24 DE ABRIL DE 2024

52ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GILMACI SANTOS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h. Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas.

        

2 - LECI BRANDÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

11 - CARLOS GIANNAZI

Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças, até as 16 horas e 30 minutos.

        

12 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido e suspende a sessão às 14h52min, reabrindo-a às 16h32min.

        

ORDEM DO DIA

13 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, os requerimentos de criação de comissão de representação, dos deputados: Ediane Maria, com a finalidade de participar da mesa de autoridades da Sessão Solene de Lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Trabalhadoras Domésticas, no dia 25/04, em Brasília-DF; e Rafael Saraiva, com a finalidade de participar de agenda para tratar de pautas legislativas atinentes à habitação e ao sistema financeiro da habitação em tramitação na Câmara dos Deputados, nos dias 23 e 24/04, em Brasília-DF. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PL 1611/23. Convoca reunião extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas e 45 minutos.

        

14 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

15 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 25/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 17 horas. Levanta a sessão às 16h34min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

                                                                

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 17 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 16a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 25/04/2024.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Neste momento, passamos ao nosso Pequeno Expediente, convidando para fazer uso da palavra o nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.)

Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Nobre deputada Leci Brandão. Só corrigindo aqui, a nossa Ordem do Dia, a nossa pauta, será o Projeto de lei nº 1589, de 2023, de autoria do Sr. Governador.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente, deputado Gilmaci, prazer em revê-lo, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, público que nos assiste pela nossa TV Alesp, funcionários de serviços gerais, que Deus os proteja sempre. Sr. Presidente, eu estou ocupando esta tribuna para relatar e pedir providências para uma situação que chegou ao nosso conhecimento na última semana.

As merendeiras das escolas públicas municipais de Ribeirão Pires relataram as difíceis condições de trabalho a que estão sendo submetidas. Trabalhadoras que são concursadas e já têm anos nessa função estão sendo enquadradas como agentes escolares. Com isso foram atribuídas a elas mais atividades.

Ou seja, além de prepararem a alimentação dos alunos, elas também têm que exercer funções de faxina. Por outro lado, os funcionários terceirizados que são contratados para essa função estão com menos atribuições e estão recebendo um salário maior.

Eu trouxe essa questão para este plenário porque há muito tempo no nosso Estado existe uma política de desvalorização dos servidores públicos e esse é mais um exemplo dessa situação. Todo mundo sabe que sou uma filha de servente de escola pública e que já ajudei minha mãe nessa função.

Eu sei o que que é limpar sala de aula várias vezes ao dia e se junto a isso as trabalhadoras ainda têm que fazer alimentação dos alunos, aí estamos falando de exploração sem limites. Os funcionários públicos tanto municipais quanto estaduais precisam ser valorizados.

Não podemos permitir esse tipo de atitude por parte do Poder Público e como estamos falando de servidores públicos, quero registrar que no nosso mandato, através do nosso assessor Julião Vieira, que é o presidente nacional Unegro, e entidades do movimento negro também se reuniram ontem com a bancada de negros e negras da Câmara Federal com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, para discutir o PL 1958/21, sobre a lei de cotas para negros e negras nos concursos públicos federais. Cotas para negros e negras no serviço público, Sr. Presidente, sim. Cotas para os negros e negras no serviço público, sim.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada Leci, que também para mim é um honra e um prazer revê-la, sempre bom. Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.)

Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)

Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, gostaria de assinalar, presidente Gilmaci Santos, que o governador se comprometeu com o ministro Barroso para que a Polícia Militar venha a usar câmeras corporais em operações, conforme registra hoje Mônica Bergamo e Karina Matias na “Folha”, na internet.

O governador Tarcísio de Freitas, Republicanos, assumiu o compromisso de que policiais militares usem câmeras corporais durante operações no estado de São Paulo. O compromisso foi feito pelo governo com o presidente do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, no âmbito da ação em que a Defensoria Pública do Estado pede a obrigatoriedade do uso dos aparelhos. A gestão Tarcísio apresentou um cronograma que estabelece a implementação das câmeras até setembro deste ano.

No ano passado, a Defensoria Pública do Estado e a ONG Conecta Direitos Humanos protocolaram na Justiça paulista uma ação pedindo a obrigatoriedade do uso das câmeras. As entidades chamaram a atenção no processo para relatos de supostas execuções sumárias, tortura e invasão em Guarujá e Santos, dentro da Operação Escudo.

A Defensoria requisitou as imagens das câmeras, que não deveriam estar sendo usadas nos uniformes pelos policiais. Mas não havia imagens disponíveis na maioria das ações com mortes.

A operação policial que foi desencadeada entre julho e setembro do ano passado foi uma das mais letais da Polícia Militar. Ao menos 28 pessoas morreram em 40 dias em supostos confrontos com policiais militares. Uma decisão de primeira instância chegou a determinar que o Governo do Estado utilizasse os equipamentos em todas as operações do tipo.

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, no entanto, derrubou a decisão horas depois, após entender que o aumento do gasto com as câmeras irá interferir diretamente no orçamento e na definição de política pública pelo Governo do Estado.

O custo anual aos cofres estaduais seria de 330 milhões até um bilhão de reais. O Órgão Especial do Tribunal negou um pedido para derrubar a decisão do presidente. A Defensoria, então, acionou o Supremo Tribunal Federal.

Em dezembro do ano passado, o ministro Barroso rejeitou ordenar a obrigatoriedade do uso das câmeras de forma imediata pelas questões orçamentárias, mas defendeu a importância da utilização dos equipamentos.

A letalidade policial desabou em batalhões do estado de São Paulo após a expansão do programa de implantação de câmeras nos uniformes dos policiais, em 2021.

Segundo levantamento apresentado pela “Folha”, nas 18 unidades da Polícia Militar em que o programa foi adotado na Capital eleitoral e interior, a diminuição de pessoas mortas em supostos confrontos chegou a 85% de junho a dezembro de 2021, comparados ao mesmo período de 2020.

Após Barroso negar a ação, a Defensoria ingressou, então, com um pedido de reconsideração, argumentando que houve aumento de mortes nas ações da PM do estado paulista. Entre 3 de fevereiro e 1º de abril deste ano, ao menos 56 pessoas morreram em supostos confrontos com policiais na Operação Verão, realizada em cidades do litoral paulista.

A ação é a segunda mais letal da história da polícia de São Paulo, atrás apenas do massacre do Carandiru, quando 111 homens foram mortos durante a invasão da casa de detenção, em 2 de outubro de 92.

A partir do pedido da Defensoria, o presidente do Supremo Tribunal Federal requereu à gestão Tarcísio informações sobre o assunto. O governo estadual enviou ao ministro um cronograma de implantação dos equipamentos, com a promessa de publicar, em maio, o edital de compra das câmeras corporais.

Diante do compromisso assumido, Barroso negou novamente o pedido da Defensoria, mas destacou que a execução do cronograma proposto por Tarcísio será acompanhada pelo Núcleo de Processos Estruturais e Complexos do Tribunal.

“O uso das câmeras corporais é uma medida relevante para a execução de política pública da Segurança. Os equipamentos protegem tanto os cidadãos como os próprios policiais, já que coíbem abusos nas operações, protegem policiais de acusações infundadas e incentiva a adoção de comportamentos mais adequados por ambas as partes”, afirma Roberto Barroso, em sua decisão.

“Além disso, a medida amplia a transparência, a legitimidade, a responsabilidade da atuação policial e serve como um importante meio de prova em processos judiciais”, acrescenta o ministro. A iniciativa de utilização das câmeras acopladas aos uniformes das PMs foi feita durante a gestão de João Doria como governador.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para a conclusão, deputado, por gentileza.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Apenas para concluir, o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço no Estado teve aumento de 38% no ano passado, o primeiro de Tarcísio, em relação a 2022, quando São Paulo foi governado pelos, então tucanos, João Doria e Rodrigo Garcia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra, a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.)

Deputado Caio França. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Deputado Altair Moraes. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.)

Passamos à Lista Suplementar, deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudar o público presente, saudar os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica e da Polícia Civil; saudar também o deputado Suplicy, o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor, e também o deputado Gilmaci Santos, o nosso “candidate designated” ou o nosso candidato designado. Também saudar todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.

Presidente Gilmaci, eu trago hoje à tribuna mais uma matéria em que se prova o que eu venho falando desde quando este governo chegou, desde quando este governo tomou posse.

Ele, quando nomeou o secretário, que foi tenente na Rota, que foi capitão e aí deputado federal, para comandar a secretaria de Segurança, ele transformou a Secretaria de Segurança Pública em uma secretaria da Polícia Militar. É urgente que se crie uma secretaria da Polícia Civil, já que o modelo de gestão dele é esse.

O jornal “Metrópoles” traz aqui o que vai comprovando mais essa minha tese: “o secretário Derrite turbina investimento na Polícia Militar, e gastos com a Polícia Civil minguam. A gestão de Guilherme Derrite triplicou a verba para investimento na Polícia Militar, enquanto liberou apenas 636 mil reais para a Polícia Civil em 2024.”

Por isso que, quando a gente anda pelo interior afora, a gente recebe várias reclamações de integrantes da Polícia Civil em relação à falta de recursos. Recursos para manutenção, recursos para garantir a funcionalidade dos prédios, para compra de materiais.

“Criticado por delegados da Polícia Civil paulista, o favorecimento da gestão do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, à Polícia Militar vai além do plano de empoderar a PM para que ela faça investigações e do protagonismo dado à corporação nas operações de combate ao crime organizado.” É o que aconteceu com a operação em que foram convocados apenas policiais militares, fruto de uma investigação que foi totalmente feita pela Polícia Civil.

“Levantamento feito pelo “Metrópoles”, com base nos dados da Secretaria Estadual da Fazenda, mostra que a atual gestão mais do que triplicou os investimentos previstos para a PM neste ano e já liberou, para gastos da corporação com obras e compra de equipamentos, um valor 38 vezes maior do que o empenhado para a Polícia Civil desde janeiro.

No ano passado, a Assembleia Legislativa aprovou um orçamento de 20,7 milhões em investimentos para a Polícia Militar e de 16,3 milhões para a Civil. É desse montante que as polícias tiram dinheiro para reformar batalhões e delegacias e comprar armas e viaturas, por exemplo.

Ao longo deste primeiro quadrimestre, o governador Tarcísio de Freitas autorizou remanejamentos de recursos que elevaram o caixa da Polícia Militar para 70,5 milhões, aumento de 240% e o da Polícia Civil para 24 milhões, alta de 47 por cento.

Até agora, contudo, a gestão só liberou 636 mil em investimentos para a Polícia Civil, ou 2,6% do total, enquanto que a Polícia Militar já pôde aplicar 24,6 milhões, 29,3% de todo o orçamento atualizado para este ano. Uma reforma de delegacia, por exemplo, pode chegar a um milhão, em média.

O resultado coloca a Polícia Civil como a força de Segurança Pública paulista que menos investiu até o momento, atrás da Polícia Técnico-Científica, com 1,5 milhão em recursos empenhados, e do Corpo de Bombeiros, com 3,5 milhões empenhados, segundo dados oficiais da Secretaria da Fazenda.

O ‘Metrópoles’ questionou a Secretaria da Segurança Pública sobre a discrepância entre os valores proporcionalmente empenhados em investimentos para as duas polícias, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.”

Então, essa forma de tratar a Polícia Civil está provocando muita insatisfação entre os policiais civis. Um desprestígio que o secretário promove em relação à Polícia Civil, e isso vem desde o reajuste.

O reajuste, nós somamos toda a massa salarial que foi dada à Polícia Militar e toda massa salarial que foi dada à Polícia Civil, e a diferença é de quase cinco por cento. Também a questão do vale-refeição. Quando a gente trata da Polícia Militar, o teto ficou em sete mil e 800 reais. O teto para a Polícia Civil, cinco mil e 400 reais.

Então, o que eu peço ao secretário da Segurança Pública é a busca de um tratamento isonômico, é tratar também a Polícia Civil com prestígio, dar o atendimento que a Polícia Civil precisa no dia a dia, ter a estruturação, ter recurso para fazer as reformas de delegacia.

Está comprando viaturas? Eu até fiz um requerimento de informação para o secretário, para ele me informar quantas viaturas ele comprou para a Polícia Militar e quantas ele comprou para a Polícia Civil, porque o que a gente observa é que a Polícia Civil não tem nenhuma viatura nova. Todas estão caindo aos pedaços, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Reis. Com a palavra o deputado Capitão Telhada.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Uma excelente tarde, Sr. Presidente, todos os deputados que nos acompanham, funcionários civis e militares. Estamos cá nós em mais uma quarta-feira, com diversos assuntos acontecendo em São Paulo e no Brasil.

Eu queria, primeiro, nesses cinco minutos, comentar acerca da notícia que vimos hoje do governador de São Paulo reafirmando, ou, assumindo o compromisso, mais uma vez, com o STF, em relação às câmeras corporais. Acho que o deputado Reis também citou isso, em relação a esse compromisso.

Preocupa-me o primeiro ponto. Imposição judicial, ordem judicial, criando comprometimento, criando obrigações sobre um recurso que deve ser gerido por cada estado, por cada governo, que conhece as suas prioridades, que conhece o seu povo, que conhece as suas polícias e as suas instituições.

Então, não me parece interessante no Brasil que a Suprema Corte venha impor algo sobre qualquer governo que seja e sobre qualquer assunto. O governo de São Paulo se comprometeu em manter, ou em ter as câmeras corporais, como vem fazendo desde quando assumiu.

No primeiro mês de 2023, do ano passado, o governo de São Paulo, na figura do governador, do secretário de Segurança Pública, não deixou qualquer contrato em relação às câmeras findar-se, não deixou uma câmera sequer deixar de ser usada, pelo contrário.

Eu estive em contato agora, recentemente, com uma nova tecnologia que a Polícia Militar está criando, que é a câmera acoplada ao teto da viatura, com a capacidade de leitura OCR. Ou seja, no mesmo tempo em que o policial vai patrulhando com a sua viatura pelas vias públicas, a câmera em cima do teto da viatura vai fazendo a leitura de placa, veículos parados, veículos em andamento, quatro rodas, duas rodas... vai fazendo a leitura da câmera interligada com o banco de dados do Estado, verificando se aquele carro é lícito ou é ilícito, um produto de roubo e furto, e aparece em tempo real no tablete ou no celular da viatura, que tem ali sob controle o policial militar.

Essa é a tecnologia que eu quero ver em nossa São Paulo e no nosso Brasil, não uma tecnologia para controlar, para colocar coleira no policial. Eu quero ver uma tecnologia que proteja o nosso policial de fato, porque ele está no patrulhamento e pode se deparar com um veículo roubado, que já está no banco de dados, mas que ele não tinha notícias pela rede rádio. Isso é proteção, é inteligência, é responsabilidade e é valorizar o nosso profissional que se entrega todo dia em defesa do cidadão.

Agora, câmera corporal, vai ser feito... tem uma nova programação de novas contratações. Tudo bem. Só que, uma câmera que não sirva para controle de letalidade, controle da disciplina ou de verificação de 12 horas do turno de serviço do nosso policial, porque é só para isso que serve a nossa câmera aqui, em São Paulo, hoje. Foi instalada de maneira errada e com o foco errado.

Nós precisamos de uma câmera, se for para ter, que tenha, que traga proteção ao nosso profissional, que ela seja capaz de comunicar um caso de emergência quando o policial se vê... Porque, infelizmente, nem todo o policial tem um HT na cinta, ele não consegue se comunicar com o Copom, mas ele tem a câmera.

Então, que essa câmera sirva, no mínimo, para que ele possa pedir socorro quando se vê sozinho, ou com um parceiro, em uma situação de enfretamento, no meio do mato, dentro de uma residência, em uma situação de roubo ou em um tiroteio. É o mínimo que a gente espera.

Eu tenho certeza de que o nosso secretário e que o nosso governador tem essa visão de cuidado e de valorização do homem e da mulher, do policial militar, do policial civil e do policial técnico-científico.

O que nós menos precisamos agora é aflorar ou fomentar qualquer discórdia entre as polícias. Isso é um ato de irresponsabilidade. Nós temos que fomentar a integração das policias, que elas se ajudem, que trabalhem juntas, e que nós, deputados aqui, possamos dar suporte para que elas consigam cumprir as suas funções, que não são poucas.

Se não são as nossas polícias no estado de São Paulo e no Brasil - inclusive a Polícia Penal, dentro das cadeias, dando cuidado para um monte de vagabundo lá condenado -, se não são as nossas polícias, nós não temos nada, nós estaríamos no caos total.

Então cabe a nós trazermos paz, entendimento, diálogo, verbalização e suporte para que as iniciativas do governo aconteçam e o nosso policial seja valorizado.

Obrigado, presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, na Lista Suplementar, pelo tempo de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR -  Gostaria de ponderar, Capitão Telhada, presidente Gilmaci, que, em verdade que haja esses novos equipamentos que ele citou, para que das viaturas policiais se possa averiguar o que está se passando em volta, quais os veículos, as chapas e pessoas, as câmaras corporais, na verdade, tiveram um efeito muito positivo, pelos dados da própria polícia, em diminuir as mortes de pessoas, inclusive diminuir a morte de policiais.

Isso é um registro, e por isso o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, conclui na decisão que tomou de pedir, solicitar aqui ao governo estadual que de fato esteja com a utilização das câmaras corporais.

Ele diz: “O uso das câmeras corporais é uma medida relevante para a execução da política pública de Segurança. Os equipamentos protegem tanto os cidadãos quanto os próprios policiais, já que coíbem abusos nas operações, protegem policiais de acusações infundadas e incentivam a adoção de comportamentos mais adequados por ambas as partes.

Mas eu gostaria aqui de registrar o artigo publicado hoje, aliás, ontem, no “O Globo”, pela Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e doutora em Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio Vargas e Escola de Administração de Empresas de São Paulo.

“Edneia Fernandes, de 31 anos, mãe de seis filhos, morreu após ser atingida por um tiro na cabeça durante uma ação da PM em Santos, em 27 de março. Poucos dias depois, foi a vez de um senhor com deficiência, cadeirante, ser agredido por policiais militares com pontapés em sua residência por um suposto desacato da parte de seu filho.

Na mesma semana, em 3 de abril, uma criança autista de cinco anos foi baleada após policiais militares, em perseguição a um carro suspeito, darem tiros a esmo. Na madrugada de 31 de março, policiais militares liberavam um jovem que provocou um acidente numa movimentada avenida paulistana.

Fernando Sastre Filho, de 24 anos, dirigia seu Porsche em alta velocidade quando atingiu o carro de Ornaldo Viana, de 52 anos, motorista de aplicativo. Ronaldo morreu, mas o homicida do Porsche foi para casa após intervenção da mãe junto aos PMs.

Este é o retrato da PM sobre a gestão de Tarcísio de Freitas: uma polícia que não hesita em dar tiros em bairros periféricos, mas que fala manso com quem tem dinheiro. Arrisca ainda a vida de seus policiais. Depois de 20 anos sem nenhuma baixa em serviço, dois policiais da Rota, tropa de elite da PM, foram assassinados em apenas seis meses: o soldado Reis e o soldado Cosmo.

O mais chocante é a guinada radical que o comando da PM deu em tão pouco tempo. No final de 2022, sob a gestão de Rodrigo Garcia, o Estado se notabilizava como uma das mais exitosas políticas de transparência e controle do uso da força do País. Em meados de 2020, o governo João Doria já investira numa série de ações e aquisições para profissionalizar a Polícia.

A compra de armamento menos letal, como tasers, a implementação do programa “Olho Vivo”, com câmeras corporais e a reativação da Comissão de Letalidade, com a participação da sociedade civil sinalizavam que governo e PM buscavam a modernização.

A PM de São Paulo atingiu resultados extraordinários, registrando os menores índices de policiais assassinados da História e a redução da letalidade policial. As câmeras dos policiais serviram para gerar provas para punir criminosos. São Paulo atingiu a meta de uma década em apenas dois anos.

Essas medidas só foram possíveis porque tiveram início uma década atrás, sob a liderança de oficiais da PM comprometidos com a profissionalização, dentre os quais destaco aqui o nome do coronel da reserva Robson Cabanas. O programa “Olho Vivo” foi resultado de anos de estudo de policiais altamente preparados.

Mas essa política está sendo destruída. Em junho, o contrato das câmeras corporais vencerá, mas o Estado não pretende renová-lo, apesar de o projeto ser aprovado por 88% da população da capital.”

Sr. Presidente, eu vou, para não abusar do tempo, pedir que seja transcrita na íntegra esse artigo da professora Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Será feita a forma regimental.

Com a palavra o deputado Capitão Telhada, pelo tempo suplementar.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, presidente. Retornamos à tribuna. Engraçado a gente ver o deputado Eduardo Suplicy, do PT, elogiando ou pelo menos fazendo a leitura da matéria, sejamos justos. Fazendo a leitura da matéria quando tínhamos o melhor governo do mundo, o governo PSDB. Então, o PT elogiando o PSDB, elogiando a antiga gestão.

Elogia a antiga gestão da Polícia, sob o governo PSDB, quem não era Polícia, quem não trabalhava na Polícia, porque a gente estava nas fileiras da instituição, sabe muito bem que não tínhamos valorização real nenhuma.

Inclusive o reajuste salarial que foi feito em 2023 pelo governo Tarcísio recompôs uma injusta, uma injusta e ingrata realidade em que ficamos seis anos com zero reajuste no salário. Todos os policiais 0% por seis anos consecutivos, o que acabou com o poder de compra.

Então, era só viatura, cobertura e mal e mal armamento. Era isso que era feito no governo PSDB. E agora nós temos um governo que entende o lado policial e protege os seus policiais. A Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Técnico-Científica, a Polícia Penal, são gigantes, são gigantes.

Nós temos milhares e milhares de homens que brigam, que lutam, que se entregam, fazem de tudo para defender a sociedade todos os dias, na Polícia Ambiental, nas rodovias através do Águia, nos salvamentos no Corpo de Bombeiros, terrestres, aquáticos, na altura, no meio do mato, nas favelas, nas ruas, na área rural, a Tropa de Choque.

Nós temos homens e mulheres que se entregam todo dia.

Eu vou passar um vídeo aqui de ontem, porque essa é a realidade com a qual os nossos policiais se deparam todos os dias, todo santo dia a gente se depara com isso. Muitas vezes prendemos, muitas vezes só apreendemos o material, arma, droga, muitas vezes salvamos vidas em um acidente de trânsito, em um incêndio, em um tiroteio, o refém salvo pelo Gate, pelo COI, e muitas vezes também tomamos tiros e morremos. Essa é a realidade policial. Não tem um dia igual ao outro.

Vou passar uma ocorrência simples que aconteceu ontem com a Rocam, do 2º Batalhão de Choque. Servi na Rocam, o pessoal me mandou essa bela apreensão ontem, só para elucidar qual é o nosso dia a dia. Por favor.

 

* * *

 

- É exibido vídeo.

 

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Periferia da nossa Capital. Uma casa bomba, como vulgarmente é chamada. Olhe a quantidade de materiais, de insumos para o tráfico de drogas. É um sobrado grande.

Obrigado. Isso é o crime organizado. Quantos mil reais não tem atrás dessa casa bomba, onde tinha a preparação, a embalagem? Foi apreendida uma arma de fogo, foi apreendida uma pistola nessa ocorrência.

Aí eu pergunto, e é retórico, porque não tem como a gente responder: quantas vidas foram salvas por esses policiais militares ontem? Quando a gente tira uma arma de circulação com o trabalho do dia a dia, do patrulhamento, da abordagem, da perspicácia, do tirocínio de perceber uma situação e fazer, quantas vidas não são salvas diariamente?

É impossível a gente calcular. Impossível. Cada arma que a gente tira de circulação, cada quilo de droga que a gente apreende, quantas famílias nós não salvamos? Quanta desgraça o policial não evita, para sempre ser achincalhado, sempre ser menosprezado, sempre ser colocado como subcidadão pelo nosso governo federal, pelo nosso Brasil. Sempre. Nós temos que dar um basta nisso.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gilmaci Santos, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, ontem nós tivemos a notícia, ontem à noite, estamos acompanhando já há um bom tempo, mas ontem à noite o Supremo Tribunal Federal recebeu de volta o pedido de vista das Adins que tratam da questão do confisco das aposentadores e pensões.

Há um julgamento naquele sistema online do Supremo Tribunal Federal de algumas Adins que tratam desse importante tema, inclusive questionando a ilegalidade de confisco de aposentadorias e pensões para quem já se aposentou, sobretudo para quem ganha abaixo do teto do INSS.

Inclusive há um parecer, já, da Procuradoria Geral da República, dizendo que não pode confiscar, que é ilegal, que é uma afronta à Constituição confiscar, cobrar aposentados e pensionistas, o que é um verdadeiro absurdo; me parece que é só no Brasil que existe esse mecanismo.

E nós já temos praticamente três votos. Três ministros já votaram, e votaram favoravelmente, na prática, ao fim do confisco das aposentadorias e pensões: o ministro Fachin, a ministra Rosa Weber e o ministro Toffoli, que é aqui de São Paulo. Esses três ministros já votaram a favor do fim do confisco. E tem o voto a favor do confisco, que é do próprio relator dessas Adins, que é o ministro Barroso.

No entanto, havia um pedido de vistas do ministro Alexandre de Moraes. Ele devolveu o pedido de vistas, ou seja, a votação volta a acontecer no sistema virtual. Eu já tive a oportunidade de estar no Supremo; na verdade, o nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar.

Nós conversamos com alguns ministros, com chefes de gabinetes de ministros, explicando a eles a real situação desse confisco e os prejuízos perversos, nefastos e cruéis do confisco para milhares e milhares de aposentados e pensionistas, não só do estado de São Paulo, mas de todo o Brasil.

Então, nós vamos continuar acompanhando essa votação, esse julgamento virtual, e fazendo sempre um apelo para que o Supremo entenda a gravidade da situação e essa injustiça. E que eles possam votar favoravelmente ao fim do confisco das aposentadorias e pensões.

Essa votação final, caso ocorra de uma forma positiva, mostrando a ilegalidade, vai com certeza nos ajudar aqui na luta em São Paulo para devolver, para que o Estado devolva o que foi confiscado durante os dois anos, na gestão do Doria.

E também para acabar com o confisco na capital: aqui em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes está confiscando 14% de aproximadamente 100 mil aposentados e pensionistas. Ele aprovou o SampaPrev 2 e impôs esse confisco.

E há uma luta forte na Câmara Municipal para derrubar esse confisco, inclusive com o PDL 92, do vereador Celso Giannazi. Nós estamos com uma luta imensa aqui na prefeitura. O deputado federal Boulos já se comprometeu, caso ele seja eleito, a derrubar o confisco das aposentadorias e pensões.

Então, é uma luta importante essa. E essa votação no Supremo é fundamental para que nós possamos corrigir essa gravíssima injustiça, que tem, repito, penalizado milhares e milhares de aposentados e pensionistas aqui em São Paulo.

Durante dois anos, 600 mil aposentados e pensionistas foram penalizados, foram roubados, assaltados, confiscados. E nós derrubamos o confisco, agora é importante que haja a devolução. E essa decisão do Supremo, caso seja favorável, e nós torcemos para que seja, porque nós já estamos numa dianteira, com três votos a favor...

E espero que os ministros do Supremo tenham essa sensibilidade e entendam que quem se aposentou já pagou a sua Previdência; a pessoa não se aposenta duas vezes, porque não tem sentido uma pessoa que já se aposentou continuar pagando o seu sistema previdenciário.

Então, com isso, com essa decisão, nós vamos derrubar os confiscos ainda existentes em algumas prefeituras e em alguns estados. Mas, sobretudo aqui no estado de São Paulo, isso vai fortalecer a nossa luta pela devolução do que foi confiscado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem mais cinco minutos regimentais. Foi feita a inscrição aqui agora.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente, deputado Gilmaci Santos. Sr. Presidente, eu quero aqui fazer um registro muito importante: foi publicada uma matéria agora, no G1, que na verdade repercute, só confirma aquilo que nós estamos já denunciando há muito tempo na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Quero colocar a matéria aqui, só a capa dela, olha: “mesmo com 12 milhões de adultos sem diploma em São Paulo, EJA, que é a Educação de Jovens e Adultos da rede estadual, perdeu mais da metade das matrículas em cinco anos.”

É um levantamento do SP2, com dados do Censo Escolar, mostrando que a quantidade de escolas estaduais paulistas com turmas do EJA, para o ensino médio, caiu 30% em todo o Estado. Na capital, a redução foi de 38%, desde 2019. Isso é muito grave.

Eu tenho denunciado exaustivamente, há muito tempo, muitos anos, na tribuna e na Comissão de Educação, levando a denúncia para o Ministério Público, para o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, para a nossa Comissão de Educação. Tanto em nível estadual como também aqui na Prefeitura de São Paulo.

Porque a situação é alarmante na cidade de São Paulo. Por que há essa redução de alunos matriculados em Educação de Jovens e Adultos? O principal motivo é que o Estado está fechando salas de EJA ou está dificultando a abertura de novas salas. Eu acompanho isso, já fiz várias audiências públicas com alunos, professores e comunidades escolares que estavam e estão mobilizados contra o fechamento desses cursos noturnos.

O aluno trabalhador, que trabalha durante o dia, e que não teve acesso ao ensino fundamental ou ao ensino médio, à Educação básica, na idade própria, ele tem a garantia constitucional de ter uma vaga na escola pública. Seja na rede municipal, quando é ensino fundamental, seja na rede estadual, quando se trata do ensino médio, nessa modalidade de EJA, Educação de Jovens e Adultos. É simples assim.

No entanto, a Prefeitura de São Paulo tem promovido, já há um bom tempo, o fechamento de salas, ou a sabotagem das matrículas, dificultando ao máximo. E no estado de São Paulo também acontece o mesmo. Nós temos vários exemplos, vários casos já citados. Ou seja, há uma sabotagem, do governo estadual, para que não haja curso noturno.

Inclusive, no ano passado eu denunciei que tinha orientação da Secretaria da Educação, para que não houvesse mais cursos de ensino médio noturno, mesmo o curso regular. Era uma orientação, mas, ao mesmo tempo, sempre houve essa sabotagem.

Eles exigem que uma sala só pode ser montada, implantada, com 40, 50, 60 alunos, fazendo exigências absurdas, dizendo que tem que ser com 40, 50, 60, porque eles vão desistir.

Ou seja, o próprio Estado não acredita na Educação de Jovens e Adultos, porque ele já acredita na desistência. E ele não promove, não cria as condições para a permanência desses alunos, inclusive adaptando os horários.

Porque o aluno que trabalha, que está na Educação de Jovens e Adultos, ele tem dificuldade mesmo de chegar no horário. Porque ele pega um trânsito enorme, ele fica preso no trabalho.

Então a escola tem que se adaptar à situação do aluno, e não, o aluno à situação da escola, como determina a LDB. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional tem um capítulo só sobre a Educação de Jovens e Adultos.

E a LDB trabalha muito, no seu Art. 3º, quando fala dos princípios da Educação nacional, um deles é esse: a escola tem que se adaptar à realidade do aluno, e não o contrário, sobretudo nessa área da Educação de Jovens e Adultos. Então essa matéria é muito importante.

Porque ela confirma, ela ilustra exatamente todas as nossas denúncias no estado de São Paulo. Espero que o Ministério Público reaja, que o Tribunal de Contas reaja. Porque, o que não falta, nessas duas instituições importantes, são representações que nós fizemos.

Então, agora, com a palavra, o Tribunal de Contas e o próprio Ministério Público, que façam. Porque a matéria é muito forte, e ela traz dados importantes para municiar o Ministério Público.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, posso fazer uma comunicação ou Art. 82? Não sei se está terminando.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Comunicação, deputado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO -Comunicação? Rapidamente, que estou aqui. Sr. Presidente, no dia 26 agora, na sexta-feira, haverá uma grande manifestação, na Praça da República, dos professores e professoras do Magistério estadual contra todos os ataques do governo Tarcísio e da gestão Feder, que está destruindo a Educação estadual em todos os níveis.

Eu falo que nós estamos vivendo o genocídio da Educação, porque nós chegamos no fundo do poço, principalmente agora com esse tiro de misericórdia, que foi o anúncio de que o governo vai substituir o professor pela inteligência artificial, pelos robôs. Aí não dá mais, Sr. Presidente.

Então, haverá uma grande manifestação, uma mobilização em todo o estado. A Seduc, com medo, o Renato Feder, com medo da mobilização, começam a tentar sabotar, esvaziar, ameaçar.

Inclusive, Sr. Presidente, tenho aqui um ofício que recebemos que foi endereçado às escolas de Itapetininga pela Diretoria de Ensino de Itapetininga, ameaçando, dizendo aos diretores das escolas para que não deixem a Apeoesp entrar nas escolas para falar de manifestação, de paralização e de greve. Olha só o absurdo, o medo.

Esse é só um exemplo da sabotagem, da tentativa de esvaziar essa grande manifestação que é organizada pela Apeoesp, pelo sindicato que representa de fato, legalmente, o magistério estadual. Mas tem outras tentativas.

O secretário vai fazer uma live. Recebemos agora a informação de que ele vai organizar uma live na sexta-feira, na hora do almoço, e que muitas diretorias de ensino estão convocando os diretores para uma reunião o dia todo, das oito da manhã às cinco horas da tarde, na sexta-feira. Isso mostra o medo.

Esse secretário não tem mais condições de ficar como secretário da Educação. É dono da Multilaser, só pensa nas plataformas para enriquecer empresas que vendem essas plataformas milionárias e a sua própria empresa, a Multi, que fornece equipamentos eletrônicos para a Secretaria.

Por isso, estaremos na Praça da República, Sr. Presidente.

Fora, Feder.

Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, eu peço a suspensão desta sessão até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Havendo acordo de lideranças, então, suspenderemos os nossos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

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- Suspensa às 14 horas e 52 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 32 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Reaberta a sessão. Ordem do dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Há sobre a mesa requerimento da nobre deputada Ediane Maria, com número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar da mesa de autoridades da sessão solene de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Trabalhadoras Domésticas, a realizar-se no dia 25 de abril do corrente ano, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, a ser custeada via verba de gabinete parlamentar.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado Rafael Saraiva, com número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar de agenda para tratar de pautas legislativas atinentes à habitação e ao sistema financeiro de habitação em tramitação na Câmara dos Deputados, a realizar-se nos dias 23 e 24 de abril do corrente ano, em Brasília, sem ônus para este poder.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de lei nº 1611, de 2023, de autoria da deputada Ediane Maria.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada a urgência.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 45, §5º, ambos do Regimento Interno, convoco reunião extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, às 16 horas e 45 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 1611, de 2023, de autoria da nobre deputada Ediane Maria.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Havendo acordo de lideranças, peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Havendo acordo de lideranças em plenário, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 34 minutos.

           

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