13 DE NOVEMBRO DE 2023

137ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, REIS, EDUARDO SUPLICY e ALEX MADUREIRA

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Assume a Presidência.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - PRESIDENTE REIS

Tece comentários a respeito do pronunciamento do deputado Conte Lopes.

        

7 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - LUCAS BOVE

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

10 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - LUCAS BOVE

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

12 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - ALEX MADUREIRA

Assume a Presidência. Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Infraestrutura, e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se no dia 14/11, às 10 horas, em primeira convocação; às 10 horas e 20 minutos, em segunda convocação; e às 11 horas, em terceira convocação.

        

14 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - EDUARDO SUPLICY

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

16 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 14/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Reis, que fará o uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudar o presidente, deputado Carlos Giannazi, o deputado Conte Lopes, o público presente, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica. Também saudar todos os funcionários desta Casa e aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.

Presidente, neste momento está acontecendo aqui na Assembleia Legislativa um congresso de comissões em que está sendo lido um relatório que foi apresentado pelo PT e pelo PSOL, um relatório que tem mais de 1.200 páginas.

E justamente essa leitura se dá buscando procrastinar esse processo de privatização da dona Sabesp, que os vendilhões do governo, como foi já dito hoje no congresso de comissões, querem vender.

A população está convidada para, no dia 16, às 14 horas, lotar este plenário por conta da audiência pública que vai acontecer aqui, para ouvir os integrantes do governo, aqueles que querem privatizar, que querem vender a Sabesp, integrantes do governo do Sr. Tarcísio, o privatizador, o mercador, o vendedor, que inclusive está sacrificando a sua base de apoio.

Porque muitos desses deputados que vão ser obrigados a votar, que estão indo para a forca, poderão não retornar para esta Casa nas eleições de 2026. Porque a população aí fora está contra a privatização da Sabesp, e quando aqueles que foram eleitos pelo povo se colocam contra o povo, obviamente isso vai ter resposta no processo eleitoral.

Então, além de o governador estar buscando uma medida impopular, ele está levando os seus seguidores aqui nesta Casa, os seus deputados, para a forca. Porque muitos poderão não voltar.

Eu já falei isso aqui: tem deputados aqui que estão enraizados em prefeituras, têm parentes que são prefeitos, têm pai que é prefeito, têm irmão que é prefeito; mas não são todos. Não são todos que estão enraizados em prefeituras pelo interior afora.

Então, esses que muitas vezes não têm essa base de sustentação, esse enraizamento.

Eles correm riscos, sim, como foi na legislatura passada. Vários deputados que vinham aqui e defendiam o Bolsonaro não voltaram. Vários que subiam à tribuna aqui só para falar do governo de plantão que aí estava não voltaram, e, na próxima legislatura, muitos não vão voltar.

A Sabesp vai pesar muito, a privatização da Sabesp vai pesar muito, e nós estamos avisando para eles, porque não podem ser cordeirinhos, o governador fala e todo mundo segue.

Eles não podem ser empregados do governador, eles são empregados do povo, os deputados foram eleitos pelo povo e para o povo. Eles não foram eleitos pelo governo de plantão, não foi esse governo de plantão que deu o voto para eles.

Até aqueles partidos que nem sequer apoiaram o governo que aí está não deveriam estar nessa lógica de, porque cai alguma migalha, às vezes caem algumas migalhas lá do Palácio para eles, que eles têm que se subordinar, que eles têm que se curvar a essa vontade do governador.

A população é contra a privatização, as pesquisas estão dizendo que, alguns anos atrás, 48% da população apoiava as privatizações, hoje são 28%, ou seja, já caiu pela metade aqueles que apoiavam. Já eram menos de 50%, agora já caiu pela metade.

Então, a população não tem acordo com esse modelo que esses governos, que só pensam em vender, em privatizar, quando deveriam se preocupar em governar, em administrar, em fazer com que essas empresas tenham eficiência nos seus resultados, que essas empresas públicas sejam as melhores, como era no passado.

Os governantes trabalhavam para que as empresas públicas dessem o melhor resultado possível. Agora os governos que vieram aí, desde o João Agripino Doria, só pensam em vender, só pensam em privatizar.

Falta competência para eles gerenciarem essas empresas? Falta competência para eles colocarem pessoas sérias e certas para que essas empresas tenham resultados práticos, efetivos?

Como eles não têm competência, eles acabam se colocando para desfazer desses bens que foram construídos com os impostos do povo, com os impostos dos nossos antepassados, dos nossos ancestrais, dos nossos pais, dos nossos avós, que trabalharam muito para que essas empresas chegassem ao patamar em que estão.

É deplorável a posição do governador, e também é deplorável aqueles que foram eleitos pelo povo, em vez de trabalharem pelo povo, seguirem a cartilha do governador, curvarem-se à cartilha do governador e vender, colocarem-se como vendilhões do patrimônio público do nosso estado.

Isso é uma vergonha, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputado Reis. Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra a deputada Marta Costa. (Pausa.) Com a palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra o deputado Donato. (Pausa.) Chamo o deputado Reis para presidir esta sessão.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumindo a presidência dos trabalhos na data de hoje, chamo para fazer o uso da palavra o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Reis, deputados presentes, alunos, professores, telespectador da TV Assembleia, acabei de chegar de Hortolândia. Estava lá com os professores em uma escola estadual.

Venho à tribuna no dia de hoje justamente para continuar cobrando do governo estadual, Sr. Presidente, a instalação de aparelhos de ar condicionado, ventiladores, climatizadores nas escolas estaduais, reformas para que haja arejamento e ventilação nas escolas estaduais.

Há muito tempo a gente vem exigindo isso do estado, já apresentei indicação, projeto de lei, mas até agora o governo não tomou providências e, com essa crise climática, essa emergência climática que nós estamos vivendo, a situação tende, Sr. Presidente, a piorar.

E as nossas escolas estão totalmente abandonadas, porque o governo Tarcísio de Freitas não toma nenhuma providência em relação a isso. Já denunciei exaustivamente a situação das escolas de lata.

A cidade de São Paulo tem mais de seis escolas de lata, e os alunos, neste exato momento, estão fervendo, estão sendo assados nessas escolas, juntamente aos professores e aos servidores da Educação, porque essas escolas não têm nem isolamento térmico e nem isolamento acústico.

Sem contar, Sr. Presidente, as quadras para as aulas de educação física. Uma boa parte delas não tem cobertura. Em um momento como esse, é impossível que um professor de educação física dê as suas aulas nessas quadras descobertas, sem contar ainda que tem muitas escolas que nem têm quadra para as aulas de educação física.

Ou seja, nós temos uma rede sucateada, degradada, sem salas de leitura, sem salas de informática. Mas essa situação do clima, Sr. Presidente, é preocupante.

Os alunos não têm condições de ficar o dia todo nessas escolas, principalmente nas escolas PEI - que são as escolas do Programa de Ensino Integral -, em que o aluno fica oito horas dentro dessas escolas. Então, uma das reinvindicações dos profissionais da Educação é que haja diminuição do horário de aula nesse período.

Hoje, nós estamos com 38 graus aqui em São Paulo. Na Baixada Santista é muito pior; no interior paulista também. O calor é muito mais intenso e toda a comunidade escolar sofre com esse calor.

Mas o responsável, Sr. Presidente, é o governo, porque o governo não toma as providências, que são providências básicas que nós já estávamos cobrando há muito tempo. Eu estou fazendo este pronunciamento novamente aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, quase repetindo um pronunciamento que fiz meses atrás.

O que é que nós estamos pedindo? Instalação de aparelhos de ar-condicionado, ventiladores, climatizadores, arejamento, reformas das escolas, para que elas possam ter arejamento e ventilação, Sr. Presidente. Água potável também, não tem água potável em muitas escolas da rede estadual. É a maior rede de ensino da América Latina, mas também é a que tem o maior orçamento.

Então, Sr. Presidente, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, eu quero exigir que o governo tome todas essas providências para que a comunidade escolar possa atravessar esse período com mais tranquilidade, com mais bem-estar, porque a saúde das nossas crianças, dos nossos adolescentes e dos profissionais da Educação corre risco.

E no meio desse cenário todo o governo diz que tem dinheiro sobrando, Sr. Presidente, na Educação. Tanto é que o governador Tarcísio de Freitas apresentou uma PEC, uma Proposta de Emenda à Constituição estadual, reduzindo o orçamento da Educação, de 30% para 25 por cento. Isso significa um impacto, uma retirada de um orçamento de aproximadamente 10 bilhões de reais todos os anos.

Então o governo vive uma contradição, uma esquizofrenia total. De um lado, ele diz que tem dinheiro sobrando e ele vai tirar o dinheiro da Educação; do outro lado, ele diz que não tem dinheiro para fazer as adaptações nas escolas.

Então a gente percebe a farsa que é esse discurso que não tem dinheiro, que tem dinheiro sobrando na Educação. Como também a farsa...

Deputado Reis, V. Exa. fez um importante pronunciamento agora falando da farsa da privatização da Sabesp. É um dos maiores ataques ao patrimônio público e à população do estado de São Paulo privatizar a água, que é um direito humano fundamental, do estado de São Paulo.

Agora, privatizar a Sabesp significa - neste momento, sobretudo, Sr. Presidente - um crime de lesa humanidade. Crise climática, crise hídrica no estado de São Paulo, e o governador vai vender uma empresa rentável, que dá lucro para o estado.

Vossa Excelência foi direto ao ponto. Os deputados e deputadas que votarem a favor desse projeto criminoso, de destruição do patrimônio do povo de São Paulo, vão ficar marcados, vão ficar com carimbo de traidor ou traidora do povo de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Continuando a lista de oradores, deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.)

Entrando na Lista Suplementar: deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente deputado Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu venho a essa tribuna falar a respeito de uma matéria da “Folha de S. Paulo” de hoje, que diz que o ex-presidente Bolsonaro está sondando, está lançando à prefeitura o secretário e deputado federal Guilherme Derrite, que é capitão da Polícia Militar e está fazendo um bom trabalho à frente da Secretaria de Segurança Pública.

Eu acho importantíssimo isso. Por quê? Nós temos 19 deputados estaduais, temos 17 deputados federais. É um dos maiores partidos - é o maior partido do Brasil -, como é que não vai lançar candidato na maior cidade do Brasil, que é São Paulo, que é o terceiro Orçamento?

Fui vereador, junto com o deputado Reis, na cidade de São Paulo. É o terceiro Orçamento, perde para o Brasil e para o estado de São Paulo. Então é evidente que um partido grande como o PL tem que lançar candidato. O PSOL está lançando candidato, Guilherme Boulos, com apoio do PT; Ricardo Nunes está saindo candidato à reeleição; Tabata também, a deputada.

Então é importante que o nosso partido tenha, sim, candidato próprio para disputar e ganhar a eleição. E nada como uma pessoa que está à frente da Segurança Pública, conhecida também na periferia de São Paulo.

Então nós vamos lutar, sim, para que o Guilherme Derrite saia candidato a prefeito de São Paulo. É muito importante que o nosso partido tenha um representante. É melhor ser cabeça de sardinha do que bumbum de baleia. Ajudar os outros e não levamos nada, qual a vantagem disso aí?

Então é importante que o partido tenha, dispute o segundo turno. Se não for para o segundo turno, é uma outra situação, mas volto a repetir, 17 deputados federais e 19 deputados estaduais, tem que ter candidato a prefeito de São Paulo. Falei isso aqui para o Bolsonaro, em uma reunião que ele teve aqui.

É impossível que nós não tenhamos. É como time de futebol, não é? O partido que não lança candidato perde a torcida. O time de futebol que não disputa campeonato perde a torcida. Então na política é a mesma coisa.

É necessário que se tenha, sim, um candidato do PL e o nome do secretário Derrite é um bom nome. É jovem, deputado federal, ganhou duas eleições, está fazendo um excelente trabalho à frente da Secretaria de Segurança Pública, à frente da Polícia Civil e da Polícia Militar.

E a gente sabe a força da Segurança Pública na periferia. O próprio deputado Reis, que aqui está, é uma pessoa cotada para ser vice do Boulos. Por quê? Porque é um homem ligado à Segurança Pública, e a Segurança Pública, queira ou não, é o maior problema da cidade de São Paulo.

É o maior problema da cidade de São Paulo a insegurança que se vive. E o problema não é a Polícia, é bom colocar isso aí, não estou sendo incoerente. O problema são as nossas leis. É uma lei tipo audiência de custódia, em que você prende o bandido e ele sai na sua frente, o juiz vai lá e solta, ou os grandes bandidos que são soltos lá no Supremo Tribunal Federal.

André do Rap, o maior bandido, a Polícia estava há seis anos, dez anos atrás do cara. Prende e, um belo dia, em um sábado à tarde, um ministro do Supremo Tribunal Federal, em uma penada, põe o cara na rua.

Aí fala: “não, mas esse é o maior traficante do mundo”, aí o ministro escreve embaixo: “prenda-se”. Não, mas ele que soltou, como “prenda-se”? Fica dez anos para pegar o cara, solta em uma penada e manda a Polícia ir atrás?

Então nós achamos, sim, coerente essa ideia do presidente Bolsonaro. E até o governador Tarcísio de Freitas ter o seu secretário de Segurança saindo candidato na maior cidade do Brasil, que é São Paulo, demonstra a administração dele, já que seu secretário está saindo candidato.

Então, realmente, tem nosso apoio e vamos lutar para isso. Eu acho que o PL tem condição, sim, e deve, como os outros grandes partidos, lançar um candidato próprio para disputar a prefeitura de São Paulo, que já é prévia para 2026, para a campanha de presidente da República, de governador, de deputado federal, estadual e senadores. É uma prévia o ano que vem.

Então nós estaremos aqui apoiando e lutando para que se confirme essa ideia, lançada pelo ex-presidente Bolsonaro, com o secretário Derrite candidato à prefeitura de São Paulo e saindo para ganhar.

É importante colocar isto: tem condições de ganhar a prefeitura de São Paulo.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - E, nesse caso, abriria a possibilidade de V. Exa. assumir a Secretaria de Segurança. Deve ser esse o entendimento. (Voz fora do microfone.) Muito bem.

Vamos continuar na nossa Lista Suplementar, chamando a deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Eduardo Matarazzo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro deputado Reis e meus caros deputados e deputadas aqui da Assembleia Legislativa de São Paulo, hoje a “Folha de S. Paulo” indica que os estupros crescem 14,9%, e feminicídio, 2,6% no Brasil, conforme o Fórum da Segurança.

Os registros de feminicídio cresceram 2,6% no Brasil no primeiro semestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado. Entre janeiro e junho deste ano, os homicídios femininos cresceram igualmente 2,6%, chegando a 1.902 mulheres assassinadas.

Classificado como homicídio praticado contra a mulher por razões da condição do gênero e em decorrência da violência doméstica familiar, o feminicídio está previsto em lei sancionada em março de 2015. Também é caracterizado quando ocorre em razão de menosprezo à condição feminina, em razão da discriminação à condição humana feminina.

“Já os registros de estupros e de estupros de vulnerável deram um salto de 14,9%. Em números absolutos, 34 mil mulheres foram vítimas desse crime. Do total de casos de estupro, 70% tiveram meninas de até 13 anos como vítimas. Os dados alarmantes são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que divulgou os números nesta segunda-feira.”

Nos primeiros seis meses de 2023, 722 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, contra 704 no mesmo período do ano passado. Os dados têm como fonte os boletins de ocorrência registrados pelas polícias civis dos estados e do Distrito Federal. O fórum afirma que eles são preliminares e podem ser alterados no curso das investigações ou quando tornarem-se processos.

 O número de mortes de mulheres por razões de gênero cresce interruptamente no Brasil desde 2019, diz ainda a organização. O Sudeste é o responsável pelo crescimento da média nacional, já que foi a única região em que o número de feminicídios e homicídios de mulheres subiu.

A variação foi de 16,2%, com 273 vítimas. No Centro-Oeste, houve redução de 3,6%, com 81 vítimas; no Norte, a queda foi de 2,8%, com 69 vítimas. Já o Nordeste registrou a maior redução do período: 5,6% - 187 vítimas.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública já havia alertado que, apenas em 2022, quase 30% das brasileiras relataram ter sofrido algum tipo de violência ou agressão -índice equivalente a 18,6 milhões de mulheres acima de 16 anos. O número foi o maior já registrado em quatro edições da pesquisa.

Os dados mostram ainda que três dos quatro estados da região Sudeste apresentaram crescimento dos registros de feminicídios. Em São Paulo, ele foi de 33,7%, passando de 83 casos nos seis primeiros meses de 2022 para 111 casos em 2023.

Em Minas Gerais, o aumento foi de 11%, passando de 82 casos no primeiro semestre do ano passado para 91 neste ano. No Espírito Santo a variação foi de 20%, passando de 15 para 18 vítimas.

No Rio de Janeiro, os feminicídios tiveram uma queda de 3%, enquanto os homicídios dolosos de mulheres cresceram 6,4%, chegando a 149 vítimas, contra 140 no ano passado. Ou seja, embora os crimes tipificados como feminicídio tenham apresentado redução, mais mulheres foram assassinadas no estado no período.”

Eu gostaria de transmitir a Bianka Vieira, Karina Matias e Manoella Smith, as jornalistas que produziram essa matéria tão importante, e para a Mônica Bergamo, que foi feita na coluna dela, que eu tive uma experiência tão importante, em janeiro de 2019, quando fui visitar as vilas rurais do Canyon, onde foi pago a cada adulto com 18 anos ou mais uma renda básica de cidadania bastante modesta de 22 dólares mensais.

Dentre os principais resultados obtidos em decorrência da distribuição de renda básica, do pagamento da renda básica a todos os adultos de 18 anos ou mais, foi a redução de 51% na violência doméstica contra as mulheres, e de 66% na violência sexual contra as mulheres.

Portanto, a renda básica de cidadania constitui um instrumento que dará maior grau de liberdade, segurança, dignidade, a todas as mulheres.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamamos o próximo orador para fazer uso da palavra. Deputado Lucas Bove. Terá o tempo regimental de cinco minutos para uso da tribuna.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, senhoras e senhores, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente nas tribunas, servidores civis e militares, povo paulista que nos acompanha pela TV Alesp, pelo YouTube.

Iniciar esta segunda-feira desejando uma excelente semana a todos. Uma semana com mais um feriado no meio aí. Mais uma desculpa para o egresso justificar a queda do PIB.

Na época do presidente Bolsonaro, a pandemia era desculpa, segundo eles. Agora, até feriado virou desculpa. E tem deputado com projeto de lei para aumentar feriado aqui no estado de São Paulo, do PT - adivinhem? “Trabalhadores” é só no nome.

Mas hoje eu queria trazer um tema muito importante. Agradecer, inclusive, ao sempre senador que está presidindo esta sessão, Eduardo Suplicy, por trazer o tema, que é um tema que nos preocupa muito: a violência, em especial a violência contra a mulher.

Hoje saíram diversos números, diversas pesquisas. Eu gostaria que, por gentileza, o pessoal da cabine colocasse na tela um gráfico que é um gráfico que tem a fonte o IPEA e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Vejam, senhoras e senhores, as taxas de assassinato de mulheres no Brasil. Essa taxa é a cada 100 mil mulheres. Pasmem! Qual foi o governo que teve as menores taxas de feminicídio no Brasil nos últimos 30 anos? O governo do presidente Bolsonaro.

Isso para nós não é novidade nenhuma. Quem acompanha o trabalho sério, quem acompanhou o trabalho sério do presidente Bolsonaro, já sabia que esse seria o resultado.

Nós tivemos no Brasil um recorde de liberação de armas para pessoas de bem. Por outro lado, recordes em apreensões de armas e de drogas Brasil adentro. Também tivemos no campo a segurança trazida pelo governo Bolsonaro.

Notem que, em quatro anos de mandato, o presidente Bolsonaro entregou mais de 400 mil títulos de terra. Títulos esses que, somados, são mais do que os que foram entregues por Fernando Henrique Cardoso, por Lula, por Dilma e por Temer. Ou seja, em quatro anos, o presidente Bolsonaro fez mais pela paz no campo, pela segurança no campo, do que todos os outros presidentes somados.

E mais. Eu, para não cometer um erro aqui, vou dizer em números grandes, mas é mais do que isso. Noventa por cento desses títulos, certamente mais de 90% desses títulos foram entregues a mulheres. O governo Bolsonaro também é o governo que mais promulgou, que mais deu andamento a leis de combate ao feminicídio, de combate à violência contra a mulher.

Na semana passada, nós tivemos aqui em São Paulo o caso de uma mulher que vinha sendo intimidada por um possível agressor, um possível estuprador. Pelo que me consta, ela fez o sinal de uma lei que foi aprovada aqui pelo governo Tarcísio. O sinal pedindo socorro.

E o motorista do ônibus, junto com a população, socorreram a mulher. Claro que na imprensa não saiu a notícia de que ela utilizou a sinalização, fruto de uma lei aprovada nesta Casa, e sancionada por um governador de direita.

Mas isso não importa. O que importa é que nós, da direita, nos preocupamos de fato em salvar vidas. Nos preocupamos de fato em zelar pelo bem comum. E para nós não importa se é homem, se é mulher, se é preto, se é branco, se acredita na polícia ou se briga pelo fim da polícia.

Na hora “h” nós estamos lá para ajudar, assim como as bravas Polícias Militar e Civil, as quais sempre tenho a honra de cumprimentar aqui nos meus discursos, de cumprimentar aqui nas minhas falas.

Nós da direita estamos justamente em busca disso, de segurança para todos. E, se me permitem aqui, quem sou eu, um jovem deputado de primeiro mandato? Mas, se me permitem aqui, eu gostaria de mandar um conselho para Brasília.

Se vocês de fato prezam pela segurança das mulheres, como dizem que prezam, a nível federal, que tal pararem de se reunir com chefes do tráfico, ou com esposas de chefes do tráfico?

Que tal pararem de receber os cupinchas, e começar a receber as pessoas que realmente promovem o bem? Que tal pararem com essas questões ideológicas, e começarem a valorizar aqueles que, muitas vezes, dão a vida pelas vidas da população?

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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Então essa era a minha fala de hoje, Sr. Presidente. Para saudar e cumprimentar o nosso sempre presidente Bolsonaro que, sem sombra de dúvidas, foi o presidente que mais fez pelas mulheres deste País, desde o fim do regime militar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Um bom dia e uma boa semana a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputado Lucas Bove. Tem a palavra agora o deputado Gil Diniz, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, boa tarde aos deputados presentes no Pequeno Expediente, boa tarde aos assessores, aos policiais militares e civis, ao público aqui na galeria e a quem nos assiste pela Rede Alesp.

Presidente, faço minhas as palavras do deputado Lucas Bove, mas queria me ater aqui ao final da sua fala: nós sempre falamos aqui que, segundo integrantes de um partido, que é o Primeiro Comando da Capital, um partido de criminosos, diziam ali que os diálogos cabulosos iriam retornar. Prometeram e cumpriram.

Hoje, os principais jornais do país colocam... Gostaria do comentário, depois, da deputada Monica: “Boulos, Janones e integrante do ministério de Silvio Almeida se reuniram com mulher de líder do Comando Vermelho. Encontros com Luciane Barbosa Farias ocorreram em Brasília no início de maio”.

Tem a foto aqui do deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos. Aqui é a esposa do chefe do crime organizado, do Comando Vermelho no Amazonas, em frente ao gabinete do deputado Guilherme Boulos. Tem mais uma foto? Sentada à mesa com ele, ali no salão, na Câmara Federal. Acho que tem mais uma. Aqui abraçados.

Não confunda, deputado Lucas Bove. Não confunda. Não é a primeira-dama. É talvez a primeira-dama do crime no Amazonas. Tem gente perguntando se é a Janja. Não é a Janja. É a esposa de outro criminoso, de outro chefe de facção.

Então, nós alertamos aqui a população, sempre, desses diálogos cabulosos e agora a chefe... Tem uma foto antes, Machado, por favor? Tem ali até a arroba, na rede social, da ONG dessa senhora. Não, a do meio.

A próxima. Associação Liberdade do AM, do Amazonas, deve ser. Essa senhora diz que luta pelo desencarceramento, por mais marginais nas ruas, provavelmente barbarizando a população das ruas do Brasil e especialmente do Amazonas.

Eu fico me perguntando, deputado Lucas Bove, o que uma senhora do Amazonas estava ali efusivamente com Guilherme Boulos, repito, pré-candidato à prefeitura aqui da cidade de São Paulo. Abraços, sentada à mesa, em frente ao seu gabinete.

Parece que essa senhora também visitou o Ministério da Justiça, do ministro Flávio Dino, uma espécie de coronel da Polícia Federal, “coronel”, entre aspas, porque ele acha que a Polícia Federal é dele.

E falo isso desta tribuna com o risco de amanhã sofrer uma busca e apreensão lá em casa simplesmente porque o ministro quer, não porque tenha algum crime a ser investigado. Ele acha que essa polícia é dele e ele faz o que bem entende, ao sabor da lei, ou ao dissabor.

Então, meus senhores, chamo aqui a atenção deste plenário na tarde de hoje, porque essa senhora, sabidamente esposa de um traficante, de um criminoso do Comando Vermelho, condenado há mais de 20 anos de cadeia, circula livremente pelos corredores da Câmara Federal, circula hoje livremente pelos corredores dos ministérios da Justiça e Segurança Pública, e dos Direitos “dos Manos”, lá em Brasília.

Esse ministro que temos, dos Direitos Humanos, o Silvio Almeida, é impressionante: quando um inocente morre nas mãos dos bandidos, ele não aparece de jeito nenhum, mas quando um marginal morre, aí é muito rápido. Talvez esse tipo de reunião, esse tipo de diálogo cabuloso explique muito bem.

Nós vimos ontem, por exemplo, mais uma vez, na Baixada Santista, ali em São Vicente, um arrastão. Eu vi alguns deputados desta Casa perguntando quais serão as providências que o governador vai tomar, porque já pediram à polícia... Mas o que eles querem que a polícia faça? Leve flores para os assaltantes?

Porque se for na base da força, os deputados se reunirão aqui e descerão para a Baixada para incriminar os policiais militares, a Polícia Civil, dizendo ali que eles usaram a força indevidamente, que “olha, nossa, atiraram nos bandidos, coitadinhos deles”, como nós vimos na Operação Escudo, após um policial militar da Rota ser brutalmente assassinado por um marginal.

Então eu queria saber a fórmula que esses deputados aqui defendem para combater a criminalidade, não só na Baixada Santista, mas em todo o estado de São Paulo. No Amazonas, por exemplo, sei lá, flores, bombons, para...

Talvez a esposa do chefe do crime esteja recebendo flores e bombons ali dos gabinetes dos deputados federais, principalmente, repito aqui, do deputado Guilherme Boulos, pré-candidato a prefeito aqui na cidade de São Paulo, que tem esse bom relacionamento, que acolhe no seu gabinete esposas dos chefes do crime. Inclusive, não só aqui de São Paulo, obviamente, mas agora de outros estados também.

É a volta dos diálogos cabulosos. Eles prometeram isso na campanha e agora, efetivamente, estão cumprindo dentro dos presídios, nas ruas do estado de São Paulo e do Brasil, infelizmente aqui, especialmente na nossa Baixada Santista, especificamente ontem em São Vicente.

Lamentável, deputado Lucas Bove, mas nós sempre estaremos aqui na tribuna chamando a atenção para esse tipo de diálogo entre criminosos e autoridades políticas, principalmente as que querem governar a nossa cidade de São Paulo.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Tem agora a palavra a deputada Monica Seixas, do PSOL.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Sr. Presidente, pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem, deputado Lucas Bove.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Enquanto a deputada se dirige à tribuna, uma breve comunicação, 30 segundos?

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Pois não.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Só para esclarecer - agradecer a minha assessoria sempre atenta aqui -, eu mencionei a cidadã que foi salva de um possível estupro e mencionei o protocolo, e realmente me confirmaram que o protocolo foi utilizado.

É o Protocolo “Não se cale”, eu havia me esquecido do nome na tribuna, projeto de lei do deputado, nosso colega, Thiago Auricchio do PL, aprovado por esta Casa e sancionado pelo governador Tarcísio.

A grande mídia infelizmente não noticiou, o que, na minha humilde opinião, é um desserviço, porque uma vez noticiada a utilização do protocolo faria que isso fosse de conhecimento de mais mulheres. Então nós aqui na Alesp fazemos questão de noticiar e de propagandear, sempre que possível, boas práticas.

O protocolo “Não se cale”, aprovado por esta Casa e sancionado pelo nosso governador, pode salvar você, mulher, de uma possível tentativa de estupro. Então informe-se, utilize o protocolo, pois ele já está salvando vidas.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado. Tem a palavra a deputada Monica Seixas pelo tempo regimental.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Boa tarde a todos que nos acompanham. Eu me inscrevi hoje para falar do processo de privatização da Sabesp, que está tramitando em regime de urgência e que tem um congresso de comissões acontecendo nesse momento na sala do andar acima.

Um congresso de comissões, que é uma forma regimental, mas atabalhoada de reunir todas as comissões ao mesmo tempo, para que juntas votem de uma vez um projeto complexo, que vota, abre mão de um patrimônio extenso e importante para o estado de São Paulo, que é a Sabesp.

Mas como me pediram para falar sobre ... o deputado Gil Diniz me pediu nominalmente e eu não sou de negar favores pedagógicos a ninguém. Ele me pediu para comentar e eu nem sabia, não estava lendo as redes sociais hoje e etc. Fui no perfil do deputado Guilherme Boulos e vou ler exatamente o que ele escreveu:

“A direita bolsonarista vive de fake news e hoje aposta em mais uma. Vamos aos fatos: em maio deste ano fui abordado no Salão Verde da Câmara - uma área pública onde circulam pessoas autorizadas pela polícia legislativa a entrarem na Câmara - por uma mulher, que se apresentou como representante do Instituto Liberdade do Amazonas e que dizia estar em Brasília para denunciar torturas em presídios. Situações como essa são rotineiras nos corredores da Câmara. Esse foi meu único contato. Fora isso, o que sobra são fake news. 

Aliás, quem deve explicações sobre relação com criminosos são os bolsonaristas que contrataram milicianos em seus gabinetes, homenagearam milicianos e têm caminhões e aviões oficiais apreendidos com drogas.”

Pois bem, dito isso, qualquer pessoa aborda a gente pelos corredores da Assembleia Legislativa também. Qualquer pessoa pode me trazer qualquer tema, como traz a qualquer deputado.

Não existe no gabinete do PSOL gente que, por exemplo, contratou e homenageou chefe do escritório do crime do Rio de Janeiro, como é o Sr. Eduardo da Nóbrega, que esteve registrado nos gabinetes da família Bolsonaro.

Nós também não fomos visitar chefes de milícia e escritórios do crime no Rio de Janeiro na prisão, como fez Bolsonaro em 2004, 2005 e 2006. Nós não temos nenhuma foto e nenhuma relação apontada com as milícias que estão causando o caos no Rio de Janeiro, como tem a família Bolsonaro.

Então, para além das fake news, vale explicitar que, se eles estão reivindicando para eles o direito de se relacionar com o crime organizado, pode ficar. A gente vai continuar atuando nos nossos mandatos, recebendo as pessoas que nos abordam pelos corredores, e ouvindo o que a população tem a dizer, porque a gente não tem medo das pessoas.

Um evento parecido com esse acontece nesta manhã na Casa. A população está aqui se manifestando sobre a privatização da Sabesp. Ora ou outra ameaça tirar as pessoas.

Nós, do PSOL achamos que a discussão tem que ser pública, e que as pessoas têm direito a se manifestar nesta Casa, desde que sem violência física para ninguém. Porque um lugar que tem violência física não é um lugar para a permanência de mulheres.

Já digo isso como habeas corpus preventivo, mais ou menos, porque eu fico assistindo os debates entre os deputados homens desta Casa, e aí a gente fica a qualquer momento em uma iminência de alguém levantar e encostar em alguém.

Então eu quero repetir que um ambiente de violência e agressões entre homens não é um ambiente que permite a permanência, a participação de mulheres, já que, manifestando contrariamente, os gritos e dedos em riste que já começam a andar e acontecer pelos corredores e pelas comissões.

Pois bem, voltando ao tema que me trouxe aqui hoje, que é a privatização da Sabesp, a gente gostaria de discutir essa matéria como ela merece, levando em consideração a complexidade do serviço de saneamento básico no mundo.

E de novo eu desafio o governador, coloque sobre a minha mesa, mas coloque no voto, coloque para a Assembleia Legislativa, coloque para os deputados da base, um único exemplo de que a privatização melhorou o serviço de saneamento básico em algum lugar no mundo.

Um, me dá um único exemplo. Porque ele não existe. Só mais 30 segundos para completar.

O que a gente verifica no mundo, presidente, e no Brasil também, é que ao conceder o serviço de água e esgoto, as concessionárias não cumprem o contrato, não fazem investimento.

A qualidade da água piora, e as pessoas acabam recebendo água barrenta na torneira, e todas elas mais cedo ou mais tarde bancam a Enel. Sabe o que significa bancar a Enel? Não têm postos de atendimento, não têm canal de atendimento ao consumidor, e a população fica sem água e sem atendimento.

Por isso, em um momento de emergência climática, que vai faltar água, ao mesmo tempo que gente vai morrer afogada neste estado, ou soterrada por deslizamentos e desabamentos, é necessário que a gente não entregue a Sabesp para a especulação dessa forma que está acontecendo neste momento na Assembleia Legislativa. A bancada do PSOL vai continuar lutando contra a privatização da Sabesp.

Obrigada.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Alex Madureira.

 

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O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Convocação. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do dispositivo no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; Infraestrutura e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se amanhã, às 10 horas, e em segunda convocação às 10 horas e 20 minutos e em terceira convocação às 11 horas da manhã, no Plenário Dom Pedro I, com a finalidade de apreciar o projeto de Lei nº 1.501, de 2023, de autoria do Sr. Governador, que autoriza o Poder Executivo a promover medidas de desestatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, Sabesp.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem, deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Eu me inscrevi para uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Eu ia chamar o senhor agora. O senhor está reinscrito. Se o senhor quiser usar a palavra, está bom? Deputado Eduardo Suplicy, terminando aqui a Lista Suplementar do Pequeno Expediente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Conforme noticia a folha.uol.com.br, a International Finance Corporation, consultoria ligada ao Banco Mundial que foi contratada pelo governo Tarcísio de Freitas, Republicanos-SP, para analisar a viabilidade da privatização da Sabesp, subcontratou outras empresas para realizar parte dos estudos.

Para a gestão estadual e para a consultoria, trata-se de prática habitual no setor. Já a oposição diz que a subcontratação revela erro na contratação sem licitação da IFC por parte do governo, insuficiência técnica da consultoria escolhida e uma suposta influência do mercado financeiro na análise técnica da desestatização.

Em resposta a questionamentos enviados pelo deputado estadual Antonio Donato, da nossa bancada do PT, a Secretaria de Parcerias em Investimentos da gestão Tarcísio diz que a IFC contratou consultorias externas especializadas para assegurar consistência nas recomendações para o Governo de São Paulo.

Em sua resposta, a pasta identificou o Boston Consulting Group, empresa que teria sido contratada para auxiliar na parte estratégica da transação. O BCG possui time próprio de pesquisa que colhe informações primárias e secundárias de mercado, diz o ofício da secretaria, que também afirma que as capacidades da IFC foram complementadas com consultoria jurídica e estratégica.

A IFC atuou coordenando as consultorias, procedendo a revisão e sistematização dos trabalhos, diz o texto. Fundada em 1963, nos Estados Unidos, o BCG é especializado em consultoria estratégica para empresas. O site do BCG afirma que eles possuem escritórios em mais de 50 países do mundo, 30.000 funcionários, que tiveram receita de 11,7 bilhões de dólares em 2022.

No Brasil, há representações em São Paulo e Rio de Janeiro. Antonio Donato pergunta se a IFC, contratada para fazer o estudo, não teria capacidade de realizar a análise encomendada e critica a subcontratação de consultorias. “A IFC, do Banco Mundial, foi só uma fachada para esconder os verdadeiros autores do estudo, o mercado financeiro, sediado na Faria Lima”, afirma Antonio, nosso colega aqui na Assembleia Legislativa, citando a avenida em que fica o escritório de consultoria em São Paulo.

Em nota, o Governo de São Paulo afirma que as contratações de atividades complementares são bastante usuais nesse tipo de projeto e que a responsabilidade técnica sobre os estudos é da IFC, que conta com time de especialistas locais e globais para isto. A contratação da IFC foi motivo de outras críticas da oposição a Tarcísio.

Entre os principais pontos atacados, estão o fato de não ter havido licitação e de que a empresa receberá até 45,5 milhões, caso constate que a venda da Sabesp irá beneficiar a população, mas só 8,6 milhões de reais caso conclua negativamente. Para os críticos da privatização esses critérios podem enviesar o trabalho da consultoria.

O governo estadual não detalhou quanto a IFC pagará pelas consultorias jurídica e empresarial que foram subcontratadas. O projeto de lei de venda da Sabesp voltará a ser discutido pelos deputados no congresso de comissões, como está acontecendo agora na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Eu gostaria de informar, Sr. Presidente, que estive de quinta-feira até domingo em Pernambuco para participar de colóquio que a Ordem dos Advogados do Brasil realizou sobre a questão da importância da cannabis medicinal.

Também estive no sábado visitando a Associação Aliança, que justamente também utiliza cannabis medicinal para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Falarei a respeito desse tema no dia de amanhã.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado, deputado Eduardo.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, peço que possa haver o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 56 minutos.

 

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