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DE MAIO DE 2024
21ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO
Secretaria: CARLOS CEZAR e BRUNO ZAMBELLI
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 19h21min. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o PLC 23/24.
2 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum. Coloca em discussão o PL 301/24.
4 - REIS
Discute o PL 301/24.
5 - CARLOS GIANNAZI
Discute o PL 301/24.
6 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Encerra a discussão do PL 301/24. Coloca em votação o requerimento de método de votação ao PL 301/24.
7 - CAPITÃO TELHADA
Para comunicação, faz pronunciamento.
8 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Cumprimenta o deputado Conte Lopes em razão de seu aniversário.
9 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Encaminha a votação do requerimento de método de votação ao PL 301/24, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
10 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Encaminha a votação do requerimento de método de votação ao PL 301/24, em nome da Federação PSOL REDE.
11 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de método de votação ao PL 301/24. Coloca em votação e declara aprovado o PL 301/24, salvo substitutivo e emendas, restando prejudicado o substitutivo. Coloca em votação, englobadamente, e declara rejeitadas as emendas ao PL 301/24.
12 - CARLOS GIANNAZI
Declara voto favorável às emendas nºs 1, 8 e 10, em nome da Federação PSOL REDE.
13 - PAULO FIORILO
Declara voto favorável às emendas de autoria da Federação PT/PCdoB/PV, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
14 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, faz pronunciamento.
15 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Responde aos requerimentos verbais feitos pelo deputado Paulo Fiorilo na 20ª Sessão Extraordinária, realizada em 14/05.
16 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
17 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Reitera o posicionamento da Presidência sobre os requerimentos verbais formulados pelo deputado Paulo Fiorilo. Encerra a sessão às 20h14min.
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-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
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* *
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Ordem
do Dia.
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-
Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e
votação do Projeto de lei Complementar nº 23, de 2024, de autoria do Sr.
Governador.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o projeto. As Sras. Deputadas
e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram.
(Pausa.) Aprovado.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado
Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, como
nós vamos entrar agora na discussão do salário mínimo, eu queria solicitar uma
verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Vamos entrar
agora no Item nº 2. É regimental. Então, Item nº 1 aprovado. Partiremos para o
Item nº 2. O deputado Paulo Fiorilo pede verificação de presença.
Solicito ao deputado Carlos Cezar, que
já está ao meu lado, líder do PL, e ao deputado Bruno Zambelli, que está aqui
em cima, para que façam a verificação de presença.
*
* *
- Verificação de presença.
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* *
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Constatado quórum regimental, passaremos então ao Item nº 2, que é a discussão
e votação do Projeto de lei nº 301, de 2024, de autoria do senhor governador.
Em discussão. Para discutir a favor, com a palavra, o deputado Reis.
O
SR. REIS - PT -
Senhores deputados, senhoras deputadas, antes de entrar no projeto que trata do
reajuste do salário mínimo regional... Como eu não tive tempo para falar aqui
sobre as escolas cívico-militares, eu vou tecer alguns comentários.
Primeiro, dizer
que não se trata de uma escola militar, de um colégio militar. Colégio
militar...Nós temos o colégio militar aqui em São Paulo, são dez colégios que
são mantidos pela Cruz Azul. Lá não tem nenhum monitor que seja militar, não
existem monitores lá..., conforme o que é o projeto do governador... Monitores
militares, não existem nessas escolas.
Também não
existem coordenadores militares. Os alunos chegam de manhã, hasteiam a
bandeira, eles cantam o Hino da Polícia Militar - “Sentido! Frente, ordinário
marcha!” -, cantam o Hino Nacional e cantam o Hino do Colégio Militar.
E à tarde tem o
arriamento da bandeira e novamente se canta o Hino da Polícia Militar, se canta
o Hino Nacional e o Hino do Colégio Militar. Mas não é esse modelo que o
governo Tarcísio está trazendo.
Aliás, esse
projeto já foi aprovado aqui pelo deputado Tenente Coimbra e foi declarado
inconstitucional, porque tinha um vício de iniciativa. Agora, o que eu vi no
projeto do senhor governador, é que na realidade ele está fazendo um afago para
sua base. O governador tem a Polícia Militar, ele gosta da Polícia Militar e
está fazendo um afago para os policiais militares.
Claro, os
policiais militares aposentados. Então, os policiais militares aposentados vão
se inscrever e poderão ganhar um dinheirinho. É um bico. O que ele está criando
aqui é um bico. Talvez os nossos deputados poderão ser coordenadores lá nessas
escolas cívico-militares, vão ganhar um dinheirinho. Olha lá, o deputado Conte
Lopes já fez um sinal de joia.
O deputado
Conte Lopes seria um coordenador numa escola cívico-militar e ganharia R$
8.538,00. Iria fazer um bico. Ele tem o salário dele de capitão. Foi aposentado
com 20 dias de salário e está reclamando que é baixo. Então, poderá ganhar esse
dinheirinho.
E para quem é
monitor, o salário seria cerca de R$ 5.692,00, ou seja, o policial se aposenta
e vai fazer um bico nessa escola cívico-militar. É isso que o governador está
propondo, porque continuam os professores dando aula, continua a coordenação
pedagógica na mão da Secretaria da Educação.
Só que ele não
aumenta o dinheiro na Educação. Além dele, tem uma PEC aqui que tira cerca de
dez bilhões da Educação. Ele ainda vai pagar esses monitores, esses coordenadores
com o dinheiro da Educação.
Pior que eles
vão ganhar um pouco mais do que os professores. Os professores continuam com
seu “miserite”. Chama “miserite”, que é uma mistura de miséria com holerite.
Não sei se V. Exa. conhece esse termo.
Eles continuam
lá com o seu “miserite”, com o seu vale-refeição - aqueles que têm acesso - de
12 reais. Está aí o Vitão do Cachorrão, que vende cachorro-quente, e lá em
Sorocaba não dá para comprar um cachorro-quente e tomar um suco. Essa é a
realidade desse projeto fantasioso que o governador mandou para cá,
estabelecendo um bico oficial. É um bico oficial para esses...
É claro que os
militares, aqueles que querem fazer esse biquinho, estão todos doidos, tanto é
que aqui na audiência pública, eles não tiraram a boca do microfone. Porque
eles estão atrás, deputado Giannazi, de ganhar esse biquinho.
Quero dizer
também que nós já tivemos algumas ações. Inclusive o Ministério Público Federal
entrou com uma ação por conta dos abusos que haviam nessas escolas cívico-militares e nos colégios militares. “MPF vai à Justiça
para garantir direitos fundamentais de alunos de escolas públicas militares e
cívico-militares. Estudantes têm direito à liberdade de expressão, à intimidade
e à vida privada, defende a ação. O Ministério Público Federal ajuizou ação
civil pública para proibir que colégios militares e cívico-militares imponham
padrões estéticos e de comportamento baseados na cultura militar”.
Então, há que se falar que não vai ter “ordem unida”,
que não vai ter lá “sim, senhor”, “não, senhor”, “ordinário, marche”. Aqui diz,
nessa ação, “que imponham padrões estéticos e de comportamento baseados na
cultura militar, sem qualquer relação ou potencialidade para a melhoria do
ensino, tais como cabelos, unhas, maquiagem, tatuagem, forma de se vestir.
Pede, ainda, que esses colégios se abstenham de punir
alunos em virtude da apresentação pessoal. A ação foi proposta perante a
Justiça Federal do Acre e tem efeitos nacionais. Vale para o Brasil inteiro.
“Para o MPF, a imposição de padrão estético uniforme
aos alunos quanto ao tipo de corte de cabelo...” - então, aquele cabelo máquina
zero não vai ter, porque já tem essa ação da Justiça Federal - “... roupas,
maquiagem e outros adereços tem impacto negativo, desproporcional em indivíduos
de grupos minoritários, e revela verdadeira discriminação, injustificável
diante do atual regime constitucional.
Os colégios militares determinam que cabelos volumosos
serão usados curtos ou presos, enquanto os cabelos curtos podem ser soltos, o
que representa, segundo o MPF, racismo institucional com as pessoas pretas e
pardas, com cabelos crespos e cacheados. A ação lembra que a valorização do
cabelo afro significa a expressão de luta e faz parte da redefinição da
identidade negra.
Da mesma forma, são proibidos comportamentos como
mexer-se excessivamente ou ler jornais contra a moral e bons costumes, o que é
incompatível com o Estado Democrático de Direito e a liberdade de expressão.
Para o procurador da República Lucas Costa Almeida
Dias, as restrições estéticas implantadas pelo modelo de militarização das
escolas seguem uma visão de mundo limitada da realidade, absolutamente
incompatível com a virada paradigmática produzida pela Constituição Federal,
especialmente sem nenhuma vantagem comprovada na experiência de aprendizado.
O procurador da República recorda, ainda, que a
deliberação do Executivo Federal, no dia 12 de julho deste ano, pela extinção
do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, não repercute na presente
ação pública, porque o objeto da providência judicial é mais amplo, já que
também abarca o regime das escolas públicas militares estaduais e federais, e
pretende suspender de imediato a continuidade da metodologia castrense nos
colégios, sobretudo a respeito das limitações à privacidade e à intimidade.
Segundo investigação do MPF, dados demonstram que
transferir a direção de escolas a militares sem experiência ou formação
pedagógica, sob o pretexto de implantar a disciplina, acaba por importar, para
o ambiente escolar, outras problemáticas da vivência militar”.
Esses são fatos enumerados na ação, por meio de dados
de violência ocorrida nas escolas militares, bem como de denúncias crescentes,
em comissões de Direitos Humanos, sobre abusos praticados no ambiente dessa
escola. Então, essa ação tramitou, ela foi julgada e ela produz resultados para
o País como um todo.
Agora sobre o salário regional, de 1.640 reais. Eu
entendo que a bancada do Partido dos Trabalhadores vai votar a favor. Porque se
trata de salário. Em que pese que não atende a todos, porque esse salário
mínimo regional, em que pese que o governador bate o bumbo e faz uma grande
propaganda, o número de pessoas alcançadas é muito pequeno.
Eu apresentei duas emendas a esse projeto. Claro que
aqui, em projeto do governador, ninguém aceita emendas. Projetos que os
deputados fazem são vetados. Imaginem que nesses dias vi o projeto do líder do
Governo... O líder nem está vindo aqui, porque ele está envergonhado.
O líder do Governo, o Jorge Wilson Xerife do
Consumidor, eu nem vejo mais ele aqui, nesta reunião, porque ele está
envergonhado. O governador vetou o projeto dele, que era para dar nome a uma
estação de trem, em Guarulhos, de Cecap para Mamonas Assassinas.
Ele propôs uma homenagem aos Mamonas Assassinas, que
eram da região de Guarulhos. E o governador, sem dó, o vetador geral do Estado
veta tudo. Eu não sei por que esta Casa não derruba veto do governador. O
presidente quer ser reeleito, mas ele deveria ser mais deputado do que Governo.
Tudo o que se produz aqui morre no Palácio dos
Bandeirantes. Até o projeto do deputado Delegado Olim, um projeto que eu vi, do
Camarinha, fiel escudeiro do governador, foi vetado. E a gente começa a
analisar as razões de veto. Ele disse que o Xerife não sabia legislar.
A hora que você começa a ler o que ele está
traduzindo, naquele “em que pese o nobre propósito”, ele começa a florear, mas
depois diz que não, “porque se trata de uma empresa de economia mista, que tem
uma diretoria.”
Mas ele é o chefe dessa empresa de economia mista.
Então, ele poderia ter falado para o líder: “Olha, eu gosto muito de você. Você
tem lutado muito para aprovar os meus projetos na Assembleia Legislativa. E eu
vou fazer um afago. Vou fazer um decreto, e vou dar o nome de Mamonas
Assassinas à estação de trem”.
Era o mínimo que ele poderia fazer para o seu líder.
Mas não, ele passou a caneta sem dó. Nem dialogou com o líder. E ainda, na sua
exposição de motivos, ficou claro que ele diz que o líder não sabia o que
estava fazendo. O líder nem vem mais aqui. Podem ver: cadê o Jorge Wilson
Xerife do Consumidor?
O vetador geral só pensa em veto, veto, veto, veto. Eu
até criei o Dia do Veto, que é o dia 28 de setembro. Porque ele vetou um
projeto de minha autoria, que estabelecia que o policial civil pudesse se
aposentar na classe em que estivesse. Porque hoje o policial civil é
despromovido. Em que pese que a Polícia Militar tem um posto imediato, ganha
uma promoção. Mas o policial civil, se não tiver cinco anos na classe, ele
volta para a classe anterior.
Então, ele é despromovido. É inconstitucional isso aí.
Todos que estão indo à Justiça estão ganhando. O governador poderia falar:
“Realmente é inconstitucional. Eu vou vetar o projeto, mas vou mandar uma
mensagem para corrigir isso, porque está errado”.
Como eu vou despromover uma pessoa que adquiriu o
direito, que ganhou o direito? Se ele foi promovido é porque havia o tempo
requerido. Ele passou para ser promovido por antiguidade, são 25 anos na classe.
Mas ele vetou.
Com base nisso, eu apresentei um projeto que cria o
Dia do Veto. Dia 28 de setembro é o Dia do Veto. Eu espero que ele não vete o
Dia do Veto. Eu espero que, quando esse projeto chegar lá, ele não seja vetado.
Então, eu
apresentei duas emendas e uma das emendas é para que nenhum servidor público
ganhe menos de 1.640 reais.
Pasmem,
senhores. Temos vários servidores públicos que ganham 690, 790 reais. Ganham
menos que um salário mínimo, aí o governo dá um bônus para complementar o salário
dele.
Só que nisso
tem um problema, porque os reflexos - sexta-parte, quinquênio - não são em cima
do salário cheio. Então, seria bom, seria digno que, pelo menos para aquele
servidor que ganha menos que um salário mínimo, nós atualizássemos o valor do
salário mínimo dele. É vergonhoso isso.
O governador
sabe, ele tem conhecimento, mas está dormindo em berço esplêndido. Ele diz que
é a favor da polícia, que é a favor disso e daquilo, mas ele não corrige essas
distorções. Os oficiais administrativos sofrem com isso.
Já vou
terminar, Sr. Presidente. Só para falar da última emenda que propus. É com
relação ao vale refeição. Eu propus que, pelo menos, fosse uma unidade fiscal.
Srs. Deputados, vamos acatar essa emenda. Trinta e cinco reais, pelo menos uma unidade
fiscal do estado. Doze reais é muito pouco, não se compra nada com doze reais.
Não se compra um cachorro-quente e não se toma um suco lá no Vitão do
Cachorrão.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para discutir
contra, com a palavra o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado André do Prado, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, telespectador da TV
Assembleia, quero aqui debater essa proposta encaminhada pelo governador Tarcísio
de Freitas elevando o salário mínimo regional, o salário mínimo estadual, que,
na verdade, só serve para os trabalhadores da iniciativa privada.
Ele não tem
repercussão para os servidores públicos, mas sempre que o governo encaminha um
projeto como esse à Assembleia Legislativa, eu me lembro de uma frase do Leonel
Brizola, em que ele dizia que “tem pessoas que organizam festas com o chope
alheio”.
É exatamente
isso que o governador Tarcísio está fazendo com esse projeto que eleva o
salário mínimo regional para apenas 1.640 reais, que é um valor muito baixo, muito
aquém do salário mínimo estipulado pelo Dieese, que está na casa dos 6.832
reais.
Então, está bem
distante, nem para chegar no meio-termo. Então, é uma proposta extremamente
tímida e irrelevante, porque o estado de São Paulo é o estado mais rico,
praticamente, da América Latina. Ele poderia aumentar esse valor, mas não quero
me deter nesse ponto.
Quero deixar
claro aqui que ele faz festa com o chope alheio, porque ele não deu até agora o
reajuste para os servidores estaduais. A data-base dos servidores venceu no dia
1° de março.
Já estamos
praticamente em meados de maio e até agora o governador descumpre a lei
estadual, que estabeleceu o mês de março, dia 1º de março, como a data do
reajuste dos nossos servidores. Eu me refiro aqui à Lei nº 12.391, de 2006,
inclusive aprovada aqui no plenário da Assembleia Legislativa.
Então, o governo
afronta a lei estadual e afronta também o Art. 37 da Constituição Federal, que
obriga os entes federativos - estados, municípios e a própria União - a reporem
as perdas inflacionárias anualmente.
Então, temos
aqui um crime de responsabilidade, um governo fora da lei, que é o governo Tarcísio
de Freitas, que descumpre a lei da data-base, a Lei nº 12.391, de 2006, e o
Art. 37 da nossa Constituição Federal.
Então, ele já
começa mal nesse sentido, só que não dando o reajuste ou a reposição das perdas
inflacionárias para os servidores públicos da Educação, da Segurança Pública,
da Saúde, das várias secretarias, ele também prejudica os aposentados e
pensionistas, porque quando há um reajuste para os servidores da ativa, esse
reajuste ou essa reposição das perdas inflacionárias é estendida, repassada
também para os aposentados e pensionistas.
Então o governo
Tarcísio é contra os aposentados e pensionistas porque ele não dá o reajuste
para os servidores da ativa. Ele prejudica o conjunto dos funcionários públicos
e todos os servidores e servidoras do estado de São Paulo. Lembrando que nós já
tivemos alguns reajustes.
O Tribunal de
Justiça de São Paulo já deu 4% de reajuste para os seus servidores, que não é
nada. É pouco, mas deu. A Assembleia Legislativa deu 6,59% de reajuste, de
reposição das perdas para os seus funcionários. O Tribunal de Contas do Estado
de São Paulo encaminhou um projeto para a Assembleia Legislativa dando
aproximadamente cinco por cento.
O MP também vai
oferecer algum reajuste e o governo Tarcísio nada. Então o Poder Judiciário já
deu o reajuste, que é pouco, é insignificante para os servidores do Judiciário,
que estão também com os seus salários arrochados e defasados, que lutam hoje
pelo nível superior para os escreventes técnicos.
O Tribunal de
Contas do Estado tem projeto de lei dando reajuste e a própria Assembleia, mas
o governador do estado de São Paulo deu 0,00% para os servidores e para os
aposentados e pensionistas. Isso de uma forma mais geral.
Na Educação a
situação piora, porque o governador não está dando reajuste do Piso Nacional do
Magistério, estabelecido pela Lei Federal nº 11.738, de 2008, lei aprovada no
Congresso Nacional em 2008, confirmada pelo Supremo Tribunal Federal, porque ela
foi questionada por alguns estados mas está lá. Ela é constitucional e o
governo estadual até agora...
Ele deveria ter
dado esse reajuste já em janeiro, porque o reajuste foi dado, a portaria do MEC
saiu em janeiro e até agora - estamos exatamente em meados de maio - esse
reajuste do Piso Nacional Salarial não foi dado.
E deixando
claro aqui que nós somos contra essa prática histórica, tanto do PSDB como do
governo Tarcísio, de quando reajusta o salário do piso reajusta através de
abono complementar. Isso é ilegal, é inconstitucional.
Nós defendemos que
o reajuste do Piso Nacional Salarial seja feito com repercussão em toda a
carreira porque o piso não pode ser o teto. Então só aqui nessa primeira
intervenção que eu estou fazendo nós estamos vendo o governo Tarcísio
desrespeitando, afrontando, violando duas leis: a lei do Piso Nacional Salarial
do Magistério - lei federal - e a própria lei estadual da data-base dos
servidores.
Mas ele apresentou
um projeto de lei e a Assembleia está votando aqui em caráter de urgência esse
projeto do piso para os servidores da iniciativa privada e pode, porque não tem
impacto em nível estadual para o estado de São Paulo, para os servidores públicos.
É de uma incoerência sem precedentes o que o governo está fazendo.
Então nós
queremos aqui da tribuna da Assembleia Legislativa denunciar essa farsa e
exigir que o governador cumpra a lei, dando reajuste para os policiais civis,
militares, para todos os profissionais da Educação, para os profissionais da Saúde
e de todas as secretarias, tanto a data-base, o reajuste, a reposição das
perdas inflacionárias, como o reajuste do Piso Nacional do Magistério como
determina a legislação.
Quero também
ainda aqui dizer que o governo tem que fazer o reajuste do vale-refeição. Uma
vergonha o Estado mais rico do Brasil, da América Latina, pagar um
vale-refeição de apenas 12 reais, com que não é possível nem se comprar mais
uma coxinha, porque ele tem esse apelido.
O apelido do
vale-refeição do estado de São Paulo é de apenas 12 reais, por isso que ele
ganhou o apelido de vale-coxinha. Doze reais. O Estado mais rico, que vai
aprovar um orçamento para o ano que vem de aproximadamente 350 bilhões de
reais. Então tem projeto de lei tramitando, tem propostas, mas o governo
insiste em manter os servidores nessa situação.
Quero ainda,
Sr. Presidente, aproveitar a oportunidade para cobrar do governador Tarcísio e
pedir para que os deputados, sobretudo os da base do governador Tarcísio, que
façam gestões, que peçam ao governador que faça o encaminhamento do projeto de
lei complementar que regulamenta a Polícia Penal, porque o governo está dando
um passa-moleque nos servidores do sistema prisional.
Em 2022,
aprovamos uma PEC, a PEC da Polícia Penal, regulamentando a PEC federal, que
tinha sido aprovada no Congresso Nacional em 2019. Aí São Paulo foi um dos
últimos estados a aprovar a PEC estadual. Até agora a lei não foi
regulamentada, é um absurdo isso. O governo prometeu em vários momentos
encaminhar o projeto de lei, e até agora o projeto não foi protocolado aqui na
Assembleia Legislativa.
Tem uma minuta
de projeto a que tive acesso e os servidores também, porque está tendo aí uma
discussão, é horrível o projeto. O projeto deixa de fora os motoristas que são
servidores do sistema prisional, deixa de fora os oficiais administrativos,
prejudica sobretudo os servidores que estão há mais tempo na carreira, mais
próximos da aposentadoria, porque o governo não está atendendo às
reivindicações e às sugestões das entidades representativas, dos sindicatos da
categoria, muito menos da própria categoria.
Fica aqui a
denúncia e o apelo para que o governador faça o encaminhamento desse projeto,
regulamentando a Polícia Penal, até porque se o governo não regulamenta, ele
nega o reajuste salarial, como ele fez no ano passado, dando um verdadeiro
golpe nesses servidores do sistema penal, porque ele falou que não iria dar o
mesmo reajuste que deu para os servidores da Segurança Pública porque não havia
ainda naquele momento a regulamentação da Polícia Penal.
Então ele deu
quase 20% de reajuste, talvez uma média de 20%, para os servidores da Polícia
Civil e da Polícia Militar, da Polícia Científica, e para os servidores do
sistema prisional, apenas seis por cento, alegando isso: “Olha, vocês não são
policiais penais ainda, a lei não foi regulamentada”.
Mas tem a PEC.
A PEC, na verdade, deveria ter sido considerada no reajuste, mas o governo não
encaminhou o projeto de lei para que nós possamos discuti-lo na Assembleia
Legislativa. Logicamente a gente vai apresentar emendas melhorando esse
projeto. Então, Sr. Presidente, por tudo isso é que nós, logicamente, não vamos
votar contra o projeto.
Nós não vamos
votar contra o projeto, mas temos que desmascarar o governo, que, repito,
voltando à minha frase inicial, citando Leonel Brizola: o governo Tarcísio está
fazendo aqui festa com o chope do vizinho, com o chope alheio, porque ele não
cumpre a Lei do Piso Nacional do Magistério, não cumpre a Lei n.º 11.738, de
2008, que trata da data-base do funcionalismo público estadual.
Com isso, ele
prejudica todos os servidores da ativa, de todas as áreas, e prejudica também,
repito, os aposentados e pensionistas, que estão sofrendo com a falta desse
reajuste salarial.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo
mais oradores inscritos, está encerrada a discussão.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Um
minutinho, deputado Paulo Fiorilo. Em votação. Há sobre a mesa o requerimento
de método de votação, de autoria do deputado Carlos Cezar. Em votação o
requerimento.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Para encaminhar, o
deputado Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. O deputado Luiz Claudio Marcolino fará
encaminhamento pela Federação PT/PCdoB/PV.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem o
deputado Capitão Telhada.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Brevemente,
enquanto o deputado Marcolino se dirige à tribuna, comunicar e parabenizar o
nosso decano, deputado Conte Lopes, por mais um ano de vida. É seu aniversário
nessa data e não poderia deixar de cumprimentá-lo em público.
São 77 anos de idade, mas é um jovem,
deputado.
Parabéns, Conte Lopes.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Parabéns,
deputado Conte. Uma salva de palmas para o nosso decano aqui, deputado Conte Lopes.
Que Deus o abençoe, muita saúde e paz na sua vida.
Com a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, vou falar um pouco sobre o salário mínimo regional.
O projeto ora
apresentado pelo governador, que a nossa bancada, o Partido dos Trabalhadores,
fez várias emendas, deputada Bebel, deputado Reis, apontei algumas. A deputada
Bebel também fez, inclusive, um voto diferenciado em relação ao item
apresentado, um substitutivo ao projeto do governador, que tem algumas questões
para a gente que é cara em um projeto de lei como esse, que nós estamos falando
de um salário mínimo regional do estado de São Paulo, Sr. Presidente, que não
vai atingir boa parte dos trabalhadores do estado de São Paulo. Não vai
contemplar servidores do Estado da Saúde e parte da Educação, e não contempla
também os trabalhadores com carteira de trabalho assinada.
Por que esse
projeto de lei acaba não atingindo trabalhadores com carteira de trabalho
assinada?
Todos os
trabalhadores que, porventura, tiverem uma convenção coletiva assinada, ou
tiverem um acordo de trabalho assinado e seja abaixo de 1.640, esses
trabalhadores deixam de receber o salário mínimo regional.
E a gente olha aqui
a quantidade, deputado Paulo Fiorilo, quais são os trabalhadores que ficarão
fora desse projeto. Aí está aqui: trabalhadores agropecuários e florestais,
pescadores, contínuos, mensageiro, trabalhador de serviços de limpeza e
conservação, trabalhador de serviços de manutenção de áreas verdes e logradores
públicos, auxiliar de serviços gerais de escritório, empregados não
especializados do comércio, da indústria e de serviços administrativos.
Boa parte
desses trabalhadores aqui, digitadores, telefonistas, operadores de
telemarketing, joalheiros, operadores de máquinas e serviço, motorista de
máquinas, operador de instalação em processamento químico, supervisor de
produção e manutenção.
Todos esses
trabalhadores aqui têm convenção coletiva, todos esses segmentos têm acordo
coletivo e não terão direito ao salário mínimo estadual de 1.640 reais apresentado
pelo governador.
Servidores da
Saúde, a maioria tem hoje um ordenado base em torno de 600 reais. Depois tem
ali um complemento que não chega a 1.640 reais, e depois o governo faz um abono
de chegada para chegar no valor de 1.640, projeto esse que também não foi
apresentado junto com o salário mínimo regional.
Então, na
prática, nós estamos discutindo aqui um salário mínimo regional que não vai ser
aplicado para a maioria dos trabalhadores do estado de São Paulo.
Então, vira uma
maquiagem, o governador apresentou um salário mínimo regional do estado de São
Paulo que é maior do que o salário mínimo estadual. Mas, na prática, na hora em
que a gente olha o acordo apresentado, nobre deputado Paulo Fiorilo, vai ser
para pouquíssimas pessoas. E o governo, como marketing, utiliza que está
garantindo um pagamento acima do salário mínimo do estado de São Paulo.
Então, tem aqui
alguns trabalhadores que acabam sendo beneficiados, tem, mas o telemarketing
hoje é um trabalhador de porta de entrada no mercado de trabalho e a maioria
vai receber um salário mínimo, porque tem um acordo coletivo, uma convenção
coletiva assinada e, na prática, os trabalhadores de telemarketing no estado de
São Paulo não vão ter praticado o acordo do salário mínimo regional, porque
aqui o que a lei fala? Se tiver uma convenção coletiva assinada, se tiver um
acordo assinado, esse trabalhador não tem o direito do salário mínimo regional.
Então, nós
estamos aplicando para os trabalhadores de telemarketing, hoje, no estado de
São Paulo, um salário mínimo menor do que seria praticado no estado de São
Paulo.
Um outro item
que nós apresentamos para fazer uma adequação a esse projeto de lei o governo
está abrindo mão de 65 bilhões do Orçamento do Estado em desoneração
tributária.
Então, eu
apresentei aqui uma emenda que, para essas empresas que estão tendo desoneração
tributária no estado de São Paulo, o mínimo, como contrapartida que essas
empresas deveriam fazer para o estado de São Paulo, é garantir o piso mínimo
regional para os seus trabalhadores, para as suas trabalhadoras.
Estou vendo
aqui alguns elementos importantes para a gente fazer um debate sobre o projeto
ora apresentado. Nós não aprofundamos projetos importantes como esse. Se nós
somos deputados estaduais, deputadas estaduais, o mínimo é olhar o conjunto do
trabalhador do estado de São Paulo e como é que uma lei pode ser melhor
aplicável. Então eu trouxe aqui esses elementos.
Um outro
cálculo também em relação ao salário mínimo regional: era para estar hoje em
torno de dois mil reais se seguisse a projeção e a progressão de quanto o salário
mínimo estadual no Estado foi aplicado. Então, mesmo tendo crescido nos dois
últimos anos pelo governador Tarcísio, ainda está abaixo de quando o salário
mínimo começou a ser praticado no estado de São Paulo e essa correção seria o
mínimo também que esta Casa de Leis poderia estar apresentando.
Nós não
votaremos contrário, nobre deputado Paulo Fiorilo, em relação a esse projeto,
mas o mínimo que a nossa Casa de Leis poderia fazer era aperfeiçoar e melhorar
o projeto ora apresentado pelo governador Tarcísio. E um aperfeiçoamento com
alguns pequenos itens poderia dar, inclusive, uma melhor notoriedade ao Governo
do Estado de São Paulo se de fato quisesse dialogar com esses trabalhadores.
Hoje muitos
deles estão na informalidade e muitos deles, que poderiam estar recebendo esse
1.640, vão continuar recebendo um salário mínimo como salário no estado de São
Paulo, porque é um salário mínimo colocado, que tem convenção coletiva, tem
acordo coletivo e esses trabalhadores vão ser prejudicados por causa desta Casa
de Leis, que está deixando passar dois itens, acordo coletivo e convenção
coletiva, menor salário mínimo, e vai ser garantido para esses trabalhadores
apenas um salário mínimo de salário mensal.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado
Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Quero indicar a
deputada Monica para encaminhar pela liderança do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Deputada Monica Seixas fará o encaminhamento pela
Federação PSOL Rede.
A SRA. MONICA SEIXAS
DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, agora sim uma matéria que poderia interessar à
maior parte dos quadros de trabalhadores da Educação.
Poderia,
porque é importante reforçar que o estado de São Paulo não adota o seu salário
mínimo como piso para os servidores públicos. Vou repetir, o estado de São
Paulo não adota o salário mínimo como piso para os servidores públicos. Deveria
ser motivo de vergonha servidores não ganharem isso como salário que a gente
vai votar hoje. Por mais que seja importante que alguém seja atendido, seria
bom se o Estado cumprisse as metas ou o próprio parâmetro.
Vou citar um
exemplo: de novo, os agentes de organização escolar, que são essas pessoas que,
inclusive, estão sumidas da escola, não por vontade dos profissionais, mas
porque o Estado não contrata e o que oferece é menos de um salário mínimo. Isso.
Quem cuida do
pátio, das crianças, quem deveria garantir a segurança dos estudantes, ganha
menos de um salário mínimo e está sumido das escolas. Seria muito importante se
a gente pudesse olhar para eles e falar, “olha, vocês vão ganhar R$ 1.640,00 e
não mais 1.100”, como é o que o Estado oferece.
Nessa categoria
também a gente tem as antigas faxineiras, que estão quase sumidas das escolas. Hoje
a grande maioria é terceirizada, a gente também tem as merendeiras, que também a
grande maioria é terceirizada, mas todas ganham menos que um salário mínimo
paulista.
Daí a discutir
a qualidade da Educação fica difícil, porque se não tem valorização e dignidade
para o servidor, a gente nunca vai conquistar a qualidade da Educação.
Esse é um
ponto. Ano após ano, a bancada do PSOL apresenta emendas para que o Estado
adote como piso o próprio salário mínimo. Eu acho vexatório para a gente que
isso continue a sair daqui sem que seja o piso que a gente ofereça para os
trabalhadores do Estado, ao menos. É vexatório que não saia daqui como o piso.
Outra questão
que eu acho vexatória também, e aí eu não tive a oportunidade de discutir, mas
eu vou ser muito rápida, presidente, é a escola cívico-militar. A gente
acompanhou com muita angústia. O processo da escola cívico-militar de São
Vicente, acompanhou com muita angústia. E a gente... Tem gente aqui com
acompanhou com muita celebração.
Teve deputado
que foi lá e colocou a faixa. Aqui vai ser a primeira escola cívico-militar da
Baixada Santista. Foi lá, ofereceu para os pais que os alunos teriam a
possibilidade de seguir a carreira militar.
Foi lá e ganhou
voto periférico e etc. Descumpriu a decisão da direção da escola que cumpriu
todos os ritos, comprovando que não queria a instalação do programa da escola
cívico-militar na escola e mesmo assim, de forma autoritária, foi lá e fez. São
Vicente tem uma escola cívico-militar.
Para o meu
alívio e para o meu desespero, anos depois, eu fui procurar no noticiário
escola cívico-militar de São Vicente. A escola cívico-militar de São Vicente
estampou os jornais da Baixada, no ano de 2020, por conta da violência na
escola.
Isso, a escola
estava pedindo reforço de policiamento na escola, porque apesar de ser uma
escola cívico-militar, alunos e professores estavam expostos à violência.
Procura aí escola cívico-militar, São Vicente: primeiro resultado do Google, a
escola pedindo socorro por questão de insegurança.
Então os
militares na escola não garantiram segurança. Cheque. Aí a gente foi então
perguntar para a direção da escola, para a comunidade escolar, como é que
funciona? E para o meu desespero e para meu alívio?
Para o meu
desespero, meu alívio, a comunidade escolar ora disse: “Mentira, para mim não
tem nada de diferente nessa escola e nada aconteceu lá. Meus filhos não vão
seguir a carreira militar dependendo daquela escola. Não tem doutrina, não tem
rigidez, não tem disciplina, não tem segurança, não tem nada”. E a outra parte
me disse entusiasmada: “Monica, são ótimos os militares na escola. Sabe o que
eles fizeram? Eles fazem uma zeladoria na escola, que antes o Estado me
oferecia.”
Eu fiquei
aliviada, mas pensei, poxa, é o zelador mais caro da folha de pagamento do Estado?
Poxa, é o zelador mais caro da folha de pagamento do Estado? Os alunos não
estão mais seguros, os professores continuam a ser vítima de violência na
escola cívico-militar - que foi fácil a publicidade eleitoral das pessoas que
foram lá prometer isso para a família - não tem um programa educacional
diferenciado.
E o estado de
São Paulo que quer cortar recurso da Educação, que demitiu 40 mil trabalhadores
da Educação, que não tem agente de organização escolar e os poucos que tem, não
vai pagar o piso, investe de seis a oito mil reais da Educação - porque o
policial desaposentado também continua ganhando a sua aposentadoria - para um
serviço vip de zeladoria da escola.
Eu sou
completamente a favor a fazer zeladoria na escola. Acho que infraestrutura é
importante, mas eu não acho que justifica 12 mil por mês, 13 mil, juntando
tudo, ou seis mil iniciais da Educação, que é o suplemento que o Governo do Estado
oferece para manter a zeladoria da escola.
São três
militares que a escola ganhou nesse exemplo que já existe, três. Eu não sei
exatamente quanto eles ganham, mas como o Estado está oferecendo a partir de seis,
vou considerar que é seis cada um. Numa escala que eles se levam quatro, cinco horas
por dia na escola e etc. Daria aí, cada um deles, três ou quatro, agentes de
organização escolar ou um professor de apoio para os estudantes com deficiência,
daria merenda...
Aliás, a mesma
escola cívico-militar está nos noticiários porque falta merenda. Me desculpa, o
projeto de lei não fala qual é a atribuição dos militares na escola, tampouco a
experiência que existe satisfez.
Quem quiser, eu
repito, se vier para mim falando que vai abrir escola técnica dos mais diversos
assuntos para os estudantes terem a possibilidade de escolher para onde vão,
qual é o seu futuro, a gente vai ser prontamente favorável.
Abre novas
unidades, amplia o Centro Paula Souza, contrata professores formados, cria
propostas pedagógicas diferenciadas, proporcionam famílias o poder de escolha,
mas pedir para gente investir tão caro, porque a partir de seis mil é muito
mais alto do que qualquer outro trabalhador da Educação ganha. Seria o mais bem
remunerado trabalhador da Educação na escola, sem nenhuma atribuição
especificada. Desculpa, se a gente tem dinheiro assim para distribuir, primeiro
precisa cuidar das necessidades dos estudantes.
Eu convido a
todos para a gente ir conhecer o projeto da escola cívico-militar e conversar
com essas famílias que quiseram - ou não - o projeto, o que elas ganharam, se
estão satisfeitas ou não. E convido também a procurar a história da escola no
Google; vai ver que os primeiros resultados são de violência na escola.
Obrigada,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o
requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis,
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento de método de
votação.
Em votação o projeto, salvo
substitutivo e emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de
acordo, queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado. Prejudicado
o substitutivo.
Em votação as emendas, com parecer
contrário. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários, queiram
conservar-se como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Quero registrar o
apoio da bancada do PSOL às emendas nº 01, nº 08 e nº 10.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado
o pedido de Vossa Excelência.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Para registrar votos
da bancada da Federação favoráveis às emendas apresentadas pelo PT e PCdoB.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado
o pedido de Vossa Excelência.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Apenas para cumprimentar o governador
Tarcísio por enviar esse projeto, pela celeridade desta Casa, por todos os
deputados que aprovaram o mínimo de 1.640 reais, 16% a mais do que o mínimo
nacional, e 27% de aumento.
E dizer que foi uma semana extremamente
produtiva, um dia produtivo hoje, na verdade. Porque nós tivemos audiências
públicas, encerramos a discussão de um projeto importantíssimo, que é o projeto
da escola cívico-militar.
É isso, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes de
encerrarmos a nossa sessão, gostaria de pronunciar aqui uma decisão que é de um
pedido, questão de ordem do deputado Paulo Fiorilo, só para reiterar aquilo que
já foi explicado pelo deputado Carlos Cezar, que eu estava acompanhando na
minha sala os argumentos da questão do Regimento e da questão da nossa lei
estadual.
“DECISÃO
Em
relação ao requerimento verbal apresentado na 20ª Sessão Extraordinária pelo
nobre Deputado Paulo Fiorilo, no qual questiona a inclusão do PLC 09, de 2024,
na Ordem do Dia, este Presidente RATIFICA INTEGRALMENTE os esclarecimentos
feitos pelo nobre Deputado Carlos Cezar, no exercício da Presidência, calcados
nas disposições do artigo 26 da Constituição do Estado e no artigo 150,
parágrafo 2º, do Regimento Interno.
Cabe
acrescentar, com o devido respeito ao nobre Deputado Paulo Fiorilo, que o
requerimento formulado está baseado em uma leitura equivocada de Despacho
proferido por esta Presidência no último dia 18 de março, ao apreciar o
Requerimento nº 384, de 2024.
A
“urgência constitucional”, devidamente solicitada pelo Sr. Governador a
projetos de sua autoria, não pode ser negada, desconstituída ou revertida, seja
no âmbito das Comissões, seja no âmbito do Plenário.
Nessas
instâncias, pode-se tecer críticas a essa solicitação, opinar contrariamente ao
projeto, votar contrariamente a ele, e foi nesse sentido que a Presidência
empregou o termo “julgamento” no Despacho relativo ao Requerimento nº 384/2024.
A
respeito do tema, a Presidência respondeu, em 6 de dezembro de 2023, questão de
ordem proposta pela nobre Deputada Ediane Maria, que encaminhará ao nobre
Deputado Paulo Fiorilo conjuntamente com cópia desta decisão.
ANDRÉ
DO PRADO – Presidente.”
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, então só para que
não paire dúvida: no despacho que o senhor encaminhou a este líder, há uma
interpretação equivocada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela parte de
Vossa Excelência.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sim, mas eu li o texto
que o senhor me passou. No texto que o senhor me passou, não é possível
interpretar de outro jeito senão o que está escrito.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por isso,
estamos passando essa decisão...
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Por isso, eu estou
perguntando se o equívoco da leitura é meu ou de quem produziu.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Quem produziu o
termo “julgamento”. E agora a gente está retificando aqui, justamente para
poder deixar muito claro.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Muito obrigado. Então
queria só deixar claro que o problema não está aqui em quem leu.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Nada mais
havendo a tratar, está encerrada a sessão.
*
* *
- Encerra-se a sessão às 20 horas e 14
minutos.
*
* *
- É inserida declaração de voto não
lidas em plenário.
* * *
Declaração de voto referente ao Projeto
de lei Complementar nº 23, de 2024.
São Paulo, 20 de maio de 2024
Sr. Presidente, declaro meu voto
contrário ao PLC 23/2024, pelas seguintes razões:
1. Sou contrário à licença
compensatória dada à procuradoria.
Acredito que não há justificativa
plausível para tal gasto. Os procuradores já têm uma remuneração altíssima quando
comparados às demais carreiras públicas.
Atenciosamente,
Guto Zacarias
Deputado
* * *