26 DE ABRIL DE 2024
22ª SESSÃO SOLENE PARA OUTORGA DO COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO AO DR. LUIZ ROBERTO LIZA CURI
Presidência: DELEGADO OLIM
RESUMO
1 - DELEGADO OLIM
Assume a Presidência e abre a sessão às 10h14min. Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene, para fazer a "Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao Dr. Luiz Roberto Liza Curi", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos.
2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia as autoridades presentes.
3 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM
Expressa sua satisfação por conceder o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo a Luiz Roberto Liza Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação. Faz resumo da trajetória do homenageado.
4 - ANDRÉ LEMOS JORGE
Presidente da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior - Conaes, faz pronunciamento.
5 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia a exibição de um vídeo sobre Luiz Roberto Liza Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação. Lê currículo do homenageado.
6 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM
Outorga o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo a Luiz Roberto Liza Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação.
7 - LUIZ ROBERTO LIZA CURI
Presidente do Conselho Nacional de Educação, faz pronunciamento.
8 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 11h17min.
*
* *
- Assume a
Presidência e abre a sessão o Sr. Delegado Olim.
*
* *
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Daremos início, neste
momento, à sessão solene de Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do
Estado de São Paulo ao Dr. Luiz Roberto Liza Curi. Comunicamos aos presentes
que esta sessão está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal do
YouTube.
Convidamos,
para compor a Mesa de Honra, o deputado estadual Delegado Olim, proponente
desta sessão solene. (Palmas.) Convidamos o Dr. André Lemos Jorge, o sempre
desembargador do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, que atualmente é
conselheiro nacional de Educação e presidente do Conaes. (Palmas.)
E vamos receber
calorosamente o homenageado do dia, o Dr. Luiz Roberto Liza Curi, sociólogo e
doutor em economia, conselheiro e presidente do Conselho Nacional de Educação,
MEC. (Palmas.)
Convidamos o Deputado
Delegado Olim para declarar a abertura oficial desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Bom dia a
todos. Sejam todos muito bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo.
Esta Presidência
dispensa a leitura da Ata da sessão anterior. Declaro aberta esta sessão solene,
que foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado André do Prado,
atendendo a minha solicitação, com a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao
Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Dr. Luiz Roberto Liza Curi.
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convidamos a todos os
presentes para, em sinal de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro,
executado pela Camerata da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a
regência do maestro, primeiro sargento PM, Ivan Berg.
* * *
- É executado o
Hino Nacional Brasileiro.
*
* *
Agradecemos a
Camerata da Polícia Militar e ao maestro, primeiro sargento PM, Ivan Berg.
Registramos e agradecemos a presença das seguintes autoridades e personalidades
que se apresentaram a este cerimonial: Dr. Marco Tullio de Castro Vasconcelos,
reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Agradecemos a
presença do Dr. Cleverson Pereira de Almeida, pró-reitor de extensão e cultura
da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Agradecemos a presença do Dr. Aluisio
Augusto Cotrim, pró-reitor de Graduação da USP.
Agradecemos a
presença da Dra. Susana Córdoba Torresi, pró-reitora adjunta de pesquisa da
Universidade de São Paulo. Agradecemos a presença Dr. Anderson Luiz da
Silveira, conselheiro do Conselho Nacional de Educação.
Agradecemos a
presença Dr. Arthur Sperandéo de Macedo, presidente da Associação Nacional dos
Centros Universitários. Agradecemos a presença Dr. Ednilson Guioti,
diretor-presidente da Redag. Agradecemos a presença do Dr. Marcos Borges,
presidente da Univesp.
Agradecemos a
presença do Dr. Paulo Fossatti, vice-presidente da Câmara de Educação Superior
do Conselho Nacional de Educação. Agradecemos a presença da Dra. Maria Helena
Guimarães de Castro, vice-presidente do Conselho Estadual de Educação de São
Paulo.
Agradecemos a
presença do Sr. Alysson Massote Carvalho, diretor-geral do Instituto
Presbiteriano Gammon. Agradecemos a presença Dr. Bruno Coimbra, diretor da
Associação Brasileira de Mantenedores de Ensino Superior.
Agradecemos a
presença Dr. Francisco Stark, representando, neste ato, o reitor da Belas
Artes, Dr. Paulo Antônio Cardim. Agradecemos a presença da Dra. Flávia Marçal,
representando, neste ato, a UFRA e a OAB do Brasil.
Agradecemos a
presença da Sra. Rita Maria Lino Tárcia, professora do Departamento de
Informática e Saúde. Agradecemos a presença da Sra. Roberta Lins, representando
a professora Lúcia Teixeira, presidente do Semesp. E agradecemos a presença da
advogada Dra. Aurélia Calsavara Takahashi.
Agradecemos
ainda a presença do Sr. Felipe Sigollo, ex-secretário do MEC. Gostaríamos de
registrar a presença Dr. Mozart Neves Ramos, educador, escritor e químico
brasileiro e ex-conselheiro do Todos pela Educação.
Anunciamos as
palavras do presidente proponente da sessão, o deputado estadual Delegado Olim.
O
SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Primeiramente,
eu quero falar primeiro, antes dessas duas feras aqui... o discurso mais bonito
que eu vi. Olha que eu já fui em discurso - eu estou aqui no terceiro mandato -
de várias pessoas, mas igual ao discurso dele, na posse dele no TRE, eu nunca
vi igual.
Então, vou
deixar para falar primeiro e para deixar você falar depois. Senão depois o meu
discurso ninguém vai nem ouvir aqui. Aliás, professor, eu levantei a sua vida
aqui como delegado de polícia. Se fosse falar tudo o que eu tenho que falar
aqui, ia ficar uns três dias. Então, é bem rápido aqui, umas rápidas palavras.
Eu quero
primeiro agradecer e, olha, estou muito feliz aí quando o Dr. André e o nosso
presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado, me procuraram e falaram
para fazer uma homenagem para o senhor.
Então, acho que
tem um fã do senhor aqui, é o André Lemos Jorge. Aí eu falei, vou fazer, porque
eu sou de fazer poucas homenagens aqui, eu sou o que menos faço homenagem aqui.
Não porque eu não quero, é porque é difícil.
E este colar é
colar muito, muito... Poucas pessoas recebem na Assembleia Legislativa.
Primeiro, que tem que ser... Todos os deputados têm que estar de acordo, e a Mesa,
as diretoras, também.
Então, na hora
que o seu nome caiu lá... mas assim, foi a coisa de três ciclos, em outros,
você tem que ficar cobrando: “e aí, vai sair o colar, não vai?” O do senhor não
teve nenhum problema, viu? O do senhor foi muito rapidamente.
Então, quero
cumprimentar, quero agradecer ao Dr. Luiz Roberto Liza Curi, presidente do
Conselho Nacional de Educação, e ao Dr. André Lemos Jorge, que é do Conselho
Nacional de Educação e presidente do Conaes.
Cumprimento
todos aqui, tem vários amigos meus aqui presentes, e pessoas importantes na
área da educação. Então, bom dia mais uma vez a todos. É uma grande alegria
promover esta sessão solene que homenageia o Dr. Luiz Roberto Liza Curi.
Ao conceder o Colar
de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, a mais alta honraria que
esta Casa Legislativa destina às personalidades de destaque da nossa sociedade
paulista.
“Não há nada
que expresse mais a realidade de uma nação e da sua sociedade do que os
incentivos e cuidados com a educação. Nada é capaz de se sobrepor ao
conhecimento como definidor do processo civilizatório, do bem-estar, da
competitividade econômica e da inclusão social”.
Essa frase foi
publicada pelo Dr. Luiz Roberto, no site da Associação Nacional dos Dirigentes
das Instituições Federais de Ensino Superior - Andifes -, e reflete a
responsabilidade desse profissional na área da educação.
Sua formação em
sociologia e economia fundiram-se, dando início a uma carreira brilhante. Basta
observar o seu trabalho dedicado à trajetória educacional, desde a
alfabetização até o final do ensino superior, para construir um futuro melhor
para todos.
Observar as
necessidades de mudanças, de adequações, a formação de professores, a aplicação
de tecnologias, são apenas alguns fatores englobados nesse nobre exercício. Sua
atuação no desenvolvimento da educação certamente trará os frutos que todos
desejamos: jovens bens preparados para o mercado de trabalho e para a nossa
sociedade.
Promover esta
homenagem, justamente com o nosso presidente da Alesp, e o meu amigo aqui, Dr.
André, demonstra a nossa gratidão. Acredito que seu trabalho é uma inspiração
para todos que buscam a excelência da educação.
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento,
convidamos para fazer uso da palavra o Dr. André Lemos Jorge, sempre desembargador
do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, que atualmente é conselheiro nacional
de Educação e presidente do Conaes.
O
SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Doutor, faça
favor. Local dos deputados, dos amigos e das pessoas importantes.
O
SR. ANDRÉ LEMOS JORGE - Bom, bom dia a todos.
Uma grande alegria ocupar novamente esta tribuna, deputado Olim, que, antes de
mais nada, é meu amigo, amigo pessoal.
Quero dizer da
minha honra, já que nós estamos ao vivo hoje na TV Assembleia, em falar pela
primeira vez sobre a Presidência de um grande deputado, o deputado André do
Prado, que me ligou pouco antes do início desta sessão, pediu desculpas, está
hoje com o governador Tarcísio. Mas pediu que eu transmitisse ao Roberto Liza Curi,
nosso presidente do CNE, o seu grande abraço.
E realmente,
isso que o deputado acabou de dizer, o deputado Olim, sobre a propositura, foi
muito bem aceita nesta Casa. Como o meu nome constava da indicação, alguns
deputados amigos me ligaram, líderes das suas respectivas bancadas, e disseram:
“foi realmente uma indicação muito feliz do deputado Olim”, como tudo que o
deputado Olim vem fazendo nesses três mandatos.
Eu tenho a
alegria de ter acompanhado o Olim desde a primeira eleição. E eu não me
recordo, como ele se recordou, do meu discurso de posse no TRE de São Paulo.
Eu quero
relembrar da primeira apuração do deputado Olim. Ele me ligava ansiosamente: “como
é que está aí, meu irmão? Como é que está aí?”. Eu não queria dizer que ele já
tinha passado dos 100 mil votos. Quantos votos foram, deputado?
O
SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - A primeira, 197
mil.
O
SR. ANDRÉ LEMOS JORGE - Cento e noventa... Eu
queria esperar, eu falei: “vai chegar aos 200”. Era uma coisa... Para deputado
estadual, alguns não são do estado de São Paulo, para deputado estadual, 200
mil votos é algo assim, portentoso, portentoso.
Então,
deputado, primeiro, hoje o discurso não é meu, é do Curi, nosso presidente. Queria
agradecer muito, muito, com toda a fraternidade que nos une. Queria saudar aqui
muito especialmente os conselheiros do CNE, de hoje e de ontem. Conselheiro Alysson.
Vou tentar por ordem alfabética aqui.
Anderson, obrigado,
Anderson, conselheiro do Rio de Janeiro, professor da federal do Rio, federal rural;
Prof. Alysson Massotti; Prof. Paulo Fossatti, ali quietinho, mas sempre atento.
Quieto, mas sempre atento; e a Prof.ª Maria Helena, sempre conselheira, nossa
presidente. Com uma grande alegria, vi hoje a senhora aqui.
Quero fazer
discurso muito breve sobre a educação, porque hoje este é momento de
congraçamento em torno da educação brasileira. Porque o nosso homenageado tem,
Olim, nesses anos todos, e são muitos, não vou aqui dizer quantos, porque
depois o Curi puxa a minha orelha, porque ainda é o nosso presidente... pode
vetar lá e não pautar os meus processos. O poder da caneta é dele.
São mais de
três décadas dedicadas ao ensino superior. Mas não só ao ensino superior,
porque o Conselho Nacional de Educação - alguns aqui não vivem diariamente o
conselho - julga também processos relacionados e normatiza também processos
relacionados ao ensino básico, ao ensino fundamental.
E vivemos hoje,
infelizmente, no nosso País, uma polaridade inacreditável. Em pleno século XXI,
caminhando para a era... Hoje, a grande dúvida nas próximas eleições, e eu
nunca deixo de tangenciar um pouco o eleitoral, a grande dúvida é sobre a
inteligência artificial.
Cada eleição,
cada pleito que se avizinha, nós temos uma preocupação. Já foi o caixa dois, já
foi a publicidade sem controle, já foi a compra de votos. Hoje, o que se
avizinha para 2024? Um pleito logo ali. A inteligência artificial. Nesse
momento de tanta tecnologia, nós convivemos com uma polarização inacreditável.
Então, se eu
sou de uma ala ideológica, eu não acredito em absolutamente nada, conselheira
Maria Helena, da outra ala. Tudo que aquele diz é ruim e tudo que eu digo é
bom.
Ou seja, o
outro, deputado Olim, não tem nada, será, de bom? Eu não consigo dialogar com o
outro, eu não consigo mudar a minha opinião, eu não consigo evoluir no meu
pensamento. Eu não consigo, talvez, reconhecer o meu erro e avançar.
Nós precisamos
disso, e essa revolução, essa mudança só virá através de uma educação sólida,
através de uma educação responsável. E isso passa por todos os senhores que
hoje vejo neste Plenário e vejo também... Soube de tantos outros que nos
acompanham hoje pela TV Alesp.
São os
educadores que poderão levar este País à frente. O que eu sinto, pessoalmente,
e ouço de tantos outros, é que o nosso País, infelizmente, por conta dessa
polaridade maluca, em que o meu vizinho nada sabe, e tudo só eu sei, é que nós
não avançamos.
Há políticas,
há políticas, e aqui me refiro e me direciono aos meus amigos, colegas, sei que
o deputado Olim é um dos deputados mais equilibrados, responsáveis,
inteligentes que esta Casa já viu. E eu vivo nesta Casa há muito tempo.
Hoje, acabei de
dizer que o... Vi aqui um senhor excepcional, que trabalha aqui auxiliando o Plenário
com o café, com a água. Eu vim para cá, logo formado na faculdade, trabalhar
com um grupo deputados, Curi. Era aqui o rapaz que corria com os projetos de
lei, que elaborava os projetos, que acompanhava a votação. Isso foi em 2002.
Então, são 22
anos que eu acompanho este Plenário e conheço a história de muitos deputados, acompanhei
todos os governadores de São Paulo desde lá. E sei que hoje há um bloco aqui
nesta Casa, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal, de pessoas do bem.
Homens e
mulheres do bem, absolutamente preparados, que não concordam com os rumos que o
nosso País segue. Estão calados, mas estão pensando e estão se reestruturando
para que, talvez, nós tenhamos políticas de Estado. E era isso que eu gostaria
de falar hoje sobre o nosso homenageado, políticas de Estado.
Nós precisamos
pensar que algumas políticas do governo atual, seja de X, de Y, de Z, devem
continuar no próximo governo. Políticas de Estado e políticas de Governo são
temas absolutamente distintos, absolutamente distintos.
Eu me lembro
muito de uma frase do sempre e saudoso governador André Franco Montoro -
falando dos Andrés hoje. O Montoro dizia: “você pode ter uma derrota eleitoral,
mas a derrota eleitoral não simboliza a derrota política”. Talvez a sua ideia
tenha ficado plantada: trabalho em grupo.
Hoje, nós
estamos entre educadores. Nós um temos grupo. E a nossa missão, daqui para
frente, é transformar boas ideias educacionais de ensino-aprendizagem em
políticas de Estado.
Nós não podemos
deixar que, na transformação, aliás, na sucessão de um governo para o outro,
tudo seja deixado para trás, e é isso que nós temos visto, conselheiro Alysson.
Entra um governo,
tudo que o outro fez é ruim. Mas não é possível isso, minha gente. Muitas
coisas são boas, muitas coisas são válidas, e a plantação fica. É isso que Curi
faz nos seus últimas 30 anos. Foi o presidente do Inep, que é o Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas, que é responsável pela pesquisa de campo, é
quem traz os dados do ensino brasileiro.
Foi da Sesu,
Secretaria de Ensino Superior. Foi responsável pela regulação brasileira; foi
secretário de Cultura; foi conselheiro, por três mandatos, do Conselho Nacional
de Educação. E tem contribuído de maneira muito vigorosa, muito responsável,
muito sensata e muito equilibrada.
Nós vemos aqui
os conselheiros que convivem e os que conviveram com o Curi, a respeito da sua
qualidade. Eu gosto de ouvir o Curi, porque o Curi sempre, em todas as suas
intervenções, traz ensinamento. E eu aprendi aqui com esses deputados de ontem,
aprendi também com o meu saudoso pai, que nós temos de ouvir a voz da
experiência.
Quando cheguei
ao Conselho Nacional de Educação, para mim foi uma surpresa, porque achei que
não seria mais o meu caminho vinculado à Educação, e sim à Justiça Eleitoral.
Eu ouvia o Curi
e me sentia maravilhado, me sentia absorto, assim, com as palavras, porque
sabia que ele trazia, em cada fala sua, em cada intervenção, um pouco da
história da educação brasileira e um pouco do que todas essas pessoas, que ele
hoje simboliza, trouxeram para o Brasil. E fizeram o Brasil avançar muito,
muito, no ensino.
Então, eu
queria, com toda a alegria... Hoje, o discurso não é meu, acho que me estendi
demais, é que eu vejo esse microfone aqui, deputado Olim, e vejo esta Casa,
gosto de falar um pouco mais.
Mas quero, Curi,
com toda a força, sim, da minha gratidão, da minha emoção, da minha amizade por
você, dizer que o deputado Olim foi absolutamente feliz, foi absolutamente
correto na propositura desta homenagem com a mais alta comenda da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo.
Quero agradecer,
deputado Olim, pela acolhida de sempre, a mim, a todas essas pessoas que pensam
que o outro também pode ter razão. Sempre uma voz ponderada no estado de São
Paulo, quem sabe um dia em Brasília, quem sabe um dia dirigindo a nossa cidade,
quem sabe dia dirigindo o nosso estado. Mas eu quero agradecer profundamente e
dizer ao Curi que eu me sinto hoje realizado, Curi.
Poderia
terminar hoje o meu mandato no Conselho Nacional de Educação, por ter feito a
primeira ligação ao deputado Olim e proposto esta homenagem a você.
Boa tarde a
todos, foi uma grande alegria poder dividir a manhã com todos os senhores e
senhoras. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gostaríamos de
registrar e agradecer a presença do Dr. Gilberto Gonçalves Garcia, reitor da
Universidade de São Francisco e ex-presidente do Conselho Nacional de Educação.
E, neste
momento, convidamos a todos para assistirem ao vídeo em homenagem ao Dr. Luiz
Roberto Liza Curi.
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- É exibido o
vídeo.
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* *
Convidamos o
deputado Delegado Olim e o homenageado Dr. Luiz Roberto Liza Curi, para se
posicionarem à frente para a outorga do colar de honra.
O Colar de Honra
ao Mérito Legislativo é a mais alta honraria conferida pela Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo a pessoas ou instituições que contribuam
para o desenvolvimento social, cultural e econômico do nosso estado, como forma
de prestar-lhes pública e solenemente uma justa homenagem.
Dr. Luiz
Roberto Liza Curi, natural de Bragança Paulista, São Paulo, sociólogo e doutor
em economia pela Unicamp, é conselheiro do Conselho Nacional da Educação desde
2016, tendo sido reconduzido em 2020.
Foi presidente
da Câmara de Educação Superior por dois mandatos, de agosto de 2016 a agosto de
2018, e presidente do Conselho Nacional de Educação de outubro de 2018 a julho
de 2020.
É membro do conselho
superior da Capes e da Comissão de Acompanhamento do Plano Nacional de
Pós-Graduação. Foi membro do Conselho do Iphan até 2019, no âmbito do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. É analista de desenvolvimento
científico e tecnológico sênior três, aposentado do CNPq.
Foi ainda, no
CNPq, chefe de gabinete adjunto e substituto e chefe da assessoria especial do
presidente. Foi diretor da “Revista Brasileira de Tecnologia” e secretário
executivo do “Programa de Avaliação e Perspectivas em Ciência e Tecnologia”,
tendo participado da organização de projetos estruturantes de ciência e
pesquisa no País.
No Centro de
Gestão e Estudos Estratégicos, foi chefe de gabinete e assessor especial do
presidente, responsável por programas de formação de recursos humanos em
ciência, tecnologia e inovação.
No Centro
Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, participou do programa de ciência,
que trata da criação de projeto de formação graduada de recursos humanos de
alta qualificação vinculado à ciência, tecnologia e inovação.
No Ministério
da Educação, foi presidente do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira e diretor-geral de Políticas de Educação Superior, onde foi
responsável pela proposta de regulamentação da LDB no âmbito da avaliação,
regulação e supervisão da educação superior e responsável pelo processo
avaliativo e regulatório das instituições de educação superior.
Foi membro do
Comitê de Avaliação da OEA e responsável pela representação brasileira do
Comitê Mercosul de Educação Superior. No Governo do Estado de São Paulo, foi
membro do Conselho Superior da Unicamp; diretor-geral de Ciência e Tecnologia
da Secretaria de Ciências, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico; e chefe da
Cooperação Internacional em Ciência e Tecnologia da Secretaria de Cooperação
Internacional do Estado de São Paulo.
Na Prefeitura
de Campinas, ocupou o cargo de secretário de Cultura; presidente do Conselho do
Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural; e presidente da Companhia do Polo
de Alta Tecnologia de Campinas, o Ciatec.
Na Companhia
Paulista de Força e Luz, CPFL, foi sociólogo e responsável pelo projeto
cultural “Força e Luz”, onde a Lei de Extensa Programação Cultural implantou o
centro de memória da CPFL, os projetos de carros-biblioteca e de espaços
culturais móveis.
Nossas
homenagens ao Dr. Luiz Roberto Liza Curi. (Palmas.)
*
* *
- É feita a
outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
*
* *
Posicione-se
para a foto oficial. Nós gostaríamos de registrar e agradecer a presença de
Priscila Cruz, presidente de Todos pela Educação.
E, neste
momento, ouviremos as palavras do nosso homenageado, o Dr. Luiz Roberto Liza Curi.
O
SR. LUIZ ROBERTO LIZA CURI - Bom, eu queria
agradecer a presença dos que puderam estar aqui hoje, de professores,
professoras, amigos e amigas, especialmente. O meu assistente distribuiu cinco
mil convites, mas é assim mesmo. Na oficina da agricultura, você convidava 12
mil pessoas para vir oitenta.
Então, acho que
essa sempre é a relação entre a chamada e a chegada. De qualquer maneira, todos
que estão aqui são pessoas muito queridas. Eu vou tentar citar, e eu peço
desculpas prévias pelos que eu não citar, porque eu tenho uma memória péssima,
confundo nomes e troco, inclusive, o nome do filho pelo do cachorro. Então, eu
peço desculpas prévias de alterar alguma coisa ou esquecer outras.
Mas eu queria
começar aqui a saudar as pessoas por tempo de amizade. Eu começo pelo meu querido
amigo Chaim Zaher e Adriana Zaher, que eu conheço desde os anos 90, desde 1993,
quando era secretário de Cultura.
Eu, como
prefeito, uma grande (Inaudível.), fomos organizar um grande evento cultural,
etc. e recebemos a visita do Prof. Chaim Zaher e Adriana - um grande educador e
responsável por uma imensa revolução na educação básica brasileira, ambos.
Queria também
agradecer a presença da Maria Helena Castro, que conheci em 1992. Ela é a
secretária de Educação e de Cultura de São Paulo. Eu falo pouco, mas hoje, como
é uma comemoração, vou falar um pouco mais, viu, Anderson? Eu queria, então...
E é convívio intenso com a Maria Helena.
Desde então, a
nossa amizade só cresce. Estivemos em ambientes opostos na gestão, mas isso
nunca representou nada a não ser alianças, reflexões, ordenamentos conjuntos e
uma troca imensa de conhecimento e de sabedorias acumuladas nesses anos todos
do trabalho da Maria Helena. Eu queria...
Agora vou
também citar a presença dos conselheiros Alysson Massotti, - eu ia falar Alysson
Paulinelli, os dois de São Paulo - e do Anderson Silveira, dois grandes amigos
do Conselho Nacional de Educação, que ingressaram comigo em 2020.
Queria
agradecer também a presença do conselheiro Paulo Fossatti, que também ingressou
no CNE agora, já em 2022 para 2023, e já se tornou grande amigo meu. Paulo
Fossatti, que vem aqui também abençoar o nosso evento, já que ele é padre,
talvez o único padre em um raio de 500 quilômetros aqui do Ibirapuera. Isso é
muito importante para nós aqui.
Queria agradecer
profundamente a presença do Gilberto Gonçalves Garcia, que, amigo também, foi
presidente do Conselho Nacional de Educação, convivi com ele por dois mandatos.
Marina Castro também, que foi presidente do Conselho Nacional de Educação,
dentre outros 500 cargos que ela ocupou. O Felipe Sigollo, que foi
secretário-executivo adjunto dela, na época do MEC.
Queria
agradecer ao meu grande amigo Arthur, filho de grande amigo meu, foi reitor da
UNESP, e que hoje preside o Conselho Nacional de Centros Universitários, Arthur
Roquete de Macedo - eu vou devagar -, e também expressa aqui a presença do pai
dele, com quem eu convivi desde 1989, quando ele era reitor da Unesp.
Queria
cumprimentar o Mozart Neves Ramos, que também é um irmão que eu tenho durante a
vida, e nos conhecemos já também há décadas. Ele, que foi duas vezes o conselheiro
de Educação, presidiu o Todos pela Educação, presidiu o Instituto Ayrton Senna
e hoje ocupa uma cátedra na Universidade de São Paulo, no campus de Ribeirão
Preto, igualmente a Marilena Castro.
Queria
agradecer muito a presença da Priscila Cruz, atual presidente do Todos pela
Educação, também uma amiga de longos anos. Obrigado pela presença, Priscila.
Queria
agradecer à Dra. Aurélia, advogada, que defende a causa dos revalidantes de
diplomas estrangeiros na educação superior - nos conhecemos assim. É uma causa
bastante densa no CNE, são milhares de estudantes que vêm do exterior sem
diploma revalidado, e esperam, muitas vezes, outras décadas aqui para
revalidar.
Eu queria agradecer
muito a presença dos professores da Universidade de São Paulo - a Prof.ª Suzana,
o Prof. Paulo - por estarem presentes. O Prof. Paulo, que é reitor... Paulo, falei
certo? Sr. Segurado. (Inaudível.) Pois é, eu estou dizendo, quem que falou? Eu
não sei de onde apareceu Paulo. Sr. Segurado ficaria mais fácil.
Pró-reitor de
graduação da USP, muito me honra a tua presença aqui. Eu que fiz graduação na
Universidade de São Paulo, me sinto muito bem acolhido por tua presença.
Prof.ª Suzana,
pró-reitora adjunta de pesquisa, também, com quem a gente já vem conversando há
tempos. Prof. Marcos, o reitor da Universidade Estadual Virtual de São Paulo, é
a primeira universidade pública à distância, integralmente à distância, do País.
Obrigado pela presença, Marcos.
E queria, por
fim, agradecer a presença da pessoa que veio de mais longe aqui me prestigiar,
que é a Prof.ª Flávia Marçal, veio do estado do Pará. Ela que é professora da
Universidade Federal Regional da Amazônia e lidera nacionalmente o movimento de
maior relevância, que é o “Movimento de Inclusão de Crianças com Deficiência
Notoriamente Autistas”.
Ela é mãe de
autista e vem desenhando um trabalho há décadas, ajudou muito o Conselho
Nacional da Educação na redação do parecer recente. Deveria estar aqui também a
Prof.ª Sueli, do Pará, mas ela deve ter se perdido no Espírito Santo, porque
não chegou ainda. Não sei se ela chega.
De qualquer
maneira, agradeço muito a presença, a sua presença aqui, o esforço que você
fez, largando a sua família etc., por estar aqui, em uma sexta-feira de manhã. As
manhãs de sextas-feiras são sempre bem animadas, eu gosto muito das
sextas-feiras de manhã.
Deixei para o
fim o deputado Olim, que - junto do André, e profundamente o André - me
conheceu agora, há menos de ano e pouquinho, mas já se tornou um grande amigo a
ponto de me indicar para uma honraria desta, que muito me emocionou.
Eu achei no
começo, André, que era uma espécie de bala perdida do bem. Eu falei: “nossa, de
onde vem esta homenagem? Ela veio do nada”. Aí, aos poucos, eu fui desvendando
- viu, deputado Olim, André - depois a presença do senhor na outorga, generosa,
sem me conhecer pessoalmente.
As coisas que a
gente faz de maneira, assim, mais relevante, mais profunda, são aquelas que a
gente faz pela intenção fundamental e não por motivos de convivência, nada
disso.
E eu me sinto
muito agradecido por nós nos termos conhecido hoje; o senhor ter me aceito; a
sua homenagem pela minha trajetória, sem me conhecer pessoalmente. De certa
forma, me orgulha muito esse posicionamento. Muitas coisas na minha vida
aconteceram assim.
Eu fui
convidado para ser presidente do Inep, tendo convivido com o ministro
Mercadante pouquíssimo. Aliás, o pouco que eu convivi com o ministro Mercadante
foi de lados opostos. Naquela hora, eu era do Partido Comunista Brasileiro e
ele era do PT, e não eram agremiações muito amistosas, vamos dizer assim, na
época da política brasileira.
E não havia
nenhum elo pessoal entre nós. E eu iniciei no Conselho Nacional de Educação em
2012, não foi em 2016, é que no final desse mandato, no finalzinho de 2015, eu
fui convidado para ser presidente do Inep, interrompi meu mandato e retornei,
em 2016, na escolha presidencial.
E também, em
2012, eu me surpreendi muito de ter sido escolhido para o CNE, porque eu não
conhecia pessoalmente as pessoas que faziam as escolhas. E sempre referenciado
em trajetórias, eu sempre tive a sorte de ter esse tipo de perspectiva. Se eu
esquecer alguém, levanta a mão, fica mais fácil.
Eu queria
agradecer também a representação da Prof.ª Lúcia Teixeira, da Semesp, o
Sindicato de Entidades Mantenedoras da Educação do Estado de São Paulo, que é
uma entidade séria, consistente, realiza estudos de bases relevantes para a
política pública de educação brasileira. Transmita aí à diretoria do Semesp a
minha gratidão por sua presença.
Bom, eu
queria... Levanta a mão, se eu esquecer alguém, é mais fácil. Quem? Fala alto,
já que está falando. O Mackenzie, claro. Não adianta (Inaudível.). Eu queria
agradecer muito a presença do reitor do Mackenzie, claro. Estou vendo o senhor
aqui... Esse é o meu problema.
E do pró-reitor
de graduação do Mackenzie. Muito me honro a presença de vocês, Sr. Túlio,
porque... Meu irmão estudou no Mackenzie, meu irmão já falecido, prematuramente
falecido. Ele estudou no Mackenzie.
E, na época, eu
dividia com a USP o banco da Escola de Sociologia e Política, que ficava,
assim, a (Inaudível.) do Mackenzie. E embora havia uma certa injusta disputa
entre o Comando de Caça aos Comunistas e as escolas de sociologia e política,
isso tudo ficou para trás.
Portanto, é uma
honra muito grande ter os senhores do Mackenzie aqui. Eu sempre tive muito
carinho pela universidade, também pelo fato do meu irmão ter estudado lá. Bom,
fiquei muito comovido com... Eu tinha um professor de filosofia e política na
graduação, aí já na Unicamp.
Eu fiz a
graduação em três lugares, Escola de Sociologia e Política na USP e na Unicamp,
tive que ficar zanzando por conta dessa política de ser preso, não ser preso. E
aí acabei fechando o curso na Unicamp, me transferindo em concurso interno etc.
para fechar a graduação na Unicamp, e lá eu fiz o mestrado e doutorado.
Na USP,
notadamente, eu fiz letras, na Escola Superior de Política e Ciências Sociais;
e na Unicamp eu me formei em sociologia, no mestrado, e doutorado em Economia.
E tinha um professor
na sociologia, a Maria Helena vai lembrá-lo, (Inaudível.), dava aula de sociologia
política. Ele dizia assim: “tem horas na vida que não adianta, nós temos que
chorar, seja quem for. Mas, se a cena da novela for apropriada, não há quem não
chore”. Eu mesmo choro, e todos choramos.
E quero dizer
que me emocionei profundamente com a trajetória e agradeço essa pessoalidade
intensa de ter passado aquele vídeo ali, imagens que eu nem me lembrava, e eu
também não me lembrava que eu tive cabelo algum dia na vida. Foi um reencontro
bastante emocionante.
Eu queria
também, por fim, abrindo um pouco aqui essa questão mais educacional. Todo
mundo sabe aqui que o Conselho Nacional da Educação é um órgão do Estado, não um
órgão de Governo.
Todos sabem que
nós aqui somos nomeados por decreto presidencial, temos mandato presidencial
por quatro anos, e isso tem uma razão de ser. A razão de ser é que nós
construímos políticas perenes, nós construímos políticas estruturadas e
estruturantes para a educação brasileira.
E o governo
participa desse processo, recebendo do Conselho Nacional da Educação, digamos
assim, essa assessoria, essa ação mobilizatória em relação à sociedade
brasileira.
Como no caso da
resolução que trata da proposta de adicionar e incrementar a política atual de
inclusão educacional, especialmente aos que mais precisam desses direitos. No
caso aqui, os deficientes, crianças e jovens.
Mas também
outras questões muito importantes, como diretrizes curriculares nacionais, que
a gente atualiza. E, sem essa atualização, os cursos de graduação perdem
completamente o sentido, o impacto e a razão de ser junto à sociedade
brasileira.
E o governo
recebe, portanto, todas essas ações do CNE, que resultam de imensas
mobilizações nacionais, de toda a comunidade interessada, não só da comunidade
educacional em si, deputado, mas também da sociedade que recebe educação, do
conjunto da sociedade - dos que empregam, dos que demandam conhecimento para se
desenvolver economicamente e desenvolver as políticas públicas deste País.
Portanto, essa
missão do Conselho Nacional de entregar esse ordenamento regulatório,
normativo, indicador de políticas públicas, que podem inaugurar políticas
públicas e podem incrementar as já existentes - pode adicionar às já existentes
um trabalho já consolidado e relevante.
Cabe ao governo
aceitá-las ou reenviá-las de volta ao CNE, não pode recusá-las. E quando as devolve,
nós reavaliamos em função das peculiaridades que é a gestão e a implantação de
uma política pública - o que é a tarefa do governo, não é do CNE.
Então, o
governo pode dizer: “olha, essa política é muito complexa e ela concorre com
outras aqui etc., vamos ajustá-la, para que o governo possa implantá-la”. Isso
acontece com frequência em relação à Conselho Nacional da Educação.
Mas eu queria,
com isso, destacar a relevância, não por mim, mas a relevância institucional do
Conselho Nacional da Educação, que foi criado em 1901, e teve seu primeiro
presidente na pessoa de Benjamin Constant.
Então, é
importante nós termos a noção de órgão tão perene, tão permanente, que já mudou
de nome duas vezes. Começou como Conselho Nacional, passou para Conselho
Federal, depois voltou a ser o Conselho Nacional. Sempre o mesmo órgão, sempre
com a mesma missão de garantir direitos aos que mais precisam de direitos, de
garantir direitos à educação.
E, assim,
garantir direitos à inclusão, ao emprego, à renda, à recuperação social, ao
reordenamento das sociabilidades, que são tão relevantes em ambientes muitas
vezes regidos pela violência, regidos por fatores independentes da vontade das
pessoas, que motivam e se estruturam na violência, por meio da cessação dos
direitos dos outros. Isso é muito importante que a gente tenha em mente.
Essa é a tarefa
da escola básica brasileira, inclusive, de acolher essas crianças desses
ambientes, que muitas vezes têm dificuldade de levantar a cabeça na escola, o
professor (Inaudível.), porque aprenderam na comunidade que elas não podem
olhar para as pessoas, para não as reconhecerem.
E elas têm
dificuldade, muitas delas, de olhar para os professores. E os professores acham
que elas estão sendo mal-educadas, não estão sendo adequadas. Mas são hábitos
vindos das comunidades, vindos das sociedades inclusivas, de onde elas,
obviamente, se originam, e que a escola tem que ampliar, tem que transformar.
A escola tem
que adicionar cultura, conhecimento e perspectivas de sociabilidade,
socioafetivas, para essas crianças, para esses jovens. Todos sabemos aqui
que... E esse é um dos temas mais relevantes. Tudo que o Conselho Nacional de
Educação faz se refere a isso, direto ou indiretamente.
Quando a gente
propõe adicionar ou tornar mais, digamos assim, complexa uma política como a da
inclusão, ou uma política como a de formação de engenheiros, ou uma política
como a de ampliação dos estrangeiros que querem estudar no Brasil; qualquer
política que nós fazemos não é para aquela comunidade, é para a sociedade.
A gente não faz
a política de avaliação da educação superior brasileira para as instituições
continuarem existindo. A gente faz para a sociedade receber das instituições o
que a sociedade precisa. Nós avaliamos a educação superior brasileira para a
sociedade; não é para a instituição comemorar que tirou uma nota alta, tirou um
cinco, não.
É para a
sociedade comemorar que aquela instituição forma agentes transformadores, que
vão gerar mais emprego; que vão gerar mais desenvolvimento; que vão gerar mais
incremento nas políticas públicas sociais quando forem trabalhar nos governos;
que vão ser novos pesquisadores e novos professores universitários.
É por isso que
a gente avalia a educação superior. Às vezes, é o próprio Estado e o próprio Governo
que se esquecem disso. Às vezes, o Estado acha que regula as instituições de educação
superior para que elas não façam mal à sociedade. Não.
Nós temos que
regular as instituições de educação superior para que elas façam bem à
sociedade, para que elas transformem a sociedade, para que elas acionem e
desenvolvam este País. Porque sem esse espaço, sem esse setor, sem esse campo,
não há desenvolvimento possível.
Desafio qualquer
um a achar país que tenha se desenvolvido apesar da educação. Eu desafio. Eu
desafio a comparação de economias relativas ao desenvolvimento educacional
entre uma e outra. Qual é a maior? Eu desafio. O Brasil teve um desempenho
mundial, talvez não aceitável, mas razoável na educação, e é por isso que nós
chegamos aonde chegamos.
É por isso que
nós chegamos no PIB a que chegamos. Por isso que nós chegamos a ser a sétima
economia mundial. Pela educação, que é criticada, incipiente, que poderia ser
muito melhor.
Mas a que já
tem nos construiu e nos levou a isso. A que precisaríamos ter vai nos colocar,
evidentemente, na vanguarda do desenvolvimento mundial. Não é isso, Mariana? É
a que precisamos ter, está certo?
E o Brasil
hesita em ter uma política direcionada à regulação que desenvolva de fato o
País, ou que proteja a sociedade de malfeitos da instituição do sujeito.
“Então, vamos fazer limites para ela não fazer besteira”. E aí, ao se fazer
limites para ela, se faz limites para todas. Aí, ninguém faz besteira, mas
também ninguém faz o que o País precisa.
Então, nós
temos que deixar para os órgãos de controle brasileiro, para que elas não façam
besteira. E deixar para o Ministério da Educação, para o Conselho Nacional da
Educação, o espaço das políticas para que elas desenvolvam o País.
Não dá para a
avaliação brasileira cercear as instituições, para elas que não façam besteira.
A avaliação brasileira tem que garantir que elas façam o melhor, não que elas
deixem de fazer o pior.
Quem faz isso é
o TCU, é a Promotoria Pública, são as Assembleias Legislativas, é o Congresso
Nacional e órgãos de controle do próprio MEC. A regulação tem que olhar para o
futuro do País e dizer: “olha, a educação superior em 2024 tem que seguir esse
caminho. A medicina, a engenharia etc., essas áreas sem crescer, essas não
precisam crescer demais. Nós não vamos fechar, mas não vamos incentivar. Essas
precisamos incentivar, para que a gente chegue em 2030 com outra cara”.
No entanto, a
regulação vem por anos desenhando apenas um papel normativo, regulatório,
burocrático, e arrasta a avaliação para uma espécie de auditoria insana e
ineficiente neste País. Eu acho que essas coisas têm que mudar, vem mudando.
Eu queria
aproveitar aqui esse ambiente público para saudar a chegada do ministro Camilo
Santana e da sua equipe, que vem reconfigurando a educação brasileira, vem
reordenando a trajetória de jovens, crianças na educação, especialmente a
pública brasileira.
Vocês sabem que
são 40 milhões de estudantes na educação pública brasileira básica. Dos 48
milhões, 40 estão na pública. Dos 7.800.000 do ensino médio, seis milhões são
da pública. Só no ensino médio, a taxa de evasão no primeiro ano, deputado
Olim, é de 480 mil estudantes. Só no primeiro ano, todos os anos. O senhor
imagina o acumulado disso.
No conjunto da educação
básica, entre a alfabetização e o fundamental um, são 500 mil crianças que saem
da escola pública, e sempre os de mais baixa renda, sempre tendo que suportar,
apoiar e se associar às famílias, muitas vezes, a negócios não adequados,
geradores de violência. Não é isso? É importante que nós tenhamos essa ideia.
Dos jovens que
saem do ensino médio público, nem 20% entram em uma universidade. Nós
reclamamos que tem muita gente na universidade. Nem 20% desses jovens chegam à
universidade à distância, que seja. E talvez 5% alcançam a universidade pública
brasileira.
Isso é um
escândalo. Tem que haver cooperação entre as entidades, entre as instituições,
entre as políticas institucionais com a política nacional. A política nacional
tem que dar margem à política institucional, e que se corrija esse processo
para que haja inclusão.
É o que o
ministro Camilo vem desenvolvendo, da educação da primeira infância até a educação
superior, reordenando essa trajetória, reconhecendo a primeira infância. Está aqui
a Prof.ª Priscila, que representa o grupo de trabalho da primeira infância no
Conselho Nacional da República, o famoso “Conselhão”, e que sabe que,
obviamente, descreve a primeira infância como a fase mais sustentável do futuro
brasileiro.
Se nessa fase,
que é uma fase que precisa de cuidados intersetoriais para a criança, as coisas
não funcionam, nunca mais vão funcionar. Essa criança não vai ser alfabetizada
adequadamente, não vai aprender no fundamental um, não vai aprender no fundamental
dois.
E depois não
adianta dizer que o ensino médio é ruim, porque as crianças do fundamental um e
fundamental dois já chegam sem condições de aprendizado no ensino médio.
Depois, não vai
dizer que os ingressantes da universidade são ruins, porque não sabem. Em
alguma hora, esses níveis têm que dialogar, e esses desaprendizados têm que ser
corrigidos.
Em alguma hora,
as instituições têm que cooperar entre si, entre os níveis, para que façam um
reordenamento e um acolhimento de quem chegou em um nível sem adequação para o
próximo. Não pode evitar o próximo por isso, tem que alcançar o próximo.
E esse é o
trabalho ao que eu rendo aqui homenagem ao ministro Camilo Santana e à sua
equipe, que vêm ordenando desde a primeira infância até a educação superior, e
está agora anunciando um novo processo regulatório brasileiro; alterou a
avaliação em diversos sentidos, em diversos níveis. Nós sabemos que um item
importante da avaliação é o Enade - o Exame Nacional de Desempenho Estudantil,
que, aliás, ontem fez 20 anos de existência -, que foi uma grande ideia.
Mas foi uma
grande ideia, talvez, não implantada como o Brasil precisava. Foi uma grande
ideia que agora se aperfeiçoa em uma ação mais adequada do Inep, que faça
sentido ao resultado.
É o que eu
sempre digo, “não adianta ter uma boa avaliação que sirva a estatísticas, que
sirva às comparações internas, que sirva a medalhas das instituições”. O Enade
tem que servir à sociedade brasileira. O Enade tem que ser impacto para a
sociedade brasileira. O Enade tem que ser um controle social da sociedade
brasileira sobre as instituições. A avaliação tem que gerar controle social sobre
as instituições.
Mas, mais que
controle social, a avaliação tem que gerar compromissos entre as instituições e
a sociedade para que os que saem de lá sejam empregados. Para que nós não
tenhamos, por exemplo, 5,8 milhões de diplomas, de diplomados e diplomadas sem
emprego vinculado ao diploma neste País. Essa conta é de fevereiro de 2023,
feita pelo Instituto e Dados. Cinco milhões e 800 mil. Isso deve ter aumentado.
Não é isso?
Nós temos, pelo
Censo Escolar Brasileiro, que saiu agora, há meses, o indicador de 68 milhões
de brasileiros que ou largaram ou não cursaram a escola. Sessenta e oito
milhões de brasileiros e brasileiras.
É claro que
esse número se concentra na faixa etária mais alta. Mas, se a gente for olhar
dos 15 aos 30 anos, nós vamos encontrar nove milhões de pessoas que nem estudam
e nem trabalham, 9,4 milhões para ser exato. De 15 a trinta.
Se a gente for
olhar o desemprego dos jovens brasileiros, ele é estruturalmente 40% maior que
o desemprego geral da Nação. Não é isso? Isso é muito grave. Está certo?
E se nós formos
adicionar a esses milhões aqueles que se formaram, mas não sabem; que se
formaram, mas não aprenderam; se formaram, mas não conseguem exercer nenhuma
profissão com o que aprenderam nos níveis educacionais em que se formaram, nós
vamos ter 76 milhões de brasileiros em situação de EJA, de educação de jovens
adultos; 76 milhões de pessoas que devem voltar a estudar ou reiniciar seus
estudos.
Em uma população
de 212 milhões de pessoas, isso é muito alto. Nós temos que ter a maior
responsabilidade na imaginação de políticas públicas amplas. Eu quero citar a
Universidade de São Paulo aqui, o reitor Carlotti, que, por acaso, é meu primo.
Ele não está
aqui, mas ele não está aqui por motivos evidentemente justificáveis - ele é
médico, inclusive. O reitor Carlotti vem desenvolvendo ações na Universidade de
São Paulo de combate a essa desigualdade, de ampliação do emprego e de
colocação da universidade outra vez na perspectiva do suporte e do apoio à
população.
Isso é muito
importante, porque, quando eu entrei na Universidade de São Paulo, eu tinha 18
anos. E, quando eu tinha 14, 16, eu vim do interior de São Paulo - nessa época,
eu morava em Amparo - e ficava olhando as placas da Universidade de São Paulo.
Falei “eu quero
estudar aqui”. “Mas quer fazer o que, meu filho?”. “Não me interessa o que eu
quero fazer, eu quero estudar na Universidade de São Paulo e acabou. Seja o que
for”. Porque a universidade nos convocava, era um espaço de transformação, não
importava o curso.
Eu fiz letras e
ciências sociais, mas eu fiz 40 cursos na história, fiz até um curso de biologia
marítima, biologia oceânica, no Instituto de Oceanografia de São Paulo. Eu fiz
o diabo lá. O problema é que o diabo lá é que você tinha que passar, senão você
se formava - o diabo era exigente.
Mas, de
qualquer maneira, nós estudamos e fizemos toda uma trajetória proposta pela
Universidade, que não era só disciplinas, era cultura. Tinha o Paulo Vanzolini,
que era professor da biologia, mas que dava concertos de música popular aos
domingos de manhã. Para quem não sabe, ele foi o autor de Ronda. Eu não canto
Ronda, porque ninguém aguentava mais ouvir Ronda.
Tínhamos grupos
culturais, premeditando o Breque, grupos que nasceram na Universidade de São
Paulo. A Universidade atraía a orquestra, a Osesp para lá, no campus. Era um
universo cultural, a biblioteca era imensa.
Eu fui levado a
fazer letras, digamos assim. Eu fiz sânscrito e hebraico na Universidade de São
Paulo. Eu escolhi porque não haveria outro lugar para eu fazer aquilo.
Obviamente, não era pensando em profissão, mas era pensando em conhecimento.
Aí, eu pude
estudar grego, pude estudar latim, pude estudar outras línguas etc., obrigado. Por
causa de um professor de coreano na USP - agora, que demitiram - fiz coreano.
A Universidade
de São Paulo tem essa característica de transformar e adicionar cultura e dar
visões. Sem contar na política, que era o campo da política brasileira, acontecia
na Universidade de São Paulo, a polícia invadia aquilo quatro ou cinco vezes.
Outra época, deputado Olim, evidentemente.
A hora que o
senhor falou que me avaliou como delegado, eu lembrei das estadias do DOPS que
eu tive. Mas, assim, evidentemente, era um outro campo, era um outro mundo. E a
Universidade expressava essa transformação e esse futuro.
Infelizmente, a
universidade perdeu, nos últimos anos, esse poder de convocação, esse poder de
chamamento da universidade e essa resolubilidade que dava a estudantes,
professores, funcionários, a quem participava da comunidade. Isso é muito
importante.
Não só a
Universidade de São Paulo, que é a maior e melhor universidade brasileira - eu
sou da Unicamp, mas reconhecemos isso; como a Unicamp, que é uma grande
universidade de classe mundial brasileira, está entre as melhores do mundo
também.
Como a
Universidade Federal de Minas Gerais; como a Universidade Federal do Rio Grande
do Sul; como a Universidade Federal de São Paulo, que é a antiga Escola de Medicina,
todos perderam esse poder de convocação.
A sociedade
pensa em lá... pensando em emprego, pensando em greve, pensando em coisinhas;
mas não pensa que emprego depende dessa cultura, dessa formação ampla, não
entende que emprego depende de transformação, da capacidade do egresso
transformar.
Isso a
universidade deixou de falar, os currículos deixaram de falar, porque essas
universidades conversavam conosco pelos seus currículos, pelos seus grandes
professores, pela leitura, pela escrita, pela poesia, pelo exercício cultural. Isso
não acabou, deu uma minguada.
Esperemos agora
que retornem. A Unicamp tem várias manifestações, a USP também. Tem outras
universidades que estão se reorganizando para isso, porque a universidade volta
a florescer e, ao florescer, floresce o País.
Então, ao
receber esta homenagem como integrante do Sistema Educacional Brasileiro... Trabalhei
muitos anos na Ciência e Tecnologia, fui pesquisador do CNPq durante 35 anos,
me aposentei como pesquisador do CNPq. Tenho a maior honra da ciência, fui
subsecretário, da Ciência e Tecnologia, do Prof. Belluzzo, aqui em São Paulo.
Estive nesta Casa,
nessa época, defendendo ações como, por exemplo, a autonomia das universidades
públicas paulistas, conseguida pelo governador Quércia, na época. O Belluzzo
era secretário dele, eu era subsecretário.
Se não fosse esta
Casa aqui, toda a mobilização feita, não haveria hoje o exemplo nacional e
mundial da de autonomia, que fez com que as universidades se transformassem no
que são hoje, as mais intensas e produtivas construtoras de pesquisa e de
formação do País, da América Latina e do mundo. Claro, todos sabemos disso.
Aqui nesta Casa
discutimos, debatemos o percentual da Fapesp, que passou de 0,5% para 1%, e
transformou a Fapesp em grande centro de fomento, mas também de criativa
perspectiva de programas e projetos em ciência, tecnologia e inovação, focados
para o desenvolvimento do estado, mas acaba também rebatendo no desenvolvimento
nacional.
Estar nesta Casa,
para receber esta honra, para mim é algo inigualável. Para mim, talvez, eu
certamente não vou ter outra homenagem - embora seja novo, muito novo -, eu
duvido. Não é, Maria Helena? A gente começou desde os 11 anos, nossa
trajetória.
Eu certamente
não terei outra oportunidade de ter esta satisfação, de ter esta honraria, de
ser homenageado por esta Casa, nessa perspectiva.
Muito obrigado.
Desculpe o tempo que eu levei de vocês.
É, mais uma
vez, uma honra estar aqui. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convidamos o deputado Delegado
Olim para fazer suas considerações finais e declarar o encerramento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Primeiramente,
quero agradecer a presença de toda assessoria da Polícia Militar, da Polícia
Civil, que nos apoiou, da Polícia Militar, que tocou aqui o nosso Hino
Nacional.
O
SR. LUIZ ROBERTO LIZA CURI - Posso propor uma salva
de palmas para a orquestra que veio aqui, a gente não bateu, foi maravilhosa.
(Palmas.)
E quero dizer
que as instituições militares - olha, que eu falando tem um peso - que têm
orquestras e têm atividades culturais são de primeira linha e primeira
qualidade.
E aqui, ouvindo
a banda da Polícia Militar, eu fiquei emocionado. Depois, mandem meu
cumprimento ao maestro.
O
SR. - Deputado, eu queria também registrar
minha homenagem à Polícia Militar do Estado de São Paulo.
O
SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Os meus
assessores, aqui também, os assessores da Assembleia Legislativa.
Esgotado o
objeto da presente sessão, eu agradeço a todos pela realização desta solenidade,
e agradeço, mais uma vez, a presença de todos.
Está encerrada
esta sessão solene.
*
* *
- Encerra-se a
sessão às 11 horas e 17 minutos.
*
* *