1 DE SETEMBRO DE 2023

94ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: EDUARDO SUPLICY e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - LECI BRANDÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - REIS

Assume a Presidência.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

7 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 04/09, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Tem a palavra no Pequeno Expediente o deputado Rafael Saraiva. Ausente. Deputado Paulo Reis, tem a palavra pelos cinco minutos regimentais.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saúdo o presidente, deputado Suplicy, a deputada Leci Brandão, público presente, todos os funcionários desta Casa, integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Penal e todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.

Presidente Suplicy, eu, hoje, vi, no Diário Oficial, o edital que foi publicado fruto de muita luta, de muita cobrança, que nós fizemos aqui nesta tribuna e na Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Civil, que era a realização, a publicação do certame para o concurso público. E hoje foram publicadas 3.500 vagas na Polícia Civil, e a gente tem que reconhecer que o filho nasceu, praticamente nove meses, entramos no nono mês, em setembro, e o filho nasceu.

São 1.250 vagas para investigadores de polícia, 1.333 vagas para escrivães de polícia, 116 vagas para médico legista, 552 vagas para delegado de polícia e 249 vagas para perito criminal. A prova tem praticamente cinco fases, a prova preambular, a prova dissertativa, a investigação social, a prova oral e a prova de títulos, que é um processo muito demorado, presidente Suplicy.

Nós, até agora, temos um concurso em andamento, que é o concurso que foi publicado me parece que em junho do ano passado, 2022, e aqueles candidatos que se inscreveram e já passaram no concurso ainda não foram contratados, ainda não tomaram posse, estão na fase de títulos, então praticamente mais de um ano e ainda aquelas vagas não foram preenchidas.

Tenho indicado ao governo que agilize os procedimentos para resolver essa demanda que hoje é muito grande na Polícia Civil e também na Polícia Militar; são mais de 13 mil vagas em aberto segundo o próprio documento que o governo nos mandou por requerimento de informação.

E também temos que cobrar o concurso para o nível médio, não veio o concurso para auxiliar de papiloscopista, agente policial, fotógrafo, desenhista, que são os funcionários que dão apoio nas unidades policiais. E cobrar também do governador, foi uma indicação de minha autoria, para que ele enviasse um projeto de reestruturação da carreia dos oficiais administrativos.

Os oficiais administrativos estão sofrendo muito e cobrando que o governo, em um dado momento, disse que ia reestruturar a carreira deles, mas até agora não chegou esse projeto de reestruturação.

Eu, inclusive, fiz um projeto em relação à insalubridade que eu quero submeter a esta Casa e aprovar, para que os oficiais administrativos e todos os funcionários que trabalham em unidades policiais que possam receber o grau de insalubridade máximo, ou receber a insalubridade no grau máximo, porque, de uma hora para outra, o Departamento Médico do Estado, o DPME, foi lá e cortou a insalubridade do grau máximo para o grau mínimo.

Então o funcionário já recebe o salário de cerca de 600 e alguma coisa, 640 reais, o governo dá um bônus para complementar para chegar a um salário mínimo, e ele tinha uma insalubridade de 785 reais, e aí caiu para 196 reais, um corte ali no ganho do servidor, e que a gente espera que o governo possa...

Não é possível que o governo veja isso e fique quieto. Que ele possa, sim, mandar o projeto de reestruturação da carreira dos oficiais administrativos, responder essa demanda e fazer com que haja o concurso para o nível médio, por enquanto, concurso que vê 3.500 vagas, é para nível superior, investigador, escrivão, médico legista, delegado e perito criminal.

A gente cobra do governo que ele mande e que publique um novo edital para os cargos de apoio, para os cargos de nível médio, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, caro deputado Reis. Tem a palavra o deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Leci Brandão.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, com voto contrário ao marco temporal, o ministro Zanin se une aos votos já dados pelos ministros Edson Fachin, que é o relator, o ministro Alexandre de Moraes, o ministro Roberto Barroso. São quatro votos favoráveis aos indígenas.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O ministro afirmou que a Constituição de 88 é clara ao dispor que a garantia de permanência dos povos indígenas nas terras tradicionalmente ocupadas é indispensável à concretização dos direitos fundamentais básicos desses povos. “Verifica-se a impossibilidade de se impor qualquer tipo de marco temporal em desfavor dos povos indígenas, que possuem a proteção da posse exclusiva desde o império, e em sede constitucional a partir de 34”, assim disse o ministro.

Também quero destacar que o artigo “No Brasil, racismo estrutura as desigualdades”. Foi escrito pela minha querida amiga, Dra. Cida Bento, em parceria com o jornalista Flávio Carrança, da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial. Cida Bento é psicóloga, grande ativista brasileira, diretora do Centro de Estudos em Relações de Trabalho e Desigualdades.

Nas últimas semanas foi divulgado ainda um novo estudo do IBGE, que avaliou as pessoas com um grau de pobreza em seis dimensões: moradia, acesso aos serviços de utilidade pública, saúde, alimentação, educação, acesso aos serviços financeiros, padrão de vida, transporte e lazer.

Infelizmente, essa pesquisa indica que as desigualdades estruturais persistem, tanto no que se refere a comparações entre a população urbana e rural, quanto ao recorte racial, sendo que as diferenças brutais pouco se alteraram.

Também foram lançados o Observatório Brasileiro de Desigualdades e a Frente Parlamentar de Combate às Desigualdades, parte de um conjunto de ações que focaliza as políticas públicas e as ações da sociedade nesse tempo.

Cida Bento alerta, no entanto, que precisamos admitir que há um tratamento racista e preconceituoso por parte do Judiciário e das forças de Segurança Pública em relação ao povo negro, ou seja, pretos e pardos, indígenas e, acrescento eu, a população LGBT+.

É, minha gente, admitir é o primeiro passo para superar. Nossos jovens e crianças têm o direito a uma vida plena e feliz, e não de serem chacinados em suas comunidades.

Também temos o direito à liberdade de crença, que no Brasil se traduziria em um tratamento das religiões de matriz africana com a mesma dignidade com que se trata as religiões cristãs.

No texto, Cida Bento lembra ainda que as mulheres negras são a maioria entre as mais impactadas pelos mais diversos indicadores de desigualdades sociais. Não é à toa que casos como os assassinatos de Marielle Franco, Anderson Gomes e da quilombola Mãe Bernadete ainda estão sem solução. Não haverá um país realmente democrático enquanto essa situação persistir.

Muito obrigada, Sr. Presidente; obrigada, deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Tudo bem, deputada Leci Brandão.

Seguindo a lista de oradores, deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Eduardo Matarazzo Suplicy.

Tem V.Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Minha primeira palavra é de apoio à manifestação da deputada Leci Brandão com respeito à importante decisão sobre a questão do direito aos povos indígenas de terem o seu direito à terra originariamente. É muito importante todo apoio à sua manifestação.

Mas gostaria, Sr. Presidente, de aqui prestar minha inteira solidariedade e declarar minha torcida pela recuperação do apresentador Fausto Silva, nosso querido e tão conhecido Faustão, um dos maiores comunicadores do país, que passou por um transplante onde recebeu um coração devido ao agravamento da insuficiência cardíaca que o levou ao Hospital Albert Einstein, em estado grave.

Acompanhando as notícias, soube que o transplante foi um sucesso, muito emocionante ver... e foi muito emocionante ver o depoimento de agradecimento dele pelas redes sociais.

Assim como o Faustão fez, quero reforçar a importância e a grandeza dos familiares que decidem doar órgãos dos seus entes queridos falecidos, bem como dos doadores, que tomam essa decisão ainda em vida. Essas pessoas, em sua nobreza de espírito, fazem da dor de suas perdas uma esperança para a cura dos que recebem esses órgãos, e merecem todo o carinho e respeito.

E também seguindo as considerações do querido Faustão, é importante destacar o primoroso trabalho do Sistema Único de Saúde, que mesmo em meio a tantas dificuldades continua salvando vidas, garantindo tratamento democrático a todo e qualquer paciente que acessar seus cuidados.

Sei que muitas polêmicas foram levantadas pelo caso de o Faustão ser atendido em menos de um mês, mas isso só comprova a eficiência do SUS e seu comprometimento com a saúde do povo brasileiro.

É importante que haja esforços dos entes públicos, no sentido de esclarecer a população sobre como funciona a fila de transplante no Brasil que é administrada pelo SUS, organizada pelas Secretaria Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, que reúne os casos a partir das linhas estaduais e regionais.

Em minha vida pública, tenho defendido a transparência, o fácil acesso à informação das atividades e decisões das diversas entidades públicas, da Saúde, da Educação, Segurança Pública, pois acredito que somente assim podemos evitar a desinformação e a descrença nas instituições e em quem as representa e nelas atuam.

No caso do Faustão, é triste ver como as pessoas ficaram perdidas, facilitando assim as fake news, em alguns casos mais graves, convencendo muito cidadãos e cidadãs de que não vale a pena acessar o SUS.

De acordo com a Central de Transplantes do Estado de São Paulo, até o final de julho deste ano, 2023, 20.800 pacientes aguardavam por doação de órgãos, sendo a principal demanda por rim, córnea e fígado.

Os transplantes cardíacos tinham 180 pessoas aguardando no mês passado. Conforme informações da “Veja” de 21 de agosto, entre janeiro e julho deste ano foram realizados 75 transplantes de coração no Estado. O coração é o terceiro órgão mais transplantado no Brasil.

Essas informações precisam ser constantemente veiculadas para que a população possa estar ciente do excelente trabalho do Sistema Único de Saúde e lutar por sua permanência, sabendo que é a melhor, mais segura e democrática opção, totalmente gratuita para o atendimento da saúde no País. Parabéns ao SUS, aos doadores e toda a força à recuperação do querido Faustão Silva.

Gostaria, também, Sr. Presidente, de informar que, daqui a instantes, eu estarei participando da audiência pública do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, que apresentará um relatório preliminar da missão que está realizando, também observando as suas recomendações, tendo em vista a quantidade de pessoas mortas e os relatos de abuso, tortura e violência extrema por parte dos agentes de Segurança do Estado e pelo fim da Operação Escudo e da brutalidade policial.

Ressalto que ainda hoje foi esclarecido que o governo Tarcísio tem muito a esclarecer sobre a Operação Escudo, que completou um mês, com 23, senão 24 mortes. Há diversos relatos de abuso e tortura nessa ação, que é a mais letal da Polícia Militar em mais de 30 anos.

Ontem um adolescente de apenas 15 anos foi morto no Jardim Três Marias, em Guarujá. Os moradores das periferias da Baixada Santista estão com medo, abandonando as suas casas. O combate ao tráfico de drogas deve ser feito com inteligência e responsabilidade, e não com a soma de corpos. 

Sigo atento às investigações, mas é importante ressaltar que a bala que matou o policial militar Patrick Bastos Reis, da Rota, era uma munição não de qualquer pessoa, senão das Forças de Segurança. A informação foi obtida pelo repórter Victor Ferreira, da TV Globo. A morte do PM é que motivou a Operação Escudo no Guarujá, litoral de São Paulo.

Gostaria de informar que ainda hoje fiz uma visita ao “Amor à Vida”, local onde o movimento estadual da população em situação de rua está construindo, em parceria com a prefeitura e com doações importantes, como de Ricardo Almeida, para que haja o oferecimento de mais de três mil refeições naquele local, na R. General Carneiro. Eu quero cumprimentar Robson Mendonça pelo seu trabalho tão dignificante em favor daqueles que estão em situação de rua em São Paulo.

Muito obrigado.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sr. Presidente, não havendo mais deputados, eu peço o levantamento da sessão.

 

O SR. REIS - PT - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia:

 

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- NR - O aditamento à Ordem do Dia da 95a Sessão Ordinária foi publicado no D.O. de 01/09/2023.

 

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Havendo acordo entre líderes, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão. Tenham todos uma boa tarde.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 24 minutos.

 

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