30 DE ABRIL DE 2024
55ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, GUILHERME CORTEZ, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO, DR. ELTON, EDUARDO SUPLICY e ANDRÉ DO PRADO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h03min.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - GUILHERME CORTEZ
Assume a Presidência. Determina que seja feito um minuto de silêncio em homenagem ao soldado Matheus Henriques Pereira.
4 - LECI BRANDÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ
Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.
7 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - MÁRCIA LIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência. Cumprimenta os alunos da Universidade Aberta à Terceira Idade, presentes nas galerias.
10 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Informa da realização do ato das centrais sindicais pelos direitos dos trabalhadores, a ser realizado na Neo Química Arena, às 10 horas, do dia 01/05.
12 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - GUILHERME CORTEZ
Assume a Presidência.
14 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
16 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - DR. ELTON
Assume a Presidência.
GRANDE EXPEDIENTE
18 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
19 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
20 - DR. ELTON
Por inscrição, faz pronunciamento.
21 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Endossa o pronunciamento do deputado Dr. Elton.
22 - DR. ELTON
Assume a Presidência.
23 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
24 - EDUARDO SUPLICY
Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.
25 - PRESIDENTE DR. ELTON
Defere o pedido e suspende a sessão às 15h33min.
ORDEM DO DIA
26 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min. Coloca em votação o requerimento, do deputado Eduardo Suplicy, de constituição de comissão de representação, com finalidade de “participar do XXIII Congresso da BIEN - Basic Income Earth Network (Rede Mundial da Renda Básica)”, no período de 27/08 a 02/09, em Bath-Inglaterra.
27 - PAULO MANSUR
Encaminha a votação do requerimento de constituição de comissão de representação, do deputado Eduardo Suplicy, em nome do PL.
28 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de constituição de comissão de representação, do deputado Eduardo Suplicy. Coloca em votação e declara aprovado o requerimento, da deputada Beth Sahão, de constituição de comissão de representação, com finalidade de "despachar com os respectivos ministros de estado dos Ministérios da Casa Civil e da Educação nos dias 08 e 09/05, em Brasília-DF". Coloca em votação o requerimento, do deputado Eduardo Suplicy, de constituição de comissão de representação, com finalidade de "participar de audiência pública da Frente Ampla pela Renda Básica da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, a realizar-se no dia 06/05, em Recife-PE".
29 - MAJOR MECCA
Para comunicação, faz pronunciamento.
30 - EDUARDO SUPLICY
Encaminha a votação do requerimento de constituição de comissão de representação, em nome do PT.
31 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado o requerimento, do deputado Eduardo Suplicy, de constituição de comissão de representação.
32 - PAULO FIORILO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
33 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Acolhe a questão de ordem do deputado Paulo Fiorilo, para respondê-la oportunamente.
34 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
35 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Tece considerações acerca do soldado Matheus Henriques Pereira e firma compromisso de adoção de políticas públicas, nesta Casa, contra a depressão.
36 - GILMACI SANTOS
Para comunicação, faz pronunciamento.
37 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
38 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR
Para comunicação, faz pronunciamento.
39 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
40 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Anota o pedido. Dá resposta à questão de ordem do deputado Paulo Fiorilo. Determina que a 1ª Secretaria implante programa de combate à depressão e de atendimento aos servidores desta Casa, junto ao Departamento de Saúde.
41 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
42 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido do deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 02/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, dez minutos após o término desta sessão. Levanta a sessão às 17h02min.
*
* *
- Assume a Presidência e abre
a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno
Expediente, com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT –
Quero cumprimentar o presidente, deputado Carlos Giannazi, os funcionários
desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia
Técnico-Científica, da Polícia Militar e todos aqueles e aquelas que, no dia a
dia, nos acompanham pelas redes sociais e pela Rede Alesp.
Presidente
Carlos Giannazi, quero deixar registrado um fato que está acontecendo no Jardim
São Luís. Fui chamado na semana passada para tomar conhecimento de uma obra que
a Prefeitura de São Paulo está fazendo na Av. Maria Coelho de Aguiar.
Como é uma
questão municipal, eu convidei o vereador João Ananias para me acompanhar na
vistoria a esta obra que é praticamente um córrego paralelo ao Córrego do
Curtume que a prefeitura está construindo. É um túnel para reduzir as enchentes,
os alagamentos. Esse túnel corre paralelo ao Córrego do Curtume e vai desaguar
no Rio Pinheiros.
O fato é que a
empresa que está fazendo este túnel começou a obra no dia 13 de fevereiro de
2023 e o prazo da obra era de um ano, 12 meses. Obviamente, todos os
comerciantes locais estão sendo prejudicados. A economia local está sofrendo
muito com essa obra.
Observando ali
os PVs ou os postos de visitas, como são chamados, nós constatamos que há
poucos funcionários trabalhando nessa obra. Fomos fazer um levantamento na
prefeitura e descobrimos que o empreiteiro, a empresa que está fazendo essa
obra, a Almeida Zapata, pediu mais seis meses de prazo para continuar a obra.
Além de ela
pedir mais seis meses de prazo, ela está pedindo um reajuste no contrato de
cerca de três milhões de reais. É uma obra de 78 milhões e mais um aditivo de
17 milhões, que está sendo analisado pela Secretaria de Infraestrutura Urbana.
Ainda estão atrás de licença do DAEE, ou seja, eles começaram a obra sem
licença do DAEE, que é o Departamento de Águas, Energia e Esgotos.
Chamou muita
atenção esse pedido de aditivo de mais de 17 milhões, além do aditivo no tempo,
ou seja, no prazo. Nós fizemos levantamento dessa empresa em outras obras e ela
tem esse modus operandi, Sr. Presidente: começa uma obra, não coloca gente para trabalhar, vai
amarrando a obra, depois põe a desculpa na chuva. Agora disse que descobriu uma
pedra no túnel. Assim ela pede aditivo,
pede mais tempo para fazer a obra, mas a questão é que os comerciantes estão
sofrendo muito.
Eu estive
conversando com os comerciantes e constatei, que pela declaração deles, houve
uma queda no faturamento de mais de 40%, porque com aquela obra interditando a
avenida Maria Coelho Aguiar, dificultando o trânsito as pessoas deixam de passar
por ali, obviamente deixam de frequentar os comércios. Por isso, os comércios
estão sofrendo esse baque, esse prejuízo que a prefeitura de São
Paulo está, por
conta da forma com que essa empresa, a Almeida Zapata, trabalha.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Guilherme Cortez.
* * *
Não é a
primeira vez que eu denuncio essa empresa. Ela estava fazendo uns viadutos, as
juntas de viadutos ali no centro, um contrato de 3 milhões e meio, e eu vi que
estava sendo muito mal-executado, muito malfeito. Pedi uma auditoria do Tribunal
de Contas. É o que nós vamos fazer também nessa obra da avenida Maria Coelho de
Aguiar. Pedir uma auditoria do Tribunal de Contas e vamos pedir também uma
auditoria da Controladoria Geral do Município.
É o que vamos
fazer nessa obra que está na Maria Coelho Aguiar, no Jardim São Luís, por conta
da falta de compromisso dessa empresa e por conta também da fiscalização da
prefeitura, porque quem fiscaliza obra pública é a prefeitura e cabe a ela
exigir que se cumpram os prazos. Como não estão cumprindo, nós vamos
representar junto à Controladoria e junto ao Tribunal de Contas para verificar.
Tanto é que nós
encontramos várias irregularidades nessa obra do centro nas juntas de viadutos
a que eu me referi, da mesma forma como estamos encontrando várias
irregularidades, pela diligência que nós fizemos, na avenida Maria Coelho
Aguiar.
Também para
prestar conta para a nossa população, para os nossos comerciantes que estão
sofrendo muito com aquela obra, com o descaso da empreiteira e com o descaso da
prefeitura, que tem a competência de fiscalizar e fazer com que os prazos sejam
cumpridos.
Sr.
Presidente,
muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL -
Muito obrigado, deputado Reis. Antes de
dar sequência na lista de oradores, eu queria aproveitar e pedir para todos os
deputados presentes um minuto de silêncio em memória do soldado desta Casa,
Matheus Henrique Pereira, que, de maneira muito triste, nos deixou nesse último
sábado.
Matheus, que trabalhava na assessoria
da Polícia Militar aqui na Assembleia, que sempre atendia a todos com muita
prontidão. E me solidarizar com seus amigos, com seus familiares, mas,
sobretudo, com todos os policiais militares desta Casa. Que nós precisamos,
muito, olhar com atenção para as condições de saúde mental dos trabalhadores da
Segurança Pública.
Toda a nossa solidariedade para o
Matheus e para a sua família nesse momento tão difícil. Peço a todos um minuto
de silêncio.
*
* *
- É feito um minuto de silêncio.
*
* *
Muito obrigado a todos; à toda assessoria da
Polícia Militar desta Casa, nosso abraço e solidariedade pela perda desse
colega.
Seguindo, chamo para uso da tribuna o
deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Altair
Moraes. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada magnânima Leci
Brandão, V. Exa. tem a tribuna pelo tempo regimental de cinco minutos.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente deputado Guilherme, muito
prazer de estar vendo V. Exa. aí na Presidência desta sessão. E quero
cumprimentá-lo também pela coisa que nós fizemos ontem e também pela
solidariedade à toda a família do nosso querido amigo, soldado Matheus.
Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, público que nos assiste pela TV
Alesp, equipes do Corpo Militar, pessoal dos serviços gerais, amanhã, 1º de
Maio, é o Dia Internacional do Trabalhador/da Trabalhadora. Pela importância
que tem essa data, não poderíamos deixar de vir à esta tribuna para falar sobre
esse assunto.
Eu que, por
muitas vezes, tive a oportunidade de usar a minha arte para homenagear os
trabalhadores durante muitos e muitos anos; este ano, infelizmente, eu não
posso estar.
Por todo o País
haverão atos em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras. Em São Paulo, um
ato unificado está sendo organizado pelas principais centrais sindicais que,
além de celebrar as conquistas históricas da classe trabalhadora, também vai
destacar demandas que refletem as necessidades da população brasileira.
Empregos
decentes; aposentadoria digna; tabela do Imposto de Renda justa, onde os mais
ricos paguem mais e os mais pobres sejam isentos; igualdade salarial entre
homens e mulheres; valorização dos servidores e dos serviços públicos;
reindustrialização do País e reforma agrária são algumas das pautas que ainda
precisam ser debatidas.
Ou seja, esse
1º de Maio unificado será um momento de falar de conquistas, mas também de
dizer que o povo ainda quer e precisa, para que a gente tenha uma política que,
de fato, promova a valorização dos trabalhadores, qualquer que seja a função do
cidadão ou da cidadã. Temos muitos trabalhadores neste País.
O ato unificado
começa às dez horas da manhã, no estacionamento oeste da Neo Química Arena,
estádio do Corinthians, lá em Itaquera.
Compareçam, se
manifestem e celebrem. Eu acho que, independente da sigla partidária, todas as
pessoas que estiverem lá, parlamentares ou não, enfim, o povo, têm que se
manifestar e colocar a realidade, a dificuldade de tudo que neste
momento o nosso País está atravessando e enfrentando.
Quero também
citar que servidor público é trabalhador também, porque às vezes as pessoas
pensam que quem trabalha no serviço público não precisa da atenção, mas é
necessário que saibam que servidor público também é trabalhador. Todo mundo
trabalha. Compareçam, se manifestem e celebrem.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputada Leci Brandão. Chamo agora o deputado
Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Carlos
Giannazi. Vossa Excelência tem a tribuna pelo tempo regimental de cinco
minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Guilherme Cortez, deputada
Leci Brandão, telespectador da TV Assembleia, na semana passada eu protocolei
dois PDLs, revogando um decreto e uma portaria que têm relação com a
transferência compulsória, o afastamento de servidores concursados do Detran.
Também acionei
o Ministério Público, o Tribunal de Contas, e pedi a convocação tanto do
secretário da pasta do Detran como também do próprio presidente do Detran, para
que venham aqui explicar, tanto o decreto como a portaria, Sr. Presidente.
Ontem, o
deputado Altair, que eu respeito bastante, fez aqui um pronunciamento, talvez
por falta de informação, acho que ele não foi bem informado, não sei qual foi a
fonte de informação dele, mas ele cometeu alguns equívocos, que eu quero aqui corrigir,
como quando ele disse que esse servidores não tinham prestado concurso
exatamente para o Detran.
Afirmo aqui que
sim, que esses servidores que estão sendo agora, do nada, afastados, eles
prestaram concurso público de provas e títulos para o Detran. Tem o edital aqui.
Acho que as pessoas que informaram o deputado Altair não o informaram
corretamente, ou não leram. Não sei se houve má fé ou não.
O fato é que eu
trouxe aqui o edital, para que as pessoas possam ler, as pessoas que informaram
o deputado Altair. Está aqui. É o edital de 2009, “Concurso público de provas
para o provimento de cargos de oficial administrativo para o Departamento Estadual
de Trânsito - Detran”.
O concurso foi
para o Detran, depois, embaixo, isso é reafirmado novamente, que é para o
Detran. Então está no edital. As pessoas que prestaram nesse concurso prestaram
para ingressar no Detran. Então, isso é muito claro para nós, e isso desmente
um pouco a afirmação, as informações que o deputado Altair recebeu.
Ele disse
também que não haveria perda salarial para os servidores que seriam
transferidos. Há sim perdas gravíssimas salariais. Tem uma gratificação, que é
a Gedad, que é uma gratificação importante para esses servidores.
A partir do
momento que o servidor sai do Detran ele perde essa gratificação. Tem o cartão
alimentação, que tem no Detran, mas não terá se ele for transferido para outro
órgão, para outra secretaria. Aí ele será vítima do vale coxinha, do vale de 12
reais.
As pessoas
sabem disso. Então aí um outro equívoco. Então, haverá um prejuízo imenso para
esses servidores, uma redução salarial drástica, até porque o salário base desses
servidores é irrisório.
Não fosse a
gratificação, o vale-refeição, no caso desses servidores, eles estariam
ganhando um salário miserável. Então, haverá sim uma drástica redução salarial.
Aliás, isso é inconstitucional, porque na Constituição nós temos no princípio
da irredutibilidade salarial. Então, já começa errado esse processo.
É grave isso, porque
nós estamos vendo, Sr. Presidente, que essa decisão me parece que vem mesmo do
presidente do Detran que, na verdade, era uma pessoa ligada ao governo Bolsonaro
- tem o nome dele aqui -, Eduardo Aggio de Sá, da Polícia Federal Rodoviária. Foi
assessor especial da Secretaria da Presidência. Então ele tinha vínculos
profundos com o ex-presidente.
Foi acomodado
aqui, ele e o vice, esse José Lopes Hott. Então dois servidores da Polícia
Federal Rodoviária que vieram, foram acomodados aqui no governo estadual. Então
haverá sim uma perda gravíssima salarial para esses servidores. E destacando
aqui ainda, Sr. Presidente, que esses dois integrantes do Detran, tanto o
presidente como o vice, eles são nomeados em conselhos fiscais e
administrativos aqui da Prodesp, da EMTU.
Eles têm outros
vencimentos. Além do salário normal deles, eles também estão alocados, têm
outras gratificações em outros conselhos. Então não podem reclamar dos nossos
servidores.
O que eu quero
dizer aqui, Sr. Presidente, é que esses servidores entraram pela porta da frente.
Eles prestaram concurso público - está aqui o edital que prova isso - para o
Detran e lá eles devem permanecer, porque senão eles serão duramente prejudicados.
E nós
defendemos a chamada de todos os aprovados no concurso, até porque tem um déficit
enorme no Detran. Nós temos dados dando conta de que tem um déficit de mais de
1.600 cargos que poderiam ser preenchidos, mas no último concurso que teve, que
o governo esperou caducar, quase que caducar, no último dia ele chamou - no dia
19 de dezembro do ano passado, ia vencer no dia 20 - pouquíssimos servidores, que só 185 assumiram
na prática.
Então tem que
chamar servidores, tem que realizar concurso público. Agora não pode mexer com
quem prestou concurso para esses cargos como determina a lei e não pode ocorrer
redução salarial.
Por isso que eu
apresentei os dois PDLs, por isso que eu acionei o Tribunal de Contas, o Ministério
Público, e fiz a convocação do presidente do Detran e também do secretário da
pasta.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito
obrigado, deputado Carlos Giannazi. Chamo agora para uso da tribuna o deputado
Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio
Marcolino, V. Exa. tem a tribuna pelo tempo regimental.
Antes do uso da palavra pelo deputado
Marcolino, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nos termos do Art. 100, inciso I,
do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a
realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão, com a finalidade
de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
- NR - A Ordem do Dia para a 18a
Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 01/05/2024.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Com a palavra o
deputado Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, quero aproveitar esta
sessão e fazer um convite a quem nos acompanha aqui no plenário, quem nos
acompanha pela TV Alesp, porque amanhã é o dia 1º de maio, o Dia do Trabalhador.
Um momento onde
os trabalhadores não só aqui do estado de São Paulo, mas de todo o País tiram
para fazer a sua reflexão sobre não só o mundo do trabalho, mas os direitos dos
trabalhadores e das trabalhadoras no nosso Estado e no nosso País.
Então amanhã as
centrais sindicais farão um ato unificado, a CUT, a Força Sindical, UGT, CTB, a
Nova Central Sindical e a CSB Intersindical Central da Classe Trabalhadora
farão um ato a partir das dez horas da manhã ali no estádio do Corinthians, a
Neo Química, ali na região de Itaquera.
E as pautas colocadas para o dia de amanhã
para reflexão, para debate, já inclusive com a perspectiva de ter a presença do
presidente Lula e acompanhando inclusive o ato no dia de amanhã, são as
seguintes: o emprego decente, a correção da tabela do Imposto de Renda, juros
mais baixos, valorização do serviço e dos servidores e servidoras públicas no estado de São Paulo e
no Brasil, salário igual para trabalho igual e aposentadoria digna.
Por que são
importantes essas pautas, que serão colocadas no dia de amanhã para reflexão,
debate, inclusive cobrando posicionamento do presidente Lula, para que possa
encaminhar algumas dessas pautas.
Sabemos que os
juros altos impedem o desenvolvimento do Brasil. Quanto maior a taxa de juros,
menos empresas se estruturam em um país e, automaticamente, menos empresas
geram mais empregos para a população e para os trabalhadores do estado de São
Paulo.
A questão da
correção da tabela do imposto de renda, tínhamos conseguido construir uma
política de correção do salário mínimo todos os anos, que corrigiam em sete por
cento a tabela do imposto de renda.
Então uma
parcela considerável de trabalhadoras e trabalhadores deixou de pagar imposto
de renda, e com os governos Temer e Bolsonaro, como a tabela ficou seis anos
sem ser corrigida, voltamos a ter um patamar anterior ao ano de 2007, quando fizemos
a primeira política de correção da tabela de imposto de renda. Então o debate
tem que voltar, o governo Lula já corrigiu no ano passado, mas queremos que
volte de novo a ser uma política permanente.
A questão da
aposentadoria digna: hoje já voltou a ter a correção acima da inflação com base
no crescimento do PIB para os aposentados que ganham um salário-mínimo, mas é
necessário que essa correção para os aposentados seja também para os
aposentados que ganham mais do que um salário-mínimo. Então já começou a ter
uma valorização, mas é importante que essa valorização aos aposentados no nosso
País aumente.
Então esses
debates o governo federal, o governo Lula, tem feito com as centrais sindicais
e com o movimento sindical, coisa que não víamos, deputada Márcia Lia, aqui no
estado de São Paulo, que além de cobrar esse posicionamento do governo Lula,
cobraremos também do governador Tarcísio, porque até agora os servidores
públicos do estado de São Paulo recebem apenas 12 reais de vale-refeição.
Já estamos
entrando no mês de maio e até agora o governador Tarcísio não apresentou o
projeto de lei para garantir o salário-mínimo estadual. Ano passado ele encheu
a boca: “Estou apresentando um salário-mínimo maior do que o salário-mínimo
nacional”, e nós comprovamos aqui, mostramos, não fez nada além do que fazer
uma adequação nos anos que os trabalhadores do estado de São Paulo tinham
perdido com base na estruturação do salário-mínimo regional.
Já estamos
entrando no mês de maio, o governador Tarcísio ainda não apresentou, não mandou
o projeto de lei aqui para a valorização do vale-refeição, e vai ficando para
trás, porque esta semana o presidente Lula anunciou que para os servidores
públicos federais terá um aumento de 52% no auxílio-alimentação de servidores federais.
O que hoje é um
valor de 29,90 passa agora a ser de 45,45 reais, calculando 22 dias por mês,
daria esse valor, bem superior aos 12 reais que o governador Tarcísio paga aos
servidores públicos do estado de São Paulo.
Então amanhã,
além de fazer algumas cobranças importantes para os servidores do ponto de
vista do diálogo com o governo federal, também faremos as cobranças justas que
tenham relação ao governador Tarcísio, que não tem feito um diálogo permanente
com os servidores públicos no estado de São Paulo e não têm sequer cumprido o
constitucional, que é garantir pelo menos a reposição da inflação dos
servidores e garantir um salário-mínimo regional, que já deveria ter
apresentado aqui no mês de março, já estamos em maio, e até agora o projeto não
apareceu.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito
obrigado, deputado Luiz Claudio Marcolino. Chamo agora a deputada Carla
Morando. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.)
Passando para a Lista Suplementar: deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.)
Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputada Professora Bebel.
(Pausa.) Deputada Márcia Lia. Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regimental.
Convido o deputado Marcolino a me suceder na Presidência desta sessão, para que
eu possa assomar à tribuna na sequência.
Muito obrigado. Com a palavra a
deputada Márcia Lia.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta
Casa, muito boa tarde. Eu vou ser bastante objetiva na minha fala, mas o
assunto que me traz aqui é deveras preocupante, que é o problema do desmonte na
Educação do estado de São Paulo pelo governo do governador Tarcísio de Freitas.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.
* * *
Então
eu quero iniciar a minha fala denunciando um crime contra o futuro de milhões
de jovens paulistas, que é o desmonte na Educação perpetrado pelo governador
Tarcísio e por seu secretário, o Sr. Renato Feder.
Estamos
testemunhando, não apenas uma redução no orçamento da Educação, como proposto
por uma emenda constitucional, mas sim a traição de valores fundamentais da
sociedade brasileira, que é a Educação.
O que vemos é a
tentativa desesperada desse governo de encobrir a negligência cortando dez
bilhões de reais do orçamento da Educação. Eu repito, deputado Guilherme, o
corte será de dez bilhões no orçamento da Educação no estado de São Paulo.
Isso
desrespeita a própria Constituição Estadual, que há 30 anos estabeleceu um
investimento mínimo de 30% para a Educação. O governador quer mudar essa regra,
quer mudar essa realidade.
A
desorganização da atribuição de aulas é outro problema que está sendo
vivenciado no estado de São Paulo. Eles não conseguiram organizar a
distribuição de aulas. Temos muitas crianças ainda sem professores, crianças
que ficam fora das salas de aula e crianças em escolas sucateadas.
A qualidade da
Educação está sendo sacrificada pela incompetência do Sr. Renato Feder. Não é
apenas uma falha administrativa, mas é uma violação dos direitos básicos das
nossas crianças, dos nossos jovens, daqueles que precisam de Educação para a
sua formação.
No estado de
São Paulo, a Educação está enfrentando uma série de desafios devido às
políticas implementadas por esse secretário de Educação, com apoio e suporte do
governador Tarcísio.
Aliás, diga-se
de passagem, fazendo um parênteses aqui, é o único secretário que não recebe
deputados. Ele não nos recebe. Nós precisamos tomar uma providência em relação
a essa situação também.
Recentemente, o
estado de São Paulo perdeu acesso a recursos do governo federal, sabe por quê,
Marcolino? Porque falhou em cumprir critérios estabelecidos para reduzir as
disparidades educacionais, pois falhou em cumprir garantias cruciais, critérios
cruciais, como a melhoria na redução dessas desigualdades e a garantia de
suporte adequado para as crianças com deficiência.
Então as
famílias estão indo para a Justiça. A gente está vendo o estado de São Paulo
lutando nesta Casa, com certeza vai conseguir aprovar, porque nos acordos que
se faz com a base aliada, a gente sabe que os projetos de lei passam, a boiada
passa e a gente fica vendo só a boiada passar.
Além disso,
gente, o material didático que foi ofertado, que foi fornecido pelo governo
para as nossas crianças, continha graves erros em disciplinas fundamentais,
como ciências e história, levando à dúvida todo o processo de conhecimento e de
melhoria do sistema da Educação.
O anúncio -
agora vem a novidade, a última novidade -, da implementação de uma ferramenta
de inteligência artificial para avaliar a fluência da leitura dos alunos, que
substitui o professor.
Nós vamos
colocar a inteligência artificial e vamos desmontar todo o contato humano que o
professor faz na sua avaliação de seus alunos. Isso vai comprometer ainda mais
a qualidade da Educação no Estado e o desenvolvimento dos alunos.
Então é hora,
gente, de a gente se manifestar. É hora de a gente agir. Não podemos permitir
que a ganância de algumas pessoas que querem vender esse sistema para o governo
de São Paulo prevaleça.
Temos que nos
unir para que a gente possa enfrentar esse governo, os desmandos desse governo,
e fazer com que a nossa Educação continue caminhando com qualidade, melhorando
a infraestrutura das escolas, o conteúdo pedagógico e permitindo que as nossas
crianças sejam socializadas entre elas e com os seus
professores.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, Sra. Deputada Márcia Lia.
Antes de dar sequência ao Pequeno Expediente, queria pedir uma salva de palmas
para os alunos da Universidade Aberta da Terceira Idade que nos acompanham hoje,
aqui nas galerias da Assembleia Legislativa. (Palmas.) Sejam muito bem-vindos,
muito bem-vindas.
Dando sequência
aos oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra a nobre deputada Professora
Bebel. (Pausa.) Nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Nobre deputado Major
Mecca. (Pausa.) Nobre deputado Paulo Mansur.
(Pausa.)
Nobre deputado Guilherme Cortez. Tem V. Exa.
o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr.
Presidente, deputados e deputadas presentes, todos os servidores dessa Casa,
público que nos acompanha aqui na tribuna e através da Rede Alesp. Presidente,
quero falar de duas datas muito importantes para a classe trabalhadora.
Primeiro
quero dizer que hoje, dia 30 de abril, é o Dia dos Ferroviários, uma categoria
fundamental aqui para o estado de São Paulo e para todo o Brasil, de homens e
mulheres que transportam diariamente milhões de trabalhadores para os seus
empregos, para as suas casas, para usufruir das nossas cidades, sobretudo aqui
na Região Metropolitana de São Paulo, os nossos ferroviários e ferroviárias que
trabalham nas linhas da CPTM.
Lamentavelmente,
presidente, já há muitas décadas, o Brasil começou a desmontar o seu sistema ferroviário.
Semana passada, eu tive a oportunidade de estar em missão oficial desta Assembleia
em Portugal, para participar das atividades dos 50 anos da Revolução dos Cravos.
Tanto
em Portugal quanto na maior parte dos países da Europa, você consegue ir de um
canto a outro do país através de trem. Você consegue cruzar o continente
através da interligação por linhas de trem.
Lamentavelmente,
aqui no Brasil, há muitas décadas, começou um processo de desmontar as nossas
linhas ferroviárias - a Mogiana, a Sorocabana, a linha de ferro Campos do
Jordão - e substituir pelas rodovias, o que é mais caro, mais poluente, mais
lento e mais ineficiente para a população.
Hoje
o desmonte do nosso sistema ferroviário se expressa, aqui no estado de São
Paulo, com as tentativas de privatização da CPTM, uma das nossas empresas
públicas de transporte público sobre trilhos, que atende milhões de pessoas
aqui na Região Metropolitana de São Paulo.
A
privatização da CPTM já causa consequências desastrosas para a população quando
a gente olha a realidade cotidiana das Linhas 8 e 9, que hoje são administradas
pelo consórcio CCR e pela empresa ViaMobilidade.
Desde
que eu assumi como deputado nesta Casa, não houve uma semana, presidente,
deputado Marcolino, em que nós não recebêssemos um vídeo de calamidade em uma
estação administrada por essa empresa.
Já
houve diversas denúncias feitas pela Assembleia Legislativa, feitas pelo
Ministério Público, e essa situação não se altera, porque o interesse da ViaMobilidade
não é promover um serviço de qualidade, acessível para a população, que possa
oferecer condições dignas de trabalho para os seus servidores. O interesse
dessa empresa é única e exclusivamente garantir a sua própria lucratividade ao
final do mês, mesmo que isso signifique oferecer um serviço inseguro para a
população.
Então,
hoje, no Dia dos Ferroviários, eu quero homenagear e falar de toda a
importância do trabalho dos trabalhadores ferroviários e ferroviárias do estado
de São Paulo e dizer que defender os ferroviários hoje significa lutar contra a
privatização da CPTM.
O
governador Tarcísio já anunciou que quer expandir o padrão de péssima qualidade
que a ViaMobilidade hoje executa nas Linhas 8 e 9 para todas as linhas da CPTM e
do Metrô. Mas, se depender de nós, nós não vamos permitir, porque a saída para uma
transição ecológica no estado de São Paulo, para reduzir a nossa dependência da
emissão de gás carbono na atmosfera, presidente, passa por a gente investir em
mais transporte público sobre trilhos, por mais sistema ferroviário e pela
manutenção da CPTM pública. Todo o nosso apoio para os trabalhadores
ferroviários.
E,
como não podia deixar de mencionar, amanhã, 1º de maio, é uma das datas mais
importantes do nosso calendário, porque é o Dia dos Trabalhadores e das
trabalhadoras.
É uma data, presidente,
para a gente se lembrar de que a classe trabalhadora, mesmo sofrendo com a
exploração, mesmo tendo seus direitos atacados pelas tentativas de
flexibilização das supostas novas relações do mundo de trabalho - que, na
verdade, é você reduzir direitos historicamente conquistados pela luta da
classe trabalhadora - na verdade é a classe que move o mundo.
Para a gente se
lembrar disso, basta vermos as greves que nós tivemos no ano passado e como
ficou a cidade de São Paulo, o estado de São Paulo quando a classe trabalhadora
decidiu cruzar os braços para lutar pelos seus direitos. Nada acontece senão
pela ação da classe trabalhadora, dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Amanhã é um dia
para a gente lembrar da luta histórica que conquistou os direitos, a carteira
assinada, os direitos trabalhistas no nosso País, que nunca vieram por favor,
mas sempre com muita luta e com muita resistência do movimento sindical e dos
movimentos sociais no Brasil. Lembrar que essa luta hoje, em 2024, ainda se faz
presente.
Ainda se faz
presente na greve dos servidores das carreiras ambientais do governo federal,
do Ibama; na greve das universidades federais; na mobilização dos trabalhadores
da Sabesp contra a privatização da sua empresa, que também vai significar, a
longo prazo, a perda dos seus empregos.
Na mobilização
dos trabalhadores, dos professores e professoras de educação pública da Rede Estadual
de São Paulo, que estão se mobilizando contra esse governo, que além de não dar
reajuste, como o deputado Marcolino muito bem disse, nós ainda estamos
esperando o projeto de reajuste salarial, que é um direito constitucional dos
servidores públicos do estado de São Paulo que o Governador Tarcísio ainda não
enviou.
Os
trabalhadores da Educação, os nossos professores, estão se mobilizando para uma
paralisação no mês de maio pelo seu reajuste, pelas suas condições de trabalho,
por segurança nas escolas e contra essa proposta esdrúxula de cortar dez
milhões de reais da Educação pública.
Nós estamos ao
lado de cada uma dessas lutas, presidente. As coisas vão começar a melhorar
quando os trabalhadores de todo o mundo se unirem pelos seus direitos, porque a
luta da classe trabalhadora é internacional, ela não conhece fronteiras. A luta
contra a precarização, contra a exploração da mão de obra não fica restrita a
uma fronteira.
Eu tenho a
certeza de que um dia nós vamos ver a classe trabalhadora em uma condição muito
melhor do que essa que a gente está enfrentando hoje, um dia em que os
trabalhadores estarão em posição de mando no nosso País e no nosso mundo. Esse
dia vai chegar, fruto da luta dos trabalhadores.
Viva ao primeiro
de maio e viva à classe trabalhadora brasileira.
Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado,
nobre deputado Guilherme Cortez. Com a palavra o nobre deputado Eduardo
Suplicy, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.
Enquanto o deputado se dirige até a
tribuna, reforçando: amanhã, às dez horas da manhã, ali no Estádio do
Corinthians, na Arena Neo Química, em Itaquera, um grande ato das centrais
sindicais para a defesa dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Com
a palavra, o nobre deputado Eduardo Suplicy, tem V. Exa. o tempo regimental de
cinco minutos.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente deputado Luiz Claudio Marcolino, Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, ontem houve um evento coordenado por mim que contou
com a participação de grupos organizados especialistas em Direito Constitucional
sobre a legalidade das manifestações políticas no estado.
Eu vou aqui a
registrar o que a Larissa... O que foi exposto ontem. “A Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo recebeu, nesta segunda-feira, dia 29, uma audiência
pública com a proposta de debater a criminalização de manifestações, movimentos
sociais na extensão do território paulista.”
Como
coordenador do evento, eu justifiquei a convocação do debate como uma maneira
de alertar o governo e a população sobre o crescimento da opressão contra os
coletivos organizados. “A violência institucional, como forma de opressão e
controle social, sempre esteve presente no Brasil, desde os quase quatro
séculos de escravidão até a utilização de forças militares para fins políticos
durante a ditadura militar.
As lutas
sociais por direitos e reconhecimento, entretanto, também marcam nossa
história.
No
entanto, a repressão às manifestações cidadãs em São Paulo vem crescendo e o
governo não pode prestar o papel de silenciar a liberdade e os valores que
formam o Estado Democrático de Direito.
Ainda
de acordo com este parlamentar, por princípio democrático e constitucional, as
pessoas podem e devem se organizar e manifestar livremente por seus direitos.
Muitos
avanços já foram conquistados pela força dos movimentos populares. Se nós quisermos construir uma
sociedade civilizada e justa, precisamos levar em consideração os valores que
não abracem unicamente o interesse próprio, pisoteando o próximo. Precisamos
levar em conta a harmonia, a fraternidade e a solidariedade para além dos muros
das nossas casas, se quisermos construir um Brasil melhor para vivermos.
Iniciando os debates da audiência, Vivian
Mendes chamou a atenção para o aumento do abuso de força por parte das polícias
de São Paulo, usando como exemplo sua própria vivência em manifestações.
Infelizmente, o crescimento da violência por
parte da Polícia Militar do Estado tem se tornado alarmante. Os coletivos não
devem ser tratados como criminosos, considerando que nosso papel é lutar pelos
direitos democráticos básicos, que, no Brasil, para a imensa maioria da
população, continuam inacessíveis, apontou a Vivian Mendes.
Em sequência, o advogado e membro da Comissão
de Direitos Humanos da OAB, Elton Moreira Gonçalves, disse acreditar que a
razão do aumento da opressão dos agentes de segurança pública está ligada à
politização da profissão.
Quando a manifestação é contrária ao governo
vigente, o tratamento tende a ser violento, sem precedentes. O direito de se
manifestar é algo legalizado, desde que não haja violência. Muitos dos
participantes são jovens estudantes, que moram na periferia de São Paulo e,
quando tentam ser ouvidos, recebem força bruta em troca.
Já a coordenadora do núcleo especializado em
direitos humanos na Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Surrailly
Fernandes Youssef, reconheceu as denúncias e alegou que, há mais de dez anos,
um protocolo direcionado para acabar com os abusos de força policial está em
debate.
Desde 2011, existe a discussão na Defensoria a
respeito de um procedimento operacional padrão para as polícias em relação ao
uso de força em protestos e manifestações populares. Isso porque a maneira como
os agentes atuam, dependendo da temática do protesto - principalmente quando
ocorrem críticas direcionadas ao Estado -, pode ser muito prejudicial ao
cidadão.
Contemplando as medidas protetivas atuais,
Surrailly informou que existem profissionais especializados em controlar
grandes manifestações na Defensoria, mas ressaltou também o grau de dificuldade
do processo.
Hoje, temos funcionários do núcleo de direitos
humanos de plantão nas delegacias durante esses grandes eventos, além de canais
de comunicação e denúncia para que possamos agir de prontidão em defesa dos
cidadãos injustiçados e intimidados, informou.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Guilherme Cortez.
* * *
Quero,
presidente Guilherme, informar que eu também estarei presente amanhã na
manifestação que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, no estádio do Corinthians, em comemoração ao Dia dos Trabalhadores.
Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado,
deputado Eduardo Suplicy.
Chamo agora o deputado Carlos
Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, deputado Guilherme Cortez, de volta à tribuna no dia de hoje eu
quero fazer mais uma gravíssima denúncia contra a Secretaria da Educação,
contra o governo Tarcísio, contra essa política de ódio, uma política perversa
e cruel que afeta toda a rede estadual de ensino, em todos os níveis.
É
o que eu tenho denunciado exaustivamente aqui, na tribuna, que nós estamos
vivendo o genocídio da Educação estadual. Os ataques vêm de todos os lados e
eles acontecem de todas as formas.
O governo
pretende, como todos sabem, reduzir o orçamento da Educação, tanto é que ele
apresentou uma PEC, o governador Tarcísio, uma proposta de emenda
constitucional reduzindo o orçamento da Educação de 30% para 25%, alterando uma
conquista histórica da nossa Constituição Estadual.
Isso vai
representar um corte de aproximadamente 10 bilhões de reais, não milhões, mas
bilhões de reais por ano para a escola pública. Isso vai ter um efeito nefasto,
caso a proposta seja aprovada.
Mas o governo
já está se antecipando e já está desmontando a rede, cortando o que ele chama
de gastos - para nós é investimento - em vários níveis. Demitiu 30 mil
professores da categoria “O” no início do ano e agora nós estamos recebendo
centenas de denúncias de ameaças, já de anúncios, de diretorias de ensino
ameaçando o fechamento de salas de aula em todo o estado de São Paulo.
Nós recebemos,
por exemplo, uma delas foi da Escola Estadual Ayres Neto, uma escola aqui da
Diretoria Sul 1, da zona sul. Lá a escola já foi informada de que haverá o
fechamento de dez salas, uma escola de periferia, que tem demanda escolar, vai
fechar dez salas de aula. Nós temos informações de outras escolas espalhadas
pelo Estado. A situação tem se alastrado.
No ano passado,
o governo já fez isso utilizando uma resolução do tucanato, do PSDB. Eu me
refiro aqui à Resolução da Secretaria da Educação, na época, nº 2, de 2016.
Ela foi
ressuscitada no ano passado, o governo Tarcísio já fechou salas e turnos e
agora ele intensifica esse processo fazendo o fechamento de salas. Eu já
apresentei no ano passado um PDL, um projeto de decreto legislativo, o PDL nº 8,
de 2023, para revogar essa resolução da Secretaria da Educação.
Ou seja, o
governo Tarcísio, que é um governo bolsonarista, de extrema-direita, está
usando uma resolução do PSDB, dos tucanos, para fechar salas no estado de São
Paulo. Isso é perverso, é cruel, porque vai afetar milhares e milhares de
alunos, haverá superlotação de salas.
A partir do
momento que o governo utiliza essa resolução e fecha salas de aula, nós temos a
junção de salas, porque essa resolução, a cada bimestre, autoriza o fechamento
de salas caso haja desistência de alunos e haja diminuição do número de alunos
por sala. Não é isso que tem acontecido nessas escolas, mas é o que o governo
utiliza para fechar essas salas.
No entanto, nós
apresentamos esse PDL, que está tramitando aqui, na Assembleia Legislativa, e
precisa do apoio de todos os deputados para impedir o fechamento de salas e
turnos no estado de São Paulo.
Recentemente
saiu uma matéria na grande imprensa, que eu citei aqui, dando conta da
desistência de alunos de EJA, de Educação de Jovens e Adultos, uma desistência
muito grande, um número que chamou a atenção da própria imprensa. Eu tenho dito
que os alunos desistem porque eles não encontram vagas.
O Estado tem
fechado salas na área do ensino médio de Educação de Jovens e Adultos ou
sabotado a abertura de novas salas em várias regiões do Estado, então isso já vem
acontecendo.
No ano passado,
eu denunciei aqui uma orientação da Secretaria da Educação e das diretorias de
ensino para que não houvesse abertura de cursos noturnos nem no ensino regular
do ensino médio, nem isso eles estavam autorizando, porque há esse boicote, há
de fato essa sabotagem, Sr. Presidente, à abertura de novas salas de aula na
rede estadual. Mas agora a situação piora, porque as denúncias chegam aqui aos
montes, de fechamento de salas de aula em todo o estado de São Paulo.
Destaco aqui
esse caso gravíssimo da Escola Estadual Ayres Neto, da Sul-1. Nós vamos acionar
novamente o Tribunal de Contas e o Ministério Público, Sr. Presidente, porque
isso trará um prejuízo jamais visto à Educação do estado de São Paulo. Por isso
que a nossa luta aqui é contra, veementemente contra essa PEC que vai reduzir o
investimento em Educação no estado de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito
obrigado, deputado Carlos Giannazi. Convido V. Exa. para que possa ocupar a
Presidência, para que eu possa utilizar a tribuna.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra,
na Lista Suplementar, o deputado Guilherme Cortez, que fará uso regimental da
tribuna.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, presidente. Volto aqui a esta tribuna
com muita indignação, para lamentar uma decisão arbitrária, ideológica,
preconceituosa do governador Tarcísio de Freitas, que, através da Secretaria de
Saúde, determinou a revogação de uma consulta pública sobre a criação de uma
política estadual de saúde integral para a população LGBTI+.
Presidente, eu
sou autor de um projeto de lei aqui na Assembleia justamente para que a gente
possa criar uma política voltada para a garantia da saúde da população LGBT.
E muitas
pessoas podem perguntar: “mas por que a gente precisa de uma política de saúde
específica para a população LGBT, se elas são pessoas tanto quanto as outras?”.
Presidente, a população é LGBT é uma população mais vulnerável, pela própria
realidade de marginalização, de violência, de preconceito historicamente
promovido contra essa comunidade no nosso País. Eu cansei de vir a esta tribuna
repetir que o Brasil é o país que mais assassina pessoas por conta da sua
orientação sexual e da sua identidade de gênero.
Historicamente,
o Brasil é um país que discrimina, que marginaliza, que relega a população
LGBT, por conta da sua sexualidade ou da sua identidade de gênero, para os
piores postos de trabalho, para os piores espaços na nossa sociedade.
Isso gera uma
realidade de vulnerabilidade, que também vai se expressar no adoecimento dessa
população. E é apenas por isso que a gente precisa de uma política específica
para lidar, para proteger, para garantir a saúde da população LGBT. Porque
muitas vezes, quando uma pessoa travesti ou transexual vai a um posto de Saúde,
ela é destratada por um profissional médico.
Muitas vezes,
quando uma pessoa gay, lésbica, bissexual vai ser atendida por um médico, ela é
desrespeitada por esse profissional, que não tem capacitação para lidar com a
sua especificidade, que não está capacitado para isso, não raras vezes
discriminando esse paciente, chamando pelo pronome ou pelo nome errado, fazendo
do próprio ato de buscar o Sistema de Saúde um ato de violência, um ato de
discriminação.
E é por isso
que nós defendemos uma política específica para capacitar os profissionais da
Saúde Pública e para que as pessoas LGBTs tenham seu acesso à saúde integral
garantido.
Isso não é
pedir mais do que ninguém, Sr. Presidente. Isso é apenas pedir o que toda
população tem e deveria ter de direito, mas que lamentavelmente parte da
população tem negado, por conta do preconceito.
A maioria das
pessoas que não são LGBTs podem não saber o que é passar por um constrangimento
dentro de um consultório médico, de uma pessoa que não é capaz de te chamar
pelo seu próprio nome ou de te identificar pela sua identidade de gênero ou de
não fazer perguntas que te sejam constrangedoras e preconceituosas em relação à
sua identidade ou à sua orientação sexual.
E essa decisão
do governador Tarcísio não se explica por nenhum outro motivo que não uma
tentativa de fazer da saúde da nossa comunidade, ou melhor, da negação do
acesso à Saúde para a nossa comunidade um discurso e um palanque político, o
que é abominável.
O governador Tarcísio, assim
como todos os deputados desta Casa, foi eleito para representar toda a população
do estado de São Paulo, para zelar pelos direitos de toda a população do estado
de São Paulo. Sendo seus eleitores, ou não, gostando dessas pessoas, ou não, é
responsabilidade do Governo do Estado de São Paulo lutar, zelar e garantir o
acesso à Saúde para a população do estado de São Paulo.
Dentre a qual, está a população LGBT, que é
especialmente vítima da vulnerabilidade, da discriminação. Porque, para o
Brasil ser o país que mais assassina a população LGBT, a gente está falando de
casos de violência e homicídios.
A gente está falando de pessoas LGBT que são levadas
ao suicídio por conta do adoecimento mental. Mas a gente também está falando de
pessoas LGBT que padecem por conta da falta de acesso ao tratamento médico, da
falta de acesso aos cuidados necessários no sistema de Saúde.
Por isso me enoja ver a postura de um governador que
utiliza a falta de acesso a um direito, de um setor da população que já é
vítima de tanta intolerância, de tanto preconceito, de tanta discriminação, ser
motivo para se fazer discurso político, para se angariar o apoio ideológico dos
fanáticos bolsonaristas daqui do estado de São Paulo.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Dr. Elton.
* * *
Parece-me que V. Exa. participou, no ano passado,
junto comigo, de uma CPI que tinha o objetivo de investigar alguma suposta
irregularidade, no tratamento de transição de gênero, no ambulatório médico do
Hospital das Clínicas.
CPI essa que terminou sem conseguir encontrar nenhum
indício, nenhuma prova de irregularidade. Muito pelo contrário, a CPI só
conseguiu comprovar que ela não tinha razão de ter existido, desde o começo.
Porque, como nós alertávamos, desde que ela foi instalada, era uma CPI do pânico
moral, para criar factoide.
Porque bastava uma simples olhada no Google, que você
podia encontrar lá toda a regulamentação médica brasileira, e ver que aquele
serviço oferecido pelo Hospital das Clínicas, o maior hospital do País, não
tinha nada de irregular. Me parecem que os deputados bolsonaristas fanáticos
desta Casa não aprenderam nada com essa CPI.
Eu tenho nojo de pessoas que utilizam do preconceito
de pessoas que não têm o acesso à Saúde garantido, que são levadas ao suicídio,
ao adoecimento mental, que na falta do atendimento médico adequado vão procurar
atendimentos que vão colocar em risco a sua vida - como a auto-hormonização,
como a aplicação de silicone industrial, como outros procedimentos inadequados.
Me enoja ver pessoas que fazem política, que fazem
fato político, que fazem palanque em cima da negação de direitos de uma
população vulnerável. Mas isso não vai ficar dessa maneira.
Hoje ainda, eu estou entrando na Justiça, através de
um mandado de segurança, para que essa decisão arbitraria, ideológica,
discriminatória e desmotivada do governador Tarcísio - a menos que a motivação
seja “estabelecer a discriminação contra a população LGBT” -, para que ela seja
revogada.
Nós vamos seguir batalhando aqui na Assembleia
Legislativa e por todos os meios cabíveis pela garantia do direito à Saúde para
a população LGBT e para toda a população do estado de São Paulo.
Muito obrigado, presidente.
O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON
- UNIÃO -
Prosseguindo com os trabalhos da Casa, eu encerro por agora o Pequeno
Expediente e dou prosseguimento agora aos oradores do GE.
*
* *
-
Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
*
* *
Sigo aqui convocando o deputado Caio França. (Pausa.)
Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Major
Mecca. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Rui
Alves. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Realizando
a permuta com o deputado Eduardo Suplicy, Ana Perugini realiza a permuta. A
palavra está com o senhor.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Dr. Elton,
Srs. Deputados, Sras. Deputadas. A “Folha de S. Paulo” pública hoje um artigo,
que considero muito relevante, sobre a PEC das Drogas, que é inconstitucional. De
autoria de Leonardo Isaac Yarochewsky.
“A
Proposta de Emenda à Constituição nº 45, de 2023, a chamada ‘PEC das Drogas’,
aprovada pelo Senado Federal em dois turnos, no último
dia 16, e que inclui na Constituição a criminalização da posse e do porte de qualquer
quantidade de droga ilícita está revestida de ilegalidade, além de flagrante inconstitucionalidade.
Para
a aprovação da PEC, de acordo com o Regimento
Interno do Senado Federal, o interstício entre o primeiro e o segundo turno
será de, no mínimo, cinco dias úteis - Art. 362 do Regimento.
Esse
intervalo, contudo, foi quebrado pelo Senado sem qualquer justificativa. A
votação entre o primeiro e o segundo turno da referida PEC se deu em diferença
de minutos, em nome da criminalização das drogas pela Constituição Federal.
Embora
tenha se transformado em prática rotineira, tanto na Câmara quanto no Senado,
fica evidenciada a violação do devido processo legislativo. É importante
salientar que o rito de tramitação de uma PEC está fortemente relacionado à
preservação da Constituição e da própria democracia.
Destaca-se
também que a Constituição veda proposta de emenda tendente a abolir, entre
outros, os direitos e garantias individuais - Art. 60, §4º, IV da Constituição.
Ao inserir a criminalização do uso e do porte de drogas na Constituição,
notadamente no título que trata dos direitos e garantias fundamentais, a PEC
afronta a Lei Maior.
Além
de tudo, a criminalização do uso de qualquer droga é inconstitucional por
violar o direito fundamental à intimidade e à privacidade - Art. 5º, X, da Constituição
Federal. Como se não bastasse, a criminalização do uso de drogas viola o princípio
da lesividade, segundo o qual só podem ser considerados crimes condutas que
afetem bens jurídicos de terceiros ou coletivos.
Pelo
referido princípio, a conduta interna e, portanto, que não se exterioriza
lesionando direitos de outras pessoas, deve se situar fora do âmbito do direito
penal. Ainda que seja, no dizer de Nilo Batista, pecaminosa, imoral,
escandalosa ou diferente, falta a lesividade que pode legitimar a intervenção
penal.
Não
é despiciendo martelar que a criminalização dos usuários e a falta de critérios
objetivos para distingui-los dos traficantes têm contribuído, em razão da
seletividade do sistema penal, para o encarceramento dos mais vulneráveis: jovens negros, pobres, de baixa
escolaridade e residentes das periferias.
É
forçoso destacar que o que é considerado tráfico para alguns, no caso os mais
vulneráveis e etiquetados pelo sistema penal, para outros é considerado porte
de drogas. Como bem destacado em pesquisa - ‘Mapa do Encarceramento’,
Jacqueline Sinhoretto -, há uma aplicação desigual das regras e procedimentos
judiciais, como, por exemplo, no momento em que o policial escolhe quem deve ou
não revistar, ou a maneira de tratar uma pessoa flagrada portando uma
determinada quantidade de entorpecentes. ‘A quantia pode ser a mesma.
Determinadas pessoas podem ser acusadas por porte e outras, por tráfico’,
afirma a pesquisadora.
No
julgamento do Recurso Extraordinário nº 635.659, em curso perante o Supremo
Tribunal Federal,
o ministro Alexandre de Moraes trouxe inúmeros dados que
demonstram o quanto é seletivo e altamente discriminatório o sistema penal.
No
que pese o Senado Federal ter feito ‘ouvidos de mercador’ em relação às
críticas apresentadas
por diversos institutos que se dedicam ao estudo do tema, como IBCCrim, IDDD, Conectas, entre outros, e por
inúmeros profissionais do Direito e da Saúde. Espera-se que o Supremo Tribunal
Federal seja prontamente provocado para declarar a inconstitucionalidade da
abominável PEC das drogas. Eu cumprimento o Sr. Leonardo Isaac Yarochewsky, por
essa análise muito adequada e apropriada.
Quero assinalar,
Sr.
Presidente,
que, infelizmente, sob Tarcísio de Freitas, o número de pessoas mortas por PMs
em São Paulo cresceu 138% em um ano, conforme a matéria hoje publicada na “Folha”
por Claudinei Queiroz e Paulo Eduardo Dias.
“O número de
pessoas mortas por policiais militares em serviço no estado de São
Paulo disparou no
primeiro trimestre deste ano, segundo dados oficiais da gestão Tarcísio de
Freitas.
Foram 179 casos
nos três primeiros meses de 2024, contra 75 no mesmo período do ano passado,
conforme os números divulgados pela própria Secretaria da Segurança Pública. É
o maior número de mortes em ações da PM no Estado desde 2020, enquanto foram
218 vítimas. Em 2022, tinham sido 73 casos.
Uma possível
explicação para a explosão de óbitos após dois anos de casos em um patamar
menor é a Operação Verão, realizada pela PM na Baixada Santista, que foi
finalizada no dia 1º de abril, com um total de 56 mortos.
A incursão da
PM na região teve início em dezembro e foi intensificada em fevereiro, após a
morte do soldado Samuel Wesley Cosmo. A escalada de mortes no litoral paulista resultou
em uma série de críticas à atuação da Polícia, entre as quais está uma queixa
ao Conselho de Direitos Humanos da ONU apresentada no mês passado pela Conectas
Direitos Humanos e Comissão Arns.
Ao ser
questionado sobre o tema na ocasião, o governador afirmou que não está nem aí
para as denúncias de abusos cometidos durante a Operação Verão. ‘Sinceramente,
nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode
ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, porque eu não estou
nem aí’, disse Tarcísio de Freitas.
Os números
divulgados pela Secretaria surpreenderam Cláudio Aparecido da Silva, o ouvidor
da PM. O dado é alarmante, visto o histórico do estado de São Paulo, que vinha de
uma forte tendência de queda nesse tipo de homicídio. É o momento das
autoridades e da própria sociedade refletirem se é mesmo essa política que a
gente deseja.”
Muito obrigado,
Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Obrigado
deputado Suplicy. Prossigo agora com os oradores inscritos no Grande Expediente
nesta data de 30.04.2024. Próximo orador, Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado
Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado
Rogério Santos. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)
Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)
Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputada Thainara
Faria. (Pausa.)
Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Itamar
Borges. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputada Leci Brandão.
(Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.)
Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado
Donato. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.)
Deputada Andréa Werner. (Pausa.)
Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado
Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Rômulo
Fernandes. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Professora
Bebel. (Pausa.)
Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.)
Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado
Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputada Ediane
Maria. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputada Marina Helou.
(Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.)
E agora eu gostaria de pedir ao
deputado Suplicy que conduza aqui os trabalhos da Presidência para que eu possa
fazer a minha fala junto ao Grande Expediente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Eduardo
Suplicy.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Tem a palavra
no Grande Expediente o deputado Dr. Elton pelo tempo regimental.
O
SR. DR. ELTON - UNIÃO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Uma boa tarde a todos nesta Casa, aos servidores
públicos desta Casa, tão importantes para as conduções do trabalho. Queria agradecer
também à Presidência, deputado Suplicy, a oportunidade de poder trazer uma fala
aqui no Grande Expediente.
Na verdade,
hoje eu não iria falar, mas eu não tenho como não me posicionar em relação ao
que foi falado por um deputado anteriormente a esse momento em que estou
falando com todos. Foi falado sobre a revogação de uma consulta pública
relacionada ao grupo LGBT. E aí houve então uma confusão de falas que eu
acredito que precisa ser comentada por aqui.
Falou-se sobre
a realização da CPI, uma comissão de inquérito relacionado à transição de
gênero. Esta Casa trabalhou por diversos meses apresentando dados para que a
gente construísse, adequadamente, um olhar sobre o que vem acontecendo no nosso
País e também no mundo em relação à transição de gênero.
E aí eu trago
para vocês uma notícia - não é tão recente, mas de março -, e comentar que a
CPI foi encerrada, os trabalhos, ao final de 2023. Tivemos apontamentos
importantes por ali.
Alguns dos apontamentos
por essa CPI foram de que o SUS não consegue e não está capacitado para a
realização de qualquer transição de gênero em crianças e adolescentes. E isso é
um dizer não deste deputado aqui que vos fala, mas exatamente dos próprios
técnicos da área de Saúde que estavam sendo ouvidos nas oitivas.
Também gostaria
de comentar que mais uma das situações ou daquilo que foi observado na CPI, é o
fato de que o governo federal tentou realizar uma redução da idade na qual eram
iniciados os tratamentos de transição de gênero com utilização de hormônios e
também a utilização de bloqueadores hormonais para que isso acontecesse.
Hoje,
autorizado a partir dos 16 anos. Mas, agora, na tentativa de trazer isso para
os 14 anos. E diante do exposto nas oitivas ali da CPI foi determinado - mais
uma vez, não por este que vos fala, mas por meio do corpo técnico e no qual eu
também entendo que como o médico, trazendo todos os trabalhos científicos e
aquilo que foi exposto aqui nesta Casa, também me enquadro desta mesma forma.
E observou-se que
não há possibilidade da redução dessa idade com a utilização de bloqueadores
hormonais para realização da transição de gênero em crianças e adolescentes.
E eu trago para
vocês a notícia de que agora, em março, o Serviço Nacional de Saúde da
Inglaterra - que é o equivalente ao Ministério da Saúde -, anunciou o total
banimento dos bloqueadores de puberdade que são utilizados para impedir o
desenvolvimento natural durante das crianças durante a adolescência que buscam
a mudança do sexo.
Esses
hormônios, essas medicações, são utilizadas quando há um déficit de
desenvolvimento e crescimento dessas crianças, como na puberdade precoce. Para
isso existe todo um corpo técnico que tem estudos bem embasados para a
realização da utilização dessas medicações.
O uso desse tipo
de tratamento explodiu no mundo nos últimos dez anos, pelo menos, mas explodiu
apesar da falta de evidências científicas da sua segurança, e isso se tornou no
mundo inteiro talvez a maior depravação que eu conheço da medicina, com
utilização disso destruindo o desenvolvimento normal das nossas crianças e
adolescentes.
Nos Estados
Unidos, onde esse quadro seguia com muita força, muitos médicos têm oferecido a
solução para menores de idade que estão em dúvida sobre a sua identidade
general, afirmando que os seus efeitos são reversíveis, só que não há trabalhos
científicos.
Aí eu venho
dizer que trouxemos trabalhos científicos, pessoas técnicas, para poder mostrar
o que cientificamente estava acontecendo. Só que vários estudos têm demonstrado
que os efeitos nocivos irreversíveis por meio da utilização desses hormônios,
como o liberador da gonadotrofina, ele pode alterar o desenvolvimento ósseo,
ele pode realizar uma castração química irreversível, trazendo danos à saúde a
todos os pacientes.
O serviço
nacional da Inglaterra acabou por tomar esse tipo de decisão com base na falta
de evidências científicas sobre a segurança da utilização desse tipo de droga.
Vários outros países, também europeus, estão com essa restrição de uso dos
bloqueadores de puberdade para os fins de tratamento da disforia de gênero, e
vão aqui alguns deles, como a Finlândia, a Suécia e a Noruega.
Então aos
poucos não só o Brasil, mas muitos outros países, estão tendo a adequada visão
da sociedade na tentativa insana de tratar essa mudança de sexo como uma
espécie de escolha pessoal, e não decorre da rara condição de disforia que
ainda está envolvendo crianças e adolescentes, e com isso acaba por causar mais
dano do que cuidado a todas essas crianças.
Cito aqui a
fala do pai da medicina, que é Hipócrates, que diz: “primum non nocere”, ou
seja, “primeiro não causar dano”. Dessa forma, encerro minha fala dizendo que
precisamos ter um olhar acima de tudo científico, fazendo com que crianças e
adolescentes não sofram todo esse impulsionamento, talvez até impulsionados por
meio da indústria farmacêutica, e dessa pauta woke, que é nefasta, para que a
gente possa lesá-los e causar dano a longo prazo a todos eles, envolvendo não
só questões físicas, mas, como disse o próprio deputado anteriormente, tantos
danos de saúde mental.
Muito obrigado
a todos.
Obrigado pela
oportunidade de fala, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus
cumprimentos, Dr. Elton, pela maneira como tratou com muita propriedade esse
tema bastante complexo, mas, como médico, pôde trazer o seu diagnóstico, o mais
adequado.
Solicito ao Dr. Elton, se puder,
presidir a sessão, para que eu possa falar como antes estava previsto; eu tinha
cedido para a deputada Ana Perugini, mas ela não está presente, então eu volto
a ter a oportunidade de falar, se possível.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Dr. Elton.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Deputado
Eduardo Suplicy, eu agradeço pela citação do meu nome, agradeço pela coerência
que o senhor teve. Obrigado pelo carinho.
Sigo aqui nos trabalhos com os oradores
inscritos no Grande Expediente. Prosseguindo aqui, eu convoco o deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Altair Moraes. (Pausa.) Deputado Rodrigo
Moraes. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.
(Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
E agora, em acordo, com uma cessão de
tempo da deputada Ana Perugini, eu passo a palavra ao deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Dr. Elton, prezados Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, considero importante o artigo que Walter Casagrande Jr., querido
esportista, futebolista Casagrande publicou na UOL.
“Fui ao
Pacaembu e voltei com o coração apertado pelo que vi. A fachada do Pacaembu faz
parte da minha vida”, diz ele.
Vou voltar ao
assunto das obras do Estádio do Pacaembu porque esta situação está me
incomodando muito mesmo a mim próprio. Na sexta-feira passada escrevi um texto
sobre a vergonha que a empresa Allegra, responsável pelo complexo, nos fez
passar com o cancelamento forçado e necessário do show do aniversário de 83
anos do rei Roberto Carlos, que iria realizar nesse evento, sem a mínima
segurança para as pessoas, no meio de obras, andaimes, tudo o que não faz parte
de um show.
A lista de
irregularidades é enorme e mesmo assim essa empresa ia desrespeitar a ordem da
prefeitura. Com lucidez o município agiu rápido, interditou o Pacaembu para
impedir um evento que poderia terminar em tragédia.
Depois disso, o
Juca Kfouri escreveu sobre outros danos que essa empresa está criando no
complexo inteiro: rachaduras, vazamentos no Museu do Futebol, com a Praça
Charles Miller virando um depósito de entulho.
Pois bem, hoje,
sexta-feira, acordei cedo e fui ver pessoalmente as obras e os danos que tudo
isso está causando. Fiquei perplexo com a falta de cuidado, descaso, o
desrespeito com um lugar histórico para a cidade e para todos os paulistanos.
Essa empresa colocou todos os banheiros químicos na frente da entrada do museu,
que hoje recebe 50 pessoas aproximadamente. É um absurdo.
Conversei com
pessoas do museu e da loja de esportes que tem no local. Havia vários ônibus de
escolas e excursões de todos os lugares para se deliciarem com a história do
nosso futebol.
Mas hoje, por
causa do desleixo da empresa Allegra, já não tem uma entrada atrativa. Fui à
loja e comprei duas camisas retrô, uma do Flamengo, outra do Vasco, de 1973, nº
10.
Aproveitei e
perguntei o quanto as obras estão afetando negativamente a loja. Gente, é
desesperador o que as pessoas da loja me falaram. Caiu demais o número de
clientes e de interesse para pelo menos entrarem para verem essas lindas
camisas antigas.
A Praça Charles
Miller, que é um cartão postal da cidade, com arquitetura de entrada do Estádio
do Pacaembu ao fundo, virou um lugar de destruição e não de construção.
A grama, linda ao
redor da praça, que na minha adolescência eu ficava com meus amigos sentados aí
admirando a lindeza do estádio iluminado à noite, virou um matagal. O mato está
altíssimo. Feio, parece mais um terreno baldio do que a linda praça que sempre
foi.
A feirinha
tradicional está lá encaixotada por entulhos, banheiros químicos, escritórios
de madeira. Enfim, a empresa não tem a mínima preocupação sem nenhuma ligação
emocional com esse símbolo da nossa cidade.
Está tudo
atrasado e no desespero mostrar algum resultado e também querer jogar na cara
dos críticos, como eu, que tudo está andando. Porém, o preço está sendo muito
alto. Em nome de uma modernidade discutível, estão destruindo a nossa história
e tudo o que tem ao redor.
O aspecto do
Pacaembu é de um local que foi vítima de um terremoto de nove pontos na escala
Richter. Não estou inventando e aumentando nada, porque estive lá nesta manhã.
Dá uma dor
enorme no coração ouvir pessoas emocionadas me agradecendo por estar chamando
atenção para essa destruição desde o início. Alguém pode me perguntar assim:
“Casão, você acredita que o Pacaembu ficará do jeito que a empresa Allegra está
dizendo?”.
Bom, eu
acredito, até porque estão pressionados a deixar o estádio moderno e
confortável, mas qual será o preço que a Praça Charles Miller e tudo ali vão
pagar? Queremos um belo Pacaembu e com tudo o que o local nos oferece intacto.
Nós não queremos só o estádio, queremos a praça, o museu, a loja, a banca de
jornal, a feirinha e a grama do jeito que sempre foi ou melhor.
Sou paulistano
e não vou sossegar. Vou ficar em cima dessas obras até ficarem prontas. Não sou
contra a modernidade, sou contra o descaso, a falta de respeito e de
consideração que a empresa Allegra parece ter com a nossa cidade. Amo São Paulo
com tudo o que ela tem. Devemos nos unir para cobrar proteção à Praça Charles
Miller e tudo de cultural que ela nos oferece.
Pois bem,
queria aqui acrescentar que a Praça Charles Miller, acho que foi em 27 de
dezembro, recebeu mais de 30 mil pessoas. Foi o início da campanha das Diretas
Já. Foi o dia em que, naquela noite, havia falecido o querido e extraordinário
senador Teotônio Vilela, que foi homenageado em pronunciamento feito pelo então
senador Fernando Henrique Cardoso.
Aquele foi o
início de uma das mais belas campanhas deste País, a campanha das Diretas Já,
que depois contou com novo comício de mais de 100 mil pessoas na Praça da Sé,
que precedeu os grandes comícios da Candelária, com mais de um milhão de
pessoas e, também, o comício do Vale do Anhangabaú, com mais de um milhão de
pessoas.
Muitos dos que
estavam nessa campanha das Diretas Já realizaram uma manifestação muito bonita
ontem, que está registrada hoje, na “Folha de S.Paulo”.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre
as lideranças, solicito a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos.
O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - É regimental, deputado Eduardo Suplicy. Então
está suspensa esta sessão até as 16 horas e 30 minutos.
Muito
obrigado a todos.
*
* *
- Suspensa às 15 horas e 33 minutos, a
sessão é reaberta às 16 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a
sessão.
Ordem do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a mesa
requerimento do nobre deputado Eduardo Suplicy, com número regimental de
assinaturas, nos termos do Art. 35º, do Regimento Interno, para a constituição
de uma Comissão de Representação com a finalidade de participar do XXIII
Congresso da Bien, Rede Mundial da Renda Básica, a realizar-se no período de 27
de agosto a 2 de setembro do corrente ano, em Bath, no Reino Unido, a ser
custeada, nos termos do Art. 90, § 4º do Regimento Interno, conforme aprovada
na Comissão de Relações Internacionais.
Em votação. Os Srs. Deputados e as
Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram...
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem
deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Como vice-líder do PL,
presidente, indicar o deputado Paulo Mansur para encaminhar pela bancada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Deputado Paulo Mansur tem a palavra.
O Sr. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Cumprimentar você, presidente, André do Prado, e falar, antes de qualquer coisa
hoje, de prestar as minhas condolências para o policial militar Matheus, nosso
companheiro aqui da Casa, que sempre com sorriso leve, simpático, uma pessoa
que sempre cumprimentava todos nós, deputados, e que veio a falecer nesse
sábado.
Veio
a falecer de uma doença silenciosa e que a gente não sabe realmente quem tem a
depressão. E essa doença atingiu também uma assessora parlamentar minha, a
Karol Eller, que veio a tirar a própria vida também. E é um assunto que a gente
precisa, como parlamentar, dar uma atenção.
Nada
é por acaso o que acontece na nossa vida, e o PM Matheus estava dentro do nosso
ambiente de trabalho. E realmente é um tema, que eu, como parlamentar... Vocês
podem ter certeza, vai ter emenda parlamentar minha envolvida na saúde mental
para o estado de São Paulo. Vou fazer uma reunião com o Guilherme Derrite para
ver como eu posso destinar essa emenda para a gente ajudar a corporação da
Polícia Militar em depressão, ajudar nesse tema tão sensível da área da Saúde.
E
falando em saúde, hoje a nossa bancada esteve com Eleuses Paiva, que é
secretário da Saúde. Teve uma resolução da área federal que acabou falando
sobre crianças trans, crianças LGBT+ que o governador, e nós da bancada do PL,
falamos com o governador, falamos com o secretário. Nessa reunião o secretário
de Saúde achou conflitante essa resolução do governo federal que veio para ser
aprovada dentro do Estado.
Está sendo
construída uma proposta nessa linha, que nós temos entendimento, na relação de
como a gente vai fazer isso, porque é uma resolução da área federal, e não
estadual.
A gente sabe
que criança trans e criança gay não existem, porque a criança não tem a
maturidade de escolher o que ela quer na sexualidade. Se ela tem influência de
um adulto, é crime.
Eu protocolei
um projeto de lei para crianças não frequentarem paradas LGBT dentro do estado
de São Paulo quando eu vi dentro da parada LGBT, no ano passado, uma pessoa
trans segurando uma criança, falando que criança trans existe, deputado Eduardo
Suplicy, olhe o verdadeiro absurdo. Então crianças estão sendo liberadas dentro
do estado de São Paulo para fazer transição de gênero com quatro, cinco anos de
idade. Veja se é possível algo assim, pegar uma criança? Isso que é genocídio,
meu Deus do céu.
A gente pega o
Guilherme Cortez, que defende a transição de gênero para crianças de quatro,
cinco, seis anos de idade, ele vem defender aqui e chama a nossa bancada bolsonarista
de genocida. Genocida é ele, que é um assassino de criança. É isso que a gente
busca dentro do nosso Parlamento.
Tem que ser
proibida a transição de gênero até os 18 anos de idade no estado de São Paulo e
é essa a nossa luta que a gente propôs para o secretário de Saúde. Nós, como
deputados estaduais, temos o dever de preservar as nossas crianças aqui, no estado
de São Paulo.
Vai ter uma
resposta em cima disso.
A gente não
admite que mexam com as nossas crianças.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o
requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam
como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há também sobre a mesa requerimento da
nobre deputada Beth Sahão, com número regimental de assinaturas, nos termos do Art.
35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação,
com a finalidade de despachar com os respectivos ministros de Estado, dos
Ministérios da Casa Civil e da Educação, nos dias oito e nove de maio do
corrente ano, em Brasília, sem ônus para este Poder.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado
o requerimento.
Há também um último requerimento sobre
a mesa, do nobre deputado Eduardo Suplicy, com número regimental de assinaturas,
nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição de uma
comissão de representação, com a finalidade de participar de audiência pública
da Frente Ampla pela Renda Básica da Assembleia Legislativa do Estado de
Pernambuco, a realizar-se no dia 6 de maio do corrente ano, em Recife, a ser
custeada via verba de gabinete parlamentar.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para encaminhar o deputado Eduardo Suplicy, para falar sobre esse
requerimento.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Tem a palavra o deputado Eduardo Suplicy.
O SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem,
presidente. Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem V. Exa.
dois minutos, deputado Major Mecca.
O SR. MAJOR MECCA - PL
- PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu queria trazer ao
conhecimento deste plenário, dos deputados desta Casa, que semana passada eu
tive uma reunião com moradores do bairro do Pacaembu, moradores que estão em
pânico.
O que ocorre
naquela região, bem como nós constatamos que está ocorrendo em várias regiões
da Capital de São Paulo, é que um grupo organizado de maneira criminosa está
invadindo residências que se encontram sem moradores. Ou seja, o morador faz a
mudança da residência, é colocada uma placa de “aluga-se” ou “vende-se” e esse
grupo organizado vai procurando casas que estão vazias.
Eles têm até um
“modus operandi”, eles colocam um vaso com planta bem no portão e, se depois de
dois, três dias ninguém mexeu, é um sinal de que a casa está vazia.
Durante a
madrugada, eles encostam com uma kombi na casa, arrombam a residência e entram
com várias pessoas, invadem e lá permanecem. Isso vem acontecendo em todas as
regiões de São Paulo, principalmente no bairro do Pacaembu.
Eles fazem
contato com o proprietário, cobram, estão cobrando de 20 a 30 mil reais para
saírem imediatamente. Em um dos casos, o morador levou 20 mil reais, deputado Eduardo Suplicy. O invasor falou que ele demorou muito, não eram mais 20;
a partir daquele momento, eram quarenta.
Então, Sr.
Presidente, é preciso, no estado de São Paulo, um envolvimento da Secretaria de
Segurança Pública, um envolvimento da Procuradoria Geral de Justiça, o
Ministério Público, para fiscalizar esse grupo criminoso organizado invadindo
essas casas em vários bairros da nossa cidade.
Fiz uma reunião
na sexta-feira junto com esse grupo de moradores, com o coronel Vilariço, no
comando de policiamento da capital. E a Polícia Militar se disponibilizou a
ajudar esses moradores, esses cidadãos de bem, trabalhadores que têm o direito
à propriedade e não podem ser vítimas de invasores.
Porque se fala
em formação de quadrilha, fala-se em invasão de domicílios, em grupo organizado
para o tráfico de drogas e para a prática de crimes como furto e roubo nos
quarteirões próximos.
Então, fica
aqui registrado. Eu gostaria de que o senhor enviasse, Sr. Presidente, essa
minha fala à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, à
Delegacia Geral de Polícia e ao Comando da Polícia Militar.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Major Mecca. Determino então à nossa SGP que faça o encaminhamento da
fala do nosso deputado Major Mecca para a Delegacia Geral e também para o
secretário de Segurança.
Com a palavra, o deputado Eduardo Suplicy, para
encaminhamento.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente André do Prado, Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, eu quero agradecer pelo apoio que tive para os requerimentos,
o primeiro para participar do Congresso Internacional da Basic Income Earth
Network - Rede Mundial da Renda Básica -, em que irei falar dos avanços que têm
acontecido no Brasil.
O Brasil tem todas as condições para se tornar o
campeão mundial da renda básica universal e incondicional. E também o
requerimento que apresentei para realizar uma representação da Assembleia
Legislativa na Câmara Municipal de Recife, em Pernambuco, onde será lançada a
Frente Parlamentar em Favor da Renda Básica de Cidadania.
Por todo o planeta, mais e mais países e cidades estão
realizando iniciativas da renda básica universal como um direito à cidadania. E
eu gostaria de, logo que participar desses eventos, tanto em Pernambuco quanto
na Universidade de Bath, na Inglaterra, depois trazer aqui como foram estes
encontros, que certamente farão avançar o propósito de se instituir em cada
país e em todo o planeta Terra a renda básica universal.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO
PRADO - PL - Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de
acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - “Sr. Presidente, formulo a presente questão de
ordem, com fundamento no Art. 260 do Regimento Interno, a respeito da
interpretação do Art. 54, também do Regimento Interno. O artigo em questão, no
que interessa, tem a seguinte redação:
‘Para as matérias submetidas às comissões, deverão ser
nomeados relatores dentro de 48 horas, exceto para as em Regime de Urgência,
quando a nomeação será imediata.’
Recentemente foi incluído, na Ordem do Dia, o Projeto
de lei Complementar n° 9, de 2024, que institui o programa “Escola
Cívico-Militar”, no Estado de São Paulo, encaminhado pelo Sr. Governador, e que
foi recebido pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação, em 14 de março
de 2024.
Não obstante ter sido a propositura recebida em Regime
de Urgência, a designação de relator ocorreu apenas em 9 de abril de 2024, não
obstante a apresentação de questões de ordem nas reuniões da Comissão
realizadas em 3 de abril, 10 de abril e 17 de abril, na própria Comissão. Sem
que tenha sido fixado prazo pela Presidência, a propositura foi devolvida após
uma semana, sem a apresentação de voto.
É fácil verificar, no caso da propositura em apreço,
que, mesmo com a tramitação em Regime de Urgência, não houve a designação de
relator em tempo hábil no âmbito da CCJR, de modo que foi inequivocamente
impedida de ser realizada a discussão a respeito da proposta em questão.
Com efeito, seria extremamente relevante que houvesse
a discussão especificamente sob o ponto de vista da constitucionalidade,
legalidade e juridicidade da medida, com vistas à identificação da viabilidade
formal da propositura que, nestas alturas, restará prejudicada pela sua
inclusão na discussão geral da propositura.
Mais grave ainda, a propositura do presidente da CCJR
implicou a inviabilidade de que houvesse discussão do projeto no âmbito das
demais comissões, suprimindo a deliberação da Comissão de Educação e Cultura e
da Comissão de Finanças e Orçamento.
A bem da concisão, deixamos de enfrentar o óbvio
prejuízo à tramitação que decorre da ausência de discussão no âmbito da
comissão de mérito. Mas é o caso de registrar a relevância de que o projeto
tivesse trânsito pela Comissão de Finanças.
O efeito da medida para o erário não foi avaliado
corretamente, visto que não há nenhum estudo que dê conta do efeito de haver
destinação específica dos recursos da Educação para essa modalidade específica
de ensino, do quadro geral de financiamento a esse direito fundamental. Assim,
houve omissão do Sr. Presidente da CCJR a respeito de determinar a distribuição
e inclusão em pauta da propositura, com inequívoco prejuízo quanto à
profundidade do debate relativo a essa matéria.
Nesses termos, o que se indaga a essa Presidência é
se:
1. O ato de designar imediatamente relator para as
matérias em Regime de Urgência está sujeito à discricionariedade do presidente
da Comissão.
2. Se houve descumprimento do Regimento Interno pelo
Sr. Presidente da CCJR.
3. Se, em função das omissões, com inequívoco prejuízo
à profundidade da discussão, há nulidade do processo legislativo.
Requeiro, ademais, a suspensão dos trabalhos, até que
sejam respondidas as perguntas dessa questão de ordem, assim como das demais
representações e questões de ordem, que foram tempestivamente e oportunamente
apresentadas em relação ao PLC 9, de 2024.”
É isso, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Recebo a
questão de ordem do deputado Paulo Fiorilo, líder da bancada do PT, PCdoB e PV,
e responderemos oportunamente.
Com a palavra, deputado Gil Diniz.
O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. Presidente, venho a este
microfone prestar a minha solidariedade aos familiares, amigos e à nossa
assessoria Policial Militar, pela memória do soldado Matheus.
O Matheus estava presente conosco, neste plenário, por
muitas vezes. Semana passada, estava conosco. Então eu rendo a minha homenagem
a esse policial. Realmente, o Paulo Mansur disse aqui na tribuna, é o mal do
século a questão da depressão.
O Mansur, que teve a sua assessora, Karol Eller, que
eu conhecia, amiga minha, que também faleceu dessa maneira trágica. E outras
pessoas que nós conhecemos aqui na própria Assembleia Legislativa. Então fica a
nossa homenagem.
Mas fica a reflexão também, se não é o caso - sei que
V. Exa. é muito sensível às pautas que os deputados apresentam aqui -, algum
estudo, algum projeto, alguma comissão que trate desse tema, no âmbito da
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Às vezes nós acabamos por não saber que o nosso amigo,
o nosso funcionário, o nosso familiar em casa, apresentam alguns sinais, e a
gente acaba não percebendo. A gente vê a pessoa contente, feliz, brincando
conosco e, no outro dia, a notícia de uma tragédia.
Então,
fico muito triste pela notícia, por saber que era um de nós, uma pessoa que
estava conosco aqui. Deixo aqui registrada essa homenagem e essa solicitação
para que, se possível, montemos um grupo de trabalho, um grupo de estudo,
porque já é o segundo ou terceiro caso que vejo aqui na Assembleia Legislativa
que teve uma certa publicidade, mas outros casos, de repente, a gente acaba por
não saber.
Então, deixo
aqui essa homenagem e essa sugestão de estudos de caso porque a gente não pode
ver um amigo, um companheiro, uma pessoa querida tirar sua própria vida assim,
nesse processo que é a depressão. Fico muito triste pela família do Matheus,
pelos nossos policiais aqui da Casa, e deixo aqui os meus sentimentos mais uma
vez a sua família.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com certeza,
deputado Gil. É pertinente a sua preocupação, é louvável a sua iniciativa, como
a do Paulo e de todos nós. Nós todos sabemos que a questão hoje da depressão
está no meio dos nossos, de nossas famílias, próxima a nós, no meio de
trabalho, com quem a gente convive e em toda a sociedade. Realmente, muita
coisa tem que ser refletida.
Para nós, foi uma perda muito grande. O
Matheus era um excelente profissional, um excelente policial, que nos dava
honra aqui. Eu tive ainda a honra de entrevistá-lo e fiquei muito sentido
realmente.
É inacreditável. A gente não quer
acreditar que isso ocorreu diante dos fatos, mas infelizmente é uma realidade
que temos que encarar e temos, sim, a obrigação de criar um estudo, de fazer um
debate maior, com especialistas da área, de que forma vamos poder realmente
minimizar e criar mecanismos para que a gente possa identificar pessoas que
estão em uma situação de depressão, já no final, a ponto de cometer um ato como
o que foi cometido pelo Matheus, que é inaceitável.
Então, conte com o apoio desta
Presidência sempre. Sim, vamos debater esse assunto nesta Casa, que é
pertinente.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente. Para uma comunicação, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental, V.
Exa. tem dois minutos.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado. Dentro desse tema que o Gil
Diniz trouxe, também queria manifestar minha solidariedade à família do soldado
Matheus.
Vendo toda essa
situação que enfrentamos agora neste fim de semana, eu conversava com algumas
pessoas e, somente neste ano, estamos terminando o mês 04 e temos notícias de
mais de cinco pessoas ligadas à Assembleia Legislativa que cometeram suicídio.
Pessoas que nós conhecemos, pessoas ligadas a funcionários e pessoas ligadas
aos gabinetes.
Conversando
também, presidente, Gil Diniz, deputados e deputadas, nós temos um projeto, um
projeto de que a gente faz parte, que a gente ajuda também, que é voltado
exatamente para cuidar das pessoas que apresentam esse sinal de depressão.
Se bem que não
apresenta, a depressão, a pessoa não apresenta nenhum sinal, mas ela existe,
não é frescura. Tem gente que acha frescura. Não é frescura, é um mal realmente
muito sério, muito grave, e nós temos um projeto, presidente.
Inclusive,
tenho conversado com algumas pessoas do meu gabinete para conversar com V. Exa.
depois, com a Mesa, para apresentar esse projeto de que fazemos parte, em que
cuidamos de pessoas. Esse projeto tem salvado centenas e milhares de pessoas
com esse mesmo problema de depressão.
Queremos
apresentá-lo para o senhor depois, para os deputados, para que a gente possa
implantar. Não é um projeto ligado a uma religião, a um dogma. Não, é um
projeto de salvação de pessoas, um projeto que a gente realiza e nós
conseguimos, graças a Deus, salvar muita gente, trazer pessoas de volta para a
sociedade, trazer pessoas de volta para a vida.
Então, depois
queremos apresentar esse projeto para o senhor, para a Mesa, para que a gente
possa, de alguma forma, ajudar também a Assembleia Legislativa, os
funcionários, os familiares, porque realmente é um problema que temos que olhar
bem mais próximo, olhar de perto, e cuidar disso, porque não queremos perder
mais ninguém aqui nesta Assembleia, presidente.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Vossa
Excelência tem dois minutos.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, primeiro, como líder da bancada, quero me
solidarizar com a família do soldado pelo que aconteceu, o Matheus.
O Matheus, como
já disse aqui o deputado Gil, esteve sempre aqui com a gente, participava das
atividades e muitas vezes esteve aqui, como outros soldados ficam durante o
dia.
Eu queria não
me contrapor - até porque eu não conheço o projeto do Gilmaci -, mas eu queria
falar de uma questão muito específica. Eu acho que é preciso ter um olhar mais
apurado para algumas categorias, e uma delas, em especial, é a Polícia Militar.
Primeiro porque
os policiais, eles andam armados, diferente das outras categorias e das outras
pessoas. Não que essas não poderão cometer suicídio se elas estiverem
deprimidas, ou passarem por algum processo de estresse, mas, no caso da
Polícia, eu acho que era preciso que a gente tivesse um olhar mais apurado. Eu
acho que era preciso discutir, e inclusive eu queria sugerir, Sr. Presidente, que talvez a Comissão de
Segurança desta Casa pudesse promover um debate, trazer o comandante-geral, trazer
especialistas, discutir como é que tem sido feito esse processo de
acompanhamento.
Porque o deputado Gilmaci tem razão. Muitas
vezes, os sintomas, eles não são perceptíveis. Eu falava com o pessoal que
trabalhou no sábado aqui, ou no domingo, disseram que ele esteve aqui,
conversou, brincou, do mesmo jeito que fazia sempre.
Então, como é
que era possível perceber? Se a gente tiver mecanismos objetivos de
acompanhamento, com psicólogos, com psiquiatras, com assistentes sociais. A
gente já falou sobre isso, por exemplo, na questão da Educação, a importância e
a necessidade de termos profissionais especializados para fazer esse
acompanhamento.
Então, eu
queria deixar aqui um apelo a esta Casa, à Presidência, para que a gente pudesse
encarar isso não como um problema só da sociedade, mas especificamente da
Polícia Militar, por conta da situação que vivem os policiais, de pressão, de
estresse, e são funcionários, são servidores que andam armados, portanto,
precisam ter uma atenção maior.
Para além da
questão da Educação, da Saúde, mas nesse caso específico, eu acho que é preciso
ter um outro olhar, inclusive trazendo dados. Quantos policiais sofrem com
depressão? Isso é possível a gente constatar. Quantos deles já não tentaram
tirar a vida por conta da depressão?
E, a partir daí,
pensar quais são os mecanismos que existem, que são vários, para que a gente
possa tratar, para que a gente não tenha de novo uma situação dessa, não só
aqui da Assembleia, mas no estado de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr.
Presidente.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - RPEUBLICANOS - Pela
ordem, Sr. Presidente.
Para uma comunicação, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Jorge Wilson. Tem dois
minutos Vossa Excelência.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, para desejar nossos sentimentos aos familiares do policial
Matheus. Dizer da tristeza desta Casa. Um policial aqui integrado a esta
Assembleia, sorridente, sempre proativo. E aí, Sr. Presidente, vale a pena realmente V. Exa.
procurar adotar políticas públicas de um bom debate, com especialistas.
Porque a pessoa
que sofre de depressão, muitas vezes ela demonstra, outras vezes acaba não demonstrando,
mas os próprios familiares conseguem observar que existe alguma coisa que não
está legal, que não está caminhando bem.
Então, eu acho
que esta Assembleia pode dar um exemplo importantíssimo aqui para o estado de
São Paulo e para o país, adotando políticas públicas, ouvindo aqui os
especialistas.
Vamos levar
também ao governador, ao governo do estado de São Paulo, para que o estado, este
estado que está procurando, na pessoa do nosso governador Tarcísio de Freitas,
ser um estado mais presente na vida dos municípios, vamos fazer esse estado
mais presente também na vida das pessoas, sentindo de perto.
Muitas vezes
aquela pessoa está ali no seu dia a dia, está trabalhando, coloca um sorriso no
rosto e deixa o seu problema para resolver em casa, e muitas vezes acaba
resolvendo de uma forma tão trágica, ceifando sua própria vida, tirando o bem
maior que Deus nos deu, que é o direito à vida.
Então, Sr. Presidente, eu acho que é uma pauta importante
para que V. Exa. possa analisar, e eu quero pedir a Deus que conforte o coração
de todos os familiares, fortalecendo-os, porque o soldado Matheus é uma pessoa
muito querida, e hoje eu tenho certeza de que a família está sofrendo muito.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Era
isso, Sr. Presidente,
e havendo acordo entre as lideranças, entre os líderes aqui, eu peço o levantamento
da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes,
porém, de levantar a sessão, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, comunico
ao Plenário que, nesta sessão, estou
respondendo à questão de ordem formulada pelo nobre Deputado Paulo Fiorilo na
Nona Sessão Extraordinária, realizada no último dia 9 de abril, acerca da
tramitação do Projeto de lei nº 1589, de 2023.
Em prol do dinamismo
dos trabalhos do Plenário, não farei a leitura da resposta.
Para dar a ela a
devida publicidade, determino:
1º) que seja
prontamente encaminhada ao nobre autor da questão de ordem; e
2º) que seja
transcrita nas notas taquigráficas desta sessão.
Diante das falas aqui, deputado Gil Diniz,
Paulo Fiorilo, Jorge Wilson Xerife, nosso deputado líder do Governo, Paulo
Mansur, esta Presidência, junto com a Mesa Diretora, em especial com o deputado
Barba, deputado Gilmaci, você que também tem muita preocupação com isso, que é
responsável pelo departamento de Saúde desta Casa na 1ª Secretaria, para que
imediatamente implante, deputado Gil, um programa de atendimento a essa doença
silenciosa, um programa de atendimento ao servidor.
Então nós estamos determinando aqui à
1ª Secretaria, através do Departamento de Saúde, que possa criar um programa
específico para atendimento a todos os nossos servidores desta Casa, para que a
gente possa, com a criação desse programa, identificar casos muitas vezes já
crônicos ou que estão em vias de, que a gente possa dar esse atendimento
individualizado.
Para que a gente possa realmente
caminhar nesse sentido que todos os senhores colocaram e depois aprimorar ainda
mais esse programa com o debate, como o deputado Gilmaci colocou aqui, em
outros níveis também. Então já fica essa determinação desta Presidência, para
implantação imediata desse programa, no Departamento de Saúde desta Casa.
Nada mais havendo...
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO -
Sobre esse mesmo assunto, eu gostaria de registrar que a Comissão de Direitos
Humanos aprovou um requerimento recentemente, inclusive com o apoio do Major
Mecca, do...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Gil Diniz.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Gil Diniz e mais um...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Paulo Mansur.
Todos os deputados da comissão unânimes, deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Foi aprovado por
consenso de realizarmos uma audiência pública com algumas autoridades e
especialistas para tratar da questão da saúde mental e desse aumento muito
forte de suicídios, como o que, infelizmente, ocorreu com o soldado Matheus.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Havendo então
acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de quinta-feira, à hora
regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária, a
realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 17 horas e 2
minutos.
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* *
- É inserida íntegra de resposta da
Presidência, não lida em plenário, a Questão de Ordem.
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* *
I. No curso da 9ª
Sessão Extraordinária, realizada em 9 de abril de 2024, o nobre Deputado Paulo Fiorilo dirigiu a esta Presidência
questão de ordem por meio da qual, tratando da tramitação do Projeto de lei nº
1589, de 2023, formulou indagação concernente à interpretação do artigo 166 do
Regimento Interno, que disciplina os requerimentos de informação.
Depois de
transcrever o “caput” e o § 3º do aludido artigo, Sua Excelência assinalou ser
autor de requerimentos dessa natureza atinentes à matéria versada no projeto
que figurava na Ordem do Dia daquela sessão (o já mencionado PL nº 1589/2023,
de autoria do Sr. Governador do Estado, que altera a Lei nº 17.557, de 21 de
julho de 2022, que dispõe sobre a criação do Programa Estadual de Regularização
de Terras, nos casos em que especifica); asseverou que, nas respostas
recebidas, “as dúvidas não foram sanadas na sua totalidade”; e, diante de tais
argumentos, postulou que fossem reconhecidas “(1) a inviabilidade de que o
projeto seja pautado e (2) a necessidade de que seja suspenso o prazo de [sua]
tramitação”.
Eis, em síntese, a
matéria trazida à apreciação da Presidência. Passa-se à resposta.
II.
Preliminarmente, importa consignar que o PL nº 1589/2023, tendo sido aprovado
por esta Assembleia na 16ª Sessão Extraordinária, realizada em 24 de abril
p.p., veio a ser sancionado pelo Sr. Governador do Estado, convertendo-se na
Lei nº 17.935, de 29 de abril de 2024.
Nesse cenário, a
questão de ordem poderia ser tida como prejudicada.
Assim não decidirá
a Presidência, porém, por reputar relevante prestar os devidos esclarecimentos
acerca da matéria, não apenas a fim de que não paire nenhuma dúvida quanto à
regularidade da tramitação do PL nº 1589/2023, como também porque a questão de
fundo colocada pode, ao menos em tese, verificar-se em relação a outros
projetos.
III. Feitas tais
ponderações iniciais, deve-se, passo seguinte, assentar a completa
inexistência, seja no Regimento Interno, seja na Constituição do Estado, de
norma que ampare a postulação que, por meio da questão de ordem “sub examine”,
o nobre Líder da Federação PT/PCdoB/PV dirigiu à Presidência.
O artigo 166,
“caput”, do Regimento Interno, simplesmente delimita os assuntos sobre os quais
se admite a apresentação de requerimento de informação: fato relacionado com
proposição em andamento ou matéria sujeita à fiscalização da Assembleia; e o
respectivo § 3º, por sua vez, determina que, na hipótese de não prestação da informação
no prazo de trinta dias do encaminhamento do requerimento, deverá ser reiterado
o pedido pelo Presidente da Assembleia.
Não decorre, em
absoluto, das normas desses dois dispositivos (nem tampouco, anote-se, de
quaisquer outros preceitos regimentais ou constitucionais) que a eventual
pendência ou incompletude de resposta do Poder Executivo a requerimento de
informação respeitante a fato relacionado com proposição em andamento possa (a)
ensejar a impossibilidade de tal proposição ser discutida ou votada pelo
Plenário da Assembleia Legislativa ou (b) implicar a necessidade de se
suspenderem os prazos de tramitação da proposição.
Consagrar o
entendimento sustentado pelo eminente autor da questão de ordem equivaleria,
“data venia”, a instituir uma nova etapa processual (ou, pelo menos, um
pressuposto processual) totalmente anômala(o), porquanto destituída(o) de
fundamento normativo regimental ou constitucional.
Por si só, o
conjunto de considerações feitas até aqui bastaria para desacolher a questão de
ordem.
IV. Especificamente
no que diz respeito ao PL nº 1589/2023, cabe acrescentar que sua inclusão na
Ordem do Dia deu-se em obediência à norma do artigo 26, parágrafo único, da
Constituição do Estado.
Logo, foi incluído
na Ordem do Dia até que se ultimasse sua votação, em observância ao mencionado
preceptivo constitucional.
Nessa perspectiva,
além de a postulação do ilustre Líder da Federação PT/PCdoB/PV carecer de
amparo regimental, seu eventual acolhimento (possibilidade aqui aventada tão
somente para fins de argumentação) geraria cenário fático-jurídico adverso
àquela norma constitucional.
V. Evidencia-se,
por todo o exposto, que não havia nenhuma razão para que não se desse
prosseguimento à votação do PL nº 1589/2023. Pelo contrário: à Presidência incumbia
propiciar ao egrégio Plenário que, soberanamente, exercesse a prerrogativa de
deliberá-lo — o que, conforme já referido em tópico precedente desta resposta,
veio a ocorrer na 16ª Sessão Extraordinária, realizada em 24/04/2024, ocasião
em que o projeto restou aprovado, e rejeitada a emenda que lhe fora oferecida
na fase de Pauta.
VI. São estas as
considerações que cabia à Presidência fazer, em resposta à questão de ordem
suscitada pelo nobre Deputado Paulo
Fiorilo na 9ª Sessão Extraordinária, realizada em 09/04/2024.
Sala das Sessões,
em 30 de abril de 2024.
ANDRÉ DO PRADO
Presidente
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