15 DE FEVEREIRO DE 2024

6ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: ENIO TATTO, SIMÃO PEDRO, CONTE LOPES e DIRCEU DALBEN

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - ENIO TATTO

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - SIMÃO PEDRO

Assume a Presidência.

        

7 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - ENIO TATTO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - PAULO FIORILO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

        

11 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

12 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - PAULO FIORILO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - DIRCEU DALBEN

Assume a Presidência.

        

16 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado Paulo Fiorilo).

        

17 - PAULO FIORILO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

18 - PRESIDENTE DIRCEU DALBEN

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 16/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Enio Tatto.

 

* * *

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Presente o número de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Oradores inscritos no Pequeno Expediente. Nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Excelente tarde, senhoras e senhores, todos os funcionários civis e militares da Assembleia Legislativa, a galeria que nos acompanha, Sras. Deputadas e Srs. Deputados estaduais aqui presentes. Uma ótima quinta-feira, vindos aí de um período de festas, de feriado, de Carnaval, porém com notícias inclusive que tangem a esse assunto.

Notícias que eu ia dizer tristes, mas não são nem tristes, são notícias vergonhosas. São fatos que aconteceram no desfile aqui de São Paulo e foi capa, foi matéria de jornal, foi notícia em diversos veículos da imprensa, nas redes sociais, porque, nada mais nada menos, envergonha a sociedade paulista a inversão de valores que a gente vive e continua vivendo no Brasil.

Uma escola de samba, de nome Vai-Vai, uma escola tradicional no Carnaval paulista, de quase 100 anos de existência, trouxe este ano, em 2024, no desfile aqui no sábado, no segundo dia de desfile de Carnaval, o tema de valorização do RAP nacional.

Até aí tudo bem, o samba enredo valorizando um estilo musical, uma cultura, ok. Porém, em uma das comissões de desfile, o figurino lá da escola de Carnaval trouxe a demonização da Polícia Militar, a demonização do Choque.

Aqui está uma fotografia, de muitas tiradas naquele dia de Carnaval, onde foi figurado, onde foi colocado o policial militar claramente com fardamento cinza e preto, o fardamento que o choque de São Paulo usa, com o capacete de choque, e lá com as asas de demônio, com o chifre de demônio, endemonizando a figura do policial e valorizando a figura do criminoso.

Porque o casal que ia à frente lá da escola, eu nem sei o nome também, porque eu nem curto desfile de Carnaval, e muito menos entro em uma escola ligada, por diversos fatos, diversas ocorrências, a episódios com o crime organizado, mas o casal que ia à frente lá da comissão vestido de presidiário, de preto e branco, com aquela roupa típica de presidiário, ostentando justamente uma valorização de um crime e uma demonização da Segurança Pública, do policial. Não somente isso!

Desfilou nessa escola, participou do desfile da Vai-Vai nada mais, nada menos que um candidato à prefeitura de São Paulo hoje. O deputado federal Guilherme Boulos, participou desse desfile vergonhoso, desse enredo ridículo, valorizando o crime, desprestigiando o policial militar.

Sempre a carroça na frente do boi. Tudo que não presta sendo valorizado pela cultura popular brasileira. Tudo que a gente prega de valorização, de elevação às pessoas que realmente entregam o seu sangue, entregam o seu esforço... Não valorizou o policial, não valorizou o professor, não valorizou nenhum profissional aqui.

Valorizou quem? Bandido, como se fosse exemplo para alguém. E não somente o Guilherme Boulos participou do desfile dessa escola de samba aí. Participou também o ministro dos Direitos Humanos, o ministro do governo Lula, o ministro Silvio, dos Direitos Humanos. Pode colocar a próxima foto, por gentileza.

Ele participou do desfile da Vai-Vai ao lado desse rapaz de camiseta branca, chamado Paulo Galo, que simplesmente foi o cara que botou fogo na estátua do Borba Gato, aqui na zona sul de São Paulo.

Então o ministro dos Direitos Humanos junto com um incendiário que pichou e que participou do incêndio da nossa escultura aqui do Borba Gato, e ambos desfilaram nesse carro alegórico que tinha lá uma representação do Borba Gato. Aonde que nós vamos parar?

Eu não sei dizer para onde que o Brasil está indo. Mas, acima de tudo, sobre a demonização que eles fizeram com uma figura do nosso policial militar, ali da tropa de choque, eu tenho o seguinte a dizer: o policial militar é visto como um demônio; ele é visto como o inimigo; ele é visto como o pior pesadelo sabe por quem? Por quem não gosta de polícia.

Ele é visto como a última figura a trombar pelo bandido. Ele é visto assim pelo marginal. Eu particularmente tenho orgulho de ser visto como um demônio pelo marginal, porque eu tenho certeza que quando o bandido me vê como um demônio - eu, policial -, o cidadão de bem me vê como o equilíbrio, me vê como o último recurso entre o bem e o mal, entre o caos dominar a sociedade paulista.

E cada policial militar quer ser sim o antagonista ao mal, porque ele é a última e a única barreira que o cidadão de bem ainda tem como proteção na nossa sociedade brasileira.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Fez uso da palavra o deputado Capitão Telhada. Dando prosseguimento aos oradores no Pequeno Expediente, nobre deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Major Mecca, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputados, deputadas, aos nossos funcionários da Assembleia Legislativa que nos dão suporte ao nosso trabalho, aos nossos policiais militares, que aqui estão, os nossos irmãos. Quanto constrangimento, meus irmãos policiais militares, passamos nesse Carnaval, dentre eles...

Presidente, todo Carnaval a escala de serviço dos nossos policiais no estado de São Paulo, deputado Suplicy, se faz de vinte, vinte e poucas horas de serviço por quatro, cinco horas de descanso para tomar um banho e retomar o serviço novamente com as escalas extras.

Mas não bastasse esses homens e essas mulheres se desdobrarem para defender o povo de São Paulo. Não basta morrer, derramar o sangue, deixar a família em casa, ainda tem que passar pelo constrangimento de assistir a uma escola de samba patrocinada com o dinheiro nosso, com o dinheiro do povo.

Vinte e um milhões do Governo Federal destinados para essa escola de samba, para ofender, para desmoralizar o policial militar, o ser humano que entrega a sua vida para defender aquelas pessoas, porque sabe que esse carnaval aí, esse desfile, só aconteceu porque tinha um soldado da Polícia Militar preservando pela segurança.

Se não houvesse, não aconteceria esse desfile, se não houvesse um policial militar nas ruas cuidando da paz social. Mas nós estamos, no momento, Capitão Telhada, em que o que prevalece nesse País é a bandidolatria, idolatração dos bandidos, do criminoso.

O Governo Federal está preocupado em combater o crime? Pelo menos essa semana teve uma fuga. É a primeira vez que tem uma fuga em um presídio federal no Rio Grande do Norte, em Mossoró.

O povo do estado de São Paulo não suporta mais a violência. Mãe de família, pai de família, jovens, que morrem nas mãos de um criminoso por conta de um aparelho celular, por conta de uma aliança, que não sai do dedo, toma um tiro na cara.

Existem - nós acompanhamos diariamente - aqueles que protegem os bandidos. Saibam, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, que, quando vocês defendem bandido, vocês condenam o cidadão de bem, o trabalhador, o policial, vide o que acontece hoje na terceira fase da Operação Verão: dois policiais militares mortos nas mãos de integrantes do crime organizado. Uma população subjugada por bandidos.

Porque nós vamos, quando eu desço ao litoral, como fiz, permaneci dois dias lá semana passada, cidadão de bem nos testemunha, deputado Eduardo Suplicy, somos forçados a guardar drogas, armamentos, até bandidos procurados pela Justiça, porque somos humilhados por bandidos do crime organizado.

As polícias de São Paulo têm o secretário capitão Derrite à frente, coronel Cássio, delegado Artur Dian, os quais, todos, transferiram seus gabinetes para o litoral de São Paulo, para retomar as ruas do nosso litoral das mãos dos bandidos. Aí nós vemos direitos humanos para defender bandido, para defender canalha que mata pai de família, que mata policial.

Estivemos com os familiares dos policiais, Telhada. Você viu alguém dos direitos humanos no velório dos policiais, estendendo a mão aos familiares e perguntando se precisavam de alguma coisa? Não estavam.

Mas na casa do bandido estavam. Para defender bandido estavam. E é isso que o nosso povo não tolera mais. É muito bandido por metro quadrado nesse Estado e em todo o Brasil.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Fez uso da palavra o nobre deputado Mecca.

Dando prosseguimento, próximo a orador inscrito deputado Simão Pedro. Tenha V.Exa. o tempo regencial de cinco minutos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, nobre deputado Enio Tatto; deputado Suplicy, demais deputados que se encontram aqui em plenário desta quinta-feira; Sr. Presidente, eu me inscrevi para relatar o que vem acontecendo lá no Vale do Ribeira, e ao mesmo tempo pedir uma providência por parte do Governo do Estado.

Nessa última terça-feira, à noite, aconteceu uma tempestade e vendaval que atingiram muitos municípios, o principal deles o município de Sete Barras, que fica ali bem próximo da cidade de Registro. E essa forte ventania atingiu as propriedades de 200 produtores de banana.

A gente sabe que o Vale do Ribeira é um dos maiores produtores de banana do Brasil, responde por 15%; o Brasil é o quarto maior produtor de banana do mundo. É um produto que gera receitas não só para os trabalhadores, produtores, mas também o Brasil exporta.

E o impacto dessa tempestade foi muito pesado em cima desses 200 produtores, gerando um prejuízo de quase 25 milhões de reais. Estavam na véspera de fazer a colheita dos cachos de banana e agora, então, só o ano que vem.

O que nós queríamos relatar? É uma tragédia - vou pedir para colocar algumas fotos aqui do que aconteceu lá. Os produtores entraram em contato com o meu gabinete para que a gente pudesse relatar. E nós vamos...

Queria anunciar aqui que eu estou solicitando uma reunião com o secretário de Agricultura, porque esses produtores infelizmente não têm seguro agrícola para a sua produção.

Então, eles não podem arcar sozinhos com esse prejuízo. O estado tem que abrir portas, tem que abrir oportunidades de algum empréstimo, apoio para que eles possam reconstruir as suas lavouras, recuperarem esse prejuízo.

A gente sabe que o mundo está passando por mudanças climáticas muito intensas, efeitos climáticos intensos. O ano passado mais ou menos nessa época, época do Carnaval, nós tivemos tragédias como aquela que vitimou a população de São Sebastião. Nós estamos num verão que pode ocorrer esse tipo de evento, e isso atinge produção agrícola.

Nós estamos, por exemplo, vivendo problemas ainda no Rio Grande do Sul;  uma hora é seca, uma hora são chuvas intensas. Atinge, por exemplo, a produção de arroz. Por isso que nos mercados o preço está caro, os produtores estão desistindo, migrando para outras culturas.

Ali o governo federal tem empenhado muito apoio, presença de ministros para ajudar os produtores daquela região, garantir o abastecimento alimentar. Mas eu acho que o Governo do Estado - por ser uma região importante para o nosso estado, uma cultura muito importante para o Brasil e para o nosso estado, a produção da banana -, nós achamos que o Governo do Estado tem que marcar imediatamente essa reunião para que a gente possa estender a mão para esse importante setor, que são os produtores de banana.

Então, eu quero transmitir aqui minha solidariedade a todos aqueles produtores, trabalhadores também, porque tem muita gente que trabalha ali contratado pelos produtores durante a safra.

Então, o prejuízo vai além do prejuízo material, um prejuízo humano, prejuízo muito grande. E eu quero aqui transmitir toda solidariedade, o apoio, e vamos nos empenhar para que o secretário Piai possa receber os bananicultores do Vale do Ribeira para abrir portas, dialogar, no sentido de construir uma política de apoio para que eles possam se recuperar desse grande prejuízo que tiveram durante essa semana.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Obrigado, nobre deputado Simão Pedro. Dando continuidade, nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Deputada Edna Macedo. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, deputado Enio Tatto, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, na semana passada, eu aqui registrei que no dia primeiro de fevereiro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, juntamente com o ministro Alexandre Padilha, de Relações Institucionais, ao me receber, acabou concordando com a minha proposta de que seja criado um grupo de trabalho para estudar a forma segundo a qual haverá a transição prevista na Lei 10.831, de 2004, sancionada já há 20 anos, e também na nova lei, 14.601, de 2023, que extinguiu o “Auxílio Brasil” e reinstituiu o “Bolsa Família”.

Nessa lei, diz-se que o “Bolsa Família” é a etapa do processo gradual e progressivo de implementação da universalização da renda básica de cidadania. Eu, então, propus ao presidente Lula um grupo de trabalho formado pelos maiores estudiosos, economistas, filósofos e pessoas engajadas na luta pela erradicação da pobreza, promoção de maior igualdade, atendendo os objetivos principais de nossa Constituição.

Nessa reunião, o presidente Lula transmitiu ao ministro Alexandre Padilha que seria importante que o Conselhão, Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e de Sustentabilidade, pudesse acolher essa sugestão e interagir com esse grupo de trabalho.

Então, o ministro Alexandre Padilha designou aquela pessoa que é como que o coordenador das atividades, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, e pediu que eu tivesse um encontro com ele, que realizamos nesta semana.

Eu gostaria de pedir o auxílio da equipe que toma conta da transmissão de imagens, que possa mostrar o resultado dessa reunião que eu tive com o Sr. Paulo Pereira.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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Obrigado, Paulo Pereira, e vamos somar esforços para, efetivamente, esse grupo de trabalho realizar um trabalho muito significativo para, logo, logo, termos, no Brasil, a implementação e a universalização da Renda Básica de Cidadania.

Eu espero ainda voltar à tribuna nesta tarde para, inclusive, comentar os pronunciamentos dos meus colegas deputados estaduais sobre o que precisa ser feito com respeito à forma segundo a qual as forças de segurança no Brasil precisam trabalhar.

Assinalo que considero importante que uma escola de samba como a Vai-Vai possa estar expressando a sua opinião de forma artística e muito significativa, mas eu voltarei ao tema.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Simão Pedro.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Seguindo a lista dos oradores inscritos aqui para o Pequeno Expediente, convido à tribuna o nobre deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, acompanhava as colocações do nobre deputado sempre senador Eduardo Suplicy sobre a posição da Segurança Pública. Eu acho que o problema de Segurança Pública em São Paulo e no Brasil deve ser ditado pela sociedade.

Eu acho que não tem que ter uma política para os deputados e políticos de esquerda nem para os deputados e políticos de direita. Um querendo a polícia mais forte e combatendo mais bandido e o outro achando que o bandido é um problema social. Esse é o grande problema do Brasil.

Eu acho que a sociedade não tem nada a ver com isso, a polícia tem que dar segurança mesmo, essa é a grande realidade. O que a gente viu de terror nesses últimos tempos no litoral de São Paulo é a realidade. O crime tomou conta, tomaram conta do Porto de Santos, e todo mundo sabia o que acontecia ali há muitos e muitos anos.

O crime organizado tomou conta do litoral de São Paulo, ganhando muito dinheiro no tráfico internacional de droga, usando os navios para mandar droga para o exterior.

Então, essa é uma verdade. Muitas pessoas ganharam muito dinheiro. E realmente houve um crescimento da criminalidade e uma diminuição da ação policial. Essa é a pura verdade de tudo.

A Segurança e a própria Justiça intervêm, às vezes, até na área política. A gente vê pessoas sendo presas em casa aí, porque na casa foi encontrado um revólver que é do filho, uma pepita de ouro de 30 gramas. Quanto são esses 30 gramas aí?

Enquanto outros foram soltos e tinham 50 milhões em casa. E já estão ocupando cargos políticos. Um apartamento para o cara, o tal de Geddel lá; 50 milhões o cara tinha em casa. O outro foi preso com dólares na cueca; ou outros, em várias ações.

Então, a Segurança Pública, nobre deputado senador Suplicy, varia também com a política - quem está no governo e quem está contra o governo. Por isso, a gente tem que esperar 27.

Será que vai mudar tudo de novo em 27? Será que o Supremo, que condena um presidente da república, um ex-presidente, como condenou o Lula, depois absolve, estava certo quando condenou ou estava certo quando absolveu? Não se pode nem falar isso. Você não pode falar mais nada. Mas é uma pergunta que eu faço, é o direito meu de fazer.

Cabe ao ministro Alexandre de Moraes conduzir um inquérito em que ele disse que estava sendo ameaçado de ser preso. Então, ele é vítima e também ele é acusador e ele é o julgador.

Eu fiz um curso de direito lá na Faculdade de Direito de Guarulhos, acabando a Academia do Barro Branco. Não sou especialista nisso. Mas eu posso fazer pergunta aqui da tribuna da Assembleia. Eu acho que é um direito meu. Eu acho que é um direito meu fazer perguntas.

Bandidos são presos e são soltos. André do Rap, o maior criminoso do mundo, deputado Eduardo Suplicy, foi solto por um ministro do Supremo Tribunal Federal numa penada.

A polícia ficou dez anos para prender o cara. Num sábado à tarde, o advogado entra com um pedido e o cara é liberado. E o próprio ministro, quando ele ficou sabendo da periculosidade do André do Rap, manda para a polícia: “prenda-se”.

Então, está na hora, realmente, de o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário falarem qual é a polícia que querem, qual tipo de polícia que querem, para o policial poder trabalhar.

Não é o problema da Vai-Vai. Por quem ela é financiada? Não sei. Dizem que o crime organizado financia muita coisa aí, até torcidas uniformizadas. Dizem. Até obrigando a colocar jogador num time ou deixar de colocar. Dizem - não sou eu.

Então, a partir daí, é isso que eu coloco: até onde nós vamos com a política de Segurança Pública? Agora, quem tem que ditar como tem que ser a polícia? Tem que mudar alguma coisa?

Eu entrei na polícia em 67, na Força Pública. Em 70, com a revolução militar, a ditadura - sei lá, cada um chama de uma coisa -, uniu-se a Força Pública com a Guarda Civil e virou Polícia Militar.

E muita gente não gosta da Polícia Militar por causa daquilo lá, não é por causa do que ela faz hoje. Não gosta pelo procedimento político; só isso. E não vão gostar nunca, não adianta explicar aqui que o cara trabalha... Agora, vai mudar alguma coisa? Só para terminar, Sr. Presidente: o próprio presidente Lula está lá no Congresso. Tenta mudar, faz alguma coisa diferente.

Agora, eu acho que quem tem que ser ouvido é o povo. Que tido de Segurança nós vamos dar para o povo? Onde a gente vê bandidos atacando meninas, moças no centro de São Paulo, idosos, como nós outros, e enfiando o pé na bunda da gente, jogando no chão, arrancando a roupa, arrancando o celular; e vão embora, tranquilamente, sem responder a nada.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito bom. Continuando a lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Oseias de Madureira. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.)

Agora vamos passar para a lista de oradores inscritos na Lista Suplementar. Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. Tem V. Exa. tem os cinco minutos regimentais.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Obrigado, nobre deputado que preside neste momento a sessão, deputado Simão Pedro. Quero cumprimentar todos os deputados presentes aqui no plenário, os funcionários, e desejar um bom 2024 a toda população do estado de São Paulo e do Brasil. 

Sr. Presidente, eu venho a esta tribuna para falar de um tema muito importante para a CNBB, para a Igreja Católica no Brasil, e que se iniciou no dia de ontem, na Quarta-feira de Cinzas, que é a Campanha da Fraternidade. A Campanha da Fraternidade este ano trata de um tema muito importante, que é a amizade e a fraternidade. 

A Campanha da Fraternidade é realizada anualmente pela CNBB, no período de Quaresma, com o objetivo de despertar a solidariedade de seus fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos e soluções. A cada ano é escolhido um tema que define a realidade concreta a ser transformada. É um lema que explica em que direção se busca a transformação. 

Educar para a vida em fraternidade, com base na justiça e no amor, exigências centrais do Evangelho. Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja Católica na evangelização e na promoção humana, tendo em vista uma sociedade justa e solidária. 

Queria parabenizar a CNBB e a Igreja Católica, que este ano, deputado Suplicy, comemora 60 anos de Campanha da Fraternidade. Todos os anos um tema atual, um tema para se refletir, para se discutir, para se organizar e para agir - isso que é o mais importante - em busca de uma sociedade mais justa e mais fraterna.

Nestes 60 anos, eu me lembro de alguns temas importantes. Todos são importantes, mas alguns me chamaram muito a atenção. Por exemplo, em 1993, “Fraternidade e Violência - Fraternidade Sim, Violência Não”. Baseado nisso, houve uma grande campanha na área da Segurança Pública da não-violência. 

Em 1985, “Fraternidade e Fome - Pão Para Quem Tem Fome”. Vossa Excelência é um exemplo de lutar pelos que mais precisam, com a sua renda básica de cidadania. Em 1986, “Fraternidade e Terra - Terra de Deus, Terra de Irmãos”, que impulsionou muito as organizações do MST, da reforma agrária no Brasil. Eu me lembro de que neste ano eu participei de um encontro das Comunidades Eclesiais de Base em Trindade, Goiás, e o tema era sobre a terra.

Em 1990, “Fraternidade e a Mulher - Mulher e Homem, Imagem de Deus”, semelhança de Deus, né? Iguais. Em 1993, “Fraternidade e Moradia - Onde Moras?” era a pergunta sobre o problema de falta de moradia, que persiste até os dias de hoje. Isso impulsionou muitas ações, muitos programas governamentais em todo o Brasil a partir dessa discussão da Campanha da Fraternidade de 1990. 

Pulando já para 2002, “Fraternidade e Povos Indígenas - Por Uma Terra Sem Males”. A questão indígena no Brasil, a questão dos povos originários, né? A Igreja se preocupando, abrindo esse debate, e também surgiram muitas iniciativas políticas e sociais no Brasil.

Em 2006, “Fraternidade e Pessoas com Deficiência Física - Fica, Levanta-te, Vem Para o Meio”. A questão da acessibilidade, né? Quantas coisas aconteceram depois dessa Campanha da Fraternidade, desse aprofundamento dessa discussão na sociedade brasileira, a respeito dos portadores de necessidades especiais. 

Em 2024, este ano, “Fraternidade e Amizades Social”, “Vós Sois Todos Irmãos e Irmãs”. A fraternidade, não só do lado da gente, do entorno da gente, do pessoal com quem a gente convive no dia a dia, mas a importância de você estender para todos, de você ser solidário, ser fraterno para todos os povos, principalmente, àquelas pessoas que mais necessitam. 

Eu tenho como grande referência de fraternidade e de solidariedade a Madre Teresa de Calcutá. Ela usava uma frase que me chama muita atenção até hoje, que era: “Muitas vezes, ser solidário à longa distância é fácil, o mais difícil, o mais importante e o que mais você precisa, é ser solidário com quem está perto de você, no seu entorno”. Citamos os moradores em situação de rua que sofrem tanto hoje e, muitas vezes, a gente passa e desconhece o seu problema, a sua situação.

Então, parabéns, mais uma vez, à CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por tratar de um tema tão importante, discutir com a sociedade e procurar soluções para resolver o tema da campanha e da fraternidade, “Fraternidade e Amizade Social”, “Vós Sois Todos Irmãos e Irmãs”. 

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Dando continuidade à lista de oradores inscritos, convido o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Simão Pedro, deputados presentes, aqueles que nos acompanham pela TV Alesp, assessoria das bancadas, queria aproveitar aqui este Pequeno Expediente, deputado Eduardo Suplicy, para tratar de dois temas - teria vários outros temas, mas eu preciso tratar de dois.

Antes, porém, queria dizer que o Carnaval ou o pré-Carnaval, deputado, não trouxe só os bloquinhos, nem só o desfile no sambódromo, mas trouxe também uma denúncia gravíssima com relação àqueles que arquitetaram um golpe.

Vou dialogar, rapidamente, com o deputado Conte Lopes, que trouxe aqui a pepita, mas não foi a pepita que levou à delegacia, à prisão, o presidente do PL, o senhor sabe disso - o senhor fez direito em Guarulhos. Na verdade, o que levou à prisão o presidente do PL foi a ausência do porte de arma atualizado de uma arma que foi encontrada em um dos locais que a Polícia Federal bateu.

 Nesse caso, é menor, mas muito, muito menor. O maior problema, que eu não ouvi nenhum deputado aqui discorrer sobre isso, foi o vídeo divulgado das reuniões realizadas pelo então presidente Bolsonaro sobre a possibilidade de, antes das eleições, ter uma ação para evitar que aquele que ganhasse, se não fosse o Bolsonaro, tomasse posse.

É sobre isso que a gente devia estar falando aqui, nessa tarde de quinta-feira, na retomada dos trabalhos. Mas, esse é um debate que nós vamos ter que fazer aqui com profundidade, porque tem consequências gravíssimas para a democracia, e nós não podemos achar que isso vai passar batido, que a Escola de Samba Vai-Vai vai virar o centro do debate.

Nós precisamos discutir também o centro do debate com relação à Segurança Pública. Eu aqui sou um dos deputados, deputado Telhada, que destina recursos, emendas, para a polícia. Os senhores devem saber disso, outros deputados sabem. Por quê? Porque eu entendo a importância da instituição.

A instituição tem uma importância muito grande para o Estado Democrático de Direito. Ela faz parte, é um instrumento, inclusive, para o combate ao crime, para manter a ordem, a legalidade, a Constituição, mas, infelizmente, a gente também tem, como em todas as instituições, aqueles que são muito bons e aqueles que não são tão bons.

E é preciso entender isso. Por que eu estou dizendo isso? Porque, por exemplo, a gente pega uma declaração ainda do comandante responsável pela Polícia, quando ele disse que a abordagem nos Jardins tem que ser diferente da periferia - disse então o comandante da Rota, Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo. Que, aliás, é o nome indicado pelo ex-presidente Bolsonaro para ser vice do Ricardo Nunes.

Esse tipo de coisa não contribui com a valorização da instituição. Ao contrário. Esse tipo de coisa reforça uma visão, que é uma visão muito presente na periferia, com o povo pobre, preto, periférico. O deputado Suplicy acompanha muito de perto, porque está na Comissão de Direitos Humanos. Então eu acho que é preciso a gente valorizar a instituição.

E aí tem uma coisa importante. A gente está há um ano desse governo novo. Governo novo dos últimos 20 anos, com o PSDB. E, assim, eu confesso ao senhor que eu ainda não vi, de forma arquitetada, de forma articulada, um combate ao crime organizado no estado de São Paulo.

Aliás, o crime organizado que os governos anteriores, do PSDB, negavam. O senhor se lembra disso. Que fez ataques ferozes à Segurança Pública, às pessoas, e que continua agindo.

E que, aliás, de crime organizado virou máfia. Então é preciso ter uma ação conjunta do governo federal, do governo estadual, dos governos municipais, para fazer esse combate. Eu acho que o Tarcísio entende isso. Assim como entendeu a importância do túnel de Santos junto com o governo federal.

Mas eu queria terminar com uma questão que eu acho que é importante aqui. É a questão da Educação, que, na minha opinião, ela é basilar, ela é fundamental, inclusive para criar novos cidadãos.

A educação muda o homem. Infelizmente, o que a gente está vendo no estado não é isso. O que a gente está vendo no estado são professores e diretores presos às plataformas. Eu nunca vi uma coisa dessa.

Não tem mais a preocupação com o ensinar. Tem a preocupação com as plataformas. Se o aluno está na plataforma, se o aluno está prestando contas, se o professor está fiscalizando, se o diretor está fiscalizando. Assim é impossível a gente ter uma Educação no Estado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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Aliás, eu falei com a deputada Professora Bebel, que é da Apeoesp. Eu já termino, Sr. Presidente. Ela disse que a Apeoesp vai promover debates, vai discutir essa questão.

Nós, aqui na Assembleia, tanto na Comissão de Educação como no plenário, devemos atuar para que a gente mude essa lógica. O que a gente vai ter não são mais professores e educadores. São controladores de plataformas.

Sr. Presidente, pela oportunidade, eu ouvi e vi as imagens que o deputado Simão Pedro apresentou desse último evento climático no Vale do Ribeira. É impressionante. Porque, há um ano atrás, um pouco mais, um pouco menos, a gente teve a mesma coisa. O secretário então à época, o Junqueira, se comprometeu em ajudar aqueles produtores da região.

Infelizmente, nada foi feito. Espero que o deputado Simão, nessa investida, tenha agora êxito para que haja pelo menos um seguro para aqueles que sofreram. Que não é a primeira vez, no ano passado teve a mesma coisa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradeço as palavras do nobre deputado. Próximo inscrito, nobre deputado Simão Pedro. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Conte Lopes, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, voltei à tribuna, tinha feito uma referência à situação da tempestade, ventos fortíssimos que ocorreram no Vale do Ribeira. Mas esse assunto do Carnaval, do desfile das escolas de samba, veio à tona, veio para o debate de hoje e quero expressar a minha opinião.

Primeira coisa, o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Isso é um privilégio, para um país como o nosso, para o governo Lula, ter uma figura tão preparada, tão expressiva, tão sensível à questão da violência contra a população mais frágil.

A defesa dos Direitos Humanos é uma defesa de todos os seres humanos, como o Silvio Almeida.  Conheço ele há muito tempo, desde quando fui deputado aqui outras vezes. Neste Carnaval, ele veio participar do desfile. Inclusive, saiu numa das alas da Vai-Vai, porque o seu pai foi presidente da escola de samba. É uma escola tradicional, de um bairro tradicional, que é o Bixiga, aqui da região da Bela Vista.

Escola que está lutando para construir um novo espaço, porque teve que ceder o seu espaço tradicional para a construção de uma estação do metrô, o que é uma coisa muito boa, e o Silvio esteve comigo, esteve com o deputado Guilherme Boulos visitando uma das estações de coleta seletiva, uma das quatro que a empresa patrocinadora do Carnaval de rua instalou - uma aqui no Ibirapuera e mais três ali nos pontos centrais -, para levar o seu apoio aos catadores, aos catadores por quem o deputado Suplicy tem um carinho especial, uma relação muito especial de apoio também.

Estivemos lá para conhecer, para levar apoio, para levar solidariedade, ideias para que os catadores pudessem se envolver. E uma coisa bacana: não eram só os catadores organizados em cooperativas.

A gente viu ali aqueles catadores avulsos, muitas vezes até usuários de drogas que frequentam a região da Cracolândia, participando daquele trabalho de coletar as latinhas, o plástico.

Então, é evidente que o ministro não teria condições, informações a respeito de todas as fantasias, de tudo o que acontece ali nas alas, mas a escola de samba fez uma homenagem...

Eu assisti ao desfile, foi um desfile lindo que abriu o carnaval em São Paulo homenageando o hip-hop, que é um fenômeno cultural, uma cultura urbana, não só no Brasil, mas em Nova York e em tantas outras cidades, que é a expressão cultural daqueles jovens que sofrem no dia a dia uma marginalização, preconceitos, dificuldades de terem acesso a políticas públicas, e se expressam através do rap, através do break e de outras expressões artísticas próprias desse movimento hip-hop, que é um movimento cultural respeitadíssimo e que foi homenageado pela escola de samba.

É evidente que a molecada da periferia, a juventude sofre também com a repressão, às vezes a repressão policial que... Eu me lembro de um policial importante que comandou a Polícia Militar aqui em São Paulo que, em uma entrevista à “Folha de S.Paulo”, disse o seguinte, que ele defendia que a polícia tinha que fazer uma abordagem diferenciada para o cidadão que mora em Pinheiros, nos bairros mais abastados, da abordagem que é feita na periferia, que tinha que ser mais dura.

Então, ele próprio demonstrava como, na sua fala e na sua defesa... Aliás, é um dos nomes que está sendo cotado para ser vice do Ricardo Nunes, atual prefeito, na próxima eleição.

Então, a juventude da periferia sofre com abordagens violentas e mesmo a morte, principalmente a população negra, a juventude negra, que sofre, que é assassinada.

Às vezes são jovens trabalhadores, jovens que estão lutando para poder estudar, para poder ajudar suas famílias e sofrem esse tipo de coisa. Então, ali eu acho que a escola quis fazer essa crítica.

Agora, a linguagem artística, o carnavalesco, são aqueles trabalhadores das escolas de samba que elaboraram. É evidente que o ministro não tem nada a ver com isso e nem mesmo o deputado federal Guilherme Boulos, que participou ali daquela última ala dos convidados, participando dessa festa fantástica que é o carnaval de rua, o carnaval das escolas de samba em São Paulo.

Era isso que eu queria falar, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo em vista o horário, passamos então ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Com a palavra, o nobre deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. Vossa Excelência tem o prazo regimental de dez minutos para o uso da palavra.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Uma excelente tarde novamente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, voltamos aqui à tribuna para falar um pouquinho mais sobre esse tema tão importante nos dias atuais no Brasil - e no nosso caso aqui, no estado de São Paulo -, que é justamente a Segurança Pública.

De fato, o crime organizado no Brasil, ele existe, ele é real, ele coloca os seus tentáculos à mostra, ele prejudica a convivência social, o bem-estar social. Ele prejudica a economia, prejudica o bem-estar, a convivência, e, principalmente, ele ataca aqueles que defendem a sociedade.

Ataca no seu mais íntimo - no lugar onde mora, no lugar onde trabalha, no desempenho do seu serviço - o policial, que é sim perseguido, e é o que mais sofre diante do avanço do crime organizado no Brasil.

E o policial não é um ser extraterrestre, ou um anjo, ou um ser enigmático que vem de outro planeta, que está alheio à cultura e à subcultura que a gente vive no Brasil, em São Paulo, e de repente nasce dentro da Polícia Civil, dentro da Polícia Militar. Não, nós todos somos da atual geração, nós vivemos e viemos das periferias de São Paulo, do interior, do litoral. Eu vim da Freguesia do Ó, nascido no Cambuci aqui em São Paulo.

Morei minha vida inteira, enquanto solteiro, na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo, na Freguesia do Ó. Minha família inteira de lá. Hoje moro na Lapa, região aqui também da Capital. Cada um tem sua história de vida, e viemos e topamos essa missão. Decidimos vestir uma farda, vestir um distintivo e enfrentar o crime, colocando inclusive a nossa vida em risco.

O que acontece hoje no Brasil é que não somente a nossa vida, que já naturalmente corre risco - a vida do policial - não só não só isso. Não somente o risco de vida, mas o risco jurídico e o risco político que o policial sofre hoje.

Vendo declarações do governo federal, principalmente do maior símbolo do Brasil, que é o presidente da República - pelo sistema que vivemos no Brasil - quando diz em diversas interações com a mídia, discursos oficiais, que é lícito roubar, que tem que humanizar o crime, que o furto, o roubo que não tem agressão, que não tem violência, não pode ser apenado com prisão.

E esse tipo de declaração política vai causando um efeito social na cabeça do criminoso, na cabeça do ladrão, do bandido, aqui, no chão de fábrica, aqui aonde a gente está frente a frente com o inimigo, onde nossos policiais estão combatendo ali cotidianamente o crime, na favela, nas ruas de São Paulo, no roubo a banco, no roubo à residência, no roubo de veículo.

Isso causa um efeito tão horrível na cabeça do bandido, que ele se sente confortável e confiante para enfrentar o policial, para entrar na sua casa, na minha casa, para entrar na casa do seu pai, da sua mãe, do seu irmão, da sua mulher quando você tiver viajando, e fazer atrocidades, cometer atrocidades.

Porque o bandido, hoje, ele tem a certeza e a convicção de que ele não vai ser responsabilizado. O bandido hoje que tem 20 anos de idade - 18, 22 anos de idade -, ele nasceu e cresceu influenciado pelo ECA, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que passa a mão na cabeça de bandido, e vê o bandido como coitadinho, como se ele não fosse responsável ou competente o bastante para entender que o que ele faz é ruim.

Como o deputado Mecca disse aqui anteriormente - que a gente usou, inclusive, semana passada na Comissão de Segurança Pública - “bandidolatria”, achar que criminoso é vítima. Vítima é a nossa população de bem, nosso cidadão de bem, que não pode mais trabalhar em paz, que não pode viajar, que não pode deixar a sua casa para ir trabalhar em paz, porque ele tem a certeza de que a qualquer momento alguém pode entrar lá e fazer mal para sua família.

E no litoral paulista, o que a gente vê hoje acontecendo é a mesma coisa. É exatamente isso, criminosos enfrentando tropas especiais da polícia, que antes eram temidas, antes eram respeitadas, porque o cara sabia que se enfrentasse a Rota, enfrentasse o Baep, ele iria preso ou pior, se puxasse a arma ia trocar tiro e ia para o caixão.

E isso veio perdendo ao longo do tempo e como o deputado Paulo comentou aqui, negligenciado por governos anteriores, o crime organizado, muitas vezes, jogado para baixo do tapete. “Deixe lá, é melhor não enfrentar, é melhor não encarar”.

Quantas vezes os governos passados aqui de São Paulo fizeram isso? Eu sou uma testemunha também. Nos 19 anos que fiquei na ativa da Polícia Militar, cansei de ver muitas ordens superiores vindas do governo estadual, da égide política, sobre: “Essa favela não pode entrar”; “Aqui é proibido fazer policiamento dentro de Paraisópolis”, por exemplo; “Não pode subir esse morro aqui porque aqui vai dar problema”.

Era a ordem não atuar. Hoje não existe mais isso. Então hoje não tem mais esses olhos fechados, esse véu fingindo que não existe o crime organizado. A coisa é transparente e o primeiro passo, ao meu ver, para se mudar uma história, para se enfrentar um problema, é assumir que ele existe. E nós temos visto isso na Secretaria de Segurança Pública, que é a competente para atuar contra o crime organizado e nós estamos vendo isso também no governo de São Paulo.

Assume-se que existe o crime, é um problema e nós não vamos deixar passar batido. Por que que o soldado Reis da Rota foi morto no ano passado no Guarujá? Porque estava tendo uma operação policial lá, a Operação Impacto, decorrente de diversas mortes de policiais veteranos que aconteceram no primeiro semestre de 2023.

Então a polícia e a Secretaria de Segurança Pública fizeram uma operação para combater a morte de policiais veteranos e aí teve o enfrentamento que deu início à Operação Escudo.

Continuou essa operação por 40 dias, teve seus resultados e agora na Operação Verão de 2023/2024 novamente tivemos a morte lá no litoral de alguns policiais, policial da Rota, policial que estava na Operação Verão retornando para a sua casa com sua motocicleta. E tivemos também a morte de um policial do 2º Baep, que é o batalhão responsável pelas ações especiais de polícia na baixada.

Inclusive dessas ocorrências surgiu aí a identificação de um criminoso - pode colocar, por gentileza - que foi o vulgo “Chip”. Foi divulgado na rede social esse indivíduo, emitido um mandado de prisão contra ele - nome Caíque, vulgo “Chip”. E sabe onde ele foi preso? Foi preso esse indivíduo.

Foi preso em Minas Gerais anteontem pela Polícia Militar de Minas Gerais que eu já parabenizo e agradeço pelo apoio à nossa secretaria, à nossa polícia aqui de São Paulo. Esse indivíduo já está atrás das grades, procurado pelo homicídio do soldado e agora vai pagar pelo que fez. Adivinhe o que ele estava fazendo em Minas Gerais? Estava trabalhando?

Estava com a família? Não, ele foi preso com drogas, arma e dinheiro. Ele estava traficando na cidade de Uberaba, em Minas Gerais. Ladrão é ladrão, não tem jeito. Vai para a cadeia, espero que fique muito tempo, o que a gente sabe que não vai acontecer no Brasil, e vai continuar sendo ladrão. Essa é a verdade.

Um dos indivíduos que matou o cabo Silveira, do 2º Baep, que inclusive depois se jogou tentando fugir, acabou caindo lá do 4º andar e morreu, tinha sido preso em 2019 por tráfico de drogas e tentativa de homicídio contra os policiais civis. Ele foi preso e atirou nos policiais civis. Ele foi condenado a 15 anos de prisão, em 2019. Em 2022, três anos depois, ele ganhou o benefício da saidinha temporária e nunca mais voltou. Estava evadido, estava procurado.

Era fugitivo por causa da maldita saidinha temporária e acabou tirando a vida do cabo Silveira, procurado pela Justiça. Entre 2022 e 2024, esses dois anos que ele estava na rua quantas vidas ele não tirou a mais, solto pelo estado, por essa lei nossa permissiva?

Quantas pessoas ele não prejudicou? Então essa é a realidade que a gente tem hoje. Nesse último minuto que me resta, gostaria de colocar os resultados da Operação Verão de 2024 na tela. São os resultados que a Secretaria de Segurança Pública alcançou.

Rapidamente, nós tivemos 70% dos presos na Operação Verão já possuem antecedentes criminais. Ou seja, retrabalho das polícias. Setenta por cento já tinham sido presos, já tinham sido grudados, colocaram atrás da grade, foram soltos, a polícia tem que ir lá e prender de novo.

Estavam todos na rua. Vinte e duas armas apreendidas, sendo dois fuzis, 217 procurados, 72 armas de fogo ilegais, 120 quilos de drogas e 21 mortos em confronto. Esse é o resultado da Operação Verão, primeira, segunda e terceira fases.

Continua a Operação Verão. Nós estamos aqui, deputados da Bancada de Segurança Pública, para apoiar o combate ao crime organizado, encarado pelas nossas polícias lá na Baixada Santista. Podem ter certeza de que os senhores têm aqui uma Bancada da Bala, uma Bancada da Segurança Pública, que apoia o trabalho dos senhores, valoriza e reconhece. E a população, o cidadão de bem, está ao nosso lado, apoiando os senhores e as senhoras também.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradeço, nobre deputado. Seguindo a lista dos oradores inscritos, nobre deputada Beth Sahão. (Pausa.) Nobre deputado Major Mecca. (Pausa.) Nobre deputado Paulo Fiorilo, por cessão de tempo do nobre deputado Simão Pedro. Vossa Excelência tem o prazo regimental de dez minutos.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, vou aproveitar meus dez minutos para alguns reparos. Prometo que serei um deputado que reparará apenas aquilo que eu considero que precisa ser refeito.

Queria começar com uma questão que é importante: um deputado, no Pequeno Expediente, disse que a Escola de Samba Vai-Vai recebeu 21 milhões do Governo Federal. Eu fui ver a fonte: na verdade, são 2,1 milhões. É um programa de incentivos, assim como tem o Governo do Estado.

O Governo do Estado também teve escolas de samba que solicitaram recursos para as atividades culturais, não necessariamente para o desfile. Alguns captaram, outros não captaram. Tem aqui Acadêmicos do Tatuapé, a gente tem Escola do Terceiro Milênio.

Isso é um levantamento de 2002 a 2024. Captar recurso por fomento é possível, existe lei, e ela permite, tanto para escola de samba, como para outras atividades culturais.

Então é preciso deixar claro aqui: os recursos que a Escola Vai-Vai amealhou foram recursos de um programa de fomento, a Lei Rouanet. Não tem absolutamente nada a ver: “o Governo Federal deu 21 milhões”, não dá. Deu 2,1 pela Lei Rouanet.

A segunda observação é que as manifestações culturais, e a gente podia lembrar várias outras aqui, elas sempre causam determinadas manifestações, ou de apoio, ou de repúdio. Acho que a gente precisa ter sempre muito cuidado com as críticas que a gente faz, até pelas consequências dessas críticas.

Agora, o que eu acho que não pode é a gente criar fake news. Então um deles é esse dos 21 milhões. O outro é dizer assim: “Vamos pedir para o prefeito e para o governador não repassarem mais dinheiro para as escolas de samba”. O governador não repassa dinheiro para as escolas de samba. Aqui eu vou fazer a defesa do governador.

O que tem é o Proac, que é recurso para atividades culturais. Então, é preciso deixar bem claro. Segundo reparo que eu acho que é necessário. Na realidade, não é um reparo, é um complemento, nesse caso, presidente.

O deputado que me antecedeu fez referência à prisão de uma pessoa lá em Minas Gerais. Deputado Suplicy, sabe por que foi preso? Porque o policial que foi assassinado, e aqui os meus sentimentos à família, ele tinha uma câmera de segurança, ele tinha uma câmera no seu fardamento, o que possibilitou gravar a imagem do bandido, o que facilitou a polícia nessa ação para prendê-lo.

Estou falando isso porque este é um outro debate, que também é escamoteado da pior forma possível. Nós temos defendido a ampliação das câmeras de segurança, porque nós entendemos que isso faz parte de uma Polícia preparada, qualificada, e a câmera sempre é usada para também proteger o policial. Nesse caso, infelizmente, não protegeu, mas levou à prisão o bandido.

O Governo do Estado aqui, sempre de forma pendular, falou contra, falou a favor, falou contra, falou a favor, mas eu acho que é preciso entender a importância. Acho que esse exemplo que trouxe aqui o deputado que me antecedeu deixa claro a importância da câmera. Então a gente deveria fortalecer esse movimento, ter recurso. Infelizmente, no Orçamento desse ano, o governador limou recurso para esse programa.

Nós precisamos insistir, até porque, eu tenho certeza de que depois o deputado Suplicy, com muito mais propriedade do que eu, porque esteve na Baixada Santista, no domingo, vai poder falar do que viu, com quem conversou.

Eu falei aqui da questão do crime organizado. Os dados apresentados pelo deputado são importantes, importantes e trágicos, porque a gente teve 21 mortes. Eu acho que agora a gente já chegou a vinte e duas.

Sempre que tem morte, uma ou 22, a gente precisa repensar no que está acontecendo, mas quando eu falei do crime organizado, e eu disse que o crime organizado tomou conta não só do estado de São Paulo, mas começa no estado de São Paulo, é preciso ter uma política de inteligência para combater.

A mesma coisa deve fazer o governo federal, o governo estadual, porque na realidade o combate da criminalidade no Estado é responsabilidade do governador, e ele precisa apresentar para além de operações pontuais um plano de combate que possa asfixiar a economia, que possa, junto com o governo federal, impedir a entrada de drogas. A gente teve várias operações importantes, pontuais, mas é preciso ter uma política mais estratégica.

Eu não sou da área; eu sou professor de História da rede pública municipal. Mas assim, no mínimo, no mínimo a inteligência deve servir para isso, para poder organizar de forma mais ampla um combate organizado junto com o governo federal, o governo estadual.

E aí eu quero terminar aqui com os meus reparos e observações com relação ao pré-carnaval. Eu comecei a falar sobre isso no Pequeno Expediente, a gente teve vários bloquinhos aqui na cidade, alguns em que as manifestações culturais precisaram ser interrompidas antes do previsto ou por conta do calor ou por conta das manifestações que ocorreram.

Mas o que a gente viu também nesse período pré-carnavalesco foram as máscaras que foram retiradas na operação feita pela Polícia, que mostrou uma organização com grupos que tinham tarefas específicas para poder fomentar um golpe de estado no Brasil.

Esse é o fato, na minha opinião, mais relevante do Carnaval, para além das manifestações culturais, para além dos desfiles dos blocos. De tudo o que ocorreu, as ações que a Polícia Federal desenvolveu antes do Carnaval, e depois aquilo que a imprensa mostrou durante esse período, no mínimo, no mínimo é preciso ter um alerta muito grande por conta do risco que corria a democracia, e que corre ainda, que corre.

Por que estou falando que corre? O ex-presidente, inelegível agora, está chamando um ato em São Paulo. Eu fico me perguntando: como alguém que fez o que fez, no caso específico das reuniões, das manifestações, das orientações dadas vai propor um ato para se defender daquilo que não o fez ao longo desse tempo.

O deputado Suplicy deve se recordar, quando ele perdeu a eleição ele se recolheu, foi para o Palácio, depois vai para os Estados Unidos, e fica esperando. Aliás, agora surgiram denúncias de que ele teria transferido recursos para fora do país, esperando se ia ter ou não o golpe, outras informações que têm sido divulgadas das articulações feitas com generais, com tenentes e assim por diante.

Aqui nós não podemos permitir, não podemos permitir que esse tipo de coisa ocorra, e nós não podemos ter manifestação democrática, todas podem ter. O que nós não podemos ter é manifestação para defender um golpe militar ou para se manifestar contra o Estado de Direito.

Nós vimos o que aconteceu no dia 8 de janeiro em que o bolsonarismo, “não, isso não foi nada, eram malucos que entraram no Palácio.” Na realidade, não foi isso que as apurações mostraram; mostraram pessoas qualificadas que utilizaram de rapel, que sabiam que utilizar água em quantidade podia combater o gás lacrimogêneo.

Aqui a gente enfrentou o gás de pimenta, e se eu soubesse, quem sabe a gente pudesse ter lavado o plenário de água para que as pessoas não tivessem os problemas que tiveram, mas não foi isso o que a gente viu.

A gente viu lá gente organizada fazendo ações organizadas. E teve financiadores. Aliás, de novo voltam à baila os nomes dos donos da Havana, da Tecnisa, que teriam financiado esse golpe.

Então, é preciso que a gente tenha clareza de todos os problemas que isso pode trazer para o Brasil. Nós precisamos alertar todo mundo. Eu tenho dúvida, se a manifestação é democrática, eu não tenho nenhum problema. Agora, se é uma manifestação para fazer apologia ao golpe, para defender aqueles que estão sendo acusados de organizar, de planejar e de articular um golpe de Estado, nós precisamos rejeitar de forma veemente.

Por isso, deputado Suplicy, eu termino aqui dizendo, nós vamos observar como será o ato, quem participa do ato e de que forma o ato vai se desenvolver.

E vamos pedir, inclusive, para os poderes responsáveis que acompanhem de perto, o Ministério Público, o Tribunal Superior Eleitoral, o Supremo, para que a gente não tenha nenhum problema e para que aqueles que se manifestarem contra as instituições possam responder, a partir daí, as suas manifestações públicas, a partir daquilo que cada um tem a responsabilidade de falar e, depois, de arcar com elas.

Essa manifestação tem que ser observada por todos os poderes para que a gente não tenha de novo o que a gente viu no dia 8 de janeiro.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Continuamos com a lista de deputados inscritos. Nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Nobre deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Nobre deputado Caio França. (Pausa.) Nobre deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Nobre deputado Eduardo Suplicy, sempre senador, com a palavra por dez minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Conte Lopes, deputado Paulo Fiorilo, nosso líder, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, eu aqui primeiro vou registrar uma nota pública sobre a Operação Escudo, como que entidades e direitos humanos realizaram, e eu participei, uma missão na Baixada Santista para monitorar ações de Segurança Pública.

Neste domingo, 11 de fevereiro de 2023, entidades e movimentos que atuam na promoção e defesa dos direitos fundamentais, articulados com a ouvidoria das polícias do estado de São Paulo e também do governo federal e mandatos parlamentares comprometidos com a vida e a segurança pública cidadã realizaram atividades nas cidades de Santos e São Vicente, conversando com autoridades, lideranças e moradores.

O objetivo foi coletar informações, promover articulações que resultem em mudanças na política de Segurança Pública, especialmente para melhorar a ação dos agentes policiais em áreas vulneráveis, para garantir o respeito aos direitos fundamentais com a ampliação de mecanismos de aprimoramento, como as câmaras corporais, evitando gestão policial que coloque em risco a vida dos agentes e da comunidade e ações de vingança que ampliam a insegurança.

A comitiva ouviu o Sr. Mário, um nome fictício, pai de jovem baleado à queima-roupa por um policial militar em São Vicente. A partir do relato foi possível acompanhar esse senhor no registro da completação do boletim de ocorrência da delegacia da polícia local, onde ele fez constar o abuso da autoridade do policial, bem como a tentativa do homicídio.

Em seguida, foram realizadas visitas aos morros de São Bento, em Santos, e Jóquei Clube, em São Vicente, onde os moradores relataram a insegurança que viveram nos últimos períodos, que, segundo eles, foi ampliada com a atuação policial de forma violenta.

Consideraram que os policiais atuaram como justiceiros e mataram jovens desarmados. A Comissão busca dialogar com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo sobre novas políticas de Segurança Pública, que considerem tanto a população como a polícia, evitando morte de moradores e dos próprios policiais.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Dirceu Dalben.

 

* * *

 

Infelizmente, no deslocamento para uma das comunidades, a comitiva foi abordada por policiais da Rota, todos apontando fuzis, quando um dos policiais alertou para tomar cuidado com eventual troca de tiros, depois de ter questionado para onde iriam e se um dos membros tinha passagem. Foi necessário que o ouvidor das polícias, Cláudio Silva, e a ouvidora nacional dos direitos humanos, Luíza, interviessem para a viatura seguir seu patrulhamento.

Dentre as entidades, estão o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Comissão Arns, a Human Rights Watch, o Instituto Sou da Paz, a Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio, as Mães de Maio, o Instituto Vladimir Herzog e representantes das seguintes instituições: Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, Comissão de Direitos Humanos da OAB São Paulo; e os mandatos dos deputados que estiveram ali presentes - a Monica Seixas, eu próprio, a deputada Ana Perugini e também os representantes da deputada federal Juliana Cardoso, que participaram da ação. Amanhã eu irei aqui registrar um relatório ainda mais completo disto que nós pudemos observar ali nesta visita à Baixada Santista.

Houve publicação na “Folha” de um artigo que considero importante, publicado por Celso Campilongo e Vidal Serrano Nunes Júnior - sendo que o primeiro é diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e o segundo, diretor da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica - sobre a exclusão, na rua, dos excluídos. Publicado em 15 de fevereiro, e eu o considero muito significativo e estou de acordo com o seu conteúdo.

“A recente tentativa de intimidação do padre Júlio Lancellotti veio sob o manto de Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Municipal de São Paulo. Há problemas jurídicos importantes e desdobramentos sociais perigosos na iniciativa.

O fato de vereadores terem retirado assinaturas do requerimento e, provavelmente, de a CPI nem vingar, não subtrai relevância à discussão. O Legislativo goza de poderes de investigação equiparáveis àqueles judiciais.

Instauração, processamento e conclusões de inquérito parlamentar submetem-se ao devido trâmite legal e respeito às garantias. É essa a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Não foi o que se viu, até agora, no caso do intimorato padre.

Não é papel de CPIs constranger os investigados. Apesar de nem terem citado o nome e o fato determinado relacionado ao religioso, entrevistas mostraram que era ele o alvo. CPIs podem investigar particulares, mas, quando o fazem, o respeito à pessoa deve ser redobrado.

Além disso, o poder de investigação está circunscrito ao mister da Casa Legislativa que investiga. Nada disso foi observado. A natureza política de uma CPI não pode acobertar comportamentos arbitrários. Por isso, ela começa a se desfazer antes de instaurada.

Supostamente, a investigação recairia sobre organizações não governamentais que atuam na Cracolândia. É sabido que muitas dessas entidades têm vínculos com a Igreja Católica. Doutrina e prática das paróquias de São Paulo dirigem atenção aos pobres e às pessoas em situação de rua.

Há que se avaliar em que medida, a pretexto de compreender a real situação dos dependentes químicos da região central, a perseguição ao sacerdote não esbarra em ofensa à liberdade religiosa.

Antes da pandemia, a situação no centro já era dramática. Nos últimos dois anos, apesar dos esforços das autoridades, o estado de coisas se agravou. Poucos se engajam como a igreja e o padre Júlio no combate à violência e ao abandono a que ficaram relegadas essas populações. É paradoxal que aqueles que se alinham aos excluídos sejam vítimas de suas ações. Mereceriam apoio, não hostilidade dos políticos.

Processos de inclusão e exclusão social formam unidade de uma diferença. O ambiente em que realizam suas operações não controla, mas afeta resultados e desdobramentos desses processos.

Em contextos marcados pela desigualdade e desconfiança, como ocorre nas ruas de São Paulo, para onde afluem pessoas com problemas familiares, econômicos e de saúde, a exclusão potencializa efeitos "virais". Não ter teto cria obstáculos à empregabilidade, à higiene pessoal e à convivência social: "exclusão viralizada".

Quem, como o padre Júlio Lancellotti, tenta romper círculos de desigualdade e desconfiança, é punido com repugnante exclusão por ousar percorrer a rua dos excluídos! Quando as iniciativas alcançam resultados positivos - "incluem" -, os efeitos não "viralizam" na mesma velocidade da exclusão. Estar incluído na escola ou no mercado de trabalho não significa - pelo acúmulo de desigualdades e temor às estruturas sociais coercitivas - ter cidadania reconhecida.

Padre Júlio é perseguido por ver o que outros fingem não ver - ou, pior, nem sequer se dão conta de que não veem. As duas faculdades de direito que dirigimos ofereceram prêmios ao religioso e contribuições de seus alunos à ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental) 976, que trata dos direitos da população em situação de rua, no STF.”

Assim, Sr. Presidente, eu quero manifestar, mais uma vez, a minha solidariedade ao padre Júlio Lancellotti.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Muito obrigado ao orador, deputado Suplicy, sempre senador.

Dando sequência à lista de oradores inscritos, chamo à tribuna o deputado Conte Lopes para, no tempo regimental, usar o seu direito de fala na tribuna.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, volto a esta tribuna até para rebater algumas colocações do líder do PT, Paulo Fiorilo, e o nosso sempre senador, deputado Suplicy.

Primeiro, quando o deputado Suplicy, com as demais deputadas, vão à Baixada, têm contato com criminosos, ou parentes de criminosos. Eles dão a versão deles. Se eu ouvir os policiais, nós temos as versões dos policiais.

E as vítimas, a mesma coisa. Então é aquilo que nós falamos, vai ter sempre isso. O criminoso, ou parente do criminoso, dizendo que ele nunca fez nada, que ele é inocente, que ele não cometeu crime, e daí para a frente.

Ouvi também a colocação do nobre deputado Paulo Fiorilo sobre a reunião ministerial. Ora, meu Deus do Céu! Se um golpe é dado numa reunião ministerial, gravada, então eu não consigo entender. Porque eu vejo, nobre deputado Paulo Fiorilo, que é professor de História, que o “iter criminis”, o caminho do crime, começa primeiro com a cogitação.

Se eu pensar em matar alguém, se eu pensar em roubar um banco, eu estou cogitando. Até aí, eu posso fazer o que quiser: pensar em matar um presidente, um governador.

Eu me reúno com algumas pessoas, chamam-se atos preparatórios e combino, converso. A ação só vai começar quando você realmente inicia a execução do ato. Então, o que eu vejo por aí, como bacharel em direito...Não sou especialista, é bom colocar aqui, não sou estudioso... Temos aí conversas... Nem sei se tem atos preparatórios, se foi criado alguma coisa nesse sentido, se houve alguma ação.

Então, tudo isso aí precisa ser analisado pela Justiça; não resta a menor dúvida. Agora, o que eu vejo é muita coisa política, nobre deputado Paulo Fiorilo. “O meu grupo é esse, então esse aqui eu protejo de toda forma. O outro, que é adversário, é outra coisa.”

Uma reunião na Paulista: qual é o problema? Vossas Excelências estavam reunidos na Casa de Portugal na semana passada, apresentando a ex-prefeita, ex-deputada Marta Suplicy como vice do Boulos. Não foi uma reunião? Vocês não estavam reunidos?

Por que Bolsonaro e o grupo dele não podem se reunir na Av. Paulista? Não pode, é lógico, ter pancadaria, agressões, é evidente que não. Mas eu acredito que seja uma reunião, que não tem nada a ver uma coisa com a outra. Não tem crime nenhum, é uma reunião política.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Deputado, o senhor me concede um aparte?

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Várias vezes eu comentei nesta Casa, mesmo na campanha política, e V. Exa. é testemunha disso, quando se falava: “Ah, porque o Exército, as Forças Armadas...” Quantas vezes eu falei aqui desta tribuna: “Está na hora de pôr o exército nas ruas: o exército de eleitores”.

Nobre deputado Paulo Fiorilo, eu falei isso várias vezes. Tem que buscar voto. Não adianta ficar falando que a periferia em São Paulo é toda PT. O grupo nosso mesmo fala: “Não, não adianta, periferia de São Paulo só tem PT.”

Como só tem PT? Quando eu me candidatei a vereador com V. Exa., o João Doria foi ganhar a eleição do Haddad no primeiro turno. Cadê todo o PT e todo o PSOL na periferia? Agora, nobre deputado Paulo Fiorilo, se não fizer campanha, como eu pedi para fazer, não resta a menor dúvida de que não dá certo mesmo.

Só para dar um aparte a V. Exa.: o coronel Mello Araújo, quando comandava a Rota - é importante colocar que o militar, ele não é um palestrante - fazem uma pergunta, ele vai lá e responde.

É diferente patrulhar realmente a periferia do que patrulhar Pinheiros ou Ibirapuera. Lógico que é. Não é pela pessoa que mora lá, é pelo estilo de policiamento. Como naquele local em que o policial foi morto.

O policial não conhece, nunca trabalhou ali, e tomou um tiro naquele lugar. Então, a diferença é essa, não é a pessoa que mora. É realmente o local, que é totalmente diferente; entrar em uma comunidade escura, cheia de barracos, é diferente do que perseguir bandido no Morumbi. Então, acredito que tenha sido essa a colocação do coronel Mello Araújo.

Nobre deputado, V. Exa. tem a palavra.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu gostaria de dialogar com o senhor, até pelo respeito que tenho. No primeiro diálogo, eu queria entender a comparação que o senhor fez.

Não, vamos começar do golpe. Repare: o senhor disse que se estiverem arquitetando um golpe, é preciso que ele se concretize para que haja o crime. Repare bem: como é possível, depois do golpe, ter a apuração? Porque é assim, deu o golpe, acabou. O Estado de Direito não existe mais, ele foi golpeado. Então, eu fico em dúvida, porque vamos esperar ter o golpe para dizer: “Teve o golpe, agora vamos agir”? Com que força, se o Estado foi tomado de assalto?

E a segunda questão, o senhor já responde. Eu gostei muito da analogia. O senhor, quando foi vereador, foi da base de governo da prefeita Marta, não foi? Comigo? Ah, acho que não era.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Do Haddad.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Do Haddad, da Marta, não. Mas repare só a analogia: o senhor está comparando um evento chamado na Paulista para se explicar sobre o golpe e a filiação da prefeita Marta ao PT.

Eu queria que o senhor pudesse me ajudar, porque estou com dificuldades. Talvez o carnaval tenha abalado a minha consciência, mas o que tem uma coisa a ver com a outra?

Um encontro democrático para discutir a filiação de uma pessoa a um partido, com um encontro para dizer: “Olha, não estávamos organizando golpe nenhum, hein? Nós estávamos falando de outra coisa”? Me explica, deputado.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência sabe muito bem que não é isso, é uma reunião na Paulista. Parece-me que vai o governador, Tarcísio de Freitas, o prefeito de São Paulo... É uma força política. Nós temos eleições este ano. Então, nada melhor do que reunir o nosso grupo político pensando nas eleições.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Vai discutir eleições?

 

O SR. CONTE LOPES - PL - É lógico. É uma reunião.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Agora eu entendi. Não vai falar do golpe?

 

O SR. CONTE LOPES - PL - É uma reunião política. Ninguém vai lá armado tomar poder nenhum. O que eu falei da reunião é a mesma coisa, quando se comenta dos ministros. Já pensou gravar uma reunião do PT, de V. Exas., e depois falar que aquilo que vocês discutiram, brigaram, xingaram, tal, tal, aquilo tudo é uma verdade?

Não, não é assim. O que tem de concreto? O que eu quero dizer é o seguinte, eu não vi o início de nenhum golpe. Só isso que eu estou colocando. Pode até ter, eu não sei. Se a Federal conseguir.

O que eu vi até agora foi o presidente do meu partido ser preso por porte ilegal de arma, que nem dele era, que foi encontrada na casa dele, e uma pepita de ouro com um homem de 65 anos.

Só isso que eu estou falando. Foi preso, depois foi solto.  Vejo homens que foram presos com 50 milhões nas ruas. Outros que cometeram vários crimes nas ruas, até grandes traficantes. Então, o que eu acho, como eu falei para o nobre deputado e senador Suplicy, que está na hora de a gente ver - Polícia, que estamos discutindo - que Polícia que o povo quer.

Nós passamos de 70, da Revolução de 64, da Ditadura de 64. Para uns é Revolução, para outros Ditadura. Eu já desfilei muito, nobre deputado Paulo Fiorilo, pela Revolução e também pela Ditadura.

Cada um fala de uma coisa. Então, aí que está o problema. Em 70 criaram a Polícia Militar. É hora de mudar alguma coisa nesse sentido aí? Não está lá o Lula na Presidência da República, do PT? Não tem o Congresso Nacional?

Porque não temos uma Polícia em cada estado, e essa polícia combater o crime com o apoio - como V. Exa. falou - do governo federal? Poso dizer também que quando eu estava na Polícia há muito tempo, a Polícia Federal não tinha nada. Era zero a Polícia Federal. Tanto é que o Romeu Tuma foi colocado como delegado da Polícia Federal. Então, nem isso aí tinha. A Rodoviária Federal a mesma coisa, e hoje são instituições muito fortes.

Então, no meu modo de ver, nós temos que criar uma força para poder combater o crime organizado, senão nós vamos perder. Não adianta ganhar a guerra. Não adianta ir lá 20 dias. Não vai resolver o problema. Se não continuar realmente um combate efetivo ao crime organizado, com inteligência, com trabalho...

As câmeras. O que eu falo é o seguinte: as câmeras, elas foram usadas no início para atrapalhar o policial. Esse é o grande problema. O mundo inteiro usa câmera, mas com qual objetivo? De apoio para o policial.

Aqui nós tivemos algumas ocorrências em qual sentido? A Corregedoria da PM pega as câmeras, manda para “Rede Globo de Televisão”, para o “Fantástico, o Show da Vida”, e lá eles provam, em um tiroteio que houve, que o policial não agiu em legítima defesa, ele tapou as câmeras e o bandido morreu.

Então, foi criada uma forma diferente e o policial hoje se sente inseguro com a câmera mesmo. Esse é o grande problema. Mas eu devolvo a palavra a Vossa Excelência.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Só para poder concluir. Duas coisas. Primeiro, o senhor pode ficar tranquilo, porque em reunião do PT ninguém discute golpe. Aliás, as reuniões são abertas, a imprensa participa.

A segunda coisa diz respeito à pauta do ato do Bolsonaro. Se for essa que o senhor está falando, “vamos discutir eleição do Nunes”, também não pode, porque ainda não estamos na eleição.

Então, eu acho que tem que tomar muito cuidado, porque o senhor é policial. Se o senhor encontra alguém com droga, ele é traficante ou não? O senhor vai prender para apurar. O cara está preparando um golpe. O senhor prende ou não para apurar?

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Então, para concluir, o objetivo é óbvio da convocação do presidente Jair Messias Bolsonaro, é que ele vai falar que ele é um cara que não deve nada, que estão arrumando para cabeça dele.

É só isso, que estão quebrando a ordem jurídica para persegui-lo. Já foram ver se ele tomou vacina ou não, ele e a família. Já foram atrás do filho. É isso que ele está falando. Para que isso? Mudou o governo. Tem que tocar o governo atual para frente.

Hoje, o  presidente é o Lula. Para ver a Economia do país, a Segurança do país, cabe tudo ao presidente Lula, isso aí. O Bolsonaro está dizendo o seguinte, que ele não deve nada. Estão pescando em piscina. Querem pegá-lo como se fosse peixe, mas sem piscina, e ele não deve nada. Só essa a colocação dele. Se aprovar alguma coisa contra ele, tudo bem.

Agora, prender uma pessoa honesta é chato também, né? Alguns já foram vítimas dessas prisões. Até Jesus Cristo, coitado, foi preso injustamente, e morto até. Então a gente precisa falar que a Justiça tem que agir legalmente, nobre deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Muito obrigado ao orador.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Com a palavra o líder, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Havendo acordo com os líderes, solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 46 minutos.

 

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