10 DE NOVEMBRO DE 2023
136ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: REIS e CARLOS GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - REIS
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
4 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - REIS
Assume a Presidência.
6 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
9 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 13/11, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr.
Reis.
* * *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Presente o número regimental de
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o
expediente.
Cumprimentando o público presente, os
integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia
Técnico-Científica, cumprimentando todos os funcionários desta Casa e todos
aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp. Dou início aqui ao
Pequeno Expediente.
Chamamos para fazer uso da palavra o
deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.)
Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Rafael
Saraiva. (Pausa.)
Deputado Luiz Claudio Marcolino.
(Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Simão Pedro.
(Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.)
Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.)
Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Oseias de Madureira. (Pausa.)
Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Tomé
Abduch. (Pausa.)
Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.)
Deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.
(Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.)
Deputado Lucas Bove. (Pausa.)
Entrando na Lista Suplementar, chamamos
o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.)
Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Lucas
Bove. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco
minutos para fazer uso da tribuna.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado,
deputado, presidente Reis. Quero saudar aqui os alunos e professores presentes
na Assembleia Legislativa, os telespectadores da TV Assembleia.
Presidente,
dizer que nós estamos aqui debatendo já o PLC 143, de 2023. O projeto foi
encaminhado à Assembleia Legislativa pelo Executivo, depois de muita luta,
muita pressão, nós conseguimos que o governo encaminhasse o projeto de lei,
sobretudo para resolver a questão das APDs, das Atividades Pedagógicas
Diferenciadas.
No entanto, Sr. Presidente, é aquela velha
história, o famoso Barão de Itararé tinha razão, de onde a gente menos espera,
daí que não vem nada mesmo. O governo encaminhou o projeto, porém, com muitas
falhas.
A começar pelo
principal artigo, que trata da questão das APDs, onde o governo colocou no
artigo que o secretário da Educação que iria decidir onde seriam realizadas
essas Atividades Pedagógicas Diversificadas.
Olha o absurdo,
Sr. Presidente. Porque a reivindicação
era justamente para que os professores escolhessem. Por isso que a palavra de
ordem dessa luta é “APDs em local de livre escolha do professor”, e não do
secretário da Educação.
Porque esse
artigo deixa o professor refém dos secretários de plantão dos governos que
entram e dos governos que saem. O professor perde totalmente a sua autonomia.
Então, têm
várias incoerências nesse projeto. Porém, nós estamos corrigindo o projeto
através das emendas que nós apresentamos. Inclusive, hoje, Sr. Presidente, foram publicadas as
primeiras emendas, e as primeiras seis emendas são as emendas que eu
encaminhei, da nº 1 até a nº 6, corrigindo, aperfeiçoando, melhorando,
incluindo no projeto, no PLC 143, exatamente as reivindicações do Magistério
estadual.
Por isso, tenho
um quadro aqui que tem algumas delas, Sr.
Presidente, eu queria destacar aqui a questão das APDs, que eu deixei
bem claro que elas devem ser de livre escolha dos professores; a questão da
falta-aula também, o governo deu uma pequena recuada, em um sentido de que
haverá a volta da falta-aula e não a falta-dia.
Porém, tem uma
pegadinha aí, Sr. Presidente, o governo é de uma maldade, de uma perversidade
sem precedentes, ele aumenta o desconto na falta-aula: de um vinte e um avos
para um...
Na verdade, de
um vinte e um; eu apresentei uma emenda para que volte ao que era antes - um trinta avos, em caso de
falta-dia -, mas o governo sempre querendo tirar alguma coisa do Magistério
estadual.
Uma outra
emenda que eu apresentei, Sr. Presidente, é em relação à questão da pontuação
para atribuição de aulas. A nossa reivindicação, a reivindicação do Magistério,
é que o tempo de serviço, o tempo de Magistério, seja o único tempo para o
processo de pontuação. O governo inventou agora assiduidade, para punir ainda mais,
por exemplo, os professores. Um absurdo isso, Sr. Presidente.
O professor,
quando falta em uma licença-médica, por exemplo, é porque ele adoeceu e, aliás,
em serviço, por conta das péssimas condições de trabalho. E o governo vai, além
de descontar do professor na aposentadoria, em outros aspectos, vai descontar
também aqui na atribuição de aulas. Nós corrigimos, dizendo, a emenda que eu
apresentei afirma que não, que só vai valer mesmo o tempo de Magistério, o
tempo de serviço do professor.
Tem uma outra
perversidade aqui, Sr. Presidente, em um dos artigos, o governo estende o prazo
para que os professores façam a adesão à “farsa da nova carreira”, a Lei nº
1.374, onde quase ninguém aderiu, porque a lei é muito ruim.
Ninguém quer
aderir a essa carreira, porque acaba com os quinquênios, com a evolução
funcional por tempo de serviço, com a sexta-parte, com a licença-prêmio, para
quem ingressa nela. Logicamente que ninguém quer isso.
Então, o
governo, percebendo que ninguém está aderindo, estende o prazo por mais dois
anos. Olha só, Sr. Presidente, quando, no entanto, a nossa luta é pela
revogação imediata dessa nefasta Lei nº 1.374, que ela seja toda extinta, de
tão ruim que ela é.
E, terminando
aqui, Sr. Presidente, que o meu tempo já está se esgotando. Nós incluímos
também um artigo nessa Lei nº 1.143, que trata da questão da prorrogação dos
contratos dos professores de categoria “O”. Dos contratos de 2018, 2019, 2020 e
2021, Sr. Presidente, porque esses contratos serão...
A Secretaria
está anunciando que vai extinguir todos esses contratos, agora no final de
dezembro, no dia 31 de dezembro, ou seja, haverá desemprego em massa na rede
estadual de ensino.
Então, eu
apresento aqui um artigo pegando esse PLC, porque é um projeto de lei
complementar do governo, e incluindo a prorrogação desses contratos. E a
chamada imediata dos aprovados no concurso que houve para 15 mil cargos, que é
pouco.
Nós temos 100
mil cargos, 100 mil professores de categoria “O”, aproximadamente. Esse é o
número, Sr. Presidente. Então tem vaga aí para todo mundo, para prorrogar, para
chamar os aprovados.
Então, a emenda
que eu apresentei resolveu a situação dos professores desses contratos, para
que não haja desemprego e os professores continuem trabalhando na rede
estadual. E, ao mesmo tempo, obriga o governo a fazer a chamada imediata e dar
posse, que ele faça a nomeação de todos os aprovados.
E estenda
também o número, logicamente, não só de 15 mil, mas tem que chamar os 100 mil
professores de categoria “O” que estão lecionando hoje, com direito, inclusive,
Sr. Presidente - que tem aqui na minha emenda também -, ao Iamspe porque, hoje,
o professor de categoria “O” contratado pela Lei nº 1.093 - a lei da precarização
dos contratos dos servidores do estado de São Paulo, não garante a utilização
do Iamspe pelo professor de categoria “O” -, fica sem assistência nenhuma.
Assistência médica.
E agora, com
essa denúncia que nós fizemos, de que o governo não esteja, talvez, repassando
o dinheiro da contribuição do INSS para a Receita Federal, o professor não tem
nem o INSS, nem o Iamspe, Sr. Presidente. O professor está totalmente à deriva,
do ponto de vista da sua assistência médica, da questão das licenças e da questão
da sua aposentadoria também.
Apresentei
outras emendas, Sr. Presidente, mas essas são talvez as mais importantes para
esse momento. Tem a questão dos diretores também. Eu apresentei uma emenda
resolvendo essa situação da avaliação, que é uma tentativa de controlar os
gestores da rede estadual. Tem uma emenda também resolvendo essa situação.
O projeto é
muito ruim nesse aspecto, Sr. Presidente, mas espero que as nossas emendas
sejam aprovadas e faço já um apelo aos 94 deputados - 93, o meu mandato não conta
aí - e deputadas para que aprovem essas emendas que eu apresentei da nº 1 a nº
6, Sr. Presidente, que são as primeiras emendas apresentadas e publicadas no
Diário Oficial no dia de hoje, aqui no Diário Oficial do Poder Legislativo,
para que nós possamos corrigir essas falhas, esses erros.
“Erros” entre
aspas, Sr. Presidente, porque esse governo é de uma perversidade sem
precedentes de ataque à dignidade e aos direitos do Magistério estadual.
E também, por
fim, Sr. Presidente, apresentei também um projeto resolvendo a questão dos
secretários das escolas estaduais, do reenquadramento desses profissionais, que
era uma promessa do governo que não se realizou, mas eu apresentei a emenda,
está aqui também.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, agora já na
Lista Suplementar, chamo o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Giannazi, eu também quero fazer coro com V.
Exa. com relação a esse PLC que o governador Tarcísio, conhecido como
“Tarcísio, o Privatizador” mandou a esta Casa.
É fato que a
grande agressão, além de todas essas questões que V. Exa. falou aqui desta
tribuna, mas a grande agressão à Educação é a PEC que já está aqui tramitando,
que trata de remanejamento de recursos da Educação para a Saúde. São
praticamente quase dez bilhões - alguns falam em 9,7 bi - que pretende “O
Privatizador” tirar da Educação e levar para a Saúde.
É fato que a
Saúde precisa de dinheiro, mas não dá para tirar da Educação. Tem que buscar
que haja uma forma de arrecadação mais eficiente para que cubra os gastos com a
Saúde, porque, presidente Carlos Giannazi, V. Exa. que defende bastante aqui os
profissionais da Educação, que defende uma educação de qualidade, assim como
também é o nosso mandato na defesa de uma educação de qualidade...
É fato que
primeiro que o professor ainda é muito, vamos dizer, desvalorizado ou mal
valorizado do ponto de vista salarial. Depois os governos - não só este
governo, mas os governos anteriores - foram fazendo reformas, foram mexendo com
a Educação de que nós temos centenas de vagas para que tivéssemos professores
concursados, professores de carreira, que também não é cumprido pelo Governo do
Estado de São Paulo e nós temos escolas caindo aos pedaços.
Quem andar pela
periferia e visitar escolas do Estado, vai ver que nós temos escolas que muitas
vezes nem quadra coberta têm.
Então, não dá
para tirar o dinheiro da Educação como quer o governo Tarcísio de Freitas.
E nós também
vamos promover emendas a esse PLC que trata da Educação. Nós também estamos
construindo as emendas, vamos publicá-las, mas esse governo tem dificuldade de
aceitar as emendas dos Srs. Deputados. Vários projetos que nós nos colocamos
aqui para que eles fossem aperfeiçoados, na hora o relator acaba rejeitando as
emendas.
É o caso agora
que está em curso aqui um projeto inconstitucional que trata da privatização da
Sabesp, porque o governo tinha que mandar uma alteração à Constituição do
Estado, e ele mandou um PL, um projeto de lei, que é votado por maioria
simples. Para votar um PL, por maioria simples, precisa de 48 votos dos 94 Srs.
Deputados e Sras. Deputadas.
Para alterar a
Constituição do Estado, precisa de 57 votos. E o relator, deputado Barros
Munhoz, fez um contorcionismo jurídico para construir um relatório que
autorizasse então a privatização da Sabesp, e que está sendo motivo de
judicialização e vai ser motivo de várias ações, que vão entrar pelo Tribunal
de Justiça e chegar até o Supremo Tribunal Federal.
É fato que
quando o secretário de Educação esteve aqui, a grande cobrança foi a questão da
falta-aula, a falta-aula que o professor chega, e se atrasar 15 minutos para
dar uma aula, ele acaba perdendo o dia.
Ele traz essa
questão nesse projeto, nesse PLC nº 143, mas ele mexe também com uma questão
importante, que a gente precisa avaliar bem, que é um dos pontos de grande
polêmica, que é a determinação de que diretores e supervisores sejam submetidos
a avaliação de desempenho para aferição de metas estabelecidas pela Secretaria
de Educação com a penalização aos que não forem aprovados. Não se promove a
valorização de profissionais com medidas dessa natureza, que poderão resultar
de remoção forçada.
Então ele traz
nesse PLC a possibilidade de remoção forçada de diretores de escola, de
supervisores. Isso é uma questão, deputado Carlos Giannazi, que nós temos que
propor emenda para corrigir, dentre outras.
Então um
projeto traz algumas questões que são reivindicações do Magistério de muito tempo,
desde quando o predador, nós tivemos um governador aqui que foi conhecido como
João Agripino Doria, o predador.
A legislação
que ele mandou para esta Casa, as várias leis que ele mandou para esta Casa,
também conhecido como João Enganador, foi para prejudicar no máximo os
funcionários públicos, não só professores.
Professores,
médicos, auditores, policiais. Toda a legislação dele, principalmente no que se
refere à questão da lei previdenciária, que tem vários dispositivos ali
inconstitucionais.
É fato que
agora, lá em Brasília, uma lei do presidente Lula foi aprovada, está para ser
sancionada, que cria a lei orgânica nacional das polícias civis, que vai
corrigir em alguns aspectos a Lei n.º 1.354, de autoria do governo anterior,
que nós inclusive fomos até o Ministério Público, nós queremos impugnar
principalmente aquele Art. 12, § 2º, que trata que para se aposentar tem que
ter cinco anos na classe ou nível, que atinge inclusive os professores, atinge
os policiais civis, policiais técnico-científicos, penais, professores e todos
aqueles que têm na sua carreira classe e nível.
Inclusive o
governador foi notificado, presidente Giannazi, com essa ação nossa, para em 15
dias responder e explicar o porquê dessa lei, que tem esse dispositivo
inconstitucional, e a SPPrev aplica da melhor forma, se locupletando, se
apropriando, dos direitos dos servidores.
Então, tanto o
João Doria, o privatizador, o enganador, como o Tarcísio também, o cara que
quer vender a Sabesp, vender o Metrô, vender a Companhia de Trens Paulista, a
CPTM.
Empresas que
nós passamos a vida inteira para construir com o dinheiro dos nossos impostos,
dos nossos antepassados, dos nossos ancestrais, dos nossos pais, dos nossos
avós, e ele quer entregar para o mercado, quer entregar para os empresários de
mão beijada, não sei por quê.
Assim como ele,
o governador anterior só praticou essas agressões aos servidores, aos
professores, e nós temos que denunciar e buscar conscientizar esses servidores
que têm que lutar, têm que se organizar.
Tem que lutar
para não deixar que esse movimento privatista se perpetue e para não deixar que
os serviços públicos como Educação, Saúde e Segurança sejam sucateados, sejam
precarizados com essas políticas que o governo aplica.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de
chamar V. Exa. para continuar presidindo a sessão, para que eu possa novamente
fazer uso da tribuna, em revezamento com Vossa Excelência. Já que só estamos os
dois hoje aqui, vamos revezando.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Reassumindo a
Presidência, eu chamo para fazer uso da palavra o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, de volta à tribuna no
dia de hoje, eu quero aqui repercutir o editorial de ontem da “Folha de S.
Paulo”, sobre a eleição para a presidência do Tribunal de Justiça, que
aconteceu durante esta semana, Sr. Presidente.
O que me chama
atenção no editorial que tenho aqui da “Folha de S. Paulo” de ontem, editorial
bem crítico ao Tribunal de Justiça de São Paulo... na verdade a Magistratura.
Mas o que eu
quero chamar atenção, Sr. Presidente, nesse editorial, é a questão da
preocupação dos dois candidatos, das duas pessoas, dos dois desembargadores que
concorreram, com as indenizações, com o pagamento de gratificações à própria
Magistratura.
Essa foi uma
pauta, me parece, prioritária nesse debate e nessa eleição. Essa é a crítica
que a “Folha” faz, que a sociedade faz também. Eu queria chamar atenção, na
verdade, Sr. Presidente, porque a nossa luta ... tem uns 300 e poucos
desembargadores no Tribunal de Justiça. Talvez mais uns três mil juízes, eu não
tenho aqui um número exato.
Mas nós temos
aproximadamente 40 mil servidores, Sr. Presidente, no Tribunal de Justiça, e a
nossa luta é em defesa desses trabalhadores e dessas trabalhadoras. Então, se a
Magistratura está preocupada com as suas indenizações, com o pagamento de
dívidas do passado, dívidas trabalhistas com gratificações, os servidores
também estão em luta há muitos anos, Sr. Presidente.
Eu queria
destacar que são várias as reivindicações dos servidores, dos escreventes, dos
oficiais de justiça e de todos os servidores que compõem o Tribunal de Justiça,
que são aproximadamente 40 mil servidores, que continuam com os salários
arrochados, defasados. Agora mesmo eles só tiveram acho que 6% ou 9% de
reajuste salarial, que não repõe minimamente as perdas inflacionárias.
No entanto, Sr.
Presidente, tem as dívidas também com esses servidores e essas servidoras. As
indenizações, as dívidas que não foram pagas, muitas delas reconhecidas pelo
próprio Tribunal de Justiça. Vou citar aqui uma delas. Inclusive, existe um
projeto de lei aqui na Assembleia Legislativa pronto para ser votado, de 2013.
Eu me refiro
aqui ao PLC nº 30, de 2013, que reconhece uma dívida com os servidores do
Judiciário, de 10,15%, parcelada em cinco anos, Sr. Presidente. Não daria nada,
2%, 3% ao ano, no máximo, para resolver essa situação.
Eu aprovei o
regime de urgência já para esse projeto, ele já foi aprovado. Nós fizemos toda
uma movimentação aqui na Alesp, de 2013 até agora, para que ele fosse aprovado
em todas as comissões.
Por fim, eu
aprovei um regime de urgência, o que significa que ele já está pronto para ser
votado a qualquer momento, ele não precisa de congresso de comissões, não
precisa mais aprovar urgência porque ele está pronto. É uma decisão política,
agora, da Assembleia Legislativa.
Eu faço um
apelo, Sr. Presidente. Sei que V. Exa. votaria imediatamente nesse projeto,
porque V. Exa. é um grande parceiro, um grande defensor dos servidores. Nós
temos que votar esse projeto, Sr. Presidente. Esse sim é um projeto importante,
que tem que ser votado, porque ele faz justiça, ele paga uma pequena parte da
dívida que o Tribunal de Justiça tem com os seus próprios servidores e
servidoras. Esse é o nosso foco, essa é a nossa luta na Assembleia Legislativa.
E também a
aprovação de um outro projeto que eu apresentei, que está pronto para ser
votado, aprovado nas comissões, com pareceres favoráveis, em regime de
urgência. Eu aprovei o regime de urgência também. Eu me refiro aqui ao PLC nº
3, de 2018, que é um projeto que vai beneficiar os escreventes técnicos do
Judiciário.
Como nós já
tínhamos aprovado anteriormente o nível universitário para os oficiais de
Justiça. Foi uma luta imensa da categoria aqui, na Assembleia Legislativa, e
nós conseguimos aprovar.
Agora tem que
fazer justiça com outro setor importante, que são os escreventes, que querem há
muitos anos o nível universitário, que é uma forma de valorização funcional e
salarial.
Esse projeto
que eu apresentei, o PLC 3, de 2018, também está na mesma condição do PLC nº
30, de 2015, pronto para ser votado em regime de urgência.
Então, já que a
Magistratura, os desembargadores estão com essa pauta de serem indenizados por
dívidas do passado, enfim, por possibilidade de implantação de gratificação,
como menciona o editorial da “Folha de S. Paulo”, não foi um jornalista que
escreveu necessariamente, tem a assinatura de jornalista, é a visão, é a
opinião do jornal, da “Folha de S. Paulo”.
Nós queremos
aqui, na Assembleia Legislativa, nosso mandato, que os servidores e as
servidoras tenham o mesmo tratamento, no mínimo, com a aprovação desses dois
projetos.
O primeiro
projeto que eu citei, o PLC nº 30, é de autoria do próprio Tribunal de Justiça.
É o Tribunal de Justiça dizendo “olha, nós estamos devendo a vocês,
servidores”. E o TJ encaminhou o projeto, só que ficou parado aqui.
Então nós
precisamos do apoio do TJ para que ele dê autorização para que a Assembleia
Legislativa possa votar não só o PLC 30, mas também o meu PLC nº 3, de 2018,
que cria o nível universitário para os escreventes técnicos, como já nós
tínhamos aprovado aqui o mesmo benefício para os oficiais de Justiça.
Então, Sr.
Presidente, era isso que eu queria colocar em relação à nossa luta em defesa da
dignidade dos servidores e das servidoras do Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Estou inscrito
novamente, acho que V. Exa. não vai fazer uso, eu posso fazer aqui o meu
último...
O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamamos novamente o deputado Carlos
Giannazi para fazer uso da palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, a imprensa tem noticiado, a “Folha de
S. Paulo”, o portal “Metrópole”, que, olha aqui a matéria, acho que eu mandei
para a nossa técnica. Se você puder colocar para mim aqui. Essa mesma.
“Após visita de
Tarcísio, Supremo Tribunal Federal adia julgamento da lei de vendas de terras”.
O Supremo Tribunal Federal retirou da pauta, nesta quinta-feira, julgamento
sobre lei utilizada pelo governo Tarcísio para vender terras públicas a
fazendeiros.
Olha só, nós
temos uma Adin, o Supremo Tribunal Federal, a relatora é a ministra Cármen
Lúcia e isso entraria em pauta nos próximos dias, Sr. Presidente. Talvez hoje,
não tenho a data, mas entraria agora, já, em votação, em debate no Supremo
Tribunal Federal. O governador Tarcísio de Freitas foi até o Supremo Tribunal
Federal e, estranhamente, a Adin saiu da pauta.
Eu me refiro,
Sr. Presidente, à Adin 7326, que trata da questão da revogação da Lei 17.277,
de 2022, fruto da aprovação de um nefasto projeto que foi aprovado aqui neste
plenário pela base do Governo.
Refiro-me aqui
ao PL 277, conhecido como projeto da grilagem, da reforma agrária para os
ricos, que é a entrega de terras devolutas, terras públicas, do povo do estado
de São Paulo, para os grandes latifundiários, Sr. Presidente.
Esses sim
invadiram essas terras há muitos anos, terras que deveriam estar
disponibilizadas para a reforma agrária, para a agricultura familiar, para o
assentamento dos trabalhadores rurais sem-terra.
Não, o que faz
o governo Tarcísio? O governo Bolsotucano aqui de São Paulo, porque a lei foi
aprovada no ano passado, na gestão do Rodrigo Garcia, pela sua base de
sustentação, mas agora é o Tucanistão junto com os bolsonaristas. Juntos, Sr.
Presidente, rifando as terras do estado de São Paulo.
Essas terras
devolutas devem estar disponibilizadas para a reforma agrária, para quem não
tem terra, e não para esses grandes latifundiários e grupos econômicos, Sr.
Presidente. Estão comprando essas terras a preço de banana, com 90% de
desconto.
Eu já fiz essa
denúncia exaustivamente, mostrando os valores, já acionei o Ministério Público
Estadual, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, já fizemos várias
denúncias mostrando que uma propriedade do estado, que vale 70 milhões, foi
vendida, por exemplo, por 5 milhões de reais. É uma entrega do patrimônio
público do povo de São Paulo para os grandes grupos econômicos do agronegócio
do estado de São Paulo.
Então quero,
Sr. Presidente, repudiar veementemente esse comportamento do governador
Tarcísio, de interferir, de tentar barrar uma possibilidade de acesso à terra
de quem não tem terra, que são os camponeses, os trabalhadores rurais, os
assentados, as pessoas que trabalham com agricultura familiar. São essas
pessoas que devem ser contempladas, e não os grandes grupos econômicos e
latifundiários ligados ao agronegócio.
Por fim, Sr.
Presidente, eu não posso deixar de registrar o meu total apoio, a minha
solidariedade e o nosso elogio. Eu quero parabenizar aqui o nosso colega,
deputado Daniel Soares, Sr. Presidente, porque ele foi muito corajoso.
Ele é da base
do governo, em tese, na verdade não sei se ele é da base, o partido dele é da
base do governo, o União. Inclusive vi a matéria no Globo agora, acho que tem
aqui também. Aqui: “União Brasil substitui deputado que se manifestou contra a
privatização da Sabesp”.
O deputado foi
extremamente coerente com a sua posição, com o seu histórico, e ele está em
duas das comissões que estão debatendo agora, no congresso de comissões, o
projeto de privatização da água, da Sabesp, Sr. Presidente.
O deputado teve
uma postura firme, de independência política, porque ele é contra a
privatização da Sabesp, que é uma empresa estratégica para o estado de São
Paulo, uma empresa que fornece água, que faz saneamento, uma empresa rentável,
que dá lucro para o estado.
E, no entanto,
o governador insiste em privatizar para que aconteça o mesmo que aconteceu com
a Enel. Se hoje estamos com uma crise na área da eletricidade, amanhã vamos ter
problemas com a água e com o saneamento aqui em São Paulo, porque todas as
cidades que privatizaram a água, o que aconteceu, Sr. Presidente?
Foi em
Tocantins, no Rio de Janeiro, em Campo Grande, em várias cidades do Brasil e do
mundo houve o aumento das tarifas, a piora do serviço e o excesso no número de
reclamações no Procon.
Aqui em São
Paulo, por exemplo, para quem não sabe, a Enel é a empresa que tem o maior
número de reclamações no estado de São Paulo no Procon. E, em todos esses
estados que eu citei, no Rio de Janeiro, por exemplo, a tarifa de água é
caríssima.
Então, vai
acontecer a mesma coisa com São Paulo, caso haja a privatização da Sabesp.
Mas, parabéns,
deputado Daniel Soares, por uma postura de independência em defesa do povo do
estado de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre
as lideranças, e mais nenhum orador para fazer uso da tribuna, eu solicito o
levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o
requerimento de Vossa Excelência. Havendo acordo de lideranças, esta
Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a
sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão. Tenham todos
uma excelente tarde.
* * *
- Levanta-se a sessão às 14 horas e 45
minutos.
* * *