21 DE AGOSTO DE 2023
25ª SESSÃO SOLENE PELOS 100 ANOS DA KOLPING NO BRASIL - COMEMORAÇÃO DOS 100 ANOS DA PRESENÇA DA ASSOCIAÇÃO NO BRASIL
Presidência: ROGÉRIO SANTOS
RESUMO
1 - ROGÉRIO SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - JULIA
Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.
3 - PRESIDENTE ROGÉRIO SANTOS
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, para realizar a "Comemoração dos 100 anos da Kolping Brasil", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida a todos a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro", executado pela seção especial do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Cumprimenta as autoridades presentes. Lê breve currículo da Associação Kolping. Anuncia a apresentação de vídeo institucional da Kolping.
4 - ALEXANDRE PESSOA GARCIA
Padre e assistente eclesiástico, faz pronunciamento.
5 - HERMANN GONÇALVES MARX
Presidente da Associação Católica Kolping, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE ROGÉRIO SANTOS
Pede aplausos para as crianças presentes na solenidade. Lembra que um dos propósitos da associação é a formação dos jovens. Presta homenagem aos voluntários que permitem que a Obra Kolping aconteça. Anuncia apresentação musical de Rafael Cardoso Gonçalves, com a música "Girassol", de Priscila Alcântara. Presta homenagem, com entrega de placa a Sinésio Luiz Antônio, presidente da Kolping Brasil; e a Dirce Beluzzi Avelino, com entrega de flores.
7 - SINÉSIO LUIZ ANTÔNIO
Presidente da Kolping Brasil, faz pronunciamento.
8 - PRESIDENTE ROGÉRIO SANTOS
Anuncia apresentação musical de Rafael Cardoso Gonçalves, com a música "Terra Seca", canção da Fraternidade São João Paulo II. Considera as pessoas e as instituições os meios mais eficazes para o desenvolvimento do país. Destaca o papel destas instituições. Discorre sobre a atuação da Obra Kolping frente ao aumento da violência, drogas, pobreza e fome. Afirma que a entidade tem o propósito de engajar pessoas interessadas em ajudar a resolver os problemas da sociedade. Menciona a quantidade de associações no mundo. Lembra o primeiro centenário no Brasil, com 167 unidades em 18 estados e mais de um milhão de atendimentos. Reconhece a importância da Kolping Brasil e presta homenagem à instituição. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
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- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Rogério Santos.
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A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JULIA - Senhoras e senhores,
bom dia. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo.
Esta sessão solene tem a finalidade de
comemorar os 100 anos da Kolping no Brasil. Comunicamos aos presentes que esta
sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp,
no YouTube.
Convidamos para compor a Mesa Diretora
desta sessão solene o deputado estadual Rogério Santos. (Palmas.) Convidamos
Sinésio Luiz Antônio, presidente da Kolping Brasil. (Palmas.) Convidamos o
padre Alexandre Pessoa Garcia, assistente eclesiástico. (Palmas.) Convidamos o
Dr. Hermann Gonçalves Marx, presidente da Associação Católica Kolping.
(Palmas.)
Para a abertura desta sessão solene,
ouviremos o deputado estadual Rogério Santos.
O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Muito bom dia a
todos. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos
regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Senhoras e senhores aqui presentes,
esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, meu amigo,
deputado André do Prado, atendendo minha solicitação, em comemoração aos 100
anos da Kolping no Brasil.
Convido a todos os presentes para, em
posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela seção
especial do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a
regência do maestro subtenente PM Richard. Ao Hino Nacional.
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- É executado
o Hino Nacional Brasileiro.
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O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Nós queremos
agradecer à seção especial do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São
Paulo, sob a regência do maestro subtenente PM Richard, por essa belíssima
apresentação. Obrigado.
Nós queremos registrar, e agradecer,
aqui a presença de todos vocês, de um modo especial, mas com grande alegria
também o padre Luiz Roberto, nosso amigo padre Berto, tão carinhosamente, a
gente já se conhece há um tempo, é bom tê-lo nesta sessão solene, padre.
Quero cumprimentar aqui também, de modo
mais particular, já foi saudado, o padre Alexandre Pessoa Garcia, que foi
diácono na paróquia onde eu participei, onde eu sempre participei, e hoje
sacerdote, assessor eclesiástico da Obra Kolping no Brasil.
Cumprimentar também o Dr. Sinésio que
está aqui hoje como presidente da Kolping Brasil, e o Hermann, que eu tive o
prazer de conhecê-lo agora, dizer que é uma alegria imensa tê-lo aqui nesta
sessão solene, aqui na Alesp. Sejam todos muito bem-vindos, sintam-se todos
também como parte desta Mesa de trabalhos.
Gostaria de fazer aqui uma introdução à
nossa sessão solene. Neste ano, a Kolping celebra uma data singular em sua
história, cuja primeira semente foi plantada no Brasil no ano de 1923, quando
sua primeira unidade, denominada Associação Católica Kolping, foi fundada em
solo nacional.
Precisamente no dia 22 de junho de 1923
os primeiros membros trouxeram consigo os ideais do beato Adolph Kolping,
fundador de uma associação internacional que já havia se estabelecido na Europa
desde 1849, para que aqui pudessem defendê-los e anunciá-los às pessoas que se
aproximavam, crescendo e consolidando-se como uma organização voltada ao
trabalho social, para atender àquelas que mais precisam.
Para bem celebrar esse evento
histórico, a Kolping Brasil juntamente com a Associação Católica Kolping
realizaram a festa e congresso nacional do centenário, nos dias 21 e 22 de
junho de 2023, no qual eu tive a honra de estar presente prestigiando, na sede
da associação, localizada no Bairro Brooklin, em São Paulo, aqui mesmo no
estado de São Paulo.
Com mais de 300 convidados e a
participação de autoridades públicas, privadas e eclesiásticas, nacionais e
internacionais, membros de consulados, instituições parceiras e convidados
representando as unidades Kolping de todo o País.
O congresso contou com apresentações
artísticas e culturais, homenagens, momentos de recreação, oficiais, dinâmicas,
entre outras atividades voltadas a conhecer, rememorar e celebrar a história da
instituição.
Voltado às questões sociais do Brasil,
o evento foi também uma oportunidade para criação de novas conexões e geração
de intercâmbio, com ampla cobertura de mídia, tornando-se uma oportunidade para
empresas que se identifiquem com a causa da superação da pobreza e o trabalho
social desenvolvido pela Kolping, agregando valor à própria marca.
A Kolping Brasil é uma associação sem
fins lucrativos, que atua na superação da pobreza por meio de formação e
trabalho. Seus programas e projetos visam colaborar com a erradicação da
pobreza em todas as suas formas, no Brasil.
E, atualmente, conta com 167 unidades
presentes em 18 estados, 105 municípios que, só em 2022, realizaram um milhão
de atendimentos em seus projetos sociais, beneficiando mais de 897 mil pessoas
em todo o País.
Focada na causa da superação da pobreza
por meio de formação e trabalho, a Kolping Brasil tem a missão de transformar
as realidades sociais no exercício da cidadania através do desenvolvimento
profissional, ambiental, cultural, religioso e comunitário.
Eu convido a todos para, neste momento,
assistirmos a um vídeo institucional da Kolping Brasil.
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- É exibido o vídeo.
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O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Passamos a
palavra agora ao Sr. Pe. Alexandre Pessoa Garcia, assistente eclesiástico.
O
SR. ALEXANDRE PESSOA GARCIA - Bom dia, a minha
saudação a todos os presentes, aos componentes da Mesa. O agradecimento ao
querido deputado Rogério Santos por nos conceder, à Kolping, esta sessão
solene.
Também, a minha saudação ao amigo Dr.
Sinésio, ao Hermann, que bom vê-lo. Saúdo a todos, uma saudação fraterna e
especial também ao padre Luiz Roberto, meu irmão no ministério sacerdotal: além
de sermos dois padres, somos do clero de Osasco, os dois. Uma alegria poder
estarmos aqui juntos.
A minha saudação a todas as comunidades
Kolping que estão aqui representadas, várias comunidades Kolping; também
Kolping House, que é essa semente inicial do movimento, da obra aqui no Brasil.
Sintam-se todos saudados. Em geral, quando falamos em um lugar que não temos o costume,
pode ser que nós esqueçamos de tantas coisas, mas sintam-se todos incluídos.
Olha, depois do altar, deputado, este é
o lugar mais importante que me foi concedida a palavra. Eu já falei em
instituições de ensino, de idosos, de crianças, em algumas casas legislativas
municipais, de alguns municípios, mas em uma assembleia legislativa é a
primeira vez. Por isso, depois do altar, este é o lugar mais importante que eu
estou usando a palavra.
O que dizer? Ora, ontem, nós estivemos
celebrando aqui no Brasil a solenidade da Assunção de Nossa Senhora, nós
tivemos o Evangelho da Visitação, que é um contínuo, e o canto de Nossa
Senhora, o Magnificat.
E no versículo 48, na primeira parte do
versículo 48, do capítulo I, do Evangelho de Lucas, a Virgem Maria diz assim:
“Ele olhou para a humildade de sua serva”. Eu acredito que, falar na Obra
Kolping, falar de um movimento de uma obra, nós podemos, antes, falar de uma
pessoa. Os movimentos, as ideias, as práticas humanas dependem do gênio
individual - é verdade que na comunidade, mas alguém precisou receber uma
intuição, de ter uma necessidade.
E Adolph Kolping, nós podemos dizer,
teve também fragilidades na vida. Esse é o modo de Deus olhar. Deus olha para a
humildade, para a fragilidade. Também foi o modo de Jesus olhar.
Jesus olhou, na oferta do templo, uma
viuvinha que deu tão pouco, que para o caixa do templo não fez muita diferença,
mas fez muita diferença para o olhar de Jesus e muita diferença para ela.
Adolph Kolping foi alguém que viveu
também em fragilidades, ele certamente quis ser padre desde cedo. É? Mas nós
cantamos no hino que o jovem sapateiro, sacerdote se tornou. Porque antes de
tornar sacerdote, pela fragilidade da família, pela necessidade do seu tempo,
do seu lugar, ele precisou abrir mão do desejo, do sonho, mais do que isso, da
vocação para ser sapateiro. Só depois.
Deus olhou para a fragilidade de Adolph
Kolping também, porque estando no seminário já, antigamente se usava o termo
“vocação tardia” e ele era uma vocação tardia, ele teve um problema de pulmão,
precisou ir para sua casa para tratar, mesmo sendo desejoso de ser padre. Ele
tossia sangue, e, nesse tempo, ele pôde aperfeiçoar o seu latim, ele pôde
aperfeiçoar os seus estudos.
Assim, é verdade que muitas vezes essa
não é a nossa forma de ver as coisas, nós olhamos o ponto forte, nós olhamos
aquilo que se sobressai, a beleza, o ponto forte, o potencial. Em geral,
rejeitamos em nós e no outro a fragilidade. Que nós possamos nos reconciliar
também com as nossas fragilidades.
Muitos problemas que nós temos, até
dentro nós, repousam nas nossas fragilidades: “Eu não gosto dessa minha
característica, as pessoas não gostam de mim por isso, por aquilo. Eu não gosto
desta parte do meu corpo...”.
Reconciliemos com as nossas
fragilidades. Saibamos que o que acontece pode redundar em um bem, porque tudo
contribui para o bem daqueles que acreditam em Deus, daqueles que esperam em
Deus.
Adolph Kolping vive uma época de muitas
mudanças e usando aquele pensamento muito comum, ele não vive só uma época de mudanças,
mas ele vive uma mudança de época. Ele vê, talvez o termo seja meio anacrônico,
mas eu vou usar, ele vê um êxodo rural. Ele vê um crescimento urbano.
E as cidades, crescendo muito, nós,
habitantes na Grande São Paulo, sabemos que as cidades crescendo muito, crescem
também os problemas. E ele vê uma desumanização, uma anomia, um deslocamento
não só físico, mas um deslocamento espiritual, um deslocamento existencial das
famílias e das pessoas.
Por isso, ele também como cristão, como
sacerdote, olha para a fragilidade do seu tempo. E a Kolping deve sempre, o
movimento no Brasil, o movimento no estado de São Paulo, o movimento no mundo,
deve procurar sempre ser fiel ao espírito.
Nós gostamos da palavra, o Rogério como
o fundador de uma comunidade sabe disso, o carisma. Carisma é graça, daí vem a
palavra “graça”, daí vem a palavra “charme”, o charme da Kolping, o carisma da
Kolping, a graça da Kolping vai consistir em olhar a fragilidade. Este é o
olhar de Deus, este é o olhar da Virgem Maria, este é o olhar de Jesus
continuamente. Este desse ser o olhar do movimento Kolping.
Assim, que nós celebremos agradecidos,
nesta Casa de representantes do povo, da sociedade, eleitos democraticamente. E
nós podemos olhar agradecidos para o carisma, para a graça, para o charme de
Adolph Kolping.
Vida longa ao olhar para as
fragilidades. E eu reitero o que eu já disse: reconciliemo-nos com as nossas
fragilidades. Nós não somos chamados a ser uma potência humana, nós somos
chamados à olhar para as nossas fragilidades com o olhar de misericórdia, e
olhar para a fragilidade das pessoas também com o olhar de misericórdia.
A palavra misericórdia tem pelo menos
duas palavrinhas dentro dela: miséria e coração. Em geral, à miséria nossa e à
miséria alheia, nós viramos as costas. O cristão, o católico, o kolpinista é
chamado a juntar a miséria e o coração.
Peçamos a Deus a graça de sempre
podermos, quando depararmos com a miséria de alguém, apresentar o coração. Este
é um carisma cristão. Este é um carisma da Kolping.
Vida longa à misericórdia, vida longa
ao olhar de fato cordial para a fragilidade. Vida longa ao carisma de Adolph
Kolping.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Parabéns, padre
Alexandre, belas palavras. Nossa gratidão. Passamos agora a palavra ao Sr.
Hermann Gonçalves Marx, presidente da Associação Católica Kolping. (Palmas.)
O
SR. HERMANN GONÇALVES MARX - Bom dia a todos.
Primeiramente, eu queria agradecer aos deputados e às deputadas desta Casa,
eleitos democraticamente, como disse o padre, para representar todos nós; e, em
especial, ao deputado Rogério, que permitiu e nos deu esta oportunidade, então,
de estar comemorando, de estar falando um pouco sobre Adolph Kolping.
Senhoras e senhores, crianças, que são
várias aqui, eu vou falar um pouquinho sobre a história de Kolping, mas antes
eu quero fazer um preâmbulo, quero fazer uma introdução.
A história do Brasil apresenta, desde o
seu início, pelo menos desde o seu início como Brasil separado de Portugal, uma
sociedade bastante dependente e dependente do Estado. Estado esse que teria o
poder, e que tem o poder, de atender a todos os direitos legítimos dos
cidadãos.
Só que essa dependência exigia muito
mais do que a mera proteção, ou seja, o Estado deveria funcionar, e ainda se
exige isso, como pai, como mãe da sociedade. Como consequência disso, a gente
tem, até hoje, uma população extremamente demandante, uma população que sempre
pede as coisas.
E isso causa, de uma certa maneira, por
incrível que pareça, a palavra parece um pouco forte, mas causa uma certa
infantilidade na nossa sociedade. Infantilidade no sentido de que, como pai e
mãe, precisa estar sempre protegendo a sociedade, sempre dizendo “faça isso,
faça aquilo” ou até fazendo pela sociedade.
Deveres, os deveres nossos, como
cidadãos, de fazer ou de não fazer, deveriam nos tornar responsáveis por nós
mesmos, deveriam possibilitar que cada um se tornasse suficiente, como disse o
padre Alexandre, superando as suas fragilidades.
Aí vem, fiz esse preâmbulo, vou falar
agora de padre Kolping. O padre Kolping, agora beato Kolping, viveu em um
período na Alemanha de industrialização. Isso começou na Inglaterra, depois
passou logo para o resto da Europa, em especial, para a Alemanha.
E o que que acontecia naquela época? A
maior parte da população da Alemanha vivia no campo, e a industrialização era
nas cidades. Então, começou haver uma grande migração do campo para a cidade.
Ora, esse pessoal que saia do campo era
um pessoal, entre aspas, “bronco”, ou seja, eles não tinham cultura, não tinha
a sociabilidade, não tinham educação formal suficientes para atender a esse
movimento de industrialização.
Padre Kolping percebeu isso e ele
começou então a atrair esses jovens e dar suporte aos jovens para que eles se
desenvolvessem. Não como pai, como mãe, mas como alguém que, como pai e como
mãe querem que o filho cresça.
Essa era a intenção de padre Kolping,
ele não queria ter os filhos eternamente dependentes dele, ele queria que os
filhos crescessem, que se tornassem adultos. E esses eram os jovens, entre
aspas, “filhos” de padre Kolping. Então essa foi a intenção, padre Kolping
estava à frente do seu tempo, ele percebeu isso logo.
Então, ele idealizou na Alemanha, nesse
tempo, um processo de transformação, que eu chamo de transformação positiva.
Não é só dar recurso financeiro, é dar, como eu disse, educação para o
desenvolvimento, para a formação humana.
Formação essa que se compõe: educação
formal, educação religiosa, educação esportiva, socialização e lazer. O padre
Kolping também queria que a sociedade tivesse lazer, coisa que a gente, hoje em
dia, muito se limita, nessa atribulação de cidade grande.
Então, o que o padre Kolping fez? Ele
chamou esses jovens para a cidade e deu esse apoio. Ninguém precisa repetir
para vocês como é que está a Alemanha hoje, né? Em termos de desenvolvimento
social e tal. Parte, provavelmente, foi devido ao padre Kolping também, não
exclusivamente, mas também.
Bem, alemães e suíços, principalmente
essas duas origens, mas também os austríacos que vieram para o Brasil e que
conheciam ou até que pertenciam à Obra Kolping na sua origem, perceberam que o
Brasil naquela época tinha as mesmas dificuldades que tinham os alemães na
época de padre Kolping.
Percebendo isso, então eles decidiram
criar uma associação aqui no Brasil, que começou no Mosteiro de São Bento,
depois logo passou para uma área ali, vizinha ao Rio Pinheiros, aqui em São
Paulo.
E, finalmente, depois de algum tempo,
se transferiu para a sede atual, no Campo Belo, aqui na região de Santo Amaro,
para quem não é de São Paulo, onde então começou a se desenvolver e, não só
como entidade que promovia isso que eu acabei de falar, que eram os ideais do
padre Kolping, mas também promoviam e continuavam a fomentar a cultura alemã,
que nós, até hoje, fazemos questão de ter na Associação Católica Kolping.
Essa Associação, que eu tenho o
privilégio de presidir há dez anos, foi e para alguns ainda é chamada de Clube
Alemão. Por quê? Porque foi fundada por gente que vinha de países de língua
alemã e as reuniões, inclusive, eram em alemão, as reuniões de diretoria,
porque todos que participavam da diretoria naquela época eram alemães.
Hoje, a realidade é outra. Hoje a gente
tem todas as origens, nós temos todos os associados, de todas as origens
possíveis, japoneses, alemães, africanos, não importa. O que importa é o
espírito Kolping. O que importa é esse doar, é esse olhar as fragilidades e
tentar superá-las, sejam quais forem essas fragilidades.
Depois de 50 anos da nossa existência
como associação, os associados da associação decidiram criar a Obra Kolping,
que como um filho bem criado, se tornou muito maior que a própria associação e
está espalhado hoje no Brasil, e em todo o mundo.
E houve uma reunião aqui no Brasil, da
Kolping Internacional, que considerou a Associação Católica Kolping naquela
época como a entidade mãe da divulgação e da expansão internacional da Obra
Kolping pelo entusiasmo, pela forma como foi criada a Obra Kolping no Brasil,
ok?
Bom, vou voltar ao preâmbulo, vou
voltar ao início. O que a gente vê hoje no Brasil? Provavelmente, diria quase
com certeza, as mesmas fragilidades, as mesmas dificuldades que existiam na
época de Kolping lá na Alemanha, que existiam na época que os imigrantes
fundaram, aqui no Brasil, a Associação Católica Kolping, talvez com uma nova
roupagem, talvez com um novo quadro em volta, eu diria, por exemplo, um quadro
da informática. Ou seja, a nossa população ainda está extremamente, em grande
parte, claro que a gente está sempre melhorando, mas em grande parte ainda é fragilizada.
Por exemplo, fragilizada no
entendimento da informática, que hoje predomina em todos os ambientes de
trabalho. Ainda fragilizada na sua espiritualidade, e aí novamente, a
participação de nós, do Kolping, é importante. Fragilizada financeiramente, a
gente vê quantas famílias ainda dependem da assistência do Estado.
E isso marca, novamente, a importância
do trabalho de Kolping, que procura desenvolver a pessoa, desenvolver o ser
humano para que ele possa responder às suas próprias fragilidades.
Eu torço para que, daqui a 100 anos, eu
não estarei, obviamente, mais aqui, né, mas que o meu sucessor possa dizer
outras palavras que não “poxa, continuamos com grandes fragilidades”.
Depende de nós, da Obra Kolping,
depende de nós, da Associação Católica Kolping, tentar promover cada vez mais
esse ser humano que é capaz. Precisa ser dada a oportunidade a esse ser humano
para que ele próprio consiga se desenvolver. Mas precisa de entusiasmo para
isso. Legal?
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Agradecemos as
palavras do Sr. Hermann Gonçalves Marx, presidente da Associação Católica
Kolping.
Sabe, padre, eu estou olhando aqui,
antes de dar sequência, eu estou vendo um número muito bonito de crianças aqui.
Eu queria que as crianças ficassem em pé por um momento, por favor.
Adolescentes e a juventude que está ali. Olha só. Eu queria que a gente pudesse
aplaudir a presença deles aqui. (Palmas.)
Porque, antes que se sentem, eu tenho
certeza disso, o sentido de tudo que a Obra Kolping faz passa exatamente pela
formação desse grupo de pessoas, que aqui representam tantos outros, das
crianças, dos adolescentes, dos jovens, que na verdade é o investimento tão
necessário para o nosso tempo. E feito por pessoas que, tendo já uma
experiência de vida, não se escondem, não se tornam omissas, mas se colocam a
serviço de vocês.
Então, a gente vê aqui o pessoal mais
da melhor idade, como pessoas que se comprometeram, que, na verdade, lá na base
é quem realiza tudo isso. Então, agora eu queria pedir exatamente o inverso:
que as crianças, os adolescentes e os jovens aplaudissem todos esses que são
voluntários, que se entregam, que se empenham para que a Obra Kolping aconteça.
(Palmas.) Obrigado, podem se sentar.
Nós, neste momento, ouviremos a
apresentação de uma música, pelo Sr. Rafael Cardoso Gonçalves, que cantará
“Girassol”, de Priscila Alcântara.
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- É feita a apresentação musical.
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O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Belíssima
mensagem. Obrigado, Rafael.
Dando continuidade a esta solenidade,
homenagearemos agora os 100 da Kolping no Brasil. Queremos entregar uma placa
como homenagem aqui da Alesp e também do nosso mandato ao Sr. Sinésio Luiz
Antônio, presidente da Kolping Brasil; convido-o para a gente ir aqui à frente,
passar a suas mãos.
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- É entregue a homenagem.
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O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Queria
aproveitar também, estando aqui embaixo, e já trazer aqui à frente a Sra. Dirce
Bellucci Avelino, que também receberá uma homenagem nossa.
E, quebrando um pouco o protocolo e de
surpresa, eu queria convidar uma assessora que é muito querida aqui nesta Casa
e que agora está trabalhando comigo para me acompanhar nesta entrega, a
Cidinha, a Maria Aparecida, que venha aqui à frente também. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a homenagem.
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O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Quero convidar
agora, para fazer o uso da palavra, também o homenageado deste dia,
representando a Kolping no Brasil, o senhor, meu amigo Dr. Sinésio Luiz
Antônio. (Palmas.)
O
SR. SINÉSIO LUIZ ANTÔNIO - Bom dia a todos, sejam
todos bem-vindos a esta solenidade.
Eu inicio cumprimentando os componentes
da Mesa, uma pessoa, o deputado Rogério Santos, que nos recebe nesta manhã
aqui: muito obrigado pela deferência. Estamos honrados em compartilhar contigo
esta manhã e este momento tão especial para a Kolping no Brasil.
Cumprimento as mulheres que se fazem
presentes neste evento tão importante; cumprimento a pessoa da minha esposa,
Regiane. Beijo. (Palmas) Muito bom.
Falar de Kolping, para mim, é sempre
uma emoção... Mas vou terminar os cumprimentos: cumprimento os colaboradores da
Kolping Brasil, que, com uma pequena equipe, fazem um grande trabalho neste
País que precisa de tanta gente, de tanto trabalho, de tanto esforço, neste
País transversal, com tantas dificuldades. Parabéns a vocês, sejam bem-vindos.
Obrigado pela presença.
Agradeço ao presidente desta Casa de
Leis, o deputado André do Prado, por ter nos permitido participar deste momento
tão importante para a Kolping no Brasil, quiçá, no mundo, dada a importância da
Kolping Brasil no universo Kolping em 62 países do mundo.
Cumprimento os associados Kolping,
vocês são a essência do movimento, é para vocês que a Kolping existe, que a
Kolping trabalha e são vocês que fazem a Kolping. Nós somos meros
facilitadores, nós, diretores, somos meros facilitadores.
Cumprimento a autoridade eclesiástica
da pessoa do padre Alexandre Pessoa Garcia e da pessoa do padre Roberto, nossos
parceiros de toda hora, nossos assistentes eclesiásticos, pessoas que estão ao
nosso lado para o que der e vier. São as pessoas que nos levam a palavra e nos
auxiliam no trabalho.
Cumprimento meu grande amigo Hermann,
presidente da Kolping House, a nossa primeira Kolping no Brasil, a nossa
semente, onde a semente foi lançada, germinou, rendeu bons frutos e nos trouxe
aqui hoje. Parabéns, Hermann, pelo seu trabalho.
Deixo aqui um grande abraço a todos
aqueles que o precederam naquela Associação Alemã, naquela Casa Kolping,
independentemente de como as pessoas chamem a Kolping, nós vemos naquelas
pessoas a vida Kolping em abundância, o carisma da Kolping acontecendo. Meus
parabéns, muito obrigado.
Falar de Kolping é falar de desafio. O
padre Kolping, como o padre Alexandre muito bem colocou, o Hermann colocou, o
padre Kolping aceitou um desafio de sua época. Ele é um sacerdote, uma pessoa
vendo as necessidades da jovem Alemanha ou da Alemanha naquele momento.
Ele saiu da sua zona de conforto, saiu
do comodismo de ser um sacerdote que poderia estar ali, com muito trabalho,
claro, sacerdote trabalha muito atendendo as pessoas, atendendo todas as
demandas que um sacerdote realiza no seu dia a dia, mas o padre Kolping foi além,
ele entendeu que, além da palavra, além do conforto espiritual, ele deveria
trabalhar para os problemas, para as patologias, para sanar as patologias da
sociedade, que eram muitas, naquela época.
Revolução industrial, um cenário
efervescente no mundo. Como o mundo seria a partir dali? Era uma grande
incógnita. Mas o padre Kolping não ficou pensando como vai ser, ele falou “eu
vou tentar transformar, eu vou participar deste momento de transformação” e
participou de forma muito efetiva.
O padre Kolping saiu da sua zona de
conforto, junto com um grupo de sete aprendizes, criou, ingressou em uma
associação que já existia, na verdade, ingressou em uma associação de
aprendizes e deu corpo àquela associação.
Quando, na sua morte, me corrijam, têm
pessoas aqui que conhecem mais Kolping que eu, quando no seu falecimento, três
ou quatro anos depois de ter começado a Kolping, já existiam 400 oficinas de
sapateiro na Europa, porque o padre Kolping era sapateiro na sua infância, o
que o padre Kolping fez? Eu vou usar daquilo que eu tenho, dos talentos, dos
dons que Deus me deu, para que eu possa transformar a sociedade. E o padre
Kolping, como sapateiro, ensinou alguns jovens e começou o trabalho.
E estamos nós aqui hoje, enfrentando as
patologias da sociedade da nossa época. As dificuldades da sociedade da nossa
época, que não são poucas. Nós sabemos que, apesar de todo o aparato estatal
existente para atender o cidadão, que busca a todo tempo atender as demandas,
os problemas da sociedade, nós sabemos que o Estado ainda não alcança todos os
cantos onde ele precisaria estar presente. Aí surge a necessidade de entidades
como a nossa.
A Kolping, eu tenho viajado o País,
busca e trabalha nos rincões do País onde as pessoas, se não fosse um movimento
como o nosso, seriam pessoas invisíveis, passariam batido às vistas do Estado.
Mas não passam, porque a Kolping vai,
identifica os problemas nos diversos estados do País. Nós estamos em 18
estados, somos 167 comunidades atuando no combate à pobreza e na erradicação da
fome. A pobreza se combate e a fome, busca-se acabar com esse mal que ainda
assola o Brasil. E a Kolping trabalha nesse sentido.
Nós temos o carisma. Nosso carisma qual
é? Crer com as mãos. O verdadeiro kolpinista não se contenta, ele não se
conforma em ver uma situação de pobreza, e não é só pobreza física, não.
Não é só pobreza do pão, da falta do
pão, da falta do alimento, também a pobreza espiritual, a pobreza psicológica.
Todas as formas de pobreza, nós trabalhamos para combater.
Tanto é que nós temos trabalho com
crianças, com adolescentes, com idosos. Temos trabalhos em comunidades que
demandam muita assistência social e promoção social. E temos trabalhos em
comunidades que demandam outros projetos, o desenvolvimento de outros talentos,
porque já não precisam tanto daquela assistência ou da promoção social para
levar o sustento à sua mesa.
Então, Kolping no Brasil é uma
associação transversal. Nós buscamos trabalhar com toda a sociedade, sem
qualquer diferença, mas com um plus: olhando sempre para o menos favorecido.
Olhar de misericórdia, padre Alexandre.
A Kolping é misericordiosa. Nós
procuramos ser misericordiosos, com todos os problemas que temos, nós somos
humanos, somos falíveis, todas as dificuldades que nos norteiam, nos atingem,
nós procuramos ser misericordiosos.
A Kolping tem trabalhado muito, tem
levado vários projetos à... Eu estive agora, semana passada, junto com o padre
Alexandre em Santa Catarina, visitamos um projeto maravilhoso, participamos de
um evento.
Estive no Nordeste, e assim tem sido.
Nós procuramos levar o carisma da Kolping e a misericórdia da Kolping aos
vários cantos deste País. E hoje estamos aqui para festejar, em continuação aos
festejos de 100 anos da Kolping no Brasil.
Nós podemos falar, eu conheço a Kolping
desde criança, desde muito menino, então eu posso dizer que eu vi a Kolping
transformar a vida de muita gente. E para melhor. Vi a Kolping transformar a
vida de mulheres, de crianças, de adolescentes, mas o que nós fizemos é de suma
importância, como referência, para o que nós ainda temos que fazer.
Eu não tenho dúvida que a Kolping, até
hoje, foi muito importante no cenário da promoção social, da assistência social
no Brasil, mas nós temos um papel fundamental e grande a ser desenvolvido
ainda, porque é o que eu costumo dizer: a nossa instituição é quase
ducentenária e o que nos trouxe até aqui não foi, certamente, só os projetos
que nós desenvolvemos. A Kolping tem um tripé, que é a pessoa de Jesus Cristo,
o seu fundador e a doutrina social da igreja.
Se nós existimos e somos uma entidade
sustentável, forte, que continua aceitando desafios, encarando e superando os
desafios, é porque Deus tem nos ajudado, porque o beato tem intercedido.
E porque a doutrina social da igreja é
o nosso livro de cabeceira, é por ali que nós trabalhamos, e ouvindo os nossos
pastores e lendo e interpretando os documentos da igreja é que nós estamos
conseguindo encarar e resolver os nossos desafios e dar ao hipossuficiente,
àquela pessoa que precisa da nossa intervenção, o melhor resultado.
Porque uma coisa eu vou fazer. Não, na
Kolping nós fazemos sempre o melhor, com muita responsabilidade, com muita fé
que a Divina Providência sempre estará ali para nos ajudar. Tudo tem dado
certo, graças ao bom Deus.
É claro que existem desafios, existem
problemas como em toda associação grande como a nossa, nós estamos em 18
estados, 176 unidades, mas eu posso, copiando o padre Alexandre aqui, dizer que
o kolpinista, padre Alexandre, é muito misericordioso, mesmo dentro das nossas
diferenças, nós temos ali as nossas... Nós convergimos e, principalmente,
principalmente no trabalho, o kolpinista é trabalhador.
Então, nesse sentido, não vou me
estender, senão eu vou falando aqui, eu sou advogado, vocês sabem, não é? Nós
vamos entrando em um assunto, no outro, em um assunto, no outro...
Mas, para finalizar, eu quero
parabenizar a Kolping House pelos 100 anos de presença no Brasil, dizer que
vocês, olhando a sua comunidade, Hermann, a Comunidade Católica do Brooklin,
nos anima a fazer cada dia uma Kolping mais vigorosa, mais forte, porque há 100
anos como vocês chegaram, é porque muita gente que passou por ali trabalhou
duro e deu o resultado que, o próprio Cristo, que é quem nutre esta entidade,
esperava e deu as ferramentas para que vocês fizessem.
Então vamos pedir a Deus que ele
continue nos abençoando, continue nos dando força, que a Divina Providência
continue nos socorrendo e que nós, daqui alguns anos, nos encontremos, daqui
alguns anos não, daqui alguns meses, em novembro nós vamos nos encontrar para
comemorar os 50 anos da Federação Kolping, dia 18 de novembro.
Nós estamos já conversando com a Santa
Rita para que a nossa comemoração seja lá, na Santa Rita de Cássia, em
Carapicuíba, onde há um trabalho Kolping bonito, como em todas as comunidades
aqui.
Inclusive, para finalizar, vamos ver as
comunidades que estão aqui conosco? Nós ainda não percebemos quem está conosco,
não é? Então eu vou pedir para que as comunidades, me permita deputado.
O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Pois não, fique
à vontade.
O
SR. SINÉSIO LUIZ ANTÔNIO - Essa liberdade aqui de
ter um diálogo direto com as comunidades.
O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Sim, claro.
O
SR. SINÉSIO LUIZ ANTÔNIO - Comunidade Kolping de
Suzano, está aí? Levanta. Oh, Suzano. (Palmas.) Comunidade Kolping Santa Rita
de Cássia - Carapicuíba? Oi. (Palmas.) Comunidade Kolping São Lucas, de
Carapicuíba. (Palmas.) Comunidade Imaculada, ali de São Paulo, na divisinha de
Osasco. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Muito bom.
O
SR. SINÉSIO LUIZ ANTÔNIO - Comunidade Kolping
House, aqui do Brooklin. Opa, por favor. (Palmas.) Membro da Diretoria da Obra
Kolping do Brasil, Dirce Bellucci. Obrigado, Dirce, um beijo. (Palmas.)
Comunidade Kolping São José, de Osasco. (Palmas.) Os colaboradores da Kolping
no Brasil, do escritório nacional, por favor. (Palmas.) Comunidade Kolping da
Aldeia de Carapicuíba. (Palmas.)
Tem alguma comunidade que eu não tenha
chamado? Acho que chamei todas as nossas irmãs, todas as nossas comunidades.
Então isso é a Kolping, gente. Vocês
fazem a Kolping, não tenham dúvida que o associado, a Kolping acontece na base,
a Kolping acontece nas comunidades. Saibam que vocês têm todo o nosso respeito
e estamos a disposição para o trabalho. Ser kolpinista é estar com as mãos estendidas
e crer com as mãos.
Então encerro minhas palavras dizendo
que: vamos crer com a mãos, juntos, formar uma grande aliança, para atender
cada dia melhor aquela pessoa que precisa de nós lá na ponta, aquele
hipossuficiente que precisa da nossa intervenção para melhorar a sua vida,
melhorar a vida da sua família, até porque nossos cinco lemas, nós temos que
exercitar. Eu anotei aqui, porque às vezes falta algum.
Religião... o Éder que explica bem
isso, não é Éder? O Éder que fala: “o religioso será um bom pai de família”,
ele explica melhor do que eu, mas eu vou ter uma liberdade aqui de te copiar,
Éder.
O religioso será um bom pai de família.
Um bom pai de família será um bom trabalhador, um bom trabalhador... Boas
famílias, com bons trabalhadores, com religião, formarão uma boa sociedade. E
essa boa sociedade tem que ter um momento de lazer, de recreação. Então quais
são os cinco lemas da Kolping: religião, família, trabalho, recreação e
sociedade.
Nós temos que sempre olhar para esses
cinco lemas e saber que nós temos que ser cada dia melhores, para influenciar a
sociedade, para que ela de fato consiga fornecer àqueles hipossuficientes ou às
pessoas que ainda demandam de alguma promoção ao acesso social o melhor
possível.
Agradeço ao deputado, agradeço a esta
Casa de Leis, agradeço aos colaboradores também desta Assembleia Legislativa de
São Paulo que estão aqui conosco nesta manhã.
Muito obrigado a todos os seus
colaboradores, deputado, seus assessores e aos colaboradores desta Casa.
Muito obrigado a todos, fiquem com
Deus, que Deus os abençoe. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Muito bem,
agradecemos então essas palavras tão belas e tão precisas do presidente.
Antes de encerrarmos, eu quero convidar
mais uma vez para ouvirmos a apresentação de mais uma canção do Rafael Cardoso
Gonçalves, que vai cantar a música “Terra Seca”, uma canção da Fraternidade São
João Paulo II.
*
* *
- É feita a apresentação musical.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ROGÉRIO SANTOS - MDB - Nós agradecemos
ao Rafael Cardoso Gonçalves por abrilhantar, certamente, esta solenidade também
com o seu dom, com o seu talento. Acho que a gente pode aplaudi-lo mais uma
vez. Foi muito bom, muito bonito. (Palmas.)
Nós temos aqui também alguns
cumprimentos e justificativas de ausência, que talvez eu deveria ter feito lá
no início, mas eu não quero encerrar esta solenidade sem antes fazê-lo.
Nós temos aqui uma justificava de
ausência e os cumprimentos do secretário de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo, Antonio Julio Junqueira de Queiroz, que agradece o honroso
convite para participar da sessão solene em comemoração aos 100 anos da Kolping
no Brasil, acontecendo nesta data, aqui no Plenário Presidente Juscelino
Kubitschek, na Alesp.
Por motivo de compromissos assumidos
anteriormente, o secretário não pôde comparecer, mas envia as suas
congratulações e reitera votos de estima e sucesso ao evento.
Também recebemos um comunicado:
“Prezados, boa tarde, em razão de compromissos previamente assumidos, a Sra.
Berenice Maria Giannella, presidente do Conselho Deliberativo do Fundo Social
de São Paulo, não poderá estar presente neste evento, mas agradece a honra do
convite e deseja também sucesso ao evento”.
E temos aqui também uma justificativa
do governador do estado de São Paulo, que a sua assessoria diz: “em nome do Sr.
Tarcísio de Freitas, governador do estado de São Paulo, venho agradecer ao
honroso convite para a sua participação na sessão solene em comemoração dos 100
anos da Kolping no Brasil e informá-los da inviabilidade de sua presença, em
razão de compromissos anteriormente assumidos.
Na oportunidade, peço que transmita, em
seu nome, cumprimentos e votos de sucesso ao evento. Respeitosamente, a
assessoria do governador Tarcísio de Freitas”.
Antes de concluir esta sessão, eu
gostaria de fazer algumas considerações também, da minha parte. Eu preparei
algumas palavras, não serão tão profundas quanto aqueles que já se
pronunciaram, mas, em nome desta Casa, eu gostaria de fazer um breve
pronunciamento.
Prezado Sr. Presidente da Associação
Kolping Brasil, Dr. Sinésio Luiz Antônio, também o Sr. Hermann Gonçalves Marx,
presidente da Associação Católica Kolping, o nosso querido reverendo, padre
Alexandre Pessoa Garcia, assistente eclesiástico da Kolping Brasil.
Quero cumprimentar aqui também o padre
Luiz Roberto, que é o vice assistente da Kolping no Brasil, em nome também aqui
de duas pessoas que ajudaram a fazer este evento acontecer, que nos aproximou e
ajudou a coordenar, o Éder, que está correndo para lá e para cá para tirar
algumas fotos, fazer alguns vídeos; e o Felipe Oliva, que é de Osasco também. E
eu quero cumprimentar todos os colaboradores, todos aqueles que, de alguma
maneira, fazem a Kolping acontecer, além de todos os presentes.
Uma nação é constituída basicamente por
dois elementos fundamentais, as pessoas e as instituições. Essas duas
realidades estão intimamente associadas e são como que o meio mais eficaz para
o desenvolvimento humano, social e até mesmo estrutural de um país.
Talvez nem todos tenham se dado conta,
mas a vida humana nasce, se desenvolve e se realiza plenamente por meio e
dentro de instituições. Nós nascemos naquela que é a principal instituição, que
é a família; depois nós provavelmente, a não ser aqueles que nasceram em suas
casas, nascem dentro de um hospital, que é outra instituição; vão se
desenvolvendo dentro de escolas, que são instituições, ou, mais tarde, em
universidades, que são instituições, ou com apoio de algumas outras
organizações, como, por exemplo, esta instituição, a Kolping.
E até, padre, na hora que a gente
morre, a gente vai para uma instituição, que é o cemitério, ou seja, do início
ao fim nós estamos, a vida acontece, se desenvolve dentro instituições.
Especialmente, aqui representado também
na figura dos padres, a igreja, que dá o seu suporte, a sua orientação e o seu
direcionamento para a vida humana e neste caso até para além desta terra, para
além desta vida, em vistas da eternidade.
Quando as instituições vão bem, ou
seja, quando elas cumprem o papel para o qual foram criadas, elas são
verdadeiras potências para promover o bem da pessoa humana e levar a paz para
as relações sociais. Quando, ao contrário, elas não funcionam ou funcionam de
modo ineficiente, deixam de cumprir o seu papel e o resultado passa a ser a
desordem e a infelicidade do ser humano.
Quando assistimos, em nosso País, ao
aumento da violência, da drogadição, a exploração sexual de crianças e
adolescentes, a pobreza e a fome, dentre tantas outras tristezas que lamentamos
ter em nosso País, fica-nos um questionamento: o que está acontecendo com o
nosso País?
Diante dessa difícil realidade, o
caminho mais fácil certamente seria perguntarmos de quem é a culpa, e cada um
aqui daria uma resposta diferente a essa pergunta, o que não resolveria o
problema.
O que esta solenidade de hoje nos dá a
chance de refletir, a partir do testemunho do beato Adolph Kolping, não é de
tentarmos responder à pergunta que se busca por culpados, mas de fazermos outra
pergunta. Diante dos problemas do nosso País, da nossa sociedade, a melhor
pergunta a ser feita é: e o que eu posso fazer diante disso?
A Obra Kolping é uma realidade
concreta, iniciada por alguém que, encontrando-se diante da miséria dos
trabalhadores de seu país por causa da mudança social, da industrialização, não
optou por entrar no debate que procurava por culpados, mas propôs um tipo de
associação que poderia engajar pessoas interessadas em ajudar na solução dos
problemas.
O padre Adolph Kolping iniciou sua obra
no dia seis de maio de 1849, em Colônia, na Alemanha, com um pequeno grupo de
jovens, denominado Associação dos Artífices, que viria a ser a semente que leva
hoje o nome da Obra Kolping. Apenas 15 anos depois daquele início, já havia 418
associações em sete países da Europa, com um total, naquele momento, de 24.600
pessoas associadas.
A primeira comunidade Kolping chegou ao
Brasil em junho de 1923, aqui em São Paulo, com a missão de transformar as
realidades sociais, no exercício da cidadania através do desenvolvimento
profissional, ambiental, cultural, religioso e comunitário. Movidos pela causa
da superação da pobreza e com uma visão clara de construir uma sociedade
evangelizada e justa, em que todos tenham oportunidade de autorrealização e uma
vida digna, a Kolping Brasil chega agora ao seu primeiro centenário no País. Em
nosso País.
Atualmente, como ouvimos aqui nas falas
no início desta solenidade, a Kolping Brasil conta com 167 unidades presentes
em 18 estados, 105 municípios, que, só em 2022, realizaram um milhão de
atendimentos em seus projetos sociais, beneficiando mais de 897 mil pessoas em
todo o País.
Diante de tantos problemas que a
Sociedade Brasileira ainda enfrenta e consciente da necessidade de um trabalho
sério para a reforma de nossas instituições brasileiras, e a fim de que a nossa
gente seja alcançada e atendida em sua dignidade, nós queremos, hoje,
reconhecer a importância, o valor e a dedicação da Kolping Brasil nesse
processo de colaboração para uma sociedade melhor, mais justa e mais fraterna.
Queremos, portanto, com o justo respeito,
com o devido respeito e a justa reverência, em nome da Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo, sob a Presidência do deputado André do Prado, queremos,
no dia de hoje, reconhecer e homenagear a Kolping Brasil. E pedir as graças de
Deus sobre todos vocês que assumem essa nobre missão de formar pessoas e levar
dignidade à vida de tantos brasileiros.
Os nossos mais sinceros cumprimentos e
nossa gratidão pelo o que vocês fazem pela nossa gente no estado de São Paulo e
em nosso País.
Muito obrigado e que Deus os abençoe.
(Palmas.)
Muito bem, esgotado o objeto da
presente sessão, eu agradeço às autoridades, à Comissão do Conselho, que nos
ajudou na organização desta solenidade, de modo particular à Sandra, à Lis e à
Cléo, à Julia também - obrigado, viu, Julia -; à minha equipe; aos funcionários do serviço de som,
da taquigrafia, da fotografia, do serviço de atas, do Cerimonial, da Secretaria
Geral Parlamentar, da imprensa desta Casa, da TV Alesp e das Assessorias Policiais
Militar e Civil; bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para
o pleno êxito desta solenidade.
Muito obrigado por terem participado.
A homenagem é para vocês, mas a gente
agradece porque esta Casa hoje, certamente, marca na sua história também, com a
sua presença, com a presença da Obra Kolping, uma nova etapa, uma nova história
aqui dentro desta grande instituição que tem a responsabilidade de decidir
sobre os rumos do nosso estado de São Paulo.
A presença de vocês dá, certamente,
novos ares para este ambiente.
Eu declaro encerrada esta solenidade.
Muito obrigado. (Palmas.)
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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 11
minutos.
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