12 DE SETEMBRO DE 2023

34ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão. Dá conhecimento de resposta à questão de ordem formulada pelos deputados Paulo Fiorilo e Monica Seixas do Movimento Pretas na 33ª sessão extraordinária, em 05/09. Solicita que a íntegra da réplica seja encaminhada ao parlamentar e publicada no Diário Oficial. Coloca em discussão o PDL 32/23.

        

2 - DONATO

Discute o PDL 32/23.

        

3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Encerra a discussão. Coloca em votação o PDL 32/23.

        

4 - DR. JORGE DO CARMO

Encaminha a votação do PDL 32/23, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

5 - PAULO FIORILO

Encaminha a votação do PDL 32/23, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

6 - PROFESSORA BEBEL

Encaminha a votação do PDL 32/23, em nome da Minoria.

        

7 - ENIO TATTO

Encaminha a votação do PDL 32/23, em nome da Minoria.

        

8 - BARROS MUNHOZ

Encaminha a votação do PDL 32/23, em nome da Federação PSDB Cidadania.

        

9 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Coloca em votação e declara aprovado o PDL 32/23.

        

10 - DONATO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

11 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Parabeniza o senhor Marco Aurélio Bertaiolli pela aprovação de sua nomeação ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Agradece aos deputados pelo diálogo e aprovação do projeto. Encerra a sessão.

        

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- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

   

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sras. e Srs. Deputados, comunico a V. Exas. que nesta sessão estou respondendo a questão de ordem apresentada pelos nobres deputados Paulo Fiorilo e Monica Seixas do Movimento Pretas na 33ª Sessão Extraordinária, realizada em 05 de setembro de 2023, referente ao processo de escolha dos conselheiros para o Tribunal de Contas do Estado.

Em prol do dinamismo dos trabalhos, não lerei, neste momento, a íntegra da resposta. Contudo, determino a sua publicação no Diário Oficial da Assembleia Legislativa de amanhã, 13 de setembro, para a ciência dos autores e dos demais membros desta Casa de Leis.

Discussão e votação do Projeto de decreto legislativo nº 32, de 2023, de autoria da Mesa. Em discussão. Para discutir contra, com a palavra o nobre deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos que nos acompanham nas galerias, aqueles que nos acompanham pelas redes da nossa Rede Alesp, a TV Alesp e as redes sociais, eu esperava um plenário um pouco mais povoado já que a gente vai ter uma votação importante de uma prerrogativa da Assembleia, que é escolher o conselheiro do Tribunal de Contas, um dos quatro que ela tem direito a escolher.

O plenário vazio acho que já demonstra como a própria Assembleia vai abrindo mão dos seus poucos poderes. O constituinte definiu que, dos sete conselheiros, em quatro a origem da indicação é a Assembleia Legislativa. Nos outros três, a origem da indicação é o governador.

E hoje a gente tem a substituição de um conselheiro que se aposenta agora e a apresentação de um nome para ser apreciado por esta Casa.

Infelizmente, todos sabemos que o processo não passou por esta Casa. O processo foi decidido em outro lugar. E é lamentável que a Assembleia, com tão poucas prerrogativas, abra mão de uma delas, que é de discutir, debater e construir um nome entre os 94 deputados e deputadas. É da tradição que seja assim.

É bom que seja assim, porque quando o legislador definiu que quatro das indicações eram da Assembleia Legislativa, definiu por uma concepção de Tribunal de Contas do Estado, uma concepção em que a experiência política tem que ser levada em conta.  Aqueles que dizem governo técnico, governo de gestores, não sabem que todas as escolhas são políticas.

O prefeito, o governador, a todo momento está fazendo escolhas políticas, em circunstâncias que, nem sempre, estão ali muito claras na lei. E é importante ter membros do Tribunal de Contas que tenham essa característica de analisar em que circunstâncias o administrador público municipal ou estadual tomou aquela decisão.

Muitas vezes, ele foi premido pelas circunstâncias a tomar uma decisão no limite da lei, por conta de uma situação de emergência, por conta de uma licitação que não deu certo, por conta de atender à população...

E o que a gente vê hoje são inúmeros prefeitos, principalmente de pequenas cidades, cheios de processos no Tribunal de Contas, muitas vezes não por malfeitos, que têm que ser punidos, não por desvios, que têm que ser punidos, não por fraudes dolosas, que têm que ser punidas, mas por decisões que eram as circunstâncias que impuseram aquela decisão para aquele administrador. E é importante ter esse elemento político para avaliar as circunstâncias em que foram tomadas aquelas decisões, e não só o rigor frio da lei ou dos técnicos.

Os técnicos, os juristas e os advogados estão no conjunto de assessores do Tribunal de Contas, mas as decisões têm que ter esse peso de como aquela ação do agente público municipal foi tomada, em que circunstâncias. E é por isso que é importante que a gente tenha representantes com essa característica.

Bom, podem me dizer que o deputado Bertaiolli tem essa característica, e eu reconheço que ele a tem. Eu reconheço que ele a tem, e a minha fala não tem nada a ver com a pessoa dele, mas com o processo que foi construído. Inclusive, pessoas que o conhecem, eu só tive oportunidade de uma conversa com ele, me recomendaram que ele é um bom deputado, é uma pessoa que estuda, que se articula, que tem bom trânsito.

Isso não tem problema nenhum. O problema é o processo. O problema é o processo, e eu vou ser indelicado aqui, mas eu vou ter que ser. Nós não podemos escolher um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado para resolver o problema da Prefeitura de Mogi das Cruzes. Com todo respeito a Mogi das Cruzes. Com todo respeito ao Bertaiolli. Mas não dá.

Por uma vontade imperial do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, impor a esta Casa, e impôs... Inclusive a bancada do PL tinha um candidato muito digno, que se comportou dignamente, o deputado Ricardo Madalena, que colocou seu nome, que é reconhecido entre os pares como uma pessoa competente, de trânsito, de conversa, e que poderia muito bem ser o escolhido por esta Casa.

Não me traz aqui a crítica a nenhuma posição partidária, porque eu acho que os 94 deputados aqui foram eleitos, têm a legitimidade do voto popular. Eu não teria dificuldade de votar no nome do PL como o deputado Madalena, ou qualquer outro nome que fosse oriundo desta Casa aqui.

Mas o processo de um acordo entre Valdemar da Costa Neto e Gilberto Kassab, dois presidentes poderosos de partidos, para resolver uma questão de Mogi das Cruzes, e para resolver uma suplência que vai subir do PSD, não me parece o mais correto para que a gente analise o nome aqui.

Não me parece o melhor processo, e me parece mais uma vez que esta Casa se ajoelha diante do Executivo. Nós sabemos do famoso jantar, que não foi jantar, foi um pão com queijo servido para a base do governo lá, e que ali o governador sinalizou: faça-se a vontade do imperador, faça-se a vontade do governador. E nesse caso a vontade do governador é a vontade do Valdemar da Costa Neto, isso que é o mais curioso, isso que é o mais curioso.

Então, parece-me que esse debate não é de bom tom que seja feito assim. E quando você tem fora desse espaço a origem da indicação e a força para que ela seja indicada, por melhor que seja o deputado Bertaiolli, eu acredito que ele seja bom, o compromisso dele não está nesses 94 que votarão nele, está lá com o Sr. Valdemar da Costa Neto, está lá com o Sr. Gilberto Kassab e com o Sr. Tarcísio de Freitas, o governador. Então, a indicação que era para ser da Assembleia virou uma indicação do Executivo, do governador.

E aí a gente tem a pauta do Estado andando. E como essa pauta vai ser tratada? Vai ser tratada a partir de um diálogo com os 94 deputados, ou os tantos que votarem no Bertaiolli, ou vai ser uma pauta a reboque do que o Executivo quer?

Por exemplo, a privatização da Sabesp, que é obsessão do governador. A gente olha a agenda do governador todo dia, é reunião com prefeito de manhã, à tarde, à noite para convencer que a privatização da Sabesp vai ser boa. E a gente vai provar que ela não será boa.

Aliás o estudo do IFC já mostra isso. O estudo que estava a sete chaves, que o secretário Benini disse que não podia divulgar porque era um segredo de estado, porque podia influenciar a Bolsa, a gente conseguiu o estudo, o estudo que custou oito milhões e 616 mil reais.

Chamar de estudo por esse valor é até um rascunho, porque são 71 páginas, mais de 100 mil reais por página custou esse estudo - deve ter um esforço de elaboração monstruoso - mais de 100 mil reais por cada página de estudo. Tem várias páginas em branco, inclusive, com letra grande, com capítulos para mostrar a partir de uma premissa que não foi nem analisada.

Eles partem da premissa que a privatização é boa porque é boa, é melhor porque é melhor, é mais eficiente porque é mais eficiente, incorpora tecnologia porque incorpora tecnologia, mas não é isso que a gente vê no dia a dia. A gente vê na CPTM a ViaMobilidade destruindo o transporte público na cidade de São Paulo e na Grande São Paulo, privatizada.

Aliás, mandaram embora agora o diretor de operações da ViaMobilidade para mostrar que está ruim mesmo, que eles mesmos estão reconhecendo que está ruim, porque é uma vergonha o que a ViaMobilidade está fazendo.

Então, não está dado de antemão de que é privado, é melhor. Eles falam que a iniciativa privada tem mais capacidade de incorporar tecnologia. Mentira; quem mais produz e incorpora tecnologia no país é a Petrobras, que é estatal.

Então, ele parte de premissas falsas nesse estudo, e é um estudo que não compara nada, como ele prometeu. Eu vou comparar se é mais vantajoso continuar com a Sabesp estatal, com controle estatal, porque ela não é estatal totalmente, 49,7% das ações da Sabesp estão na Bolsa de Valores de São Paulo e de Nova Iorque, mas o controle é estatal, porque 50.3% das ações estão no controle do Estado.

Falou que ia comparar e ver se com a privatização isso ia melhorar. Ele não compara nada. Ele já parte da premissa que com a privatização vai ser melhor, mas surgem números mágicos, teremos mais 10 bilhões de investimento. Não tem uma linha nesse estudo que mostre de onde vão vir esses 10 bilhões, não tem uma linha, e eu li. Não tem uma linha nesse estudo que diga de onde vão vir esses 10 bilhões.

Fala que a tarifa vai baixar, e aí é uma vergonha, é vergonhoso, porque na última página, a conclusão do estudo é uma página, custou oito milhões e 600 mil reais esse estudo.

A conclusão é uma página. Aqui ele fala textualmente, ele fala que a tarifa só pode baixar se usar o dinheiro que ia entrar na venda de ações para baixar a tarifa. Mas isso é finito no tempo, isso não é sustentável.

Ontem teve uma entrevista com André Salcedo, presidente da Sabesp, dizendo o contrário, que é sustentável. Não é, o estudo aqui diz que não é. Aliás, o André Salcedo, eu já disse aqui que a grande capacidade dele foi ser diretor da Iguá Saneamento, que tem um lote na privatização da Cedae, do Rio de Janeiro, que tem uma tarifa 71% mais cara que São Paulo e tem um aumento de 500% de reclamações. É esse modelo do Rio de Janeiro, da Iguá Saneamento, que está sendo implantado aqui em São Paulo.

Por fim, ele fala que a grande vantagem da desestatização, da privatização da Sabesp, é que a gente vai antecipar investimentos de 2033 para 2029, quatro anos. Vamos dizer que seja muito importante, a principal cidade que arrecada, que corresponde a 55% da receita da Sabesp, é São Paulo. Eu fui olhar o contrato da Sabesp com São Paulo.

A meta de universalizar por esse contrato da Sabesp em São Paulo sabe qual é? Dois mil e vinte e nove. Então em São Paulo não vai ter nenhuma vantagem, não vai ter antecipação de investimento.

Pior, em São Paulo, quando foi feito o contrato entre a Sabesp e a prefeitura, estipulou-se que 7,5% da receita da Sabesp na cidade ia para um fundo, que é o fundo municipal de saneamento. Isso dá 500 milhões por ano, mais ou menos.

O que fez a Sabesp, em conluio com a Arsesp? Aumentou a tarifa em 4%, dos moradores da cidade de São Paulo. Aumentou a tarifa em quatro por cento. A Prefeitura de São Paulo corretamente entrou na Justiça, falando: “Isso não estava no acordo, o acordo não envolvia repassar para o consumidor, já estava embutido no próprio ganho da Sabesp. Vocês estão cobrando em dobro do consumidor de São Paulo.”

Essa ação gira em torno de dois bilhões de reais. No protocolo de intenções que o prefeito Ricardo Nunes assinou com o governador Tarcísio, ele fala “vamos encontrar maneiras de solucionar essa pendência judicial”. Ou seja, abrir mão dessa disputa que envolve dois bilhões de reais em favor dos consumidores da cidade de São Paulo.

Então a cidade de São Paulo não tem nada a ganhar. Eu tenho conversando com alguns prefeitos, não só do PT, de outras cidades, porque o governador tem feito romaria de prefeitos lá, para vender um mundo de fantasia. Felizmente, os prefeitos não estão acreditando, e quando acreditam falam “tudo bem”.

Aliás, estão pondo uma coisa, deputado Maurici, deputado... Pôs o cabelo... Luiz Fernando. Esse monte de irmão que você tem me confunde toda hora, Luiz Tarcísio, Luiz Paulo e Luiz Fernando. Toda hora eu me engasgo com V. Exa., mas é um grande deputado. Deputado Luiz Fernando, deputado Maurici, demais deputados e deputadas... Até me perdi.

Os prefeitos do Interior, ele está indo com uma conversa nova lá com os prefeitos, prorrogar o contrato até 2060. Aí os prefeitos falam “tudo bem”. Quando a gente fez o contrato, a gente ganhou uma outorga. São Bernardo, deputado Luiz Fernando, quando fez o contrato, na época, ganhou 200 milhões de reais de outorga, para fazer o contrato como parceiro do negócio. Agora eles querem prorrogar para 2060 sem dar nenhum centavo para São Bernardo. O lucro vai ficar com o privado.

Então os prefeitos, mesmo os que não são do PT, estão de orelha em pé, porque é uma conversa mole que não se sustenta. E a concessão, o titular do direito é o município, não é o estado.

O titular da concessão é o município. Então o poder está com os prefeitos. Se os prefeitos acordarem para isso, pararem de cair na conversa mole do governador, da ilha de fantasia que ele vende, essa privatização vai dar em nada.

Ele está concentrando todos os esforços na cidade de São Paulo e o prefeito de São Paulo está aderindo por nenhum motivo nobre. É por um motivo puramente eleitoreiro.

O prefeito Ricardo Nunes quer o apoio do governador Tarcísio, e a moeda de troca é assinar o contrato com a Sabesp. E não pode ser assim. Um assunto tão sério, com esse impacto na vida das pessoas, ser usado como moeda de troca puramente eleitoral.

Ele tem falado por aí que vai despoluir o Pinheiros, o Tietê. Num estudo do IFC, que pagou 8.600.000 reais por 70 páginas, 100 mil e pouco por página, não tem uma linha sobre despoluir Tietê, Pinheiros, nada disso. Só tem conta de como as empresas privadas vão ganhar mais. Precisa ter um acionista de referência, não pode pulverizar as ações, porque se pulveriza as ações... Está escrito aqui: vai que o Governo do Estado se junta a um sócio, a um acionista minoritário, e de novo tem o controle da empresa. Então, é um absurdo o que está sendo feito.

E por que eu falo isso na discussão do Tribunal de Contas? Porque o Tribunal de Contas tem que agir num assunto dessa importância, tem que agir num assunto dessa envergadura.

E a gente vai ter uma eleição de um conselheiro sem fazer esse debate. Teve uma arguição pela manhã, até se colocaram essas questões, mas é algo que precisaria ter germinado aqui na Casa, ter tido muito mais debate, ter tido um envolvimento maior dos deputados, das deputadas, para que a gente pudesse chegar a uma situação melhor.

Então, nada contra o nome do deputado Bertaiolli, mas tudo contra o processo que foi realizado até aqui, que é um processo que rebaixa, mais uma vez, a Assembleia Legislativa, tão carente de prerrogativas, mas que abre mão de mais uma prerrogativa dela, que era escolher aqui, de preferência entre os pares...

O nome da minha preferência eu externei, era o deputado Ricardo Madalena, que é presidente da Comissão de Transporte e Comunicação e que tem se comportado de maneira digna na presidência.

E a gente não tem essa possibilidade, a gente tem que engolir o pacote, ainda mais num processo que... Com todo o respeito aqui à Mesa, à Presidência, mas o Regimento da Casa é muito falho em definir como é esse processo, como se apresentam os nomes. Essa história das assinaturas - quem tem mais assinatura vem para o plenário, os outros não vêm. Em outros Parlamentos, tem processos mais claros, mais transparentes e mais democráticos.

E eu lamento que a gente esteja aqui discutindo num processo que não foi bom; na verdade, na minha opinião, foi muito ruim. E mais uma vez a Assembleia se apequena.

Então, era isso que eu tinha para falar, presidente. Eu, por tudo o que falei, não tive nenhuma vontade de participar desse processo de votação, com anuência do meu líder e dos meus pares da minha bancada da Federação PT/PCdoB.

Muito obrigado, Sr. Presidente, pela compreensão aqui da minha fala.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo mais oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o projeto.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Para encaminhar a votação pela Federação, nós vamos dividir, o Dr. Jorge e eu. Dr. Jorge começa.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dr. Jorge do Carmo, então, fará o encaminhamento pela bancada PT/PCdoB/PV.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da TV Alesp, assessores aqui presentes, policiais, público da galeria.

Sr. Presidente, hoje pela manhã, estive aqui presente na arguição do indicado para ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, deputado federal Marco Aurélio Bertaiolli, que eu conheço lá da região.

Eu moro na zona leste de São Paulo, conheço-o de quando prefeito; não o conheci quando deputado aqui na Alesp, porque eu ainda não estava aqui. Mas tive a oportunidade de conhecê-lo quando ele era prefeito, e vi que ele construiu uma carreira política exitosa, digamos assim, desde vereador, secretário, vice-prefeito, prefeito por duas vezes...

Deputado estadual antes, depois prefeito por duas vezes, deputado federal agora reeleito. E que está digamos que encerrando a sua carreira partidária como deputado, como qualquer outro cargo político para, se aprovado aqui hoje, nesta Casa, ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

E vi também sua exibição aqui, falando sobre a sua carreira e os seus compromissos que ele gostaria de exercer no tão honroso cargo de conselheiro. Mas fiquei um tanto preocupado com algumas questões que eu sei que são pertinentes para o nosso Estado e para o Brasil.

Alguém falou aqui que nós temos municípios com mil moradores, mil munícipes, outros com dois, três, cinco ou dez mil. Imaginem a dificuldade que é, de cada município que tem essa quantidade, essa falta de estrutura. E que, quando a gente vê que as pessoas têm essa dificuldade, e vão para o Tribunal de Contas, problemas nas suas contas, ao invés de ter um conselheiro... E o nome, por si só, já diz: é um conselheiro do Tribunal de Contas, e não um cobrador, não um julgador.

Ao invés de orientar, de assessorar, muitas vezes deixam as pessoas em maus lençóis. E digo isso, não é para defender que não sejam observados os princípios da nossa Constituição Federal, do Art. 37, que são os princípios da publicidade, da legalidade, da eficiência, da impessoalidade. Ou seja, todos esses princípios, nós temos mesmo é que cumprir. Especialmente aquele ou aquela que ocupa um cargo público.

Mas vi que a sua preocupação é, e espero que seja nessa linha. Vi também que essa vaga, a vaga do conselheiro deveria ser indicada, sim, pela Assembleia Legislativa. E o movimento que foi feito, nós percebemos que acabou se tornando de interesse do governador. E das quatro vagas que nós pretendemos aprovar, depois de indicado, só uma será do governador. As outras três serão desta Casa.

Mas esta Casa, mais uma vez, não cumpriu o seu papel como deveria, imagino eu. Deveria ter sido sim indicado pela nossa Casa, pelos deputados desta Casa, e posteriormente, a gente, depois de sabatinar, depois da arguição que foi feita hoje, a gente poder dizer “sim” ou “não” ao conselheiro para ocupar o cargo. Até porque, nós estamos falando de um cargo vitalício. Vai ficar lá até os seus 75 anos, quando, compulsoriamente, se aposentará.

Por isso é que eu imagino que deveríamos... esta Casa não pode também se prestar a esse papel: ser um puxadinho, muitas vezes, do Palácio dos Bandeirantes. Quantas vezes nós já falamos disso, quantas vezes nós já criticamos isso! Porque esta Casa tem que ter o seu valor. Nós temos que, sim, apresentar nomes para serem conselheiros e conselheiras, mas que sejam indicados por aqui.

Nada contra a carreira, o currículo do deputado Marco Aurélio Bertaiolli. Eu vi que ele tem realmente uma carreira política muito exitosa. É por isso que eu acho que o procedimento não foi o mais adequado.

Deveria ter sido um procedimento da forma mais lógica, mais coerente possível. É por isso que nós, a nossa bancada, claro, vamos aqui definir a nossa posição. O nosso líder vai encaminhar a votação aqui.

Mas eu faço essas observações porque eu deixei de perceber que deveria ter sido realmente um processo mais lógico, mais democrático. Mas, se assim o é, o conselheiro muito provavelmente será aprovado, porque tem maioria nesta Casa.

Mas nós esperamos que, nos próximos, o governador não se envolva nesse assunto que é tão importante, e é de autonomia desta Casa, para que nós possamos discutir quem é que esta Casa acha que é importante para ser o próximo conselheiro, ou a próxima conselheira, nessas mais três vagas que nós temos aí.

Por isso, deputado líder Paulo Fiorilo, vou conceder o tempo para V. Exa., o tempo que complementa o meu encaminhamento, mas com essas observações, vamos seguir a orientação para provavelmente ter aqui o Marco Aurélio Bertaiolli eleito conselheiro para exercer o cargo até sua aposentadoria.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra então o deputado Paulo Fiorilo, para compartilhar o tempo do Dr. Jorge do Carmo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, rapidamente duas questões que considero fundamentais.

A primeira, já apontada aqui tanto pelo deputado Dr. Jorge como pelo deputado Donato, é que essa vaga é uma vaga da Assembleia Legislativa, assim como serão as próximas duas vagas que nós vamos discutir aqui.

Apenas a última vaga é do governador. Portanto, a Assembleia pode ainda fazer uma correção ou preencher uma lacuna existente no Regimento Interno, que levou inclusive a bancada do Partido dos Trabalhadores, a federação, a questionar a metodologia que seria utilizada.

Então é preciso, é necessário que a gente produza aqui um processo legislativo mais transparente, sem interferência de fora, possibilitando inclusive que a gente tenha mais de uma candidatura, mais de um PDL, para que este plenário possa fazer uma escolha de forma muito mais democrática do que apenas a indicação por lista, porque nós vimos como foi.

A bancada do Partido dos Trabalhadores, do PCdoB e do PV, a federação, decidiu, neste primeiro momento das listas, fazer a escolha de duas candidaturas: a escolha da candidatura do deputado Madalena e do Maxwell, porque entendíamos que era necessário produzir esse debate, e foi importante.

O deputado Madalena teve 30 assinaturas, o Maxwell teve 37, mais um que não pode assinar porque estava em Taiwan e não foi possível assinar para o Sr. Maxwell. Acho que isso mostrou para a base do governo, mostrou para o governador, mostrou para esta Casa e para os líderes partidários que está na hora de a gente mudar esse método.

Está na hora de a gente modificar essa forma de indicar, em especial os nomes que são desta Casa, até porque a interferência do governador só é merecida e necessária na vaga do governador. Portanto, nós entendemos que foi um equívoco e um erro a forma como o processo foi conduzido e, por isso, fizemos essa escolha.

O deputado federal Marco Bertaiolli conseguiu 62 assinaturas, o que possibilitou, nessa lacuna, ou por analogia, a produção de um PDL apenas com um nome. Nós achamos que esse método precisa terminar. O deputado Carlos Cezar, que é líder do PL - junto com a federação são as duas maiores bancadas -, pode e deve produzir um Regimento mais completo, mais democrático e mais transparente.

Está na hora de fazer isso. Aliás, a Assembleia já poderia ter feito. Ao longo destes últimos anos, as vagas que a Assembleia indicou poderiam ter sido indicadas de outra forma, sem a interferência externa. A gente sabe como foi também a indicação de outros conselheiros quando a vaga era desta Casa.

Aqui vários deputados se colocaram como possíveis candidatos. Podia lembrar do deputado Camarinha, por exemplo, que, lá atrás, no início do debate, poderia ser uma alternativa, assim como foi o deputado Madalena ou o próprio deputado Cezar, ou outros deputados, como o Gilmaci e assim por diante.

Então acho que está na hora de a gente fazer essa modificação regimental, evitando a lacuna. A bancada do PT e a federação se reuniu e entendeu que, nessa situação, nós vamos indicar o voto ao Marco Bertaiolli, entendendo que, apesar dos vícios existentes, o deputado conseguiu as 62 assinaturas, mas registrar aqui que não acordamos com o método e é preciso resolver esse problema da lacuna regimental.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Para falar pela Minoria, vou dividir o tempo com a deputada Professora Bebel, e ela vai começar falando.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Então, pela Minoria, com a palavra a nobre deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa diretora de trabalhos, os assessores à minha esquerda, à minha direita, os Srs. e Sras. Deputadas, o público presente e todos que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp.

Hoje está em pauta a votação do PDL porque, enfim, haverá escolha de um conselheiro, o Dr. Marco Aurélio Bertaiolli, para ocupar uma vaga nesse conselho, Tribunal de Contas do Estado.

Nós entendemos que é muito importante o protagonismo da Casa. O que a gente questiona -e isso é um debate que a gente tem que fazer ao longo desse processo, não sei quantos anos nós vamos ter que fazer esse debate - que é o seguinte: é um protagonismo ou, de fato, a gente se adequa a uma forma... Eu não vou usar “impor”, porque, enfim, de certa maneira, tiveram as indicações, mas, de certa maneira, também outros nomes estavam.

Então para mim, mesmo que tivesse, eu acho que o salutar seria que os nomes, o primeiro e o segundo maiores indicados fossem à votação e a gente pudesse, de fato, fazer um debate de mérito.

Mas eu não estou aqui questionando o nome do futuro conselheiro, não questiono. Tem conhecimento, tem história, tem currículo, mas o que a gente questiona é a necessidade de o Regimento da Casa, ao longo de um processo, rever desde a eleição da Mesa, até mesmo...

Porque para corrigir isso a gente tem que resolver o problema da eleição da Mesa, que é a mesma coisa. Você escolhe e, ao mesmo tempo, para ter uma vaga na Mesa, aí vota no presidente. Não que eu tenha problemas em ter votado em você, André. Não tenho nenhum problema. Viu?

Mas, de qualquer maneira, é desta forma que... A gente até votaria, mas quem sabe se fosse um pouquinho mais democrático o Regimento da Casa, a gente poderia ter até mais participação efetiva, porque fica uma coisa meio que já pré-desenhada.

Então, essa observação eu gostaria de fazer, porque eu não vou ter problema. Inclusive, na bancada entendi que, em tendo um nome, não faria sentido, deputado Enio Tatto, a gente: “Ah, para marcar a posição eu vou lá”. Eu não vou para votar “não”, poxa. Tem deputados aqui que estão favoráveis. Eu só estou querendo que o protagonismo da Casa, vou votar Dr. Marco Aurélio Bertaiolli. É difícil falar esse nomão dele, viu?

Mas, em todo o caso, eu acho que é importante. Nós vamos votar assim, e eu não vejo problema, porque não tem cabimento. Votar “não” por quê? Então, acho que é uma coisa que nos coloca...

E, claro, com o fiel comprometimento que ele aqui colocou, de estar aberto para esta Casa. Porque também tem aquela coisa toda, e depois é difícil falar com a pessoa e aí não.

Então, a gente quer ter um comprometimento, presidente, que ele esteja aberto, o que não significa que a gente vai encher a paciência toda hora. Mas a gente sabe dos problemas que a gente tem no serviço público, em contas, em pareceres que saem, às vezes equivocados, e que a gente precisa garantir isso como uma forma de transparência.

Enio, você vai dividir comigo? Você me deu os exatos cinco minutos, eu estou te devolvendo. Então, para complementar, vem aqui o meu líder da Minoria, Enio Tatto, mas fica aí já a minha posição de votar “sim”, até em respeito ao processo que veio e tal. Eu discordando, mas eu tenho esse cuidado para, enfim, a gente sair juntos nessa.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra então o deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Obrigado, deputada Professora Bebel. Cumprimento todos os deputados desta Casa e o público que está nos assistindo. Uma decisão importante da Assembleia Legislativa é a indicação do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Vou continuar falando do papel do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. 

Se o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo é um órgão auxiliar da Assembleia Legislativa, nós deveríamos ter, em primeira mão, informações de como andam os contratos do estado de São Paulo. O Tribunal de Contas tem esse acesso. 

O que acontece para nós aqui na Casa? Quando chega para a Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização, já é um fato consumado, já é aquilo que já passou, já não dá para se fazer mais nada. Se o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo é um órgão auxiliar, nós deveríamos ter informação, inclusive para a gente parar um contrato que está tendo irregularidade, que tem denúncias. 

Hoje, quem pode fazer isso é só o Ministério Público. E a Assembleia Legislativa, que uma das prerrogativas mais importantes que tem é a fiscalização, nós não temos esse papel, nós não temos condições, nós não temos acesso. 

Então, é muito importante - como nosso líder, de manhã, falou - essa ligação entre a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e o Tribunal de Contas, de interagir, do presidente, dos conselheiros, dos técnicos estarem mais presentes aqui na Assembleia Legislativa, nas comissões temáticas, para a gente discutir os problemas do estado de São Paulo. 

Se está construindo uma escola, um hospital, e tem problemas, a Assembleia Legislativa deveria ter a informação imediata para que a gente pudesse fiscalizar de verdade. E isso não acontece. 

Quando chega à Assembleia Legislativa e vira um PDL, a gente simplesmente vota aquilo que já passou há cinco, há dez e até há quinze anos. Isso precisa ser corrigido. Nós precisamos exigir, precisamos reivindicar isso, porque não parece que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo é um órgão auxiliar da Assembleia Legislativa.

Quero também repetir da importância que tem o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. O deputado federal Marco Bertaiolli, que vai ser conduzido no dia de hoje, que tenha essa preocupação de levar para todos os conselheiros: que seja um órgão de orientação, de dar consultoria para os prefeitos, para as Câmaras de Vereadores, para as pequenas entidades que precisam prestar contas para o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

E que não seja um órgão punitivo, um órgão que torna, muitas vezes, um deputado ou um prefeito, um vereador, um presidente de Câmara Municipal inelegível por falta de estrutura técnica para prestar contas, e não por dolo ou por má-fé. É isso que a gente precisa ter essa preocupação. 

Mais uma vez, eu acho que temos que, na Assembleia Legislativa, mudar essa relação com o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e fazer uso desse auxílio com que eles são obrigados a nos ajudar na fiscalização de todas as obras, não só da prestação de contas do Orçamento, da execução orçamentária, mas no dia a dia da execução orçamentária do estado de São Paulo. 

Quantas obras paradas? Quantos problemas? Obras inacabadas? Problemas com empresas que ganham licitação e vão à falência? Por quê? Porque a licitação foi malfeita. Tudo isso é competência do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, mas é competência nossa também, uma das principais competências nossas. E falta interagir com o Legislativo do estado de São Paulo. 

Por isso a gente precisa ficar atento e cobrar, e a gente ter o Tribunal de Contas mais presente na nossa legislatura, para que a gente possa fiscalizar de perto todos os problemas levantados no estado de São Paulo. 

Aqui não temos o poder da fiscalização através de uma CPI. Nos governos anteriores, do PSDB, nós tínhamos dificuldade de trazer um presidente de uma estatal, um diretor de uma estatal. Um secretário era a coisa mais difícil de trazer à Assembleia Legislativa. 

O Tribunal de Contas tem esse papel, tem essas informações privilegiadas, e nós temos que ter essas informações também para a gente desempenhar esse papel como legislador e fiscalizador do estado de São Paulo, do dinheiro público. 

Era isso, Sr. Presidente. A gente tem certeza de que vai ser votado aqui e indicado o deputado federal Marco Bertaiolli. Que tenha uma boa gestão e que tenha uma relação com a Assembleia Legislativa melhor do que os conselheiros atuais têm, para exercer um papel importante, que é a fiscalização do dinheiro público, que é fruto dos impostos e das taxas de todos cidadãos do estado de São Paulo.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Pela ordem, presidente. Para encaminhar pela Federação PSDB Cidadania, deputado Barros Munhoz.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem a palavra o deputado Barros Munhoz pelo tempo regimental.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, colaboradores da Assembleia, pessoas que nos honram com suas presenças, telespectador da TV Assembleia, minhas amigas e meus amigos, eu queria dizer muito rapidamente, em nome da nossa bancada e agradecendo desde já a gentileza do nosso líder, Vinicius Camarinha, que as coisas precisam ser colocadas como elas efetivamente acontecem e são.

Em primeiro lugar eu queria aqui, presidente, fazer um elogio e um agradecimento ao conselheiro do Tribunal de Contas Edgar Camargo Rodrigues, que se afastou em função da sua aposentadoria e que honrou e dignificou esta Casa como alguém que foi para o Tribunal indicado pela Assembleia Legislativa de São Paulo e aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo.

Quero dizer também que nós, do glorioso PSDB e da gloriosa Cidadania, da nossa federação, antes de qualquer entendimento com quem quer que fosse, declaramos o nosso apoio ao candidato, digamos assim, a conselheiro do Tribunal de Contas, Marco Aurélio Bertaiolli. E fizemos muito conscientemente, porque exercemos o nosso direito de indicar, como deputados estaduais, um bom conselheiro para o Tribunal de Contas do Estado.

Eu acho que ninguém aqui discute a capacidade do nosso indicado. Nosso, que eu digo, é da Assembleia Legislativa. Então, eu quero dizer que nós assinamos, os 12 membros da nossa federação, bem lá atrás, quando estavam sendo iniciados os procedimentos para a indicação de alguém, a candidatura a conselheiro do nosso querido Marco Bertaiolli.

Todo respeito do mundo ao colega nosso, Ricardo Madalena, que merece ser aqui mencionado e referenciado, um deputado que nos orgulha não apenas pela amizade e pela sua maneira de ser, pelo seu companheirismo, mas pela sua atuação como deputado estadual que só dignifica a Assembleia Legislativa.

Agora, com relação a essa questão de que o indicado foi uma imposição do governador Tarcísio, minha gente, nós estamos todos entre adultos aqui. Qual foi o conselheiro, de que época e com que nome, que foi aprovado pela Assembleia sem ser indicado pelo governador? Ou sem ser apoiado pelo governador?

E também, eu ouço muito o deputado Donato, com muita atenção, porque é uma sumidade, é fantástico, os 16 anos de mandato como vereador deram uma condição excepcional para ele, fala sempre com muita propriedade, com muita profundidade, e impressiona. Chega, muitas vezes, a me convencer, mas dessa vez não deu certo.

E sabe por que não deu certo? Porque quem indicou o Maurício Faria para o Tribunal de Contas do Município de São Paulo? (Vozes fora do microfone.)

Não, agora é encaminhamento, mas fala aqui no meu ouvido. Está bom. Quem indicou o João Antonio, que era deputado estadual desta Casa e foi indicado? Tudo bem, ele era deputado estadual aqui, foi ser secretário do Haddad e, como secretário do Haddad, ele passou pela Câmara, será que goela abaixo também? Obviamente que não. O PT jamais permitiria isso, só nós fazemos isso, o PT não permitiria.

Vamos parar de brincadeira. O Zanin foi uma escolha do Senado da República? O Zanin foi, por acaso, alguém que brotou da sabedoria dos membros do Supremo Tribunal Federal? Não, foi uma indicação de amizade, de gratidão do presidente Lula.

Então, não vamos mascarar a vida pública, minha gente. E eu não critico, não estou dizendo que o Lula não devia ter feito isso. Agora, o que não se pode é vir aqui e acusar a Assembleia de se omitir em algo que não tem nada de omissão, absolutamente nada de omissão.

Os tribunais regionais têm um quinto indicado pelos advogados e tem um quinto indicado pelos órgãos superiores. E não há a escolha do presidente. E o presidente Lula já falou, ele vai escolher agora o procurador-geral da República.

Será que ele vai pôr o Aras? Olha, quase que eu tive um enfarte, por pouco que ele não cai nessa. Ele estava louco para pôr o Aras, olha que coisa trágica. Mas não vai pôr o Aras, acho que já tiraram isso da cabeça do presidente Lula. O presidente Lula é muito inteligente.

Então, o que vai acontecer? Ele já falou: “Eu não aceito lista tríplice.” Todo mundo aqui o ouviu falar isso na televisão. Ele vai pôr quem ele quiser. Agora, aqui não. Lá na Câmara de São Paulo são duas indicações do prefeito e três dos vereadores.

Digam-me o nome de quem foi apontado por um vereador e que está na Câmara. Será que o Tuma foi pelos vereadores? Não, obviamente que não. O importante é ver quem é que está sendo indicado, minha gente.

Vamos nos orgulhar de estarmos indicando alguém como o Marco Aurélio Bertaiolli. O currículo do homem é espetacular, ele é um cara honesto, sério, decente, competente. Temos que ter confiança nele e temos que nos orgulhar de sermos a Assembleia que nós somos, do contraditório, sim, mas acima de tudo procurando fazer o bem.

Eu vou de cabeça erguida para casa, votei no Marco Bertaiolli. Por quê? Porque é um excelente nome e vai ser um grande conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o projeto.

As Sras. e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o PDL nº 32/2023.

Nada mais havendo a tratar...

 

O SR. DONATO - PT - Sr. Presidente, o senhor permite uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pois não.

 

O SR. DONATO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu sei que já foi votado, mas eu não poderia deixar de dialogar com o grande Barros Munhoz.

Dr. Barros, por favor, gostaria de conversar com o senhor, V. Exa. que é um professor aqui e me orgulha que eu possa fazer o debate com o senhor.

Mas eu não falei em nenhum momento que o Executivo não tem influência, evidente. Agora, esta Casa precisa ter altivez, é um processo dialético onde esta Casa também pode pressionar o Executivo e compor. Nós tínhamos um excelente nome de um par nosso, que é o Ricardo Madalena, que tinha todas as condições de ser.

Eu acho que a gente poderia ter avançado mais nesse caminho de escolher entre um nosso. O senhor falou do Tuma, eu posso falar do Dissei, que foram vereadores que são conselheiros do Tribunal de Contas do município que eu votei. O Tuma eu ajudei articular, ele sendo do PSDB e eu sendo do PT.

O Covas avalizou o nome dele? Evidente que avalizou, mas tinha uma vontade da Casa que foi construída também, e eu acho que essa vontade não se manifestou aqui. Faço isso tranquilamente, sem nenhum ataque a nenhum deputado e deputada.

Eu entendo as contingências, a força do Executivo, eu sei como funciona a base do governo, mas eu acho que a gente pode ter para as próximas indicações a Casa ser mais proativa, tentar encontrar entre pares nossos nomes que representem a Casa e que possam dialogar com o governador, que não seja nenhuma afronta. Eu entendo como funciona, mas acho que é possível dar um passo a mais.

Então é nesse sentido que eu fiz minha fala, mas agradeço poder debater com V. Exa. e aprender com Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Esgotado o objeto da presente sessão, antes, porém, de finalizar também gostaria, do já aprovado conselheiro Marco Aurélio Bertaiolli, que está presente na Casa, parabenizá-lo pela vitória, pela indicação desta Casa.

Sabemos que V. Exa., Bertaiolli, tem total capacidade para estar naquele Tribunal tão honrado no nosso Estado. A partir do dia 24, tomando posse, tenho certeza, mais uma vez dizendo, de que V. Exa. honrará com muito trabalho e eficiência, podendo ajudar muito, como já foi dito também por você, sua responsabilidade com as prefeituras, com as câmaras municipais, com o Governo do Estado, podendo colaborar muito com todas as questões que envolvem o Tribunal de Contas.

Então, finalizando esse processo agora, agradeço a todos os Srs. Deputados por terem tido bom senso, muito diálogo, finalizando esse processo com o nome de Marco Aurélio Bertaiolli.

Nada mais havendo a tratar, está levantada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 17 horas e 56 minutos.

 

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- É inserida íntegra de resposta da Presidência, não lida em plenário, a Questão de Ordem.

 

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RESPOSTA À QUESTÃO DE ORDEM FORMULADA PELOS NOBRES DEPUTADOS PAULO FIORILO E MÔNICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS NA TRIGÉSIMA TERCEIRA (33ª) SESSÃO EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA EM 5 DE SETEMBRO DE 2023

 

1. Na trigésima terceira (33ª) Sessão Extraordinária, realizada em 5 de setembro de 2023, os nobres Deputados Paulo Fiorilo e Mônica Seixas do Movimento Pretas formularam Questão de Ordem acerca da aplicação do Regimento Interno e observância da Constituição Estadual no procedimento de indicação da vaga de Conselheiro de Tribunal de Contas destinada à Assembleia Legislativa.

 

Após tecer considerações sobre o Comunicado desta Presidência publicado no Diário Oficial da Assembleia Legislativa em 31 de agosto de 2023, Suas Excelências questionam:

“i. Em razão da ausência de norma expressa que defina o procedimento para escolha de Conselheiros pela Assembleia, a Mesa avalia adotar, por similaridade, o mesmo método de votação praticado pela Câmara Federal, no qual todos os postulantes ao cargo são submetidos a votação, sendo escolhido o mais votado, modelo mais democrático que o adotado por esta Assembleia Legislativa?

ii. Será facultado às Deputadas e aos Deputados consignarem seus apoios a mais de uma das indicações ao cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas?”.

 

Preliminarmente, esta Presidência gostaria de consignar que, embora a iniciativa do projeto de decreto legislativo que indica nome para o cargo de Conselheiro de Tribunal de Contas seja exclusiva da Mesa Diretora, respostas a questões de Ordem são de competência privativa do Presidente da Assembleia, nos termos do artigo 18, inciso I, alínea “l”, combinado com o artigo 262, ambos do Regimento Interno.

 

Feitas tais considerações, esta Presidência passa a responder à Questão de Ordem.

 

2. No tocante ao procedimento a ser adotado para o processo de escolha de Conselheiro para o Tribunal de Contas, conforme explicitado no Comunicado já publicado no Diário Oficial da Assembleia Legislativa de 31/08/2023, p. 2, importante frisar que esta Presidência adota o mesmo rito fixado para todas as escolhas anteriores.

 

A segurança jurídica é um princípio fundamental no sistema jurídico, que busca proporcionar estabilidade, previsibilidade e confiança nas decisões. Nesse contexto, os precedentes adotados pela Assembleia Legislativa desempenham um papel importante, uma vez que representam práticas reiteradas e aceitas pelos parlamentares. E seguir precedentes consistentes e bem fundamentados contribui para a segurança jurídica uma vez que fornecem diretrizes uniformes, claras e consolidadas sobre os procedimentos adotados.

 

Assim sendo, esta Presidência reitera que, para a indicação de Conselheiro do Tribunal de Contas, serão adotados os mesmos procedimentos que nortearam a aprovação dos oito projetos de decreto legislativos anteriores: 8/90, 01/91, 01/93, 06/93, 16/97, 1/12, 4/12 e 8/12.

 

3. Com relação à possibilidade de apoio dos Senhores e Senhoras Parlamentares a mais de um indicado, vale ressaltar que esta Presidência, da forma mais democrática, além de respeitar a vontade dos subscritores dos ofícios de indicação, teve a cautela de publicar todos os documentos protocolados com os respectivos apoiamentos (cf. publicação do Diário Oficial da Assembleia Legislativa de 06/09/2023, pp. 1-2), mesmo que um mesmo Parlamentar tenha assinado mais de um documento.

 

Tal procedimento empresta a melhor lógica aritmética para a contagem dos apoiamentos, além de se revelar como um instrumento eficaz para se chegar a um consenso em torno de um nome para ocupar o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas.

 

Isto porque a lista de apoiamento com o maior número de subscritores, uma vez presentes os demais requisitos constitucionais, é que ensejou a apresentação do Projeto de decreto legislativo nº 32, de 2023, pela Mesa Diretora. Daí em diante, os Parlamentares poderão, se assim desejarem, manifestarem-se pelo voto contrário ou favorável ao projeto, quando da deliberação em Plenário.

 

São estes os esclarecimentos que cabem a esta Presidência prestar em resposta à Questão de Ordem.

 

ANDRÉ DO PRADO

Presidente

 

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