZ

Assume a Presidência.

        

12 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

14 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - GUILHERME CORTEZ

Assume a Presidência.

        

GRANDE EXPEDIENTE

16 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

17 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

18 - CONTE LOPES

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

19 - CONTE LOPES

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

20 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 17/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h21min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos.

Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rogério Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Felipe Franco. (Pausa.) Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Com a palavra o deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Com a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.)

Com a palavra a deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ana Perugini. (Pausa.) Com a palavra a deputada Monica Seixas. (Pausa.)

Com a palavra a deputada Solange Freitas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Donato. (Pausa.) Com a palavra o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra a deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rui Alves. (Pausa.) Com a palavra o deputado Enio Tatto.

E com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT – Quero cumprimentar o presidente, deputado Carlos Giannazi, o deputado Simão Pedro, o deputado Suplicy, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Penal, todos os funcionários desta Casa, o público presente e todos que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.

Presidente Carlos Giannazi, realmente o que V.Exa. falou é verdade: nós temos vários assuntos para tratar, assuntos para falar aqui no Pequeno Expediente, no Grande Expediente.

Eu quero começar falando sobre as notícias falsas, as fake news, porque nós derrotamos o bolsonarismo, desculpa, derrotamos o Bolsonaro. Mas o bolsonarismo está aí espalhando fake news para todos os lados. Ele vive disso. Ontem nós tivemos, inclusive, um embate com um deputado bolsonarista, porque eles espalham mentiras, ficam espalhando mentiras.

Nós temos que entender que tem que prevalecer a verdade real. Aqui tem uma matéria na mídia que diz o seguinte: “Pablo Marçal e Eduardo Bolsonaro: estudo lista maiores propagadores de desinformação sobre a tragédia do Rio Grande do Sul. A forte onda de fake news negacionista do desastre que tomou conta das redes sociais é multiplataforma e estratégica, mostra NetLab.

Um estudo realizado pelo laboratório de pesquisa da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO - UFRJ), o NetLab, identificou os maiores propagadores de desinformação da tragédia climática que ainda acomete o Rio Grande do Sul. Nos últimos dias, uma forte onda de notícias falsas e negacionistas acerca das doações, das iniciativas do governo federal e da crise climática circularam pelas redes sociais.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Simão Pedro.

 

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Muitas dessas fake news atacavam diretamente o governo federal. O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta (PT-RS) chegou a expressar sua indignação com a situação. ‘É difícil de entender que em um momento de tamanha fragilidade, pessoas se escondam em suas telas produzindo conteúdos que sabem ser mentirosos para que tenham algum tipo de ganho político ou econômico’, disse ele, no último domingo (12).

O NetLab traçou uma análise do dia 27 de abril, quando começaram as chuvas intensas e alagamentos no estado, ao dia 10 de maio. Mapeou as principais informações falsas, além dos principais influenciadores, políticos, plataformas e narrativas compartilhadas pelos usuários.

Nesse estudo, o grupo de pesquisa observou que o influenciador digital e ex-pré-candidato à Presidência em 2022, pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS), Pablo Marçal e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) estavam entre os maiores disseminadores da desinformação”.

Todas as informações falsas foram propagadas pela extrema-direita. Eles não têm o que fazer, é uma vagabundagem pura. Não têm o que fazer, ficam o tempo todo produzindo notícias falsas. Isso é um absurdo. Como é que o País sobrevive com um negócio desse?

“Marçal, que oferece cursos de desenvolvimento pessoal e é proprietário do ‘La Casa Digital’, que ele define como ‘o maior reality show sobre marketing digital’, causou confusão nas redes sociais ao disseminar desinformação sobre as enchentes, acusando a Polícia Rodoviária Federal de impedir que as doações chegassem às vítimas”.

Nós tivemos deputados aqui do partido do governo debatendo essas notícias falsas. Até porque se a gente for analisar, boa parte da Polícia Rodoviária Federal é bolsonarista, são aqueles que estavam impedindo o povo de votar no dia da eleição, no segundo turno, não sei se V. Exas se lembram disso.

“Assim como Marçal, o filho 03 do ex-presidente afirmou que o governo federal impediu a entrada de caminhões com doações ao RS. Apesar da refutação dessa notícia, o deputado insistiu que a esquerda e a Globo estavam disseminando notícias falsas ao tentar ‘ocultar a realidade’ do bloqueio de doações.

Eduardo também atacou Lula e disse que ele ‘demorou’ para autorizar o envio da Força Nacional ao Rio Grande do Sul. Além disso, repreendeu o presidente por visitar Santa Maria antes de Porto Alegre. No entanto, no dia da visita (2), Santa Maria era a cidade mais afetada do estado”.

Entre as narrativas falsas da extrema-direita “mais compartilhadas e convincentes, estavam ‘Lula não está comprometido com as vítimas das enchentes’, ‘Marina insiste em culpar Bolsonaro por tragédia’, ‘Starlink é a única internet que está ajudando nos resgates’, ‘Show da Madonna recebeu recursos que deveriam ir para o Rio Grande do Sul’”. Tudo mentira. ‘Governo está impedindo que doações cheguem às vítimas’, ‘As chuvas são um castigo de Deus’, ‘A tragédia foi planejada por globalistas’ e ‘Figuras de direita estão ajudando mais que o governo’, apontou o estudo”. Essas são as várias notícias falsas que eles disseminaram.

“Os maiores propagadores de desinformação, segundo o NetLab”. Para terminar, Sr. Presidente, mais alguns segundos: Pablo Marçal, eu tenho que dar nome aos bois.  Peço licença para V. Exa., peço licença para o deputado Suplicy, peço licença para o deputado Carlos Giannazi, para que eu possa dar nome aos bois. É importante que o povo saiba desses que não têm o que fazer, que ficam propagando notícias falsas.

 Pablo Marçal, influenciador digital; Eduardo Bolsonaro, deputado federal, PL-SP; Cleitinho Azevedo, senador, Republicanos-MG; Michele Dias Abreu, influenciadora digital cristã; Leandro Ruschel, empreendedor e influenciador de direita; Victor Sorrentino, médico e influenciador.

“Meta ganhou com anúncios falsos sobre tragédia do Rio Grande do Sul. A equipe ainda identificou 381 anúncios enganosos e 51 anúncios contendo desinformações sobre o assunto em questão, circulando nas plataformas da Meta.

Anúncios que promovem produtos ou informações enganosas, com a intenção de gerar lucro”, ou seja, anúncios fraudulentos, “também foram identificados. Todos impulsionados e que incluíam informações sobre campanhas de doações falsas com links que imitam o popular site ‘vakinha.com.br’.

O maior número de links dos anúncios fraudulentos redirecionava para o site ‘vakinha’, no entanto, alguns desses links são modificados para que se passem pelo site, seja com a URL semelhante e/ou com layouts parecidos.

O anúncio da página ‘Ajude o Sul’ pede doação por meio do link ‘www-vakinha.com/oficial/ajude-o-rs’, que modifica a URL e pode induzir o usuário ao erro. A página foi criada em maio de 2024 e tem o logo da ‘vakinha’ em sua foto de perfil. Analisaram os pesquisadores, sobre os sites falsos de arrecadação, em relatório”.

Então, o povo do Rio Grande passando todas essas dificuldades, o governo federal fazendo o possível e o impossível para dar resposta, para ajudar o povo do Rio Grande do Sul e aqueles vagabundos que não têm o que fazer ficam propagando fake news, ficam propagando notícias falsas.

Isso é um absurdo e nós não podemos aceitar isso de forma alguma. Nós temos que denunciar.

Temos que vir aqui denunciar esses que não têm o que fazer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Parabéns, deputado Reis. Queria dar sequência aqui à lista dos oradores. Thainara Faria. (Pausa.) Paulo Fiorilo. (Pausa.) Dani Alonso. (Pausa.) Rafael Silva. (Pausa.) Major Mecca. (Pausa.) Alex Madureira. (Pausa.) Sebastião Santos. (Pausa.) Carla Morando. (Pausa.) Teonilio Barba. (Pausa.) Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Simão Pedro, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia.

Sr. Presidente, hoje pela manhã, nós tivemos uma manifestação de alunos das escolas estaduais da região de Parelheiros, Grajaú, Capela do Socorro, da Diretoria Sul 3, de escolas que estão tendo que reduzir salas de aula, estão sendo obrigadas, na verdade, a reduzir o número de salas, em vários turnos.

Já feita essa denúncia aqui, não só em relação a essas escolas da Diretoria Sul 3, que são mais de 20 escolas nessa situação, mas o que está acontecendo na Sul 3 está ocorrendo em todo o estado de São Paulo, no interior paulista, na Grande São Paulo, na Baixada Santista e aqui também, na Capital.

Então, os alunos se manifestaram hoje, fizeram uma manifestação importante na frente da Diretoria Sul 3. Aqui tem as fotos dos alunos se manifestando para que as salas não sejam fechadas.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O governo está realizando um dos maiores ataques à rede estadual de todos os tempos, fechando salas de aulas, utilizando, inclusive, uma resolução de 2016 dos tucanos, do Tucanistão. Refiro-me aqui à Resolução nº 2, de 2016. E esta resolução está sendo utilizada para fechar salas em todo o estado de São Paulo.

Nós já acionamos, eu acionei, o Ministério Público, o Tribunal de Contas, contra essa resolução. Tenho um PDL aqui, tramitando na Assembleia Legislativa, para revogar, para anular essa resolução e essa tentativa do governo, já em curso, na verdade, de fechar salas. Então, aqui são as salas... São os alunos da Diretoria Sul 3, repito, isso está acontecendo em todo o estado de São Paulo.

Esse é o projeto do governo, reduzir o número de alunos na rede estadual. Não é à toa que ele está municipalizando 50 escolas aqui na cidade de São Paulo, que nunca houve municipalização na Capital, pela primeira vez há uma municipalização, inclusive clandestina, envergonhada, por parte da Prefeitura e por parte do Estado, sem que haja discussão com as respectivas comunidades escolares.

E, ao mesmo tempo, Sr. Presidente, que nós estamos assistindo o fechamento de salas, eu já denunciei, também quero reafirmar, que o governo publicou, agora no dia dez de maio, uma portaria, que está mudando a organização das escolas no programa de ensino integral, na prática, para o ano que vem, o governo vai tentar extinguir a escola PEI de sete horas.

É isso que o governo faz através dessa portaria, dizendo que as escolas devem, prioritariamente, ter o turno de nove horas. Então, ele vai fazer gestões para que as escolas aprovem isso nos seus conselhos escolares... Conselhos de escola, mas eu já estou recebendo notícias, Sr. Presidente, de que eles já estão manobrando os conselhos.

As diretoras, os diretores estão sendo obrigados a convencer as escolas a acabar com esse turno de sete horas. O que vai acontecer caso isso, de fato, ocorra - e nós vamos lutar para que não ocorra, nós vamos judicializar essa questão -, Sr. Presidente? Nós vamos ter um número muito maior de alunos não atendidos pela rede estadual, porque é simples, não precisa ser matemático aqui.

Se uma escola PEI de dois turnos de sete horas atende mil alunos, a partir do momento que ela vira uma escola de um turno de nove horas, ela só vai atender metade desses alunos, 500 alunos.

Os outros 500 alunos terão as suas matrículas efetivadas em outras escolas, muitas vezes distantes das suas residências, das suas casas, agredindo a LDB, agredindo o Estatuto da Criança e do Adolescente, que obriga a matrícula a ser perto da casa da residência do aluno.

E, sobretudo, superlotando essas outras salas. Então, é um atentado criminoso que o governo colocou em curso hoje na rede estadual de ensino. São tantos ataques, Sr. Presidente, que estávamos conversando agora há pouco... Estava conversando com o deputado Simão Pedro, que nós não temos tempos de respirar, porque todo dia tem um novo ataque contra a Educação do estado de São Paulo.

Então, nós estamos pedindo a revogação dessa nefasta portaria, que vai aumentar a exclusão de alunos, de professores também, porque vai diminuir o número de cargos para os professores. Haverá mais desemprego na rede estadual.

E tudo isso, Sr. Presidente, para o governo justificar a redução do orçamento da Educação, para justificar a PEC nº 9, que está na Comissão de Constituição e Justiça, que reduz o orçamento da Educação de 30% para 25%, ou seja, mais um crime desse governo contra a Educação.

Isso retira, na prática, aproximadamente dez bilhões, não milhões, mas bilhões por ano da escola pública estadual. Isso que está em curso, Sr. Presidente. Então, todo o nosso apoio à luta dos alunos, dos professores, dos pais de alunos, que estão em luta hoje contra o fechamento de salas.

E esse movimento tem que crescer de tal forma como aconteceu aqui em São Paulo, Sr. Presidente, alguns anos atrás, quando o governo estadual tentou fechar escolas do ensino médio. Houve uma grande mobilização desses alunos do ensino médio que ocuparam as escolas estaduais, e o governo foi obrigado a recuar e ainda teve que demitir o secretário da Educação.

Tenho certeza de que a movimentação começa forte com os nossos alunos, agora, sobretudo, da zona sul, da Capela do Socorro, do Grajaú e de Parelheiros. Todo o nosso apoio a esses alunos que estão em luta pelo direito à Educação e contra a superlotação de salas e contra o fechamento de salas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Eu quero continuar aqui chamando os oradores para falar. O próximo orador é o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputado Simão Pedro.

Enquanto o deputado Simão Pedro se encaminha para a tribuna, eu quero anunciar a presença aqui dos alunos da Escola Municipal Professor Jorge Americano, que é a escola onde eu também estudei, há muitos anos, deputado Simão Pedro, deputado Suplicy.

Então, todos os alunos da Escola Municipal Professor Jorge Americano, todos os professores, os educadores, sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Muito obrigado. (Palmas.)

Passo a palavra para o deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, deputado Reis, deputado Suplicy, deputado Carlos Giannazi, alunos da escola que nos visitam hoje; bem-vindos. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, funcionários.

Sr. Presidente, eu li hoje que o nosso governador do estado de São Paulo está nos Estados Unidos vendendo o estado de São Paulo. Ele está buscando investidores para participar dos leilões de privatização, de concessão, de terceirização dos bens públicos, das empresas públicas que esse governo só pensa em vender.

Já recebeu autorização para vender a Sabesp, já pôs à venda a Emae, pretende privatizar o Metrô, pretende privatizar a CPTM. Pretende privatizar a CPTM, mas já fazendo a privatização da Linha 7, que liga São Paulo a Jundiaí.

Ou seja, é um governador que, como se diz, quando você não sabe governar, não tem compromisso com o povo, você só fala em vender, privatizar, se livrar, ao invés de buscar incrementar a gestão, cobrar resultado, melhorar a prestação do serviço, que é sempre natural que um governo progressista, um governo comprometido com o povo faça.

E ele inventou agora de privatizar, conceder a rodovia Raposo Tavares, que liga a cidade de São Paulo a Cotia; esse trecho, basicamente, ali do bairro do Butantã à cidade de Cotia, passando pelo Jardim Bonfiglioli, Jardim d'Abril, Jardim Raposo Tavares e outros.

Qual é o problema, deputado Reis? Esse trecho, hoje, é completamente urbanizado; é uma grande avenida. Meus pais chegaram a morar ali no Jardim Bonfiglioli, em 1979.

Desde aquela época, já era uma grande avenida, com intenso trânsito, onde os trabalhadores daqueles bairros ali, do lado esquerdo, próximo do Morumbi, deslocam-se para o centro, para Pinheiros, para o Morumbi, para trabalhar. Outros se deslocam para vir estudar e tal.

Imagine o senhor a privatização daquele trecho, onde se pretende colocar duas vias expressas e duas laterais, com pedágios. Vai prejudicar mais ainda a população de Cotia.

Grande parte ali de Cotia vem trabalhar em São Paulo também, usa aquela cidade como uma cidade dormitório. Então não tem o menor cabimento. Ali você tinha que urbanizar, criar corredor de ônibus, como já se prometeu tantas vezes, nunca se fez, né.

Mas o compromisso desse governo é fazer negócio, é tratar a política pública como um grande negócio para os amigos. E agora, buscando investidores no estrangeiro para fazer negócio aqui, ficar administrando e tendo lucros em cima da nossa população, que já sofre com tarifas altas, com salários baixos e com tantos problemas e males.

Então, queria registrar aqui o meu repúdio a essa atitude do governador, que, ao invés de vir cuidar aqui do estado de São Paulo, onde a população já está sofrendo com a seca, já está sofrendo com o desabastecimento; a população já sofre com tantos problemas, e ele só se preocupando em vender o estado lá fora.

Mais uma viagem. Porque ele já foi para a Arábia, já foi para Israel, já foi para a Inglaterra. E agora está lá nos Estados Unidos vendendo as empresas, os serviços, os bens públicos do estado de São Paulo.

Nosso repúdio a essa atitude. Vamos voltar a conversar e vamos continuar fazendo oposição a esse tipo de governo que não tem compromisso com o bem público, com a melhoria da qualidade de vida do povo e só com negócios, facilitando negócios para os grandes empresários que só pensam em ter lucro em cima de políticas públicas que vão se enfraquecendo, se encarecendo e acabando.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Simão Pedro.

Passo a chamar, para fazer uso da palavra, a lista dos oradores do Pequeno Expediente. Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.)

Entrando na lista suplementar, chamo para fazer uso da palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Eduardo Matarazzo Suplicy.

Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Reis, quero aqui assinalar que foi aprovado o relatório de análise do impacto regulatório sobre a cannabis. O documento apresenta uma avaliação dos impactos da regulamentação atual da Anvisa e indica caminhos de melhoria.

“A Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou, nesta quarta-feira, dia 15 de maio, o Relatório de Análise de Impacto Regulatório sobre os produtos de cannabis.  O relatório é uma avaliação extensa sobre o cenário regulatório da cannabis para fins medicinais no Brasil. 

Esta avaliação já estava prevista desde 2019 e teve por objetivo discutir a manutenção, o aprimoramento ou a extinção da regra atual, a Resolução da Diretoria Colegiada nº 327, de 9 de dezembro de 2019. Além de contextualizar e analisar o programa regulatório e a participação social, o documento avalia os possíveis impactos das ações regulatórias identificadas para o alcance do objetivo pretendido.  

O texto do relatório apoia a manutenção da estratégia de autorização dos produtos de cannabis e indica melhorias que podem ser feitas na atual regulamentação. Os três principais pontos indicados pelo relatório dentro da área de competência da Anvisa são:

- desenvolver ações, dentro do escopo de atuação da Anvisa, visando à ampliação do acesso aos produtos medicinais obtidos a partir da cannabis sativa em termos de custo, qualidade e disponibilidade;

- desenvolver ações, dentro do escopo de atuação da Anvisa, visando à facilitação das atividades de pesquisa científica, englobando desenvolvimento de produto acabado, forma farmacêutica, desenvolvimento analítico, pesquisa pré-clínica, clínica, entre outras pesquisas sobre a espécie cannabis sativa. 

- promover ações de divulgação científica para esclarecimento da população, principalmente dos atores envolvidos, acerca das evidências existentes para embasamento do uso racional da cannabis para fins medicinais e dos riscos associados. 

Na sua manifestação, a diretora-relatora Meiruze Freitas” - com quem me reuni em Brasília no último dia 11 de setembro - “abordou, entres outros pontos, o cenário nacional e internacional da cannabis, o fornecimento de produtos da cannabis pelo Sistema Único de Saúde, os aspectos sobre preço, a necessidade de pesquisas e as dificuldades ainda existentes para registrar esses produtos como medicamento. 

‘A Avaliação de Impacto Regulatório apreciado confirma a importância da atual regulamentação para acesso e desenvolvimento de produtos da cannabis, mas ainda há muito a avançar para apoiar a fabricação nacional e o acesso a estes produtos.

É preciso ainda maior robustez das informações, especialmente com dados clínicos ou evidências de vida real, de forma a permitir a sua migração para a categoria de medicamento’, declarou a diretora Meiruze Freitas.

O relatório de Análise de Impacto Regulatório envolveu diversas áreas da Anvisa que têm interface com a regulação do tema, especialmente a Gerência de Medicamentos Específicos, Notificados, Fitoterápicos, Dinamizados e Gases Medicinais e a Gerência Geral de Medicamentos.

O trabalho teve ainda o apoio das áreas de produtos controlados, de laboratórios, de inspeção de medicamentos, de portos e aeroportos, de farmacovigilância e da assessoria de regulação. 

O relatório é uma etapa de análise de um problema regulatório e das alternativas regulatórias, mas nesta etapa ainda não há uma proposta objetiva de alterações na regulamentação. As próximas etapas serão conduzidas pelo diretor Romison Motta, sorteado para ser o relator do processo de revisão da RDC 327, de 2019.”

Quero informar, Sr. Presidente, que irei agora a Araraquara, amanhã para Franca. Inclusive, em Franca, vou participar da inauguração de nova instalação da Associação Terapêutica Flor da Vida, que acontecerá nesse sábado.

Quero também informar que, infelizmente, não poderei estar presente na cerimônia de premiação de diversas pessoas e especialmente em homenagem à Theodosina Rosário Ribeiro, que foi minha colega deputada estadual, primeira deputada estadual negra aqui. Foi minha colega no período de 1979 a 1982, nesta Assembleia Legislativa.

Parabéns a nossa querida deputada Leci Brandão. Esta sexta-feira que homenageia não apenas Theodosina Ribeiro com a sua medalha, mas homenageia Carolina de Jesus.

Serão homenageadas as seguintes mulheres: Matilde Ribeiro, Tereza Cabral, Laura de Jesus Braga, Márcia de Souza Tobias, Elaine Sabino Nascimento, Ana Koteban, Ìyálorisa Omilade, Luneia Ferreira Santos, (Inaudível.) Paula Batista Chaves de Lira, Natalícia de Paula, Vera Eunice de Jesus Lima, Solange Cruz (Inaudível.) e Flávia Oliveira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Suplicy. Chamo para fazer uso da palavra o deputado Guilherme Cortez. (Vozes fora do microfone.) Até mais, tchau.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, presidente, aos estudantes que estão indo embora, a todos os servidores desta Casa e ao público que nos acompanha através da Rede Alesp. Presidente, preciso vir nesta tribuna para falar de uma data muito importante, mas uma data que não é comemorativa, porque a gente não tem nada para comemorar.

Amanhã, dia 17 de maio, é o Dia Internacional de Combate à LGBTfobia. A LGBTfobia, para quem não sabe, são as diversas formas de violência praticadas contra pessoas por conta da sua orientação sexual e da sua identidade de gênero.

Muita gente fala: “Mas o Brasil não é um país LGBTfóbico, o Brasil é um país violento e é violento com todo mundo.” Quando nós falamos da LGBTfobia, a gente está falando de um crime que é endereçado e que é motivado em razão da identidade da pessoa.

Uma pessoa que é agredida, que é assassinada, que é estuprada, que sofre com algum tipo de violência por ela ser quem ela é, por ela estar acompanhada de quem ela está, por ela estar usando a roupa que uma outra pessoa não acha que ela deveria usar ou por ela exigir ser chamada pelo seu nome e a outra pessoa discordar disso.

Eu canso de vir nesta tribuna e repetir: o Brasil é o país que mais mata pessoas por conta da sua orientação sexual e da sua identidade de gênero. Além de um dado muito preocupante, eu não sei se todo mundo tem a oportunidade de refletir sobre essa informação. Infelizmente, nós ainda temos dezenas de países no mundo, onde ser lésbica, gay, bissexual, travesti ou transexual é apenado como crime.

Em alguns países, ser LGBT é apenado com a pena de morte no Brasil se mata mais pessoas por conta da sua diversidade sexual e de gênero do que em países onde ser LGBT é crime, em países onde ser LGBT te leva a pena de morte oficial,  o que me leva a concluir que no Brasil nós temos uma pena de morte para a população LGBT.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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Ela não é institucionalizada, mas ela acontece na prática e ela também acontece não por uma lei do Estado, mas justamente pelo que o Estado, pelo que o Poder Público deixa de fazer. E na semana em que a gente chega a mais um Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, a gente recebe um estudo do Instituto Pólis que indica que a cidade de São Paulo de 2015 em relação ao ano passado viu um aumento de 970% nos casos de violência LGBTfóbicas.

Portanto, a gente não tem nada a comemorar nesse dia 17 de maio. Eu queria que a gente não precisasse ter um dia para nos lembrar de que a LGBTfobia existe e que por ela existir a gente precisa combater e é responsabilidade do Poder Público fazer isso. Mas, infelizmente, a gente precisa não só de um dia.

A gente precisa que a realidade da população LGBT seja compreendida e ela deveria sensibilizar, deputado Carlos Giannazi, não só a nós deputados que somos LGBTs que temos muito orgulho de hoje ocupar um espaço de representação parlamentar.

Essa deveria ser uma responsabilidade de todos os deputados desta Casa, de todas as autoridades do governo estadual, do governo federal, porque a população LGBT também faz parte da nossa sociedade, também paga os seus impostos e também tem direito a ser respeitada, a ter acesso às políticas públicas, a ser protegida pelo Estado e hoje, infelizmente, isso não é uma realidade.

Dentro desses casos de violências brutais, muitos com requinte de crueldade, bárbaros, praticados para você exterminar a existência, para você manifestar todo o seu ódio em relação à identidade daquela pessoa, para que essa violência não seja só dirigida contra aquela, mas todas aquelas que assim como ela divergem da sexualidade, da identidade de gênero imposta como padrão na nossa sociedade desde que a gente nasce.

Muitas dessas ocorrências poderiam ser evitadas se o Poder Público agisse para proteger a população LGBT. Se a gente tivesse uma política pública de segurança pública séria voltada a combater o crime de ódio e esses crimes que acontecem em razão da violência, da discriminação. Eu espero, presidente, que um dia a gente não precise mais ter esse dia no calendário.

Esse dia vai chegar no dia em que a LGBTfobia for erradicada e a gente vai poder parar de vir em cima desta tribuna, porque é muito cansativo vir aqui e repetir casos de violência e pensar que poderiam ser pessoas como eu ou como as outras deputadas LGBTs nesta Casa que podiam estar estampando a manchete de um jornal; ou tantos amigos conhecidos que nós temos e que nós recebemos denúncias de violência de pessoas que são expulsas das suas casas, que não conseguem concluir os seus estudos, que são alijadas do mercado de trabalho formal porque sequer conseguem acessar uma universidade e às vezes não conseguem nem ser respeitadas na rede de saúde ou dentro de uma delegacia.

Essa é uma realidade que precisa mudar e quando eu falo, presidente, que a Assembleia Legislativa devia chamar para si a responsabilidade sobre essa realidade, os deputados se comovem. Se comovem mais com essa cobrança do que se comovem com o fato de que a violência contra a população LGBT aumentou quase mil por cento nesse intervalo de tempo.

Daí os deputados vêm aqui e falam: “Mas o deputado Guilherme Cortez está falando que todos os deputados são homofóbicos, são isso, são aquilo”. E eu acho que os deputados deveriam pensar quantas leis eles já votaram, quantas leis eles já propuseram, quantas leis eles já aprovaram nesta Casa para mudar a realidade da população LGBT, para que a gente não precise mais ter uma realidade marcada por tanta violência.

Para que a gente pudesse estar aqui não falando que um setor da população precisa ter o acesso a direitos mínimos para poder viver em condições de dignidade, mas que pudesse estar pensando políticas públicas profundas para que essas pessoas possam viver bem.

E quando a gente fala esses números, presidente, a gente corre um risco de esquecer que por trás desses números nós estamos falando de pessoas. Pessoas que têm pais, que têm mães, que têm amigos, que eram pessoas queridas por outras pessoas e que de um momento ao outro deixaram de existir por conta do ódio de outras pessoas que não sabem conviver com a diversidade.

São pessoas como Júnior de Souza do Nascimento, Severino Bernardo da Silva, Lindolfo Comacci, que era militante do MST no Paraná, como o Vinícius, que foi assassinado com 29 facadas em 2023, em Belo Horizonte, como o Gabriel Henrique Furquim, Diego Vieira Machado, Rosinaldo Rodrigues, João Antônio Donati, Cleijomar Rodrigues Vasques, de 16 anos, pertencente à etnia Guarani-Kaiowá, que foi assassinado no Mato Grosso do Sul, Luana Barbosa dos Reis, que foi assassinada em Ribeirão Preto e que recentemente seus assassinos foram anistiados, Itaberli Lozano, Luiz Carlos Ruas, Dandara dos Santos, Renildo José dos Santos, Roger André Soares da Silva, Keron Ravach, de apenas 13 anos, presidente, Adamor Guedes, Marcos Cruz Santana, Davi Levezínio, Vinícius Bozzana da Fonseca, José Ednaldo Amâncio Salustiano.

Esses são só 21 nomes de uma quantidade absolutamente subnotificada de pessoas que todos os dias, que todas as semanas, no nosso País, perdem a vida por conta da violência, por conta da intolerância e por conta da inação do Poder Público e de pessoas que deveriam agir e não agem para proteger a nossa comunidade.

Mas enquanto estivermos neste espaço, não deixaremos que essas pessoas sejam esquecidas, nem que a morte delas tenha sido em vão. Mas vamos lutar para que mais ninguém seja vítima da violência e da intolerância.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Parabéns, deputado Cortez, pela sua intervenção, sua necessária e importante intervenção, fazendo essa denúncia gravíssima. O Brasil é um país homofóbico, transfóbico; o estado de São Paulo, mais ainda. Temos que combater esse crime. Crime, porque é crime já reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal. A Assembleia Legislativa está em falta, realmente, com essa luta.

Eu aprovei, deputado Cortez, em 2011, uma lei aqui, que foi muito difícil aprovar. É muito difícil aprovar uma lei com esse tema, mas eu aprovei um projeto de lei que foi sancionado depois, e se transformou na Lei nº 14.462, de 2011, que criou o Dia Estadual de Combate à Homofobia no Estado de São Paulo. Então parabéns pela sua intervenção.

Tem a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, quero continuar o debate falando sobre os feitos do governo federal no Rio Grande do Sul, porque como nós tivemos pessoas aqui da direita, da extrema direita, propagando notícias falsas, se a gente não entender mesmo, não investigar bem, acaba acreditando, porque eles falam como se fosse verdade.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Guilherme Cortez.

 

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Durante esse período de maio, todos os dias que eu puder vir aqui eu vou repetir o discurso, deputado Guilherme Cortez que assume a Presidência. Eu vou repetir o discurso. Todos os dias eu vou vir aqui e vou falar. O governo anuncia auxílio reconstrução de 5.100 reais para todas as famílias com residências afetadas por chuvas no Rio Grande do Sul.

A Defesa Civil vai ajudar a identificar beneficiários. O pagamento será feito pela Caixa, via pix. O investimento estimado é de 1,2 bilhão de reais. Então olhem aí, os que ficam propagando notícias falsas.

Gravem aí, fiquem me assistindo de seus gabinetes. Mais 5.100 reais via pix para quem teve as residências afetadas pelas chuvas. A Medida Provisória nº 1.219, de 2024, foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União”, com os critérios previstos para o estabelecimento do apoio financeiro às famílias dos municípios atingidos pelos eventos climáticos, e reconhecido pelo Poder Executivo federal.

Isso que é um governo. O governo Lula é um governo que se preocupa com as pessoas. Ele já foi lá pela terceira vez, enquanto, deputado Carlos Giannazi, quando aconteceram as enchentes lá na Bahia, no governo anterior, o presidente ia passear de jet ski. Ele falava: “Isso não é comigo, não”. Essa é a verdade. Mas o nosso presidente, não. O nosso presidente se preocupa com o povo.

“O que estamos fazendo aqui, espero que sirva de modelo de um outro padrão de relacionamento entre os entes federados”, ressaltou o presidente, sublinhando que o anúncio desta quarta pode se tornar ‘uma das maiores ações para responder a um desastre climático no Brasil’.

Lula destacou que ‘o problema de uma cidade não é um problema de uma outra cidade: é um problema do estado. O problema de uma cidade não é um problema do estado: é um problema do governo federal, é um problema da Nação’.

Como será? O apoio será concedido em parcela única, limitado a um por família, e será operacionalizado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional e pago pela Caixa Econômica Federal, por meio de conta poupança social digital.

Essa conta é de abertura automática em nome do beneficiário e também poderá ser utilizada outra conta em nome do beneficiário na mesma instituição financeira. Novas habitações: também foi anunciada uma estratégia para atender as famílias que tiveram casas destruídas nas áreas urbanas atingidas pelas enchentes. Será realizada a compra assistida de imóveis usados, busca de imóvel pelo beneficiário e/ou chamamento público de interessados em vender imóveis. A Caixa Econômica ficará responsável por fazer a avaliação do valor do imóvel.

O governo também prevê a aquisição de imóveis em processo de leilão da Caixa e do Banco do Brasil que estejam desocupados. No site do Ministério das Cidades, as prefeituras devem informar se precisarão de casas, a quantidade, a localidade e o que precisam para repor as casas perdidas nas enchentes.

Entre as medidas, está prevista a aquisição de imóveis de construtoras já em obras ou concluídos; aproveitamento de propostas inscritas e não selecionadas na seleção do “Minha Casa, Minha Vida”, em 2023. Para os casos que não foram contemplados nas anteriormente citadas, será realizada uma nova seleção do “Minha Casa, Minha Vida” para os municípios.

O Ministério Extraordinário:  na ocasião, também foi anunciada a criação do Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul”. O presidente criou um Ministério Extraordinário, deputado Guilherme Cortez, para apoiar a reconstrução, as ações do governo e para acompanhar os investimentos. Ele escolheu o deputado federal e ministro da República de Comunicação, Paulo Pimenta. E ontem vieram questionar por que ele escolheu Paulo Pimenta.

Ele escolheu Paulo Pimenta porque é o presidente da República. Ele escolhe quem ele quiser. O atual governador tem um monte de secretários que nem são de São Paulo, que vieram do Paraná, do Rio de Janeiro, de Brasília. Nem conhecem São Paulo, nem sabem o terreno onde estão pisando. Mas ele é o governador e nomeia quem ele quiser.

A gente pode até não concordar, e eu não concordo muito com esse estrangeirismo, essa lógica estrangeirista do governador. Eu não concordo. Mas ele é o governador e nomeia quem ele quiser. O Lula é o presidente da República, ele nomeia quem ele quiser.

Não tem cabimento vir questionar por que nomeou o Paulo Pimenta. Não dá para aceitar certos converseiros. Se nomeou um secretário de Gestão, fulano de tal que é do Rio de Janeiro, todo mundo aceitou. É do Rio de Janeiro.

Nomeou um secretário de Educação que é do Paraná, o dono da Multilaser, que V. Exa. denuncia o tempo todo e, mesmo com as denúncias, o governo ainda o mantém no cargo. Mas é um problema do governador, a caneta é dele, o tinteiro é dele. Se vale para o governador de São Paulo, vale para o presidente Lula. Se o governador nomeia quem ele quer, o presidente Lula nomeia quem ele quer.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputado Reis. Chamo agora para uso da tribuna o nobre deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem a tribuna pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Guilherme Cortez, deputado Reis, telespectador da TV Assembleia, hoje pela manhã houve a realização, na Câmara dos Deputados, na Comissão de Educação da Câmara, uma importante audiência pública sobre a questão do piso nacional do Magistério.

Uma audiência organizada, proposta, pela deputada federal Luciene Cavalcante, aqui de São Paulo, professora, supervisora de ensino da rede municipal. Foi da rede estadual também. Eu participei de forma online.

Eu queria abordar esse tema, Sr. Presidente, do piso nacional, porque, até agora, hoje é dia 16... já até denunciei hoje em nível nacional, o que está acontecendo aqui em São Paulo. Aproveitei essa audiência pública de Brasília e denunciei.

Hoje é dia 16 de maio, quinta-feira, e, até agora, o governador Tarcísio de Freitas não pagou o piso nacional do Magistério, não pagou o reajuste que foi dado em janeiro. O governador está fora da lei, violando a Lei nº 11.738, de 2008. Lei aprovada no Congresso, sancionada pela Presidência da República na época, em 2008, e confirmada pelo Supremo Tribunal Federal.

Então, o governo está prejudicando todo o Magistério estadual, e prejudicando, também, as professoras e professores aposentados e pensionistas, porque ele bloqueou o reajuste, não só esse reajuste, mas também o reajuste da data-base salarial.

Inclusive, eu já informei a todos e a todas que eu já acionei o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, porque o governador afronta duas leis, a lei da data-base salarial dos servidores e, também, a lei federal, a lei do piso nacional. Ele não está dando nem uma coisa, nem outra, com isso, ele prejudica todos os servidores da ativa e os aposentados e pensionistas, Sr. Presidente.

Mas, em relação ao piso, volto à questão do piso, tudo indica que o governador não está dando reajuste para o Magistério porque, na verdade, ele tenta se livrar dos professores através das plataformas digitais e através da inteligência artificial, como nós já debatemos e denunciamos em exaustão, tanto aqui na tribuna da Assembleia Legislativa como também em outros espaços.

O governo está comprando plataformas milionárias para a rede estadual. São várias plataformas que custam milhões de reais, a última que nós vimos agora pelo “Diário Oficial” custa 70 milhões de reais, uma única plataforma, que tem validade de apenas 18 meses, e elas estão acabando com a autonomia pedagógica dos nossos professores e professoras.

O professor não consegue mais dar aula, não consegue mais utilizar o livro didático. Ele ficou refém, ele é obrigado a trabalhar os conteúdos digitais com vários erros e com várias conotações ideológicas de extrema-direita, como nós denunciamos recentemente a utilização de canal do YouTube, daquele canal de extrema-direita, “Brasil Paralelo”, também teve a divulgação de um canal do YouTube aqui desse movimento do Brasil, que tem o seu representante na Assembleia, em vários lugares do nosso País.

Enfim, nós denunciamos já isso em exaustão. O fato é que as plataformas estão tomando conta da rede estadual, prejudicando a aprendizagem dos nossos alunos, toda a rede, dos professores, Sr. Presidente, porque custam milhões de reais para o orçamento da Educação.

Então, me parece que o governador não vai mais valorizar, do ponto de vista salarial mesmo, nunca valorizou, agora não vai valorizar mais, e ele vai canalizar o recurso da Educação para comprar mais plataformas e enriquecer as empresas que estão vendendo essas plataformas digitais que não servem para nada, na verdade, prejudicam a aprendizagem dos alunos.

Em vários países do mundo, estão retirando as plataformas, retirando esse sistema, sobretudo, até proibindo ou restringindo drasticamente a utilização de tablets, computadores e celulares nas escolas.

Em vários países já da Europa, em vários estados dos Estados Unidos, isso já vem acontecendo, porque não é possível mais, todos sabem que isso prejudica a aprendizagem.

A tecnologia é importante, mas é importante para complementar, suplementar, para ajudar a Educação. A tecnologia não pode ser o principal meio. Ela virou hoje um fim e não um meio, na verdade, da Educação estadual. A rede estadual hoje está toda organizada para beneficiar as plataformas e não os alunos e os professores, houve uma verdadeira inversão de valores, Sr. Presidente.

Então eu quero fazer esta denúncia. O governo está canalizando dinheiro público da Educação, da Seduc, não está pagando piso nacional do Magistério, não está dando a data-base do funcionalismo e está beneficiando essas empresas. Nós também já acionamos o Tribunal de Contas para que ele investigue todos os contratos sem licitação dessas empresas e dessas compras milionárias, porque é um absurdo, Sr. Presidente.

Nós queremos o fim dessas plataformas digitais. Nós exigimos o pagamento do piso nacional do Magistério aqui na rede estadual, com repercussão em toda a carreira e sem esse truque que o governo tem utilizado de pagar com abono complementar.

Tem que pagar no salário mesmo, repito, com repercussão em toda a carreira, estendendo aos aposentados e pensionistas do Magistério. Então nós vamos continuar denunciando e cobrando para que isso ocorra no nosso Estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputado Carlos Giannazi. Peço a gentileza de V. Exa. me substituir aqui na Presidência da sessão, para que eu possa também utilizar a tribuna.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, agora já na Lista Suplementar, com a palavra o deputado Guilherme Cortez, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado novamente, presidente. Presidente, quero, nesta tribuna, solidarizar-me com os servidores das universidades federais do nosso País. Os TAEs, servidores técnico- administrativos em Educação, desde o começo deste ano estão se mobilizando e atualmente estão em greve em uma série de universidades federais pela valorização da sua carreira.

O próprio presidente Lula, deputado Carlos Giannazi, a quem nós dois fizemos campanha para que se elegesse, sempre diz que o nosso papel é cobrar o governo, porque o governo está sob pressão de todos os lados.

Está sob pressão, no Congresso Nacional, do Arthur Lira, da direita, da extrema-direita. Também é papel do movimento social e do movimento sindical cobrar o governo para puxar a pauta do governo para o lado dos direitos dos servidores, do serviço público, da pauta da esquerda no nosso País.

Por isso é inadmissível, presidente, a gente ver uma situação em que o governo federal apresenta uma proposta de reajuste zero para as carreiras das universidades federais. Parece coisa do governo Bolsonaro quase.

Nós elegemos o presidente Lula justamente para que a gente pudesse valorizar a Educação no nosso País, para que a gente pudesse encerrar um governo que não tinha nenhum compromisso com a Educação pública.

Eu era estudante da Unesp em 2019, no primeiro ano do governo Bolsonaro, quando Bolsonaro colocou um ministro da Educação que dizia que universidade pública não tinha que ter investimento porque era espaço de balbúrdia.

Foi justamente para substituir essas pessoas que a gente elegeu um governo comprometido com os serviços públicos, com a valorização de servidores públicos, e elegeu um presidente que ele próprio tem toda a sua trajetória, sua formação política na luta, no movimento sindical, no movimento social.

Por isso, nada mais do que sensível e justo que o presidente Lula, que o governo federal receba os TAEs, os servidores técnico-administrativos das universidades federais, que estão em greve hoje, que receba a Fasubra, que é o sindicato da categoria. Que possa o governo federal, junto com o movimento sindical, chegar a uma proposta de valorização digna para esses servidores.

Como nós sempre repetimos desta tribuna, o serviço público é essencial, porque é o serviço público que garante o acesso da população aos seus direitos, mas esse serviço público não vai ser bem executado, da maneira como tem que ser executado, se os seus servidores, se os homens e as mulheres que são responsáveis pela prestação desses serviços não forem remunerados adequadamente e não tiverem condições dignas de trabalho.

Por isso, não é privilégio, não é nada mais do que um direito que esses servidores tenham um reajuste real dos seus salários, tenham um plano de carreira digno, tenham boas condições de trabalho, coisa que até agora o governo federal não conseguiu apresentar. É por isso que a categoria está se mobilizando, está em greve.

Aproveito este momento para me solidarizar com os servidores e também com o movimento estudantil, com toda a comunidade das universidades federais e fazer este apelo para que o governo federal possa chegar a uma proposta digna para a valorização da nossa Educação Superior.

Presidente, para concluir no tempo que me falta: nós estamos em discussão nesta Assembleia, terça-feira, nesta semana, teve a audiência pública sobre o nefasto projeto das escolas cívico-militares. Presidente, eu me filiei ao PSOL lá atrás inspirado na sua atuação, que há anos, nesta Assembleia, defende fervorosamente a bandeira da Educação pública no estado de São Paulo.

A Educação pública do estado de São Paulo sofreu muito nas mãos de 30 anos de governo do PSDB, que sempre contou com vossa oposição. Mas que nem esse governo do Tarcísio, é difícil a gente ter precedente. É o governo da verdadeira inversão de prioridades na Educação.

Veja só: por um lado, ele manda aqui para a Assembleia um projeto de emenda à Constituição para cortar o investimento obrigatório na rede estadual de ensino para 5% a menos do que o mínimo; por outro lado, ele substitui os professores curriculistas, que são aqueles responsáveis por organizar o material didático, pelo Chat GPT.

E o secretário de Educação, que é ele próprio dono e empresário de uma empresa de tecnologia e que não é nem um pouco suspeito que ele queira substituir todo o material, todo o trabalho dos professores, o material didático das nossas escolas por plataformas, por material digital...

Por um lado é um governo que propõe você cortar dez bilhões de reais da Educação, propõe você reduzir o investimento das universidades estaduais e depois ter que recuar, propõe uma armadilha para você diminuir o investimento na Fapesp, na pesquisa científica; por outro, apresenta como solução para você resolver o problema da Educação no estado de São Paulo abrir mais não sei quantas escolas cívico-militares sem uma proposta de aumentar o investimento para custear essas escolas.

 Detalhe: essas escolas vão dividir, vão disputar o mesmo orçamento da rede estadual regular, porque o governo propõe, mas não propõe aumentar o recurso para bancar essas escolas. Ele propõe para que essas escolas disputem o dinheiro da rede estadual.

Partindo de uma falsa premissa, presidente, de pessoas que não conhecem a realidade da rede estadual de professores, de diretores, como o senhor, de pessoas que estudaram na rede estadual de São Paulo, porque nem o governador é de São Paulo nem o secretário de Educação dele é de São Paulo para conhecer a realidade da Educação do nosso Estado.

O problema de Educação em São Paulo, presidente, não é a falta de militarismo, de disciplina. A disciplina não se aprende com imposição, com autoritarismo, com truculência: a disciplina se aprende com respeito entre os estudantes e os professores, quando eles se tratam como iguais e quando eles fazem do ato de estudar, de aprender na sala de aula, como dizia Paulo Freire, um ato de amor, um ato de diálogo, em que o professor aprende ensinando, e o aluno ensina aprendendo.

O respeito não se impõe, o respeito se conquista quando a gente tem um ambiente escolar saudável. É uma inversão de prioridades total esse projeto do governo que propõe pagar mais para os militares garantirem a disciplina, a ordem e o civismo dentro da escola do que para os professores.

Ou seja, o projeto da escola cívico-militar assina o recibo de que não está interessado na educação, na qualidade do ensino, está interessado em uma ideologia da militarização, de a gente voltar a ter um modelo de educação pública como a gente tinha na época da ditadura militar, coisa que a gente não pode aceitar.

Eu convido cada deputado, convido o secretário Renato Feder e o governador a irem a uma escola da rede estadual e perguntarem para algum professor, perguntarem para os diretores, eu não sei se eles costumam fazer isso, presidente, como nós fazemos com frequência, mas os convido a visitarem uma escola e perguntarem se o problema da escola é porque está faltando militar dentro da escola. Ou se o problema é porque está faltando o notebook, porque os professores e os alunos estão sobrecarregados com as plataformas, porque está faltando até material de limpeza.

Eu visitei recentemente uma escola que, para passar o semestre inteiro, a Secretaria de Educação tinha mandado três buchas de pia e um pacote de sabão em pó para você limpar a escola durante um semestre inteiro, uma escola com 500, 600 alunos.

O que falta para a rede estadual de São Paulo ter a qualidade que deveria ter e que os nossos professores, que os nossos alunos merecem é investimento público, é você valorizar a Educação, não é você cortar 5% do investimento de Educação para depois falar que você precisa investir na escola cívico-militar porque a rede estadual não funciona.

O que falta para a escola pública, para a rede estadual do estado de São Paulo é investimento, é a valorização dos nossos professores, é material, é infraestrutura para que a escola possa funcionar e para que a escola possa funcionar com uma cultura de respeito, de democracia e de troca entre os alunos e entre os professores.

O respeito não é imposto, respeito se conquista no ambiente democrático, porque é assim que se faz o processo de educação. Vamos lutar nesta Assembleia contra esse projeto de inversão de prioridades da escola cívico-militar.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputado Cortez.

Gostaria de chamar V.Exa. para continuar presidindo agora o Grande Expediente, porque nós estamos encerrando o Pequeno Expediente.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

 - Assume a Presidência o Sr. Guilherme Cortez.

 

* * *

 

- Passa-se ao

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Dando início agora ao Grande Expediente, passando à lista de oradores.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu gostaria de usar a tribuna pelo Art. 82 do Regimento Interno, pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - É regimental.

O deputado Carlos Giannazi pode utilizar a tribuna pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, deputado Cortez, deputado Conte Lopes, telespectador da TV Assembleia; de volta à tribuna no dia de hoje, eu quero aqui manifestar o meu total apoio à luta da rede municipal de Cotia, dos professores, das professoras, de todos os profissionais da Educação, que estão em luta, Sr. Presidente, contra um nefasto projeto que foi apresentado pelo prefeito, pela Prefeitura. Eu me refiro aqui ao PLC, ao Projeto de lei Complementar nº 15, de 2024.

Está aqui, olha, notícia de hoje: “A Prefeitura de Cotia envia projeto que tira direito dos professores, para votação.” O projeto está sendo debatido na Câmara Municipal, ia ser votado hoje, mas o vereador Castor Andrade pediu vista. Então, nós ganhamos um tempo para que esse projeto não seja aprovado, porque ele vai retirar direitos dos profissionais da Educação, dos professores.

Eles vão atacar a evolução funcional, a progressão funcional dos professores, porque o projeto proíbe a utilização de cursos feitos a distância para a evolução, para a progressão funcional dos professores e professoras da rede municipal de Cotia, que estão, Sr. Presidente, com seus salários arrochados e defasados há muitos anos.

A única possibilidade que esses professores têm de evoluir, de ter algum tipo de acréscimo salarial é através da evolução, através da progressão, e a partir do momento em que a Prefeitura apresenta um projeto como esse, retirando o direito de apresentar cursos que são oficializados, inclusive, Sr. Presidente, são reconhecidos, mesmo sendo no sistema online, mesmo sendo no sistema a distância, o governo municipal está impedindo que os professores tenham essa evolução e essa progressão que consta, inclusive, nos estatutos de vários municípios, nos estatutos do Magistério.

Tem que ter evolução funcional, senão a carreira fica estagnada, e hoje nós sabemos que esses cursos são dados também no sistema online. Tem o curso a distância, o curso presencial e o curso semipresencial. O fato é que esse Projeto de lei Complementar nº 15 vai prejudicar imensamente todo o Magistério de Cotia.

Então, quero aqui da tribuna da Assembleia Legislativa fazer um apelo à Câmara Municipal para que rejeite esse projeto. Eu sei que já tem três vereadores contrários que vão obstruir, como fez agora o vereador Castor Andrade que obstruiu pedindo vista, mas é importante que a Câmara rejeite esse projeto, porque esse projeto atenta contra os profissionais da Educação, contra o Magistério Municipal e contra toda a rede municipal, porque, indiretamente, acaba prejudicando os próprios alunos, a partir do momento que os professores não terão mais como evoluir na carreira ou terão mais dificuldades de acessar a progressão e a evolução funcional, Sr. Presidente.

Então, fica aqui o nosso apelo, e a nossa denúncia também contra esse nefasto e perverso PLC, Projeto de lei Complementar, nº 15, de 2024. Nós estaremos junto com o Magistério Municipal de Cotia para barrar esse ataque que vai retirar direitos dos professores e professoras de Cotia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, deputado Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Para falar pelo Art. 82, pela Federação PT/PCdoB/PV.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - É regimental, deputado.

Vossa Excelência tem o uso da tribuna pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, há duas semanas eu vim a esta tribuna falar sobre a privatização da Emae no estado de São Paulo, um leilão que aconteceu sem grandes debates e discussões, como aconteceu no caso da Sabesp, mas um leilão que impacta praticamente em boa parte da produção de energia e das contenções das barragens e das gerações de energia que nós temos no estado de São Paulo.

Apresentei aqui a estrutura de como foi estruturada cada uma delas: o período, a época, os anos que se iniciaram. E a gente vê uma contradição, mesmo quando a gente vê aqui a barragem de Salto, a barragem de Pirapora do Bom Jesus, a própria aqui, da Billings, que separa o Rio Pinheiros da Represa Billings.

Esta semana nós fomos surpreendidos na região do Jardim Maria Rita, Jardim Orion, também próximo do Jardim Quarto Centenário, na zona sul de São Paulo, a população acabou me procurando - inclusive ali é uma região em que eu cresci, em que eu conheço boa parte da população - com uma ordem de desapropriação das famílias que estão lá há mais de 30 anos.

Para a gente olhar aqui um pouco a referência, o Governo do Estado de São Paulo, o governador Tarcísio privatiza uma empresa importante para o estado de São Paulo, que é a Emae, e duas semanas depois que a Emae, agora uma empresa privada, assume a gestão, agora de forma privada, não mais de gestão pública, já determina, já sai ali uma ordem de desapropriação de famílias que estão há mais de 30 anos no Jardim Maria Rita e no Jardim Orion.

A gente olha um pouco para essa relação do Governo do Estado e a diferença de tratamento que o governo acaba dando. Nós tivemos também há duas semanas aqui, há uma semana e meia atrás, uma votação do projeto das terras devolutas.

Inclusive a matéria que saiu esse final de semana na “Folha de S. Paulo”, “Tarcísio estima ceder área de quatro cidades de São Paulo a fazendeiros pelas terras devolutas”.

Olha a contradição, nós estamos falando, e aqui nós temos deputados da base do Governo, “mas eles jamais sairiam dessa área, então nós estamos recebendo ali uma quirelinha deles para permanecer na área”. Aí é a mesma alegação: “Mas esses fazendeiros estão lá, deputado Cortez, há mais de 30 anos, eles não vão sair da terra”.

Só que os trabalhadores e as trabalhadoras que moram no Jardim Maria Rita, no Jardim Orion, também estão lá há mais de 30 anos, já moram naquele local. É uma área, de fato, é uma área da Emae, mas nunca houve nenhum tipo de questionamento pelo Poder Público, são famílias que estão assentadas, já tem urbanizado, tem saneamento básico, tem toda a infraestrutura lá, então é uma área que já devia ter sido feita uma regularização dessas famílias.

Agora a Emae, que é privada, agora vai lá e entra com pedido de reintegração de posse de famílias que estão lá há mais de 30 anos. Então, para os fazendeiros, pode. Para os fazendeiros, está aqui uma matéria da “Folha de S.Paulo”, para os fazendeiros que vão herdar, que agora, a partir dessa gestão do Tarcísio, ele faz uma festa com os fazendeiros aqui no estado de São Paulo: “Tarcísio estima ceder área de quatro cidades de São Paulo a fazendeiros”, com o projeto de lei que foi aprovado aqui na Assembleia Legislativa.

Então, para a gente ver a contradição, se eles falam que, para os fazendeiros, eles não sairiam de lá, então tem uma quirelinha, por que o governador Tarcísio, junto com o prefeito de São Paulo, não fez a regularização dessas famílias do Jardim Maria Rita e do Jardim Orion? Então os fazendeiros podem, mas o trabalhador e a trabalhadora que moram no Jardim Maria Rita e no Jardim Orion não podem.

Então, por toda essa contradição, eu queria que V. Exa., presidente, encaminhasse esta minha fala para a Presidência da Emae. Eu quero que encaminhe para o governador Tarcísio, quero que encaminhe também para a Secretaria da Agricultura aqui no estado de São Paulo, porque essa luta vai ser árdua, porque não dá para ter dois pesos e duas medidas.

Quase mil famílias estão ali, mais de 30 anos, para eles a desapropriação a partir da privatização da Emae, e para os fazendeiros que estão lá também há mais de 30 anos, o governo recebe uma quirerinha e deixa os fazendeiros permanecerem em uma área que também foi uma terra ocupada, que é do Estado. As duas são áreas do Estado. Agora não dá para ter dois pesos e duas medidas.

Então, quero deixar pautado esse debate aqui na Assembleia Legislativa. Aconteceu esse final de semana, esse processo de desapropriação expedido pela Emae, após ser privatizada. E esse debate vai ser um debate muito quente aqui dentro da Assembleia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Marcolino. Com certeza, a vossa solicitação será encaminhada nos termos regimentais.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Para falar pelo Art. 82, como vice-líder do PL.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - É regimental. Vossa Excelência tem o uso da tribuna pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, senhoras deputadas, senhores deputados, eu acompanhava os andamentos do plenário, na Casa, ouvia as colocações do nobre deputado Reis, do PT. Ele falava a respeito dos bolsonaristas soltando fake news. Fake news existe agora, depois que inventaram a internet, o celular, porque sempre existiu a fake news.

Tem as fuxiqueiras, os fuxiqueiros - quando eu era criança, quando eu era jovem também - que sabiam da vida de todo mundo e espalhavam as coisas da vida de todo mundo, mesmo que existisse ou não.

Eu me lembro até de um boato, quando eu fazia a segurança do Banco Itaú, de bico, a gente treinava os seguranças do Banco Itaú, eu, o Bezerra, o Marco Antônio, tenentes que eram tenentes comigo na Rota, e soltaram um boato que o Banco Itaú ia falir.

Ah, foi um desespero, aquela madrugada foi um desespero. Por quê? Todo mundo que tinha dinheiro no Banco Itaú queria o dinheiro de volta. E formaram filas e filas de quem tinha conta no Itaú.

O Olavo Setúbal, na época, que era o presidente do Banco Itaú, perguntaram para ele o que era para fazer, porque o boato estava estourando, a imprensa falou, sei lá o quê, como é que saiu. O Olavo Setúbal falou: “Paga!”.

Aí o cara ficava na fila para pegar, na época, dez milhões, era um carro forte de dinheiro. Chegava o carro forte de dinheiro, que a gente estava escoltando. Seguranças nossos. E o cara via aquele monte de dinheiro do carro forte e falava: “O que eu vou fazer agora com esse dinheiro?”, e ele devolvia o dinheiro para o banco. O dia inteiro isso.

Então o boato sempre existiu. É fake news também quando o William Bonner abre o Jornal Nacional falando que o Exército Brasileiro do Lula salvou o Paçoca, o cavalo, mas não foi o Exército Brasileiro que salvou o Paçoca, foram os bombeiros de São Paulo, que o Tarcísio mandou para lá, o governador.

Mas será que quando ele colocou aquilo, ele pensou que estava fazendo uma propaganda para o governo federal, para o Lula, para o Exército? E em termos... Mas o Brasil todo viu quem salvou o cavalo lá - foi o bombeiro de São Paulo -, o tal de Paçoca.

Isso é uma fake news? É crime? Então tudo é crime. Se a gente for analisar, tudo isso é criminoso, não é verdade? O que aconteceu no Rio Grande do Sul é o fim do mundo. Dizem... Eu não consigo entender, porque eu não entendo de engenharia, não entendo de nada. Encheu a cidade da forma que...

Dizem que aconteceu - seis anos antes do meu nascimento - uma cheia, em 41, mas e aí? Ninguém fez mais nada? É natural aquilo lá? Pode acontecer ano que vem de novo? Então isso é que a gente tem que perguntar à classe política, aos engenheiros, às pessoas que entendem. É natural isso aí?

Chuva forte tem a vida inteira. Se houver uma chuva forte, vai acontecer a mesma coisa? Ou tem que se tomar alguma providência para que não aconteça mais? Então, é essa a cobrança que tem que se fazer. Não resta a menor dúvida. Desde que eu nasci, eu nunca ouvi falar isso aí.

Dizem que aconteceu seis anos antes do meu nascimento. Agora que não é natural, não é. Agora, fake news, qualquer um pode fazer. Penalizar, pode. Se o cara fala mal de alguém, já existem os crimes - calúnia, difamação, injúria. Os crimes estão colocados aí. Agora, vai proibir o cara, a internet... Aí é meio difícil, né. É quase impossível que a pessoa...

Aliás, as pessoas se elegem com o celular, não é, presidente Guilherme Cortez? Hoje o cara se elege com o celular. Na minha época, você tinha que ir à feira com o santinho, distribuir o santinho na feira.

Hoje o cara tem não sei quantos seguidores aí, se elege; nem à rua ele vai. Se elege. Outros usam até para atacar as pessoas, como nós já vimos aqui nesta Casa. Provoca a multidão lá e filma, depois joga nas redes.

Então, infelizmente é isso. Não é um problema do bolsonarismo, de direita, de esquerda; é a situação. Esse é o exemplo que eu estou dando: quando o William Bonner abre o “Jornal Nacional” da Globo dizendo que quem salvou o cavalo Paçoca foi o Exército, com os bombeiros tirando o cavalo de dentro da água. Ou ele não podia falar que eram os bombeiros de São Paulo?

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças em plenário, eu pediria o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 21 minutos.

 

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