19 DE JUNHO DE 2023

15ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AOS 50 ANOS DA EMBRAPA

 

Presidência: ITAMAR BORGES

        

RESUMO

        

1 - ITAMAR BORGES

Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene em "Comemoração aos 50 anos da Embrapa", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Expressa sua satisfação por presidir esta solenidade. Destaca a justeza da homenagem que será feita à Embrapa.

        

2 - MARCUS VINÍCIUS

Mestre de cerimônias, convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Nomeia autoridades presentes. Lê breve resumo da história da Embrapa. Anuncia a exibição de vídeo institucional da entidade.

        

3 - PRESIDENTE ITAMAR BORGES

Realça a importância da Embrapa para a agropecuária brasileira. Comenta as diversas vezes em que, durante sua trajetória política, atuou junto à instituição. Avalia que a empresa cumpriu perfeitamente seu papel ao longo dos seus 50 anos de existência. Destaca a necessidade de sempre aperfeiçoar as políticas públicas de incentivo à agricultura e à pesquisa.

        

4 - ANDRÉA MOURA

Superintendente federal de Agricultura no estado de São Paulo, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

6 - ROBERTO RODRIGUES

Engenheiro agrônomo e ex-ministro da Agricultura, faz pronunciamento.

        

7 - ARNALDO JARDIM

Deputado federal, faz pronunciamento.

        

8 - SILVIA MASSRUHÁ

Presidente da Embrapa, faz pronunciamento.

        

9 - PRESIDENTE ITAMAR BORGES

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Itamar Borges.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINÍCIUS - Senhoras e senhores, sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Neste momento, daremos início a essa sessão solene com a finalidade de comemorar os 50 anos da Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp no YouTube. Após a solenidade, será oferecido um coquetel no Salão dos Espelhos, onde o recepcionamos ainda há pouco.

Convidamos, para que compunham a Mesa Diretora, o deputado estadual Itamar Borges, proponente desta sessão e presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio Paulista, acompanhado pela presidente da Embrapa, Sra. Silvia Massruhá, por favor. (Palmas.)

Também compondo a Mesa Diretora o deputado federal Arnaldo Jardim, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária na Câmara Federal, por favor. (Palmas.) O Prof. Roberto Rodrigues, nosso sempre ministro, por gentileza. (Palmas.) E também a senhora Andréa Moura, superintendente de Agricultura e Pecuária no estado de São Paulo. (Palmas.)

E como extensão da nossa Mesa Diretora também convidamos Ana Paula Packer, da Embrapa Meio Ambiente, e Stanley Oliveira, da Embrapa Agricultura Digital. José Manuel Marco, da Embrapa Instrumentação. Alexandre Bert, da Embrapa Pecuária Sudeste. Gustavo Spadotti, da Embrapa Territorial. Cíntia Cury, chefe da assessoria de relações institucionais e governamentais da Embrapa.

Pedro de Camargo, membro do grupo de trabalho e planejamento do Ministério da Agricultura. Saulo Guerra, diretor da agência Unesp de inovação. E também Carlos Gobbril, nosso coordenador da Apta da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, por gentileza. (Pausa.)

As autoridades sendo recepcionadas aqui na parte superior deste plenário pelas autoridades que compõem a Mesa, ocuparão a nossa extensão aqui da Mesa Diretora. Todos podem se acomodar, por gentileza.

Passo a palavra ao proponente desta sessão solene, o deputado estadual Itamar Borges.

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - MDB - Muito boa-noite a todas e a todos. É uma honra e uma alegria para a Frente Parlamentar do Agro Paulista, para esta casa, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Quero, em nome do presidente André do Prado e de todos os colegas, agradecer a aprovação e o apoio para a realização desta homenagem reconhecida por todos os parlamentares desta Casa.

E em especial agradecer aqui a nossa Embrapa presente através da nossa presidente e de todos os senhores e senhoras. E os parceiros da Embrapa, os amigos outros institutos e universidades que atuam de forma tão importante pela nossa pesquisa.

Nosso Parlamento Federal aqui representado, e o nosso Ministério da Agricultura. Portanto, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata anterior.

E mais uma vez cumprimento a todos e aos parlamentares. Informamos que essa sessão foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado André do Prado, atendendo nossa solicitação, com a finalidade de comemorar 50 anos da Embrapa, a nossa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

Bem-vindos.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINÍCIUS - Obrigado ao nosso deputado proponente desta sessão solene. Convido todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro pelo coral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sobre a regência do maestro subtenente PM Mota.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINÍCIUS - Agradecemos ao coral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, com regência do maestro subtenente PM Mota, pela execução do Hino Nacional Brasileiro. E em seu nome saudamos todos os integrantes da Corporação aqui presentes. Muito obrigado.

Registramos e agradecemos as presenças das seguintes autoridades: Antônio César Salip, presidente da Utop. Saulo Felipe Sebastião Guerra, diretor da agência Unesp de inovação. Janete Aparecida, vice-diretora da Unesp de Jaboticabal. Luiz Adriano Teixeira, diretor operacional da Associação Brasileira de Inseminação Artificial. Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Bimarc.

Felipe Teixeira, diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Syngenta. Leopoldo Rodrigues de Mendonça, gerente de Relações Institucionais da JBS. Arthur Soares, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento das empresas Simbiose e Bioma. Ricardo Nicodemo, presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro. Prof. Saulo Guerra, representante do reitor da Unesp. Juliano Camilo Borges, coordenador de políticas para a juventude do Estado de São Paulo. A todos, o nosso muito obrigado.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, foi criada em 1973 para desenvolver a base tecnológica de um modelo de agricultura e pecuária genuinamente tropical.

Hoje o País é referência em Ciência e Tecnologia destinadas à agricultura, e a Embrapa tem grande contribuição nesse destaque. O Brasil tornou-se um dos maiores produtores de alimentos do mundo.

Em 2023, a Embrapa celebra 50 anos, e a realização desta sessão solene integra as comemorações desta importante instituição de Ciência e Tecnologia do Estado brasileiro, reforçando junto à sociedade sua imagem de instituição em destaque na pesquisa agropecuária do mundo tropical, com ênfase nos aspectos de inovação sustentabilidade e compromisso com a superação da fome e da miséria.

Assistiremos, agora, a um vídeo contando um pouco da história da Embrapa.

Vamos ao vídeo, por favor.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINÍCIUS - Muito obrigado. Também registramos e agradecemos a presença de Manoel Rosito, presidente executivo do IPEC, e também a assessoria parlamentar do deputado estadual Luiz Claudio Marcolino, nas pessoas de Penélope e Fabiana, muito obrigado. Neste momento retomo a palavra ao deputado estadual Itamar Borges.

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - MDB - Mais uma vez, retorno a este microfone, e ao ver esse vídeo e refletir um pouco sobre a minha convivência na vida pública e com o agro, eu cada vez mais me torno um garoto-propaganda no aspecto de dizer uma frase, um contexto que eu sempre gosto de dizer.

Quando prefeito em Santa Fé do Sul, ainda muito jovem, aos 24 anos, no meu primeiro mandato, fui aprender um pouco de cada importância e de cada oportunidade. E foi conhecendo um pouco do agro, conhecendo um pouco da pesquisa da inovação, da ciência e da tecnologia que eu me aproximei da Embrapa.

A primeira oportunidade acho que já foi no meu segundo mandato, quando o Silvio Crestana - irmão do Silvério Crestana, que está aqui - presidia, e lá fui trocar figurinha, conversar com ele e aprender um pouco.

Na sequência eu procurei o meu professor do agro, o meu professor de muitas oportunidades e que eu tenho um carinho, uma amizade e um respeito muito grandes, que é o deputado federal Arnaldo Jardim.

Não poderia ser diferente se eu não me somasse a outros. Eu vejo aqui o Pedro e lembro do Chiquinho - o nosso Chiquinho - presidente da Agrishow, secretário de Agricultura, foi meu secretário executivo e que tem uma história na Abimaq, e em tantas outras oportunidades. E quando eu fui convidado para assumir a Secretaria de Agricultura, eu e o Chiquinho conversamos e elegemos os primeiros passos que nós iríamos dar.

Eu já falei de um deles, que foi conversar e ouvir a experiência e o conhecimento do Arnaldo. E o outro que eu fui até a casa dele aqui, no apartamento dele em São Paulo, para ouvir dele, que já foi ministro, que já foi secretário, que já viveu muito - até porque nasceu dentro de uma unidade de pesquisa -, fui à casa de Roberto Rodrigues.

E a primeira frase e a última que o Roberto Rodrigues me disse quando eu cheguei na casa dele - e aquele dia, por incrível que pareça, nós não tomamos nem a cachacinha que ele gosta, e nem uma taça de vinho, porque ali era para conversar e não desviar o foco.

Roberto Rodrigues me disse: "Itamar, daqui uns dias você assume a Secretaria de Agricultura. Se você eleger um ponto e trabalhar nele, você já passará para história como alguém que deu uma grande contribuição para o agro de São Paulo e do Brasil.

Valorize, prestigie, reconheça os técnicos profissionais, e invista na Apta, nos institutos. Invista e faça parcerias com as universidades e com a Embrapa, para que a pesquisa seja prioridade na sua gestão”.

E é por isso que eu digo o contexto e a frase que eu comentei no início - falei agora pouco nas entrevistas que eu dei, e o vídeo disse isso para nós -: o agro só é o que é, só está onde está e só chegou onde chegou graças à ciência, graças à inovação, graças à pesquisa, graças aos institutos que começaram lá com o nosso IAC e que veio, veio e hoje tem até no mundo privado grandes contribuições, que se somam.

Por isso que eu quero saudar essa Mesa, a figura da queridíssima Silvia, presidente da Embrapa, e a saudar você, Silvia, saúdo a extensão da Mesa, os representantes da Embrapa e demais entidades.

Brinquei com a Silvia, falei: “Esse vídeo já é seu?”. “É”. Falei: “Então já foi o primeiro filho da sua gestão”. Muito bem-produzido e retratando efetivamente aquilo com o qual nós convivemos. Parabéns, você é uma privilegiada. Comemorar o cinquentenário da Embrapa como presidente, realmente só você.

Saudar aqui a nossa Andréa Moura, nossa ministra da Agricultura, a nossa superintendente aqui de São Paulo, grande parceira, grande profissional competente e amiga, e que tem também uma grande contribuição para tantas ações que tem acontecido. Saudar mais uma vez o meu mestre Roberto Rodrigues, que eu respeito, que eu admiro e aprendo todos os dias com ele.

O que seria, Roberto Rodrigues, do Agro e de muitas conquistas do Agro sem você, sem Alisson Paulinelli e tantos que se somaram, mas você representa essa grande liderança que eu respeito e reconheço nesse momento.

E a você, Arnaldo Jardim, meu irmão, amigo, parceiro, deputado federal que foi deputado nesta Casa, que foi secretário de Habitação, mas que foi o grande secretário, como foi Roberto Rodrigues, da Agricultura neste estado, e que deixou muitas lições.

Foi fácil ser secretário de Agricultura ao lado de Chiquinho Maturro, porque nós pegamos dois modelos, olhamos para o período do Arnaldo e para o período do Roberto e colocamos em prática.

E aí foi fácil, Salip, porque daí em diante foi colocar em prática todos esses passos. E hoje, a Assembleia Legislativa de São Paulo se reúne para homenagear a nossa Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

Neste ano, agora em abril, a Embrapa completou 50 anos alcançados com pleno sucesso em todos os seus passos, a sua missão de pesquisar, desenvolver e também inovar junto aos institutos, tanto do Agro de São Paulo, como as instituições privadas, sempre em benefício da sociedade brasileira e da população de mais de 200 países que importam o nosso alimento, que importam parte da nossa produção.

Como já disse aqui na minha introdução, aqui no estado de São Paulo, a Apta e os institutos de pesquisa da Secretaria de Agricultura, além das universidades, dão imensa contribuição para a Inovação do Agro. E a sinergia com as unidades da Embrapa é cada vez mais estratégica para enfrentar os grandes desafios e oportunidades.

Aproveito para registrar o que eu sempre falo, e aprendi como secretário da Agricultura. Costumo dizer que o berço da pesquisa foi lá no nosso IAC, de lá nasceram todos os institutos, o IAC completa 136 anos no próximo dia 27 de junho, semana que vem.

Esse sucesso pode ser medido tanto pela produção agropecuária brasileira de alimentos, e o vídeo falou sobre fibras e fontes de energia, mas não podemos esquecer que essa produção foi precedida pelo desenvolvimento de pesquisa científica e tecnológica de um modelo de agricultura e pecuária genuinamente tropical, Roberto Rodrigues.

Até 1970, o Brasil importava grande parte dos alimentos que consumia, porém, o investimento em ciência e a atuação em rede das nossas instituições, aliado à implantação de políticas públicas e ao empreendedorismo do agricultor brasileiro, impulsionaram o uso da tecnologia e a adoção de boas práticas no campo.

Como resultado, destacam-se o elevado impacto nas opções de consumo do brasileiro, a redução dos custos com alimentos, ampliações contínuas nas exportações, aumento da produtividade e intensificação de práticas sustentáveis.

O Brasil se tornou um dos maiores produtores e o maior exportador de alimentos no mundo. Temos o prazer de prestar esta homenagem reunindo o que a Embrapa tem de mais valioso: os pesquisadores, seus técnicos e gestores que dedicam suas vidas em prol da pesquisa científica, da inovação tecnológica e da administração da nossa Embrapa.

Os senhores e as senhoras que aqui estão representam os quase nove mil funcionários da Embrapa, dentre esses 2.174 são pesquisadores que trabalham em diferentes redes e em parceria constituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, por meio das 43 unidades de pesquisa nas quais se encontram centenas de laboratórios e campos experimentais.

No estado de São Paulo, a Embrapa tem cinco unidades: a Embrapa Agricultura digital; a Embrapa Instrumentação, ali em São Carlos; a Embrapa Meio Ambiente; a Embrapa Pecuária Sudeste; e a Embrapa Territorial.

Nossa homenagem não poderia deixar de fazer referência - amigo, Roberto Rodrigues - aos pioneiros da criação da Embrapa, para o qual muito contribuíram um grupo de economistas, engenheiros e sociólogos da nossa Universidade de São Paulo, liderados pelos ministros Luís Fernando Cirne, Alisson Paulinelli, Luiz Carlos Guedes Pinto, Delfim Neto, José Pastore, Eliseu Alves, sempre presente Roberto e várias outras personalidades.

Se hoje podemos comemorar o êxito dessa política de impacto nacional, precisamos ficar alertas para as ameaças, precisamos ficar alertas para as ameaças. Refiro-me à necessidade de permanente valorização das políticas públicas, para o incentivo à agricultura e a pesquisa, tanto na esfera federal quanto no âmbito do estado de São Paulo.

Para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo é de extrema importância celebrar este momento especial com a nossa Embrapa. Um forte abraço a todos, parabéns a Embrapa, parabéns aos pesquisadores, técnicos e gestores.

Parabéns às instituições, entidades, empresas e parceiros aqui presentes e que nos acompanharão em toda essa solenidade e nas repetições que teremos, não só no YouTube, na rede social, mas também na TV Alesp.

Viva os 50 anos da Embrapa.

Muito obrigado. (Palmas.)

Peço permissão e desculpa, porque eu não tinha visto chegar aqui o nosso senador, nosso deputado e o nosso grande líder político aqui presente, Eduardo Suplicy, a quem eu peço que seja saudado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINÍCIUS - Obrigado ao deputado Itamar Borges por suas palavras. Nós temos aqui autoridades convidadas que não puderam estar presentes conosco, mas enviaram suas justificativas. A senadora por São Paulo, Mara Gabrilli.

Também a colega desta Casa, deputada estadual Carla Morando. E ainda, o presidente executivo da Abimaq e Sindimaq, Sr. José Veloso Dias Cardoso. Muito obrigado. Vamos ouvir a seguir as palavras da Sra. Andréa Moura, superintendente de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo.

 

A SRA. ANDRÉA MOURA - Boa noite a todos, boa noite a toda a Mesa, boa noite, Itamar. Gostaria de inicialmente agradecer o convite, é um privilégio estar aqui participando desse momento de comemoração de 50 anos da Embrapa, a nossa comemoração local.

Gostaria de cumprimentar a Assembleia e parabenizá-los por essa iniciativa, acho muito merecida a iniciativa de São Paulo também fazer parte da comemoração de 50 anos da Embrapa. Trago aqui os cumprimentos do nosso ministro Carlos Fávaro pelo reconhecimento que tem e valorização que tem ao trabalho da Embrapa.

Como foi dito pelo deputado Itamar, como foi valorizado e mostrado no vídeo e nós vivemos isso de forma muito marcante recentemente em nossas vidas, graças à ciência que a gente consegue de fato progredir.

Vivemos isso recentemente na pandemia, e foi graças a muita ciência e muito investimento em pesquisa que a gente venceu esse momento e estamos aqui hoje podendo estar presentes juntos uns com os outros podendo celebrar momentos como esse. Então, a ciência nos trouxe até aqui sem dúvida alguma.

Evoluímos muito e muito fizemos pelo Agro para chegar até aqui, mas tem muito serviço pela frente. Se abre aqui ainda um universo de possibilidades e de atividades a serem construídas, desafios a serem vencidos, barreiras a serem vencidas, desde barreiras técnicas e compostas, desafios postos, como também desafios criados, não?

A gente sofre injustas e infundadas acusações em relação ao nosso Agro, e é com base na ciência, de novo, que a gente vai conseguir desmistificar e provar o contrário, porque fazemos de forma diferente.

Então, a sustentabilidade e a potencialidade do nosso Agro são reais, e foi ele que nos trouxe até aqui. Graças a esse perfil e essa identidade da sustentabilidade da nossa produção local é que temos condição de desmistificar todas essas injustas acusações que sofremos.

Então, vai ser graças ao trabalho da Embrapa, aí você tem um enorme desafio com esse time top, temos muito orgulho de termos hoje na Presidência da Embrapa uma egressa de uma das nossas cinco unidades localizadas aqui no estado.

Temos muito orgulho disso e vocês todos têm um desafio enorme pela frente, e por isso, Silvia, eu acho que o seu maior ativo dentro da casa é valorizar a equipe que você tem.

É graças ao trabalho dos pesquisadores - e vejo muitos aqui presentes, colegas que a gente acompanha há muitos anos - e ao empenho desse time que a gente vai conseguir fazer as mudanças das quais a gente precisa, é seguir progredindo e mostrando ao mundo o que é a nossa agropecuária nacional.

Então, parabéns à Embrapa. Temos muito orgulho do trabalho de vocês, e as parcerias que são feitas entre a Embrapa e o setor produtivo, entre a Embrapa outros institutos de pesquisa - como bem colocado pelo Itamar - é o que nos faz poder crescer mais rápido, avançar mais rápido, então vamos seguir com essa proposta de um trabalho conjunto, um trabalho compartilhado, todos de mãos dadas.

Esse é o nosso grande diferencial, é assim que a gente vai seguir prosperando, como já prosperamos até aqui. Parabéns, Silvia, parabéns a toda equipe da Embrapa, todos os técnicos que nos assistem remotamente.

Nós acreditamos muito no trabalho de vocês e a gente precisa de vocês, então contem com a gente, contem com o suporte do Ministério da Agricultura para que vocês sigam trabalhando na plenitude e fazendo o que vocês sabem fazer de melhor: um trabalho de excelência.

Parabéns. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINÍCIUS - Muito obrigado à superintendente de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, Andréa Moura, por suas palavras.

A seguir, vamos ouvir as palavras do deputado estadual Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Prezado deputado Itamar Borges, que preside essa sessão e teve a iluminada a iniciativa de homenagear os 50 anos dessa empresa tão importante para o desenvolvimento, não apenas da agricultura, mas da economia brasileira.

Cumprimento a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, por todo o trabalho que vem sendo desenvolvido. Meu amigo deputado federal Arnaldo Jardim, que foi meu colega no Congresso Nacional.

Querido professor e ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que muitas vezes ali, durante o meu tempo de senador, interagi com ele. E a Sra. Andréa Moura, superintendente da Agricultura e Pecuária de São Paulo.

Há pouco eu conversei com o Paulo Teixeira, que é deputado federal, mas hoje é ministro da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, e ele me recordou o papel tão importante da Embrapa, que nas mais diversas culturas brasileiras, seja da soja, do café, do milho, do algodão, dos legumes e de todos os produtos, sempre através dos técnicos da Embrapa, que conseguiram avanços formidáveis.

E eu também quero saudar a interação da Embrapa com países inclusive em desenvolvimento da África. Eu me lembro que, durante os anos do presidente Lula, diversas vezes foi mencionado como a Embrapa estava colaborando com países africanos, e acho que asiáticos também, no desenvolvimento da produção agrícola.

Então, eu acho muito pertinente esta sessão de comemoração, e cumprimento todos que aqui comemoram os 50 anos da Embrapa.

Parabéns a todos vocês, e pela iniciativa, caro deputado Itamar Borges.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINÍCIUS - Obrigado ao deputado desta Casa, Eduardo Suplicy, por suas palavras. Também registramos e agradecemos a presença de Guilherme Bastos, coordenador da FGV Agro.

Muito obrigado.

Vamos ouvir a seguir as palavras do Prof. Roberto Rodrigues, nosso sempre Ministro.

Por favor, professor.

 

O SR. ROBERTO RODRIGUES - Bom, meu caro deputado Itamar Borges, que tão brilhantemente comanda essa sessão, mas mais do que isso, comanda, aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo, todas as regras que beneficiam o Agro paulista. Parabéns, muito obrigado por essa oportunidade.

Querida Dra. Silva Massruhá, que está assumindo a Presidência da Embrapa com uma competência extraordinária. Estou assistindo desde o comecinho que ela está fazendo, e só me admiro cada dia mais com o seu trabalho, Dra. Silvia.

Meu querido irmão Arnaldo Jardim, que comanda em Brasília a Frente Parlamentar do Corporativismo e é o vice-presidente da Frente Parlamentar da Pecuária, que também tem sido um norteador de todos nós.

Minha querida Andréa Moura, cuja competência e inteligência só perdem para a simpatia e a graça que sempre nos trata. Queridos amigos da Embrapa, que nos acompanham, meu caro Pedro Camargo Neto, que representa, aqui na sessão, a modernidade do agro brasileiro. Deputado Eduardo Suplicy, meu caro Ricardo Nicodemo da BRA, amigos, senhoras e senhores.

Dra. Silvia, eu conheci todos os presidentes da Embrapa, todos nesses 50 anos - para um menino como eu não tenho muita diferença, sabe - mas eu acho que é fundamental aqui, e o deputado Itamar já fez isso com a sua maestria de sempre e gentileza de sempre, falar de pessoas, que não se faz nada sem gente. Quem constrói uma instituição, um país, uma família, é gente.

E eu conheci muito de perto o ministro Ciro Lima, que nos visitava na minha casa, na fazenda, por algumas vezes. E acompanhei o trabalho dele junto com Eliseu Alves, Reis Veloso e Delfim Neto quando montaram a Embrapa.

Então, devemos a Embrapa gente extraordinária como o Ciro Lima. Depois ele deixou o governo, rapidamente, e em seguida mudou o governo, e Alisson assumiu a Embrapa com um grupo notável de pessoas (Inaudível), o extraordinário Eliseu Alves, um grupo de líderes importantes montou a grande agricultura tropical do Planeta, que é a brasileira.

Então, essas pessoas todas com quem tive privilégio de conviver, algumas delas muito de perto, eu fui membro do Conselho da Embrapa no tempo do Murilo Flores - já faz uns 150 anos mais ou menos - e tive uma proximidade muito grande, é uma das pessoas que eu mais admiro na ciência brasileira, que é o Silvio Crestana, um homem fantástico que revolucionou a ciência agronômica sendo físico, que é uma coisa mais difícil ainda.

Então, é preciso que a gente reconheça aqui que pessoas é que fizeram essa instituição formidável. E um recado muito curto, Dra. Silvia, a Embrapa, como já foi dito aqui pelo deputado Itamar, foi criada no momento em que o Brasil importava 30% que consumia.

A liderança nacional na época, com visão nacionalista e patriótica, não é possível um País deste tamanho importar comida, é preciso mudar isso. E surgiu a Embrapa liderando todo o sistema nacional de pesquisa pecuária, incorporando ações fantásticas do (Inaudível) que foi criada por Dom Pedro II, essa outra figura fantástica da história do Brasil, para dar o norte da pesquisa pecuária.

Mas não só agronômica, as universidades todas, o Brasil inteiro deu uma contribuição espetacular com a coordenação da Embrapa, que tropicalizou tudo isso. Então, em 1973, 1974, havia uma visão patriótica, nacionalista de um País que não pode importar comida: tem que ser um País autossuficiente e, se possível, exportador.

E chegamos ao que somos hoje, o terceiro maior produtor de comida de alimentos do mundo, e o que tem o maior saldo comercial da agricultura do mundo inteiro.

E isso se deve a três fatores: a ciência, a pesquisa e a extensão rural, indiscutivelmente. Segundo, ao empreendedorismo do produtor rural brasileiro, que acreditou na pesquisa, na ciência e incorporou o que foi produzido nos órgãos de pesquisa e gerou esse crescimento extraordinário. E políticas públicas que, ao longo do tempo, beneficiaram, de uma forma ou de outra, esse setor fundamental da economia brasileira.

Então, esses três fatores persistem, o que permite esperar que o Brasil continue tendo um crescimento importante na agricultura mundial, mas não mais com aquela visão de autossuficiência de que depois não pode aumentar as exportações.

Hoje três grandes problemas ferem a humanidade: insegurança alimentar, insegurança energética e a questão climática, são três problemas que afetam qualquer pessoa em qualquer país do mundo. E quem vai resolver isso é a agricultura - insegurança alimentar, obviamente, mas também as demais, a agricultura pode fazer isso.

E que agricultura é essa? É a agricultura tropical do Planeta, que está naquele cinturão tropical que abarca toda América Latina, toda a África subsaariana e uma parte da Ásia também.  Mas quem é que lidera conhecimento nesse processo? É o Brasil, por causa da ciência e da tecnologia que foram geradas aqui.

Então, hoje a visão hoje não é mais de uma Embrapa que ajuda o Brasil a ser autossuficiente: é ajudar o mundo a se alimentar. A Embrapa hoje está muito preocupada com essa questão da inserção internacional do Brasil como campeã mundial da segurança alimentar, da questão energética e das mudanças climáticas de maneira positiva também, porque o agrotropical brasileiro é quem vai liderar esse processo todo.

Então, Dra. Silvia, eu vejo nas suas mãos um bastão extraordinário de oportunidades que vai nos levar a cavalgar à condição de campeão mundial da segurança alimentar e, portanto, campeão mundial da paz, porque não haverá paz enquanto houver fome.

Acredito, Dra. Silvia, que a senhora e a sua equipe, a equipe juvenil brilhante e competente, que olhem esses três temas com muito vigor, e esse time vai fazer de nós todos campeões mundiais do que realmente importa, da paz.

Parabéns, deputado Itamar, parabéns por essa oportunidade, não há nada mais importante do que comemorar o aniversário da Embrapa. Cinquenta anos ainda é uma minoridade: vamos crescer para um centenário.

Um abraço, muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINÍCIUS - Agradecemos ao Prof. Roberto Rodrigues, nosso sempre ministro, por suas palavras. E a seguir, ouviremos palavras do deputado federal Arnaldo Jardim, vice-presidente da FPA, a Frente Parlamentar da Agropecuária na Câmara Federal. (Palmas.)

 

O SR. ARNALDO JARDIM - Boa noite. É uma alegria muito grande poder estar entre tantos amigos, e eu não tenho dúvida de que nós estamos aqui entre pessoas que têm compromissos e valores que nos unem a todos nesse instante. Então eu queria, cumprimentando a todos, dizer da minha satisfação, caro Itamar, de vê-lo tomar essa iniciativa.

Meu agradecimento à Assembleia de São Paulo por ter permitido esse ato aqui e que se proclama aquilo que é a nossa convicção, como bem foi dito, de acreditar na ciência, de acreditar no desenvolvimento. Do ponto de vista da Assembleia de São Paulo isso não é novidade.

Nós vimos a Assembleia de São Paulo, e particularmente São Paulo, acreditar nisso quando, por exemplo, na sua Constituição Estadual, determinou um percentual destinado à Fapesp. Poucos estados têm isso de uma forma parecida.

E eu fiz questão de descer para falar nesta tribuna, porque eu estava com saudade, pois foi nessa tribuna que eu tive privilégio, em 1987, no meu primeiro mandato, de apresentar aquilo que era um relatório de projeto para a Constituição Estadual, e lá nós avançávamos de 0,5% para 1% na destinação de recursos para Fapesp. Isso tudo era um momento de reafirmar aquilo que era o compromisso de São Paulo com relação à ciência.

Quero dizer da minha alegria de poder estar aqui e, com uma outra dimensão, olhar para esta plateia, e certamente para as pessoas que estão nos ouvindo, e saudar o expressivo número de mulheres que aqui nós temos. Ninguém fala "o agricultura", todo mundo fala "a agricultura".

E é muito importante o fato de dizermos que Embrapa, de uma forma muito especial, comemora os seus 50 anos tendo a primeira mulher como presidente da Embrapa, uma salva de palmas a todas as mulheres profissionais do agro, pesquisadoras que fazem uma grande diferença nesse sentido. (Palmas.)

Quero saudar um outro aspecto que me parece muito relevante, que é o fato de que a Embrapa aqui está representada, e a Silvia que é a amiga de todos nós, é presidente da Embrapa e alguém que quem confiamos tão plenamente neste momento em que a Embrapa enfrenta o desafio de se reafirmar. E ela se fez acompanhada dos nossos cinco diretores das cinco unidades da Embrapa aqui em São Paulo.

Eu queria convidá-los a ficar de pé e saudar as cinco unidades que São Paulo se orgulha de ter no nosso território, as cinco unidades da Embrapa. (Palmas.) Parabéns aos senhores e a senhora pelo trabalho que fazem de uma forma tão expressiva.

Dizer da minha alegria de estar aqui acompanhando acompanhado e fazendo eco, seguindo o Roberto Rodrigues. Olha que coisa espetacular: o Roberto Rodrigues, que é uma referência para todos nós, fez uma saudação eloquente, como sempre faz, mas o Roberto Rodrigues gastou 2/3 da sua fala para falar não do Alisson, não do Eliseu Alves, não do Ciro de Lima, mas o Roberto falou do futuro quando o Roberto falou que estará aqui para comemorar os 100 anos da Embrapa e brotou uma certeza em todos nós, de que isso seria verdade.

O Roberto tem essa capacidade de ser um eterno professor e profeta daquilo que são desafios com relação ao futuro. Antão eu vou tentar seguir, minha cara Andréa Moura, que representa o Ministério da Agricultura, meu caro amigo, querido senador Eduardo Suplicy.

Eu não vou falar da Embrapa, vocês sabem, eu não vou falar daquilo que fez Embrapa, vocês testemunham isso, eu não vou falar do serviço prestado pela Embrapa - porque acho que todos estamos aqui para agradecer isso. Eu quero dizer da minha convicção do futuro.

Primeiro que a Embrapa fez uma escolha que me parece definitiva, de que o Agro brasileiro tem que ser um espaço de construção de um consenso e de um projeto nacional. Nós não queremos que o Agro caia e nenhuma armadilha de uma ideologização que separe o pequeno, o médio, o agricultor familiar, da agricultura de escala.

A Embrapa tem tido o dom, a capacidade, e isso significa uma referência de que os nossos institutos de pesquisa aqui em São Paulo seguem também, todos eles. O nosso IAC, o biológico, o Instituto de Zootecnia, o Instituto de Pesca, o IEA e o nosso Ital, no sentido de identificar que há pesquisas distintas para cada uma das modalidades de produção, mas nós devemos integrar a todos em um esforço.

À agricultura de escala cabe um determinado papel e uma responsabilidade; a Agricultura Familiar, com outras características, concentra um outro tipo de preocupação. Então, a primeira lição, e eu acho que a Embrapa tem conseguido fazer isso, é produzir para todos e para os diferentes modos de produção no nosso País.

Segunda questão é o Agro digital particularmente, a inovação. A ex-ministra Tereza Cristina nos deu uma acolhida a uma tese que nós defendemos, que constituiu aqui em São Paulo, e a Silvia foi coordenadora disso quando estava aqui em São Paulo, que é o conceito de “hub” tecnológico.

Ele deve integrar as unidades da Embrapa com os institutos de pesquisa, com os centros de formação, como a Esalq, da USP, ou como os polos de Ilha Solteira, de Botucatu e de Jaboticabal, da Unesp, por excelência, ou reunir aquilo que a Unicamp tem também de procedimento e harmonizar isso com um grau de pesquisa que se faz também do ponto de vista das iniciativas privadas.

O “hub” tecnológico, voltado em torno da questão do Agro digital, que nós temos o desafio de colocar definitivamente de pé em São Paulo como uma forma de integrar esses esforços e de abrir os horizontes.

E o terceiro aspecto, que eu também vibro com isso, é aquilo que foi dito pelo Roberto, a Andréa mencionou e o Itamar Borges, que não só organizou esse evento, mas que preside aqui a Frente do Agro na Assembleia e que foi um grande secretário apoiador dos institutos de pesquisa, criando um momento em que, depois de muito tempo, nós tivemos um novo horizonte aberto para os institutos de pesquisa de São Paulo.

Parabéns a você Itamar por isso, que foi um marco da sua gestão, você disse que ouviu o Roberto Rodrigues e colocou em prática aquilo que ele havia solicitado. Parabéns por isso.

Nós temos necessidade de ter um compromisso definitivo com a questão da sustentabilidade. Então, eu acho que a pesquisa que integra todos os modais de produção a voltar aqui em São Paulo para o “hub” tecnológico para o aspecto da agricultura digital.

E terceiro, a questão da sustentabilidade, conformam aquilo que será um sinal de futuro Embrapa, que vai manter a sua vitalidade que vai permitir que a Embrapa continue a ter esse papel fundamental e estratégico para São Paulo e para o País.

Para que isso possa acontecer... Acho que nós estamos aqui, e falando para você, quero reafirmar esse compromisso, nós não estamos aqui por acaso, nós estamos aqui para reafirmar o compromisso. E eu, ao nível da FPA, tentarei fazer isso.

Recentemente - e a Silvia foi determinante para isso -, nós conseguimos, depois de muito tempo na bancada Paulista, destinar recursos nos últimos três anos para as unidades da Embrapa aqui no estado de São Paulo. E eu quero reafirmar a você que nós vamos garantir que esse ano faremos isso mais uma vez. (Palmas.)

Segunda questão, e eu tive o privilégio de poder apresentar isso em nome da FPA, Roberto, nós estabelecemos um princípio de que quando o governo contingência verbas - e isso muitas vezes ocorre em diferentes governos, por diversas razões -, que haveria um bloqueio da LDO e no Orçamento, para que nunca contingenciar recursos destinado à pesquisa, porque pesquisa tem problema de continuidade.

Você interromper um recurso para uma construção tem uma consequência, você interromper o recurso para um determinado serviço nunca é bom, mas para uma pesquisa, é fatal. Uma pesquisa que está no seu desenvolvimento impedida de continuar significa recuar do tempo, então não contingenciamento de verbas de pesquisa.

E a Silvia me dá um outro desafio agora. Amanhã eu tenho uma reunião em Brasília com o Carlos Augustin, que é o novo presidente do conselho da Embrapa, com ele falando, tenho certeza de que nós teremos eco - não é, André? - do ministro Carlos Fávaro e vamos trabalhar para que se reabram, depois de um longo tempo, concurso para funcionários e pesquisadores da Embrapa. (Palmas.)

Acho que isso é o resultado deste compromisso e que saudamos a história, mas acima de tudo podemos celebrar um compromisso com o futuro. Longa vida à Embrapa. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINÍCIUS - Muito obrigado, deputado federal Arnaldo Jardim, por suas palavras. Queremos aqui também saudar o deputado desta Casa Alex de Madureira.

De forma também especial, a Dra. Regina, que é vice-diretora do IAC - Instituto Agronômico de Campinas, em seu nome saudar todos os representantes de institutos de pesquisa da Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, representado aqui na nossa extensão da Mesa pelo colega Carlos (Inaudível.)

Abreu, que é o diretor da Apta. Muito obrigado a todos. Senhoras e senhores, a seguir, com a palavra, a presidente da Embrapa, Sra. Silvia Massruhá. (Palmas.)

 

A SRA. SILVIA MASSRUHÁ - Boa noite a todos. Primeiramente, é muita emoção e eu gostaria de saudar e agradecer ao deputado Itamar Borges por essa homenagem, 50 anos da Embrapa, e muito emocionada também, porque eu não imaginava, nos 50 anos da Embrapa, estar como presidente.

Eu tenho 33 anos de Embrapa como pesquisadora, entrei em uma unidade aqui em São Paulo, na época Embrapa Informática Agropecuária, que hoje é a Embrapa Agricultura Digital.

E estar aqui também com o deputado federal Arnaldo Jardim, que sempre foi um apoiador, eu estive na gestão nos últimos sete anos na Embrapa, de 2015 a 2022, e ele sempre nos apoiando, então eu queria agradecer. É para mim uma emoção muito grande estar com o deputado aqui.

Com o ministro Roberto Rodrigues, poucos sabem, mas quando eu fui me candidatar a chefe-geral da Embrapa Agricultura Digital, a primeira pessoa com quem eu fui conversar foi o nosso eterno ministro Roberto Rodrigues. E a Andréa Moura, que também sempre foi uma parceira quando eu estive à frente da gestão aqui na unidade de São Paulo.

Então, para mim é uma emoção muito grande hoje representar a Embrapa, os nossos oito mil empregados e colaboradores. Já agradecendo, eu costumo dizer que a Embrapa é feita de pessoas, e esse é o segredo da Embrapa, de mentes brilhantes e almas comprometidas, essa é a nossa diferença na Embrapa.

E em nome de todos os empregados da Embrapa, eu gostaria de cumprimentar também os nossos cinco diretores das unidades aqui de São Paulo.

E eu fico muito emocionada, deputado, porque, como presidente da Embrapa, receber essa homenagem da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, para mim é muito significativo por tudo isso que eu falei. Eu cheguei aqui em São Paulo com 17 anos e eu fui fazer faculdade, na época eu fiz Computação, e na época eu falava que a computação tinha que fazer uma diferença no mundo. Qual é a diferença?

E eu tive oportunidade de ver como a computação poderia ajudar no arroz e feijão, ajudar a gente a resolver soluções da agropecuária brasileira, vendo a computação como o terceiro pilar da pesquisa científica, junto com a teoria e experimentação.

Então, eu e mais um conjunto de colegas fomos treinados para trabalhar com computação aplicada à agricultura, para ajudar a resolver os problemas da agropecuária brasileira.

Então para mim é uma emoção muito grande hoje estar aqui comemorando esses 50 anos da Embrapa. Aqui eu tive oportunidade de formar, de crescer como pesquisadora e gestora na Embrapa por três décadas, formar minha família, duas filhas paulistas. Sou grata pelas pontes construídas graças ao investimento desse Estado em educação, ciência e tecnologia.

Nossas histórias se misturam em uma simbiose, e parte do sucesso da Embrapa nesses 50 anos se deve à atuação do povo, dos gestores públicos, dos parlamentares do Estado de São Paulo, por essa parceria.

Senhoras e senhores, inicio a minha fala com um sincero agradecimento, muito obrigada. Na verdade, por aqui eu poderia parar, mas com muita emoção eu continuo a falar, porque São Paulo também teve um diferencial na caminhada da Embrapa nesses 50 anos.

As unidades da Embrapa do Estado de São Paulo materializaram o espírito visionário dos líderes, que, no início da década de 1980, perceberam que o futuro da Agricultura se construía com equipes multidisciplinares, abordagens sistêmicas e pensamento disruptivo.

E aqui eu também gostaria de homenagear o nosso ex-presidente, o Silvio Crestana, que justamente traz essa abordagem sistêmica e abriu a oportunidades para que eu, que também que sou da área de exatas, hoje estar aqui presidindo a Embrapa.

Em uma época em que os computadores e a internet não faziam parte do dia a dia dos brasileiros, foram criados aqui no estado de São Paulo cinco centros de pesquisa da Embrapa, como cientistas da Computação, estatísticos, físicos, químicos geólogos, engenheiros eletrônicos, engenheiros de materiais, lógico, além dos agrônomos, veterinários e zootecnistas, para citar apenas alguns dos profissionais que pouca gente associava ao mundo rural.

O pioneirismo daquela época estabeleceu as bases para que o Brasil pudesse estar preparado para os desafios e oportunidades da agricultura do século 21. Os resultados daquela investida estão hoje entre nós.

Uma das tecnologias de maior impacto é o zoneamento agrícola de risco climático, o Zarc, desenvolvido há mais de 20 anos, é hoje um importante instrumento de política pública, prevenindo perdas e servindo de parâmetro para concessão do seguro crédito rural.

Somente em 2022, o Zarc gerou uma economia de mais de seis bilhões de reais ao setor produtivo. No campo da inovação social fossa séptica biodigestora é um “case” de sucesso que beneficia dezenas milhares de pequenos e médios agricultores em todo o País, contribuindo para o meio ambiente, a saúde e a renda das famílias rurais.

Na agenda da adaptação da agricultura as mudanças climáticas temos o recém-lançado “Bioinsumo Auras”, que utiliza bactérias benéficas para tornar as plantas cultivadas mais resilientes em períodos de seca. Temos ainda o sucesso da integração lavoura-pecuária-floresta. E a contribuição da (Inaudível) para as metas de descarbonização globais, além de sistemas de monitoramento aprimorados, como o modelo de inteligência territorial estratégica.

Na fronteira do conhecimento, temos o uso do Blockchain na composição do sistema brasileiro de agroestabilidade: por meio de um “qrcode” na embalagem do produto, o consumidor pode verificar informações, desde a propriedade rural onde o alimento foi originado até a sua distribuição e comercialização.

Esses são apenas alguns exemplos dos resultados das unidades da Embrapa sediadas em São Paulo, na cidade de São Carlos, Campinas e Jaguariúna. Em São Carlos, temos a Embrapa Instrumentação e Embrapa pecuária sudeste; em Campinas, a Embrapa Agricultura Digital e Embrapa Territorial; e em Jaguariúna, a Embrapa Meio Ambiente.

São dezenas de tecnologias desenvolvidas, entre aplicativos, software, sistemas de inteligência territorial, cultivares, insumos, equipamentos, sensores, nanomateriais, metodologias, sistemas e práticas agropecuárias sustentáveis.

Mas, nada do que alcançamos teria sido possível sem atuação e rede de apoio do Estado, sem engajamento de empresários e produtores rurais. O estado de São Paulo é um grande “case” de rede de inovação - como disse nosso deputado Arnaldo Jardim - com as universidades estaduais federais, as instituições de pesquisa vinculadas a Apta, as fundações de apoio como a Fapesp, o Sebrae, assistência técnica, às secretarias estaduais e municipais, as empresas, “startups”, as instituições representativas do setor produtivo.

E vale lembrar que a inovação só se materializa com ampla adoção e com o impacto econômico e social, por isso ninguém inova sozinho. Nesse contexto é necessário pontuar a importância do apoio dos parlamentares de São Paulo à pesquisa agropecuária realizada no estado e no País. A participação ativa do Parlamento é histórica e tem sido fundamental para as instituições federais e estaduais que aqui atuam.

Um importante exemplo é o “hub” de inovação tecnológica agrodigital, que o deputado Arnaldo Jardim comentou. É o corredor de inovação agropecuária do estado de São Paulo que inspira todo o País.

Hoje, deputado, tem mais 13 “hubs” de inovação que se basearam no “hub” de inovação do estado de São Paulo. O protagonismo dos parlamentares de São Paulo foi decisivo para a consolidação da proposta, que impulsiona a inovação aberta com recursos e ações de integração e compartilhamento.

Trata-se de um ecossistema de inovação com três milhões de pessoas envolvidas, 112 instituições de ciência e tecnologia, 52 ambientes de inovação, cinco unidades da Embrapa e 168 startups.

E não posso deixar de mencionar o projeto “Semear”, em parceria com ninguém mais do que a nossa Fapesp, que nasceu aqui no estado, e tenho certeza de que vai ser disruptivo para a criação de um modelo de distrito agrotecnológico, que visa a promover uma inclusão digital e produtiva do pequeno e médio produtor nunca antes vista.

E também é importante mencionar o protagonismo de São Paulo no grande cenário nacional do agronegócio, sediando importantes instituições de referência que sempre apoiaram a Embrapa, como a Associação Brasileira do Agronegócio, a Sociedade Rural Brasileira e o Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp.

Todo esse contexto nos deixa mais do que nunca otimistas com os próximos dez, 20, 50 anos, viu, ministro? A Embrapa seguirá inovando e confiante de que encontrará o apoio necessário para contribuir com o Estado e o País.

Ao olhar para o passado e perceber o quão visionários foram aqueles que investiram na década de 1980 em áreas de conhecimento pouco tradicionais, percebemos o tamanho da nossa responsabilidade em antecipar o futuro e agir no presente, criar o futuro - como foi colocado no vídeo - a nossa responsabilidade aumenta muito. Nós todos que estamos aqui presentes queremos criar o nosso futuro do agronegócio paulista e brasileiro da agricultura tropical.

Nem todas as respostas estão dadas, mas as unidades da Embrapa estão na fronteira do conhecimento e atuam com genômica, nanotecnologia, ciência de dados, automação agricultura de precisão, e digital. Ferramentas como agrofotônica, assessoramento remoto, modelagem matemática, inteligência artificial, edição gênica, ressonância magnética fazem parte do dia a dia dos nossos pesquisadores.

Um resultado tangível de sucesso da Embrapa que emana não só em São Paulo, mas em todo o Brasil: o reconhecimento da Embrapa. Recentemente no estudo promovido pela Associação Brasileira de Marketing Rural do Agronegócio, a Embrapa é uma das marcas “top of mind” na mente dos brasileiros.

Entre dez empresas, o nome da Embrapa aparece como a sexta colocada, e a entrevista foi com mais de 4 mil pessoas que não são do Agro - foram pesquisadas pessoas da área urbana, ministro - e que reconhecem a Embrapa como sinônimo de desenvolvimento da agropecuária brasileira. Isso é motivo de muito orgulho para todos nós.

Seguiremos atentos ao desafio do presente e do futuro. A nova gestão da Embrapa tem como prioridade gerar tecnologias para descarbonização da agricultura e a sustentabilidade. Nós precisamos gerar métricas e indicadores que mostrem o quanto a nossa agropecuária é sustentável.

Estamos cientes de que o futuro passa por compreender os novos comportamentos de consumo: transição nutricional, transição energética, inclusão produtiva do produtor rural, inclusão digital do pequeno e do médio produtor.

Sabemos do nosso compromisso com a produção de alimentos saudáveis, rastreáveis e produzidos em bases sustentáveis. Sabemos também da nossa responsabilidade com a redução das desigualdades e o combate à fome.

Por isso é fundamental promover a inclusão produtiva social de pequenos e médios agricultores, tudo isso mantendo as importantes frentes que nos consolidaram até aqui, as agendas ambiental, social e de mercado.

Eu gostaria, antes de finalizar, comentar uma frase do Dr. Eliseu Alves, que sempre me emocionou quando eu também fui conversar com ele, logo que eu fui convidada pelo ministro Carlos Fávaro para assumir a presidência da Embrapa - a quem eu mais uma vez agradeço a confiança - que o Dr. Eliseu Alves comentou comigo: o nosso orgulho de manter a Embrapa não é simplesmente por manter a Embrapa; é porque ela ajuda a combater a fome no Brasil e no mundo, e é isso que seguiremos perseguindo.

Muito obrigado mais uma vez, contem com a nossa Embrapa, contem comigo e contem com a ciência.

Vida longa para a Embrapa.

Uma boa-noite a todos e muito obrigada, mais uma vez. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINÍCIUS - Muito obrigado a nossa presidente da Embrapa, senhora Silvia Massruhá. Senhoras e senhores, a seguir, para o encerramento desta sessão solene, ouviremos as considerações finais do deputado estadual Itamar Borges.

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - MDB - Apenas agradecer aqui a todos que colaboraram para a realização desta sessão solene. Também representando a Embrapa - já falei de todos aqui, mas não podia deixar de registrar -, a Cíntia, das Relações institucionais e Governamentais, sempre presente em todos os momentos, junto com o Silvio Crestana, com a minha equipe do gabinete e a equipe desta Casa, que organizaram esse momento.

Esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço às autoridades, à minha equipe, à equipe da Embrapa, aos funcionários do serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviço de atas, do Cerimonial, também da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Alesp e das assessorias policiais Militar e Civil, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Em meu nome, em nome do deputado Alex de Madureira e do deputado Eduardo Suplicy, declaramos encerrada a presente sessão.

Uma boa-noite a todos.

O Cerimonial vai, agora, convidá-los para o coquetel. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINÍCIUS - Muito obrigado ao nobre deputado Itamar Borges. Convidamos a todos, então, para o coquetel que será servido no Salão dos Espelhos.

Está encerrada esta solenidade.

Uma boa-noite e continuem conosco.

Parabéns e vida longa à nossa Embrapa.

 

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- Encerra-se a sessão às 20 horas e 31 minutos.

 

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