16 DE OUTUBRO DE 2023

39ª SESSÃO SOLENE PARA ENTREGA DE COLAR DO MÉRITO LEGISLATIVO PARA O DEPUTADO ESTADUAL EDUARDO MATARAZZO SUPLICY

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO e BARROS MUNHOZ

        

RESUMO

        

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão.

        

2 - MARCUS VINICIUS

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

        

3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, para realizar a "Entrega de Colar do Mérito Legislativo para o deputado Eduardo Matarazzo Suplicy", por solicitação do deputado Barros Munhoz.

        

4 - MARCUS VINICIUS

Mestre de cerimônias, convida todos a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro", executado pela Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Diz ser uma honra participar desta homenagem, por solicitação do deputado Barros Munhoz. Ressalta sua alegria em estar entre duas personalidades que já prestaram tantos serviços para a comunidade. Demonstra seu respeito e gratidão por tudo que já fizeram. Parabeniza o deputado Barros Munhoz por solicitar esta homenagem.

        

5 - BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência. Considera o deputado Eduardo Suplicy acima de todos, acima da política, como um mito e exemplo de político. Diz ter lido livro sobre a vida de Suplicy. Considera que sua família deve estar muito orgulhosa de sua trajetória. Agradece a presença de todos. Menciona a participação de 17 partidos nesta homenagem. Ressalta a coragem do deputado. Afirma que a luta de Suplicy pela renda básica da cidadania inspirou a luta por programas de combate à pobreza. Agradece a existência do homenageado.

        

6 - DONATO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

7 - PAULO FIORILO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

8 - REIS

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

9 - RÔMULO FERNANDES

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

10 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Deputada estadual, faz pronunciamento.

        

11 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

12 - SIMÃO PEDRO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

13 - DR. JORGE DO CARMO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

14 - LECI BRANDÃO

Deputada estadual, faz pronunciamento.

        

15 - BETH SAHÃO

Deputada estadual, faz pronunciamento.

        

16 - MARCUS VINICIUS

Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo sobre a vida e o trabalho de Eduardo Suplicy.

        

17 - ANDRÉ SUPLICY

Filho do homenageado, faz pronunciamento.

        

18 - MÔNICA DALLARI

Jornalista, faz pronunciamento.

        

19 - MARINA HELOU

Deputada estadual, representando os deputados coautores da homenagem, faz pronunciamento.

        

20 - MARCUS VINICIUS

Faz leitura sobre a entrega do Colar de Honra ao Mérito. Anuncia a entrega do Colar de Honra ao Mérito do Legislativo para o deputado Eduardo Matarazzo Suplicy.

        

21 - EDUARDO SUPLICY

Deputado estadual e homenageado, faz pronunciamento.

        

22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência. Presta homenagem ao deputado Barros Munhoz. Cita cargos já ocupados pelo mesmo. Menciona obras realizadas que transformaram a vida das pessoas. Informa que será entregue ao deputado Barros Munhoz também um Colar de Honra ao Mérito Legislativo. Agradece o legado dos deputados Barros Munhoz e Eduardo Suplicy.

        

23 - MARCUS VINICIUS

Anuncia a exibição de vídeo sobre a vida e o trabalho do deputado Barros Munhoz.

        

24 - LUIZ HENRIQUE SECCHI MUNHOZ

Filho do deputado Barros Munhoz, faz pronunciamento.

        

25 - VINICIUS CAMARINHA

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

26 - MARIA LÚCIA AMARY

Deputada estadual, faz pronunciamento.

        

27 - MARCUS VINICIUS

Anuncia a entrega do Colar de Honra ao Mérito do Legislativo para o deputado Barros Munhoz.

        

28 - BARROS MUNHOZ

Deputado estadual e homenageado, faz pronunciamento.

        

29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Anuncia que todas as bancadas estão presentes nesta homenagem. Ressalta que as próximas homenageadas serão as deputadas Leci Brandão e Maria Lúcia Amary. Considera tanto Eduardo Suplicy como Barros Munhoz imortais.

        

30 - EDUARDO SUPLICY

Agradece a sua equipe.

        

31 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

        

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Senhores, boa noite novamente. Sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Esta sessão solene tem a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao nobre deputado estadual Eduardo Suplicy. Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e também pelo canal Alesp no YouTube.

Convido neste momento para compor a nossa Mesa Diretora, já conosco aqui à Mesa, o deputado André do Prado, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. (Palmas.) Convido também o deputado estadual Barros Munhoz, que é o proponente desta solenidade. (Palmas.) O nosso grande homenageado da noite, o deputado estadual Eduardo Suplicy. (Palmas.)

A deputada estadual Marina Helou. Ela representa os deputados coautores desta homenagem. Por favor. (Palmas.) E também compondo a Mesa o nossos defensor público-geral do estado de São Paulo, Dr. Florisvaldo Fiorentino Junior. (Palmas.)

Todos podem acomodar-se, por gentileza.

Passo a palavra inicialmente ao nosso presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o deputado André do Prado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Senhoras, senhores, deputados desta Casa e todos os nossos convidados, esta sessão solene foi convocada por mim, presidente desta Casa de Leis, atendendo à solicitação do deputado estadual Barros Munhoz, com a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao nobre deputado Eduardo Suplicy. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Obrigado, Sr.  Presidente. Chamamos para que também componha a nossa Mesa Diretora - ele é líder do PT aqui na Assembleia Legislativa - o deputado estadual Paulo Fiorilo, por gentileza. (Palmas.)

Convido todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro pela nossa camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Nossos agradecimentos à camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo aqui mais uma vez na execução do Hino Nacional, obrigado a todos.

Nós registramos e agradecemos a presença das autoridades aqui conosco. Os deputados presentes: Gilmaci Santos, Andréa Werner, Maria Lúcia Amary, Reis, Rômulo Fernandes, Donato, Itamar Borges, Luiz Claudio Marcolino, Paula da Bancada Feminista, Rafael Saraiva, Gil Diniz, Jorge Wilson e Vinicius Camarinha. Também o nobre deputado estadual Simão Pedro.

Agradecer também ao amigo Chiquinho Maturro, nosso sempre secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento.

Aos familiares do nosso homenageado: Roberto Suplicy, irmão; sua irmã, Vera; sobrinha, Vera; sua nora, Patrícia Scotolo; sua irmã, Besita Suplicy; seu neto, Felipe; André Suplicy, João Suplicy e Supla.

Obrigado a todos os familiares - claro, extensiva a todos os amigos aqui presentes conosco.

Agradecer ao prefeito de Cotia, Rogério Franco; ao prefeito de Tapiratiba, Ramon Jesus Vieira. Ao delegado Jefferson, que representa a delegada Margareth, divisionária da Assessoria Policial Civil aqui da Assembleia Legislativa. A todos, o nosso muito obrigado.

Neste momento, retoma a palavra o deputado André do Prado, nosso presidente da Assembleia.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Boa noite a todos. Boa noite.

 

TODOS - Boa noite.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dia de festa. Dia de muita honra. Nós aqui desta Casa, eu, como presidente, de todos os deputados já nominados pelo nosso mestre de cerimônia.

Poder participar de uma homenagem na qual nós estamos hoje aqui a pedido deste ícone da política, deste homem que tem 48 anos de vida pública prestada à nossa sociedade, fez este pedido aos nobres deputados, à Mesa Diretora, a solicitação do deputado Barros Munhoz, fazemos nesta noite uma homenagem a outro ícone da política, nosso sempre senador e hoje deputado estadual que muito nos honra, Eduardo Suplicy.

Que honra a nossa, Srs. Deputados. Que honra a nossa, principalmente a minha, de estar aqui no meio, deputado Gil, dessas duas personalidades que tanto prestaram serviço à nossa sociedade.

Quarenta e quatro anos, Eduardo Suplicy, esse homem a vida toda combatendo as desigualdades sociais, a vida toda lutando pelo bem do próximo com energia, com garra, com transparência, com dedicação. E depois de 44 anos, ele está aqui ao nosso lado na Assembleia, Camarinha, ensinando-nos todos os dias.

Então, por ser uma honra muito grande, Suplicy, uma honra mesmo para esta Casa, para todos os deputados. Você é querido por todos. Todos o amam, todos o respeitam, todos reconhecem os relevantes serviços que você já prestou e presta para a nossa sociedade do estado de São Paulo e do nosso Brasil.

Por isso você é especial. E por isso todos nós estamos aqui hoje, para lhe render as nossas homenagens, a nossa gratidão por tudo e por tudo ainda que você fará pelo nosso estado e pelo nosso País.

Então, parabéns, deputado Barros Munhoz, pela iniciativa que honra toda nossa Casa. Depois, no final, cumprimento todas as demais autoridades. Está chegando a nossa rainha do samba, Leci Brandão também, nossa guerreira que está aqui homenageando o nosso senador Eduardo Suplicy. (Palmas.)

Como a iniciativa é do nobre deputado Barros Munhoz, neste momento, após fazer a abertura desta sessão solene, peço que o deputado Barros Munhoz assuma esta Presidência para conduzir esta sessão solene, que ficará registrada no coração e nos Anais desta Casa.

Com você, meu presidente Barros Munhoz.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Bem, pessoal, hoje eu não vou fazer discurso: eu vou abrir o coração e vou dizer o que me motivou a propor esta homenagem e o que me motiva a...

Em sequência de uma semana, dois eventos semelhantes. Mas eu reputo... dou muita importância, porque o Suplicy é uma figura que está acima de todos nós. Ele está acima da política. Ele é um mito para nós. Ele é uma pessoa extraordinária, fantástica, um exemplo de político. Mas isso é o que ele menos é.

Eu li o livro que você me deu - o menor, o maior eu vou ler com mais tempo. E o menor é mais saboroso, porque fala mais da sua vida, Eduardo. Que vida linda, que vida maravilhosa. Seu Paulo e dona Filomena devem estar lá em cima orgulhosos de você, felizes por terem tido um filho como você.

Assim como os seus filhos, o André, o João e o Eduardo - universalmente conhecido como Supla -, os três também devem estar muito felizes, assim como seus netos e todos aqui presentes.

Mas eu queria dizer, meu caro presidente - saudando Chiquinho Matorro, ex-secretário da Agricultura -, todos os componentes da Mesa que já foram citados, eu quero citar também o Dr. Chiquinho Matorro pela expertise em todas as áreas ligadas ao agronegócio de São Paulo. E agradecer a presença de todos os colegas deputados.

Eu me sinto extremamente feliz. Nós tivemos quase 50 deputados que subscreveram a apresentação desta moção, mais do que os 48, número fatídico para ultrapassar o limite de quórum e os projetos serem aprovados. E tivemos a participação de 17 partidos.

Quero saudar também o nobre deputado - sempre deputado - ex-presidente desta Casa, Vanderlei Macris, que nos honra muito com sua presença, deputado Vanderlei, muito obrigado. (Palmas.)

Mas nós tivemos a participação de 17 partidos aqui representados. E nada menos do que 13 partidos e mais quatro federações - inclusive uma nossa do PSDB e do Cidadania. Mas, minha gente, podia parecer loucura do Suplicy, e muita gente até pensou, diante de muitas situações que ele criou, que ele fosse louco.

O discurso de posse de Tancredo Neves, que ele não pôde ler - foi ser internado para enfrentar a doença que enfrentou e que o matou -, ele dizia que bendito os loucos que amam o Brasil, que lutam pelo Brasil, que acreditam no Brasil.

Este é o nosso “louco” pelo Brasil. Louco por São Paulo. Louco pela Justiça Social. Louco pela política. Combatente com fé, com ânimo, com coragem, com dignidade na nobre arte de servir.

Eu cito sempre e faço questão de citar Tuco Mantel, vice-prefeito de Mogi-Guaçu aqui presente; Guilherme Campos, vereador em Mogi-Guaçu; Ramon, prefeito de Tapiratiba; o Rogério Franco, prefeito de Cotia; todos vocês aqui presentes.

Eu gosto de frisar que a política é uma sórdida profissão, principalmente quando usada para más intenções, mas é a mais nobre das artes. É esta arte que o Suplicy pratica: a arte de servir. A renda baixa de cidadania é obsessão...

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Básica.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Básica, desculpe. É mágica. Renda Básica de Cidadania. É obsessão do Suplicy? Não. É coerência, é uma luta digna que inspirou os programas que hoje nós temos de combate à pobreza, e que se inspiraram nessa luta do Suplicy.

Então, não quero me alongar mais, já ultrapassei o tempo regulamentar. Quero agradecer aos companheiros do PT, Paulo, porque esta homenagem podia ser feita pelo PT. Eu atrapalhei, mas sabe por quê? Porque eu acho que ela transcende o PT. (Palmas.)

Neste momento de guerra, neste momento de irmãos enfrentando irmãos, eu vejo com uma alegria imensa no meu coração.

Aqui, neste momento, nesta hora, pessoas que se digladiam aqui neste Parlamento e que vêm homenagear alguém que é um símbolo de união, é um símbolo de sensatez, é um símbolo que tudo aquilo que a gente almeja, que a gente sonha, que a gente reza para que aconteça no nosso País.

Suplicy, muito obrigado por você existir e vai existir por muitos e muitos anos. Muito obrigado pelo seu exemplo, pelo seu ânimo. Que Deus te ilumine. E como dizia Fernando Pessoa: a vida não é pequena quando a alma não é pequena.

A alma de Suplicy nos inspira, e haveremos de construir o Brasil dos nossos sonhos sob o lema: Eduardo Matarazzo Suplicy. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Agradecemos ao deputado Barros Munhoz, presidindo neste momento esta sessão solene. Saudar também os deputados Jorge do Carmo, Caio França e Bruno Zambelli, muito obrigado.

E a partir deste momento, nós daremos início às saudações pelos parlamentares desta Casa que as solicitaram, iniciando com a saudação do deputado Donato.

Por gentileza. (Palmas.)

 

O SR. DONATO - PT - Boa noite. Cumprimentar aqui o meu presidente, André do Prado. Cumprimentar especialmente o proponente desta homenagem, Barros Munhoz. Cumprimentar Marina Helou; Florisvaldo, da Defensoria; meu líder, Paulo Fiorilo. Enfim, cumprimentar todos e todas aqui presentes.

Não quero tomar muito o tempo de vocês, eu só queria contar dois episódios, o que acho que é a melhor maneira que eu posso homenagear o Suplicy e tentar falar um pouco dele - e haverá muitos depoimentos aqui, certamente.

Em um sábado de manhã - provavelmente em 2005, 2006 -, eu estava no Jardim Comercial, no Capão Redondo. Estava lá vistoriando o bairro com suas lideranças.

Na favela do Jardim Comercial, passei pela porta de um barzinho lá, e um cara que já tinha tomado algumas falou: “O Suplicy está aí”. Mas como o cara tinha tomado algumas, eu não acreditei, continuei andando.

Daqui a pouco, sai de um beco de uma viela o Suplicy, o Ferréz - que é um escritor importante, lá do Capão Redondo - e um monte de estudantes da GV.

Então o Suplicy - ontem foi o Dia do Professor - é sempre um mestre não só nas salas de aula, mas mostrando exatamente a realidade da população para aqueles alunos, que certamente saíram de lá com uma outra visão do mundo, das desigualdades do País e da cidade.

E o segundo episódio, para ser breve: eu tive a honra de compartilhar um mandato - dois, na verdade -, como vereador lá com o Suplicy e agora aqui na Assembleia. Mas no meu primeiro mandato, no mandato que nós compartilhamos juntos em 2017, o Suplicy e eu éramos da mesma bancada e tornei líder da bancada.

E vem o Suplicy com mais de 300 mil votos. Uma instituição em si mesmo. Lá na Câmara a gente brincava que ele era uma instituição própria, o Regimento lá não tinha tanta possibilidade de fala como aqui, e o Suplicy, vocês sabem, que ele todo dia vem aqui e fala. Fala no Pequeno, no Grande...

E lá na Câmara, não havia tantas possibilidades, mas lá a gente criou um regimento especial para o Suplicy: ele podia falar o quanto quisesse com o acordo de todo mundo, porque, de fato, ele merecia essa homenagem.

Mas eu fiquei muito preocupado, porque, como líder, falei: “Poxa, vou comandar uma bancada com o Suplicy, vai que ele decide... porque tem autoridade para fazer o que ele quiser com a votação que teve, com a representativa que tem, com a história que tem?”.

Mas eu me surpreendi, porque eu tive um companheiro de bancada absolutamente disciplinado, leal, nunca fez nada sem a gente conversar antes e a gente estabeleceu um diálogo muito positivo.

E vocês aqui na Assembleia testemunham isso: a disciplina, a lealdade, além do compromisso com o povo, que é o fundamental do Suplicy.

Parabéns, Suplicy.

Linda homenagem para você, e que a gente possa tê-lo junto com a gente por muito tempo. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado ao nobre deputado Donato.

A seguir, nós teremos mais oito saudações pelos deputados. Reiteramos o pedido para que sejam breves, por favor. Também agradecer aqui a presença da professora Laura Laganá, diretora-superintendente do Centro Paula Souza, e do Laércio Ribeiro, que é o presidente do diretório municipal do PT aqui de São Paulo, muito obrigado.

A seguir, a saudação pelo deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Boa noite a todos e a todas, é um prazer tê-los aqui com a gente. Vou saudar a Mesa em nome do presidente André do Prado; em nome da Maria Lúcia Amary, todos os deputados e as deputadas aqui presentes que participam desta homenagem merecida ao companheiro Eduardo Suplicy.

Como foi dito aqui para que pudéssemos ser breves, eu primeiro preciso fazer uma reclamação ao Barros, que ele tirou a possibilidade de a bancada do PT fazer a homenagem.

Mas, Barros, eu preciso dizer aqui: isso transforma o Suplicy não só em um deputado do PT, mas em um deputado da Casa. Então, eu queria te parabenizar pela iniciativa.

E o Suplicy representa isso, representa para além desta Casa. É um exemplo de político. E eu não vou recordar aqui nenhum episódio, mas eu preciso dizer de um texto que eu acho que cabe direitinho ao companheiro Eduardo Suplicy. É o texto escrito pelo Rubem Alves sobre política e vocação.

O Suplicy é um vocacionado - ele faz política por vocação -, e o vocacionado é aquele que cuida do jardim de todo mundo, não do jardim dele. E é assim que faz política o Suplicy quando colocou a renda básica cidadã como uma referência e agora dá um outro passo importante para a sociedade, que é a defesa da cannabis.

Isso mostra o que é o Suplicy para a nossa sociedade, para o Brasil e para o mundo. O Suplicy esteve na Coreia e tem possivelmente outros convites.

Então, Eduardo, eu queria dizer para você que é para nós, da bancada do Partido dos Trabalhadores, uma referência; para a sociedade você é um ícone, por isso esta homenagem merecida.

Continue o político por vocação para transformar sonhos em realidade.

Parabéns. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado ao deputado Paulo Fiorilo por sua saudação. Chamamos a seguir o deputado Reis, por favor.

 

O SR. REIS - PT - Boa noite a todos, boa noite a todas, boa noite a todes. Quero dizer da grata satisfação que tenho de participar desta sessão solene, que traz esta homenagem a esse meu companheiro de muitas lutas, o Eduardo Suplicy. É fato, Suplicy, que dois minutos é insuficiente para a gente falar de você aqui.

Eu praticamente, talvez, em cinco ou seis horas não daria conta de falar, pelo tempo que nós nos conhecemos. Quantas e quantas lutas? O Donato falou do Suplicy lá no Jardim Comercial, e eu encontrei várias vezes o Suplicy no Largo Treze entrando nos ônibus.

Aliás, aprendi muito contigo, porque passei a entender como se deveria realmente fazer campanha com a população, como realmente deve ser. O Suplicy entrava no ônibus, falava com todas as pessoas ali sentadas, panfletava e conversava.

Eu tive a oportunidade de ter sido candidato a vereador em 1992, com o Suplicy candidato a prefeito de São Paulo, e depois em várias outras campanhas, ali andando e conversando.

Tive a grande oportunidade e o privilégio de também ser colega do Suplicy na Câmara de São Paulo, na Câmara dos Vereadores e, quantas vezes - porque quem me conhece sabe que às vezes eu brigo muito e vou para cima - ele me chamava: “Reis, quero conversar com você. Reis, vamos nos acalmar, vamos dialogar, eu tenho uma proposta”. Então, é sempre essa pessoa conciliadora.

Olhe só, ela está dizendo que eu tenho um minuto. Um absurdo isso, preciso de mais tempo. Então, aquela pessoa conciliadora, e eu me espelho muito no trabalho do Suplicy aqui no Parlamento.

O Suplicy não deixa de falar e, se puder, ele vem todos os dias. E conforme já foi dito aqui, ele fala no Pequeno, no médio e no Grande Expediente. Para ele, não tem essa, ele termina de falar e já se inscreve, pede pelo Artigo 82 e pede comunicação.

Então, é tudo isso que vai nos espelhando e mostrando para a sociedade aquilo que se diz aqui, esse “ícone da política”. Esse “falar em nome do povo”, porque, é sim, é a nossa função falar aquilo que o povo não pode falar.

Falar aquilo que as pessoas que estão lá fora sofrendo no dia a dia e não podem falar para o governador, para o prefeito, para o presidente. Mas o parlamentar pode falar, e ele tem essa tribuna para falar.

É nessa lógica que eu aprendo muito com o Eduardo Suplicy e eu sinto, assim, muita inveja do Barros Munhoz, que realmente é outra pessoa que eu conheci aqui e aprendi a admirar, por ter proposto esta tão importante homenagem.

Então, parabéns, Barros Munhoz.

Parabéns, Suplicy. (Palmas.)

 

  O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado ao deputado Reis por sua saudação. Queremos aqui saudar também os demais membros da família do homenageado, os seus netos, Rafael, Bernardo e também Teodoro estão presentes aqui conosco, muito obrigado.

Continuando com as saudações pelos parlamentares, ouviremos a seguir o deputado Rômulo Fernandes.

 

O SR. RÔMULO FERNANDES - PT - Boa noite a todos, boa noite a todas. Queria cumprimentar o Barros Munhoz, em nome de toda a composição da Mesa, e dizer do orgulho de estar aqui.

O Suplicy, de fato, é um ícone de referência. Eu queria ir um pouco pela linha do Donato e vou contar rapidamente como eu conheci o Suplicy.

Foi em 1994 e foi uma coisa muito engraçada. A gente estava fazendo uma campanha na cidade de Mauá, Reis, e o Suplicy, como todos sabem aqui, de vez em quando ele canta, certo? Todo mundo sabe aqui, entre a gente até rolou uma aposta aqui para ver se ele iria cantar ou não, mas não deu muito certo, Suplicy.

“O Homem na Estrada”, ele estava cantando exatamente essa música, Reis, na cidade de Mauá em um evento grande. Um rapaz encostou perto de mim e falou: “Aquele rapaz ali é o Suplicy, não é?”.

E eu falei: “É o Suplicy”. O Suplicy começou a falar e ele estava atento, mas não piscava, não piscava de admiração com relação ao Suplicy, e o Suplicy com aquela maciez começou a cantar.

Em um certo momento da música, tem um tiro. Ele faz o barulho do tiro e o Suplicy deu um tapa na mesa, mas um barulho estrondoso, o rapaz caiu da cadeira. O rapaz caiu, Barros, caiu da cadeira, e foi uma coisa que nós vimos naquele momento. Mas o rapaz, em vez de ficar chateado com o Suplicy, ficou muito mais admirado.

 Então, queria falar do meu orgulho, Suplicy, de ser deputado pela primeira vez e ter a honra de compartilhar este mandato com vocês, e falar de uma coisa que eu sempre ouvi.

O Lula - que é uma referência, que eu sei que é uma referência para o Suplicy -, a mãe dele sempre falou de uma coisa, que a gente tem que ser teimoso, Simão. Ele falava assim: “Teime, filho. Teime, filho”. E o Suplicy sempre honrou o Partido dos Trabalhadores.

Eu queria fazer essa referência. Ele continua teimando por uma vida melhor para as pessoas e teve um carimbo na vida dele, que é o “Renda Básica de Cidadania”. Isso nos orgulha, orgulha-nos demais, Suplicy.

Por isso, parabéns, Barros, por essa iniciativa.

E parabéns a esse ícone da história nacional e internacional, Eduardo Matarazzo Suplicy. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado ao deputado Rômulo Fernandes por suas palavras. Também registramos e agradecemos a presença do vice-presidente da OAB, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção-São Paulo, Leonardo Sica, muito obrigado.

A seguir, a saudação por Paula da Bancada Feminista, por favor. (Palmas.)

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Boa noite. Boa noite a todas as pessoas presentes, principalmente ao nosso homenageado querido, o deputado Eduardo Suplicy; também ao deputado Barros Munhoz, que teve a brilhante iniciativa de outorgar esta homenagem hoje ao deputado Eduardo Suplicy.

Quero dizer que para mim, como uma deputada jovem... Eu tenho 30 anos e o Suplicy tem 44 anos só de vida política, não é, Suplicy?

E eu, como uma deputada jovem, não posso deixar de falar em nome dos parlamentares jovens, em nome dos ativistas jovens, sobre a importância que o Eduardo Suplicy tem para todos nós.

Porque nós aprendemos muito com ele sobre a necessidade de não só nos espelharmos nas pessoas mais velhas, não só de referenciarmos as pessoas mais velhas, mas especialmente o Suplicy diz o tempo todo o quanto ele aprende conosco na nossa forma de fazer política, e para a gente isso é muito importante.

Não tem um evento da juventude em que o Suplicy não esteja; não tem uma audiência pública que a gente promove em que o Suplicy não esteja; não tem uma reunião de frente parlamentar em defesa da juventude negra e periférica em que o Suplicy não esteja, e para a gente isso é um grande orgulho.

Todos os dias nós aprendemos com o Suplicy aqui e eu sei que todos os dias o Suplicy também leva um pouquinho da nossa energia para ele.

Então, eu quero hoje, acima de tudo, agradecer ao Suplicy por esta grande oportunidade que é compartilhar o Parlamento Estadual Paulista com ele, aprender todos os dias com ele e dizer que eu quero chegar aos 80 anos sendo uma defensora incondicional dos direitos humanos como o Suplicy é.

Se cada um de nós aqui formos um pouquinho defensores dos direitos humanos como o Suplicy é, com certeza a gente vai ter um mundo muito melhor.

Então, parabéns, Suplicy. Esta é uma das homenagens que você merece.

Se depender da gente, serão muitas mais. (Palmas.)

 

 O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Tivemos a saudação pela nobre deputada Paula, da Bancada Feminista, muito obrigado.

A seguir, chamamos para que venha aqui à tribuna o deputado estadual Jorge Wilson Xerife do Consumidor, por favor. (Palmas.)

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, proponente desta tão importante honraria nesta Casa Legislativa, o que nos dá muito orgulho. Todos os deputados, Srs. Deputados e Sras. Deputadas aqui presentes, é um momento histórico para esta Casa de Leis.

Prefeitos, vereadores, lideranças, amigos aqui deste grande líder, deste grande político, deste exemplo para o estado de São Paulo, que é o nosso sempre senador Eduardo Matarazzo Suplicy.

Dizer, deputado Barros Munhoz, V. Exa. decano desta Casa. Vossa Excelência, de tanta importância também como figura pública, como homem público, como deputado desta Casa, ter tido a sensibilidade de ter apresentado esta tão importante propositura.

Dizer que ficamos orgulhosos de fazer parte deste momento histórico para o estado de São Paulo e histórico para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Dizer que o Eduardo Suplicy... o meu filho há pouco assumiu como vereador na cidade de São Paulo, aí eu quero fazer aqui um depoimento, viu, André?

Presidente André do Prado, a atenção do senador... ele, na qualidade de vereador naquele momento, e recebeu o meu filho lá de braços abertos. “O que você precisar aqui, conte comigo, conte com o meu gabinete se colocando à disposição de Jorge Wilson Filho”.

Meu filho chegou muito emocionado, nosso primeiro vice-presidente aqui, deputado Gilmaci, e falou: “Papai, olhe, eu fui muito bem recebido pelo vereador Eduardo Suplicy. Ele se colocou à disposição e sabe de tanta importância que é ele, e ele deu uma atenção tão especial para um novo, para um jovem vereador”.

É aí que a gente vê a essência da verdadeira política, aí que a gente pode observar a verdadeira essência de um homem público. Um homem que teve a sua vida, como outros deputados colocaram - deputados que me antecederam - através de uma vocação.

Quarenta e quatro anos é mais que uma vida, e 44 anos dedicando à coisa pública, à causa pública, às pessoas. E falar que deixou legado, muitos legados. Ele tem deixado muitas sementes, ele tem deixado, não só no Estado de São Paulo, como plantou e deixou no País.

Em um momento, eu pude presenciar ele como senador lá em Brasília. Passei por lá e eu vi um gabinete com muita gente, filas de pessoas e o gabinete aberto. Eu falei: “Que gabinete é esse?”.

Lá eu vi que era o gabinete do deputado Eduardo Suplicy. Ele vivia na antessala, ele saía pelo corredor, ele falava com todas as pessoas. Então, deputado Barros Munhoz, dizer que o momento foi muito oportuno.

Cumprimento toda a Mesa, que na presença do nosso grande presidente André do Prado, quero fazer uma saudação também ao nosso Paulo Fiorilo e dizer que, Paulo, o Barros foi o propositor e o PT perdeu essa.

Que Deus abençoe grandemente nosso querido sempre senador, deputado, Eduardo Suplicy.

Barros Munhoz, orgulho de tê-lo nesta Casa, orgulho de tê-lo contribuindo todos os dias em todas as sessões do seu dia a dia com todos nós, deputados e deputadas desta Casa.

Muito obrigado, senhoras e senhores. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado ao nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor por sua saudação.

Continuando com as breves saudações dos parlamentares, chamamos a seguir o deputado Simão Pedro, por favor.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Boa noite a todas e todos, serei breve. Um cumprimento especial ao presidente desta Casa, André do Prado; Marina Helou; meu líder, Paulo Fiorilo; o Florisvaldo, da Defensoria. Queria deixar um cumprimento no final para o Barros Munhoz, agradecendo esse gesto.

A política, pessoal, não é o discurso. O discurso é muito bonito, mas o gesto é mais importante, não é? E desse gesto, Barros, nós não vamos nos esquecer.

É um gesto nobre e a gente fica, enquanto bancada do Partido dos Trabalhadores, muito agradecido, viu? Sem ciumeira nenhuma, porque acho que o seu gesto representa a homenagem desta Casa. O Suplicy é uma pessoa do PT, mas é uma pessoa suprapartidária também.

E cumprimentar meu irmão, meu amigo, companheiro Eduardo Suplicy, por mais esta homenagem que ele recebe desta Casa.

Eu queria destacar aqui, pessoal, um episódio em que o Suplicy sempre inspirou a juventude, sempre inspirou novos candidatos que querem entrar na política e disputar uma eleição.

Suplicy, acho que você não vai se lembrar disso, mas eu fui candidato pela primeira vez a deputado em 2002, fui eleito naquela ocasião e eu fiz uma plenária de lançamento da minha candidatura lá em Itaquera, no espaço do Padre Rosalvino.

E no meio da nossa plenária, da nossa assembleia, chega o senador Suplicy. Foi aquela festa, aquela alegria, como quando ele sempre chega, e o Suplicy, na palavra dele, pediu para me dar um conselho.

Ele falou assim: “Simão, eu estou me lembrando de quando eu fui candidato, fui deputado estadual em 1978”. Se eu não me engano. E ele falou: “Eu queria eu te dar um conselho”. E eu sempre guardei esse conselho e sempre retransmito ele, Suplicy, para as pessoas que me procuram pedindo apoio, que vão começar na política e vão disputar uma eleição.

O Suplicy falou: “Simão, você quer se eleger? Vá andar e vá falar com o povo. Se você quiser ir de sandália, você vai de sandália. Se você quiser ir de tênis, você vai de tênis. Se você preferir ir de sapato, vá de sapato. Mas vá andar e vá falar com o povo. Segunda coisa, não tenha vergonha de pedir apoio e pedir voto”.

Ele falou: “Quem tem vergonha é porque fez coisa errada, e eu sei que você não fez”. Então, eu naquele início de campanha coloquei isso na minha cabeça. Eu falei: “Preciso andar, preciso falar com o povo e preciso...”. Perdi a minha vergonha e a minha timidez de pedir voto com aquela orientação, com aquele conselho do senador Suplicy.

Então, sou muito grato ao Suplicy. Já fomos secretários juntos na gestão do Haddad e vocês não imaginam, pessoal, como é honroso para nós, deputados da bancada do PT - mas acho que de todas as bancadas -, ter o Suplicy aqui conosco no dia a dia como um dos nossos, honrando-nos com a sua presença aqui no Parlamento.

Então, parabéns, muita força. E eu queria lançar aqui uma ideia, lançar uma proposta de que a gente faça um abaixo-assinado para que o Suplicy possa viver mais uns 100 anos, porque não é fácil e não é comum ter uma figura pública como o Suplicy na vida política brasileira, na vida política de uma forma geral.

E a gente espera que neste ano, Suplicy, ou no ano que vem, ou no máximo em três anos, o programa de renda universal básica e cidadania esteja implementado no nosso Brasil, como a principal homenagem que este País possa fazer à Vossa Excelência.

Um abraço.

Muito obrigado.

Boa noite. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado ao deputado Simão Pedro por sua saudação. Agradecer também ao deputado desta Casa, o Delegado Olim, presente conosco, muito obrigado.

Continuando com as saudações, a seguir ouviremos a saudação pelo deputado Jorge do Carmo, por favor. (Palmas.)

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Boa noite, senhoras e senhores. Boa noite, nosso presidente da Casa, deputado André do Prado. Boa noite, nosso proponente desta brilhante ideia, o deputado Barros Munhoz, nosso professor aqui também. Saudar o nosso líder da bancada, o deputado Paulo Fiorilo; o Dr. Florisvaldo aqui prestigiando; a deputada Marina Helou e o nosso Eduardo Matarazzo Suplicy.  

 Também quero saudar todos os deputados e deputadas, além do público presente. Deputado Suplicy, nosso sempre senador, em 1985 eu cheguei a esta cidade, esta cidade maravilhosa que é São Paulo - para mim a cidade maravilhosa é São Paulo - e naquela época eu tinha 18 anos, ou seja, eu não podia votar antes dos 18 anos, hoje pode votar a partir dos dezesseis.

E dizer, Suplicy, que V. Exa. foi candidato a prefeito em 1985, deputado Barros Munhoz, e o meu primeiro voto enquanto eleitor foi no meu, na época, candidato a prefeito, Eduardo Matarazzo Suplicy.

Ele não ganhou a eleição naquela época, quem ganhou foi o Jânio Quadros, mas em seguida, no ano seguinte, o nosso deputado homenageado hoje aqui foi candidato a governador, em 1986.

Também votei no meu candidato a governador, Eduardo Suplicy. Posteriormente ele foi candidato a senador uma, duas ou três vezes, e eu sempre votei no meu candidato a senador, nosso sempre senador, Eduardo Matarazzo Suplicy.

Por isso, eu tenho um grande orgulho de... naquela época, jamais imaginaria que um dia, deputado Barros Munhoz, eu estaria aqui nesta tribuna, participando desta homenagem tão justa.

Por isso, eu tenho o orgulho de fazer parte desta bancada, orgulho de, junto com os deputados e deputadas desta Casa, a gente poder proporcionar esta homenagem muito justa ao deputado Suplicy.

Que Deus te abençoe, dê muita saúde, justíssima homenagem.

Abraços. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Deputado Jorge do Carmo, muito obrigado por sua saudação. Nós temos mais duas saudações pelos parlamentares aqui presentes.

Chamo agora Leci Brandão, por favor. (Palmas.)

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Que Deus abençoe, proteja e ilumine todas, todos e todes que aqui estão. Deputado Barros Munhoz, meus cumprimentos por esta iniciativa, por esta propositura. Eu não esperava outra coisa de V. Exa., porque eu conheço V. Exa. há algum tempo e sei que o senhor tem toda a sensibilidade de conhecer, honrar e dar mérito a quem merece.

Deputado - e para mim sempre senador - Eduardo Suplicy, eu o conheci em um palco, eu cantando e V. Exa. estava assistindo. Desde então, eu sempre observei a sua luta incansável pelos direitos humanos, sempre vi a presença de V. Exa. em todas as lutas democráticas deste País.

E, digo mais, sinto-me muito honrada de estar presente aqui nesta sessão solene, até porque eu vejo nesta legislatura atual uma diferença muito grande da legislatura passada.

A Casa está em paz, todos através da vossa presença se respeitam, não há mais discussões. (Palmas.) Também sei que V. Exa. ficou muito feliz em ver a diversidade da Casa.

Hoje nós temos o prazer de ver nos nossos corredores deputadas de outras cores, não é? Eu fui a segunda e, graças a Deus, nós temos mais mulheres pretas nesta Casa. (Palmas.) Então, eu fico muito feliz por isso.

Fico muito tranquila de falar, porque sei das lutas de V. Exa., são muitas as suas lutas. A questão da renda básica, que V. Exa. sempre, quando tem oportunidade, toca nesse assunto e vai continuar por muitos e muitos anos, e um dia vai realizar o seu sonho, eu tenho certeza disso.

Eu quero dizer que tenho muita honra também de conhecer o seu filho, João Suplicy, que já me deu oportunidade de cantar, de fazer podcasts com ele, enfim, faço parte da família indiretamente.

Mas o que mais me fascina no comportamento de V. Exa., além da sua elegância natural, é a sua simplicidade, é a sua humildade, porque, tendo todos os títulos que V. Exa. tem - senador, já fez tanta coisa por este País -, V. Exa. continua sendo um homem simples.

Um homem que dialoga com todo mundo, um homem que tem respeito por todos e todas, um homem que eu... Sabe? (Palmas.)

Tenho muito prazer e muita honra de tê-lo conhecido e, hoje eu posso dizer, parabéns, meu amigo. Parabéns, senador.

Que Deus o abençoe e que V. Exa. tenha muitos e muitos anos de vida. É isso que eu desejo.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado à nobre deputada Leci Brandão por sua saudação.

Chamo à tribuna a seguir, encerrando às saudações pelos parlamentares que as solicitaram, Beth Sahão, por favor. (Palmas.)

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Boa noite a todas e a todos, é uma alegria participar desta sessão. Cumprimentar o nosso presidente, o André; cumprimentar Florisvaldo; Paulo Fiorilo; o nosso proponente desta importante honraria, o deputado Barros Munhoz; e o homenageado desta noite, o deputado Eduardo Suplicy.

E dizer que é um orgulho, é uma alegria poder ter o Suplicy na nossa bancada. A gente nem esperava que um dia o Suplicy... Não é verdade, Jorge? Não é verdade, Simão Pedro?

Quem mais está aqui? Que o Suplicy... O Reis... Fosse nosso colega de bancada. Isso engrandece a nossa bancada e eu acho que todo mundo tem um episódio para contar do Suplicy.

E eu me lembro de que eu era ainda... Estava saindo da faculdade e vim aqui para São Paulo. Eu moro no interior, moro um pouco aqui e um pouco no interior, mas foi de Catanduva.

E eu vim aqui porque um padre amigo meu, lá na zona leste, estava fazendo - tinha acabado de ser ordenado padre - uma manifestação para que não fosse jogado... ali fosse feito um lixão, e eles fizeram uma vigília.

Eu falei assim para ele: “Eu vou ficar acordada também, vou ficar junto com você nessa vigília”. Quem surgiu na madrugada às três horas da manhã na vigília? Eduardo Suplicy.

Foi lá trazer a sua solidariedade, trazer o seu apoio e o seu compromisso com o povo mais pobre desta cidade, deste estado e deste País, porque o Suplicy extrapola, ele não é só um deputado.

É claro que ele defende São Paulo, mas se precisar ir lá para a Amazônia defender, ele vai. Se precisar ir para outro país, ele vai. Ele vai levar suas causas, as suas ideias e as suas propostas, e é assim que ele é, um homem disciplinado.

Todos os dias, 14 horas e impreterivelmente ele está neste plenário para fazer uso desta tribuna, para trazer a sua mensagem, para trazer a sua fala, que é sempre muito importante, de um homem que viveu essa trajetória, que tem essa experiência e que nos ensina o tempo inteirinho.

A gente aprende com o Suplicy. A gente aprende na paciência, a gente aprende com a sensibilidade dele, a gente aprende com o compromisso que ele tem em relação às causas mais importantes da população: da população que vive em situação de rua, passando pelos mais vulneráveis, passando por população carcerária, pelas mulheres, pelos negros, pelos jovens, por toda a comunidade LGBT, enfim.

O Suplicy é esse patrimônio da política nacional e da política internacional. Já vou finalizar.

Portanto, Suplicy e Barros Munhoz, você teve uma iniciativa brilhante ao propor esta honraria para o nosso querido Suplicy.

É mais do que justa a homenagem, porque ele é um profundo merecedor desta honraria que ele recebe nesta noite e esse público que está aqui é o exemplo disso, porque veio prestigiá-lo, como tantas deputadas e deputados que aqui estão para trazer o seu abraço fraterno.

Saudar também a deputada Marina Helou, trazendo o seu abraço fraterno para o Suplicy.

Parabéns a todos os deputados e deputadas que participaram desse processo.

Parabéns ao Barros, ao nosso presidente.

E, mais do que nunca, parabéns ao nosso querido Suplicy.

Muito obrigada e uma boa noite a todos. (Palmas.)

 

 O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado à nobre deputada Beth Sahão por sua saudação. Agradecer a todos os parlamentares desta Casa que aqui vieram, trazendo a sua mensagem ao grande político, ao grande amigo, Eduardo Matarazzo Suplicy, obrigado a todos.

Agora convidamos a todos para que assistam ao vídeo sobre a vida e sobre o trabalho do nosso homenageado desta noite, Eduardo Suplicy.

Vamos ao vídeo, por favor.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - E as emoções não param por aí. Agora nós teremos mais algumas saudações. Eu quero convidar aqui, falando em nome dos familiares aqui presentes, com a palavra, vamos ouvir aqui o filho do nosso deputado Eduardo Suplicy.

Por favor, André, venha cá. (Palmas.)

 

O SR. ANDRÉ SUPLICY - Boa noite, senhoras e senhores, a todes. Boa noite aos membros da Mesa, especialmente ao deputado Barros Munhoz, proponente desta que eu considero uma justa homenagem, embora como filho seja sempre... soe como um autoelogio elogiar o pai, mas eu acho que nesse caso é mais do que merecido mesmo.

Peço desculpas aí pela... vou procurar ser breve e não chorar, porque depois desse vídeo bonito fiquei bastante emocionado. (Palmas.)

Bom, basicamente, os que me antecederam aqui falaram já de praticamente todas as que eu considero muitas qualidades do meu pai. Falo em nome aqui do Supla e do João também, porque ali eles falaram, mas também venho aqui representá-los. Vou também pela linha dos antecessores e falar um pouco do que eu me lembro.

Em 1978, na primeira eleição da qual o meu pai participou, ele conseguiu emprestado como comitê a parte de baixo da “Casa Bola”, que foi a primeira casa construída nesse formato em São Paulo, próxima à Avenida Faria Lima.

Ele também conseguiu emprestada uma picape azul, em que ele colocou dois megafones, porque tinha um microfone no carro e saiu pela cidade com toda a família colando cartazes.

Naquela época, a gente fazia uma cola de farinha e saía lambuzando os postes, o famoso “lambe-lambe”. E saíamos aí pela madrugada afora. É uma boa lembrança que eu tenho de como se iniciou essa trajetória política do meu pai, que está fazendo 44 anos - quase 45 -, e desde então percebi que a política seria uma constante em casa, como de fato, foi.

Relembrando essas histórias que cada um dos senhores que me antecederam e as senhoras contaram, de fato o meu pai em casa parecia um médico cardiologista, que a qualquer hora do dia ou da noite era acionado pelas mais diferentes pessoas, o telefone tocava.

Não havia celular e nem nada e, de repente, a gente ouvia o telefone na madrugada e já sabia que em breve, em 15 minutos, meu pai já estaria saindo para verificar uma situação - geralmente de alguém muito humilde sendo vítima de alguma injustiça.

Então, essa sempre foi a vida dele, a ambição, lutar pela redução da desigualdade, pela justiça social, de uma forma muito aguerrida, com uma garra e com uma força de vontade que impressionam a mim, aos meus irmãos, aos meus filhos também, o que é um motivo de orgulho para nós.

É impressionante, pai, que na sua idade você tenha mais pique do que todos nós. (Palmas.)

Assim, só contando também um pouquinho sobre o dia a dia familiar, há alguns anos, por sugestão da companheira Mônica - uma companheira de mais de 20 anos -, ficou instituído na nossa família que em todos os domingos nós almoçamos com o papai, em algum restaurante ou na casa dele. E ele sempre convida todos os familiares, às vezes um ou outro amigo de algum filho. Mas é fato que ele está sempre com pressa, vindo de algum lugar e indo para outro.

Como exemplo, assim: “Ah, hoje eu estou vindo de Paraisópolis e daqui eu vou para a Cidade Tiradentes”. Ou vice-versa, enfim, sempre compromissos com o povo, com os mais humildes, e isso é sempre...

Embora a gente sinta falta da presença dele muitas vezes e tenha sentido por muitas vezes na família, a gente sabe que é por uma ótima causa e sempre teve muito orgulho disso.

E lembrar, como outros já lembraram, que ele atua no macro, no micro e no que está no meio. Então, assim, desde ouvir cada pessoa sempre com a maior simplicidade e humildade, e tentar resolver o problema daquela pessoa sem jamais buscar um favorecimento pessoal.

Todas as vezes em que alguém me procurou como uma espécie de pombo-correio: “Ah, queria falar com o seu pai, se ele pode ajudar nisso e naquilo”. Aí eu falei: “Olhe, aqui está o telefone dele ou da assessoria dele, que o senhor ligue lá e fale com ele, ele vai atendê-lo.

Mas já aviso, se for alguma coisa, um favor pessoal, uma situação particular em que o senhor acha que só vai para furar alguma fila ou algo assim, nem precisa falar com ele, porque não vai conseguir.

Agora, se a sua causa for justa e você estiver sofrendo uma injustiça em que ele possa intervir para que o seu direito seja reconhecido e exercido, pode contar com ele”.

Então, essa sempre foi a linha que ele nos ensinou, e sempre lembrando do que o pai dele dizia também - meu avô, Paulo - de que é muito importante ouvir sempre as pessoas, e ele sempre tem feito isso, muito, por toda a vida. Então, é mais um motivo de orgulho para nós.

E uma coisa que também todos ressaltaram, e acho que a gente aprende a cada dia com ele sobre isso, é como nunca, jamais, houve falta de respeito com alguém, nunca.

Por mais adversária que fosse, por mais dura que fosse a situação, sempre com muito respeito. E, se alguma vez eu o ouvi levantando a voz em casa, assim, era quando ele dizia: “Respeite a sua mãe”. Mas nunca para dar uma palmada ou coisa assim, jamais.

Então, realmente é um exemplo que a gente carrega aí de... essa simplicidade dele, a humildade e que a gente busca seguir na família, embora seja muito difícil chegar perto, porque sabemos o quanto ele se exige da pessoa no dia a dia.

Obrigado, pai, pelo exemplo. (Palmas.)

Também gostaria de fazer uma breve homenagem a todas as pessoas que trabalharam e trabalham com ele ao longo desses anos, que sem dúvida foram muito importantes para que ele também exercesse com dignidade todos os cargos que exerceu.

Nesse sentido, lembro-me especialmente da Valéria e da Joana, que estão há mais de 30 anos com ele. (Palmas.) Também do Damião, o grande Damião, que o acompanha há muitos anos, sabe bem de todas as lutas dele e do tamanho da dedicação dele em relação a todos. (Palmas.)

Acho que é isso que eu consigo falar por agora.

Obrigado.

Boa noite. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Parabéns ao André, que não só se emocionou, mas contagiou a todos, muito obrigado.

Chamo agora para a sua saudação a jornalista Mônica Dallari, por favor. (Palmas.)

 

A SRA. MÔNICA DALLARI - Boa noite. Eu não tenho o costume de falar também, então eu trouxe anotado.

A primeira vez que eu ouvi falar sobre o nome Eduardo Matarazzo Suplicy foi exatamente há 45 anos, quando ele se candidatou pela primeira vez a deputado estadual. Eu tinha 14 anos.

Eu venho de uma família de muita militância política e o meu irmão mais velho, Pedro Dallari - que inclusive foi deputado aqui nesta Casa - fazia campanha para um deputado federal, Darci Passos.

Naquela época, no dia da eleição, tinha panfletagem e distribuição de santinhos, aí a dobradinha do Darci Passos era Eduardo Matarazzo Suplicy. Aí as pessoas perguntavam: “Ah, ele é jornalista da Folha ou professor da FGV?”. Então, essa foi a primeira vez.

Em 1978, ele foi eleito também com uma pessoa que não pode ser, nunca, esquecida, que é o Dr. João Baptista Breda, que era de Itapira, como o deputado Barros Munhoz. Ele foi diretor do Instituto Bairral e da Clínica Cristalia. Quando eu estava com 20 anos, em um dia, em 1985, na PUC - eu era estudante de jornalismo - chegou o Breda com o Suplicy.

Aí o Suplicy falou assim: “Você não quer trabalhar na minha casa? Mas eu não posso te remunerar. Você é estudante...”. Eu estudava à noite. “Então, de manhã você fica atendendo o telefone”. Eu aceitei. E à tarde, eu com o Breda, a gente ia fazer campanha por todos os lugares. Foi uma campanha muito especial, foi a campanha do experimento Suplicy.

Ele acabou em terceiro lugar, mas deu uma visibilidade imensa, e foi em uma situação dessas que o Breda virou para mim e falou: “Mônica, não se preocupe. Provavelmente, algumas coisas que ele falar você não vai entender, porque a cabeça dele está 100 anos na nossa frente. Então, enquanto você estiver entendendo - tentando entender - ele já foi e já voltou”. E é o que acontece, por exemplo, com a renda básica, não é?

Em 2004, o Brasil foi o primeiro País do mundo a ter uma lei, proposta pelo então senador Eduardo Suplicy, e que teve aprovação de todos os partidos, foi um momento muito importante em 2004.

No dia 08 de janeiro, o presidente Lula sancionou a lei. No ano passado, quando houve a Copa do Mundo, a gente resolveu fazer uma brincadeira assim: “Vamos ver nas quartas de final os 16 times, para a gente ver quantos têm alguma proposta, alguma experiência de renda básica”.

E foi incrível, porque os 16 países selecionados tinham uma experiência ou um debate sobre a renda básica, e isso é uma coisa incrível. Vou dar alguns exemplos. Por exemplo, na Polônia, na fronteira com a Rússia, há uma área que se agravou ainda muito com a questão da guerra.

Então, as comunidades locais criaram uma renda básica de 230 euros às pessoas que vinham chegando.

No Reino Unido, na França e na Coreia, a questão da renda básica é direcionada para os jovens, porque são países desenvolvidos, aí os jovens vão e estudam. Aí o normal seria cada um ter a sua vida e ir para a sua casa, mas não é o que acontece, porque não tem emprego. Então, as pessoas voltam para as casas dos pais.

Então, isso é visto na Inglaterra, por exemplo, como um problema de saúde mental gravíssimo. Eles tratam como uma “pandemia de suicídios”, por conta dessa frustração dos jovens.

Na Namíbia, na Índia, ou no Quênia, já é para se combater a pobreza. A gente esteve no Quênia em janeiro de 2019 e nós conhecemos a experiência de uma distribuição de uma renda básica por 12 anos, de 22 dólares mensais, em 44 vilas rurais extremamente pobres.

E o resultado foi uma coisa incrível. Em dois meses da experiência, a violência doméstica caiu 51%. Em dois meses, 51%, e a violência sexual 66%. Então, isso mostra que a renda básica é muito transformadora e o resultado que aparece em todas as experiências é o empoderamento feminino.

Então, é muito revolucionária a renda básica nesse sentido, porque efetivamente traz mudanças para a sociedade. Hoje, fazendo uma pesquisa, dos 220 países, 130 já tem algum nível de debate, de experiência em relação à renda básica. Mas eu, por 20 anos acompanhando e vendo a força dele, a determinação em correr atrás dos sonhos, também já estou acostumada que seja assim.

Ontem à noite, ele estava escrevendo mais uma carta para o presidente Lula, pedindo para que seja criado um grupo de trabalho para estudar a renda básica, já que a renda básica está prevista na lei do Bolsa Família na transição.

Aí eu fiquei com aquilo na cabeça tarde da noite e eu fui ver, fui pesquisar. Há exatos 10 anos ele escreve - acho que semanalmente - uma carta. Foi para a presidente Dilma, para o Bolsonaro e agora para o presidente Lula, para que se crie um grupo de trabalho.

E eu já aprendi que ele não vai desistir, então... Não vai desistir enquanto ele estiver aqui. Ele vai estar presente, ele vai estar escrevendo cartas, e eu acho isso uma coisa muito admirável.

Aí, para encerrar, a gente tem uma parceria de trabalho muito forte e a nossa última ação foi ele na audiência da Câmara dos Deputados, no dia 19 de setembro, assumir que ele tem doença de Parkinson leve e que ele está se tratando com a cannabis medicinal. (Palmas.) Essa foi uma ação muito importante, de muita coragem, porque ele assumiu dois estigmas: o estigma do Parkinson e o estigma da cannabis.

Para mim foi uma ação muito especial, porque era uma questão dele, pessoal, que ele não tinha obrigação de expor para todo mundo, mas ele fez isso exatamente pelo sentimento da coletividade, do trabalho. (Pausa.)

Então, para encerrar, só para falar da cannabis medicinal, a gente tem uma razão. Já tem esse diagnóstico desde o final do ano passado e a nossa ideia foi para falar dessa atitude dele com milhões de brasileiros, para insistir, para trazer na pauta que o recurso do projeto da cannabis medicinal, 399, seja finalmente colocado em votação pelo plenário da Câmara.

Isso é uma causa importantíssima, a cannabis já beneficia 250 mil brasileiros, que podem comprar pela Anvisa a cannabis importada, que não sai por menos de 1.000, 1.200 reais.

     Enquanto a gente está vendo a cannabis cada vez mais com pesquisas - que ainda são poucas -, com incentivos - que são poucos ainda -, o quanto se está avançando em situações bastante graves, por exemplo, com crianças.

Porque hoje crianças que estão dentro do espectro autista têm muitas condições de melhorar de vida, especialmente com a cannabis medicinal, com um acompanhamento, com um atendimento de saúde integral que deve ser um direito à vida de todos e não apenas só de quem pode comprar a cannabis importada.

Aí, em nome desse grupo, como a última ação que nós fizemos, eu queria falar sobre as associações.

Eu queria trazer esse tema, porque as associações hoje que estão fornecendo a cannabis para quem precisa, com uma produção muito restrita, com muitas proibições, com ameaças de prisão por tráfico de drogas de mães que estão plantando para tirar o óleo para dar para uma criança... então, essas associações praticam uma desobediência civil pacífica e organizada.

Então, Eduardo, eu quero te dar os parabéns.

Nestes 20 anos juntos foram muitos aprendizados, muitas coisas, mas que valeram a pena, e é uma emoção para todo mundo que está aqui ver e ouvir. Todo mundo tem uma história com você para contar e elas são sempre muito especiais.

Parabéns. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Agradecemos à jornalista Mônica Dallari por suas palavras.

Neste momento, cumprimento as autoridades da Mesa e, a seguir, ouviremos, representando os deputados coautores desta homenagem, a deputada estadual Marina Helou, por favor. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tomo a liberdade de antes fazer uma colocação.

Parabéns, deputado Caio, parabéns.

Parabéns, colegas deputados, pelo que se falou aqui a respeito da cannabis. (Palmas.)

Desculpem-me.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Excelente colocação.

Boa noite a todas e todos. Cumprimento esta Mesa, que tenho muito orgulho aqui de compor na figura do nosso querido homenageado, o Suplicy, e cumprimento todos e todas presentes na figura do Rafael, que gritou: “Vá lá, vovô”. Isso é muito lindo, a gente poder também celebrar a inspiração das crianças hoje.

Então, quero cumprimentar realmente com muita alegria de poder estar aqui representando todas as deputadas e todos os deputados que subscreveram esta brilhante homenagem proposta pelo Barros. Barros, deputado, parabéns por trazer essa amplitude e orgulhar esta Casa.

Hoje a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo está orgulhosa de poder estar junto, independentemente de partido, independentemente de visão. Juntos homenageando um político com P maiúsculo.

Professor Suplicy, o senhor foi o meu professor e o senhor me apresentou o Ferréz, aproximou-me dos Racionais e mudou a minha vida, abrindo os meus olhos para a política.

Eu falo isso com todo o meu coração, mas eu tenho a certeza de que o senhor me ensinou muito além do que aqueles que tiveram o privilégio de ter conduzido uma sala de aula. O senhor ensinou ao País, gerações e gerações, que é possível fazer política com P maiúsculo, colocando o propósito da política em primeiro lugar.

O senhor ensinou ao País sobre ética na política, uma lição tão valiosa. O senhor ensinou que é possível estar aliado a diversas pautas. Eu sou mulher; somos, nesta Casa, 94 deputados e estamos na legislatura com o maior número de mulheres, 24 deputadas.

Ainda muito distante da metade que nos cabe, que nos é justa, mas eu posso dizer com toda a propriedade que o senhor sempre foi um aliado da nossa causa, e o senhor nos ensinou que é possível.

A deputada Paula falou hoje sobre os jovens, o Movimento Negro reconhece. Hoje de manhã a gente esteve junto em um evento importantíssimo do Yunus e eu tive a oportunidade de ver uma liderança indígena, colocando como o senhor esteve junto, sempre como aliado, à causa LGBTQIA+, e o senhor ensinou isso para o País, que é possível.

É possível manter um compromisso e lembrar a política como esse espaço em que a gente constrói um espaço comum, a gente constrói o que é público e a gente está aqui por quem mais precisa. A gente tem a honra de ter tido o senhor como um farol que nunca deixou de apontar que a política tem que ser para quem mais precisa na sociedade.

Isso para a gente é uma lição que fica para todas as gerações e que fica para esta Casa.

Então, muito obrigada, Suplicy.

Eu faço a minha homenagem agradecendo ao senhor por esse exemplo que o senhor nos dá, deu-nos e continuará a dar. A gente ouviu aqui do João, a gente ouviu da Mônica sobre a importância da renda básica cidadania e o quanto hoje ela é reconhecida no mundo como uma política pública de futuro, e isso se deve muito à sua luta e ao trabalho do senhor.

Esse vídeo emocionante que a gente viu, e é uma honra poder testemunhar isso, se tornando realidade. Bom, acho que se a gente tem aqui para dizer sobre esta homenagem, eu queria dizer sobre a oportunidade que é poder prestar esta homenagem com o senhor em vida.

Porque nos dá o privilégio de trazer uma oportunidade que não seja apenas para trazer belas palavras, para lembrar o senhor do quanto o senhor mudou tantas vidas - como foi colocado aqui hoje -, mas nos dá a oportunidade de fazer um compromisso com o senhor.

Porque o nosso compromisso aqui é continuar a sua luta, é ampliar as suas batalhas, é honrar o seu legado. Porque esta homenagem serve para que esta Casa, que os deputados e que os políticos de hoje se lembrem de que é possível fazer a política maior, com diálogo e com as suas lutas.

Então, conte conosco, Suplicy, esse é o nosso compromisso.

E talvez a gente não tenha a mesma energia incansável que o senhor tem, porque realmente é uma coisa impressionante, está em todos os lugares.

Talvez a gente não vá ter a mesma resiliência de anos que o senhor trouxe, a mesma teimosia ou a mesma coragem, mas se cada um de nós puder dar um pouquinho de cada uma coisa dessas, a gente vai fazer jus ao tamanho que o senhor construiu na política.

Muito obrigada e parabéns. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Agradecemos à deputada Marina Helou por suas palavras. Recebe os cumprimentos do homenageado e das demais autoridades aqui da Mesa.

Senhoras e senhores, o Colar de Honra ao Mérito Legislativo é a mais alta honraria conferida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Foi criada em 2015 e é concedida a pessoas naturais ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares, que tenham atuado de maneira a contribuir para o desenvolvimento social, cultural e econômico do nosso estado, como forma de prestar-lhes pública e solenemente uma justa homenagem.

Esta sessão solene homenageia com a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o deputado Eduardo Matarazzo Suplicy. (Palmas.)

Neste momento, também registramos e agradecemos a presença de Gilberto Kassab, secretário de Estado de Governo e Relações Institucionais, aqui representando o governador Tarcísio de Freitas. (Palmas.)

Sr. Presidente da Assembleia; secretário Kassab; Barros Munhoz; o nosso homenageado, Eduardo Suplicy; todas as autoridades aqui da Mesa se deslocando aqui à frente para a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo. (Palmas.)

 

* * *

 

- É feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

* * *

   

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Já com a sua homenagem, parabéns mais uma vez ao nobre deputado Eduardo Suplicy, já portando ali o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, esta que é a maior honraria conferida pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Vamos ao registro oficial aqui, por favor.

Em seguida, as autoridades retornam aos seus lugares à Mesa para darmos continuidade a esta solenidade. Ok para todos?

Muito obrigado, parabéns. (Palmas.)

E já se deslocando aqui para a Mesa, ouviremos a seguir palavras do homenageado desta noite, o deputado Eduardo Suplicy tem a palavra a seguir, por favor.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Nossa, que coisa linda esta noite.

Eu queria primeiro cumprimentar os deputados presentes: Rafael Saraiva; deputado Reis; Marina Helou; Luiz Claudio Marcolino; Rômulo Fernandes; Simão Pedro; Jorge do Carmo; Beth Sahão; Donato; Gilmaci Santos; Itamar Borges; Maria Lúcia Amary; Paula da Bancada Feminista; querido Paulo Fiorilo, o líder; Caio França; Vinícius Camarinha; Leci Brandão.

Aquele que foi presidente desta Casa, da Assembleia Legislativa, quando eu fui eleito aqui em 1978, então, foi presidente, Vanderlei Macris, que nós tivemos aqui em inúmeros momentos importantíssimos na luta pela democracia, para a democratização do Brasil.

Então, é uma satisfação tê-lo aqui, Vanderlei Macris, que de 1999 a 2001 dirigiu esta Casa.

Caro secretário de Estado de Governo e Relações Internacionais, Gilberto Kassab, que aqui representa o governador Tarcísio de Freitas; queridos filhos, André e João, o Supla precisou sair, ele chegou logo cedo, mas precisou sair e tinha um compromisso de viagem.

Minha querida Mônica Dallari, essa jornalista, escritora excepcional que é coautora de muitos... por exemplo, do livro “24 anos no senado”, que ainda está para sair em outubro; do livro “Um Jeito de Fazer Política”, com um jeito muito especial que ela sempre propôs.

Hoje a minha família resolveu vir aqui, meu irmão Roberto, minha irmã Vera. Quando eu vi a Vera assim, eu falei: “Mas não é possível, você parece a mamãe”.

Para quem conheceu a minha mãe, ela está muito parecida com a Filomena Matarazzo Suplicy, casada com o Paulo Cochrane Suplicy. Mas ela está no céu muito contente, viu, Vera?

E também a Vera é mãe. Está junto com a Vera está a minha sobrinha, a Vera Suplicy. Também a Patrícia Scotolo, minha nora, mãe dos meus netos. A minha irmã Besita e estão aqui alguns netos como o Felipe, o Teodoro, o Bernardo e... Qual mais está?

 

O SR ANDRÉ SUPLICY - (Inaudível.)

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Alto.

 

O SR ANDRÉ SUPLICY - (Inaudível.)

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Ah, o Rafael. O Rafael, que já foi mencionado, e amigos tão...

Também a deputada Andrea Werner, o deputado Olim, o Jorge Wilson, e eu acho que eu vi aí o deputado Gilmar, ele estava aí junto com vocês.

Então, eu queria agradecer muito a presença dos amigos Marina Coutinho; Maurício Pedrosa; Camila Ferreira; Sérgio Ferreira; Walter Appel; Moira Vasconcellos; Rosana Emília Gaspar; Tatá Amaral; o prefeito de Tapiratiba, o Ramon; Chiquinho Maduro, ex-secretário de estado da Agricultura, que está aqui.

André Ye, presidente da Associação Geral Chinesa do Brasil; também a Rosana Emília Gaspar, presidente do Conselho Estadual da Segurança Alimentar; Antonia Cileide Oliveira de Souza, minha querida presidente da Cooperativa dos Vendedores Autônomos do Parque Ibirapuera. A Antonia está lá no fundo. (Palmas.)

Uma das coisas mais significativas que aconteceu na minha vida política... eu que sou um fã do legado de qual seja secretário de economia solidária, foi que eu, que costumo andar no Parque Ibirapuera desde menino, da adolescência, muitas vezes, quando ia fazer a caminhada, a corrida no bosque, deixava o meu celular e a minha carteira com os vendedores autônomos.

Então, um dia, a que era presidente da Associação dos Vendedores Autônomos, a Antônia, aqui presente, disse-me: “Olhe, senador...”. Eu era senador. “É um problema terrível. Nós fomos avisados pela prefeitura do Celso Pitta e do Ricardo Ohtake...”. Que era o secretário de verde e meio-ambiente. “Nós teremos que sair daqui até outubro”. Era janeiro de 2000.

“E poderemos ser eventualmente empregados de cinco grandes empresas que vão tomar conta de cinco quiosques cada, mas muitos aqui são pessoas idosas, com deficiências, vai ser muito difícil”. E eu falei: “Que tal vocês formarem uma cooperativa?”.

Gostaram da proposta e eu fui falar com o prefeito e o secretário Ricardo Ohtake na missa de aniversário da cidade, lá no Pátio do Colégio, na Igreja São José de Anchieta, e expliquei a eles.

Eles, então, não mais levaram adiante aquela proposta. E uma advogada muito amiga delas, que trabalhava na Cooperativa Agrícola de Cotia há 12 anos, psicóloga e advogada, a Vieira, resolveu escrever o estatuto da cooperativa.

E a Mônica Dallari, dez anos depois - em 2010 para 2011 -, escreveu uma verdadeira biografia daqueles. Como todas as famílias já haviam melhorado tanto de vida, quando veio o prefeito João Dória e anunciou que iria fazer concessões no parque, a Antônia me disse: “O que será que vai acontecer?”.

Mas eu levei o livro da Mônica e um dia fomos visitar o parque, o próprio prefeito me convidou para conversar com as vendedoras e vendedores ambulantes. Aí ele disse: “Olhe, eu vou assegurar que vocês continuem trabalhando aqui com a cooperativa, só vou tentar melhorar para vocês as condições”. E depois disso se renova até hoje com a prefeitura presente.

Ainda há cerca de dois meses tivemos uma reunião aqui com a representante da prefeitura e da cooperativa e, então, era uma história de estímulo às formas cooperativas de produção.

Então, agradeço muito à Antônia pela sua presença aqui.

De Maria do Carmo Guido, conselheira do Conselho Municipal da Pessoa Idosa; a querida Tita, Francisca Dantas Mendes, professora da USP que também organiza a Cooperativa de Materiais Recicláveis para fazer tecidos, vestidos e roupas, que tem uma determinação tão forte.

Janaína Xavier, que está ali - Janaína, eu não tinha te visto ainda -, que é uma liderança comunitária na região conhecida como “Cracolândia”, desde que eu sou vereador e começaram as ações de expulsar pessoas ali das ruas da Luz e tudo.

Janaína me telefonava e me procurava para que eu pudesse ajudar no diálogo lá com a Guarda Civil Metropolitana, com a Polícia Militar, com a Polícia Civil, e ela tem um papel muito importante lá, inclusive também com os moradores em situação de rua.

Laércio Ribeiro, presidente do Diretório Municipal do PT, que está aí ao lado do deputado Jorge; a Laura Capriglione, uma jornalista formidável, é um exemplo. Ela está aqui? Não, saiu já.

A Laura Capriglione que, muitas vezes, testemunhou ações muito significativas, assim como a Marlene Bergamo, que às vezes estavam presentes no momento em que ouvi o relato de moças que haviam sido objetos de abusos, quando ouve o deslocamento do bairro Pinheirinho, lá em São José dos Campos.

Também cumprimento o Bruno Zambelli; e quero muito agradecer às palavras tão gentis do Donato, do Paulo Fiorilo, do Reis, do Rômulo Fernandes, da Paula da Bancada Feminista, do Jorge Wilson, Simão Pedro, Dr. Jorge, Leci Brandão, Beth Sahão, Marina Helou.

Eu poderia comentar cada um dos episódios, mas eu trouxe aqui para vocês... boa parte dos oradores que aqui falaram, mencionaram uma longa jornada para que eu possa viver para assistir à implantação da renda básica, tal como prevê a Lei nº 10.835, de 2004. Permitam-me dizer que em dezembro de 2002...

Eu, que havia já apresentado o primeiro projeto de garantia de renda mínima, em abril de 1991, de cujos debates resultaram os programas “Bolsa-Escola”, “Bolsa-Alimentação”, “Auxílio Gás”, “Cartão Alimentação”. Daí veio o “Bolsa Família”, que unificou aqueles quatro e teve um fator muito forte de diminuição da pobreza extrema, da desigualdade.

Mas eu, ao estudar as formas de transferência de renda, fiquei persuadido de que melhor ainda do que um programa com condicionalidades seria a renda básica universal e incondicional para toda e qualquer pessoa, não importa a sua origem, raça, sexo, idade e condição civil, mesmo socioeconômica.

Era abril de 2002 quando foi designado o relator, o senador Francelino Pereira, ex-presidente da Arena e do PFL, ex-governador de Minas Gerais, que me diz: “Eduardo, estou com 81 anos, não vou ser mais candidato, mas quero estudar seriamente a sua proposta”.

Eu dei a ele o meu livro “Renda de Cidadania: A Saída é Pela Porta”, agora na oitava edição - tinha acabado de ser lançado. Ele leu e disse: “Eduardo, é uma boa ideia, mas você precisa torná-la compatível com a lei de responsabilidade fiscal, pela qual para cada despesa precisa ter a receita correspondente.

Que tal você aceitar um parágrafo que diga que será instituído por etapas, a critério do Poder Executivo, começando pelos mais necessitados? Como, portanto, fazia e faz o Bolsa-Família”.

Eu achei de bom senso, aceitei e, graças àquele parágrafo, o senado e depois a câmara aprovaram, praticamente por todos os partidos, sem objeção.

Em 08 de janeiro de 2004, foi sancionado pelo presidente Lula, só que faz 19 anos e na forma de se tornar universal e incondicional ainda não aconteceu.

Então, certo dia eu estava fazendo uma palestra com o professor Paul Singer na Secretaria da Recita Federal, para mais de 600 servidores federais, muitos professores das escolas da cidade de São Paulo e estudantes, e o Paul Singer falou das oito às dez.

Daí ele disse sobre a história da economia solidária no mundo e no Brasil. Depois ele disse: “Olhe, agora vocês vão ouvir o professor Eduardo Matarazzo Suplicy, senador, sobre a renda básica”.

Quando o presidente Lula sancionou a lei, eu pensei que ele iria formar um grupo de trabalho e eu gostaria de participar desse grupo de trabalho. Eu pensei comigo mesmo: “Vou sugerir”. Era 2013, com a presidente Dilma.

Vocês sabem que os 81 senadores assinaram a carta sugerindo, e a presidente Dilma, por algumas razões difíceis, só pôde me receber para conversar quando ela já estava no Palácio Alvorada, aguardando a decisão que eu teria votado contrariamente se estivesse ainda no senado. Mas ela foi retirada do Governo.

E, então, a proposta do grupo de trabalho, para mim, ainda está na cabeça.

Se vocês me permitem, a Mônica disse que eu estava ontem escrevendo uma carta e já era tarde, 11 e meia, e ela falou: “Está na hora de você dormir, precisa dar uma descansada”. Mas eu continuei a escrever e eu vou pedir licença, presidente André, para ler esta carta, porque tem muito a ver com tudo o que disseram ao meu respeito, está bem?

A carta é dirigida aos excelentíssimos senhores, ao presidente Luís Inácio Lula da Silva, ao vice-presidente Geraldo Alckmin, ao Fernando Haddad, à ministra Simone Tebet, Wellington Dias, Alexandre Padilha, Marina Silva e Silvio Almeida:

“Conforme a minha mensagem de 25 de setembro passado, venho reiterar meus cumprimentos pela promulgação da Lei nº 14.601, de 2023, que foi publicada em 19 de julho, o último, que extingue o Auxílio Brasil e reinstitui o Bolsa Família, afirmando que este constitui a etapa do processo gradual e progressivo da implementação da universalização da renda básica de cidadania, na forma estabelecida no parágrafo único do Art. 6° da Constituição e no § 1° do Art. 1° da Lei nº 10.835, de 08 de janeiro de 2004.

Dessa maneira, o governo obedece à decisão do Supremo Tribunal Federal, de 26 de abril de 2021, de que ele precisa cumprir a referida lei, conforme o Supremo decidiu a respeito do mandado de injunção que a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul fez em nome de Alexandre da Silva Português, um morador de rua de Porto Alegre, epiléptico, 51 anos, que vinha recebendo 89 reais. Mas, então, fez bem o governo Lula e seus ministros em publicarem essa medida.

Venho agora propor a V. Exas. a formação de um grupo de trabalho composto pelos economistas, filósofos, sociólogos, assistentes sociais, cientistas sociais, políticos e humanistas que mais contribuíram para os debates sobre as mais diversas formas de garantia de renda, com vista a erradicação da fome e da pobreza, a promoção de maior igualdade e a realização da justiça social em nosso País e em outros países do mundo ao longo das últimas décadas. Trata-se apenas de uma sugestão.

Obviamente, poderão convidar a todas essas pessoas que, conforme conversei com muitas delas, estão inteiramente dispostas a colaborar com este propósito, para que o governo brasileiro venha a ser o primeiro país do mundo a instituir para valer a renda básica universal como um direito inalienável de todos participarmos da riqueza da nossa Nação.

Podem notar que nessa relação estão os nomes daqueles que, pioneiramente, propuseram a garantia de renda mínima, como Edmar Lisboa Bacha, Roberto Mangabeira Unger, em “Participação, salário e voto: um projeto de democracia para o Brasil”, de 1978.

Alguns dos principais defensores da garantia de renda ao longo da história, como Josué de Castro, Celso Furtado, Antonio Maria da Silveira, Ana Maria Medeiros da Fonseca e Paul Singer não estão na lista porque já faleceram, mas seu legado se encontra presente no conhecimento dessas pessoas que compõem a lista de nomes aqui apresentados.

Por sinal, foi o professor Paul Singer que, em 2013, sugeriu esse grupo de trabalho, mencionando que tinha expectativas de participar do mesmo. Obviamente, poderão adicionar outros nomes que tem também se destacado no debate sobre o tema.

Eis a lista de nomes por ordem alfabética e as respectivas instituições as quais pertencem. Vocês conhecem muitos desses nomes aqui citados, vou falar rapidamente:

Aldaíza Sposati; Aloizio Mercadante; Ana Lúcia Lobato; Anderson Lopes Miranda; André Janones; André Lara Resende; André Mountian; André Gama; Antonio Corrêa de Lacerda; Bárbara Cobo; Bernard Appy; Bruna Cristina Neves Carnelossi; Camila Jara; Carolina (Inaudível.) Justus; Celia Lessa Kerstenetzky.

Ciro Gomes, que me visitou há duas semanas aqui na Assembleia Legislativa e disse que, sim, ele está disposto a colaborar. Eu o lembrei de que era a proposta que ele havia apresentado quando candidato a presidente. Então, está inteiramente disposto a colaborar.

Clóvis Roberto Zimmermann; Darcy Costa; Diego Zeidan; (Inaudível.); Edmar Lisboa Bacha; Eduardo Braga; Eduardo Matarazzo Suplicy; Eurália Barbosa; Fabiano Horta; Fábio Domingues Waltenberg; Fernando José Gomes Freitas; Frei Betto; George Endrigo; Geyze Diniz, coordenadora do Pacto Contra a Fome.

Guilherme de Melo; Gustavo Zortea; Jessica Maldonado de Medeiros; João Henrique Campos, hoje prefeito de Recife, que foi proponente da frente parlamentar em defesa da renda básica.

 João Joaquim de Melo, que é do Banco Palmas; João Saboia. (Inaudível.) Perdão. Jorge Abrão; José Márcio Camargo; José Ricardo Bezerra Nogueira; José Wellington dos Santos; José Pereira da Silva; Leandro Teodoro Ferreira.

Júlio Lancellotti, o Padre Júlio; Ladislau Dowbor; Lena Lavinas; Leonardo Boff; Letícia Bartholo; Luciana Costa; Luiz Carlos Bresser-Pereira; Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo; Luiz Guilherme Schymura de Oliveira; Luiza Erundina; Mani Tebet; Márcia Helena Carvalho Lopes; Margareth Alves Dallaruvera; Maria Elzanira Silva; Maria Gabriela dos Santos Silva; Márcio Pochmann; Marcelo Neri; Marilena Chaui.

Nelson Marconi; (Inaudível.); Paola Loureira Carvalho; Paul (Inaudível.); Paulo de Tarso Hebling Meira; Paulo Jannuzzi; Paulo Paim; Pedro Grossi; Pedro Herculano Ferreira de Souza; Pérsio Arida; Randolfe Rodrigues; Raquel Costa; Renata Mirandola Bichir; Ricardo Henriques; Ricardo Paes de Barros.

Roberta Mendes; Roberto Mangabeira Unger; Robson Mendonça; Rodrigo Orair; Rogério Carvalho; Rosane Bezerra de Siqueira; Samir Cury; Sergei Suarez Dillon Soares; Sérgio Luiz de Morais Pinto.

Sidarta Ribeiro; (Inaudível.) Balakrishna; Shirley Samico; Tábata Amaral; Tatiana Roque; Tereza Campello; Thiago Rocha dos Santos; Vicente Faleiros; Vinícius Amaral; Walquíria Leão Rego; Washington Quaquá.

E inclusive, também, estudiosos da Basic Income Earth Network, a Rede Mundial da Renda Básica, que acompanha a evolução da renda básica no Brasil e na Terra, que terão toda a boa vontade de colaborar com o governo brasileiro, como Klaus Zoff; Guy Stanley; Karl Widerquist; Peter Knight; Philippe Van Parijs, a maior autoridade sobre esse tema; Sarah (Inaudível.) e Yannick Vanderborght.

Acredito que essa lista de nomes e a proporção do grupo de trabalho podem ser objetos de reflexão da próxima reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentabilidade.

Coloquei-me à disposição do ministro Alexandre Padilha para, perante o conselho que ele coordena, fazer uma palestra sobre a renda básica universal, para debatermos sobre de que forma a renda básica universal vai de encontro com a ações propostas pelo conselho.

Vale ressaltar um exemplo prático e pioneiro no mundo, de um dividendo pago a todos os seus habitantes, residentes no Alasca há um ano ou mais. Desde o início dos anos 1980 - e eu estive lá nos anos 1990 para examinar -, 25% dos royalties decorrentes da exploração do petróleo são investidos no fundo permanente do Alasca, em títulos de renda fixa a ações de empresas do Alasca, dos Estados Unidos e internacionais, inclusive de 200 empresas brasileira e empreendimentos imobiliários.

E o fundo passou de um bilhão de dólares no início dos anos 1980 para, hoje, em torno de 80 bilhões de dólares. Cada residente no Alasca, há um ano ou mais, passou a receber um dividendo anual que variou desde cerca de 300 dólares, no início dos anos 1980, para 3.284 dólares no ano passado.

O Alasca passou do mais desigual dos 50 estados norte-americanos para hoje ser um dos dois estados mais igualitários, e constitui suicídio político para qualquer liderança propor o fim desse sistema no Alasca.

De 1980 a 2022, a renda per capita do Alasca evoluiu de 15.507 dólares para 68.635 dólares, enquanto a dos Estados Unidos evoluiu de 10.180 para 65.423. A dos Estados Unidos, do país todo, foi um pouco mais rápida, mas ambos hoje têm um alto padrão de vida.

Outro exemplo importante com resultados positivos é o de Macau, que desde 2008 passou a pagar um “Wealth Partaking Scheme” a cada um dos seus cerca de 700 mil habitantes permanentes, decorrentes de 6% dos recursos arrecadados por seus cassinos, hotéis e restaurantes.

A esses exemplos, somam-se muitos outros que, em todos os continentes do mundo, estão sendo realizados.

Inclusive, em Maricá, que através de uma política local da renda básica de cidadania aos moldes do que propõe a Lei nº 10.835, anunciou recentemente que 50% dos seus cidadãos, a partir de 2023 no mês que vem, passarão a receber 200 mumbucas - que é a moeda social de lá -, que é igual a 200 reais. O programa alcançará 93 mil beneficiários, tornando-se um dos mais importantes exemplos de renda básica no mundo.

Além da incondicionalidade da política dar passos decisivos em direção da universalidade, Maricá é um exemplo de erradicação da pobreza, redução das desigualdades, combinação dos mecanismos da economia solidária com as moedas sociais, o que tem despertado o interesse de estudiosos do mundo todo pela iniciativa.

Na manhã de hoje, 16 de outubro de 2023, encontrei-me em São Paulo com Muhammad Yunus...”. Foi por isso, Reis, que eu não pude estar aqui às 14 horas, eu estava vindo do Colégio Santa Cruz querendo falar, mas...

 

O SR. REIS - PT - (Inaudível.)

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Ah, muito obrigado. Queria cumprimentar o deputado Guilherme também, que chegou e é um dos que está sempre aqui, junto com o Reis e o Carlos Giannazi.

Pois bem... “Então, eu me encontrei com Muhammad Yunus, do Prêmio Nobel da Paz em 2008, porque criou o Grameen Bank, o Banco do Vilarejo, e o seu livro “Um Banqueiro dos Pobres” é um best-seller traduzido para dezenas de idiomas.

Em sua fala, além de relembrar visitas ao Brasil, ele para mim, pessoalmente, disse que aprova e defende, sim, a renda básica. E ele está ao lado de outros importantes aliados com o Prêmio Nobel de Economia e da Paz que defendem a renda básica, como Desmond Tutu, Robert Solow, Amartya Sen, Vernon Smith, Daniel McFadden, o próprio Muhammad Yunus, Peter Diamond, Christopher Pissarides, Angus Deaton, Abiy Ahmed Ali e Esther Duflo.

Onze prêmios Nobel da Paz e da Economia que defendem. Quando nós tivermos a renda básica universal...”.

Mas como? Para todo mundo que está aqui? Para os moradores em situação de rua? Para os mais bem-sucedidos empresários brasileiros? Sim, para mim próprio também, só que aqueles que tem mais vão colaborar para que nós próprios e todos os demais venham a receber.

Com isso, eliminamos toda e qualquer burocracia envolvida em ter que saber o quanto cada um ganha no mercado formal, na carteira de trabalho assinada ou em qualquer atividade que façamos. Se uma mãe toma conta das crianças da vizinha, não precisa declarar.

Eliminamos qualquer sentimento de vergonha ou de estigma de precisar dizer o quanto ganha. E é do ponto de vista da dignidade, da liberdade do ser humano, como nos explica Amartya Sen em “Desenvolvimento Como Liberdade”, que “desenvolvimento, se for para valer, deve significar maior grau de liberdade para todos, e que nós temos a maior vantagem”.

Então, eu quero... Eu já lhe dei o meu livro “Renda de Cidadania: A Saída é Pela Porta”, mas hoje eu vou dar o “Renda Básica: Uma Proposta Radical Para Uma Sociedade Livre e Uma Economia Sã”, esse aqui é (Inaudível.).

“Na contracapa do livro de Philippe Van Parijs, “Renda Básica: Uma Proposta Radical Para Uma Sociedade Livre e Uma Economia Sã”, eis o que diz o grande Prêmio Nobel de Economia, que é: “Amartya Sen - Esse livro é uma leitura essencial para qualquer pessoa que se interesse pelos problemas da privação e da falta de liberdade, até mesmo nos países mais ricos do mundo”.

E quero concluir com quatro afirmativas de pessoas muito importantes. O primeiro, Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte: “O mundo está passando por grandes transformações com a chegada das inteligências artificiais, dos robôs, que podem vir a facilitar a concentração do capital. E o que vamos fazer nessa transição?

Se quisermos investir em saúde mental, não tenho dúvidas de que precisamos, em primeiro lugar, instituir uma renda básica universal bacana, que dê conta de garantir o bem-estar das pessoas e de manter a economia funcionando”.

Palavras de Sidarta Ribeiro. Agora, de uma pessoa que eu tenho a certeza de que todos vocês da Mesa consideram muito, ainda mais para quem no início da nossa cerimônia falou que era muito importante que pudéssemos aqui estar falando de paz, e paz entre os seres humanos - em nosso País, lá na Palestina, em Israel, na Rússia e na Ucrânia:

“Reconhecer o valor do trabalho não remunerado para a sociedade é vital para repensarmos o mundo pós-pandemia. Por isso, acredito que seja a hora de explorar conceitos como o da renda básica universal. A renda básica universal poderia redefinir as relações do mercado laboral, garantindo às pessoas a dignidade de rejeitar condições de trabalho que as aprisionam na pobreza.

Daria aos indivíduos a segurança básica de que precisam, eliminando o estigma do seguro-desemprego, e facilitaria a mudança de um trabalho para outro, como cada vez mais os imperativos tecnológicos do mundo trabalhista exigem.

Políticas como essa também podem ajudar pessoas a combinar o tempo dedicado ao trabalho remunerado, com tempo para a comunidade”.

Quem disse isso, Barros Munhoz, em “Vamos Sonhar Juntos”? O Papa Francisco, o caminho para um futuro melhor. Você gosta do Papa Francisco, não é?

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - (Inaudível.)

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Então...

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Não só como católico. Gosto muito do Papa Francisco.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - E o presidente André do Prado acho que também gosta muito dele, não é?

Agora, de Josué de Castro, em um pronunciamento que ele fez em 1956, como deputado na Câmara dos Deputados: “Eu defendo o direito de todos receberem o mínimo para sua sobrevivência, como um direito de ser brasileiro”.

E finalmente a mensagem que aquele que muitos consideram - eu próprio - o maior economista brasileiro, Celso Furtado, em 08 de janeiro de 2004, encaminhou ao presidente Lula, e que foi líder na cerimônia:

“Nesse momento em que V. Exa. sanciona a Lei da Renda Básica de Cidadania, quero expressar em minha convicção de que, com essa medida, nosso País coloca-se na vanguarda...”. Que coisa.

“Daqueles que lutam pela construção de uma sociedade mais solidária. Com frequência, o Brasil foi referido como um dos últimos países a abolirem o trabalho escravo.

Agora com esse ato, que é fruto decisivo e da ampla visão social do senador Eduardo Suplicy, o Brasil será referido como o primeiro que institui o sistema de solidariedade tão abrangente e ademais aprovado pelos representantes do seu povo”. Celso Furtado, em 8 de janeiro de 2004.

Pois bem, querido Barros Munhoz, presidente André do Prado... deputada Marina Helou, Paulo Fiorilo, Chiquinho Maturro e presidente André do Prado, eu acredito firmemente que muitas das tragédias que estamos presenciando diariamente ali na Ucrânia, na Rússia, em Israel, na Palestina, poderiam ser muito minimizadas se nós já tivéssemos - até no âmbito dos continentes - a renda básica universal. Tenho a convicção.

Por exemplo, certo dia o presidente Trump pediu ao Congresso Nacional dos Estados Unidos 50 bilhões de dólares para construir o muro em relação ao México. Eu escrevi um artigo, na Folha de São Paulo, dizendo que seria bom se ele sugerisse que todos os países das três Américas formassem um fundo, como o fundo permanente do Alasca, para criar uma renda básica universal desde o Canadá até a Argentina.

No dia em que houver uma renda básica universal em todas as três Américas, acho que não haverá mais necessidade de quaisquer muros que separem as nossas fronteiras.

Então, é por essa razão, presidente André, que eu queria dizer ao caro secretário Gilberto Kassab que, se o governador Tarcísio de Freitas quiser considerar a cooperação dos três níveis de governo - federal, estadual e municipal - e dar os primeiros passos em direção à renda básica em São Paulo, na cidade de São Paulo e no Brasil...

Por exemplo, se o Lula e os seus ministros compuserem esse grupo de trabalho, poderíamos estar dialogando a respeito dessa possibilidade do nível de financiamento até nos três níveis, um cooperando com o outro. Aí sabe onde nós vamos chegar, presidente André do Prado? A Mônica está fazendo sinal para eu não fazer o que eu... ela sabe o que eu me propus a fazer.

Que, para concluir, então, poderíamos todos cantar “Blowin’ In The Wind”. (Palmas.)

Mas eu só vou ousar a tomar a iniciativa se o presidente André achar que...

 

O SR. ANDRÉ DO PRADO - PL - Com certeza, autorizado.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Autorizado. Então, um pouquinho de água. Podem me acompanhar.

 

* * *

 

- É entoada música em língua estrangeira.

 

* * *

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Agora todo mundo junto outra vez. (Palmas.)

 

* * *

 

- É entoada música em língua estrangeira.

 

* * *

 

TODOS - Suplicy. Suplicy. Suplicy...

 

O SR. ANDRÉ DO PRADO - PL - Como dizia Barros Munhoz, Suplicy, você é único, viu?

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Bravo. Agradecemos as palavras do homenageado.

Retorna ao seu lugar à Mesa para darmos continuidade aos atos desta sessão solene. Antes de encerrarmos... (Vozes sobrepostas.)

 

O SR. ANDRÉ DO PRADO - PL - (Inaudível.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Pois não, presidente?

 

O SR. ANDRÉ DO PRADO - PL - Pois não.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Antes de encerrarmos esta solenidade, retoma a palavra o presidente, o deputado André do Prado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Depois de todas estas homenagens feitas para o nosso senador, gostaria também de pedir que adentrasse a este recinto alguns familiares e amigos, nossos convidados, para darmos sequência a esta sessão tão importante nesta Casa no dia de hoje.

Por favor, nossos convidados. (Pausa.)

A esposa do nosso deputado Barros Munhoz, Ana Carmen; os filhos Eduardo, Luís Henrique e Larissa; (Palmas.) os netos Sofia, Clara, Luísa, Alice, Francisco e Cecília; José Augusto e irmãos; Carla, a nora; seus amigos de Itapira, nosso interior, todos presentes. E por que tudo isso está acontecendo, pessoal?

Em consonância com vários deputados desta Casa, e aproveitando a presença de vários parlamentares amigos do nosso querido Barros Munhoz, aproveitamos o ensejo para prestar homenagem a esse grande líder também, com quem temos a honra de contar com a sua experiência e trabalho nesta Casa de Leis.

Eu, em 2010, fui eleito pela primeira vez como deputado da Assembleia Legislativa de São Paulo, e na ocasião quem ocupava a Presidência está aqui ao meu lado, com a posição que com muita honra eu ocupo hoje. Meu amigo Barros Munhoz. (Palmas.)

Desde então, tive o privilégio de contar com a amizade, a parceria, com as suas orientações que contribuíram para o meu mandato parlamentar, e agora como presidente desta Casa.

Não poderíamos deixar de fazer esse importante reconhecimento à V. Exa. que foi prefeito da sua querida Itapira; subprefeito de Santo Amaro, Capital; secretário de Agricultura do nosso estado e ministro da Agricultura do governo de Itamar Franco.

Presidente da Assembleia por dois biênios, atualmente em seu sétimo mandato como parlamentar. Deputado municipalista, que emprega suas forças e sua dedicação em contribuir com o progresso da nossa região e do nosso estado.

Sempre buscando os investimentos do governo para atender às demandas da população e daqueles que mais precisam. Frutos do seu trabalho e dedicação são as obras realizadas, que já transformaram a vida de milhares de pessoas nos mais diversos municípios onde V. Exa. atua.

Por isso, não poderei deixar de aproveitar esta oportunidade, senador Eduardo Suplicy, para também fazermos a outorga de Colar de Honra ao Mérito à V. Exa. como uma justa homenagem desta Casa, a este amigo decano desta Casa de Leis, Barros Munhoz, que é uma homenagem de todos os deputados da Assembleia Legislativa a esses dois ícones aqui nesta noite, Eduardo Matarazzo Suplicy e deputado Barros Munhoz. (Palmas.)

Olhem que coisa linda, isso vai ficar nos Anais desta Casa.

Por isso, Barros Munhoz e Eduardo Suplicy, muito obrigado por vocês existirem. Muito obrigado por vocês fazerem parte deste estado e deste País.

Muito obrigado pelo legado que vocês me deixarão e continuam lutando todos os dias nesta Casa. Por isso, esta Casa está em pé, rendendo homenagens a vocês dois.

Por isso, agora, mestre de cerimônias, vamos dar sequência, vamos ouvir um pouquinho da história do Barros Munhoz também nesse vídeo. Peço para que coloquem esse vídeo agora e prometo que o Barros Munhoz vai cantar só duas músicas no final. 

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Vamos ao vídeo, por favor.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Obrigado. Pessoal, eu estou extremamente surpreso e feliz. Eu não merecia isso, mais da metade de Itapira está aqui, grande parte da região está aqui, de algumas cidades de longe também estão aqui, vários companheiros e amigos. (Palmas.)

Eu fico surpreso, mas extremamente feliz.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Calma, seu discurso não está na hora ainda.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Não? Pelo amor de Deus.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - DJ?

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - (Inaudível.) Daqui a pouquinho, viu, “Totonho”?

Nós tivemos ainda há pouco um dos filhos do nosso Eduardo falando aqui, do querido Suplicy. Você não vai fugir dessa emoção também, não.

Quero chamar aqui o Luís Henrique para falar em nome de toda a família. Por favor, Luís Henrique Secchi Munhoz. (Palmas.) Se vocês quiserem... Bom já estão ali... Se quiserem se acomodar, por favor.

 

O SR. LUÍS HENRIQUE MUNHOZ - Boa noite a todas e a todos. Peço licença, como é um momento muito emotivo, de me fazer auxiliar aqui de algumas notas que fiz. Excelentíssimo presidente André do Prado, em nome de quem saúdo todas as deputadas e os deputados aqui presentes.

Excelentíssimo deputado Eduardo Matarazzo Suplicy, deputado e nosso sempre senador, a quem parabenizo pela justíssima homenagem. Seus familiares, companheiros e amigos aqui presentes.

Excelentíssimos Srs. Prefeitos e vereadores aqui presentes. Excelentíssimo secretário Kassab, demais autoridades, funcionárias e funcionários da Casa, familiares e amigos, tanta gente querida. Um agradecimento especial a quem veio de longe para esta homenagem.

Excelentíssimo deputado Barros Munhoz, querido pai. Estou aqui hoje com imensa honra representado a família, meus irmãos Eduardo e Larissa, sua esposa Ana Carmen, suas netas e netos Sofia, Clara, Luísa, Alice, Francisco e Cecília. Suas noras Carla e Isadora, seu genro Fábio.

Seus irmãos, José Roberto e José Augusto, que estão aqui, seus sobrinhos. E tenho certeza de que lá em cima, tão orgulhosos como nós estamos de você, o vô Caetano, a vó Vilma e os seus irmãos, a tia Marilena, a tia Cecília e o tio Caetaninho.

Também em nome do Sandro, que consideramos da família. O Sandro trabalha com meu pai há mais de 40 anos. Começou como guardinha, que era uma espécie à época de um menor aprendiz. Não é fácil trabalhar com Barros Munhoz. Então, agradeço muito ao Sandro e, através dele, a todos que ajudaram e ajudam o trabalho do meu pai até hoje.

Também estar aqui nesta Casa, neste plenário, neste microfone e nesta tribuna é uma grande responsabilidade, já que é onde você, pai, proferiu tantos e tão eloquentes e brilhantes pronunciamentos nos últimos mais de 30 anos, desde 86, ano de seu primeiro mandato como deputado estadual - ou seja, há 37 anos.

Procurarei ser breve e certamente não serei tão eloquente. Em primeiro lugar, gostaria de agradecer muito e sinceramente ao presidente André do Prado pela homenagem, pela surpresa, e a todos os deputados desta Casa. Muito, muito obrigado.

É muito simbólico e emocionante que seja concedida esta honraria no mesmo dia que ao senador deputado Suplicy, afinal, são duas vidas inteiramente dedicadas à vida pública, colocando-as, cada qual... (Palmas.)

Colocando-as, cada qual a sua maneira sempre em primeiro lugar a causa pública à frente de suas vidas e interesses particulares. Histórias de políticos que sempre buscaram, através da vida pública, a boa política e, de forma inabalável, melhorar a vida das pessoas.

Através de trajetórias feitas com tanto afinco, com tanto trabalho e com tanta dedicação. Assim, uma ocasião muito especial para esta homenagem, o que nos deixa ainda mais sensibilizados, e tenho certeza de que o meu pai, também pela surpresa, está também muito sensibilizado e muito contente.

Como o André disse sobre o Suplicy, não é fácil como filho falar do pai, parece que estamos advogando em causa própria. Mas há momentos que pedem que a gente abra uma exceção.

Meu pai tem uma vida dedicada à política desde 1976, há quase 50 anos. Aqui já foi dito, passando muito brevemente, foi prefeito de Itapira, nossa cidade, por três vezes, foi subprefeito na Capital, secretário de Estado, ministro de Estado. Mas foi aqui nesta Casa onde mais esteve e dedicou-se.

São sete mandatos. Foram tantos trabalhos em missões, como líder de Partido; como líder de Governo - de mais de um governo; como presidente da Casa por duas vezes; e também, não poderia deixar de recordar, como presidente da Comissão de Sistematização, que formulou a Constituição do Estado de São Paulo.

Sempre atuante e muito combativo, mas também sempre buscando encontrar as melhores soluções para fazer avançar as causas nas quais sempre acreditou, sempre pensando no bem-estar e na vida das pessoas. Também sempre buscando valorizar os funcionários da Casa, respeitando e dialogando com seus colegas de todos os partidos.

E sempre lutando, de forma incansável, para buscar ajudar a população das cidades que representa, os cidadãos que o elegeram. Teve muitas oportunidades em convocações para ir à Brasília para candidatar-se ao Congresso Nacional, mas sempre escolheu ficar nesta Casa e aqui lutar para as causas dos paulistas.

Por isso novamente agradecemos muito à homenagem. Em meio a tantas homenagens que meu pai já recebeu - como dito aqui, tem por exemplo título de cidadão de mais de 70 cidades -, essa, sem dúvida, o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, é das mais significantes, se não a mais significante, muito especial.

Então, muito obrigado novamente.

Sabem bem os senhores que não é fácil ser um político sério no Brasil. Infelizmente, nas últimas décadas houve uma deterioração importante da atividade política no nosso País.

Assim também não é nada fácil ser filho ou familiar próximo de um político. Por isso quero aproveitar este dia e esta tão bonita homenagem para te dizer, pai, em nome de toda a família.

Primeiro, parabéns. Valeu sim e vale sim a pena dedicar-se à atividade política, à política com P maiúsculo, como você gosta sempre de dizer: a nobre arte de servir a gente.

Mas também preciso te dizer, também em nome de toda a família: muito, muito obrigado, pai. Obrigado por sua trajetória elevada com tanta, tanta dignidade, o que não é fácil, nunca foi fácil, como sabemos.

Sempre você foi e sempre será exemplo para todos nós. Exemplo não só de dignidade, de trabalho, de caráter, de dedicação e de luta. Aliás, como você também sempre gosta de dizer citando o nosso Hino Nacional: “verás que um filho teu não foge à luta”. Você nunca fugiu, e assim nos ensinou a todos a enfrentar as lutas e as batalhas da vida, sempre com muita paixão, coragem e trabalho.

Filhos de pessoas públicas são muitas vezes parados na rua, abordados de alguma forma em algumas situações incômodas, e quero contar, com muito orgulho, de, como filho de Barros Munhoz, fui e sou abordado muitas vezes. Em 100% das vezes, com elogios, com histórias de reconhecimento.

Foram muitas e muitas situações, pessoas das mais diferentes. Gente simples, colegas e ex-colegas políticos, funcionários e autoridades públicas. Pessoas da iniciativa privada, de entidades de classe, de empresa, trabalhadores. Enfim, pessoas das mais diversas atuações. Mas sempre com uma mensagem de reconhecimento pela seriedade do trabalho e contando alguma história, alguma passagem marcante com o meu pai.

Com isso, você nos enche de orgulho e alegria, pai. Mesmo com sete dias da semana de tanta dedicação e trabalho, meu pai sempre foi muito presente. Mais do que um pai, um verdadeiro amigo. Continua assim como um avô querido e também presente. Ser filho de político não é fácil, muito menos de um orador como Barros Munhoz.

Então, finalizando minhas palavras, quero agradecer de coração mais uma vez, presidente André do Prado e todos os deputados que proporcionaram esta homenagem ao meu pai.

E pai, parabéns mais uma vez.

Obrigado, Barros Munhoz.

Também utilizando de uma frase que você sempre disse: quem produz, merece respeito. Você trabalhou, trabalha e merece. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Filho de eloquente, eloquente também o é. Parabéns aí ao Luís Henrique. E, devido ao adiantado da hora, nós teremos aqui agora mais dois deputados aqui falando e homenageando o amigo Barros Munhoz.

Quero chamar inicialmente o deputado Vinicius Camarinha e, em seguida, será a deputada Maria Lúcia Amary.

Por favor, deputado Vinicius Camarinha.

 

O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Bom, gente, eu vou ser superbreve, mas eu não poderia deixar de registrar algumas palavras nesta noite.

Presidente André do Prado, Kassab, Marina Helou, Paulo Fiorilo, nosso querido Florisvaldo. Senador Suplicy, parabéns pela homenagem, senador. Hoje nós estamos homenageando dois gigantes.

Quando o deputado André do Prado me deu a ideia, e eu, como líder da federação PSDB/Cidadania, falei: “Presidente André, é justo”, porque tão importante quanto o homenageado Suplicy é também quem o homenageia, que é o deputado Barros Munhoz. São dois gigantes da política. Dois gigantes que têm uma bibliografia maravilhosa, que serve de inspiração para nós, jovens.

E eu quero dizer aqui, Luís Henrique, que eu falei com o Eduardo, seu irmão, na sexta-feira. A gente precisava fazer uma surpresa, e era difícil, porque estaria o povo aqui do Suplicy e precisaria entrar o povo do Barros, e que ninguém soubesse, porque a gente queria criar uma situação, Kassab, de surpresa.

E o Suplicy, tão querido, com uma fala maravilhosa... E eu agradeço, Suplicy, que você não foi tão extenso, porque deu tempo da gente... Porque a gente já estava pensando em fazer outro dia, e aí você resumiu e deu certo de a gente encaixar esta homenagem no dia de hoje.

Deputado Barros, queria dizer o seguinte, meu amigo: você é um dos melhores que eu tenho aqui nesta Casa. E nós te amamos, nós te amamos. (Palmas.)

Você é tudo isso: ministro, presidente da Casa, líder do Governo, mas a sua maior característica é a de um ser humano maravilhoso, leal, honesto, honrado, amigo, parceiro de todas as horas.

E vou dizer a vocês aqui, não tem um dia sequer que eu não falo três vezes, quatro dias por semana, com o deputado Barros Munhoz. E a nossa bancada, quando temos algumas reuniões, a gente pergunta: “Barros, e agora, o que nós vamos fazer?”. E o Barros, com aquele entusiasmo, com aquela energia dele, procura sempre nos dar uma alternativa, uma solução, a melhor possível.

O quanto é bom, Barros, poder conviver contigo aqui. O quanto é bom aprender contigo aqui. Falo isso em nome da nossa bancada, deputada Maria Lúcia, que está aqui, tantos colegas que me pediram para eu transmitir essa mensagem para você, e eu não vou me alongar, porque eu teria tanta coisa legal para falar de você aqui.

E eu quero encerrar dizendo o seguinte, uma frase tua que...

Primeiro, uma que é conhecida, que é o comandante Barros Munhoz. O Barros costuma chamar todo mundo de comandante. Eu acho que isso é uma sacada fantástica, porque você não erra o nome de ninguém. “Comandante, comandante, comandante”, é uma boa, então ele - não é, Kassab? Então, nosso comandante.

E uma frase que é peculiar dele, gente, que eu queria dividir com vocês, é o seguinte - para encerrar, para não me alongar mais, porque não dá para tanta coisa aqui: “sustenta o fogo, que a vitória é nossa”, comandante Barros Munhoz.

Um grande abraço. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Agradecemos ao deputado Vinicius Camarinha por suas palavras.

E chamamos a deputada Maria Lúcia Amary, por favor, deputada.

 

A SRA. MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Boa noite a todos. Com certeza, vou ser breve em uma noite tão especial.

Quero cumprimentar a Mesa na pessoa do deputado André do Prado. André, você está dando um tom diferenciado, um tom democrático da Assembleia promovendo eventos como hoje. Terminando com o senador cantando “Blowin' In The Wind”, foi uma noite memorável.

Então, eu quero dizer para vocês, primeiro, com relação ao senador - eu chamo de senador - Suplicy. A sua figura é emblemática, é inspiradora. É um homem que lutou pela democracia, pela liberdade de imprensa, pela justiça social, pela redução das diferenças sociais.

Você merece uma homenagem, o que eu acho importante que está sendo feito hoje: homenagem a vocês no exercício do mandato de vocês, dividindo com a família, com os amigos, com os seus eleitores, com as pessoas que acreditam em você.

Quero cumprimentar aqui também o secretário Kassab, a Marina, o André, o Paulo Fiorilo, o Dr. Florisvaldo.

Mas enfim, eu quero falar um pouco do Barros. O Barros é uma pessoa que se precisar de alguém para conciliar, chama o Barros; se precisar de alguém para discutir e defender as nossas prerrogativas, chama o Barros. Então, pela sua lealdade, pela sua competência, pela sua forma democrática, pelos cargos que exerceu com maestria, em todos deixou uma marca.

Eu acho que nós, políticos, quando saímos de nossos mandatos e deixamos uma marca positiva, nós estamos construindo a história. Vocês dois, senador Suplicy e Barros Munhoz, estão dando exemplo de inspiração política no País.

Difícil a gente dar um aval, testemunhar em nome de alguém, e nós vamos dizer isso hoje e sempre, porque o nome de vocês é a garantia de respeito, de democracia e de políticos sérios e éticos.

Mas hoje, Barros, eu quero dizer para você: seu melhor papel hoje, para mim, é ser meu amigo e meu conselheiro.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado, deputada Maria Lúcia Amary.

Neste momento, as autoridades se dirigem aqui à frente da Mesa para que possamos proceder a outorga de Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao deputado Barros Munhoz.

Todos que estão conosco à Mesa já descendo aqui, por favor. O homenageado, o Kassab, a Marina, o presidente André, o deputado Eduardo Suplicy, todos aqui se dirigindo à Mesa. Nosso líder do PT aqui também, o deputado.

Vamos todos agora para a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao deputado Barros Munhoz. Depois retornam à Mesa e aí teremos o seu discurso. (Palmas.)

O presidente André do Prado, junto às demais autoridades, procede neste momento a outorga de Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo da nossa Assembleia ao deputado Barros Munhoz.

 

* * *

 

- É feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Parabéns aos nossos agraciados, Eduardo Matarazzo Suplicy e Barros Munhoz.

Todos os parlamentares estão convidados a virem aqui à frente para fazermos uma foto aqui. Vamos caprichar, que esta vai para a capa. Como o “Totonho” já recebeu o título de cidadão em mais de 70 municípios, então agradecer a todos os seus conterrâneos aqui.

Os prefeitos, nós temos aqui: o Álvaro, lá de Pedra Bela; o Amarildo, de Vargem Grande do Sul; Gil Helou, de Águas de Lindoia; o Padoca, de Divinolândia; e o Ramon, de Tapiratiba.

Obrigado aos prefeitos, a todos os amigos aqui, familiares. Capricha na foto aí, porque agora todos vão retornar aqui à Mesa para a gente ouvir o discurso de mais um homenageado, o deputado Barros Munhoz. Agora ele vai falar.

Parabéns a todos, obrigado. (Palmas.)

Com a palavra o homenageado Barros Munhoz. As autoridades retornem aqui aos seus assentos à Mesa Diretora, por favor, para que o nosso sempre presidente Barros Munhoz possa fazer uso da palavra.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Pessoal, eu sinceramente entendo que não há mais o que falar. Foi indiscutivelmente a maior homenagem que eu recebi na minha vida. Eu estranhei, não sabia de nada, nada, nada, foi um segredo total, um segredo realmente total. Mas um bom segredo e uma boa vivência.

São 48 anos de vida pública, como já se disse, muitas emoções vividas ao longo desse tempo todo, mas nenhuma como esta, como o meu filho Luís Henrique disse.

Então eu me sinto gratificado. Valeu a pena a caminhada e vai continuar valendo, porque, repito, a política é a mais sórdida das profissões, mas é a mais nobre das artes. E principalmente esta homenagem, meu querido amigo Paulo Fiorilo, junto com a homenagem que prestamos a Eduardo Matarazzo Suplicy.

Então obrigado, André do Prado. O André é um amigo de longa data. Está sendo um presidente fantástico. O Parlamento de São Paulo está se levantando e se afirmando a cada dia de passa.

Muito obrigado, Gilberto Kassab, você que é o maior articulador político deste País. Muito obrigado pela sua honrosa presença.

Muito obrigado a todos os colegas deputados.

Hoje o que vivemos aqui, Jorge do Carmo, foi uma experiência fantástica, fantástica. É uma união de todos os parlamentares, que se digladiam. O André contou aí, Gilberto, dez partidos, 30 deputados aqui presentes, 30 deputados aqui presentes. (Palmas.) É um momento histórico.

Eu vou contar um causo também. Todo mundo contou um causo, também vou contar. Eu lancei, em Itapira, um candidato a deputado estadual, João Batista Breda, médico psiquiatria, que aqui já se referiu, muito amigo do Suplicy.

O Suplicy foi como um irmão para ele. Isso foi em 1978, na eleição para deputado estadual. Eles eram candidatos pelo MDB. Eu não sei o que aconteceu, não faço ideia. Eu vi o Lula toda hora nos embates trabalhistas, liderando os trabalhadores, sobretudo os do ABC. E alguma coisa me disse: “Convida o ‘Breda’ e vai visitar o Lula lá em Santo André”. E eu fui.

 O Lula me perguntou quando eu cheguei: “Mas o que você veio fazer aqui? Você é dirigente de alguma empresa? Tem algum sindicato que você represente?”. Eu falei: “Não, eu sou prefeito de Itapira. É terra de louco, mas nenhum que mora lá, nenhum itapirense”.

E conversamos, nos entendemos, ele gostou muito do “Breda”, que era extremamente simpático, e o Lula acabou se tornando a figura que se tornou e que é desnecessário que se mencione.

Estou dizendo isso, Suplicy, para dizer que ele lá no céu, hoje, está extremamente feliz por ver a sua caminhada, o seu exemplo e por ver um aprendiz seu, como eu me considero, trilhar o mesmo caminho que você trilhou.

E quando vejo aqui a minha família, os meus filhos, minhas netas, minha esposa e vocês todos, amigos de várias cidades da região, eu me animo a prosseguir na luta. Essa luta não tem fim.

Nós temos que acreditar sempre a cada dia na perspectiva e na possibilidade realizada por Eduardo Matarazzo Suplicy de fazermos do nosso País um País mais justo e do nosso mundo, um mundo menos beligerante, mais fraterno, mais humano e mais feliz.

Muito obrigado, queridos amigos.

Muito obrigado, Eduardo Matarazzo Suplicy.

Muito obrigado, André do Prado.

De coração, vamos em frente e realmente o nosso presidente vai dar um toque final que eu quase o atropelo e menciono.

Deus nos pague e até a vitória final com a renda básica. Acertei, a Renda Básica Universal.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes de dar por esgotado a sessão, nós homenageamos aqui hoje dois reis da nossa política. E eu quero consultar o plenário agora - esta sessão solene tem mais de 30 deputados aqui presentes -, consultar V. Exas., todas as bancadas presentes, que na próxima sessão homenagearemos duas rainhas: Maria Lúcia Amary e Leci Brandão.

Serão nossas duas próximas homenageadas nesta Casa. (Palmas.)

Quero agradecer muito a bancada do Partido dos Trabalhadores, que foi também quem teve a iniciativa. Apesar do PT não ter proposto a homenagem ao Suplicy, o PT fez a propositura com as demais bancadas, de homenagear o Barros Munhoz, que está homenageando Eduardo Suplicy.

Parabéns a todos.

E aqui foi dito que queriam dar mais 100 anos para o Suplicy, mas o Suplicy, assim como o Barros, chegam a mais de 100 anos, porque eles são imortais já.

Esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço às autoridades, à minha equipe...

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Eu esqueci uma coisa que eu posso falar em um minuto, se me permitirem.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O senhor tem toda a palavra, Eduardo Matarazzo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Eu quero muito agradecer à minha equipe, que é formidável: Ana Paula Souza Leal, Larissa Baptista D’Alkmin, Marina Coutinho, Sérgio Cavalcanti dos Santos, Noélia Presley Dias de Souza.

Ana Rafaela Flores Santos Pinto, Luisa Piazzi, Marilia Gabriela Santos Silva, Leandro Teodoro Ferreira, Amanda Gabriela Jesus Amparo, Ciara Pitima de Area Leão, Lucas Porto Martins.

Joana Agata Mobarah, Valeria Amadio Beneton, Sandra Cristina Batalha, Rafael Soares Noronha Mendonça, Cassia Neves Yebra, Júlia Carvalho Ferreira Barbosa Lima, Joyce Aparecida da Silva, José Damião da Silva e seu companheiro Sérgio também.

Muitíssimo obrigado pela dedicação ao meu trabalho. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É isso aí, Eduardo Suplicy. Que ninguém faz nada sozinho. Sem nossa equipe, a gente não realizada nada.

Esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço às autoridades, à minha equipe, aos funcionários do serviço de som, taquigrafia, fotografia, serviço de atas, Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Alesp, todos os assessores, Polícia Militar, Polícia Civil, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.

Obrigado, Senhor, por esta noite.

Está encerrada a presente sessão. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 38 minutos.

 

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