7 DE AGOSTO DE 2023
75ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e REIS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Manifesta apoio à luta da população pela duplicação da estrada do M'Boi Mirim.
4 - REIS
Assume a Presidência.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
10 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 08/08, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
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* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Reis, que fará
uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT -
Quero cumprimentar o presidente Carlos Giannazi, que está conduzindo os trabalhos
hoje, o público presente, os policiais militares, os policiais civis, os
policiais penais, os técnico-científicos, todos os funcionários desta Casa e
todos aqueles que nos acompanham pela rede Alesp, todos os que assistem pela
rede Alesp; e cumprimentar todos os moradores da região da M’Boi Mirim. Eu
quero falar da M’Boi Mirim.
A estrada do
M’Boi Mirim, naquele trecho que vai do Hospital M’Boi Mirim, ou do terminal de
ônibus propriamente dito até a Vila Calu, há muitos anos que a população clama
pela sua duplicação, a sua adequação viária. E é fruto de “n” promessas, Sr.
Presidente.
O João Agripino
Doria, quando assumiu a prefeitura em 2017, suspendeu todo um projeto que vinha
da gestão do professor Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda. Um projeto
que já tinha sido licitado e já havia uma empresa para dar início à duplicação.
O estudo foi suspenso.
Depois vieram
novas promessas. Ele acabou indo para o Governo do Estado, virou governador de
São Paulo. Vejam: uma pessoa que enganou tanta gente, o povo ainda foi lá e
votou para que ele fosse o governador de São Paulo. Eu até o chamava, na Câmara
Municipal, de João Enganador, porque ele era expert em enganar as pessoas.
Aí foi lá,
prometeu novamente a duplicação da estrada do M’Boi Mirim. Tem placas agradecendo,
faixas ao longo da estrada do M’Boi Mirim, agradecendo pelas obras que nunca
foram feitas. Não foram realizadas.
Por conta da
eleição, em 2022, novamente a toque de caixa, o governador, na época,
governador Rodrigo Garcia, foi lá e colocou uma grande placa sobre a obra de
duplicação. Agora, o atual governador repintou a placa. O Tarcísio de Freitas
foi lá e já colocou o dele.
O logo do
governador parece até da Drogaria São Paulo, não sei se vocês já perceberam
isso. Quando vocês olham o logo, lembra a Drogaria São Paulo. Ele foi lá e já
colocou a nova placa. Sobre as obras, eu fiz um requerimento de informação.
Mas, o governo de São Paulo não responde os requerimentos de informação dos
Srs. Deputados. Porque eu tenho requerimento, desde quando eu cheguei aqui, e
não tem uma resposta até agora.
Agora nós vamos
para a LAI, Lei de Acesso à Informação. Já que o governo não respeita este
Parlamento, não respeita os deputados e não responde os requerimentos que os
deputados encaminham.
Então, como eu
percebi que houve alguma coisa muito irregular... Porque, imagine que, no mesmo
dia em que colocaram a placa, eles fizeram todo o procedimento de formalização,
de finalização da licitação. O cara deu o aval, assinou o contrato, deu ordem
de início, tudo no mesmo dia.
É uma coisa
incrível. E até hoje a população está aguardando a duplicação da estrada do
M’Boi Mirim. Já que é o DER que vai fazer, nós fizemos esses questionamentos ao
DER. Por que não tem o licenciamento ambiental, não tem os recursos para custear
as desapropriações?
É uma série de
irregularidades. Então nós estamos aguardando essas informações, que até agora
não chegaram. Porém, os movimentos sociais, os movimentos de luta, eles vão
fazer um grande ato, no dia 11, às 6 da manhã.
São duas promessas
não cumpridas: o prolongamento da linha do Metrô do Capão Redondo até o Jardim
Angela, que totaliza três quilômetros e se arrasta há muitos anos, e a
duplicação da estrada do M’Boi Mirim.
Haverá esse
grande ato, na estrada do M’Boi Mirim, 6 horas da manhã, na altura do no10.080,
em frente à igreja Nossa Senhora de Guadalupe. Ato que está sendo chamado por
vários movimentos sociais. Vários parlamentares estarão presentes.
Estamos
convidando todos os moradores daquela região, aquele povo que sofre de manhã,
naqueles ônibus lotados, que sofre para chegar até o seu emprego, até o seu
trabalho, e no retorno sofre muito para chegar em sua residência, para que
participem desse grande ato, cobrando do governador sua responsabilidade,
cobrando da prefeitura sua responsabilidade, para que essa Estrada do M’Boi
Mirim seja duplicada, o quanto antes. Que, também, o prolongamento da linha do
metrô do Capão Redondo até o Jardim Ângela aconteça de fato.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito obrigado,
deputado Reis. Quero me associar ao que disse V. Exa. manifestando todo nosso
apoio a essa luta da população da região do Jardim Ângela, do M’Boi Mirim, do
Capão Redondo, enfim, pela duplicação da Estrada do M’Boi Mirim, da extensão do
metrô Capão Redondo até o Jardim Ângela.
E, também, deputado Reis, estendendo
aqui a nossa luta lá na Capela do Socorro, no Grajaú, pela duplicação da
Avenida Belmira Marin, que vive o mesmo processo de estrangulamento. Então,
estamos juntos nessa luta, parabéns pela sua intervenção.
Passo a palavra à V. Exa. para
continuar conduzindo os trabalhos.
*
* *
- Assume a Presidência o
Sr. Reis.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Bom, assumindo, aqui,
a Presidência e dando continuidade à lista de oradores e oradoras, eu chamo
para fazer o uso da palavra a deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.)
Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Carlos
Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, Srs. Deputados e Sras.
Deputadas, telespectador da TV Assembleia, após intensa pressão que nós fizemos
em cima do governador Tarcísio, da Secretaria da Educação, denunciando,
acionando o Ministério Público, acionando o Tribunal de Contas, denunciando na
imprensa, acionando a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, o governador
fez um pequeno recuo em relação à retirada do livro didático da rede estadual
de ensino, tirando o livro didático das crianças do ensino fundamental, do
sexto ao nono ano.
Eu digo um
pequeno recuo, Sr. Presidente, porque me parece que a emenda ficou pior do que
o soneto. Ele disse, agora, depois de muito desgaste, a imprensa criticando, a
opinião pública, a nossa vitoriosa representação... eu tinha... já no início do
anúncio do secretário da Educação, Renato Feder, em acabar com o livro didático
da rede estadual, eu, imediatamente, ingressei com uma representação no
Ministério Público estadual, que foi acolhida e virou inquérito.
E, a partir
disso, a imprensa fez críticas, a opinião pública, o Magistério - logicamente,
os professores, não só de São Paulo, mas de todo Brasil -, os pais de alunos,
os alunos, contra a retirada do livro didático das nossas escolas.
E o governador
anunciou, agora no final de semana, Presidente, deputado Reis, que ele vai
manter um material impresso, mas não o livro didático, esse livro do Programa
Nacional do Livro Didático, não é esse, esse que é adotado em todo Brasil,
inclusive, pelas melhores escolas particulares do Brasil e de São Paulo.
Esse ele não
quer mais. Disse que vai imprimir algum outro tipo. Haverá algum tipo de
material impresso, mas ele não disse qual vai ser o material impresso.
Por que a
emenda é pior que o soneto, deputado Reis? Porque o governador está anunciando
que vai cometer improbidade administrativa. Se ele recebe de graça milhões de
exemplares - gratuitamente, para nossos alunos do MEC, do governo federal,
desse programa -, que representam aproximadamente 120 milhões de reais, ele vai
abrir mão de algo que já existe, que é de ótima qualidade, para imprimir um
material que nem existe ainda, só para tentar acalmar a opinião pública, vender
um discurso que vai ter algum tipo de material presencial.
Ou seja, isso é
uma improbidade administrativa, é uma farra com o dinheiro público da Educação.
O material já existe, o programa já existe, o livro já é distribuído há muitos
anos aqui no estado de São Paulo. E o governador abre mão disso para gastar
dinheiro com material impresso que ninguém sabe qual será, Sr. Presidente. Isso
é um escândalo, é um escárnio com o dinheiro público do estado de São Paulo.
As nossas
escolas, através dos alunos, dos professores, querem o livro didático do
programa nacional, que é o livro escolhido, inclusive, selecionado pelos
próprios professores. É um absurdo. O governador está declarando, Ministério
Público, que vai cometer improbidade administrativa; ele anuncia isso
claramente. É um escárnio, é um escândalo. E nós estamos, logicamente, já
tomando providências, como já tomamos em relação ao anúncio desse projeto de
retirar o livro.
E também em
relação, Sr. Presidente, ao que eu tenho denunciado aqui desde o início do ano,
na tribuna, e já fiz isso também através de representações ao Tribunal de
Contas e ao Ministério Público.
É sobre o
conflito de interesse desse secretário Renato Feder, que é dono da empresa que
fornece o material eletrônico para as nossas escolas: laptops, notebooks,
computadores. Ele é o fornecedor, é o dono da empresa. É um outro escárnio, é
um escândalo. Ele não poderia estar nesse cargo.
Ele tem
contrato de quase 200 milhões de reais com a própria Secretaria da Educação,
ele é o fornecedor desses equipamentos. Então, tem um grande conflito de
interesse.
Esse secretário
não pode estar no cargo, não entende nada de Educação; é um empresário, Sr.
Presidente, que vai administrar quase 50 bilhões de reais da Secretaria da
Educação. Então, o governador anunciou que vai cometer um crime, que é a
improbidade administrativa.
Hoje, Sr.
Presidente, nós vamos realizar uma importante audiência pública na Assembleia
Legislativa, às 19 horas, no plenário Dom Pedro I, contra a retirada do livro
didático, contra a saída do governo estadual do Programa Nacional do Livro Didático.
Livro didático
de excelência, que é reconhecido em todo o Brasil e que é adotado, inclusive,
por escolas particulares. E o secretário disse que os conteúdos são rasos, são
conteúdos defasados.
Ele não entende
nada de Educação, é um empresário, um mercador da Educação, Sr. Presidente, que
tem quase 200 milhões em contrato com a própria Secretaria da Educação. O que o
secretário entende de Educação? Absolutamente nada. Não tem condições de
avaliar um livro didático. Então, ele está questionando.
O Colégio
Bandeirantes utiliza o livro do programa, deputado Conte Lopes. O colégio
Cervantes. Os principais colégios particulares da cidade de São Paulo utilizam.
Então, ele está dizendo que esses colégios estão errados.
É isso: para os
pobres, nada. Material digital, apostilas que serão impressas e sei lá o que
mais que virá pela frente. É a destruição da Educação estadual, que nós não
vamos permitir, Sr. Presidente.
Por isso que eu
já acionei o Ministério Público, o Tribunal de Contas, a Defensoria Pública e a
Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, contra a retirada do livro
didático da rede estadual de ensino.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Seguindo
na lista, próximo orador, deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Paula da
Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson
Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado
Donato. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.)
Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado
Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.)
Entrando na Lista Suplementar, deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, queria falar a respeito do que
está acontecendo no Guarujá.
Dias atrás, a
gente cobrava neste plenário dos deputados da direita como dos deputados da
esquerda que nós devíamos nos unir para combater o crime organizado na Baixada
Santista. No governo Doria, cobrei do general Campos a morte de policiais da
Rota que, quando saíram de casa, foram atacados por bandidos a tiros de fuzil.
O general
Campos: “Não, não precisa se preocupar, deputado, porque da polícia cuido eu.
Já estamos investigando”. Falou até para o Dr. Olim, o deputado... “Dr.
Deputado, até hoje não pegaram quem matou o cabo da Rota lá na Baixada”.
E de lá para cá
vieram um monte de mortes, inclusive de policiais aposentados, que são atacados
na porta de casa, fazendo um “biquinho”, trabalhando. Muito comum isso, cheguei
até a cobrar do governador.
Veja bem que
isso não é de agora, não. Há 15, 20 anos, eu fui procurado aqui nesta
Assembleia por uma moça muito bonita. Chegou aí com um capacete embaixo do
braço - era motoqueira - dizendo: “Deputado, pelo amor de Deus. Nem Deus pode
me ajudar, só o senhor.”
Falei: “O que
foi?”. “Não, eu tinha uma amiga que tinha um namorado - sei lá o que - preso, e
eu fui visitar e comecei a namorar com o camarada lá. Só que o cara saiu da
cadeia.
Agora, eu moro
em Guarulhos - sou psicóloga -, e ele chegou lá na minha casa. Eu tenho um
filho de nove anos. Ele chega lá com bomba, com metralhadora, e eu estou super
assustada. O que eu faço agora?”
Namorar lá na
cadeia estava bom para ela, depois ela viu o pepino que ela arrumou. Conclusão:
eu ligo no meu gabinete, aqui na Assembleia, para o Dr. Edison Santi, que me
perguntou o nome do bandido. Ela tinha o nome: o apelido dele era Timba.
Só para ter uma
ideia de quem era Timba, em uma semana anterior, esse Timba, acompanhado de
outros bandidos, invadiu a 40ª DP na Brasilândia. Ele matou um sargento da
Polícia Militar; baleou um soldado, Sérgio Caner, que perdeu uma perna com um
tiro de fuzil - eu fui até ao Programa do Ratinho para conseguir uma perna para
o soldado -; bateu no delegado, na escrivã; soltou todos os presos. Eles
chegaram lá como se estivessem trazendo uma pizza e soltaram todo mundo.
É evidente que
a moça que veio me procurar no meu gabinete estava bem apavorada. Bom,
conclusão, liguei para o Dr. Edison Santi, do Deic, na época, e nós fomos fazer
uma diligência no Guarujá, na Praia da Enseada. Levam até mais ou menos onde
poderia estar o tal de Timba, o criminoso do PCC, do crime organizado, com o
amigo dele. Até entramos em algum apartamento errado e assustamos as pessoas
que estavam lá.
Mas, conclusão:
o assassino, bandido perigoso, chefe do crime, nadava tranquilamente na
piscina, lá na Praia da Enseada, no Guarujá. E foi preso, ele e o outro foram
presos.
Então, veja, há
muito tempo está acontecendo isso na Baixada, e eu falava, tanto para os
deputados da direita quanto para os deputados da esquerda, que é necessário
fazer um trabalho para proteger a população no combate à criminalidade. E agora
deu no que deu.
Este ano mesmo,
quatro, cinco policiais, aposentados como eu, foram mortos. Foram mortos na
hora de folga. Nem trabalhando na polícia estavam mais, mas para eles não
interessa. Eles querem um troféu, que é a morte de policiais.
Então, até
falei com o governador Tarcísio de Freitas, quando estive no Palácio uma vez,
que alguma coisa tinha que ser feita na Baixada. Não pode deixar do jeito que
está.
Espero que a
polícia continue agindo - Polícia Civil, Polícia Militar - dando segurança para
a população e combatendo o crime, porque, se você não faz isso, não há honra
entre bandidos. Eles vão crescendo, vão se fortificando e fica cada vez pior.
Ou a polícia age, ou a bandidagem toma conta.
Nunca mudou
isso aí. Com mais de 50 anos na polícia, nunca mudou. Se deixar o cara crescer,
ele vira o capeta mesmo, então não pode deixar. Tem que ter a polícia agindo,
tem que estar prendendo, tem que estar atuando 24 horas por dia.
Obrigado, Sr.
Presidente. Vossa Excelência aqui é policial, sabe da realidade que nós estamos
falando por aqui.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem,
comandante Conte Lopes. O próximo orador é o deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.)
A próxima oradora é a deputada Monica Seixas do Movimento Pretas.
A
SR. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa
tarde a todos e a todas que nos acompanham. Presidente, hoje eu me inscrevi
para fazer um apelo.
Um apelo pela
vida das mulheres, ou pelo menos em homenagem, e não em deboche, à vida de
centenas de mulheres que foram vítimas de abuso, de estupro e de exploração em
São Caetano do Sul, em Barueri, em Boituva e outras tantas cidades.
Mês passado, o
noticiário trouxe - infelizmente, não é um daqueles casos que comovem a ordem
política - que o Saul Klein, herdeiro e filho do fundador das Casas Bahia, foi
condenado pela Justiça trabalhista a uma indenização de 30 milhões de reais por
sucessivos abusos de menores em seus negócios. Acontece que já há alguns anos a
agência pública e as mulheres de São Caetano do Sul denunciam o pai, o fundador
das Casas Bahia, o Saul Klein.
São Caetano -
uma das matérias começa assim - inteira está acostumada com o vai e vem de
helicópteros da sede das Casas Bahia, transportando dezenas de meninas para
Angra dos Reis, para Boituva, para o Guarujá.
Todo mundo sabe
que essas meninas iam buscar o fundador das Casas Bahia na sede das Casas Bahia
em busca de um trocado, de um tênis, de um eletrodoméstico, e que essas
crianças eram abusadas, inclusive em sala anexa ao escritório sede das Casas
Bahia.
Acontece que
São Caetano do Sul tem duas homenagens ao fundador das Casas Bahia apesar de
todos esses escândalos. Acontece que o Samuel, que herdou não só o dinheiro do
pai, mas o legado de abuso de menores, só foi condenado na Justiça trabalhista;
não foi condenado na Justiça criminal.
Nenhuma dessas
vítimas vai ser reparada e isso não provoca nenhuma reação da classe política,
o que eu acho um escândalo. E mais escandaloso do que isso é que, mulheres que
sobreviveram a esses abusos, tenham que todos os dias frequentar o centro de
São Caetano do Sul, cuja rua leva o nome do Saul Klein.
Nosso mandato
em São Caetano do Sul, das “Mulheres por + Direitos”, um mandato coletivo a
vereadora, gostaria muitíssimo de mudar o nome da rua em homenagem às vítimas,
em reparação, porque estupradores não podem ser ameaçados com nome de ruas no
centro da cidade, não podem dar nome a UBS, como acontece na cidade.
Mas acontece
que a lei da cidade não permite que vereador mude o nome de rua, só o prefeito
pode. Por isso a gente entra ao Ministério Público e pede à Justiça essa
reparação.
Mas a gente faz
um apelo aqui ao prefeito de São Caetano do Sul e ao seu filho, que é deputado
desta Casa, que se orgulha de ser um defensor - Thiago Auricchio, que se
orgulha de ser um defensor das mulheres - que tem diversos projetos que versam
sobre a defesa das mulheres contra a violência, que mude o nome da rua e da UBS.
Há centenas de
vítimas de Samuel e Saul Klein. Elas não podem continuar convivendo com
homenagem a um estuprador no centro da cidade e em uma UBS da cidade. Faço esse
apelo aqui. Vou entregar no gabinete do Thiago, muito respeitosamente, todas as
matérias jornalísticas sobre esse caso, caso desconheça, mas duvido, porque São
Caetano inteira está chocada diante da revelação desses casos.
Mas, mais do
que isso, as mulheres de São Caetano conheciam profundamente a fama desses dois
sujeitos de estuprar mulheres na cidade. Mas vou entregar as matérias no
gabinete do Thiago, esperando contar com o apoio do Thiago Auricchio para convencer o seu pai, prefeito de São Caetano
do Sul, a mudar o nome da UBS e da rua do centro da cidade em homenagem a
centenas de vítimas desses dois abusadores que marcaram vergonhosamente a
história de São Caetano, que deve ser maior e melhor do que tudo isso. Por
isso, essa homenagem tem que ser apagada da história.
Por fim,
presidente, a gente está vivendo um caso... Eu tenho 20 segundos e vou tentar
ser precisa. A gente está vivendo, no Guarujá, um caso muito difícil, muito
difícil, que fala sobre a falência da Segurança Pública no estado de São Paulo
e da sensação de insegurança com que todos estamos neste momento.
Além da polêmica
sobre a malfadada valorização prometida dos servidores públicos da Segurança
Pública no início do ano, o anuário da Segurança nos conta que o estado de São
Paulo amargou índices negativos de Segurança Pública em todos os itens. De
furto a estupro, crimes virtuais, etc., o estado de São Paulo vem caindo.
O número de
mortes de policiais aumenta vertiginosamente. O maior número de morte de
policiais vem de suicídio, e a gente assistiu a duas mortes de policiais
provocadas por policiais dentro de batalhões da polícia, o que mostra o tamanho
da crise. Isso sem falar do governador, que já manifestou que não pode
contratar policial civil e que não vai ter Delegacia da Mulher aberta 24 horas
por dia, porque ele não pode fazer.
Há falta de
servidores para dar conta da demanda e uma ebulição que estava no calcanhar,
uma pressão dos servidores que estava no calcanhar do governador por melhores
condições de salário, mas também porque eu tenho certeza de que servidores
públicos da Segurança Pública se envergonham de o estado de São Paulo ter
regredido nos marcos de Segurança no início deste semestre.
Acontece que
agora, milagrosamente, toda a atenção sai da falta de assistência do Governo do
Estado de São Paulo e se vira a um inimigo que, como disse o Conte Lopes, há muito
tempo o governo conhece e enfrenta no litoral, que há muito tempo não dá conta.
O resultado
disso é mais sangue, mais matança, mais mortes e mães - mães de policiais, mães
de jovens negros, alguns inocentes - que choram a vida dos seus filhos perdidos
nessa guerra que nunca acaba, mas que também não tem nenhuma solução apontada.
É um governo
que não investe em seus trabalhadores, em inteligência e na Segurança de fato.
A mim parece, presidente, com todo o respeito, que é muito conveniente ao
Governo do Estado de São Paulo manter os policiais com medo de um ataque.
Tem uma fake
news rodando grupos de policiais, que eu acompanho há muito tempo, dizendo que
o secretário de Assuntos Penitenciários estava alertando que tinha bandidos da
facção PCC mandando matar policiais.
A gente
questionou o secretário de Assuntos Penitenciárias, e ele disse que era
mentira, que era fake news aquela mensagem de WhatsApp que estava rolando. Não
existe serviço de inteligência na SAP, muito menos se identificou isso, etc. e
tal, mas me parece muito conveniente que os policiais estejam agora todos
preocupados com essa ameaça, minutos depois de estarem muito organizados e
revoltados no calcanhar do governador, exigindo melhores condições de trabalho.
Uma polêmica
fez a outra ser esquecida, e o único que parece estar feliz e satisfeito com
isso é quem está indo à televisão comemorar, que é o governador do estado de
São Paulo, porque as mães, essas mães, estão chorando.
Obrigada,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador,
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente deputado Reis, que conduz esta nossa sessão do Pequeno Expediente,
eu queria fazer uma gravíssima denúncia sobre, logicamente, o governo Tarcísio,
que dá continuidade à política da famosa privataria tucana do estado de São
Paulo. Eu quero me referir aqui, na verdade, à continuação da farra dos
pedágios, que sempre foi a marca do tucanato, do Tucanistão, do PSDB no nosso
Estado.
Nós temos mais
de 176 praças de pedágios no estado de São Paulo, que encarecem cada vez mais o custo
de vida no Estado inteiro, sobretudo de quem mora no interior paulista, que
paga preços astronômicos nos pedágios.
Mas, não
contente com isso, Sr. Presidente,
o governo Tarcísio está anunciando a instalação de mais pedágios. Ele vai
intensificar a farra dos pedágios do estado de São Paulo.
Me refiro aqui
a uma publicação no site da Artesp, que é a agência que deveria regular, que
deveria cuidar da população para que não houvesse excessos nos preços dos
pedágios e controlar as concessionárias.
A Artesp
publicou uma audiência pública e uma consulta sobre a instalação de novos
pedágios no estado de São Paulo, dois deles na região de Mogi das Cruzes, na
Rodovia Mogi-Dutra, que é uma rodovia importante, que é praticamente uma
espécie de uma marginal daquela região, que vai ser pedagiada, com dois
pedágios. É a SP-088, que é estratégica ali para o desenvolvimento daquela
região, e que vai penalizar milhares e milhares de pessoas, que vão ter que
pagar pedágio dentro da sua própria cidade.
A pessoas vão
andar seis, sete quilômetros, e vão pagar pedágio se elas forem de um bairro
para o outro, porque esse é o resultado da instalação de duas praças com
pedágios nessa rodovia, que vai afetar Mogi das Cruzes e também a cidade de
Arujá, Sr. Presidente. É um
absurdo isso. Nós não podemos permitir que sejam instaladas essas duas praças
com pedágio.
Mas, não
contente com isso, o governador avança, anunciando também que vai instalar
pedágios na Baixada Santista, tanto naquela área que vai daquela região da
Praia Grande até Peruíbe, uma praça na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Ele vai
instalar nove pedágios eletrônicos. A cada seis ou sete quilômetros haverá um
ponto de pedágio. Isso da Praia Grande até Peruíbe, penalizando também toda a
população da Baixada Santista.
Essa rodovia,
para quem não sabe, ela corta as cidades da Baixada Santista, Praia Grande,
Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, todas essas cidades são cortadas por essa rodovia.
Dos dois lados da rodovia têm bairros, tem gente morando. Então, a pessoa para
transitar na sua própria cidade vai pagar pedágio também.
Mas, não
contente ainda com a instalação de nove praças de pedágios, ele vai inovar, Sr. Presidente, é o pedágio
eletrônico. O olha só absurdo. Me parece que segundo aqui a licitação, a
proposta, na verdade - porque isso não foi ainda consolidado - o preço seria
cada pedágio de R$ 1,30, mas a pessoa que vai viajar, vai passar de Praia
Grande até Peruíbe, ela vai pagar muito mais do que isso porque ela vai
acessar, ela vai ter o desconto dos nove pontos dos pedágios.
Enfim, daria
mais de quase 12 reais, se eu não me engano aqui. Mas ele avança ainda também
para uma outra região, colocando os pedágios também na região, na rodovia, Sr. Presidente, que liga Santos ao
Guarujá. Nessa rodovia também haverá pedágio.
Ou seja, a
pessoa que sai de São Paulo já paga o pedágio mais caro do Brasil, que é o da
Imigrantes-Anchieta. Só que, além desse pedágio, ela vai continuar pagando
pedágios. Se ela for para Cubatão, para o Guarujá, ela vai continuar pagando
outros pedágios. É isso que o governo vai fazer.
Eu me refiro
aqui à Rodovia Cônego Domenico Rangoni, que é essa que liga Santos até a cidade
do Guarujá. Olha só o absurdo, Sr.
Presidente. Então, é a farra dos pedágios. Não é? Na Baixada Santista, a
farra dos pedágios na região de Mogi, de Arujá. Esse é o governo Tarcísio.
É por isso que
eu chamo, que eu cunhei aqui uma frase, que esse é o governo “bolsotucano”. Vem
com o bolsonarismo, mas incorporando todas as maldades e mazelas do
“Tucanistão”, do tucanato aqui em São Paulo.
Vamos reagir à
altura, Sr. Presidente, com a população dessas regiões, aqui na Assembleia
Legislativa, acionando o Tribunal de Contas, o Ministério Público, contra a
farra dos pedágios do governo Tarcísio, governo “Bolsotucanistão”.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre
as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido
de Vossa Excelência. Senhoras Deputadas, Senhores Deputados, havendo acordo de
lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca
V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma
Ordem do Dia da última quarta-feira.
Está levantada a sessão.
Tenham todos uma boa tarde.
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- Levanta-se a
sessão às 14 horas e 40 minutos.
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