23 DE AGOSTO DE 2023

87ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GILMACI SANTOS, PROFESSORA BEBEL, CARLOS GIANNAZI, DIRCEU DALBEN e DONATO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão ou às 16 horas e 30 minutos. Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Administração Pública e Relações do Trabalho, de Finanças, Orçamento e Planejamento, de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, de Transportes e Comunicações e de Assuntos Desportivos, a realizar-se hoje, às 16 horas.

        

2 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

3 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - PROFESSORA BEBEL

Assume a Presidência.

        

7 - SIMÃO PEDRO

Para inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - PRESIDENTE PROFESSORA BEBEL

Comenta o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi.

        

10 - FABIANA BARROSO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência. Parabeniza a deputada Fabiana Barroso, pelo seu trabalho.

        

12 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Tece comentários acerca de matéria relativa à educação do estado de São Paulo.

        

14 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

15 - DANI ALONSO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

16 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Comenta o pronunciamento da deputada Professora Bebel.

        

18 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - DIRCEU DALBEN

Assume a Presidência.

        

21 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

22 - DONATO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

23 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

24 - DONATO

Assume a Presidência.

        

25 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

26 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

27 - PRESIDENTE DONATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 24/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra a sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos. Levanta a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Alô, vamos lá, senhora TV Alesp.

Presente o número regimental de Sras. Deputas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

Senhoras Deputadas, Senhores Deputados, convocação:

Nos termos do Art. 100, inciso I do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje às 16 horas e 30 minutos ou dez minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo, previsto no §3º do Art. 100, do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 1.084, de 2023, de autoria do senhor governador, que ratifica o protocolo de intenções firmado entre os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, com a finalidade de constituir o Consórcio e Integração dos Estados do Sul e Sudeste do Brasil - Cosud.

Assina a presente convocação, o nobre deputado presidente desta Casa, André do Prado.

Senhoras Deputadas, Senhores Deputados, nos termos do disposto, do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68 do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação; Administração Pública e Relações do Trabalho; Finanças, Orçamento e Planejamento; Defesa dos Direitos da Pessoa Humana; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Transportes e Comunicações; Assuntos Desportivos; a realizar-se hoje, às 16 horas, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar os seguintes projetos: Projeto de lei no 10, de 2023, de autoria do deputado Rogério Nogueira e outros; Projeto de lei no 254, de 2022, de autoria do deputado Rafa Zimbaldi e outros; Projeto de lei no 280, de 2023, de autoria da deputada Marina Helou; Projeto de lei no 308, de 2023, de autoria do deputado Donato e outros; PLC 61, de 2023, de autoria do deputado Reis; Projeto de lei no 725, de 2023, de autoria do deputado Maurici; Projeto de lei no 81, de 2023, de autoria do deputado Thiago Auricchio; Projeto de lei no 871, de 2023, de autoria do deputado Helinho Zanatta; e Projeto de lei no 645, de 2023, de autoria do deputado Felipe Franco.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, passamos então ao Pequeno Expediente, chamando, para fazer uso da palavra, o nobre deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino.

Tem V. Exa. o tempo regimental no Pequeno Expediente.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputada Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Queria uma pequena comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa., enquanto o deputado se dirige à tribuna.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, Sr. Presidente. Eu não poderia deixar de fazer essa comunicação que eu considero de suma importância, Sr. Presidente, porque no dia de ontem nós acabamos com o teto de gastos...

Não o teto de gastos, mas com responsabilidade... Hoje tem um arcabouço fiscal, que foi aprovado e que deixou de fora um fundo que, para nós, tem uma importância fundamental, que é o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica.

São os recursos da Educação básica. E foi uma luta que, como na época eu presidia e, neste momento, presido também... Não só por isso eu faria esse movimento, até porque a pauta tem a ver com a minha militância toda e minha causa, que é a Educação.

Nós conseguimos ter o Fundeb permanente, que foi uma vitória da sociedade educacional naquele momento. Então, se entrasse no teto de gastos, a gente ficaria incomodado com isso.

E a gente conseguiu, por força do movimento da Educação no Brasil. Ontem eu estava em Brasília, e a gente até se sentou com as bancadas do Senado. Quando a gente viu o sinal verde, a gente entendeu que foi, de novo, garantida essa vitória de o Fundeb ficar fora do arcabouço fiscal. É claro: nós temos muita discussão para fazer.

Fiquei triste que a Ciência, Tecnologia e Inovação não ficou fora, mas penso que um grande movimento social pode, sim - porque é um PLC -, aprimorar e garantir que a Ciência, Tecnologia e Inovação, assim como o piso da enfermagem, fique fora também. Porque são políticas estruturantes para garantir a qualidade de vida do povo brasileiro.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Parabéns, deputada Bebel. Acho que essa é uma luta importante da Educação, da Saúde, da Ciência e Tecnologia.

Sr. Presidente, eu recebi aqui uma solicitação, a partir da Comissão de Saúde, da nossa vereadora, que também já foi a nossa prefeita na cidade de Registro, Sandra Kennedy, que tem feito um trabalho brilhante na cidade de Registro, inclusive na área da Saúde.

Ela traz uma demanda muito importante em relação ao Hospital São João, em Registro, que completa, nobre deputado Simão Pedro, 60 anos de fundação agora no próximo dia 19 de setembro.

Só que atualmente o São João, que é um dos mais tradicionais hospitais da região do Vale do Ribeira e tem exercido um papel preponderante na área de assistência hospitalar, é uma entidade de caráter filantrópico, ela é conveniada ao Sistema Único de Saúde, o SUS, a qual disponibiliza anualmente, no mínimo, 80% dos leitos e das consultas ambulatoriais da cidade de Registro é feita pelo Hospital São João, em Registro.

Além disso, ele presta atendimento local a outros municípios da região em saúde de baixa e média complexidade; internação clínica, cirúrgica, obstétrica e pediátrica; e, principalmente, em urgências médicas. Também é uma referência em maternidade, além de realizar cirurgias eletivas ofertando suporte aos hospitais próximos, bem como todas as cidades do Vale do Ribeira.

Só que ontem, ela me trouxe essa demanda colocando que é necessário que haja um apoio efetivo a esse hospital, porque o Hospital São João está em processo de renovação de um convênio, nobre deputada Bebel, que venceu no mês de junho de 2023. É um convênio complementar ao “Mais Santas Casas”, que integra exclusivamente o orçamento estadual.

Então é de responsabilidade do governador do estado de São Paulo o repasse desse recurso. Estamos falando de um valor - que deveria ser liberado à Santa Casa - de 19 milhões de reais, com parcela mensal de um milhão e 600 mil reais.

Esse é o montante, o valor que deveria ser passado à cidade de Registro para o Hospital São João, o problema é que há quatro semanas, até agora, não há uma previsão de pagamento, o processo continua em análise no Comitê Gestor Público da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo.

O Comitê Gestor foi criado para analisar convênios e propostas de todas as secretarias do Governo do Estado de São Paulo acima de 300 mil reais, ou seja, quem decide sobre o repasse é a Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo, mesmo sendo a demanda da Saúde no estado de São Paulo.

A falta desse repasse já acarretou - no caso da cidade de Registro e do Hospital São João - o atraso de salários do mês de julho de 2023 e poderá repercutir, se não for corrigido e repassado esse valor, também nos salários do mês de agosto.

Já está acarretando inadimplência com fornecedores e médicos, o que pode provocar falta de insumos e precariedade num serviço tão importante para a região do Valo do Ribeira, principalmente para a cidade de Registro.

Vale ainda ressaltar, que o referido hospital conta hoje com 450 colaboradores diretos e indiretos impactando na economia municipal da cidade. Essa questão vem ganhando corpo e a vereadora Sandra Kennedy, da cidade de Registro, já havia levantado esse problema, nobre deputado Simão Pedro, há alguns meses atrás, antes, inclusive, do processo de renovação do convênio.

Então a gente sabe que essa demanda não é uma demanda apenas da cidade de Registro, tem acontecido também em quase 20 outras cidades ou Santas Casas no estado de São Paulo, mas alguns ainda vão renovar o convênio até o final do ano.

E no caso de Registro já venceu, nobre deputado Gilmaci, nós temos ouvido isso em todas as cidades, a questão da renovação dos convênios.

Estamos colocando aqui a necessidade da renovação do convênio na cidade de Registro, no Hospital São João, para garantir rapidamente o pronto-atendimento para a cidade, que não acarrete perda ou prejuízo aos salários dos funcionários, dos fornecedores e que o atendimento à população, em relação à saúde, não fique prejudicado e não pare nos próximos dias.

Então eu queria agradecer a oportunidade, Sr. Presidente, agradecer a nobre vereadora Sandra Kennedy por trazer essas demandas para a Assembleia Legislativa, na Comissão de Saúde, para que a gente possa dar visibilidade para todo estado de São Paulo e cobrar a Casa Civil.

Queria, inclusive, Sr. Presidente, que meu discurso fosse encaminhado à Casa Civil, que fosse encaminhado também à Câmara Municipal de Registro e ao Hospital São João, cobrando aqui as providências e que seja restabelecido o convênio o mais rápido possível.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Será feito da forma regimental. Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde aos deputados aqui presentes, às pessoas que acompanham esta sessão aqui na galeria e virtualmente, e também a todos os trabalhadores e trabalhadoras.

Eu venho aqui hoje, Sr. Presidente, fazer coro à indignação de deputados, que já se manifestaram essa semana, na semana passada, com relação aos recentes acontecimentos da Secretaria de Educação daqui do estado de São Paulo.

Infelizmente, quando o secretário Feder assumiu, na verdade quando o governador Tarcísio anunciou que o secretário Renato Feder seria o secretário de Educação, nós ficamos bastante atônitos com essa escolha porque nós já sabíamos o que isso significaria.

Apesar de não ter grande experiência com a educação pública e com a escola pública, como deveria ter um secretário de Educação, infelizmente o secretário foi nomeado.

O Feder foi nomeado secretário da Educação aqui, e ele já tinha, no seu currículo, a Secretaria de Educação do estado do Paraná. E, com isso, também ter sido o grande promotor da transformação de escolas no Paraná em escolas cívico-militares, o que para nós é uma grande afronta à educação.

E, assim que chegou aqui, de julho a agosto, algumas medidas bastante problemáticas foram tomadas pelo secretário e nós não poderíamos deixar de vir aqui falar sobre elas.

Em primeiro lugar, no final de julho, no final do recesso parlamentar e também das escolas, a Secretaria de Educação emitiu uma portaria determinando monitoramento obrigatório em sala de aula.

Isso significa que os diretores ficaram obrigados a fazer um relatório com o que observavam de práticas pedagógicas dos professores, e esse relatório seria encaminhado à diretoria de ensino de cada uma das regiões.

Nós defendemos que esse tipo de determinação de monitoramento viola diretamente os princípios constitucionais de liberdade de cátedra, a valorização do ensino emancipatório e também a jurisprudência do STF, Supremo Tribunal Federal, consolidada no julgamento da inconstitucionalidade do projeto Escola Sem Partido.

Se não fosse só isso, além disso, Tarcísio e Feder ainda se envolveram em uma grande polêmica, com relação aos livros didáticos, ao determinar a exclusão do estado de São Paulo do Programa Nacional do Livro Didático. Então, pela primeira vez na história, o estado de São Paulo correu o risco de estar fora do Programa Nacional do Livro Didático.

Entre muitas idas e vindas, o governador foi obrigado a recuar, foi muita pressão popular. E, também, o meu companheiro de bancada, Carlos Giannazi, ajuizou uma ação e com isso também conseguiu uma liminar que retrocedeu nesse projeto. Isso, para gente, foi uma grande alegria.

Em agosto, além disso, a comunidade escolar foi surpreendida novamente pela Secretaria de Educação, porque foi instalado um aplicativo, Minha Escola, nos celulares de professores, estudantes e responsáveis, sem qualquer autorização.

Essa medida afronta diretamente a Lei Geral de Proteção de Dados. Até agora nós não temos resposta por parte da Secretaria de Educação do motivo pelo qual isso foi feito, o dano causado. E isso, também, nos preocupa muito.

Além de todos esses fatos que dizem respeito diretamente à educação, à sala de aula, à liberdade de cátedra, o Ministério Público abriu recentemente uma investigação contra o secretário Feder, uma vez que o Governo do Estado fechou mais três contratos com a Multilaser - a empresa que o Feder tem ações - e, portanto, lucra a partir dessa empresa.

Esses são apenas os contratos que foram firmados depois que Renato Feder já ocupava o cargo de secretário de Educação. Nós sabemos que existem mais contratos entre a pasta de Educação e a Multilaser, e isso configura um conflito de interesses - o que deve, realmente, ser investigado.

Então, quero compartilhar aqui com as pessoas que nos acompanham algumas iniciativas que o nosso mandato tomou. Em primeiro lugar, nós enviamos dois requerimentos de informação: um requerimento de informação questionando sobre o Programa Nacional do Livros Didático e também sobre o monitoramento obrigatório - sem resposta.

E nós, também, enviamos um outro requerimento de informação, questionando informações ao secretário sobre a instalação do aplicativo sem autorização nos celulares, tablets de toda a comunidade escolar.

Nós enviamos, também, representações ao Ministério Público sobre o fato de o governo ter dispensado o processo de licitação para adquirir livros didáticos e ter entregue as atividades para uma empresa, a Bookwire Brasil; e nós também enviamos uma representação para o Ministério Público sobre a portaria da Secretaria falando para os diretores fiscalizarem aula dos professores, além de uma representação sobre a instalação de aplicativos nos celulares dos professores.

Quero fazer coro com os deputados que têm falado sobre esse tema nesse plenário, reiterando que é necessário que o governador tome providências com relação à manutenção do secretário Feder no cargo diante de tantos casos de irregularidade que vêm sendo demonstrados.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada. Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - Quero saudar os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas, a deputada Professora Bebel, o deputado Luiz Claudio Marcolino, o deputado Simão Pedro, o deputado Major Mecca, o deputado Conte Lopes. Quero saudar também o público presente, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal e da Polícia Técnico-Científica. Quero saudar, ainda, o presidente que sai, presidente Gilmaci, e a presidenta que entra, a presidenta Bebel, e todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Professora Bebel.

 

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Bom, Sr. Presidente, Sra. Presidenta, ontem, eu comecei a falar aqui sobre a questão da falta de efetivo da Polícia Militar. Como as informações vieram aos pedaços, até falei que a informação era no modelo Frankstein. Hoje eu vou falar sobre os claros, como diz o comandante Major Mecca, os claros existentes na Polícia Civil.

Eu recebi hoje as informações para que a gente divulgue - e possa cobrar o governo, porque é muito importante que a polícia esteja estruturada, que esteja preparada para atender bem o cidadão.

Delegacias fechadas não ajudam em nada, falta de funcionários, demora para registrar ocorrências... Nós queremos um serviço de qualidade, um serviço eficiente, e para isso precisa contratar gente, precisa fazer concurso público. 

O governo até agora ainda não publicou o edital no “Diário Oficial”, para que os candidatos possam se inscrever nos concursos tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar.

É sabido, pela informação que foi trazida aqui - informação oficial, nós solicitamos via requerimento de informação - que temos uma defasagem no cargo de escrivão.

O déficit de escrivães de polícia é de 3.795 escrivães. Então, quando a pessoa vai fazer um boletim de ocorrência, ou vai à delegacia, ou à própria Polícia Militar, vai levar um flagrante lá na Central de Flagrantes, é demorado, às vezes. É o resultado por estarem faltando 3.795 escrivães.

Aí o governo manda a informação de que tem o suprimento de 1.600 que está em andamento. São de um concurso promovido pelo governo anterior, e que há uma autorização para fazer um novo concurso para suprir vagas de 1.333 escrivães.

O fato é que eles não estão na instituição, né? O fato de dizer “Eu tenho um concurso em andamento” - ainda não houve nomeações, não houve posses – isso não responde ao clamor, não responde a essa demanda.

Para investigador de polícia, 4.056 investigadores é o que hoje o estado teria que contratar. Com a falta de investigadores, obviamente, os crimes não são elucidados. Se não tem investigação, as pessoas cometem os delitos e não são punidas; e, quando não são punidas, a violência aumenta, ela cresce.

Então, é muito importante que sejam contratados investigadores. É muito importante que se faça concurso, até porque, com essa ausência de investigadores, aqueles que estão trabalhando, estão trabalhando por dois, três, quatro, cinco ou até mais, porque não há funcionários para atender.

O governo responde que são 900 no concurso em andamento e há uma autorização para fazer um novo concurso para mais de 1.250 investigadores. O fato é que eles ainda não foram contratados.

E 930 agentes de telecomunicação policial; 834 agentes policiais; 111 papiloscopistas policiais; 435 auxiliares de papiloscopista. Também estão faltando 315 médicos legistas, 290 peritos criminais, 66 desenhistas técnicos policiais, 222 fotógrafos técnicos periciais, 192 atendentes de necrotério policial, 142 auxiliares de necropsia e, faltam, também, 991 delegados de Polícia.

Quantos estudantes se formaram em Direito, passaram na OAB, estão aguardando para prestar o concurso? Então, é muito importante que o governo possa, o quanto antes, colocar esses editais na praça, para que realmente dê resposta para a Segurança Pública.

Ontem eu passei os números da Polícia Militar. São mais de 13 mil policiais militares que faltam, como diz o Major Mecca, os “claros”, faltando.

Então, a gente pede para agilidade e eficiência para o governo. Que possa dar resposta para a sociedade...contratar, fazer os concursos, publicar os editais, agilizar os concursos em andamento, para que possamos ter a melhor Segurança possível, Sra. Presidenta.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Agradeço, nobre deputado Reis. É muito importante a pauta colocada por Vossa Excelência. Passo então a chamar os próximos oradores e oradoras. Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Simão Pedro.

Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente desta sessão, deputada Bebel, Sras. Deputadas e Srs. Deputados e público que nos acompanha aqui pela TV Assembleia e pelas redes sociais.

Sra. Presidente, vou falar aqui de um tema que ganhou as redes sociais, os noticiários, que é essa ideia fixa, acho que o projeto mais importante do governador Tarcísio, que é a privatização da Sabesp.

Um absurdo, porque a Sabesp é uma empresa construída pelo povo paulista, com recursos do povo, uma empresa lucrativa. Sendo uma empresa pública, não deveria ter tanto lucro, porque esse lucro devia ser transformado em investimentos, para levar mais saneamento, mais água à população que não tem. São muitas famílias que não têm acesso ao saneamento básico.

A empresa é importante para a estratégia do estado de garantir um direito básico à água, o saneamento, mas o governador, que só vê oportunidades de negócios para amigos, empresários, investidores nas políticas públicas, ele resolveu gastar dinheiro público, como os 70 milhões que estão sendo investidos para estudar a privatização da CPTM e os 40 milhões usados para estudar a privatização da Sabesp.

Parece que a modelagem já foi indicada, mas o governador não para por aí, porque ele agora quer o apoio dos municípios que têm contrato, que têm convênio com a Sabesp, e o principal deles é a Prefeitura de São Paulo. A Prefeitura de São Paulo responde por 46% das receitas da Sabesp. A Sabesp tem contrato com mais de 300 municípios, mas o principal é a Capital.

Foi celebrado um convênio entre a Prefeitura de São Paulo e a Sabesp, para que a Sabesp preste o serviço de saneamento aqui em São Paulo. Ocorre que o governador criou uma estratégia, que é criar um negócio chamado Unidades Regionais de Saneamento, Uraes, e está buscando adesão dos municípios a essas unidades.

Conseguiu recentemente, em um acordo com Ricardo Nunes, o nosso prefeito aqui da Capital... A Capital abre mão da sua autonomia em relação à água e saneamento, transferindo isso para o Governo do Estado.

Essas Uraes, elas têm um conselho, 100 votos. O Estado está se outorgando 50 desses votos. Os outros cinco para a sociedade civil e os demais se distribuem entre as prefeituras, ou seja, as prefeituras estão perdendo autonomia.

No nosso modo de pensar - eu não sou advogado, mas já fui deputado aqui por dez anos, retornando agora - pela minha experiência administrativa, fui gestor da Secretaria de Serviços de São Paulo, essa decisão, esse acordo, é inconstitucional.

O Supremo Tribunal Federal já tomou essa análise de um caso semelhante a esse na Bahia e já disse que esse tipo de acordo é inconstitucional, porque tira autonomia do município, fere o princípio da federação, das relações federativas.

Eu estou provocando o meu partido, a minha bancada, para que o Partido dos Trabalhadores, junto com o PSOL, junto com outros partidos, o PDT, que queiram se somar para entrar com uma Adin no Supremo Tribunal Federal... Para que o Supremo - na linha do que fez em relação à Bahia - decida que isso é inconstitucional aqui.

Agora, é grave. Por trás disso, há um acordo eleitoral em cima de uma coisa importante, que é a água e o saneamento de São Paulo. O prefeito Ricardo Nunes, em troca do apoio do governador Tarcísio para a sua reeleição no ano que vem, vai ao Palácio, senta com ele e fala: “São Paulo abre mão da autonomia do saneamento da água”.

E entrega isso para o Governo do Estado. Ora, isso é um crime eleitoral. Ele está usando patrimônio público, interesse público, recurso público em troca de apoio eleitoral. Isso não pode ficar de pé.

Então, Sra. Presidente, nós vamos à Justiça. Não vamos deixar que esse acordo prevaleça, porque ele é lesivo à cidade de São Paulo, aos interesses da população de São Paulo, e não é bom que ele permaneça de pé.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Obrigada, deputado Simão Pedro, nobre deputado. Passo então a chamar os próximos oradores e oradoras.

Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Deputada, presidente, deputada Bebel, senhores presentes aqui na galeria, deputados e deputadas, telespectador da TV Assembleia, quero, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, manifestar o meu total apoio à iniciativa do vereador William Leite, de Presidente Prudente, que aprovou, na Câmara Municipal da cidade, uma importante moção de repúdio à reclamação, à ação que o governador Tarcísio protocolou junto ao Supremo Tribunal Federal, suspendendo a validade de um parecer importante que foi aprovado no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo autorizando os municípios e o próprio estado de São Paulo também, o TJ, o Ministério Público, o próprio Tribunal de Contas e a Defensoria Pública a descongelarem o tempo de evolução funcional durante a pandemia. Refiro-me aos quinquênios, triênios, anuênios, à sexta-parte, à licença-prêmio.

Foi uma decisão importante que teve e tem todo o nosso apoio, essa decisão do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Inclusive, estive presente, fiz reuniões com os conselheiros presidentes do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Estive com o presidente do Tribunal de Justiça, com o procurador-geral de Justiça, com a procuradora-geral do Estado. Fizemos um amplo debate e, por fim, dois municípios fizeram uma consulta e o parecer foi dado, autorizando o descongelamento.

No entanto, o governador Tarcísio, não sei por quê, entrou com uma representação, com uma reclamação, na verdade, esse foi o dispositivo legal, suspendendo a validade desse parecer. Um absurdo total, nós entramos na “amicus curiae” dessa ação.

Agora, é um absurdo isso, o governador militando contra os servidores públicos do estado de São Paulo. Não só contra os nossos servidores estaduais da Educação, do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, do Tribunal de Contas e da Defensoria, mas contra os 644 municípios do estado de São Paulo, porque ele prejudica todos os municípios, todos os servidores municipais.

Então foi grave essa decisão do governador Tarcísio e o vereador William aprovou corretamente uma moção, muito bem elaborada, com fundamento jurídico, até porque ele também é um servidor do Judiciário, é um escrevente técnico. Então a moção dele é muito bem-feita, com ótimos argumentos jurídicos e tem todo o nosso apoio.

Ele é criticado, logicamente, pela oposição ou pelos governistas, mas ele está, sim, do lado dos servidores. Uma pessoa que apresenta, um vereador, um parlamentar que apresenta uma moção como essa, que defende os servidores da sua cidade e do seu estado. Ele deve ser homenageado.

Agora, que seja um exemplo para que todas as câmaras municipais apresentem moções de repúdio a essa decisão criminosa do governador. Criminosa no sentido de que houve um tempo roubado do trabalho dos servidores públicos do Brasil por conta da famigerada Lei Complementar 173, do governo Bolsonaro, que roubou tempo de trabalho dos servidores e, mesmo já com o fim da pandemia, esse tempo não foi devolvido aos trabalhadores e trabalhadoras dos serviços públicos.

Foi aprovada apenas uma lei, no final do ano passado, em 2022, devolvendo esse tempo apenas para dois segmentos, os da Saúde e da Segurança Pública. Os outros segmentos, o nosso da Educação, por exemplo, não teve esse direito, um absurdo total.

Então, parabéns, vereador William Leite, da Câmara Municipal de Presidente Prudente, que a sua iniciativa seja também um incentivo, um exemplo para todos os vereadores e vereadoras do estado de São Paulo que têm compromisso com os servidores públicos municipais, estaduais e também, logicamente, consequentemente, com a prestação de serviços públicos de qualidade para a população.

Então fica aqui a nossa homenagem, que o seu exemplo, que a sua iniciativa, vereador William Leite, aqui do MDB, nem é do meu partido, porque essa luta é suprapartidária, a luta pelo descongelamento dos quinquênios, da sexta parte, dos anuênios, triênios e da licença-prêmio.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Obrigada, deputado Giannazi. Essa luta é de todos nós, somos funcionários públicos e estamos nela porque é uma grande injustiça. Passamos pela pandemia e fomos injustiçados aí com o congelamento de dois anos de direitos.

Continuo chamando então os próximos oradores e oradoras. Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.)

Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso.

Deputada, V. Exa. tem cinco minutos regimentais. 

 

A SRA. FABIANA BARROSO - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, boa tarde a todos aqui presentes. Hoje eu vim falar de algo especial que ocorreu no município de Matão, que é onde eu resido atualmente.

Lá houve a audiência pública. Eu faço parte da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento do estado de São Paulo. É uma comissão de muita importância, porque é por meio dela que a gente implanta e decide, aprova, movimenta o que ocorre com o recurso do Orçamento do Governo do Estado de São Paulo.

Ou seja, estamos falando de um assunto muito sério, que atinge a vida de todos aqui do estado de São Paulo. Essas audiências públicas, inclusive parabenizo o presidente Gilmaci Santos, da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, porque essas audiências agora estão indo até as localidades, até os municípios do interior de todo o estado de São Paulo. Não é porque foi a Matão que era só para tratar assunto de Matão, no caso. Vou falar especificamente de Matão.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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Fomos a Matão na semana passada e tratamos de assuntos regionais. No caso, toda a região de Matão esteve presente, prefeitos, vereadores, população. Todos tiveram a oportunidade de falar em algum momento no púlpito por três minutos para colocar a demanda necessária, que ele julgava necessária naquele momento.

Dessa forma, a gente pode ver onde precisa de pontes, onde precisa ser feito recapeamento, onde precisa ser duplicada a rodovia, onde precisa construir escolas públicas, hospitais, onde precisa o recurso realmente chegar e não está chegando.

Então ir até os municípios, ir até o ponto final aonde chega em quem sofre ou quem se beneficia do que está ocorrendo, foi algo sensacional. Participar disso, com a licença do presidente Gilmaci Santos, ele me deixou presidir inclusive a sessão, agradeço imensamente, no município de Matão.

Tivemos diversas demandas, de toda a região. Estou muito feliz, é uma região em que eu moro, sou nascida e criada, fui vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Social no município de Barrinha, que é 60 minutos de Matão. Ou seja, trata-se de uma região só entre Ribeirão Preto e São Carlos.

Costumo dizer que é algo assim, é tudo muito próximo, é tudo muito, um ajuda o outro. Às vezes não tem hospital, vaga de hospital em um lugar, a gente vai à Abrace em outro hospital. Às vezes não tem escola num lugar, a gente vai e estuda em outro lugar vizinho.

Então quem mora no interior sabe muito bem que a vida nunca é na sua própria cidade. Eu morei muitos anos em Barrinha, minha vida inteira em Barrinha, estudava, ou na cidade vizinha, Sertãozinho, ou, na escola, eu estudava em Sertãozinho, depois, fui estudar em Ribeirão Preto, muitos estudam em Jaboticabal. Assim acontece com Matão, o pessoal vai para Araraquara, assim acontece com Dobrada, em que o pessoal vai para Matão ou para Araraquara.

Então, baseado nisso também, eu gostaria de dizer de uma alegria muito grande que tive em ver a aprovação do meu projeto de ônibus, de que vou falar até todos ouvirem, de que vou falar incansavelmente, porque foi um orgulho muito grande, foi aprovado aqui na Alesp neste mês com 94 votos de aprovação, ou seja, unanimidade de votos, o meu projeto de ônibus escolares, que é direcionado ao interior do Estado.

Quem mora em São Paulo tem acesso a tudo, aqui tem tudo, cem por cento de tudo: faculdade, escolas boas, escolas que precisam melhorar, mas tem escolas, tem estudo, tem transporte, tem hospital, tem tudo, todos os tipos de médicos, todos os tipos de consultas.

No interior não é assim. Se você quer uma consulta específica, tem que ir à cidade vizinha, se você quer um estudo específico, você tem que ir à cidade vizinha. Meu projeto abrange o seguinte: aqueles ônibus amarelinhos, os ônibus que o Governo disponibiliza para o município, que a gente sempre vê andando de um lugar para outro, eles são limitados, podem apenas circular dentro do próprio município e para levar alunos ao ensino fundamental e ensino médio. Já vi muitos amigos meus desistirem de fazer faculdade no meio do caminho e desistir de curso técnico porque não aguentavam pagar a faculdade e o transporte.

Então esse projeto meu autoriza a que esses ônibus também façam o transporte gratuito para alunos de cidades vizinhas, ou seja, intermunicipalmente, que façam faculdades e cursos técnicos. Estou muito feliz com a aprovação desse projeto. Agora a gente vai buscar a sanção do governador ou a sanção parcial, ou a sanção inteira, para que isso chegue na ponta final.

Boa tarde a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputada Fabiana Barroso. Parabéns pela aprovação do seu importante projeto na área do transporte escolar dos nossos alunos das escolas públicas do estado de São Paulo. Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a deputada Andréa Werner. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ana Perugini. (Pausa.) Com a palavra a deputada Solange Freitas. (Pausa.)

Entrando agora na Lista Suplementar, com a palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.)

Com a palavra a deputada Dani Alonso. (Pausa.) Com a palavra o deputado Elton. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Com a palavra o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.)

E com a palavra a deputada Professora Bebel, que fará uso regimental da tribuna.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, deputado, presidente Carlos Giannazi. Cumprimento a Mesa Diretora, os assessores à minha esquerda, à minha direita, cumprimento os Srs. e Sras. Deputadas, enfim, público que agora está presente e são estudantes que estão aqui e trabalhadores também. Muito bom ter um público que nos acompanhe para além até do que sai na Rede Alesp, que é muito importante também acompanhar a Rede Alesp.

Eu estou na condição de quem sempre acreditou, e eu acredito, que a luta traz vitórias. E quero dizer que garantir que o estado de São Paulo ficasse no Plano Nacional do Livro Didático foi uma vitória política.

Ela foi política sob vários aspectos, mas o que de fato garantiu foi lá na quarta-feira, num sol de rachar, nós colocarmos quase três mil profissionais e estudantes, mais a sociedade, para dizer o seguinte: nós não vamos aceitar ficar fora do livro didático.

Nós não vamos aceitar, por uma razão óbvia. Esta Casa sediou, na segunda-feira daquela semana, uma audiência pública. Para essa audiência pública nós trouxemos o MEC, nós trouxemos as pessoas especializadas em livros didáticos e que disseram o seguinte, ao final da audiência: “Se São Paulo não fizer a opção para ficar até o dia 25 no Plano Nacional do Livro Didático nós ficaremos quatro anos sem livros didáticos gratuitamente para a população, filhos e filhas da classe trabalhadora que precisam de livro didático”.

A defesa do livro didático não é uma defesa para quem vende, enfim somente para o professor. É porque nós, educadores, conhecedores até da teoria educacional sabemos evidentemente que a leitura e a escrita chegam na casa dos pobres através do livro didático. É dessa forma que chega. Então, não teria outra saída.

O governo recuou e ele admite isso. Ele admite que recuou frente aos clamores sociais. Importantes liminares, o senhor entrou, eu também entrei, incitamos o Ministério Público Federal, todo mundo fez isso, mas o clamor popular é grande e tudo suscita.

Nós sabemos que o clamor popular, se nós não enchermos isso aqui no próximo período, não vai adiantar eu ter a melhor da tese jurídica porque a gente mexe cabeças, mentes e corações com o povo na tribuna. Eu tenho certeza de que o período que se avizinha não será fácil. Pela pauta colocada pelo meu companheiro de bancada, Simão Pedro. Privatização da Sabesp, reforma administrativa, redução das verbas da Educação.

Essa luta é de gigante. Nós vamos precisar de vocês, moçada. Vocês vão ter que nos ajudar nessa luta, porque ou nós conseguimos barrar, ou a escola pública perde o pouco que ela tem, que é pouco. Vocês merecem mais, então nós temos que caminhar juntos.

Essa luta não tem dono. Essa luta, a causa da Educação, pode ser uma causa minha, e ela é, uma causa do deputado Giannazi, causa de tantos outros. Que bom que a gente suscite causas, mas a causa é da sociedade. Ontem nós tivemos uma vitória, a vitória de manter o Fundeb fora do arcabouço fiscal. Seria menos dinheiro para a Educação, e nós conseguimos essa vitória.

Essa vitória foi desde o Fundeb permanente, que ninguém acreditava, na era Bolsonaro nós chamamos uma audiência pública, lançamos um movimento no estado de São Paulo pelo Fundeb permanente e conseguimos o Fundeb permanente, com muitos avanços, e não podemos perder. Não querer perder é o que eu estou dizendo para vocês. Vamos ficar sempre de pé, em defesa da Educação pública de qualidade.

Para fechar rapidamente, nós fizemos uma articulação, a bancada, junto com o MEC mais o secretário de Educação, para que mantivesse também o livro didático no Plano, porque, então, o que iria se perder era coisa de 120 milhões de reais. Se somasse o ensino médio, 800 milhões. Isso seria descabido.

Muito obrigada, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, antes de chamar o próximo orador ou oradora queria só comentar, deputada Bebel, que eu estive presente lá no ato da Apeoesp, na frente da Secretaria da Educação, ato importante, uma mobilização.

E dizer também que o nosso coletivo “Educação em Primeiro Lugar” acionou a Defensoria Pública e o Ministério Público estadual. Ambos abriram inquéritos civis, depois entraram com ações também no TJ.

Mas nós, ao mesmo tempo, nosso coletivo “Educação em Primeiro Lugar”, que é representado por três mandatos aqui, da Educação, pela deputada federal Luciene Cavalcante, pelo vereador Celso Giannazi, nós entramos com uma ação popular no Tribunal de Justiça, que foi vitoriosa. Nós conseguimos a liminar através da ação popular.

Daí, sim, o secretário recuou, mas foi todo um conjunto de ações, a mobilização, a opinião pública, a imprensa, a Apeoesp, a Udemo, a Apase e todas as entidades representativas do Magistério, a sociedade civil, então foi um amplo movimento social que pressionou o dono da Multilaser, Renato Feder, a recuar tanto da retirada do livro didático, como também da compra criminosa daquele material digital que a gente nem sabe para que, em que nós economizamos ali, para o dinheiro do Orçamento, 200 milhões de reais.

A luta sempre é coletiva, mas eu gostaria de ressaltar que a ação civil pública, as duas, ação civil pública do MP e da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, foram feitas a partir das nossas representações. E a ação popular foi do nosso coletivo “Educação em Primeiro Lugar”, só para a gente deixar claro. E que nós estávamos presentes também na manifestação da Apeoesp, com o nosso coletivo...

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Organizada por nós.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sem dúvida.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Então pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra a deputada Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu acho que V. Exa. dá as informações, a gente também dá. A gente tem notícia, a gente anda, então acho que o senhor quer respeito, eu também quero. Eu acho que nós estamos nos respeitando. Eu acho que eu disse claro, todos que assumem uma causa têm que ser abraçados por todos.

Toda ação tem validade, mas eu não substituo a luta política de rua por outras lutas. Aliás, eu costumo casar as duas. E não foi só por essas ações. O senhor, V. Exas. fizeram, mas nós também fizemos. Nós temos ação no Ministério Público Federal, nós temos ações aqui, nós ainda temos ação das aulas assistidas, que está em encaminhamento. Entendeu?

Então me parece, a Educação está bem defendida, tanto pelo mandato de V. Exa., como pelo meu mandato. Então não há que ter, na minha opinião, essa disputa de quem faz mais ou menos.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Mas é V. Exa. que faz disputa. Eu não faço disputa nenhuma. Vossa Excelência faz disputa o tempo todo.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Deputado, eu sou a segunda presidente do maior sindicato da América Latina. Então, não preciso.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Vossa Excelência faz disputa o tempo todo. Com a palavra, o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com a palavra, a deputada Dani Alonso.

 

A SRA. DANI ALONSO - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, boa tarde a todos os servidores que nos assistem, todos da TV Alesp.

Hoje, o assunto que me traz a esta Casa é para a gente falar sobre a BR-153. A BR-153, conhecida como Rodovia Transbrasiliana e conhecida também como Rodovia da Morte.

Essa rodovia, essa semana tivemos um fato muito triste no início desta semana, segunda-feira, onde nós perdemos quatro pessoas, vítimas fatais, num acidente onde envolveram dois caminhões e um automóvel, no trecho de Marília a Ourinhos.

Essa é uma reivindicação, da duplicação dessa rodovia, há mais de 20 anos já. A BR-153 é a quarta maior rodovia do nosso País, do nosso Brasil. Ela corta o nosso País inteiro. E a gente sabe da importância dessa rodovia. Foi um marco muito grande quando foi construída. Mas hoje ela está completamente obsoleta, tamanha a demanda que a gente tem hoje, de tráfego de carros nessa rodovia.

Só nos últimos anos, desde 2018, nós tivemos mais de 130 mortes fatais nesse trecho. É uma luta muito grande porque, todos os meses a gente tem visto mortes e acidentes, infelizmente fatais, nesse trecho, nessa rodovia.

É algo que tem nos preocupado muito, porque a gente sabe a quantidade da demanda de veículos que passam ali hoje, a quantidade de caminhões que passam hoje. Dá medo. É uma estrada que eu tenho o hábito, constantemente, que nós visitamos tanto os nossos municípios no interior do nosso oeste paulista.

É uma rodovia que tem assustado muito todos nós, tamanho é o fluxo de caminhões. A gente sabe da necessidade dessa rodovia. É uma rodovia, hoje, com estrutura de vicinal, infelizmente. Os acidentes são causados, e a gente sabe que nós temos ali, hoje, a concessionária Triunfo, que está responsável por essa concessão.

Eu tenho dados aqui. Desde 2008 que eles são responsáveis pela concessão. Desde fevereiro de 2008 que eles têm essa concessão. Eles teriam, já, no contrato, que terem duplicado, ao menos ter terceiras faixas. E o contrato não é cumprido.

Então, eu quero chamar a atenção de todos os órgãos responsáveis dessa rodovia. Ministério da Infraestrutura, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Agência Nacional de Transportes Terrestres, Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal.

Quantas mortes mais nós teremos naquele trecho, por falta de duplicação e por falta de infraestrutura? Isso é uma luta, uma batalha constante. Nosso deputado federal, Capitão Augusto, lá em Brasília, o tempo todo, notificando os órgãos responsáveis. Mas, infelizmente, nós temos sentido que, dia após dia, nós temos presenciado acidentes constantes.

É algo que a gente precisa chamar a atenção. A quantidade de “siga e pare” que tem ali, pela quantidade de tapa-buracos que precisam ser feitos, pelo fluxo de automóveis que passam ali, são absurdos. Então, a gente não pode mais se calar, fechar os olhos. A população, o tempo todo nos marcando, chamando a atenção.

É algo legítimo, é algo que a gente não pode mais... Quantas famílias mais serão perdidas ali, em acidentes constantes? Então, eu quero pedir, inclusive, que sejam enviadas as notas taquigráficas deste pronunciamento para os responsáveis da BR-153.

Porque eu sei que esse é um tema de assunto federal. Mas a gente, nessas horas, olha para os nossos municípios, olha para as necessidades das nossas famílias. Infelizmente, hoje já se tornou insustentável trafegar naquela rodovia que, embora seja uma rodovia, ela tem estrutura de uma vicinal. E infelizmente, conhecida hoje, por todos nós, no interior do estado de São Paulo, como a Rodovia da Morte.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Vou fazer um encaminhamento aqui, enquanto presidente desta sessão, do pedido de V. Exa. das notas taquigráficas.

Encerrando, então, o Pequeno Expediente, entramos no Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra, o primeiro orador, deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra, a deputada Professora Bebel, que fará uso regimental da tribuna. Deputada Bebel, segunda oradora, vai fazer uso da tribuna por até 10 minutos no Grande Expediente.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Mas nós não estamos nos matando, nós estamos debatendo. E é democrático. E eu não tenho problema que ele fale: “V. Exa. faz disputa”.

Eu faço; todos nós disputamos, todos nós disputamos ideias, e as boas ideias é que produzem, na verdade, fruto dos embates, das divergências. Porque eu realmente faço debates profundos lá na Apeoesp, e o meu sindicato é o maior da América Latina; é incontestável, V. Exa. sabe disso.

Acho que já é da Apeoesp também, não sei, acho que filiado. Então, a gente sabe que esses embates acontecem por questão de metodologias. Chega-se a um denominador comum, e tem métodos diferentes. O meu sindicato é muito intrínseco, vocês vão ver quando a pauta da Educação vier, quando vier para esta Casa reforma administrativa e também, seja lá o que for, a questão da Sabesp, que a gente está falando que é briga de gigante.

Olha, três pautas gigantes: reforma administrativa, Sabesp e redução das verbas da Educação. Nove bilhões a menos para investimento na Educação. E eu vou tocar essa moçada da bancada, que viu o quanto que é gostoso um trabalho parlamentar. Porque eu, lamentavelmente... O deputado Giannazi é do PSOL, eu sou do PT; mas a gente comunga com muitas outras ideias.

E, claro, o princípio é comum: qualidade da Educação. Vocês têm um papel fundamental para nos ajudar a segurar esse monte de pauta que vem, pauta negativa para a população paulista.

Porque se a Sabesp aprovar, o pobre vai pagar mais caro a água. Se aprovar a privatização da Sabesp, é isto. E não tem por que privatizar. Se chegar aqui na Casa uma reforma administrativa, podem ter certeza: é para acabar com direito de servidores públicos.

E acabar com direito de servidor público... A gente passou quatro anos sendo duramente tratados, como pela Lei no 173, de autoria do presidente Bolsonaro, que lamentavelmente congelou salários dos servidores públicos por dois anos, e nós não conseguimos evoluir. Isso tem uma lógica. Ao congelar, a gente não consegue evoluir na carreira e acaba ficando congelado, e muitos nem se aposentam. Essa que é a questão.

A outra questão diz respeito às verbas da Educação. Essa é cara para nós. Essa, a Apeoesp... A Apeoesp é o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo. Alguém de vocês conhece a Apeoesp?

A Apeoesp defende o direito dos professores, mas também tem como grande mote a defesa da educação pública de qualidade. Não faz sentido defender se não defender também a educação pública de qualidade.

Hoje, nós estamos numa perspectiva de defender, porque a Educação pública de qualidade passa pela defesa incondicional de todos os cidadãos e cidadãs que tenham compromisso com escola pública de qualidade.

Então, por fazer parte da Apeoesp, eu acredito perfeitamente que a gente pode ter articulação com os estudantes. Nós já estamos conversando com os estudantes. Nós vamos fazer um grande congresso na cidade de Piracicaba, vai ser nos dias 1, 2 e 3 de setembro. E nós, com certeza, teremos aí um plano de lutas para fazer esse enfrentamento, porque é uma luta de gigante, não é qualquer luta, é luta de gigante.

Eu vou continuar dizendo que o meu sindicato saiu vitorioso, sim, saiu vitorioso deste Plenário. E a gente tem que dar as mãos à palmatória, eu faço disputa, mas eu abro mão da autoria do meu projeto e dou para todo mundo assinar. Eu faço essa disputa, mas a disputa pelo bem comum, de fato, eu faço.

Nós salvamos 50 mil professores categoria “O”, mas o projeto de lei era meu, e eu pedi para que a Casa toda assinasse, deputado Paulo Mansur, porque eu sozinha... Era o mérito que, talvez, a Casa tivesse que ter.

Como foi o confisco, eu não acreditava que um PDL... Não. Tinha que ter um PL da Casa e assim o foi. Ou a gente trabalha assim, ou eu vou tentar dizer... Seu pai acompanhou direitinho, ele conta essa história para ti.

Tiveram momentos tensos, mas a gente confluiu em ter... O Presidente Carlão, na época, pautou um PLC da Casa, assim como estamos caminhando, deputado Giannazi, para confluir numa votação importantíssima, porque estando lá hoje como Frente Parlamentar, junto com o deputado Reis, junto com o deputado Valdomiro, eu e mais a comissão consultiva mista...

Nós temos um PL, aqui da Casa, que é o nº 52, ele acopla, ele não é perfeito, mas acopla, ele dá conta de resolver, por exemplo, como os trabalhadores temporários podem fazer uso do Iamspe, transforma em autarquia especial.

Mas a gente fez o seguinte: a gente destacou desse PL, deputado Giannazi, o Conselho de Administração do Iamspe, porque para nós é mais importante o Conselho de Administração do Iamspe. E a gente vai precisar que V.Exa. assine junto conosco, para que se transforme em um PL da Casa. Não é mais meu, nem de ninguém, mas um PL da Casa.

É importante que os deputados entendam que tem que ter uma gestão paritária, não pode ser uma gestão em que nós paguemos o Iamspe... E só o governador e quem ele põe lá para superintender, o superintendente - eu não estou fazendo briga pessoal com o superintendente -, mas eu acho que tem que levar a pauta do funcionalismo público para dentro do Iamspe, para a gente ter um pleno atendimento.

Com essas palavras, deputado Giannazi, estou dizendo para o senhor o seguinte: não tenha dúvida que nós vamos caminhar juntos, temos que caminhar. O senhor não vai defender outra coisa diferente de mim, até porque muitas das pautas que V. Exa. traz aqui são pautas da Apeoesp, que são os professores.

Não será dissonante, mas é natural que cada partido tenha a sua concepção e a sua forma de tratar as coisas. Nós tratamos, eu, na minha bancada, deixo clara a minha posição e deixo como tem que ser.

Entendo que essa pauta do Iamspe é cara para os servidores públicos. Amanhã, aproveito para convidar V.Exa., haverá uma audiência pública de servidores públicos aqui a Casa. Se V.Exa. puder estar presente, será muito bem-vindo.

É para trabalhar junto, vamos trabalhar juntos, eu acho que é dessa forma que a gente caminha e pode caminhar. Cada um com a sua forma, com seu método, com o seu mandato, mas também é possível trabalhar junto.

Eu quero dizer que haverá um grande movimento a partir do plano de lutas, que nós vamos debater no nosso congresso, pelo estado de São Paulo, contra a redução das verbas da Educação.

Esse movimento vai ter que tomar corpo desde a escola até o bar da periferia. O pai tem que entender e a mãe tem que entender que menos dinheiro na Educação é menos creche, é menos pré-escola, são menos vagas no Ensino Fundamental, no Ensino Médio, é menos qualidade nessas etapas da Educação Básica. E se o que a gente tiver que fazer for luta de gigante, então nós vamos fazer a luta de gigante. Nós vamos enfrentar.

Então, acho que são muito importantes esses momentos, essas falas. Tive oportunidade de falar por 20 minutos. É isso? Quinze agora, né? E agradeço, Sr. Presidente, e então termino a minha fala dizendo isso.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputada Bebel. Concordo com Vossa Excelência. Aqui ninguém tem reserva de mercado da luta. Aqui não tem monopólio da luta, da mobilização. Monopólio não existe.

O que existe é a ação conjunta de todas as pessoas em defesa da Educação. E dizer que eu sempre estive na luta em defesa do Iamspe, há muitos anos, desde quando entrei na rede estadual de ensino.

Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rui Alves. (Pausa.) Com a palavra o deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) 

Com a palavra o deputado Paulo Mansur, que fará uso regimental da tribuna por até dez minutos.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar você, Carlos Giannazi, cumprimentar a Professora Bebel, Capitão Telhada, os nobres deputados aqui presentes.

Eu quero falar de um assunto que chama atenção do mundo. Falar do Nayib Bukele, presidente de El Salvador. Ele prendeu 63 mil pessoas no país. Ele construiu o maior presídio das Américas. E essa atitude que ele tomou, porque é um país pequeno, mas nesse país foram presas 100 pessoas em um dia, e hoje completa duas semanas que nenhum bandido é preso no país por assassinato.

Então, é um país que vem dando exemplo, que as crianças tinham medo de ir nos campos de futebol nas comunidades, porque as mães tinham medo dessas crianças não voltarem para casa. E hoje o campo na comunidade virou uma área de lazer, e todos vão para lá.

E o tráfico tomou uma proporção dentro de El Salvador que ficou inviável. Ninguém conseguia ir para a rua, a criminalidade estava estourando, e ele fez um presídio, que foi o maior presídio das Américas, para 200 mil presos, e começou a colocar ordem no país.

A construção desse megapresídio, no prazo recorde de sete meses, cercada por um muro de dois quilômetros de extensão e onze metros de altura resolveu a questão para acomodar os presos. Hoje no país, uma capacidade para abrigar, no Brasil, a gente precisa de 440.530 presos. É um déficit de 241.652 vagas no Brasil, que nós não temos, deputado Madalena.

Pelo menos quatro megapresídios de El Salvador precisaria ter no país, só para manter quem está preso. Porque a gente tem um déficit de pessoas que deveriam estar presas no Brasil, que não estão, que estão soltas.

Ou seja, o juiz manda prender e manda soltar, porque não cabe na cadeia. E a cadeia é para pegar aquela pessoa que cometeu o crime e ela voltar para a sociedade podendo ser uma pessoa diferente.

É claro que tem vários tipos de crime no nosso país. Eu vou falar um pouco para vocês sobre isso, porque a gente precisa separar aquele criminoso de carreira, que é o mais perigoso, daqueles que cometem aqueles crimes mais leves, para a gente pegar essas pessoas dos crimes mais leves e voltar para a sociedade.

Atualmente, o tráfico de drogas no país é o maior motivo de prisão. Um exemplo de São Paulo, que é o estado mais populoso do Brasil, onde ficam 31% dos presos do país. Estão em São Paulo.

Em São Paulo, 40% dos presos estão atrás das grades por tráfico de drogas. Quarenta por cento, hein? Em seguida, vem o crime de roubo, com 26%; furto, 10%; e o crime de homicídio está no quarto lugar, com 7,6 por cento.

Você pega na França, o presídio é privado. Então, ele é 100% privado. Pega nos Estados Unidos, parte do presídio é privado e parte é administrado pelo poder público. Então, a gente precisa tomar uma atitude no nosso país para seguir um exemplo.

Ou a gente faz parte do presídio privado, com alimentação, com parte do outro presídio, com a escolaridade privada, com emprego, trazendo a iniciativa privada para gerar emprego às pessoas que cometem crimes leves.

Eu sou a favor de aquele que cometeu crime leve começar a trabalhar quando estiver na prisão. Aqueles que cometeram crime de estupro, esses crimes mais pesados, eles têm que ficar na cadeia sem direito ao trabalho.

Não tem que sair da cadeia, não. Agora, essas pessoas que têm recuperação, sim, aí sou a favor de pôr para trabalhar, continuando preso, para restabelecer essas pessoas à sociedade. Para mim, tem preso que tem que ficar na cadeia para o resto da vida.

Então, aqui, a gente precisa, no Brasil, tomar uma atitude, porque a sensação da impunidade está cada vez maior em nosso país. Quando o presidente Lula, na sua campanha, coloca aquele chapéu, aquele boné, que liga aquele boné, os começos da sigla, em relação ao crime organizado, você tem hoje o crime tomando conta, as pessoas fazendo vídeo, os bandidos com arma de fogo, principalmente lá no Guarujá.

Tudo isso aconteceu, mas aqui é São Paulo, aqui teve resposta do governador Tarcísio. Aqui é diferente. A Rota desceu para a Baixada Santista, deu o recado. Então, é assim que tem que funcionar no nosso estado de São Paulo.

Se a gente tem um exemplo lá de cima, do governo federal, mostrando para a gente que a impunidade pode prevalecer, até porque a gente teve um assalto de um trilhão de reais na Petrobras, na época em que o PT governou, e nada aconteceu. É a sensação da impunidade no Brasil.

Então, aqui no estado de São Paulo está sendo diferente. A gente está mostrando justiça, está colocando bandido atrás da cadeia e, no estado de São Paulo, o governador Tarcísio já colocou que aqui a gente não quer corrupção. Aqui a gente não quer político corrupto. A gente não quer essas pessoas que estão em cima de oligarquias fazendo corrupção no estado de São Paulo.

Por isso que a secretaria aqui no estado de São Paulo é técnica. Eu fico com dó do nosso país, porque os ministros que estão lá em Brasília são políticos. Nada de técnicos. Então, a gente fica aí ao Deus-dará. Espero que esse exemplo de El Salvador, que é um país vizinho nosso, sirva para o nosso Brasil.

E vou lutar para que sirva para o nosso estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada, que fará uso regimental da tribuna por até dez minutos.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Uma excelente tarde, Sr. Presidente, a todos os deputados presentes, auditório que nos acompanha na galeria, funcionários civis e militares, uma ótima quarta-feira.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Dirceu Dalben.

 

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Venho à tribuna nesta tarde comunicar que, com orgulho, nossa equipe aqui de assessores na Assembleia Legislativa tem trabalhado com muito afinco, tem trabalhado com muita energia, com muito foco e, nessa semana, segunda-feira, antes de ontem, realizamos mais uma reunião da frente parlamentar pela segurança nas escolas.

Até fazendo coro à discussão que estávamos tendo aqui agora há pouco, no Pequeno Expediente, com deputados que são da área da Educação, a deputada Bebel, o deputado Giannazi, que são referências nessa parte de ensino.

E, um tema importante com o qual, ao chegar aqui no Parlamento, eu me deparei, logo em 15 de março. Estava recente o acontecimento do ataque na escola Thomazia Montoro, no Morumbi, na Vila Sônia.

E quando cheguei aqui, neste Parlamento, no auge ainda das discussões, muito acalorado para o quesito político, eu percebi que aquele assunto não se tratava de política, aquele assunto era suprapartidário, era um assunto que está acima de esquerda, de direita.

Porque quando a gente fala de segurança de professor, quando a gente fala do ambiente escolar, que envolve crianças, envolve adolescentes, envolve os nossos filhos, nós estamos falando de vidas, e as vidas que mais importam, que são as vidas inocentes das nossas crianças.

E eu percebi que, pela experiência que eu tive na Polícia Militar, trabalhando no COE, trabalhando no 4º Batalhão de Choque, de operações especiais, já tendo operado, inclusive, em 2019, lá no outro acontecimento, lá no colégio Raul Brasil, em Suzano, onde tivemos diversas vítimas naquele episódio, eu atuei lá diretamente, porque eu era ainda capitão no COE.

Eu percebi que eu tinha uma responsabilidade, eu não poderia deixar esse tema cair por terra, porque é o que acontece no Brasil. A gente sabe quantos e quantos temas importantes, quantos assuntos que jamais deveriam ter sido esquecidos, acabam sendo deixados para trás. O jornal de ontem serve para embalar o peixe de hoje.

Vimos isso acontecer diversas vezes e, na condição de deputado estadual, hoje, eu me senti na responsabilidade de fazer algo para que o tempo passasse e que a gente conseguisse apresentar para a população um trabalho concreto, responsável e bem escrito, bem pensado, a diversas mãos.

Então nós fizemos a frente parlamentar, convidamos aqui no lançamento 300 pessoas no auditório Franco Montoro. Estou muito contente com o andamento que nós estamos tendo, uma condução técnica de um amigo que eu tenho na Polícia Militar, coronel da Polícia Militar, coronel Racorti, que é um estudioso, que é um cientista do tema. Já viajou o mundo debruçado sobre esse tema, que é a questão do agressor ativo nas escolas.

Eu trouxe aqui para colaborar com a minha inserção, hoje, a matéria da TV Alesp que foi veiculada essa semana, sobre a frente parlamentar da segurança nas escolas.

Por gentileza, se puder projetar para nós. 

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Importante salientar, senhores e senhoras que nos acompanham pela TV Alesp São Paulo afora que se acontecer de novo, e infelizmente a experiência e os anos, as décadas, que já assistimos a esses episódios nos mostram que vai acontecer de novo. Mas num acontecimento que a gente primeiro previna.

Conscientização, criação de protocolo de segurança, conversar com os professores, conversar com as crianças, combater o bullying, colocar psicólogo em escola, colocar um agente de segurança treinado para atuar nessa situação, investir nas escolas, investir em efetivo da Secretaria de Educação, trazer recurso para rever até a estrutura física das escolas.

Enfim, são diversos passos a tomar. Se acontecer de novo, já estaremos atrasados. Então, vamos nos adiantar. Esse é o nosso compromisso. É importante falar isso neste local, na tribuna, oficialmente, e demonstrar que não está parado.

O projeto está andando, a frente parlamentar está caminhando, muita coisa boa sendo escrita para que num futuro próximo seja apresentado ao governo, para que os municípios possam ter até de modelo para colocar em prática, para que se crie um ambiente escolar mais seguro.

Aproveitando ainda esses três minutos que restam, eu gostaria de projetar uma segunda foto, acerca da Segurança Pública, o tema que tenho como o mais caro, tendo em vista nossa trajetória no combate ao crime.

Na Operação Escudo, já são dezenas de dias, mais de vinte dias de operação, e os resultados estão aí para todos verem como a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Secretaria de Segurança Pública, na figura do capitão Guilherme Derrite, secretário, na figura do governador do Estado, Tarcísio de Freitas, tem se empenhado para a segurança do cidadão, para criar um clima de pacificação e resposta ao criminoso.

Está lá: 575 presos, só na Operação Escudo, no Guarujá, e em Santos; 575 presos, sendo que 217 já eram foragidos, procurados da Justiça.

Setenta e sete armas de fogo apreendidas. Imaginem se a gente colocar aqui na frente 77 pistolas, metralhadoras, fuzis, revólveres, tudo aqui enfileirado. Nem cabe aqui neste plenário. Setenta e sete armas de fogo apreendidas, tiradas das ruas. Quase uma tonelada de drogas apreendidas e retiradas do convívio da sociedade. Parabéns às nossas autoridades.

Falando em Polícia Militar, é sempre bom lembrar que nós aprovamos aqui um projeto meu, de minha autoria, o Projeto de lei Complementar nº 78, graças ao empenho de todos os deputados, do presidente da Casa, à nossa equipe, que escreveu de maneira ímpar, de maneira inteligente, legalista, um projeto de lei muito importante para o policial militar, um projeto que mexe na lei complementar de concurso interno da Polícia, o concurso que habilita o praça da Polícia Militar a ser oficial, oficial administrativo, chamado CH.

Então, tínhamos uma limitação de idade para o policial militar prestar o CH, que era de 48 anos. O oficial administrativo, ele poderia prestar somente até 48 anos de idade, enquanto para prestar o outro curso de oficial, que é o curso de oficial combatente, não tinha idade, poderia prestar com 49, com 50, com 51 anos de idade.

Então, nós identificamos essa questão muito específica da Polícia Militar, foi uma cabo, a cabo Elaine, da Polícia Militar, que me trouxe pelo WhatsApp essa informação.

Coloquei minha equipe para trabalhar em cima, escrevemos um projeto de lei e retiramos esse inciso, que limita o policial militar e a partir de hoje estamos aguardando a sanção do governador, mas a partir da sanção do governador, todo policial militar, todo praça, soldado, cabo, sargento não terá mais limite de idade para ascender na carreira, para alcançar o posto de oficial da PM, seja pelo CFO ou seja pelo CH.

Agora pode prestar com qualquer idade, é um grande avanço focado no bem-estar do policial militar, focado na qualidade de vida e na valorização daquele que quer investir na carreira e progredir dentro do que a gente tanto ama, que é a farda cinza bandeirante.

Muito obrigado, uma excelente semana a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Dando sequência à lista dos oradores inscritos, deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino.

Tempo regimental a sua disposição, deputado. 

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa; Sr. Presidente, eu ouvi atentamente os nobres deputados Carlos Giannazi, a nobre deputada Bebel, falando sobre as questões referentes à Educação do estado de São Paulo.

Então, corroboro com os nobres deputados que a Educação no estado de São Paulo tem sido deixada de lado pelo atual governo, inclusive pela indicação de um secretário da Educação, que desde o início da sua gestão tem trazido diversas suspensões em relação ao olhar que esse secretário teria em relação aos nossos alunos, professores e dirigentes no estado de São Paulo.

Nós acabamos acompanhando, nos últimos dias, nas últimas semanas, diversas denúncias, de forma reiterada, em relação ao secretário de Educação no estado de São Paulo, corroborando um pouco do que já vinha dizendo desde o início da sua indicação no governo Tarcísio.

Nós recebemos no nosso gabinete diversos dirigentes de ensino trazendo denúncias em relação ao processo seletivo para os dirigentes de ensino no estado de São Paulo.

Então, temos aqui um requerimento de informação: “Nos termos do Art. 20 da Constituição do Estado, combinado com o Art. 166 do Regimento Interno, requeiro que oficie ao Sr. Secretário de Educação do Estado de São Paulo, Sr. Renato Feder, requisitando-lhe as informações a seguir relativas ao edital para o processo seletivo a fim de selecionar candidatos ou candidatas aptos e aptas para o preenchimento de 91 vagas para dirigentes regionais de ensino.”

Então, listamos aqui uma série de perguntas e questionamentos, nobre deputado Donato, que até agora não foram respondidas. O processo seletivo para dirigentes de ensino do estado de São Paulo está em andamento, essa solicitação foi feita no dia 19 de junho de 2023, nós já estamos no mês de agosto e até agora as informações não chegaram. Quais são alguns dos questionamentos ao secretário?

O edital foi publicado no Diário Oficial do Estado? Indicar a data, a página da publicação no Diário Oficial. Segundo: foram publicadas classificações dos candidatos referentes às fases do processo? Se ocorreram, apontar data e página das publicações no Diário Oficial.

Terceiro: foram divulgados os critérios para a classificação dos candidatos nas diversas fases do processo? Quarto: houve publicação no Diário Oficial da classificação dos candidatos nas fases do processo? Se ocorreram, indicar a data e a página da publicação no Diário Oficial. Quinto: houve publicação no Diário Oficial da classificação final dos candidatos no processo?

Se ocorreu, indicar data e página da publicação no Diário Oficial. Sexto: houve a publicação da homologação do referido certame no Diário Oficial? Se houve, indicar a data, a página e a publicação do Diário Oficial. Sétimo: quais as vagas já foram preenchidas até a presente data? Relacionar nome, unidade, município e qualificações dos dirigentes selecionados. Oitavo: a lista dos selecionados foi publicada em Diário Oficial do Estado? Informar a data e a página.

Nono: os critérios previstos no edital foram seguidos? Alguma seleção considerou os critérios não estabelecidos no edital? Algum dirigente que não participou do processo seletivo foi designado após a última fase? Relacionar nome, unidade, município e qualificações dos dirigentes selecionados.

d) O cronograma estabelecido no edital foi cumprido? Se não foi cumprido, houve publicação no Diário Oficial do Estado das alterações do cronograma? Se ocorreram alterações, informar datas e páginas da publicação no Diário Oficial.

f) Houve inscrições indeferidas no processo? Foram publicadas no Diário Oficial do Estado? Se ocorreram as publicações, informar datas e páginas das publicações em Diário Oficial.

Em relação à entrevista final, foi realizada presencialmente na Seduc?

Décimo primeiro: que representantes da banca da Seduc realizaram entrevista com os candidatos?

Essas foram algumas das nossas perguntas, nobre deputado Donato, que foram efetuadas, encaminhadas ao secretário, e até o presente momento ainda aguardamos as respostas.

Qual é a justificativa desse processo? Os dirigentes regionais do Estado são servidores públicos essenciais para resguardar a qualidade e o bom andamento do ensino no estado de São Paulo, que tem competências estabelecidas em leis e decretos.

Assistir o secretário do Estado de Educação e o responsável pela subsecretaria de articulação regional no desempenho das suas funções; apresentar propostas relativas aos recursos humanos, materiais e financeiros necessários à manutenção e expansão do ensino, de criação e de extinção de unidades de ensino, de integração das escolas, de distribuição da rede física e de instalações de cursos autorizados, além de apresentar ao secretário, por meio do responsável pela subsecretaria da articulação regional, relatório consolidado das condições de ensino das escolas, com informações apresentadas pelo supervisor de ensino, conforme o modelo e a periodicidade definidos.

São também atribuições dos dirigentes concluir os processos de verificação de vida escolar irregular em relação ao sistema de administração de pessoal, submetendo ao secretário a designação e a dispensa do servidor para as funções de assistente dirigente, direção dos centros e dos núcleos da diretoria de ensino; convocar servidores de unidades subordinadas para a prestação de serviços na sede da diretoria de ensino mediante autorização do secretário, além de designar supervisores de ensino para, diante das necessidades específicas, exercer e gerenciar atividades em unidades que integram a diretoria de ensino.

Os dirigentes devem propor a autorização, cessação, prorrogação de afastamento de servidores por se tratar de missão ou estudo de interesse ao serviço público, participação em congressos e outros certames culturais, técnico-científicos, participação em provas de competência esportivas, desde que haja requisição de autoridade competente; encaminhar solicitação de passagem aérea para servidor, conforme legislação pertinente; solicitar providências para a instalação de inquérito policial, aprovar o quadro anual de estagiários das escolas; noção da legislação pertinente; zelar pelo cumprimento da legislação em vigor relativa ao estagiário nas escolas; propor cursos e outras atividades que visem o aperfeiçoamento de pessoal, docente, técnico e administrativo e convênio para melhorar a consecução dos objetivos fixados para o sistema escolar.

Por fim, são de competência dos dirigentes em relação à administração de material, seguir as legislações vigentes, zelar pelo bom funcionamento das unidades de ensino sob sua jurisdição, como assinar editais de concorrência e autorizar, mediante área específica, autoridades subordinadas a requisitarem transporte de material por conta do Estado.

É evidente, portanto, a importância da sua atuação para a comunidade escolar e para a gestão estadual da Educação em todos os 645 municípios do estado de São Paulo, razão pela qual este mandato, atento aos regramentos trazidos pelo estado em forma de tais decretos tem acompanhado a evolução da seleção dos dirigentes de ensino, buscando informações que não são facilitadas pelos portais de transparência do Governo do Estado e da Secretaria da Educação.

Portanto, é necessário este requerimento para serem elucidadas dúvidas junto ao parlamento paulista. Sala das seções, 19 de junho de 2023. Luiz Claudio Marcolino.

Foi feito esse protocolo com a devida justificativa. Como não tivemos, por parte do secretário de Educação do estado de São Paulo, a resposta em relação aos itens ora questionados, nós entramos com uma ação popular, impetrada agora, no mês de agosto. Nós fizemos a solicitação à Justiça do estado de São Paulo.

Encaminhamos uma ação civil pública que já foi apreciada pelo Judiciário. E agora deu o prazo para que tanto a Secretaria da Educação como o Ministério Público se manifestem em relação ao processo seletivo dos dirigentes de ensino do estado de São Paulo.

Tendo acesso ao processo de edital, para seleção dos dirigentes de ensino do estado de São Paulo, já foi ali apurado, e percebemos que não houve o cumprimento do processo, que deveria correr de acordo com um processo.

Não só o edital não foi cumprido, como todo o regimento interno para o processo de seleção de dirigentes de ensino do estado de São Paulo também não foi apreciado pelo secretário de Educação e pelos seus representantes que fizeram o processo de seleção.

Então, com isso, solicitamos o cancelamento do processo de seleção que a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo fez em relação aos dirigentes de ensino do estado de São Paulo. E nós tivemos êxito na ação popular ora impetrada.

Então vamos aguardar a continuidade desse processo, demonstrando, mais uma vez, que o secretário da Educação do estado de São Paulo não tem compromisso com a Educação.

Se não tem compromisso com os dirigentes de ensino do estado de São Paulo, se não tem compromisso com os diretores das escolas estaduais do estado de São Paulo, se não tem também preocupação com aluno do estado de São Paulo, nós não merecemos ter um secretário de Educação que não tem compromisso com a base da educação no nosso Estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Dando sequência aos oradores inscritos, deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Alex  Madureira. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.)

Deputado Donato, para uso regimental da tribuna.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos que nos acompanham pelas redes sociais da Alesp.

Eu gostaria de fazer um apanhado um pouco sobre praticamente oito meses de governo. O presidente desta sessão foi prefeito de uma cidade importante. Em oito meses, eu tenho certeza de que o senhor mandou vários projetos para o Legislativo, estruturantes, importantes, para poder cumprir o seu programa do governo. Porque é no começo do governo que você dá o ritmo.

O que aconteceu aqui? Alguns projetos, que tinham méritos, naturalmente, de reajuste de funcionário, de reajuste de policiais. Mas cadê os projetos estruturantes do governo? Quais as grandes linhas do estado de São Paulo, prometidas na campanha, e que tinham que se materializar em projetos de lei, em políticas públicas?

Nada, até agora. Um sexto do governo já se foi. E, para quem já esteve no Executivo, sabe que o tempo passa rápido, o tempo voa. É um governo paralisado. Paralisado politicamente. Politicamente, no seguinte sentido. Ele se elegeu na esteira do prestígio do presidente Bolsonaro, que ele chama de padrinho político.

Mas ele é incapaz, nesse período agora, de fazer qualquer comentário sobre as inúmeras falcatruas que estão aparecendo, do seu padrinho político, e do governo que ele integrou como ministro. É todo dia coisa nova.

Ele tem sido incapaz de ter uma voz ativa, do ponto de vista político. Ainda que ele sonhe em ocupar o lugar do espólio do bolsonarismo, se apresentando como alguém um pouco mais civilizado.

Mas com a mesma política privatista, “guedista”, do Paulo Guedes, de estado mínimo, e que ele quer apresentar aqui em São Paulo, com a privatização da Sabesp, com a privatização das linhas de metrô e de trem, e tantas outras áreas.

Eu diria o seguinte, do ponto de vista político, é um governador do Estado mais importante da Federação, mudo, que não tem o que falar sobre o País, sobre a situação política do País, sobre os rumos do País. Ele fala o quê? Até agora, nada.

Não se posiciona, quando se posicionou, de uma maneira até assertiva lá na discussão da Reforma Tributária, foi vaiado pelo próprio bolsonarismo. Então ele fica paralisado, não sabe vai para lá, se vai para cá, porque se ele for para cá, apanha da sua base mais dura. E não se posiciona, não tem um rumo para o Estado. Mas é pior ainda administrativamente, presidente.

Administrativamente, é impressionante, é um governo parado, não acontece nada. Entrega uma obrinha aqui, uma obrinha ali que estava em andamento, que herdou do governo passado, porque é assim que funciona. “Ah, entregou um conjunto habitacional”, é porque o governo passado construiu e faltou um pouquinho, ele entregou, pelo menos isso.

Entregou ali um recapeamento, uma melhoria de via. Bom, mas ele não foi eleito para isso, ele foi eleito falando que ia reindustrializar o Estado, que ia ter uma economia digital, que ia ter uma economia sustentável...

Nada, nenhuma política veio para cá nesse sentido, nada.  E precisa se estruturar políticas públicas, precisam ser aprovadas aqui por este Parlamento. Nada, nada, nada, debate zero.

Muitas secretarias paralisadas. Eu não tenho nenhum viés xenofóbico, de cara de fora, mas é evidente, quando você traz muita gente de outro estado, que não tem experiência com a máquina pública do Estado e nem experiência com o próprio Estado, as coisas não vão andar, pelo menos no começo, vai demorar muito.

O presidente do metrô veio de Vitória, que não tem metrô. Imagina, é rede complexa, que tem muitos desafios, o presidente do metrô veio com a única qualificação de que ele privatizou o Porto de Vitória, aliás uma privatização questionadíssima, mal feita, mas ele veio com esse currículo, é um procurador.

Assim como a secretária Natália, que ela, como procuradora, ela é preparada, eu devo reconhecer, mas ela veio cuidar de Meio Ambiente, Logística, DER... É impressionante.

Ela fez uma apresentação aqui para três comissões, ela falou uma hora e meia. Ela deu uma aula lá, um monte de slide de governança - prefeito, deputado Dalben, mas ex-prefeito - e a experiência do executivo é fundamental, mas a impressão que eu tinha é que ela não sabia o que fazer no dia seguinte.

Mas que ela tinha ali um desenho bem complexo, como encaixar um quadradinho no outro, como os fluxos iam se dar... Ela desenhou para 30 anos a Secretaria dela, mas ela não sabe o que vai fazer no dia seguinte, a não ser privatizar a Sabesp, nisso eles se empenham.

Mas mesmo aí estão fazendo coisas ilegais. Ilegais. O decreto das Unidades de Água e Saneamento, as Rurais, o agrupamento dessas unidades, o contrato com os municípios; estão passando por cima da lei e isso, ao invés de adiantar o processo de privatização que ele tanto quer, vai atrasar. Escreva o que eu estou falando, porque vai judicializar e aí as coisas vão piorar.

Mas a tragédia maior e a mais comprometedora, eu não vou falar de Saúde porque, bom, mal sei quem é o secretário, até sei, né, o Eleuses e tal, mas o que que aconteceu na Saúde? A fila de cirurgias, não tem nenhuma medida para diminuir. Você tem uma rede com muitos problemas.

Eu fui outro dia no Hospital das Clínicas, deputado Marcolino, sabe quantos leitos estão fechados no Hospital das Clínicas por falta de pessoal? Não é porque falta o leito, falta equipamento, falta nada. Tem o prédio, tem o leito, tem toda a rede lá de oxigênio, tudo, os equipamentos todos, mas faltam funcionários. Trezentos leitos fechados.

Trezentos leitos é um hospital de grande porte e lá nós temos o maior Centro de Alta Complexidade do Estado e do País, com 300 leitos fechados.

Isso não é nenhuma medida do Governo do Estado, é evidente que ele herdou essa situação, eu não quero apagar a responsabilidade que ele pegou. Mas 300 leitos fechados... Eu me choco. E eu acho que o governador tinha que se chocar também. Vou falar de Educação já, já, mas fiz esse parêntese sobre a Saúde.

A CPI das áreas de risco vai, semana que vem, a São Sebastião, onde o governador corretamente ficou lá, pôs o pé na lama. Mas ele saiu de lá, as coisas não estão acontecendo como deveriam. É o relato que eu escuto; e nós vamos lá para ver in loco. Então, quando ele sai, as coisas param de acontecer.

E a tragédia maior é o secretário da Educação. Esse aí não tem como. Hoje a gente tem notícia da escola da Vila Sônia, onde teve o atentado em fevereiro - ou março, não lembro exatamente - que vitimou a professora. Foram lá, deram o nome da professora para a estação do metrô Vila Sônia, justa homenagem. Até hoje, não tem psicólogo. E quem interrompeu o contrato de psicólogos na Secretaria de Educação, em fevereiro, foi o Renato Feder.

O governador prometeu 500 psicólogos; até hoje não tem nenhum, em escola nenhuma. E lá teve um trauma enorme, é só olhar a matéria da Globo hoje. O trauma dos professores e dos alunos é monstruoso, sem amparo psicológico.

Só tiveram amparo psicológico porque um grupo da USP foi voluntariamente lá, por um tempo. Mas eles não tinham obrigação nenhuma, eles foram lá como um objeto de estudo e de solidariedade.

Mas o estado foi incapaz, até hoje, de colocar os psicólogos na escola. Isso é um absurdo. Mas é evidente que ele não cuidou disso; ele está cuidando das plataformas, que eu espero que não tenha grandes negócios por trás.

Eu começo a suspeitar. Mas como eu não sou de falar leviandades sem ter certeza, a gente vai investigando. Mas plataformas com licitações para lá de suspeitas. E a desorganização do ensino - isso vai afetar gerações, se esse secretário continuar.

Por isso, só tem uma saída para o governador Tarcísio, se ele ainda tem alguma responsabilidade com Educação no estado de São Paulo: é tirar esse secretário. Não dá para continuar com esse secretário, que é um aventureiro.

Aventureiro na empresa dele, que deveu dezenas de milhões de ICMS e depois fez um arranjo com o Doria, pagou com precatório, a partir de uma lei aprovada nesta Casa aqui, e pagou 30% do que devia. Porque eles vão ao mercado e compram precatórios por 30% do valor.

Então, aí é fácil ficar rico, né. Aí o grande argumento é um cara que se fez rico. Bom, primeiro não se fez rico, porque ele já era milionário, herdeiro dos donos da Elgin.

Então, não nasceu e se tornou um empreendedor que se fez milionário. Mas sonegou muito imposto, fez muita maracutaia, não entrega os produtos no prazo. Inclusive agora, na Secretaria da Educação.

Então, é insustentável a permanência do secretário Feder na Educação. Por isso que a palavra de ordem que eu acho que tem que ser seguida, tomada pelo movimento, mas principalmente tem que ser a consequência dos atos do governador, se ele tiver alguma responsabilidade com Educação, é “fora Renato Feder”.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Dando sequência aos oradores inscritos, deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental remanescente.

Solicito ao deputado Donato se ele pode dar sequência a esta Presidência, para que eu possa participar de uma reunião.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia. De volta à tribuna no dia de hoje, eu quero usar aqui o plenário, Sr. Presidente, desta Assembleia Legislativa, a tribuna da Alesp, para fazer um apelo ao governador Tarcísio de Freitas, um apelo que eu faço aqui em nome da Santa Casa de Itapeva.

É um hospital importante naquela região, que atende a 28 municípios, responsável pelo atendimento de 800 mil pessoas naquela região. A Santa Casa está em crise, Sr. Presidente, crise financeira.

Não tem financiamento, e isso causa um grande prejuízo à saúde e à vida de milhares e milhares de pessoas daquela região, que é uma das regiões mais pobres do estado de São Paulo, que menos recebem recursos públicos do governo estadual e do governo federal.

São 28 municípios, Sr. Presidente, que são atendidos por essa importante Santa Casa da região, e ela pede socorro ao governo estadual, o governo estadual tem que agir, o governador Tarcísio tem que canalizar recursos públicos para a Santa Casa de Itapeva, aliás, para todas, todas as Santas Casas estão em situação financeira difícil.

Nós temos que ter uma política de Saúde do Sistema Único de Saúde, porque a Santa Casa atende também pelo SUS, então o governo estadual tem que canalizar os recursos e o governo federal também.

Nós não podemos - no estado mais rico da Federação, o qual tem o maior orçamento estadual da América Latina - ter uma Santa Casa importante, como a Santa Casa de Itapeva, em crise financeira, o que vai colocar em risco a saúde e a vida de todas as pessoas que moram nesses 28 municípios.

Eu vou ler os municípios que estão sendo afetados para o governador ter a noção da gravidade da situação, olha, 28 municípios: Alambari, Angatuba, Apiaí, Barra do Chapéu, Bom Sucesso de Itararé, Buri, Campina do Monte Alegre, Capão Bonito, Cerquilho, Cesário Lange, Guapiara, Guareí, Itaberá, Itaóca, Itapetininga, Itapeva, Itapirapuã Paulista, Itararé, Nova Campina, Quadra, Ribeira, Ribeirão Branco, Ribeirão Grande, Riversul, São Miguel Arcanjo, Sarapuí, Taquarivaí e Tatuí. Sr. Presidente, olha só a extensão do atendimento da Santa Casa de Itapeva.

Então, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, Sr. Presidente, eu faço um apelo ao governador, ao secretário de Saúde para que faça, em regime de extrema urgência, Sr. Presidente, uma suplementação orçamentária, porque o governo tem dinheiro, o Estado tem muito dinheiro.

O governo tem dinheiro para anistiar multas de negacionistas, o governo tem dinheiro para dar isenção fiscal para os grandes grupos econômico do estado de São Paulo, nós temos no orçamento uma previsão de 80 bilhões de reais de renúncia fiscal de isenção fiscal, uma boa parte, Sr. Presidente, para os grandes grupos econômicos, que vão receber dinheiro do Estado sem contrapartida nenhuma para a população.

Então, tem que canalizar o dinheiro, é uma obrigação, meu pedido não é um pedido, Sr. Presidente, é uma exigência, que a legislação seja cumprida e que o estado cumpra o seu dever com a Saúde Pública do estado de São Paulo, sobretudo com a população dessas cidades que eu citei, 28 municípios correndo, Sr. Presidente, um sério risco de ver um apagão na área da Saúde. O governador tem que tomar as providências cabíveis.

E gostaria, Sr. Presidente, de que cópias do meu pronunciamento fossem encaminhadas ao governador Tarcísio de Freitas, ao secretário de Saúde e também ao diretor da Santa Casa de Itapeva, para que as providências sejam tomadas, repito, em caráter de extrema urgência, porque a vida das pessoas está em jogo nesse momento, naquela região.

Eu sei que nós já estamos terminando o Grande Expediente, Sr. Presidente, mas eu queria dizer que ontem nós fizemos um trabalho importante de obstrução do Projeto nº 752, que tenta aumentar as custas judiciais, penalizando toda população, dificultando o acesso do povo paulista à Justiça, que tem que ser democratizada e tem que ser financiada pelo estado, pelo erário público.

No entanto, esse PL 752 joga o custo para a população, quando na verdade é o Tesouro estadual que tem que financiar a Justiça estadual. Nós entendemos que o Tribunal de Justiça tem que ter mais recursos, o Executivo corta bilhões de reais do Orçamento quando ele é enviado para a Casa Civil, para depois chegar aqui na Assembleia Legislativa, e nós já há muitos anos denunciamos isso, Sr. Presidente.

Sei que encerrou agora o Grande Expediente, eu gostaria de falar pelo Art. 82, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Donato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - É regimental, V. Exa. tem a palavra por cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Muito obrigado, presidente deputado Donato. Então, o que acontece: o Executivo corta o orçamento do Tribunal de Justiça. E nós, durante o debate e aprovação do Orçamento anual, que é feito no final do ano, lá pelo dia 15 e 16 de dezembro, nós disputamos o Orçamento apresentando emendas para aumentar o orçamento do Tribunal de Justiça.

Mas, no entanto, o Governo boicota o tempo todo. Há anos que o Governo faz isso, por isso que gera uma crise como essa. O Tribunal de Justiça encaminha o Projeto nº 752, para aumentar o seu orçamento, mas, no entanto, jogando o custo para a população, por isso que é o aumento das custas judiciais. Então nós somos contra isso, nós queremos o recurso, sim, para o Tribunal de Justiça, até porque o recurso existe no Tesouro Nacional.

Então essa é a nossa luta, Sr. Presidente, nós não deveríamos estar aqui votando esse projeto em nenhuma hipótese. O projeto é tão ruim que ele está há dois anos aqui tramitando e não foi aprovado até agora porque ele é inviável, do ponto de vista da população. Ninguém defende esse projeto, a OAB é contra, todas as entidades da sociedade civil são contra a aprovação desse projeto.

Até mesmo deputados da base do Governo, que vão votar a favor, estão constrangidos, vão votar porque são da base do Governo e são obrigados a votar, nós sabemos como funciona isso.

Mas eu só queria alertar a esses deputados da base do Governo, que até mesmo a Federação do Comércio, a Fecomercio, é contra. A Fecomercio, deputado Donato, apresentou uma moção de repúdio ao Projeto nº 752.

Vou mais além, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, o Ciesp, também tem uma nota aqui contra a aprovação desse projeto. Olha só, a Fecomercio tem aqui o presidente que assina, é o Ives Granda da Silva Martins, ele assina a nota contra o PL nº 752. A Fecomercio, a Ciesp também é contra. Tem também ofício, tem nota contrária de entidades ligadas ao próprio agronegócio, que é um setor defendido por muitos deputados da base do Governo aqui na Assembleia Legislativa.

Então todas as organizações da sociedade civil são contra, a OAB é contra. Então não sei, Sr. Presidente, me parece que quem defende esse projeto é só o TJ, por razões óbvias, e agora o governador Tarcísio resolveu entrar no jogo e mobilizar a base dele para votar esse projeto aqui.

Nós vamos continuar obstruindo o projeto; os advogados e advogadas estão hoje aqui na Assembleia Legislativa mobilizados. E, na verdade, o que nós queremos debater em relação ao Tribunal de Justiça, Sr. Presidente, é a aprovação de dois outros importantes projetos, que estão prontos para serem votados e os dois com regime de urgência.

Eu destaco aqui o PLC nº 30, de 2013 - olha só, é um projeto do Tribunal de Justiça, que o Tribunal de Justiça encaminhou à Assembleia Legislativa em 2013. Eu acompanhei toda essa luta -, fruto da mobilização e da greve de 2010 dos servidores e servidoras do Tribunal de Justiça, reconhecendo uma dívida salarial dos servidores e diz que vai pagar de uma forma parcelada, em cinco vezes.

O projeto está aqui, foi aprovado em todas as comissões. Eu consegui aprovar um regime de urgência, então ele está em regime de urgência. Não tem que ter congresso de comissões, nada, é só pautar o projeto e aprovar, Sr. Presidente, para pagar a dívida com os servidores, que sempre foram vítimas do arrocho salarial aqui no nosso Estado.

Esse é um projeto, sim, que tem que ser votado. É um projeto importante porque ele vai beneficiar o escrevente técnico, o oficial de justiça, os servidores que estão atendendo, lá na ponta, a população. São esses servidores que carregam de fato a justiça nas costas.

E também o PLC, um outro... Esse eu apresentei, Sr. Presidente, é um projeto que garante o nível universitário, o nível superior para o cargo de escrevente técnico. É uma forma de haver a valorização salarial desses servidores.

É uma antiga reivindicação dos servidores. Isso já existe em outros estados, já existe com os oficiais de Justiça, nós já aprovamos um projeto aqui na Assembleia Legislativa alguns anos atrás.

Então, a mesma reivindicação é feita pelo escrevente técnico, para que ele tenha o nível universitário. O projeto também foi aprovado já em todas as comissões e está em regime de urgência.

Esses são os projetos que nós queremos votar para valorizar os servidores e as servidoras do Tribunal Justiça. Eu faço um apelo, então, aos deputados da base do governo, que estão tão preocupados com o Tribunal de Justiça, para que ajudem os servidores votando o PLC nº 30 e o PL nº 3.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, eu peço o levantamento desta sessão até as 16 horas e 30 minutos. Só o levantamento, Sr. Presidente, sem horário.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Conforme solicitado pelo deputado Giannazi, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 07 minutos.

 

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