12 DE DEZEMBRO DE 2023

155ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GILMACI SANTOS e ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - LUCAS BOVE

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.   

        

GRANDE EXPEDIENTE

12 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.   

        

13 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - REIS

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

        

16 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h33min.

        

ORDEM DO DIA

17 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h41min. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PL 1685/23. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas.

        

18 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

19 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 13/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 17 horas. Levanta a sessão.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, passamos agora ao Pequeno Expediente. Convido a fazer uso da palavra, o nobre deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.)

Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gilmaci Santos, telespectador da TV Assembleia, de novo aqui, por meio da tribuna da Assembleia Legislativa, eu quero pedir ao governo, à Assembleia Legislativa, para que nós possamos resolver definitivamente a situação dos professores categoria “O”, admitidos pela Lei nº 1.093, de 2009, que impôs a interrupção dos contratos, impôs a quarentena, ora duzentena.

Essa lei tem prejudicado imensamente os profissionais da Educação, o Magistério estadual. Lembrando que nós temos, aproximadamente, 100 mil professores contratados nesse processo, nesse sistema de precarização.

O que nós estamos, agora, neste exato momento, preocupados e tentando resolver, é a situação da quebra de contratos, da demissão em massa de milhares, talvez 50, 40, 50 mil professores que serão demitidos da rede estadual por conta dessa famigerada lei.

Por isso, nós estamos lutando aqui, na Assembleia legislativa, e pressionando a Secretaria da Educação para que haja a prorrogação dos contratos de 2018, 2019 e 2020, como nós sempre fizemos aqui.

Em vários momentos a Assembleia Legislativa votou projetos prorrogando os contratos ou alterando esse tempo da quarentena. Nós temos a chance, nesse momento, de fazer novamente uma mudança nesse sentido.

Por isso que hoje, provavelmente, nós vamos debater e votar o projeto das APDs. O projeto que tem que garantir que as APDs sejam realizadas em local de livre escolha do professor, e não do secretário da Educação, como consta nesse projeto.

Nós apresentamos emendas alterando e garantindo esse direito aos professores da rede estadual, porém esse é um PLC, um projeto de lei complementar. Eu apresentei algumas emendas e, uma delas é muito importante, que é a emenda que garante a prorrogação dos contratos de todos os professores categoria “O”, sobretudo os contratados em 2018, 2019 e 2020, para que eles não sejam cessados agora, no final do ano, e para que nós não tenhamos uma demissão em massa.

Eu já, inclusive, acionei o Ministério Público contra essa demissão em massa, - o MP está com a minha representação -, mas além dessa iniciativa importante, de pegar uma carona, no bom sentido, no PLC das APDs, porque é um PLC e a alteração da lei tem que ser por um PLC, eu tenho, também, o PLC 24, de 2015, que já está pronto para votação.

Ele já foi aprovado em todas as comissões e já está em regime de urgência, pode ser votado a qualquer momento. Aí, sim, resolve, definitivamente, essa situação. O PLC 24 acaba com as interrupções dos contratos e ainda garante que o professor categoria “O” possa utilizar o Iamspe, porque hoje ele não pode, a Lei nº 1.903 não traz essa garantia.

Então, temos dois instrumentos concretos, hoje, para acabar com esse terrorismo psicológico contra os professores categoria “O” da rede estadual. A emenda, o PLC das APDs, que provavelmente será debatido agora no congresso de comissões; e o nosso PLC nº 24.

Repito, esse e o melhor projeto, porque ele já resolve definitivamente, acaba exatamente com as interrupções dos contratos dos professores, de tal forma que o professor vai ficando, até que venha, logicamente, o definitivo.

Nós defendemos concurso público de provas e títulos para o ingresso no Magistério. E o governo fez um projeto para apenas 15 mil vagas, dizendo que vai chamar no ano que vem, mas para assumir só em 2025.

Então, nós vamos ter um colapso na rede estadual com a saída de 40, 50 mil professores, sobretudo professores de PEI. O que é um absurdo, professores que foram bem avaliados e deveriam continuar no programa serão praticamente expulsos da rede por conta da famigerada Lei 1.093, por conta da quarentena.

Isso é um absurdo. Isso tem que ser alterado, e as condições já estão dadas. Emenda ao PLC das APDs, e o PLC nº 24, de 2015, pronto para ser votado a qualquer momento.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado.

Com a palavra a deputado Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, Gilmaci Santos, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, “segundo o levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, a população em situação de rua no Brasil teve aumentos de 1000% nos últimos dez anos, com base em dados do Cadastro Único.

Em 2013, havia 21.934 pessoas em situação de rua; neste ano, o número saltou para 227.087 pessoas. O levantamento feito por Marco Antônio Carvalho Natalino, especialista em políticas públicas e gestão governamental, em exercício da diretoria de estudos e políticas sociais do Ipea...

Muito importante, segundo Natalino, em entrevista para a “Folha de S. Paulo” - também “O Estado de S. Paulo” traz essa informação relevante: ‘Quanto maior o tempo de permanência na rua, maior a probabilidade de problemas com familiares e companheiros ser um dos principais motivos que levou a pessoa à situação de rua.

O mesmo ocorre, e de forma ainda mais intensa, com os motivos de saúde - particularmente o uso abusivo do álcool e outras drogas. As razões econômicas, por sua vez, tais como o desemprego, estão associadas a situações de rua de mais curta duração’.

Entre as causas para o aumento da quantidade, em pessoas, de pessoas em situação de rua nos últimos dez anos, Natalino ressalta que há quase uma década o Brasil enfrenta crises econômicas sucessivas, inclusive com a volta da insegurança alimentar grave e da fome, situação agravada pela pandemia do Covid-19.

Natalino ainda complementa que, 12 anos atrás, não havia ninguém cadastrado como população de rua no Cadastro Único, porque nem existia lugar para marcar isso no formulário. O que cresceu é o número de pessoas em situação de rua cadastradas, e agora essas pessoas vão conseguir ter acesso aos programas sociais.

Ele ainda afirma que o número real de pessoas vivendo nas ruas é ainda maior, justamente porque nem todas estão cadastradas. Segundo a pesquisa, entre a população adulta, 70% tem alguma atividade de geração de renda, mas apenas 1% trabalha com carteira assinada. Natalino ainda complementa que parte dessa população é elegível ao “Bolsa Família”, mas não recebe o benefício, muitas vezes por falta de documentos.

Na entrevista para a “Folha de S. Paulo”, o Sr. Robson Mendonça, presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua, afirma que é preciso uma política pública séria com cadastro de todas as pessoas para que recebam os benefícios necessários. “O déficit habitacional é muito grande. É preciso criar alternativas habitacionais, pois sem endereço não há emprego, não há dignidade”, diz.

Em julho deste ano, o Supremo Tribunal Federal determinou que estados e municípios deveriam seguir diretrizes da política nacional para a população em situação de rua. Determinou também que o governo federal entregasse um plano de ações em 120 dias.

Este plano, chamado ‘Ruas Visíveis’, foi entregue ontem no Palácio do Planalto. Cumprimento o presidente Lula por tal iniciativa. O plano conta com 99 ações e um orçamento de quase um bilhão de reais dividido em sete áreas: assistência social e segurança alimentar; saúde; violência institucional; cidadania, educação e cultura; habitação; trabalho e renda; e produção e gestão de dados.

Dentre as ações, uma das principais é o lançamento do programa piloto “Moradia Cidadã”, que garante uma moradia para quem está em situação de rua, com acompanhamento da rede de assistência social e atendimento de equipe multidisciplinar.

Ressalto a importância de ser implantado um programa definitivo de moradia para pessoas em situação de rua, uma das principais demandas dos movimentos e organizações que atuam com o povo da rua.

Além do lançamento do plano, o presidente Lula regulamentou a Lei Júlio Lancellotti, que visa a proibição à arquitetura hostil, como, por exemplo, pedras embaixo de viadutos e divisórias em bancos.

Relembro que a efetiva implementação da renda básica de cidadania constitui uma das principais alternativas para garantia de uma saída digna da situação de rua, com liberdade real para todas e todos.

Sr. Presidente, permita apenas mencionar que, na reunião havida agora da bancada do PT, quando formulei a proposta de encaminhar uma solicitação de audiência com o presidente Lula para conversar com ele sobre a proposta de ser criado um grupo de trabalho para estudar os passos de evolução do “Bolsa Família” até a renda básica incondicional e universal, todos disseram que vão apoiar essa iniciativa, inclusive assinando a carta que vou encaminhar ao presidente Lula.

Muitíssimo obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado e parabéns, deputado Eduardo Suplicy.

Com a palavra, a deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, deputado Gilmaci, Sras. Deputadas e Srs. Deputados e público que nos acompanha nesta tarde de terça-feira, eu não poderia deixar passar batido de comentar aqui na tribuna o que é notícia hoje em todos os jornais e noticiários, que é a declaração que o governador Tarcísio deu ontem dizendo que a tarifa da Sabesp subirá, mesmo com privatização. Está aqui, manchete hoje no caderno de Economia da Folha de São Paulo. Também foi manchete do G1 no dia de hoje.

Por que a gente tem que comentar isso? Porque o governador, desde janeiro do começo deste ano, quando ele assumiu, ele vinha dizendo que era necessário fazer essa operação de privatizar a Sabesp, e um dos elementos da sua propaganda para convencer os seus deputados, para convencer parte da sociedade, era que, com isso, ele reduziria as tarifas da Sabesp.

Para isso, inclusive, contratou empresas para dar parecer e foi com esse argumento; dois argumentos: era redução da tarifa e universalização dos serviços até 2029.

Nós aqui buscamos desmentir essa afirmação do governo, desmentir os argumentos dele, porque já era claro e evidente que o objetivo das empresas que vêm buscar oportunidades de negócio aqui no Brasil, comprando ativos, comprando participação nas empresas públicas quando privatizadas - as concessões - é aumentar os seus lucros.

Elas vêm ávidas para aumentar os lucros. E, para aumentar os lucros, um dos itens fundamentais - para esse objetivo - é aumentar a tarifa. Foi assim que aconteceu com as rodovias; foi assim que aconteceu com a privatização da Eletropaulo, comprada pela AES, e agora essa nova empresa, a Enel, que tantos males tem causado para a nossa população. É assim com o serviço funerário aqui em São Paulo.

Então não vai ser diferente com a Sabesp, se ela for vendida de fato. Mas o pior é a cara de pau do governador. Ele passa a ideia de um Pinóquio, de um mentiroso. Passa uma ideia de um estelionato.

Essa afirmação dele - agora - depois que a Assembleia aprovou na semana passada, vem dizer que a tarifa vai aumentar. Não naquela velocidade, etc., que seria com os aumentos muito altos, mas em uma velocidade um pouco menor.

Ele contradiz o que ele disse em janeiro - vou aqui citar - quando ele disse: “A tarifa da Sabesp hoje...” Ah, não, essa aqui é a afirmação dele ontem. “A tarifa da Sabesp, hoje, vai subir ao longo do tempo. O que a gente garante é que ela vai subir em um valor menor.”

Contradizendo todos os seus discursos - vou citar aqui uma frase do governador: “Vamos conseguir fazer o investimento, cumprir o prazo da universalização dos serviços, fazer mais ligações, mais estações de tratamento, investir no reuso, na diminuição das perdas e, ao mesmo tempo, reduzir as tarifas.”

Ele disse isso, afirmou isso. Está impresso em todos os jornais, em todos os sites de comunicação. A secretária que vem aqui esta semana - se não me engano, amanhã - na Comissão de Infraestrutura - ou na quinta-feira -, Natália Resende, que esteve aqui na audiência pública para afirmar que não se reduziria... Que não se aumentariam as tarifas, ela disse: “Está escrito na lei, a gente se amarrou, a gente quis fazer isso.” Se referindo ao compromisso de reduzir a tarifa.

E agora o governador, depois que aprova aqui, vem para os jornais com a maior cara de pau, com uma desfaçatez, para dizer que: “Não, a tarifa vai aumentar sim, talvez em um ritmo um pouco menor.”

Eu fico imaginando o próprio deputado Vitão do Cachorrão, que acreditou nas palavras do governador, na secretária, e que votou nesse projeto acreditando nesses argumentos - que foi o que eu escutei aqui.

Agora, eu gostaria de escutar dos deputados que comentassem essa nova afirmação do Governo depois que está aprovado aqui pela Assembleia. Ou seja, nós superamos as etapas de debates aqui - que agora é na Justiça. Agora o debate vai para as câmaras municipais e como é que fica essa situação?

Por isso mesmo, Sr. Presidente, que nós vamos judicializar, porque esse é o caminho que o governador escolheu. Quando mandou um PL ao invés de uma Emenda Constitucional, que seria o caminho correto... Todos os juristas, os entendidos em Administração Pública, os grandes especialistas dizem que esse PL não poderia ter sido aceito; tem que ser uma Emenda Constitucional, porque a nossa Constituição é muito clara.

E segundo, porque é inconstitucional, então nós vamos ter que ir à Justiça.

Assim como esperamos que o Tribunal de Justiça acolha a nossa representação, nossa Ação Direta de Inconstitucionalidade, assim como esperamos também que o Supremo acolha e vote favorável ao nosso pedido de inconstitucionalidade das URAEs, que tira a autonomia dos municípios naquele arranjo que o governador fez para garantir que os contratos sejam extensos até 2060. Então, é um absurdo, é uma desfaçatez. Eu acho que essa Assembleia precisaria tomar alguma atitude.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra o deputado Donato. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Passamos à Lista Suplementar, convidando para fazer o uso da palavra deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)

Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur, tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar todos vocês. Cumprimentar Gilmaci, presidente em exercício aqui no nosso plenário da Assembleia. Cumprimentar a todos que estão nos assistindo na TV Alesp.

A gente viu agora na Argentina o presidente Milei tomando posse, vendo um país feliz, indo para as ruas, com bandeiras da Argentina, famílias, crianças. Nosso presidente Bolsonaro sendo um dos protagonistas com a popularidade dele que a gente vê diariamente aqui no Brasil. E vendo ele andar na rua, na calçada, as pessoas vindo querendo autógrafo, querendo tirar foto, a popularidade dele se estende a outros países.

Lá, na Argentina, o ano começa diferente do Brasil, o presidente ganha e logo depois de um mês já assume o mandato. E já assume o mandato dando canetada, que nem o presidente Bolsonaro: 18 ministérios reduzindo para nove ministérios, reduzindo para a metade dos ministérios, enxugando a máquina pública, querendo realmente privatizar os setores onde tem falência do Estado.

Eu parabenizo aqui o deputado Lucas Bove, parabenizo também Gil Diniz, Fabiana Bolsonaro, que estiveram presentes na posse do Milei, que foi algo histórico para a nossa direita conservadora e dá uma esperança para que o nosso País venha nesse caminho. Até pelo fato de a gente estar vendo o presidente Lula em exercício dando vergonha para nós, brasileiros.

Dando vergonha de gasto público, indo para hotéis e gastando 86 mil reais numa diária, indo viajar para fora mais do que administra o seu País. Ao longo desse tempo, foram meses e meses de viagem.

A gente precisa de um presidente atuante no nosso Brasil, que tenha olhar para os nossos déficits, tenha olhar para onde tem... Como ocorreu em estados aí, que acabou o mar tomando conta do município, e o presidente Lula fora do País. 

Então, realmente nós precisamos de um presidente atuante. A gente está vendo a história agora na Argentina mudar, e que traz uma esperança para o Brasil. Se Deus quiser, Trump vem daqui dois anos assumindo, já está em primeiro lugar nas pesquisas dos Estados Unidos, e o nosso presidente Bolsonaro vem em 2026, porque é impossível ele não poder sair candidato num país onde a gente tem um condenado em segunda instância presidente do nosso País.

Se o Lula conseguiu sair candidato no nosso País, a esperança é que o nosso presidente Bolsonaro, por falar, por parlar, está sendo inelegível pela nossa Justiça brasileira.

Então, o que a gente espera é que, sim, a justiça seja feita, e que o presidente Bolsonaro realmente possa sair candidato no nosso País, para dar orgulho, que nem na Argentina, a gente está vendo o presidente Milei.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Tem a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, boa tarde, presidente em exercício, Gilmaci. Quero primeiro aqui agradecer a Deus, agradecer todos os funcionários desta Casa, em especial o pessoal da limpeza. Reis, você é um parceiro, está sempre comigo ali, deputado Reis, conversando com esse pessoal que é tão abençoado aí, limpando o banheiro, limpando o corredor, limpando nossos gabinetes. O que seria de nós sem o pessoal da limpeza?

Gilmaci, eu quero falar aqui do sonho de todo brasileiro e de todo ser humano, que é a construção de casas populares, Reis, nos municípios, eu tenho ido em alguns municípios.

Quero até dar os parabéns para o secretário Marcelo Branco, Gilmaci, e também para o governador Tarcísio de Freitas, Lucas Bove, porque tem muita gente aí no interior, e até mesmo aqui em São Paulo em área de risco. Então a gente perde a construção de casas populares.

E o governador que entrou recentemente... Eu já fui em muitas cidades aí. Por exemplo, em Porto Feliz inaugurou mais de 700 casas, projetos que estavam parados lá, que não saíam do papel, que faltava o acabamento.

A gente fez um requerimento - fez um pedido junto com a população, e eu fui nessas inaugurações - e eu imploro aqui para o governador Tarcísio de Freitas, e também para o secretário, Reis.

Em Sorocaba, por exemplo, uma cidade de 800 mil habitantes, a gente vai aí no interior e a gente quer continuar fazendo a inauguração de casas. Infelizmente, muitas pessoas foram sorteadas em Sorocaba, mas ainda eu não vi nenhuma casa construída, e na minha opinião o estado tem que fazer a parte para que seja construída a casa, e depois sorteada.

Porque a pessoa que está ali, muitas das vezes já estive no sorteio... Aquela senhora de chinelinho de dedo que não tem nem o que comer, que recebe aposentadoria, metade da aposentadoria ela gasta com medicamento. E o sonho de todos. Tem gente que chegou nos 70, 80 anos e não tem a casa própria.

Então eu peço. Já fiz em forma de ofício para o secretário Marcelo Branco, para que Sorocaba... Eu conheço a região da periferia. Inclusive, eu moro na Zona Norte. Quando eu venho aqui para trabalhar, infelizmente, a gente está lutando lá, e a gente vai conseguir, o governador já deu o OK de mais duas unidades do Bom Prato, inclusive uma na frente da Santa Casa.

Eu vejo crianças, infelizmente, comendo comida do lixo, porque não têm o que comer. Agora imagina não ter o que comer e não ter moradia. Então eu imploro aqui. Eu já fiz o pedido, já fui em Brasília também, fiz alguns ofícios, inclusive para o Marcos Pereira. Eu tenho certeza que o nosso deputado federal vai ajudar. É a construção de moradias.

Porque é um pecado sortear a moradia, Reis... Como é que você vai sortear algo que nem tem? Não foi feita nenhuma casa ainda. Inclusive nesse tempo que eu fiquei seis anos como vereador, as últimas construções populares que foram feitas em Sorocaba vêm do governo federal. Foram quase cinco mil apartamentos, que é do Carandá e Altos do Ipanema.

Agora a gente precisa que o estado olhe com carinho ali para Sorocaba, para que atenda esse pedido da população e do deputado Vitão do Cachorrão, que é construção de moradias.

Muita gente sonha com a sua casa própria, não tem condições. Mesmo, às vezes aposentado, com um salário mínimo, continua trabalhando ali, fazendo bico, e foram mais de mil pessoas sorteadas, e até agora nenhuma casa.

Tenho certeza que o governador vai atender nosso pedido, que nem atendeu aí das duas unidades do Bom Prato, que vai ser uma fixa e outra móvel. Sobre o Bom Prato, o governo do estado, a Secretaria já foi lá, já viu o local, já pediu a documentação.

As coisas estão andando, mas o que não pode, na minha opinião, é a gente fazer sorteio de casas e não ter nenhuma casa pronta ainda. Peço a Deus que comece o mais rápido possível, tem muitas áreas lá em Sorocaba que podem ser doadas para a construção de moradias, e muita gente que precisa, muita gente que me manda mensagem.

Eu passo meu celular, atendo a população no bairro, meu escritório continua lá, atendo no centro também, e muita gente perguntando para mim, “quando é que vão sair as casas em Sorocaba?”. Até agora, nenhuma casa.

Então imploro para o Governo do Estado e para o secretário, deputado Paulo Mansur: moradia. Do mesmo jeito que V. Exa. luta pela Baixada e por todo o estado, Lucas Bove também, e o governador tem atendido, já que a gente tinha conversado e pedido para um governador que tem dado a resposta, então a gente pode pedir, porque acontece. Peço, de todo o coração, a construção de casas populares para Sorocaba. Que Deus abençoe a todos. Que a gente tenha um dia abençoado por Deus.

Muito obrigado, Gilmaci.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Tem a palavra o deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, aqueles que estão em seus gabinetes e estão nos acompanhando pela Rede Alesp, cumprimentar o presidente Gilmaci, o nosso candidato designado, ou designate candidate, cumprimentar os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica, e todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela rede Alesp.

Quero ressaltar aqui, deputado Vitão do Cachorrão, que várias vezes que eu falei aqui sobre o vale-coxinha, que é de 12 reais, que até agora o governador não reajustou o vale-refeição dos funcionários públicos, eu sempre cito V. Exa., porque eu sei que V. Exa. é muito conhecido em Sorocaba por conta da venda do cachorro-quente, e por isso que tem esse nome, “Vitão do Cachorrão”.

Lá em Sorocaba, onde V. Exa. vende o cachorro-quente, é um cachorro-quente simples, um pão com salsicha, 12 reais, mais o suco, seis reais: 18 reais. O vale-refeição que o Tarcísio disponibiliza para os servidores públicos não paga sequer um cachorro-quente com um suco lá na sua empresa, onde, em Sorocaba, V. Exa. ficou muito conhecido com esse nome, Vitão do Cachorrão.

Quero fazer coro com o deputado Simão Pedro sobre essa questão, essa declaração do governador Tarcísio de Freitas, que ele não garante que não haverá aumento na tarifa de água. Com a privatização ele diz que sim, poderá haver aumentos.

E o grande debate que teve nesta Casa, o grande debate, inclusive com a sua secretária e com os deputados que votaram a favor da privatização, aqueles deputados que usaram o microfone aqui para defender a privatização, eles colocaram que não, que ele vai universalizar e vai reduzir os valores da tarifa de água.

E o Tarcísio desdisse tudo o que disse. Isso nós chamamos, lá na delegacia onde eu trabalho, quando as pessoas vão lá contar a história da Carochinha, que a gente faz o boletim de ocorrência, que as pessoas são vítimas, no dia a dia, de muitos golpes: isso nada mais é do que um estelionato, é falar uma coisa e fazer outra.

Esse estelionato levou conjuntamente muitos deputados que entraram no conto da Carochinha, nessa história do Tarcísio. E quem mais, deputado Simão Pedro, quem mais deu o melhor apelido, o melhor título, para o governador foi a Polícia Penal, o Sindicato da Polícia Penal, deputado Carlos Giannazi, eles chamaram o Tarcísio de “Tarcinóquio”.

O que seria o Tarcinóquio? Uma mistura de Tarcísio com Pinóquio. E a história do Pinóquio é porque quanto mais o cara mentia, mais o nariz crescia. Então a Polícia Penal, que até hoje aguarda a regulamentação, aguarda esse projeto que foi prometido até o dia 15 de agosto e também aguarda o reajuste de seu salário e até hoje não chegou.

Eles, em uma assembleia, deram esse título. Então quando o governo vem aqui, traz um projeto, fala que vai acontecer uma coisa e depois desdisse o que falou, “olhe, não é bem isso, realmente poderá ter reajuste”, isso vai fazer com que esse título que a Polícia Penal deu para ele seja carimbado, realmente. Seja efetivado. E nada mais é para a população do que um estelionato.

Eu sempre disse que a população não apoia a privatização. Tem pesquisas dizendo isso, pesquisas que foram feitas inclusive pelo “Datafolha”. Mais de 50% da população de São Paulo é contra a privatização da Sabesp.

Mas o governo, na contramão da vontade popular, usou a sua tropa de choque aqui, irrigada por emendas parlamentares e por promessas futuras, para aprovar esse projeto. E acabaram aprovando.

E não é só a Sabesp. Virão outras empresas para serem privatizadas, como a Emae, a Empresa de Água e Energia. Também estão no calendário das privatizações. O Metrô, a CPTM, a entrega das terras devolutas. Então tudo isso é o significado do que representa o governo Tarcísio de Freitas. Ou, como disse a Polícia Penal, o “tarcinóquio”.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra o deputado Lucas Bove.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, senhoras e senhores, nobres deputados presentes, assessores, presidente Gilmaci, público presente, público que nos acompanha também pela TV Alesp, policiais civis e principalmente, com todo o respeito, policias militares. Bravos policiais militares.

Toda vez que eu subir a esta tribuna, a não ser quando estamos naquele debate mais quente, eu vou fazer questão de reforçar os meus cumprimentos a vocês, que são realmente bravos, defensores da lei. Não há progresso sem ordem, e a ordem só é garantida através dos senhores, como nós vimos aqui na semana passada.

Esse assunto ainda não foi esquecido e não será, no que depender de nós. Tem muita coisa para rolar. Nós vamos, sem dúvida, culpabilizar aqueles que promoveram aqueles ataques aqui, inclusive feriram homens em serviço. Graças a Deus que nada mais grave aconteceu.

Inclusive, aproveitando, hoje de manhã eu fui agraciado com a Medalha Brigadeiro Tobias, a mais alta honraria concedida pela Polícia Militar do Estado de São Paulo. Estavam lá o secretário Derrite, o coronel Cássio, que vem fazendo um trabalho fenomenal.

Outros deputados também receberam a medalha. Então fica aqui, mais uma vez, a minha demonstração de respeito, gratidão e lealdade e a minha mais honrosa continência a toda a corporação, a todas as forças de Segurança Pública do estado de São Paulo.

Mas eu, infelizmente, presidente, tenho que subir a esta tribuna. Eu gostaria de trazer novos projetos, de falar sobre novas ideias para São Paulo, mas eu sou obrigado pelos deputados petistas a subir para restabelecer a verdade mais uma vez. Existem dois tipos de pessoas: aquelas que não tem capacidade cognitiva de entender o que é dito e aquelas que entendem e distorcem por maldade.

Eu não vou aqui fazer juízo de valor de qual dessas pessoas é o deputado Reis, por exemplo, mas subiu aqui à tribuna para falar mal do governador. Governador que liberou cinco milhões de emenda para cada deputado do PT. Isso nunca foi visto antes. Vejam só que ingratidão, para dizer o mínimo. Eu vou restabelecer aqui a verdade sobre os fatos colocados.

Vejam que não é só nas galerias que os petistas não respeitam os demais que estão falando: até em plenário os deputados gritam ao meu lado aqui para me desconcentrar.

Mas não tem problema. Eu vou me exceder ao tempo, Gilmaci, um pouquinho, presidente, porque estão tentando me interromper aqui, mas não vão distorcer o meu raciocínio.

O governador disse o seguinte: a tarifa não será congelada. Foi essa a pergunta que o jornalista fez. “Vai haver congelamento de tarifa?” Claro que não. A tarifa vai subir. E ela vai subir como ela subiria se também não fosse privatizada. Ou a passagem de ônibus não sobe? É pública.

Ou a passagem de metrô não sobe? Ou serviços funerários não têm reajuste? As tarifas serão reajustadas; tanto no público quanto no privado existe reajuste até pela questão da inflação, que há uma previsibilidade péssima devido ao terrível trabalho que o ministro maldade vem fazendo lá em Brasília.

Então, já que vamos dar apelido aqui para o Tarcísio, vamos dar apelido para o maldade também. Até o PT está bravo com o maldade, não sei se o senhor viu, deputado Paulo Mansur?

O PT discordando das atitudes tomadas pelo superministro Haddad, que cansou de dizer que não entendia muito de Economia, que estudou um pouquinho e tal, colava na prova para passar, mas está lá, ministro do descondenado. Mas no Grande Expediente nós vamos falar do descondenado, tem bastante coisa para falar do Lula hoje. Mas eu queria só colocar aqui justamente isso.

A situação é a seguinte: a Sabesp vai ter um aporte de investimento. Vejam, não é difícil a explicação. Não entende quem não consegue, porque realmente aí é uma questão de massa encefálica, ou quem é mal-intencionado.

A Sabesp vai ter investimento. Quando você investe, automaticamente a sua tarifa sobe. Por quê? Se você compra um carro novo, a parcela é mais cara, é assim que funciona, só que no caso da Sabesp, na lei que nós aprovamos aqui, porque somos responsáveis, existe o subsídio do governo.

O governo vai pegar cerca de 30% do valor de venda da Sabesp e vai criar um fundo. Ou seja, ele vai usar o dinheiro da venda de parte da Sabesp, que o governo ainda vai manter uma boa participação e a possibilidade de vetar certas situações do conselho, mas uma parte desse dinheiro da venda, que é dinheiro do povo, porque a Sabesp é do povo, ele vai usar para reduzir a tarifa para o povo.

É liberalismo econômico na veia, é o dinheiro do povo voltando para o povo através de desconto na conta. Não tem outra explicação. Então, o governador explicou isso.

Inclusive, num primeiro momento, a tarifa vai cair com essa questão. Podem me cobrar. A tarifa vai cair com essa questão do subsídio desse fundo. E aí, ao longo dos anos, essa tarifa certamente vai aumentar, mas vai aumentar como ela aumentaria se a Sabesp fosse pública, ou vocês acham que a conta de água nunca teve reajuste nessas décadas de Sabesp? A conta de energia a mesma coisa. Os reajustes fazem parte.

Os salários destes deputados, o deputado Reis votou aqui na última legislatura pelo aumento do seu próprio salário. O salário dele aumentou, e ele é um servidor público. O deputado Simão Pedro a mesma coisa, o deputado Suplicy, eu, o Mansur agora em janeiro teremos um aumento de salário aqui, já votado na última legislatura, com voto do deputado Reis, por exemplo.

Então, assim, como é que a gente vai dizer que não há aumento? Você tem razão, o deputado Reis não estava aqui na última legislatura, vou fazer uma correção aqui, temos que ser honesto, mas o PT votou a favor, o seu partido votou a favor do aumento. O meu também votou, mas só para não sermos hipócritas. Então, o que fica aqui claro é uma maldade em distorcer os fatos. Para quê?

Para assustar a população, para que a dona de casa, que está ali sofrendo para pagar a conta, fique já com medo, porque Sabesp já passou, já foi privatizada aqui na Casa. O governador já sancionou a lei. Ano que vem vai caminhar nas câmaras municipais.

A Sabesp já está em processo de privatização. Não há esse terrorismo econômico a se fazer agora, não há. Não haverá aumento de tarifa imediata. O que haverá depois é um aumento da tarifa, sim.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado, para encerrar, passou um minuto e meio já.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Perdoe-me, sim.

Como sempre, há aumento em todos os serviços, sejam públicos ou privados. Então, vamos parar de terrorismo, página virada. Privatizamos a Sabesp e agora vamos votar a reforma administrativa para reduzir cargo e diminuir o tamanho do estado. Nós votamos, inclusive o Vitão e todos os mais...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para concluir, deputado.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Vou concluir, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Passaram dois minutos, deputado.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Não acreditamos no governador, nós estudamos o tema e nos convencemos. Então, esse negócio “eles acreditaram na palavra do governador”, não, ninguém aqui é leviano.

Então, é isso, pessoal: não acreditem no terrorismo econômico dos petistas do quanto pior melhor, nos apóstolos do atraso.

Muito obrigado, Sr. Presidente, obrigado, aí, pela cessão do tempo.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, Gilmaci Santos, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, no último dia 6 de dezembro eu estive no lançamento do livro “As Flores do Bem: a ciência e a história da libertação da maconha”.

O autor é Sidarta Ribeiro, um grande neurocientista e biólogo, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O livro é uma leitura essencial para todos aqueles que devem compreender melhor os desafios e oportunidades dessa planta milenar.

Eu gostaria de ressaltar os aspectos que consideram importante sobre essa obra tão significativa para toda a sociedade brasileira. A planta Cannabis, conhecida como maconha, é cultivada há milênios em razão das excepcionais fibras têxteis de seu caule e os potenciais efeitos terapêuticos de suas flores.

Entre os anos 2000 e 2023 foram publicadas quase seis vezes mais pesquisas biomédicas sobre os canabinoides do que no século XX. Nos Estados Unidos, o financiamento de pesquisa sobre Cannabis passou de cerca de 30 milhões de dólares, em 2000, para mais de 143 milhões de dólares, em 2018.

Felizmente, a perseguição à maconha está diminuindo no século XXI. A planta deu o primeiro passo para regressar à medicina pela porta da frente. Essa planta milenar sobrevive a uma campanha de difamação global que já dura um século.

Apesar de toda a perseguição, entretanto, a Cannabis e suas principais moléculas, chamadas canabinoides, são hoje usadas para tratar, com sucesso e efeitos colaterais reduzidos, doenças e transtornos tão diversos quanto a epilepsia, os espasmos, as dores neuropáticas, o autismo, o câncer, a depressão, a ansiedade, as doenças de Alzheimer, Parkinson e Crohn, dentre outras, com efeitos analgésico, anti-inflamatório, antiespasmódico, anti-isquêmico, antiemético, antibacteriano, antidiabético e estimulante do crescimento dos ossos.

Hoje os remédios à base da maconha são cada vez mais exportados por Estados Unidos, Canadá, Portugal e Uruguai, gerando muita saúde, emprego e renda. Às vezes, a maconha é a única coisa que funciona.

Veja o caso de Charlotte Figi. Charlotte Figi, em 2006 a 2020, foi uma menina estadunidense com síndrome de Dravet. Aos 13 anos convulsionava 300 vezes por semana, apesar de tomar sete medicamentos diferentes.

Embora essa estratégia seja eficaz para mitigar as crises, ela causa um estado de torpor que impede o desenvolvimento normal da criança. A maconha medicinal acalmou seu cérebro, limitando suas convulsões a duas ou três por mês.

O sono e a alimentação se regularizaram, interações sociais tornaram-se possíveis. Aos poucos, as brincadeiras tornaram-se mais frequentes. Charlotte aprendeu a andar de bicicleta, frequentou a escola e viveu.

Como Charlotte, no Brasil existem muitas crianças que sofrem da síndrome de Dravet, e não possuem acesso ao medicamento por conta do preconceito e do custo relacionado a essa planta.

Aqui em São Paulo nós temos o caso da Cidinha Carvalho, a primeira mãe que obteve a licença por parte da Justiça para poder plantar na sua residência, ali na zona leste de São Paulo, para poder curar ou melhorar muito a saúde de sua filha, de apelido Cacá.

Isso também é registrado no livro de Sidarta Ribeiro. O livro também reúne depoimentos pessoais sobre o uso recreativo da maconha. Sidarta conta da primeira experiência com a cannabis, até tomar a decisão de começar a pesquisar o tema.

Também há relatos de outras pessoas, como o rapper e cantor Mano Brown, e o músico Louis Armstrong, que afirmava que a maconha era, para ela, um isolante contra a dor do racismo.

Assim, eu quero muito recomendar este livro tão especial, “As Flores do Bem - a Ciência e a História da Libertação da Maconha”, da Editora Fósforo, que foi lançado aqui em São Paulo, na última semana.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado. Já passou um minuto e vinte.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pois não. Recomendo o livro “As Flores do Bem”.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Muito obrigado, deputado. Com a palavra, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gilmaci Santos, deputados, deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia.

Sr. Presidente, ontem nós tivemos uma vitória importante na Câmara dos Deputados, que foi a retirada da urgência constitucional ao projeto que trata da questão da reforma do ensino médio - me refiro aqui ao PL 5.230, de 2023, apresentado pelo Executivo - após forte mobilização dos estudantes, dos professores, das entidades representativas, para que nós possamos exatamente revogar, alterar a famigerada farsa da reforma do ensino médio, que foi aprovada por medida provisória ainda no governo Temer e que está destruindo a base curricular do ensino médio e prejudicando mais de sete milhões de alunos matriculados, sobretudo em escolas públicas do Brasil.

Por que foi uma vitória importante a retirada da urgência? Porque, por ironia do destino, e também por uma articulação do presidente da Câmara dos Deputados, o Lira, foi nomeado para esse projeto, o PL 5.230, o relator Mendonça Filho, que foi o autor da reforma do ensino médio do governo Temer.

Na época, ele era simplesmente o ministro da Educação. E agora ele é o relator desse projeto. E ele fez um relatório extremamente perverso, que mantém todas as maldades da reforma ou antirreforma aprovada no governo Temer.

Por exemplo, ele reduz a formação básica, a formação geral dos nossos alunos do ensino médio, reduz a carga horária de 2.400 horas para 2.100 horas. E mantém todas as maldades, as perversidades da atual reforma.

Então, esse projeto não pode ser votado, ainda, dessa maneira. Por isso que foi importante a retirada da urgência constitucional, para que nós possamos ter mais tempo de rearticulação e avançar nessa proposta.

Porque nós estamos vendo aqui em São Paulo que a Secretaria da Educação baixou uma resolução, publicou uma resolução, inclusive sendo mais realista do que o rei, já também atacando os nossos alunos do ensino médio.

Porque tanto esse projeto do Temer, apoiado pelo Bolsonaro e apoiado pela extrema direita, pelas fundações empresariais, institutos empresariais... Eles não querem que os nossos alunos do ensino médio tenham formação geral, formação básica. Então, eles retiraram, diminuíram aulas de filosofia, sociologia, história, geografia. E está acontecendo novamente aqui em São Paulo.

A resolução que eu citei, que foi publicada algumas semanas atrás, reduz a carga horária de história e artes no ensino fundamental e, no lugar, eles colocam ensino religioso e educação financeira.

E no ensino médio, há também uma redução de filosofia e sociologia, que são duas matérias importantes para a formação da cidadania, para o desenvolvimento do senso crítico dos nossos alunos, para que os alunos possam compreender as verdadeiras causas das desigualdades sociais e econômicas, para que eles tenham senso crítico e possam se posicionar, entendendo o mundo.

Então, essas disciplinas são diminuídas na sua carga horária, história e arte também, no ensino médio. É a tentativa, sempre, dos governos, em manter a nossa população alienada, no caso aí, no ensino médio, reduzindo as disciplinas que contribuem bastante com o desenvolvimento do senso crítico e que formam, de fato, para o pleno exercício da cidadania.

Então nós avançamos em Brasília, com a retirada da urgência constitucional, no ano que vem nós vamos intensificar a luta para que esse relatório não seja aprovado, porque ele é um retrocesso.

Nós continuaríamos da mesma forma, não haveria nenhum avanço. O projeto encaminhado pelo presidente Lula é importante, pelo MEC, ele avança no sentido dessa formação geral, mas não com o relatório do Mendonça Filho.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra, o deputado Reis, pelo tempo remanescente aqui no Pequeno Expediente, deputado.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Gilmaci, eu retorno à tribuna e eu quero dizer para os deputados bolsonaristas que estiveram aqui hoje, falando, defendendo os seus pontos de vista, e eles costumam chamar o Lula de descondenado. Descondenado, no dicionário, quer dizer inocentado. O Bolsonaro é o condenado, é o inelegível, e muito em breve será preso, muito em breve ele estará atrás das grades, porque esse é o destino dele.

Então, já que quer provocar, vamos provocar. A questão da questão cognitiva, que foi trazida aqui, ou mau-caratismo, se tem mau-caratismo é por parte do bolsonarismo, porque é a matéria jornalística que está dizendo, não sou eu.

Eu vim aqui, eu e o deputado Simão Pedro, e nós reproduzimos uma matéria que foi feita pela repórter Julia Moura, que foi publicada no UOL, em que o governador, o “Tarcinóquio”, disse que a tarifa vai subir.

Reajustar pela inflação, reajuste é uma coisa; aumento, aumentar é outra coisa, subir... O que ele está dizendo é que a tarifa vai subir, não sou eu que estou falando. É difícil entender isso, tem que desenhar? Dizer que essa questão de emendas, presidente, que não agradece o governador; o dinheiro não é do governador, o dinheiro é do povo.

Quando se indica a emenda, que o governador colocou que o sistema aqui - que isso é um sistema - coloca à disposição para beneficiar lá setores da sociedade, esses recursos vão para as prefeituras, para a Saúde, porque o governador não tem olhos em todos os lugares. Ele não tem olhos em todos os lugares, ele tem uma assessoria incompetente.

Então, quando se diz: “Olha, você pode indicar emendas”, e essas indicações são para a Saúde, para a infraestrutura... Ué, simplesmente você está ajudando o governador, porque esse dinheiro não é seu, o governador não está dando esse dinheiro. “Ah, porque ele deu emenda, tem que agradecer”, não tem que agradecer nada, o dinheiro é do povo e para o povo tem que ser devolvido.

Isso tem que ser explicado aqui, porque quando fala que está te dando emenda, parece que está dando alguma coisa para o deputado. Não está dando nada para o deputado, não está dando nada.

Simplesmente destinou-se uma parte do governo para indicar em algum lugar, como foi no caso em que eu fiz indicação lá em Suzano para o prefeito, que inclusive é do próprio partido de sustentação do governador, mas para fazer uma obra que traz benefício para a população lá carente.

Eu nem moro em Suzano, mas os moradores vieram e pediram, agora o governador está dando emenda? Não está dando nada, ele está fazendo a obrigação dele, que é fazer com que chegue, àquela população, serviços. O dinheiro é do povo e para o povo tem que ser devolvido.

O dinheiro não é do governador, não é do deputado. Isso tem que ficar bem claro, porque vem um deputado aqui falar uma gracinha dessa, “porque o governador te deu emenda”.

O governador não me deu nada, absolutamente nada. O dinheiro é do povo e para o povo, Sr. Presidente, tem que ser devolvido, e é devolvido em serviços, em melhoria, em saúde, em educação, em infraestrutura.

Essa é a lógica do governo, essa é a lógica da atividade parlamentar no que se refere à fiscalização e indicação para corrigir lugares a que o olhar do governo não chega.

Muitas indicações que são feitas pelos Srs. Deputados é porque o governo não chega lá, mas os deputados estão no dia a dia, na rua, ouvindo a população. Então não há de vir aqui deputado bolsonarista dizer que tem que agradecer porque ele está dando emenda. Não está dando emenda nada, está devolvendo o dinheiro que é do povo.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado. Neste momento, encerramos o Pequeno Expediente e passamos ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -   Convidamos a fazer uso da palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Deputado Waldomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Por permuta com o deputado Teonilio Barba, o deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Gilmaci Santos, me inscrevi para falar no Grande Expediente. Não vou falar sobre a fala do Tarcísio ontem, do governador, que vai, sim, aumentar as tarifas da Sabesp, porque já me pronunciei, já fizemos aqui o debate, mas eu quero falar sobre algo positivo agora, que é a notícia de ontem, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

O presidente Lula fez uma grande cerimônia no Palácio do Planalto para anunciar o investimento de um bilhão de reais em programa para a população em situação de rua.

Esse programa já fazia parte do nosso plano de governo desde o ano passado. Independentemente do que decidiu o Supremo em agosto, determinando que o governo federal tomasse providências em relação à população que mora nas ruas - que aumentou muito, vou citar aqui os números -, esse plano já fazia parte.

Então o presidente aguardou, depois de todo o preparo, o Dia Internacional dos Direitos Humanos para anunciar a articulação do plano “Ruas Visíveis - pelo direito ao futuro da população em situação de rua”, plano esse que envolve 11 ministérios, Sr. Presidente, além de parceria com estados e municípios e também com o próprio Supremo Tribunal Federal e outras instituições da República.

O investimento total, na verdade, é de 982 milhões, para ser mais preciso. A iniciativa irá efetivar a política nacional para populações em situação de rua. A cerimônia ocorreu ontem, na celebração dos 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e contou com a presença de uma pessoa muito simbólica na luta para proteger os direitos da população em situação de rua, que foi o padre Júlio Lancellotti, que foi meu vizinho ali na zona leste.

A construção desse plano é mais uma ação do governo Lula no combate à miséria e à fome que se alastraram pelo Brasil nos últimos anos. O Brasil voltou infelizmente ao mapa da fome, chaga social essa que atinge 60 milhões de pessoas que vivem em insegurança alimentar, ou seja, não se alimentam adequadamente, e 33 milhões é o número de pessoas que infelizmente no Brasil passam fome, ou seja, não têm acesso à alimentação. “Não tem mais nada degradante na vida humana do que alguém não ter onde morar, o que comer”, afirmou o presidente Lula nessa cerimônia.

Sr. Presidente, os eixos desse plano “Ruas Visíveis” contemplam medidas que serão desenvolvidas a partir de sete eixos: assistência social; segurança alimentar; saúde; violência institucional; cidadania, educação e cultura; habitação; trabalho e renda; produção e gestão de dados. Já falei aqui que o plano envolve diversos municípios, a Defensoria Pública, o Legislativo, o Judiciário e o próprio Ministério Público.

No evento ontem também o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, ressaltou que o fato de termos pessoas em situação de rua nesse quadro da história, em números absolutamente constrangedores em nosso país, com o histórico que nós temos, com as agendas que disputamos no cenário geopolítico, “só demonstra” - se referindo ao presidente Lula - “que o nosso projeto de humanidade e democracia ainda se encontra em estágio de disputa muito endurecida e muito desafiadora para os que têm um real compromisso com a agenda dos Direitos Humanos”.

O ministro lembrou que atualmente o Brasil tem mais de 221 mil pessoas em situação de rua. Significa que uma pessoa a cada mil habitantes neste país mora nas ruas, vive nas ruas e faz das ruas o seu lugar de sobrevivência. São pessoas, inclusive crianças, que vivem na pobreza extrema, submetidas à intensa vulnerabilidade, expostas a todos os tipos de violência.

O plano então demonstra um compromisso do governo federal, um compromisso do nosso país em transformar as promessas que estão na Declaração Universal dos Direitos Humanos em uma realidade para essa população.

De acordo com o discurso que o ministro fez, trazendo informações, a população em situação de rua quase dobrou no país entre 2018 e 2023; coincidentemente, período em que o presidente genocida que tivemos neste país, condenado, que não vai poder mais disputar eleições e, em breve, provavelmente será preso pelos crimes que cometeu contra a nossa população, principalmente durante a pandemia... Durante esse período, a população de rua cresceu 42 por cento.

Do total de pessoas em situação de rua, 68% são negras, quase 70%, o que mostra ainda esse processo de exclusão da população negra em nosso país. São, na maioria, homens, e 14% possuem algum tipo de deficiência.

No começo, quando a gente via um morador de rua, era aquela pessoa que tinha... Ou era usuário de drogas, ou não suportava mais viver com a família, ou tinha algum grau de deficiência na área da saúde mental, mas a grande maioria, hoje, dos que moram na rua, não são mais esses. Os que têm algum tipo de deficiência são 14 por cento.

O bacana também desse projeto, desse programa, Sr. Presidente, é quando nós ouvimos o padre Júlio Lancellotti. O presidente Lula sancionou ontem um projeto de lei que combate a chamada “arquitetura hostil”. A gente viu isso aqui em São Paulo.

Subprefeitos, com orientação do próprio prefeito, embaixo de viadutos, onde normalmente a população de rua se protege, e em alguns outros lugares, colocando pedras com concreto ali para que o morador não pudesse dormir, não pudesse passar a noite nesse local. Então, esse tipo de arquitetura, chamada de “arquitetura hostil”, passa a ser proibido no nosso país com o projeto de lei aprovado e, ontem, sancionado.

Então, quero parabenizar o padre Júlio por ter feito essa denúncia. Lembro-me dele, alguns anos atrás, pegando uma marreta e indo lá embaixo no viaduto entre a Radial Leste e a Salim Farah Maluf, perto da minha casa, e ele próprio, com aquela marreta, até sozinho ali, em um gesto muito concreto, com a marreta, destruindo aquela arquitetura hostil e chamando a atenção do Brasil inteiro para esse tipo de procedimento hostil ao morador de rua.

É evidente que não queremos morador de rua. O morador de rua precisa ter uma casa. Precisamos olhar os programas habitacionais e esse programa vai nessa direção, porque, além das ações na área de assistência social, de segurança alimentar, o programa também contempla a área habitacional, a área da Saúde e assim por diante.

Então, o morador de rua precisa sair da situação de rua. Não é simplesmente fazendo um abrigo; às vezes o morador de rua não consegue entrar ali, ou permanecer ali, porque ele não pode levar os seus pertences. Ele é submetido a um conjunto de regras pelas quais ele próprio foi para a rua, porque ele não tinha... Ele não suportava esse conjunto de regras dentro da sua casa.

Então, nós precisamos ter outro tipo de suporte, mas nós temos que ir na raiz do problema. A raiz do problema é emprego, é moradia, é dignidade, é acesso à alimentação.

E é só assim que esses moradores farão outro trajeto, saindo da rua de volta para um lar. Então, esse programa contempla o tema da moradia, que é muito importante, destinando recursos para a área da Segurança, para a área da Habitação, para a da Saúde.

Então, quero aqui, Sr. Presidente, parabenizar mais uma vez o governo federal, o presidente Lula, por essa sensibilidade. Lembrando que nesse período, todos os anos, desde o seu primeiro ano de governo, ali em 2003, ele vem a São Paulo para tomar um café da manhã com a população de rua, com os catadores, em um gesto muito bonito, passando o Natal, tomando um café da manhã. No ano passado, eu pude participar aqui no galpão, no Armazém do Campo do MST, na Barra Funda.

Ontem, o presidente Lula recebeu os moradores de rua lá no Palácio do Planalto, recebeu o padre Júlio... A gente está na expectativa de que o presidente Lula venha, neste sábado, aqui em São Paulo.

Quem sabe ele vai fazer mais uma vez esse gesto humano, de humanidade, em relação àquelas pessoas mais vulneráveis - no nosso caso, na nossa sociedade, os moradores em situação de rua.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra, a deputada Marta Costa. (Pausa.) Por permuta com o deputado Paulo Fiorilo, com a palavra o deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, Gilmaci Santos, gostaria de continuar a falar das informações sobre a população de rua, que cresceu dez vezes em dez anos: 69% das pessoas que vivem em situação de rua no Brasil são negros - 51% são pretos; 18% são pardos - 57% tem entre 30 e 49 anos; 70% moram em seu estado natal; 4,7% são estrangeiros; 47,3% estão na rua por problemas familiares; 40,5% estão na rua por desemprego; 30,4% dizem estar nas ruas por álcool ou drogas; 11,6% são mulheres adultas; 35% das mulheres nas ruas mantêm as suas famílias; 24% não possuem certidão de nascimento; 29% dos adultos não têm título de eleitor; 58% das crianças e adolescentes em idade escolar estão fora da escola; 14% possuem alguma deficiência; 69% dos adultos realizam atividades para conseguir algum dinheiro; 1% têm emprego com carteira assinada.

Vinte e um mil, novecentos e trinta e quatro moradores em situação de rua foram registrados em 2013, pelo IPEA. Duzentos e vinte e sete mil e oitenta e sete moradores em situação de rua foram registrados em 2023, pela mesma análise.

Então, eu acho importante que nós venhamos a dar atenção muito grande a esta situação, especialmente na cidade de São Paulo, que continua a ter a maior população de rua do país, caso sejam considerados os dados do Cadastro Único, como feito pelo Ipea, o levantamento do Observatório Polos de Cidadania, da Universidade Federal de Minas Gerais, mostrou em setembro que esse número era de 53,4 mil.

À época, André Fernandes, coordenador do Observatório, explicou à Agência Brasil que há ainda historicamente uma subnotificação dessa população, em torno de 33 por cento. Conforme Natalino, quanto maior a aglomeração humana em determinada localidade, maior a incidência de pessoas em situação de rua.

Além disso, o grau de centralidade e dinamismo econômico do município exerce efeito de atração de populações mais pobres, que buscam sustento por meio de empregos precários e sem aumento exponencial do número de pessoas em situação de rua, e também passa pela pandemia de Covid-19.

Estimativa feita há um ano pelo próprio Ipea aponta que a população em situação de rua no país cresceu 38% entre 2019 e 2022. Isso levou o Supremo Tribunal Federal a emitir uma medida cautelar, que torna obrigatória a observância das diretrizes da Política Nacional da População em Situação de Rua por todos os estados e o Distrito Federal.

Além disso, o Supremo Tribunal Federal determinou a elaboração, pelo Executivo Federal, de um plano de ação e monitoramento de políticas, e, como parte desse plano, a cautelar prevê a elaboração de um diagnóstico atual da população em situação de rua e a criação de instrumentos de diagnóstico permanente. Segundo Natalino, o objetivo do estudo é justamente apresentar um diagnóstico atual da situação e colaborar com o aprimoramento de políticas.

Ainda há pouco, na reunião da bancada do Partido dos Trabalhadores - nós somos 18 deputados, e ainda temos na Frente a deputada do PCdoB - nós dialogamos a respeito da proposta que eu formulei ao nosso líder, Paulo Fiorilo, que foi a seguinte. Eu perguntei ao caro Paulo Fiorilo, se eu solicitar numa carta, uma audiência ao presidente Lula, para breve...

Sobre a criação de um grupo de trabalho para estudar a transição do Bolsa Família até a renda básica universal, se eu poderei ter o apoio de toda a bancada do PT na Assembleia Legislativa, e o caro líder do PT Paulo Fiorilo, consultou a todos, que, por consenso, disseram que vão assinar esta solicitação de audiência.

Eu tenho a convicção de que se trata de um instrumento de política econômica e social que, por excelência, vai contribuir enormemente para erradicar a pobreza, erradicar a situação da população em situação de rua, que vai promover maior igualdade, vai realizar uma transformação muito especial para o Brasil, que hoje é uma das nações mais desiguais do Planeta Terra.

Há evidências muito fortes de como a renda básica universal constitui-se em um excelente instrumento para promover maior igualdade e a erradicação da pobreza.

O mais notável exemplo é o que aconteceu no Alasca, pois desde o início dos anos 80 o Alasca vem pagando um dividendo igual a cada um de seus residentes, um ano ou mais no ano passado.

Bom, este pagamento de um dividendo igual para todos começou em torno de 300, 400, 500 dólares por ano; no ano passado, foram 3.284 dólares, e isto fez com que o Alasca passasse do mais desigual dos 50 estados norte-americanos para o mais igualitário.

Em verdade, são dois estados muito próximos um do outro, com coeficientes semelhantes, que são os dois estados mais igualitários dos Estados Unidos da América, e constitui suicídio político para qualquer liderança do Alasca propor o fim desse sistema.

No Brasil, Maricá vem se tornando um exemplo notável, que já tem metade da sua população recebendo uma renda básica da ordem de 230 mumbucas, ou reais. “Mumbuca” é o nome da moeda social de Maricá.

E nós temos o exemplo de Macau, das vilas rurais do Quênia, exemplos na Namíbia, e em quase todos os continentes. Então isso vem ganhando enorme força e repercussão no mundo inteiro.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Tem a palavra o deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Por cessão do tempo com o deputado Tenente Coimbra, deputado Lucas Bove. (Pausa.) Por permita também com o deputado Donato, deputado Reis. Os demais, para baixo, não chamei ainda. Deputado Reis, tem o tempo Vossa Excelência.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, hoje estou usando bastante esta tribuna, parece-me que é a terceira vez. Terceira vez, eu estou ganhando do Suplicy e estou ganhando do Carlos Giannazi, viu? Você já falou três vezes hoje também? Tecnicamente empatados.

Bom, como foi falado aqui do Fernando Haddad, e ainda bem que a assessoria técnica me trouxe aqui, para a gente entender bem as coisas. Então o Fernando Haddad, professor e doutor na USP, possui graduação em Direito, desde 1985, mestrado em Economia, em 1990, doutorado em Filosofia, em 1996, todos pela Universidade de São Paulo. Foi subsecretário de Finanças do município de São Paulo, 2001 e 2003; assessor especial do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2003 e 2004; secretário-executivo do Ministério da Educação, 2004 e 2005; ministro da Educação, 2005 a 2012; prefeito da cidade de São Paulo, 2013 a 2016; e também professor do Insper, 2016, 2017 a 2020.

E agora tem o currículo aqui do deputado que falou que quis reduzir toda essa formação do Fernando. Então o deputado é formado em Administração, Comércio Exterior pelo Mackenzie, com especialização em Finanças pelo Insper, mestrando em Educação, também pelo Mackenzie, empresário do segmento da construção civil, está no seu primeiro mandato de deputado estadual. E o que eu observei aqui é que ele também foi aluno do Insper, onde o mestre, o professor, o Dr. Fernando Haddad dava aula. Então, temos que entender aqui como os bolsonaristas têm inveja dos quadros do PT.

É inveja, eles morrem de inveja, Suplicy. E aí vem aqui e fala um monte de bobagem, um monte de besteira, e nós temos que contestá-lo. Eu... contestá-los. Eu, particularmente, sou contra esse clima de guerra, beligerante. Mas se querem guerra, vão ter guerra. É isso, essa é a lógica.

E falar do líder deles, o Bolsonaro, você sabe que o Bolsonaro está recebendo vários títulos: inelegível, se diz daquele que não pode mais se eleger, inelegível, condenado, genocida.

Quando ele dificultou a aquisição de vacinas, quando ele retardou a aquisição de vacinas, e que acabou morrendo praticamente mais de 700 mil pessoas, ele recebeu esse título de genocida.

E agora, lá na Argentina, ele recebeu um novo título, não sei se V.Exa. está sabendo, “infotografável”, porque ele queria tirar foto como se fosse líder de Estado. E aí os assessores do Milei falaram: “Não, você não é mais o líder lá; essa foto é só para os líderes de Estado, o chefe de Estado. Você é ex-chefe, você não é mais chefe”. Então, ele recebeu esse título de “infotografável”.

E ele está caminhando para receber um novo título, que é “inanestiável”, porque o governador Tarcísio de Freitas aprovou uma lei aqui, a Lei 17.843, que tratava de negociação de dívidas tributárias, e ele colocou lá um jabuti.

A gente chama de jabuti porque... Por que chama de jabuti, Suplicy? Porque se você vir um jabuti na árvore, alguém o colocou lá, ele não sobe em árvore. Então, esse projeto tinha um jabuti que o governador colocou. E esse jabuti, que não tinha conexão com a matéria, é para dar anistia, para anistiar as multas do Bolsonaro e do bolsonarismo, porque nós temos vários deputados aqui nesta Casa que também foram multados.

Aqueles que desobedeceram às medidas impostas durante o enfrentamento à pandemia, foram multados. E o Bolsonaro chega praticamente quase a um milhão de reais, e o seu filho mais cento e tantos mil reais. E o governador, que é amigo dele, os amiguinhos, por relação de amizade, mandou esse projeto e colocou o jabuti.

E agora, o que acontece? O que está acontecendo? A AGU deu um parecer pela inconstitucionalidade do Art. 36. Em 11 de novembro, o PT ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade, em face do Art. 36 da Lei nº 17.843, que, em breve síntese, dispõe sobre o cancelamento das multas administrativas impostas em razão do descumprimento de obrigações impostas para a prevenção e enfrentamento à pandemia Covid-19.

À época da tramitação do projeto de lei, que originou a aludida lei, os deputados da oposição, especialmente o PT, já alertavam sobre o absurdo contido no Art. 36, para além do desrespeito a diversos direitos fundamentais assegurados pela Constituição da República, dentre os quais o direito à saúde e à vedação ao retrocesso.

Instado a se manifestar, por ordem do Exmo. Ministro relator Luiz Fux, o advogado-geral da União, Dr. Flávio José Roman, opinou pela procedência do pedido inicial e enfatizou a inconstitucionalidade do referido Art. 36, ou seja, a inconstitucionalidade do jabuti.

Em sua fundamentação, a AGU ressaltou que não há dúvidas de que a norma sob invecta enfraquece o poder de polícia do governo local e cria uma diretriz governamental condescendente com a impunidade e com o descumprimento de regras impostas a toda a coletividade.

Então, todo mundo cumpriu a lei, todo mundo foi lá e cumpriu. Agora, cerca de dez mil pessoas que se julgaram melhores do que milhões de pessoas descumpriram a lei, foram multadas, e agora querem se safar por conta desse jabuti que o governador colocou nessa lei.

Ao assim dispor, a legislação local suprimiu aquela que vem a ser a consequência concreta, mais importante, do dever de proteção sanitária, a de sancionar os infratores nas regras vigentes. Com isso, a conduta exemplar adotada pelo Governo do Estado de São Paulo de baixar os decretos de imposição de medidas restritivas acaba tendo sua autoridade gravemente frustrada.

Ou seja, o Governo do Estado tomou uma atitude, depois ele mesmo - aí falando em nome, como sendo o governo - propõe revogar. Ou seja, a sua autoridade deixa de existir.

E continuo ressaltando sobre a violação ao direito à saúde. Verifica-se assistir razão ao requerente, ao sustentar a ofensa aos Arts. 6 e 196 da Constituição Federal, os quais tratam do direito à saúde e estabelecem o dever do Estado em garantir medidas sociais e econômicas voltadas a melhorar as condições de vida dos cidadãos.

Mais do que isso, além de fulminar a credibilidade da política sanitária construída no período mais crítico da pandemia, a legislação em questão encoraja explicitamente o comportamento renitente contra as medidas sanitárias, promovendo uma injustificável discriminação entre os infratores que arcaram com as multas e aqueles que optaram por não quitar os débitos.

Ou seja, em outras palavras, aqueles que pagaram e honraram as multas impostas não terão o dinheiro restituído, enquanto aqueles que ignoraram e não pagaram serão isentos, dentre os quais o ex-presidente da República, hoje inelegível, Jair Bolsonaro.

Enfim, após toda a belíssima fundamentação, concluiu que o advogado-geral da União substituto manifesta ser pela procedência do pedido formulado pela requerente, no caso o Partido dos Trabalhadores, para que seja reconhecida a inconstitucionalidade do Art. 36.

Então, com base nisso, o Sr. Jair Messias Bolsonaro, o “infotografável”, o inelegível, o condenado, o genocida, está caminhando para também ser chamado de “inanestiável”.

 

O SR. REIS - PT - Sr. Presidente, peço a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Muito obrigado, Sr. Deputado. Havendo acordo entre as lideranças, nós suspendemos a nossa sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 15 horas e 33 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 41 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão. Ordem do dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de lei nº 1.685, de 2023, de autoria da Mesa, que dispõe sobre o subsídio do governador, do vice-governador e dos secretários de estado para o exercício de 2024.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Também aproveito para, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 60a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 13/12/2023.

 

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O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 43 minutos.

           

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