11 DE AGOSTO DE 2023

22ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 70 ANOS DO CORECON

        

Presidência: LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

        

RESUMO

        

1 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - MARCOS VINÍCIUS

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

        

3 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene para realizar a "Homenagem aos 70 anos do Corecon", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. 

        

4 - MARCOS VINÍCIUS

Mestre de cerimônias, convida todos a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro", executado pelo coro masculino do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Faz leitura de texto em homenagem aos economistas.

        

5 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Saúda as autoridades presentes. Diz ser uma honra receber todos nesta Casa. Informa ter vindo do Sindicato dos Bancários de Osasco. Discorre sobre sua atuação em frentes parlamentares durante seus dois mandatos. Afirma estar envolvido com as audiências públicas do Orçamento no estado de São Paulo. Destaca o papel dos economistas na sociedade. Parabeniza o Corecon pelo aniversário de 70 anos.

        

6 - MARCOS VINÍCIUS

Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo institucional dos 70 anos do Corecon.

        

7 - CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA JÚNIOR

Presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.

        

8 - CARLOS ANTÔNIO LUQUE

Presidente da Gestão 1991-1992, representando os ex-presidentes do Corecon - SP, faz pronunciamento.

        

9 - ODILON GUEDES PINTO JÚNIOR

Vice-presidente do Corecon - SP, faz pronunciamento.

        

10 - PEDRO AFONSO GOMES

Atual presidente do Corecon - SP, faz pronunciamento.

        

11 - MARCOS VINÍCIUS

Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo com mensagem de Paulo Dantas da Costa, presidente do Conselho Federal de Economia. Anuncia a entrega de placas de homenagem e certificado aos economistas com registros mais antigos no Corecon.

        

12 - LENINA POMERANZ

Economista, em nome de todos os homenageados, faz pronunciamento.

        

13 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Considera uma honra ouvir os economistas da Mesa. Informa que o espaço desta Casa deve ser ocupado pela comunidade. Agradece as autoridades presentes. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Senhoras e senhores, muito bom dia a todos, a todas. Sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear o aniversário de 70 anos do Corecon-SP da 2ª Região. Comunicamos a todos que esta audiência pública está sendo transmitida ao vivo pelo canal Alesp no Youtube.

Neste momento, convidamos, para que componha a nossa Mesa Diretora, o deputado proponente desta sessão solene, Luiz Claudio Marcolino, por favor. (Palmas.) Acompanhando nosso deputado, convidamos o presidente do Corecon-SP, Pedro Afonso Gomes. (Palmas.)

Convidamos também o vice-presidente do Corecon-SP, Odilon Guedes Pinto Júnior. (Palmas.) Ex-presidente do Corecon-SP, gestão 1991-1992, vem neste ato, aqui na Mesa, representar todos os ex-presidentes presentes nesta sessão solene.

Convidamos Carlos Antônio Luque. (Palmas.) O Dr. Luque já está vindo aqui, também é da nossa Fipe. Obrigado, Dr. Luque. Também chamamos o presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo, Carlos Eduardo Oliveira Júnior. (Palmas.)

Ela é economista e, neste ato, vem representar todas as mulheres do Corecon-SP; temos a honra de convidar Lenina Pomeranz. Por favor. (Palmas.) Lenina Pomeranz já está vindo ao palco, está representando todas as mulheres do nosso Conselho, por favor.

Muito obrigado. Mesa composta. Todos podem se acomodar, por favor.

Para a abertura dos trabalhos desta sessão solene, com a palavra o presidente desta sessão, o deputado estadual Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Bom dia a todos. Bom dia a todas. Queria dar início a nossa sessão solene.

Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, senhoras e senhores, esta sessão solene atende a minha solicitação, deputado Luiz Claudio Marcolino, com a finalidade de homenagear o aniversário de 70 anos do Corecon-SP.

Agora passo ao mestre de cerimônias. Aqui tem um regimento inicial e depois já fazemos a abertura da nossa sessão solene.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Obrigado, nobre deputado. Convido a todos os presentes, neste momento, para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, pelo Coro Masculino do Corpo Musical da nossa Polícia Militar do Estado de São Paulo. A regência é do 2º Sargento PM Élder.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Nosso agradecimento ao Coro Masculino do nosso Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo e à regência do 2º Sargento PM Élder. Muito obrigado. (Palmas.)

Celebramos, em 13 de agosto, o Dia do Economista. Portanto, a nossa solenidade também tem como objetivo parabenizar esses profissionais que são fundamentais para o desenvolvimento do nosso estado, do nosso País, pela geração de rendas e pelo bem-estar de toda a sociedade.

Convidamos, neste momento, o deputado estadual Luiz Claudio Marcolino, presidente desta solenidade, para o seu discurso de abertura. Por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Quero dar, novamente, bom dia a todas, bom dia a todos. Queria saudar o Pedro Afonso Gomes, nosso presidente do Corecon. Estivemos juntos há alguns dias justamente conversando sobre esta sessão solene e um pouco também sobre a importância de uma entidade como o Corecon completar 70 anos de idade.

Não é qualquer entidade em nosso País que completa 70 anos de idade, de organização, com toda essa pungência. Queria saudar também aqui o Odilon Guedes Pinto Júnior, vice-presidente do Corecon.

Saudar o Carlos Antônio, que já está aqui, ex-presidente do Corecon-SP; também o Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo; a Lenina, que é economista, representando todas as mulheres do Corecon - já ouvi aqui uma história de V. Exa., depois queríamos conversar um pouco sobre as suas experiências, até ver como é que a gente pode aproveitar, inclusive, elas, debatendo aqui na Assembleia Legislativa. Depois a gente conversa no final da nossa sessão solene.

E, também, o Carlos Cordeiro, que foi presidente da nossa Confederação dos Bancários, que hoje também está no Corecon e fez esse diálogo com o Corecon para que a gente pudesse fazer a sessão solene.

E, para mim, é muito importante; eu tenho a honra de poder recebê-los aqui na Assembleia Legislativa, que hoje estou como deputado estadual, agora de 2023 a 2027; já fui deputado estadual de 2011 a 2015.

Em minha trajetória, eu vim do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região - fui presidente de 2004 a 2010. Aqui na Assembleia eu coordenei, junto com o deputado Itamar Borges, na legislatura passada, a Frente Parlamentar do Empreendedorismo e Combate à Guerra Fiscal.

Nesta legislatura, estou coordenando a frente parlamentar para fortalecer as Regiões Metropolitanas e aglomerados no estado de São Paulo. Estou também em uma frente parlamentar de inovação, tecnologia e inclusão, e estamos agora coordenando as audiências públicas no estado de São Paulo. São 26 audiências públicas que vão acontecer no estado de São Paulo.

Nós estamos falando de um estado com um orçamento de 318 bilhões para o exercício de 2023. Devemos chegar a 330 bilhões no ano de 2024 e estamos trabalhando aí, democratizando o orçamento do estado via essas audiências públicas. Então já é uma experiência que vem acontecendo há alguns anos.

Este ano, a gente conseguiu incluir na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2024 que as audiências do Legislativo passem, de fato, a ser uma realidade, porque até então era só do Executivo e agora passam, também, às audiências públicas do Legislativo; também ter uma referência, inclusive, com recursos destinados a cada audiência a partir de 2024. Nós vamos trabalhar no final do ano para fazer essa inclusão.

Por que eu estou dizendo essas questões, em relação ao público, do nosso trabalho? Porque para a gente, Pedro, ser economista é a gente poder fazer uma boa análise do atual momento, ter as informações do passado, também criar expectativas para o futuro.

E é isso o que as pessoas esperam da gente, tanto o setor privado, mas principalmente o setor público, no qual eu sempre atuei na gestão pública, principalmente na questão orçamentária, e sei qual o papel, a importância dos economistas também nessa função. Nós temos o papel de ajudar a diminuir as desigualdades nos estados, nos municípios, no País.

Muitas vezes, as pessoas não dão o devido valor para os economistas aqui nos nossos estados, no País. Dar o... como é que fala? Olham muito para o arquiteto, olham muito para o engenheiro, olham muito mesmo para o profissional da medicina, mas muitas vezes o economista não é dado o valor que nós temos nas condições do nosso trabalho.

Eu lembro que tinha um professor, na Faculdade São Luís, que era o professor Ota, e um dia ele falou para mim: “Marcolino, o médico, quando erra, pode matar uma pessoa. O economista, se por ventura vier a errar, pode matar milhões de pessoas.”

Então, muitas vezes as pessoas não dão a dimensão, a importância e o valor à nossa profissão. Então, trazer uma sessão solene aqui na Assembleia Legislativa para a gente comemorar os 70 anos do Corecon e também a gente poder homenagear o Dia do Economista, para a gente é um orgulho poder recebê-los aqui nesta Casa.

Sei que nós temos muitos desafios, tanto no Governo do Estado de São Paulo como no governo federal, mesmo na nossa alteração e nessa mudança de paradigmas para a Economia do País para os próximos anos, e sei que nós temos uma responsabilidade e um compromisso de ajudar no desenvolvimento econômico ou do setor de empresas ou do País, para onde nós estamos.

Então eu queria agradecer a cada um, a cada uma de vocês, por poder participar desta sessão solene e, mais uma vez, agradecer o Dr. Pedro Afonso, que é presidente da Corecon, por ter nos procurado para poder, conjuntamente, ter a oportunidade de recebê-los aqui na Assembleia Legislativa. Então, parabéns ao Corecon, 70 anos, e espero que a gente tenha no mínimo mais 70 anos daqui para frente.

Parabéns a cada um, a cada uma de vocês. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Muito obrigado ao nobre deputado Luiz Claudio Marcolino, com as palavras de abertura desta sessão solene.

Também registramos e agradecemos as presenças do diretor-presidente do nosso Sescon e da Aescon-SP, Carlos Alberto Baptistão; Claudinei Tonon, presidente do Sindcont-SP; Marcelo Pereira Fernandes, presidente do Corecon do Rio de Janeiro; Lucimara Malaquias, secretária-geral do Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo; Aldomar Guimarães dos Santos, diretor-secretário do Sinal nacional. A todos, o nosso muito obrigado.

Neste momento, convido a todos para assistirem a um vídeo institucional, vídeo este em comemoração aos 70 anos do nosso Corecon-SP.

Vamos ao vídeo, por favor.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Obrigado. A seguir, ouviremos as palavras da nossa Mesa Diretora, iniciando com palavras de Carlos Eduardo de Oliveira Júnior, presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo. Presidente, por favor. Se o senhor desejar falar daqui da tribuna também, sinta-se à vontade.

 

O SR. CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA JÚNIOR - Olá. Bom dia a todos e a todas. Primeiro, é com enorme satisfação que estamos hoje aqui comemorando os 70 anos do Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo, essa entidade da qual faço parte já, desde a minha formação. Hoje venho aqui com muito orgulho, muita satisfação dessa categoria, que são os economistas, que trazem o progresso para o País e o desenvolvimento econômico e social.

Hoje venho na qualidade de presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo, para o qual fui recém-eleito - assumi agora, dia 1º de julho, quando meus pares me apoiaram e, com muita satisfação, estão ao meu lado para trazer o progresso e o desenvolvimento dos economistas de São Paulo.

Antes de mais nada, eu gostaria de falar que ser economista, para mim, foi um sonho. Foi um sonho de criança, um sonho no qual eu sempre... nas décadas de 80 e 90, viam-se aqueles planos meio mirabolantes, que não davam certo, infelizmente. Mas sempre tinha um economista na frente. Sempre tinha um economista que estava lá pensando, escrevendo, desenvolvendo, até que, enfim, acertamos. Acertamos a nossa economia. Ainda não está no ponto ideal, mas, enfim, acertamos.

Mas sempre tem um economista como protagonista, isso que é importante. Isso daí, para mim, foi um dos motivos que fizeram eu estar economia. Hoje eu trabalho com economia e vejo que, realmente, é a grandeza e a nossa responsabilidade, como disse o nosso deputado, presidente aqui da sessão, falou: “A gente pode matar milhares e pode resgatar milhares da pobreza”. Isso daí é essencial para nós, economistas que estamos nessa linha de frente.

E a nossa luta, enquanto Conselho, é lutarmos de forma incansável na valorização da classe e trazer o bem-estar da sociedade como um todo. Acredito ser profundo o poder transformador da economia no papel crucial que os economistas desempenham na construção de uma nação mais justa, igualitária e próspera.

Também tem a questão que temos hoje muito, a questão da desigualdade social. E aí, cabe também aos nossos economistas ajudar a reduzir essa questão. Também tem a igualdade racial, porque que a gente pode olhar aqui no plenário, são poucos economistas negros que existem. Mas, enfim, vamos avançar nisso, vamos trazê-los mais para a nossa sociedade e para o nosso Conselho.

Eu sei que a atual presidência do Conselho, Pedro Afonso, e os ex-presidentes - aqui representados pelo professor Luque - e também a dona Lenina, o nosso vice-presidente Odilon, fizeram história, muitos fizeram história. Na qual eu vejo, são histórias bonitas que nós podemos ouvir para não cometer erros passados e fazer com que, sem dúvida alguma, a nossa categoria se fortaleça cada vez mais em busca de uma melhor sociedade.

Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Agradecemos ao presidente do Sindicato dos Economistas por seu pronunciamento. A seguir, vamos ouvir ele que foi presidente da Gestão 91-92, neste ato fala em nome dos colegas ex-presidentes do Corecon de São Paulo: professor Carlos Antônio Luque, por favor.

 

O SR. CARLOS ANTÔNIO LUQUE - A Lenina mandou falar daqui; eu obedeço.

 

A SRA. LENINA POMERANZ - Eu não mandei, eu sugeri.

 

O SR. CARLOS ANTÔNIO LUQUE - Bom dia a todos, nobre deputado - o senhor foi muito feliz em realizar esta sessão de homenagem aos economistas -, presidente, vice-presidente, meus amigos todos. Eu tive uma enorme alegria e honra de ser aqui o representante dos ex-presidentes para falar algumas palavras.

Na verdade, quando eu estava chegando aqui, encontrei meu amigo Marcão, Marco Antonio de Sandoval de Vasconcellos, e, além da Lenina, ele também me diz o que eu tenho que fazer. Ele falou: “Luque, não vai começar fazendo piadas sobre economistas”, então eu vou procurar me conter. (Vozes fora do microfone.) Não, isso foi... Aqui, olha. Já me deram a dica.

Meu caro deputado, nós temos duas coisas em comum, que nos une. Eu fui bancário, Banco da Lavoura de Minas Gerais, - não existe mais, depois virou o Banco Real e foi por aí - e, além de bancário, eu também sou economista. Se o senhor for corintiano, nós somos irmãos de sangue. (Vozes fora do microfone.)

 Muito bem. Então, quando eu fui presidente do Corecon, em 91 e 92, a grande discussão que existia naquela época era a inflação. Já havia ocorrido vários planos: o Plano Cruzado I, Cruzado II, Verão, Bresser, Collor I.

O senhor falou que os economistas podem matar muita gente... no Collor I, a professora Zélia Maria Cardoso de Mello era minha colega lá no departamento e me convidou para ficar com ela um tempo. Ela fez aquele plano mirabolante e algumas pessoas reclamaram, mas teve muita gente que ficou contente, não é? Porque todo mundo ficou igual. Como o presidente do Sindicato aqui disse que um dos objetivos é deixar todo mundo igual, a gente pode chamar a Zélia, que vai ficar todo mundo com o mesmo dinheiro.

Mas, naquela época, a questão era de inflação. E a discussão sempre sobre inflação, o que deveria ser feito, o que não deveria, porque ocorre que os economistas... Existem várias linhas de pensamento. Existem algumas linhas de pensamento mais liberais, que estão predominando atualmente, nas quais tudo que é setor público é vício e tudo que é setor privado é virtude. Então, tem toda essa onda de liberalismo, de privatizações.

E existem, digamos, economistas que têm uma visão diferente. Eles têm uma visão que, embora se reconheça que o setor privado tenha virtude, se reconheça que os mercados funcionam, não se pode prescindir da presença do setor público na condução das atividades econômicas.

Então, sempre tiveram essas duas linhas e ficam debatendo. O que é uma coisa muito comum em economia, sempre tem o economista que se diz de um lado, um economista que se diz de outro.

Eu estava aqui antes do início da sessão com o Sardenberg e o Ricardo Brito, e a gente estava falando sobre taxa de juros e outros comentários. Então, por exemplo, uma das discussões que se existe no Brasil é a questão da taxa de juros, que é elevada, porquê que ela é tão elevada.

E, dentro dessas linhas, eu estava me recordando de uma história que eu contei para eles, que era do Orestes Quércia e um economista, o Fred Mazzucchelli - que à época era o secretário de Planejamento. O Quércia falou para ele: “Fred, nossa, eu ouço vocês economistas brigando muito. Tem os economistas neoclássicos, tem os economistas keynesianos. O que é isso, você pode me explicar?”

Aí o Fred falou: “Olha, governador, economistas keynesianos são aqueles que acreditam no papel do Estado, que embora reconheçam que os mercados funcionam, é importante a presença do estado através dos investimentos. Por outro lado, os economistas neoclássicos são aqueles...”. Aí o Quércia interrompeu e disse: “Pode parar por aí. Eu já percebi, eu sou keynesiano.”.

Então, essas questões dos economistas são muito importantes que a gente reflita, pense e que o Corecon sempre, digamos, no comando das suas atividades, consiga representar as duas linhas. Digamos, não ser exclusivamente de um lado e nem exclusivamente de outro. Sempre tem que ter esse equilíbrio.

Por outro lado, os economistas têm um papel importante. É claro que é um papel importante. No caso, o Brasil, lamentavelmente, desde a década de 80 não cresce. Existem inúmeras razões, exatamente eu também não sei, mas de qualquer forma há muitos e muitos anos o Brasil não cresce.

Então, é papel dos economistas fazer uma discussão profunda: por que o nosso País não cresce? Quais são as razões que estão por trás de o Brasil vir perdendo espaço significativo frente à média do mundo e aos outros países em desenvolvimento?

Então, o desafio da nossa categoria é muito forte, de nós conseguirmos entender cada vez mais como funcionam as economias, como funcionam as relações econômicas. E, portanto, o papel dos economistas é muito importante. Ainda como o senhor muito bem disse, muitas vezes ele não é percebido.

Então, basicamente era isso, uma alegria estar aqui com vocês, vendo amigos que eu não via há muito tempo.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Obrigado ao amigo Carlos Antônio Luque, presidente na gestão 91-92. Falou aqui em nome dos colegas ex-presidentes do nosso Corecon-SP.

Vamos ouvir a seguir o vice-presidente do Corecon-SP. Com a palavra, Odilon Guedes Pinto Júnior.

 

O SR. ODILON GUEDES PINTO JÚNIOR - Bom dia a todas economistas, nossas colegas; os economistas, nossos colegas. É um prazer muito grande estar aqui hoje comemorando os 70 anos da nossa entidade.

Queria cumprimentar o deputado Marcolino, por essa iniciativa importante aí junto à Assembleia Legislativa; o Pedro Afonso, nosso presidente; o Luque, que é nosso colega há muito tempo, eu o conheço há décadas; o Carlos Eduardo, presidente do sindicato; e a Prof.ª Lenina, que é uma professora com uma tradição e uma produção intelectual extremamente importante para a categoria.

A primeira questão que eu acho importante destacar: nestes 70 anos, todos os presidentes desse Conselho Regional acumularam um trabalho superimportante para o fortalecimento da nossa categoria, procurando representar e defender as economistas e os economistas. Isso é muito importante destacar. E a atual gestão está fazendo, no meu entender, um trabalho muito importante sob a liderança do Pedro Afonso.

Inclusive, é importante destacar que a composição do Conselho, atualmente, tem economistas das mais variadas tendências, que eu acho que é muito salutar. Nós não podemos ter um pensamento único. Nós temos que debater, respeitar as divergências.

É normal as pessoas terem uma visão diferente do mundo e da economia, e nós temos que debater. Essa é uma ação democrática fundamental. Isso a gente privilegia e mantém na atual gestão do Conselho regional da nossa categoria.

Outra questão importante é a seguinte: sou professor de economia e, no início do ano, eu dou um texto do Keynes para os meus alunos em que ele fala o seguinte: que o economista precisa ser filósofo, matemático, estatístico, historiador. Tem um papel decisivo na história da humanidade.

Inclusive, um colega nosso dizia que nós, economistas, temos uma formação que, quando a gente termina o curso estamos prontos para ser presidentes do Banco Central. Aí ele falava que é uma pena que só tenha uma vaga. Então, nós temos uma formação extremamente importante.

E, veja, nós temos que atuar na área pública e na área privada. Eu acho que tem que haver uma composição. O setor privado não vive sem o Estado e o Estado precisa respeitar a área privada. Temos que ter muita clareza disso. Inclusive, eu falo isso aqui com experiência: eu fui vereador duas vezes na cidade de São Paulo, fui subprefeito, meu mestrado é na área de orçamento público, e o Estado tem um papel fundamental, principalmente no Brasil.

Só para lembrar: 83% de quem estuda no Brasil, antes de entrar na faculdade, está em escola pública; 160 milhões de Brasil não têm plano de saúde, dependem do SUS; 95% das pesquisas no Brasil são feitas nas universidades públicas. Todo esse trabalho que é feito, os projetos de transferência de renda, são fundamentais para a população brasileira, então o Estado tem um papel decisivo, nesse ponto de vista.

Eu tenho discutido muito que nós precisamos desideologizar essa questão, porque você fala na questão do Estado, e já falam que você é comunista etc. - isso é bobagem. O estado francês, o americano e o sueco têm um papel decisivo em suas economias, nós precisamos ter clareza disso.

Inclusive, a “Folha de São Paulo” trouxe uma matéria semana passada, e o número de funcionários públicos dos Estados Unidos, proporcionalmente, têm mais funcionários públicos que o Brasil; a Suécia tem quase três vezes mais funcionários públicos que o Brasil, proporcionalmente. São coisas que... Nós precisamos ter essas informações para fazer esse debate, então isso é muito importante.

Outra questão importante: o Conselho tem feito vários trabalhos, e eu estou coordenando o grupo de trabalho na ala do setor público. Nós vamos lançar agora, na semana que vem, nos próximos dias, o trabalho que nós estamos fazendo, que é de democratizar o orçamento público.

Eu tive uma experiência, como subprefeito de Jabaquara, em que eu coloquei todos os dados do Orçamento em uma linguagem popular por onde o povo entrava na subprefeitura. Não adianta você colocar lá “serviço de terceiros”, você tem que colocar “contratação de empresa de tapa-buraco, de limpeza de córrego”; material de consumo, tem que colocar quanto é que gasta de gasolina etc.

Nós estamos propondo para que todos... Essa campanha é para que todos os prefeitos do estado de São Paulo coloquem na porta pela qual o povo entra esses dados, de forma que todo mundo possa entender, porque é dinheiro público, e dinheiro público nós temos que respeitar, está certo?

Tem uma questão de que se a sociedade civil não entrar nessa disputa, nesse tipo de informação, é muito difícil transformar a boa utilização do dinheiro público. Então, nós estamos fazendo esse trabalho. A área pública é fundamental, o Luque aí está de exemplo disso, teve uma atuação importante no Governo do Estado de São Paulo, então é uma área muito importante para nós todos.

E o setor privado também depende do economista, porque nós temos essa visão de planejamento, de conhecer o mundo. Por exemplo, a Guerra da Ucrânia teve um impacto no mundo inteiro, inclusive no Brasil, com a inflação brasileira. A Covid teve um impacto grande na inflação brasileira, então nós precisamos conhecer claramente e trabalhar pela...

Finalizando, o Brasil é um país que tem condições de resolver todos os seus problemas. O Brasil não é um pequeno país da América Latina; tem 205 milhões de habitantes, é o quinto território no mundo, é a maior área agrícola do planeta. Por exemplo, a Rússia é o dobro do Brasil, mas metade da Rússia está na Sibéria. Aqui, pelas condições geográficas, nós temos condições de plantar duas vezes por ano, ter uma base industrial importante e uma universidade pública de qualidade.

Então, nós temos que trabalhar para que o País se desenvolva do ponto de vista da distribuição de renda - porque é vergonhosa a distribuição de renda no Brasil - e da questão da reforma tributária que está colocada.

É importante fazermos uma reforma tributária do ponto de vista de como alocar os tributos. Agora, é importante a gente fazer uma reforma tributária que mexa na estrutura, porque, infelizmente, quem paga mais tributos - isso aqui não sou eu que estou falando, é só pegar os estudos do Ipea - proporcionalmente, no Brasil, são os trabalhadores de baixa renda.

Então, nós precisamos trabalhar para mudar isso, para que o Brasil tenha um plano nacional. Esta é a grande questão: por que o Brasil não supera os seus problemas seculares? Porque nós não temos claramente um plano nacional que possibilite o desenvolvimento da Nação, e nós, economistas, temos que trabalhar para resolver esses problemas no Brasil.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Agradecemos ao nosso vice-presidente, Odilon Guedes Pinto Júnior, por suas palavras. Vamos ouvir a seguir o presidente do Corecon-SP, um dos principais idealizadores desta iniciativa e de todas as demais ações que estão sendo realizadas para celebrar os 70 anos do nosso Corecon-SP.

Com a palavra, Pedro Afonso Gomes. (Palmas.)

 

O SR. PEDRO AFONSO GOMES - Bom dia a todos e a todas. Praticamente já cumprimentei individualmente a maioria, mas faço agora de modo geral. Eu queria cumprimentar, saudar o presidente desta sessão, deputado Luiz Claudio Marcolino, nosso colega, economista também, e agradecer o seu empenho, deputado, e o empenho de toda sua equipe para a realização deste evento.

Nós vimos como é trabalhoso, a nossa equipe do Corecon também se empenhou muito para que estivéssemos aqui, mas, sem a sua indicação, não estaríamos aqui. E é muito importante, porque nós estamos aqui, na Casa do Povo Paulista, somos representantes do povo paulista e estamos homenageando os economistas. Através de um deputado, todos estão homenageando. A gente fica muito lisonjeado com isso.

Vou cumprimentar os demais membros da Mesa, se me permitem todos, cumprimentando a professora e economista Lenina Pomeranz, que está representando alguns dos homenageados, que são os registros mais antigos, pessoas que estão conosco há muito tempo e tiveram uma excelente vida profissional.

A professora Lenina é a mulher economista com registro mais antigo no Corecon. Acho que a senhora não vai ficar chateada se eu disser que são 62 anos de registro, em uma época em que, se a gente tirasse a foto da sala de aula de economia, não encontraria muitas mulheres, quase nenhuma.

E hoje nós vamos a qualquer universidade e encontramos a maioria de mulheres dentro da sala de aula no curso de economia. Nós temos muito mais registros hoje, os novos, de mulheres do que de homens. A professora Lenina e outras que vieram antes dela, que infelizmente não estão mais conosco, abriram essas portas para as mulheres.

Sem tomar muito tempo, a questão da economista mulher e do economista homem, não sei se todos sabem, o termo foi batalhado pelos primeiros graduados em economia, quando fundaram o Sindicato dos Economistas no dia 11 de janeiro de 1935 e foram pedir o registro como entidade sindical - obtiveram-no em maio de 1935.

O chefe da seção, que registrava, no Governo do Estado - porque não existia ainda o registro no Ministério do Trabalho -, sugeriu que o nome da profissão... que eles deveriam ser chamados de Sindicato dos Ecônomos. Ecônomo é um termo usado na igreja, por exemplo, para tratar daquele que cuida do dinheiro.

E os bacharéis, todos homens, porque as mulheres não podiam fazer o curso no início - já explico -, bateram firme, falaram: “Não, não pode ser ‘ecônomos’, porque se for “ecônomos”, quando as mulheres puderem estudar economia, como nós vamos chamar as mulheres? Vai ter que mudar o nome da profissão, de ‘ecônomos’ e ‘ecônomas; deixa ‘economista’”. Aí o chefe de seção aceitou e, por isso, o termo “economista” vale para as mulheres e para os homens.

As mulheres não podiam ser economistas, porque, para entrar no curso de graduação de economia - o primeiro foi criado em... começou a funcionar em 1932 -, era necessário estudar antes contabilidade, graduar-se, como naquela época chamado, de perito contador, guarda-livros, eram os termos usados na época, e as mulheres costumavam seguir para o curso normal para se formar professoras.

Então, as primeiras mulheres começaram a estudar no final da década de 40, finalzinho da década de 40. De qualquer forma, rendo homenagem à professora Lenina e a todos os homenageados e a todos os economistas.

Existe um poema de Pablo Neruda chamado “A Terra se chama Juan” e ele diz, em uma das frases, o seguinte: fala de todos os heróis, mas ele fala que se não houvesse o Juan plantando, produzindo, de nada valeriam os heróis, porque a sociedade não existiria.

E os nossos Juan, sabem quem são, na nossa categoria? São os economistas que trabalham no dia a dia, que exercem a sua profissão, que analisam, que dão subsídios para quem decide - seja na iniciativa privada, seja na iniciativa pública.

Agradeço, também, aos ex-presidentes que estão aqui, eu estou vendo todos, os ex-conselheiros também, que representam a história, representam os 37 presidentes de Corecons que já passaram pela entidade e os mais de 350 conselheiros. Agradeço a presença de todos pela tradição e também os conselheiros atuais, naturalmente, que estão levando adiante um trabalho que já vem de 70 anos.

Agradeço, também, aos funcionários e estagiários que estão aqui nos representando, funcionários esses que trabalham para o Corecon, que fazem existir o Corecon. Quero agradecer também aos representantes das entidades de empresas, de trabalhadores, os diversos conselhos profissionais que conosco formam a sociedade.

O economista tem um papel social, assim como os contadores, administradores químicos e engenheiros, corretores de imóveis - todos têm a sua função social. Nós procuramos fazer a nossa parte. Também, os demais contribuem para a construção da sociedade.

Economistas, então, por favor, sintam-se abraçados por mim e por todos os demais conselheiros, em nome da entidade. Cada um dos que estão aqui, de diversas faixas etárias, de diversos tons de pensamento, formas diferentes de pensar, somos todos iguais. Iguais no sentido de buscar o melhor para o povo paulista e para o Brasil. É isso que é a nossa vida, resolvendo conflitos, dando dados, para que seja a melhor condução.

Mas existem semelhanças entre aquele longínquo 1953, quando o Corecon-SP foi instalado, exatamente no dia 16 de novembro de 1953... Vamos comemorar os 70 anos, encerrar as festividades de 70 anos, exatamente, no dia 16 de novembro de 2023, no mesmo local em que foi instalado o Conselho no auditório da Biblioteca Mário de Andrade.

De 1953 para 2023 existem semelhanças e diferenças. Acho que todos perceberam no vídeo institucional que uma das frases citadas pelo primeiro presidente em seu discurso, o economista Ubirajara Dib Zogaib, dizia que a constituição da categoria profissional dos economistas poderia auxiliar para que não houvesse mais miséria - devem ter visto isso.

Quando nós falamos de miséria, a gente não está falando de exata igualdade, a gente está falando de condições mínimas, necessárias, para que as pessoas sejam consideradas humanas, não sejam consideradas empobrecidas.

Nas palavras do Prêmio Nobel de Economia Amartya Sen, que dizia que a pessoa é pobre desde que ela não tenha meios para conseguir se desenvolver como ser humano. É para isso que os economistas servem: usam as planilhas, usam os números, usam uma série de coisas, mas o que interessa é a vida das pessoas que o economista faz.

Então, naquela época, 1953, o Brasil, bastante esperançoso por tudo que tinha ocorrido naqueles 10, 15 anos - o nacionalismo etc. -, e passamos estes 70 anos... por uma série de motivos, paramos no tempo, continuamos, voltamos e, assim por diante, estamos ainda na briga. Por isso que a nossa missão de economistas não só não termina, como está ampliada com as novas realidades do mundo, com as novas tecnologias.

Hoje o que nós precisamos é contribuir, como economistas, para que o mundo possa ir adiante. A nossa parte nós temos que fazer, o nosso conhecimento teórico e prático deve ajudar a todos para que o País melhore, que o mundo melhore.

Acho que todos aqui têm a mesma visão que eu, acho que é quase unanimidade que nós não podemos conviver com tamanha desigualdade. Esse é um problema muito sério, porque a desigualdade incomoda a todos: àqueles que não têm, àqueles que têm demais.

Então, vamos trabalhar para que a gente consiga condições de dignidade. Acho que é o mesmo desafio que foi colocado para os economistas em 1953. O Corecon-SP tem procurado contribuir com isso. As suas missões institucionais são bastante claras: registrar, fiscalizar e ajudar a melhorar a qualidade do trabalho do economista. Estas são as missões institucionais do Conselho.

O que nós fazemos, além disso, é atualizar essas normas, porque em 1953 a realidade era uma, a lei era uma, a lei era colocada de uma certa forma, e hoje nós temos outros desafios.

Esses desafios fazem com que a gente também adapte as nossas atividades. Temos muitas e muitas comissões voltadas para a sociedade, temos comissões voltadas para dentro do Conselho, comissões voltadas para o exercício da profissão de economista.

Então, acho que nós estamos fazendo a nossa parte, mas sempre podemos melhorar. Agora, eu digo, terminando, que não tenho dúvida de que essa gloriosa história de 70 anos, com alguns percalços muito pequenos, pode se repetir pelos próximos 70 anos. Infelizmente, eu não estarei aqui para comemorar mais 70, por isso eu tenho que falar agora.

Eu sou bastante esperançoso da história da profissão de economista e da nossa instituição, por quanto tempo ela seguir - e vai seguir bem firme com os jovens. Aproveitando, estou vendo lá em cima um grupo de pré-adolescentes que está assistindo a nossa sessão, e eu digo para vocês: vale a pena ser economista, pensem em ser economistas, vocês serão os economistas do futuro. Concordam? Eles estão concordando.

É isso, gente.

Muito obrigado, muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Palavras do nosso presidente do Corecon-SP, Pedro Afonso Gomes. Queremos aqui agradecer as palavras de todos os integrantes da nossa Mesa Diretora.

Nós, a seguir, transmitiremos uma mensagem enviada pelo Sr. Paulo Dantas da Costa, que é o presidente do Conselho Federal de Economia, o Cofecon.

Vamos à mensagem do presidente, por favor.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Essa foi a mensagem do nosso presidente do Conselho Federal de Economia, o Cofecon, Paulo Dantas da Costa.

Neste momento, nós daremos início às homenagens desta solenidade. É o momento de reconhecer e agradecer alguns dos economistas que fazem parte dessa história, que nasceram e cresceram junto ao Corecon-SP.

Eles estão aqui hoje e representam toda a categoria de economistas. Todos os rostos que testemunharam as transformações e que buscaram soluções para os desafios econômicos que surgiram ao longo do caminho.

As tecnologias transformaram a forma como nos comunicamos, produzimos e consumimos. E os senhores e senhoras seguiram se adaptando, acumulando sabedoria e inspirando as gerações futuras de economistas.

Neste momento, as autoridades que compõem a Mesa, se dirijam aqui à frente, para que possam fazer a entrega de uma placa de homenagem, e também de um certificado aos nossos convidados.

Chamamos à frente o nosso primeiro homenageado, seguindo pela ordem de registro mais antigo. Só aguardar para que todos se postem aqui à frente. O nosso primeiro homenageado não pôde estar conosco - Victor David, neste ato representado pelo economista Maurício Abdalla. Por favor, Maurício, pode vir aqui à frente. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Victor David, que não pôde comparecer, contribui, desde 5 de dezembro de 1956, para a valorização da Economia, o desenvolvimento da profissão, e o progresso de São Paulo e do Brasil. Ele tem hoje 93 anos. Está representado pelo economista Maurício Abdalla.

Vamos ao registro fotográfico da homenagem entregue, neste momento, a Victor David, aqui representado pelo economista Maurício Abdalla.

Muito obrigado. Transmita ao nosso homenageado, o senhor Victor David, os parabéns, e também o nosso muito obrigado em nome do Corecon-SP da 2ª Região. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Eu vou pedir para que permaneça aqui na lateral, depois fazemos uma foto com todos. Pode ser? Por favor, Sr. Maurício Abdalla, por gentileza. Obrigado.

A seguir, Ary Silvério, registrado em 20 de agosto de 1958, é o nosso próximo homenageado. (Palmas.) Já sendo conduzido aqui à frente o nosso próximo homenageado, Sr. Ary Silvério, registrado em 20 de agosto de 1958.

O Conselho tinha apenas cinco anos de fundação, então é um registro que já tem 65 anos. Parabéns ao nosso homenageado neste momento pelo presidente, pelo nosso deputado e demais autoridades. Sr. Ary Silvério, parabéns. (Palmas.)

 

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  - É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Também permanece aqui ao lado. Depois, faremos uma foto com todos os homenageados no dia de hoje. Parabéns ao Sr. Ary Silvério.

Em seguida, chamamos Virgílio Marcon Filho, registrado em 19 de agosto de 1959. (Palmas.) O Sr. Virgílio já está aqui conosco, se encaminhando aqui à frente para receber a sua homenagem das mãos do nosso presidente e também do deputado proponente desta sessão solene.

Virgílio Marcon Filho recebe os cumprimentos de todos. Em seguida, vamos à foto oficial aqui com o registro da entrega da referida homenagem. Agora sim, venha aqui ao centro para receber sua homenagem das mãos do nosso presidente e também do deputado.

 

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  - É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Parabéns mais uma vez a Virgílio Marcon Filho, com registro de 19 de agosto de 1959. Permaneça aqui na lateral junto aos demais homenageados, por favor.

A seguir - eu fiquei treinando o sobrenome a manhã toda, vamos ver se eu passo perto aqui - Ascenção Serapião Kouyomdjian, registrado no Corecon-SP e contribuindo para a classe dos economistas desde 25 de novembro de 1959. (Palmas.) 

Ascenção Serapião Kouyomdjian também recebe, neste momento, sua homenagem das mãos do presidente do Conselho junto ao deputado proponente desta sessão.

 

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  - É entregue a homenagem.

 

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 O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Parabéns a Ascenção Serapião Kouyomdjian. Obrigado.

Nosso próximo homenageado tem registro no Corecon-SP desde 10 de junho de 1959. Chamamos Abrão Antonio Haddad. (Palmas.) Já chegando aqui à frente, recebe os cumprimentos do nosso vice-presidente do Conselho; ao lado, o presidente do nosso sindicato; nossa professora está ali também, deputado; e aqui o presidente do Conselho. Homenagem sendo entregue neste momento a Abrão Antonio Haddad; recebe ali o diploma. (Palmas.)

 

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  - É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Parabéns ao homenageado, Sr. Abrão Antonio Haddad. Também permanece ao lado aqui conosco.

Com muito orgulho, nós chamamos agora a professora Lenina Pomeranz, registrada em 13 de setembro de 1961, neste ato representando todas as mulheres economistas do nosso estado e também do nosso País. (Palmas.) Professora Lenina Pomeranz, junto ao presidente do Conselho e também ao nosso deputado.

 

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  - É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Parabéns, professora. (Palmas.) Elas são vencedoras em um campo que já foi predominantemente masculino e mostram, cada dia mais, a sua capacidade de superação, sua força e talento no universo da economia. Parabéns à professora. Em seu nome, saudamos todas as mulheres economistas.

Encerramos este circuito de homenagens chamando o Sr. Natalicio Candido da Silva, registrado no Corecon-SP e contribuindo para a classe dos economistas desde fevereiro... registro de 1976. (Palmas.) Recebe os cumprimentos das autoridades o economista Natalício Candido da Silva.

O registro fotográfico. Parabéns ao Sr. Natalício. E, a seguir, todos os homenageados vão retornar agora ao centro para que façamos uma foto com todos, a foto oficial.

Por favor, todos os homenageados, se puderem ir um pouco mais ao centro, por favor. Quanto mais ao centro, melhor. Por favor. Pedir aos fotógrafos para que orientem aí os homenageados, por favor.

Atenção, vamos lá, valendo. Todos aí com os seus diplomas, as placas. Valendo. Mais uma. Atenção. Mais uma. Está bom para todos? Mais uma? Parabéns a todos. Muito obrigado. Uma salva de palmas a eles, que representam todos os economistas registrados no nosso Corecon-SP. (Palmas.)

Este foi um momento importante de homenagens aos nossos economistas, mas não podemos nos esquecer das pessoas que estiveram ao lado desses profissionais. Nosso muito obrigado também aos familiares, filhos, netos, amigos, e todos que estão sendo homenageados nessa solenidade.

Estamos certos de que o apoio de vocês com certeza foi fundamental para que eles chegassem até aqui. Os homenageados retornam a seus lugares. As autoridades também retornam aqui à Mesa.

Mais uma vez, parabéns. Muito obrigado a todos.

Homenageados retornam a seus lugares. Pedir ao nosso vice-presidente para que retorne aqui à Mesa, por favor. Parabéns a todos mais uma vez. Muito obrigado. Obrigado a todos, parabéns.

Senhoras e senhores, com muita honra, convidamos neste momento a professora Lenina Pomeranz para fazer o seu pronunciamento, em nome de todos os homenageados.

Professora, por favor.

 

A SRA. LENINA POMERANZ - Bom dia a todos e a todas, porque dá para deixar marcado que “todos” seriam homens e mulheres, mas eu prefiro chamar “todos e todas”, para evitar qualquer suspeita de desvio ideológico.

Então, eu preparei, na verdade, um pequeno discurso, porque imaginei, erroneamente, que as comendas seriam entregues individualmente a cada um dos presentes aqui. Eu digo, vamos entregar 70 prêmios. Então, quando chegar na hora de eu falar, o pessoal já está pedindo água, não vai dar, não vai dar pra falar nada muito comprido.

Por outro lado, eu queria, antes de fazer o meu pequeno discurso preparado, redigido, etc., contar, na forma quase que de piada, como é que eu comecei minha vida profissional como economista e como contabilista, na verdade.

Eu trabalhava em uma fábrica de buzinas. Comecei trabalhando em uma fábrica de buzinas no Jabaquara. Uma pequena empresa familiar, em que as minhas relações com a proprietárias - era uma senhora que era proprietária da oficina - eram de pura amizade. As relações de trabalho se transformaram em relações de amizade, e a gente tomava largos cafés pela tarde, discutindo bobagens. Bobagens, tudo o que vinha na cabeça.

Essa foi uma das coisas. A outra coisa é mais desagradável, não é um acontecimento agradável. Eu trabalhava em uma fábrica. Eu trabalhava como auxiliar de contabilidade em uma fábrica de malhas, que era propriedade de um senhor húngaro, jovem, e que cuja sede era em frente ao prédio onde eu morava, em um apartamento.

Comigo trabalhava uma contadora que era aleijada de uma perna. Ela mancava com uma perna, e ela era pau para toda obra. Eu sinto dizer que ela não era exatamente a melhor, a maior das inteligências que eu conheci.

Era uma pessoa ótima, muito fraternal, competente naquilo que fazia, porque ela controlava faturamento, folha de pagamento, controlava toda a rotina do escritório. Mas, por não ser esse brilho de inteligência, era de certa forma subestimada ou maltratada pelo dono da empresa.

Eu me revoltava com isso, e um dia eu disse a ela: “Não vem trabalhar, que é para ele aprender como se tratam as pessoas e reconhecer o seu valor”. Ela fez isso, ela não veio trabalhar. O que fez o jovem proprietário? Pegou a sua moto, foi à casa dela e a trouxe na garupa e me despediu. Foi uma outra experiência de início da carreira profissional.

Mas é um início de que eu me orgulho, porque é um início de princípios, não é um início qualquer. (Palmas.) É o respeito que se deve a todas as pessoas, de todas as origens e de todas as qualificações profissionais. A elas eu rendo a minha homenagem aqui.

E eu vou começar falando, fazendo o meu pequeno discurso. Não se assustem, é uma página só. Eu li assim que terminei de redigi-lo, eu li com calma para ver quanto tempo levaria para falar; não vou ocupar vocês mais do que uns seis, sete minutos.

Então, vou começar. Meu discurso será breve, não seja por outra razão senão acreditar no cansaço de todos, depois da entrega das comendas a todos aqui, a gerações de filiados desde a formação do Corecon. São gerações que acompanharam o desenvolvimento do nosso País, nas suas várias etapas e nas diversas configurações que assumiu ao longo do tempo.

Esse desenvolvimento não foi uniforme: atravessou fases que posso considerar felizes e outras, nem tanto, até mesmo muito infelizes. Estou falando do período 53 para cá. Considero felizes as fases em que o País se desenvolveu, transformou a sua estrutura produtiva, aprofundando o processo de substituição de importações e criando novas classes sociais.

Interiorizou-se com a construção da sua nova capital, para a qual contribuíram centenas de milhares de trabalhadores vindos de diferentes partes do País, grande número dos quais foram, posteriormente, transformados em seus habitantes permanentes.

Expandiu o ensino superior, formando a mão de obra mais qualificada, indispensável ao processo de transformação econômico-social. E ver atualmente a incorporação digna dos seus povos originários, guardiões de suas riquezas naturais. Enfim, o período em que se restabeleceu a democracia, ainda que não plena. E se está formando um novo Brasil.

Considero infelizes os períodos negros da ditadura militar, das restrições à liberdade de expressão e das perseguições ao pensar diferente, contra as quais voltaram-se representantes dignos da intelectualidade e jovens rebeldes. Período em que a primeira página de um dos jornais de maior circulação do País passou a substituir o noticiário por receitas alimentares, e no País imperaram prisões e tortura.

Considero infelizes os anos em que a exploração ilegal da floresta amazônica deixou como herança uma vasta área territorial devastada. Considero, ainda, infeliz o período mais recente, em que o País foi vitimado pelo vírus da Covid-19, provocando grande número de mortes.

Mortes essas causadas também, apesar da dedicação incansável das equipes de médicos, enfermeiros e de vacinação em massa, pela divulgação de falsas terapias e pela insuficiência de leitos hospitalares e medicação adequada.

E vivemos, ainda hoje, as perseguições aos jovens negros e pobres, expressão gritante do racismo e da desigualdade. Há, ainda, muito a fazer para contornar as dificuldades que se apresentam.

Cada um de nós, no seu pequeno canto particular, pode e deve contribuir para que as transformações rumo a um País cada vez melhor se tornem realidade para todos os brasileiros - os contabilistas e os economistas também.

É o que os conclamo a fazer nesta comemoração de 70 anos da sua entidade de classe, desejando que ela prossiga no seu vitorioso caminho. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCOS VINÍCIUS - Parabéns. Agradecemos as palavras da Sra. Lenina Pomeranz e gostaríamos também de fazer uma menção especial aos funcionários deste Conselho que estão presentes aqui hoje e que trabalham todos os dias para atender, da melhor forma possível, os economistas de todo nosso estado.

Nosso muito obrigado a todos os colaboradores pelo talento e pela dedicação ao Corecon-SP. Vocês fazem parte dessa história. (Palmas.) Parabéns a todos vocês.

Neste momento, convidamos novamente o deputado Luiz Claudio Marcolino para as considerações finais desta sessão solene. Por favor, deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Primeiro, vocês viram que esta Mesa da sessão solene não foi só uma homenagem, foi uma aula na qual cada um (Inaudível.) aqui colocou questões importantíssimas para nós que somos economistas.

Então, acho que é uma honra não só fazer aqui uma homenagem, esta sessão solene, mas também ouvi-los, para a gente é muito importante. A dona Lenina aqui não só falou das mulheres, mas representando também todos os homenageados desta noite.

Estava conversando aqui com o Pedro de a gente, além desta sessão solene, poder fazer uma parceria com a Assembleia Legislativa para que aqui possa ser um espaço também de reflexões da importância do nosso papel.

Nós tivemos agora, há duas semanas, um debate sobre a reforma tributária, ainda no calor das votações, mas têm muitos temas colocados para os próximos anos, as próximas décadas, que a gente pode fazer aqui uma parceria.

Ontem, inclusive, nós recebemos aqui, neste mesmo espaço, uma ocupação do pessoal de Santo André, que nunca tinha vindo à Assembleia Legislativa. Então, este espaço que nós temos aqui na Assembleia tem que ser um espaço ocupado permanentemente por toda a sociedade.

Então, conversamos aqui com o Odilon, conversamos com o Pedro, para gente poder, também, ir junto a vocês ocupar este espaço que é de todos vocês.

Queria agradecer aqui ao Luque pelas suas palavras; ao Pedro Afonso, que é o nosso presidente; ao Odilon também, que é nosso parceiro de luta há muito tempo; ao Carlos Eduardo, nosso presidente do sindicato; e agradecer a cada um, cada uma de vocês aqui, as autoridades presentes.

Tem aqui o meu amigo Pegado, também companheiro de muitas lutas no movimento sindical; o Carlos Alberto Baptistão, vice-presidente do Sescon-SP; Claudinei Tonon, presidente do Sindicont-SP; Marcelo Pereira Fernandes, presidente do Corecon-RJ; Lucimara Malaquias, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, também secretária-geral do Sindicato dos Bancários; Aldomar Guimarães dos Santos, diretor-secretário do Sinal nacional; Cláudio Rafael Bifi, que é diretor do CRCSP.

 Marco Antonio Sandoval, ex-presidente do Corecon-SP; José Aparecido Maion, presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo - CRCSP; Rinaldo Araújo Carneiro, diretor de assuntos jurídicos da Fenacon; Jarbas Antônio de Biagi, presidente da Abrapp; Nancy Goreti, ex-presidente do Corecon-SP; Carlos Alberto de Castro, ex-presidente do Corecon-SP.

Virgílio Marcon Filho, foi um dos homenageados, inclusive, com a sua família aqui, Maria Marcon, que é a filha. Tivemos aqui também um dos homenageados, o Ary Silvério, também aqui com a sua família, (Inaudível.) Silvério, filha, Rosana Silvério, filha, Marcelo Silvério, filho, e Carolina Regina, nora, aqui representando todas as autoridades presentes neste evento.

A gente demonstra, Pedro, a importância que o Corecon tem aqui no nosso estado de São Paulo. Diversas representações, sociedade civil e organizada. Então, para a gente é muito orgulho, mais uma vez, como eu disse, recebê-los aqui nesta sessão solene.

Queria pedir uma grande salva de palmas aqui para os 70 do Corecon-SP e para todas as autoridades que contribuíram com esta belíssima sessão. (Palmas.)

Chegando aqui ao final, eu agradeço às autoridades presentes, à minha equipe, à equipe do Corecon, que muito trabalhou para que esta sessão solene pudesse acontecer, aos funcionários do serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviço de atas, do Cerimonial - que também tem um papel muito importante para que pudesse realizar esta sessão junto a vocês -, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Alesp, e das assessorias policiais Militar e Civil, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito desta sessão solene.

Está encerrada esta sessão e, mais uma vez, colocar a Assembleia Legislativa à disposição de cada um, de cada uma de vocês, das representações da sociedade. Meu muito obrigado.

Está encerrada a nossa sessão.

Parabéns.

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 25 minutos.

 

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