19 DE MAIO DE 2023

11ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO DIA DO TRABALHADOR DA SAÚDE

        

Presidência: RAFAEL SILVA

        

RESUMO

        

1 - RAFAEL SILVA

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - SIRLENE

Mestre de cerimônias, nomeia a Mesa e demais autoridades presentes.

        

3 - PRESIDENTE RAFAEL SILVA

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, para "Homenagem ao Dia do Trabalhador da Saúde", a pedido deste deputado. Tece considerações sobre a solenidade.

        

4 - SIRLENE

Mestre de cerimônias, convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

        

5 - PRESIDENTE RAFAEL SILVA

Defende a valorização dos trabalhadores da Saúde.

        

6 - AMAURI SÉRGIO MORTÁGUA

Presidente da União Geral dos Trabalhadores de São Paulo, faz pronunciamento.

        

7 - RICARDO PATAH

Presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores, faz pronunciamento.

        

8 - RICARDO SILVA

Deputado federal, faz pronunciamento.

        

9 - SIRLENE

Mestre de cerimônias, anuncia a entrega de homenagens.

        

10 - EDISON LAÉRCIO DE OLIVEIRA

Presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.

        

11 - SIRLENE

Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo.

        

12 - PRESIDENTE RAFAEL SILVA

Defende a valorização dos profissionais da Saúde. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Rafael Silva.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Senhoras e senhores, bom dia. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear os trabalhadores da Saúde do estado de São Paulo.

A valorização do trabalho do profissional da saúde é uma luta histórica da categoria no estado de São Paulo. Avanços trabalhistas foram somados ao longo desta história, que tem na liderança a Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, conhecida por Federação Paulista da Saúde, que representa, por meio dos sindicatos filiados, mais de 800 mil trabalhadores, somente dos setores privado e filantrópico.

Garantir uma data para que, todos os anos, os profissionais da Saúde fossem lembrados e homenageados, foi uma das ações da Federação Paulista da Saúde. Em janeiro de 2004, o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sancionou a Lei nº 11.665, proposta pelo nosso deputado Rafael Silva, institucionalizando o 12 de maio como Dia Estadual do Trabalhador da Saúde. Desde então, a Assembleia Legislativa de São Paulo realiza esta sessão solene, para enaltecer a atuação dos trabalhadores da Saúde.

Vale lembrar que são inúmeros os municípios paulistas que realizam sessões solenes nas quais são entregues certificados de Honra ao Mérito aos profissionais que mais se destacam em suas funções.

E esta sessão, de 2023, se reveste da mais alta importância, pois hoje, além de comemorarmos o Dia Estadual do Trabalhador da Saúde, reverenciamos todos os profissionais exaltando os nossos agradecimentos por todo o profissionalismo e dedicação.

Comunicamos aos presentes que esta Sessão Solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp no YouTube. Nós já temos a Mesa composta, e vou apresentar os seus componentes, a começar pelo nosso deputado estadual, Rafael Silva. (Palmas.)

Ao seu lado, temos o presidente da Federação Paulista da Saúde, Edison Laércio de Oliveira. (Palmas.) Honramos a presença do presidente da UGT Nacional, Ricardo Patah. (Palmas.) E, também, do presidente da UGT São Paulo - União Geral dos Trabalhadores -, Amauri Sérgio Mortágua. (Palmas.) Passo a palavra ao deputado Rafael Silva.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Declaro aberta a presente sessão, que foi convocada pelo presidente desta Casa, a pedido deste deputado, Rafael Silva. Sob a proteção de Deus, segundo o Regimento desta Casa, nós iniciamos os nossos trabalhos.

Queremos agradecer a presença dos deputados e deputadas, dos senhores e senhoras que aqui vieram. A presença dos senhores e das senhoras é, para esta Casa, uma homenagem.

O que nós estamos fazendo, comemorando, todo dia 12 de maio de cada ano, o Dia do Trabalhador da Saúde do Estado de São Paulo, é um reconhecimento do trabalho maravilhoso que os senhores e as senhoras prestam para as pessoas em um momento muito difícil. Muito difícil.

Agradeço a presença do Ricardo Patah, do Edison Laércio de Oliveira - grande amigo, de muito tempo -, do Amauri, da UGT Estadual, e do Ricardo Patah, da UGT Nacional. Representando, aqui, o general comandante do Exército, temos o coronel Guerra, que está presente.

Desculpem-me. Eu tenho uma desculpa, que eu não enxergo, então não tenho uma relação de autoridades. Quer dizer, isso, para mim, acabou ficando bom, porque, normalmente, a pessoa pode cometer um erro, não é? “Eu esqueci”, e aí eu falo: “Eu não te vi aí”. Então eu tenho essa desculpa.

Bom, gente, vocês sabem, a maioria sabe, que eu fiquei cego quando tinha 41 anos de idade, e minha esposa, Maria Clara, me acompanha e me orienta em tudo que eu tenho que fazer.

Falam que: “Ao lado do homem tem a esposa”. Não, ela está na minha frente, me orientando, guiando e dando ordens. Eu chego em uma calçada e ela fala: “Desce”. Se eu não obedecer, estou perdido. Então, gente, realmente, a família é muito importante.

Eu agradeço também aos nossos colaboradores, à Cássia, à Sueli Peduti, que estão aqui. Nós temos um grupo. Ninguém trabalha sozinho, ninguém realiza sozinho. Precisamos de um grupo que dê sustentação, para que a gente possa realizar um trabalho a contento.

O Edison, como amigo antigo, frequenta esta Casa. Aliás, tudo que se refere à cidadania tem a participação do Edison Laércio de Oliveira. E nós, lá no passado, resolvemos, por lei, criar o Dia Estadual do Trabalhador da Saúde.

Antes de mais nada, eu quero falar aos senhores todos, os componentes da Mesa, que, na política, nós temos alegrias, mas temos tristezas e frustações. Meu filho, Ricardo Silva, deputado Federal, que tanto lutou ao lado do Edison, do Ricardo Patah e do Amauri para que o trabalhador da Saúde fosse mais valorizado.

Infelizmente, nem tudo vai ser conseguido agora, mas a luta vai continuar. Demos um passo. Esse passo não trouxe satisfação para o pessoal da Saúde, não trouxe. Trouxe tristeza por uma exclusão.

Nosso País vive uma realidade muito grande de falta de justiça social. E, mais uma vez, nós estamos testemunhando este problema. Estamos abrindo essa Sessão Solene, e eu, com muita alegria... Vocês perceberam que eu estou com uma certa dificuldade para andar? Eu estou com problema no nervo ciático, hérnia de disco.

No ano passado, eu passei por duas cirurgias. Inclusive, na comemoração do Dia do Trabalhador da Saúde do ano passado, eu não pude estar presente. Eu tinha saído de uma cirurgia, e, infelizmente, a cirurgia não deu bom resultado.

Mas eu tenho uma outra marcada para daqui a 45 dias e dessa vez tudo está bem encaminhado. É uma alegria imensa, de verdade, eu poder estar presente aqui, nesta Sessão Solene. A Sirlene agora dá continuidade.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Obrigada, Deputado. (Palmas.) Sendo assim, convido todos para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, que será executado pelo coro masculino do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro 1º Sargento Francisco Ferreira.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Registramos e agradecemos a presença das seguintes autoridades: coronel PM Rodolfo Guerra, representando o Comando Militar do Sudeste, a quem agradecemos a todo o coro. Delegado Leandro Marafon, representando o delegado-geral do Estado de São Paulo.

Os vereadores Delegada Judite de Oliveira, de Mogi Guaçu, e o Faustão, de Itapira. O 1º Sargento Francisco Ferreira, maestro do coro masculino do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a quem renovamos os agradecimentos pela apresentação. (Palmas.) Merecido.

Agradecemos, também, a presença de Hélcio de Abreu Dallari Júnior, coordenador jurídico do deputado Tomé Abduch. E registramos, ainda, a presença de Luiz Vergara, diretor de Comunicação da Federação Paulista da Saúde.

Agora com a palavra, o presidente desta sessão solene, o deputado estadual Rafael Silva.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Gente, eu falei da minha alegria em estar aqui. Meu filho, Ricardo, está a caminho. Ele é deputado Federal e demonstrou toda a frustração, a tristeza dele com o desfecho dessa luta para valorizar os trabalhadores da Saúde do estado de São Paulo.

O Edison sabe disso; Ricardo Patah, Amauri, eles conhecem a nossa atuação e a atuação do meu filho. Eles entendem. A culpa não é nossa, mas nós sentimos como se fosse, porque aquela vitória bonita que se apresentava não aconteceu, como deveria ter acontecido.

Quando você tem pessoas que exercem a mesma função, com o mesmo carinho, essas pessoas não podem ser discriminadas. Tudo o que se consegue para uma tem que ser estendido para outra. Como? Isso é problema das autoridades, é problema dos governantes, não é problema do trabalhador.

O trabalhador desempenha a função dele, e, no caso aqui desempenha com muito carinho, com muita dedicação. E aí, de repente, essa discriminação. Essa diferença praticada, ela ofende, machuca, humilha. Então, nós temos que deixar registrado isso daí.

Hoje também estamos tendo um problema para o pessoal entrar aqui. Eu quero conversar com a direção da Assembleia, para que isso não aconteça mais. São trabalhadores, são cidadãos que querem vir a esta Casa para acompanharem uma sessão solene muito importante. De repente, temos essas dificuldades que estão acontecendo.

Também garanto que eu vou me posicionar para que isso não aconteça mais com os senhores e as senhoras, porque realmente não é justo. Não é justo, e vocês não merecem isso que está acontecendo. Silene, quem será o próximo orador? (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Pois não. O próximo orador é o presidente da UGT São Paulo, Amauri Sérgio Mortágua. Se quiser fazer uso aqui da tribuna, fique à vontade.

 

O SR. AMAURI SÉRGIO MORTÁGUA - Bom dia, Exmo. Sr. Deputado Rafael Silva, que preside esta sessão solene. Nosso companheiro, Edison Laércio de Oliveira, que é o presidente da Federação Paulista dos Trabalhadores da Saúde. Ricardo Patah, presidente da UGT Nacional.

Nós queremos, em nome da nossa companheira Edna Alves, que é vice-presidente da UGT São Paulo e presidente do Sinsaúde de Jaú, e também da companheira Sofia, que é presidente do Sinsaúde de Campinas, homenagear todas as trabalhadoras, todas as mulheres que aqui estão.

Essa é uma categoria - como a nossa, como é a minha, dos comerciários - com a presença feminina muito acentuada e com um percentual até maior que o de homens. Então, a homenagem que a gente faz aqui a todos vocês, trabalhadores e trabalhadoras da Saúde.

Eu fui, na minha cidade, vereador durante 26 anos. Inclusive, em alguns mandatos, tive a felicidade de compartilhar o mesmo partido com o deputado estadual Rafael Silva. Nós estamos recebendo agora a presença do deputado federal Ricardo Silva, que, como o deputado Rafael já havia anunciado, estava se dirigindo para cá e também dará uma mensagem com relação a essa votação da qual estava se falando aqui.

Para mim, é muito significativa essa homenagem, porque, como eu dizia, o Edison começou um trabalho de valorização na Federação Paulista e levou isso para a sociedade, para que a sociedade pudesse realmente valorizar os trabalhadores na Saúde.

Ele organizou isso pelo estado todo, e a gente teve a felicidade de, como vereadores da cidade de Tupã, no dia 6 de maio de 2002, aprovarmos uma lei, uma das primeiras do estado, que reconhecia e criava o Dia Municipal do Trabalhador da Saúde. Depois, muitos municípios assim fizeram também, e resultou na lei, em 2004, aqui da Assembleia Legislativa, que a implantou a nível do estado de São Paulo, e por isso estamos nesta sessão hoje e todos os anos.

Esse reconhecimento ficou ainda maior nesses últimos anos, com relação à pandemia, porque, muito mais que uma profissão, o que vocês fazem é cuidar de pessoas no momento em que elas mais estão debilitadas, mais estão necessitadas. E isso é mais do que uma profissão, mais do que um trabalho: é uma vocação. É, na verdade, um sacerdócio.

Então a satisfação nossa de poder estar aqui é enorme. Toda vez que somos convidados, nós vamos, justamente para falar com vocês e trazer esse reconhecimento, não só da comunidade, mas também das outras categorias. A gente, na UGT São Paulo, acompanha muito toda a capilaridade que os trabalhadores da Saúde têm no Estado de São Paulo.

Não vou me alongar muito, apenas vou dizer uma questão: hoje, fala-se muito na inteligência artificial. O Patah, inclusive, fala sempre sobre isso. Estamos desenvolvendo trabalhos nas centrais sindicais e nos sindicatos para que a gente possa recepcionar essa inteligência artificial de uma maneira que ela não prejudique os trabalhadores e os direitos dos trabalhadores.

Hoje, há uma postura diferente de quando se iniciou, lá atrás, a industrialização, na qual trabalhadores ingleses iam e quebravam as máquinas para que elas não prejudicassem os trabalhadores. Isso não é possível mais hoje.

Então, nós temos, realmente, que desenvolver técnicas e situações, como estamos vendo em vários países da Europa, que estão reduzindo a semana de trabalho para quatro dias, ou reduzindo a jornada, como já aconteceu no Chile e em vários outros lugares. Nós estamos atentos para que isso aconteça.

Mas eu queria dizer uma coisa específica para os trabalhadores da Saúde: a inteligência artificial provavelmente vai tomar muitos empregos, em todas as áreas. Aqui, ela pode fazer diagnóstico, ela pode fazer até cirurgias, ela pode conduzir, mas ela jamais vai substituir vocês, porque vocês têm a humanidade, vocês têm o carinho, vocês têm toda a atenção que nenhuma máquina vai substituir.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - A gente agradece a participação do Amauri, diretor da UGT do Estado de São Paulo. Agora, Sirlene?

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Agora nós vamos passar a palavra ao presidente da UGT Nacional, Ricardo Patah.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Ricardo Patah, que está sempre com a gente, para nosso orgulho e satisfação. (Palmas.)

 

O SR. RICARDO PATAH - Bom dia, meus amigos e amigas. Tem muita mulher aqui? Então, um viva às mulheres. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Viva.

 

O SR. RICARDO PATAH - Quero, em nome da Edna e da Sofia, cumprimentar o nosso deputado estadual muito querido, sempre sensível a todas as categorias, em especial aos trabalhadores da Saúde, meu amigo Rafael Silva, e o jovem Ricardo Silva, que chegou.

Tem um nome bonito, “Ricardo”. É um deputado federal muito atuante, e nós vamos precisar conversar muito agora sobre as estruturas que nós vamos desenvolver na área do trabalho.

Meu amigo Amauri, meu amigo Edison e todos os amigos e amigas que estão aqui. Quero cumprimentar também o Jeferson, jovem presidente do sindicato aqui da Saúde de São Paulo.

Quero dizer a todos e todas que nós fizemos o congresso da UGT Nacional na semana passada, e lá fizemos uma homenagem a todos os trabalhadores da Saúde. Fizemos um evento específico.

Todos os trabalhadores são importantes, não há dúvida, eu sou comerciário. Mas não há dúvida que os trabalhadores da Saúde, em todas as ações, demonstram a sua capacidade, a sua sensibilidade, a sua forma de dar carinho para as pessoas.

Eu gosto muito de filmes, gosto muito. Quando você vê filmes de guerra, por exemplo, a gente percebe vários deles - séries, inclusive -, está lá o pessoal da saúde colocando a sua vida em risco na guerra e salvando vidas também naquela oportunidade. E tivemos recentemente uma coisa que nunca ninguém imaginou. Nem os livros do Aldous Huxley, “Admirável Mundo Novo” ou “1984”, ninguém nunca imaginou a dimensão de uma pandemia mundial em nosso País.

E lá na pandemia o comércio funcionou, não há dúvida nenhuma. Mas não há, na realidade, estrutura que mais se colocou à disposição, colocou a vida, do que o pessoal da Saúde.

Então, nós temos aqui um reconhecimento. Essa data em que se homenageia, na realidade, deveria ser uma data de todos os santos dias homenagear aquelas pessoas que nos dão a vida, cuidam de nós, para que a gente possa ter o elemento mágico mais extraordinário, que é a nossa própria vida.

Então, eu vim aqui, em nome da UGT Nacional, prestar essa singela homenagem de reconhecimento. E esse reconhecimento não pode se limitar em palavras, não pode se limitar em algumas ações ou placas. Nós temos que traduzir isso, verdadeiramente, no reconhecimento do piso. Nós temos que ter o piso. E o piso não pode ficar limitado. (Palmas.)

Eu quero também aqui fazer um reconhecimento: tem o Ministro Márcio Macedo, o Ministro Marinho, o Alexandre Padilha, que com certeza trabalharam muito para que houvesse essa valorização. O Barroso, redundantemente, barrou. O Barroso barrou.

Mas nós vamos ter a capacidade e a sensibilidade de, unidos... Já estou sabendo que a Sofia já está chamando um povo para um grande evento, não é, Sofia? Vamos atrás da Sofia, vamos parar São Paulo e o Brasil. (Palmas.)

Porque não dá, realmente, para a gente simplesmente ficar somente agradecendo. Precisamos dar o devido valor àquelas pessoas que cuidam de nós. Então, podem contar com a UGT Estadual, com a UGT Nacional, com todas as centrais sindicais, e nós vamos, com certeza, conseguir aquilo que é mais valoroso para aquelas pessoas que cuidam de nós.

Vamos dar o valor em pecúnia, vamos dar o valor em piso, vamos dar o valor em benefícios, vamos transformar esta categoria estrategicamente fundamental naquela em que todos nós sonhamos. A saúde está na mão de vocês, então vamos valorizá-la.

Viva a saúde. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Obrigada, Patah.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Agradecemos as palavras do sempre companheiro, sempre junto ao nosso grupo, Ricardo Patah, dirigente Nacional da UGT. Sirlene.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Obrigada e desculpe, deputado. Eu gostaria, primeiramente, de agradecer a presença do deputado federal Ricardo Silva, e convidá-lo para fazer uso da palavra. (Palmas.)

 

O SR. RICARDO SILVA - Sr. Presidente desta sessão solene, deputado estadual Rafael Silva, com muito orgulho, meu pai. Meu amigo Edison Laércio de Oliveira, batalhador pelos trabalhadores da Saúde no Brasil. Um abraço ao Amauri, pela UGT São Paulo. Ao meu xará, Ricardo Patah, da nossa UGT Nacional. À Sirlene, em nome dela cumprimento todas as mulheres presentes nesta sessão.

Primeiro, é uma mensagem e um desabafo que eu faço às senhoras e aos senhores. Nós poderíamos estar aqui hoje apenas comemorando, Vergara. Mas nós temos que usar esta sessão solene e pedir uma reflexão às mais altas autoridades do Brasil, em especial ao Supremo Tribunal Federal.

Quando o ministro Luiz Roberto Barroso suspendeu o piso que nós aprovamos no Congresso Nacional Brasileiro... Aliás, confesso que nunca vi, para valer uma coisa, ter que aprovar uma lei, aprova uma PEC, aprova lei de novo, aprova outra PEC, aí não tem dinheiro, então aprova fonte de custeio.

Vou fazer um desabafo, porque eu sou político, mas, para aumentar salário de político, é do dia para a noite. Estou certo ou estou errado? (Palmas.) Nós temos que falar sobre isso, e quem tem que fazer o reconhecimento é a classe política. Se os políticos não começarem a entender que o povo precisa de amparo neste Brasil de desigualdades, o Brasil não vai avançar.

E o piso da enfermagem só foi aprovado por dois fatores: primeiro, porque tivemos uma pandemia, que fez com que o povo tivesse que olhar de forma necessária para estes trabalhadores, porque todo mundo passou por um hospital, perdeu pai, perdeu mãe, o tio que foi pro hospital. Começamos, então, a olhar para quem cuida das pessoas quando elas mais precisam.

A minha filha ficou em uma UTI, há um ano e meio, com uma meningite. E na UTI, quem cuida do paciente - com o devido respeito aos médicos deste nosso Brasil, que são muito importante - não é o médico: é o enfermeiro, é o técnico de enfermagem, é o auxiliar de enfermagem.

Não é o médico que vai no quarto abraçar, que vai colocar a mão, que vai fazer a medicação.  O médico é muito importante, que me entendam. O médico que faz a prescrição do remédio, mas quem cuida é o pessoal da enfermagem. Nós tivemos que passar por uma pandemia para que as senhoras e os senhores tivessem um pouco de visão.

Esse foi o primeiro fator. Segundo fator: mobilização. E aí quero parabenizar o Edison. Não só ele, mas os demais sindicatos, conselho de enfermagem, cada um de vocês que ficou por todo esse tempo movimentando por um tema que todo mundo falava: “Não vai acontecer, não vai aprovar”, e acabou sendo aprovado.

Porém, agora temos um problema neste país. E eu peço que essa degravação, Sr. Presidente, vá para o Congresso Nacional Brasileiro, vá pra o Supremo Tribunal Federal. Estamos aqui falando, tudo gravado.

Supremo Tribunal Federal, vocês precisam entender que a enfermagem não está pedindo um favor. E não adianta escrever no voto, como fez o ministro, que não vai separar o setor público do setor privado, que são todos da enfermagem. Não adianta palavras bonitas se, na hora de colocar o voto, escreve que “quem trabalha em hospital particular não é bem assim, vai depender de uma negociação com o patrão”.

Com qual força? Com qual força um enfermeiro, um técnico de enfermagem, vai negociar com o dono de um hospital? As armas não são as mesmas. E, quando nós pudemos empoderar o sindicato, a federação, não, o voto não trouxe isso. O voto trouxe algo predador para quem é da enfermagem.

Nós vamos ter - e quero que tenha - os profissionais da enfermagem dos hospitais públicos recebendo o piso, tomara que de forma rápida. Lutamos por todos: hospitais públicos, filantrópicos, privados. Mas - olha só que diferença - os hospitais filantrópicos também disseram que o dinheiro será repassado para os hospitais filantrópicos, Santas Casas, que precisam, realmente.

Hoje, temos a saúde pública do País subfinanciada, muito abaixo. O último reajuste da tabela SUS foi em 2012, depois foi acompanhando a inflação ou abaixo dela. É muito pouco o que se paga.

Mas terão uma certa garantia, porque no projeto há transferência para hospitais filantrópicos. Eles ainda reclamam que não é o montante que deveria ser, mas nós teremos muitos outros profissionais que irão ficar, ainda, nesse compasso de espera, que espero que não perdure.

Peço que esse vídeo vá para quem decide sobre esse tema, em especial ao Supremo Tribunal Federal, que vai ter que referendar esta decisão em plenário, que tenha consciência de que o hospital particular, em especial, pode sim pagar o piso, alguns até pagam.

Nós temos que dar o direito a todos, tratar iguais de forma desigual. É uma covardia muito grande. Ruy Barbosa falava sobre isso, sobre o princípio da igualdade: para alcançar a igualdade material, a verdadeira igualdade, nós precisamos desigualar os desiguais, e igualar os iguais. Se a gente trouxer outra fórmula para isto, não haverá saída.

E, como integrante do Poder Legislativo federal, como deputado federal, fiz um pronunciamento duro nessa semana na tribuna com críticas a essa diferença, com críticas à atuação do Supremo Tribunal Federal, quando interfere em uma decisão do Congresso Nacional Brasileiro, que está lá pelo voto.

Eu não estou na Câmara Federal porque eu passei em um concurso público. Eu sou concursado em outro poder, no Tribunal de Justiça - que é minha profissão, da qual estou licenciado -, mas eu estou na Câmara Federal porque o eleitor me colocou lá.

Eu não estou pedindo favor para ninguém. Quando eu defendo alguém, eu defendo 134 mil pessoas que votaram em mim. Uma decisão que eu tomei lá não pode ser desfeita assim por um outro poder que - desculpe - não recebeu votos.

Então, eu espero, de forma respeitosa com a justiça brasileira - eu também faço parte dos quadros dos servidores do Judiciário -, que ela e o Supremo Tribunal Federal se encaixem naquilo que o Congresso aprovou.

E que o Congresso - em especial o Senado Federal, que tem o poder de controle sobre algumas situações do Supremo - e a Câmara também assumam a sua responsabilidade de exigir a eficácia de suas decisões. Os trabalhadores da Saúde precisam muito.

Apesar do desabafo feito, agora quero dizer a vocês parabéns por estarem aqui. Todos os anos, religiosamente, caravanas saem dos seus estados, vêm para cá. E, Edison, a sua liderança, a sua força - falava com Edison ontem por telefone - inspira a todos. Eu sou um admirador da sua luta, um admirador da sua garra, que inspira pela seriedade, inspira pela coragem.

E eu quero dizer a meu pai, ao Rafael Silva, deputado estadual, que é meu principal pilar de vida: muito me emociona, pai, vir a esta sessão solene, tão brilhantemente presidida por um parlamentar que vai chegando no seu oitavo mandato. E posso falar: ganhar uma eleição é fácil, a reeleição é mais difícil, porque as pessoas acompanharam o que você fez e o que você não fez.

Estar no Parlamento paulista por oito mandatos consecutivos, Rafael Silva, deputado estadual, marcando história, hoje sendo talvez um dos mais antigos ou o mais antigo nesta Casa de Leis. Com a força, com a vontade que tem de trabalhar e produzir, eu fico orgulhoso e fico emocionado.

A vocês todos, que, ano a ano, estão aqui, celebrando e lutando, refletindo e comemorando - porque a vida também se faz de comemorar de cada passo dado. Demos um passo: o piso da enfermagem foi aprovado. Estamos com problemas para efetivar, mas temos ele aprovado.

Vai dar certo, eu não tenho dúvidas disso. E a discussão tão difícil para aprovar aquilo que é de direito começa a mostrar a força que vocês tiveram e que vocês têm. E, por esta manhã, por esta celebração e para vocês todos, uma grande salva de palmas.

Muito obrigado, pessoal. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Agradecemos as palavras do deputado federal Ricardo Silva, que, para a minha alegria, é meu filho. Ele lutou muito. Ele sonhou com essa conquista.

E, vindo para cá, hoje de manhã, ele me ligou: “Pai, estou indo aí contente, porque existe uma solenidade de homenagem a esses valorosos trabalhadores. Mas estou muito triste porque eles foram discriminados, foram colocados de lado, e não é justo”.

Então, o Ricardo tem este sentimento. Mas a luta continua.

Sirlene.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Obrigada, deputado. Obrigada, deputado Ricardo, que lembrou das delegações, do esforço de todos para chegarem até aqui.

Então, nossa homenagem a todos. E gostaria de registrar que algumas delas, como a de Presidente Prudente e a de Araçatuba, saíram ontem das suas regiões para estarem aqui no horário da sessão solene. Então, uma salva de palmas para todos vocês. (Palmas.)

E, agora, é chegada a hora da entrega das homenagens aos profissionais da Saúde que se destacaram em suas respectivas bases. É prestada a homenagem a 15 profissionais da Saúde que atuam nos setores de enfermagem, administração e apoio, representando cerca de 800 mil trabalhadores do estado de São Paulo, representados pela Federação Paulista da Saúde. Uma responsabilidade muito grande, hein?

Sendo assim, convidamos os senhores presidentes dos sindicatos da Saúde do estado de São Paulo, para acompanharem, à medida que formos chamando, os seus profissionais de suas bases, que serão homenageados por esta Casa e pela Federação Paulista da Saúde. Convidamos também a Mesa para se colocar abaixo, para que possamos começar a entrega.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Gente, eu não vou me posicionar ali, como faço todos os anos, porque o nervo ciático está meio bravo este ano. Mas já tenho a cirurgia marcada e, se Deus quiser, no ano que vem vamos estar bem diferente aqui, se Deus quiser.

Então, a mesa vai estar presente ali. Esses 15 homenageados, a gente os homenageia em nome de 800 mil. É uma alegria imensa. Esta homenagem não é apenas pra os 15, eles representam 800 mil.

Parabéns a vocês todos.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Atendendo a essa necessidade do deputado Rafael Silva, nós vamos fazer a entrega de todas as homenagens, e, ao final, vou pedir para que todos os homenageados subam para fazermos uma foto de todos vocês com o deputado, está bom?

Vou dar início à chamada. A primeira base sindical é de Campinas e região. O homenageado vem de Espírito Santo do Pinhal. É a Benedita Aparecida Felix Dourado, que é auxiliar de enfermagem. (Palmas.)

A Benedita entrou para a área da Saúde em setembro de 1979, no Hospital Francisco Rosas, a Santa Casa de Pinhal. Junto a ela, a Damares, que é presidente da subsede de Espírito Santo do Pinhal.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Ainda da base do Sinsaúde Campinas e região, subsede de Americana: a Angela Maria dos Santos Santi, que há 30 anos é funcionária do Hospital São Francisco de Americana. Ela atua no setor de apoio e há 29 anos é associada ao Sinsaúde. Para acompanhá-la, o presidente da subsede, Roberto Resende. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Temos agora um momento muito especial, que é uma homenagem póstuma que a Federação gostaria de fazer a um profissional da saúde que, em decorrência da Covid, perdeu a sua vida, tanto ele quanto sua esposa. Ele é da base do Sinsaúde de Campinas e região.

Era diretor do sindicato, muito querido pela base. É o Paulo Sérgio Pereira da Silva. E vão receber esta homenagem, em nome dele, os seus filhos: a Mariana Mikaelly Reis Barbosa, que é técnica de enfermagem e integra a categoria no Hospital Ouro Verde, em Campinas. (Palmas.)

Convido, também, para estar junto à irmã, o Giovani Pereira da Silva, o Guilherme Vitor Lopes Pereira da Silva e o Paulo Sérgio Lopes Pereira da Silva. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Essa é nossa homenagem simbólica a todos os profissionais da Saúde que deram as suas vidas pela cura da população na pandemia de Covid-19. (Palmas.)

Agora, pelo Sindicato da Saúde de Jaú e região, a homenageada é a Sofia Borges. (Palmas.) Ela foi operária de fábrica de tecelagem quando jovem, antes de se mudar para São Paulo e cursar Atendente de Enfermagem.

De volta a Jaú, em 1986, entrou para o Hospital Amaral Carvalho ao mesmo tempo em que passou a ser sócia do sindicato. Aposentou-se no setor de hemodiálise da Santa Casa, onde ficou até o último dia de trabalho. Parabéns, Sofia. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - O homenageado agora vem do Sindicato da Saúde de Araçatuba e Região: é o Herbert Caetano de Souza, assistente contábil na Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Lá da terra do sapato - que também é uma grande referência em saúde -, do Sinsaúde Franca e Região, a homenageada é a Silvia Aparecida da Silva Ferreira, que é auxiliar de enfermagem na Fundação Santa Casa de Misericórdia de Franca. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - A homenageada agora vem do Sindicato da Saúde de Ribeirão Preto. É a Debora Cristina Trevizan. Ela também é auxiliar e técnica de enfermagem, e trabalha no Hospital de Caridade de Vargem Grande do Sul. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Representando o Sindicato da Saúde de Presidente Prudente, temos a Ana Lucia Barbosa Nogueira de Sá, auxiliar de enfermagem na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Venceslau. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Pelo Sindicato da Saúde de Rio Claro, a homenageada é a Inês dos Santos, que é telefonista na Santa Casa de Descalvado. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - O Sindicato da Saúde de Santos indicou, para receber esta homenagem, a Janete Elias, que é técnica de enfermagem na Santa Casa de Santos. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - O Sindicato da Saúde de São José do Rio Preto e região indicou Antonio Carlos de Oliveira, coordenador administrativo da Santa Casa de Fernandópolis. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Do Sindicato da Saúde de Sorocaba e região, o homenageado é o Adenilson Medeiros, que é atendente administrativo no Hospital Santa Lucinda de Sorocaba. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - O Sindicato da Saúde de São Paulo e região indicou para esta homenagem o enfermeiro do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Sergio Cleto. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Pelo Sindicato da Saúde de Piracicaba e região, vai ser homenageada a Marly Alves Coelho, que é auxiliar de enfermagem aposentada e diretora do Sinsaúde Piracicaba e região. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Agora, gostaria de convidar todos os homenageados - apenas os homenageados - para subirem até a Mesa, para fazerem uma foto com o deputado Rafael Silva. Viu, deputado? Fazemos questão desse registro. Mas pode ficar sentado, deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Eu de pé fico aqui segurando na mesa, isso daqui deixa minha coluna livre, leve e solta.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Desculpa, somente homenageados, pelo número de pessoas. Amauri, sobe também.

 

A SRA. - Todos olhando para a frente, para a foto oficial. Levantem os troféus, os certificados. Olhem para todas as câmeras, sorrisos.

 

TODOS - Viva os profissionais da Saúde.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Levantem o troféu. Isso, todo mundo. (Palmas.) E um “viva” para o deputado Rafael Silva, que é o responsável por esta solenidade. (Palmas.) Obrigada, pessoal. Obrigada, deputado. Desculpa, demos um pouco de trabalho para o senhor.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Depois eu quero ver essas fotos, viu?

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Com a palavra, o presidente da Federação Paulista da Saúde, o Sr. Dr. Edison Laércio de Oliveira. (Palmas.)

 

O SR. EDISON LAÉRCIO DE OLIVEIRA - Bom dia - ou boa tarde, agora - a todos. Eu quero que sejam as minhas primeiras palavras ao sempre amigo, acolhedor, de uma bondade infinita com os trabalhadores da Saúde, o deputado Rafael Silva, que nos recebe nesta manhã nesta Assembleia Legislativa, onde, com raríssima oportunidade, o povo tem como chegar.

E lembrando que é aqui que se decide os destinos do povo paulista.

Talvez ainda não tivéssemos a infelicidade de ter a presença do Poder Judiciário dizendo o que se faz e o que não se faz em prol do povo paulista. Meu amigo, também não tão brilhante - até porque é filho do mais brilhante, o deputado Rafael Silva, pai do deputado Ricardo Silva. E tem o dom também de se expor, de conversar, de tocar fundo o coração do povo, em especial da saúde. Muito obrigado pela presença, deputado.

Meu amigo Amauri, presidente da UGT Estadual, e Ricardo Patah, presidente da UGT Nacional. E as guerreiras mulheres: Edna, Elaine, Sofia, Sandra; Juliana Carine, a jovem militante sindical e recém-empossada secretária nacional da juventude da UGT, que tem muito a oferecer e a dar a essa juventude que eu estou vendo. (Palmas.) Em suas pessoas, saúdo a grande massa de mulheres aqui presente.

Lembrar como tudo surgiu me emociona. Aliás, já me emocionei ao receber os filhos do Paulo aqui embaixo. Lembrar de Pedro Tolentino, que foi o grande artífice disto.

Que, juntamente com vários outros diretores, tanto da federação quanto dos sindicatos, chegaram ao gabinete do Rafael solicitando que os trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo pudessem e devessem estar na Assembleia Legislativa e serem homenageados. Saudoso Pedro Tolentino.

Lembrar do Amauri e do Dário, dois personagens também que antecederam a lei que hoje estamos aqui celebrando em homenagem ao trabalhador da saúde. O Amauri, na cidade de Tupã, como vereador, à época, em 2002. E, hoje, então prefeito Dário Saad, também na cidade de Campinas. E isso estendeu-se para vários municípios.

Eu me lembro que, no início, como tudo na vida, nem tudo é perfeito, nem tudo há de se contentar a todos. Havia um distanciamento, por que como aquele maluco do Edison quer transformar o que é Dia do Enfermeiro no Dia da Enfermagem?

O tempo mostrou que eu não era tão maluco, ainda, porque hoje só se fala em enfermagem em seu todo, não tem mais a divisão pelo menos mais escarranchada que tinha no passado.

Hoje nós somos um todo, o auxiliar, o técnico, o enfermeiro e todos os profissionais da Saúde, do mais humilde ao mais graduado. Aos homenageados: todos vocês que aqui estiveram e receberam a homenagem, que culminou na foto do evento - eu não diria que atrás do deputado Rafael, eu diria ao lado -, têm a missão, ou tiveram a missão de aqui estar representando todos os trabalhadores da Saúde, todos.

E levarão de volta aos seus lugares, aos seus municípios, aos seus locais de trabalho, a missão de agregar a classe trabalhadora de forma única.

Um homenageado em especial fez com que eu me sentisse muito... Em solenidade, há muito que não me lembro de ter derramado lágrima, e hoje eu derramei. Porque é uma pessoa que, em plena campanha salarial, em plena negociação coletiva, em plena pandemia, como a maioria dos profissionais de saúde fazem, cuida dos outros, mas não se cuida. Não se cuida.

Talvez porque seja um renegado aos planos de saúde, que não nos atendem nem dentro dos seus hospitais, manda para a fila do SUS, o que é uma lástima para toda a sociedade, e muito mais para nós. Infectou-se. “Paulo, vai se tratar”. “Não é nada, presidente. Estou bem”. “Então fica lá. Perto de mim, não”. “Não, presidente, estou bem”. Uma semana depois, sua esposa se acomete da doença e vem a falecer.

Mas que ato contínuo: ele se acomete e se interna também. E teve o mesmo destino da esposa, deixando cinco filhos. Vítima da pandemia quem ficou e quem foi. É por isso, deputado Rafael Silva e deputado Ricardo Silva, que conclamamos à sociedade a não nos aplaudir.

Isso não leva nada para a nossa família em casa. Não leva o sustento, não leva a saúde, não leva o lazer. Leva, sim, doença, como no caso do Paulo e de sua esposa, que deixaram seus filhos.

Além do Paulo, centenas de outros trabalhadores, milhares de pessoas, vieram a falecer, e, com certeza, deixando os lares desguarnecidos, como o Paulo e sua esposa deixaram.

À Mariana, ao Paulo Sérgio, ao Giovani, ao Guilherme, talvez, a Diretoria do Sindicato de Campinas tenha que pedir perdão, porque ele estava a trabalho, a serviço, convocando os trabalhadores a lutarem pelos seus direitos, a manterem aquilo que já havia sido conquistado com muita luta, com muito suor. E poucos trabalhadores deram ouvidos a ele, poucos.

E quis o destino que a Mariana integrasse à categoria, hoje profissional de saúde, para viver na base aquilo que seu pai viveu. Que Deus a ajude a levar para seus colegas de trabalho o quanto devem lutar por aquilo que querem, por aquilo de que precisam para levarem à sua família algo digno, valorização, respeito, coisas que, se esperarmos da classe patronal, não vamos ter jamais.

Nós temos uma divisão muito clara entre o capital e o trabalho. Nós temos uma parte do capital da saúde que vive no discurso da filantropia, que vive no discurso de que “não pode isso, não pode aquilo”.

Quem fez o voto de pobreza dos filantropos não foram os trabalhadores: foram aqueles que estão à frente dessas irmandades, dessas Santa Casas falidas e que desrespeitam diuturnamente os trabalhadores.

Por outro lado, o setor privado, ganancioso de lucros absurdos, não se divide com os trabalhadores e reclama, agora, que estão tendo prejuízos. Veja a matéria da “Folha de S. Paulo” de hoje. Sirlene, permita-me, vou tomar no seu copo mesmo. Aliás, eu ia tomar no bico, mas me lembrei de que estou em uma Casa de Lei, talvez tenha problema.

Lembrou o deputado Ricardo: o Congresso nos deu aquilo que há muito tempo não se via concedido à classe trabalhadora: algo para a classe trabalhadora, um piso envolvendo a enfermagem.

Eu confesso, deputado - posso estar errado -, que não vejo leis em benefício dos trabalhadores há muito tempo. E nós tivemos. Talvez, como V. Exa. lembrou, pela pandemia, pelo medo de que tinham o Congresso e os demais membros da sociedade de não terem quem os socorrer, de não terem ao seu leito, à sua cabeceira, um profissional da Saúde.

Então, vamos reconhecer um piso que vem nadando nessa maré, nesse Congresso, há 30 anos. Então, vamos tirar, vamos colocar e vamos ver o vai acontecer. E, pela primeira vez na minha vida, eu vejo um Poder interferir abruptamente dentro de outro Poder para dizer que as partes envolvidas não têm como pagar. Isso é dizer que não vai cumprir a lei, que não tem como cumprir a lei aprovada pela sociedade através dos seus representantes eleitos.

“Olha, essa lei vocês não cumprem, porque vocês não podem pagar”. Espera aí. Até quando os dois Poderes da República não vão conseguir enxergar a interferência indigesta do Supremo Tribunal Federal em suas ações? Até quando? (Palmas.)

Diz a Constituição Federal da República do Brasil que os Poderes são independentes e harmônicos entre si. Essa aula eu aprendi na faculdade de direito. Que harmonia? Que independência? Existe onde um ministro, em uma canetada: “Olha, essa lei está suspensa, não pode pagar”?

Vem o Congresso, resolve parte da lei - que é outro problema que eu não entendo: como um custo de 16 bilhões e 300 milhões, levantado pelo Diese, anual, vai se pagar com 7 bilhões e 300 mil?

Algo está errado nessa matemática. Mas o Congresso fez sua parte de novo: raspou o tacho do dinheiro que não estava sendo usado, e esse dinheiro vai para a Saúde para ajudar a pagar o piso.

Não falou que é para pagar o piso, mas para complementar o Piso Nacional da Enfermagem no setor público e para aqueles que prestam mais de 60% do serviço para o SUS. Mas só o setor público custa dez bilhões ao ano, fora o privado e fora o filantrópico, que dão dois mil e 800 e mais quatro de cada um, que dão 16 bilhões.

Pressionou, alguns vieram: “Agora está resolvido, está acertado, vamos que vamos, vamos pegar o dinheiro”. Não é bem assim. Primeiro vai para não sei onde, vai para não sei onde, depois volta para não sei onde. Chegaram à conclusão de que não vai dar. “Vamos lá, ministro, vamos suspender porque deu problema”. Então ele piora.

Eu nunca vi uma decisão tão esdrúxula. Eu fui juiz durante 20 anos no Tribunal Regional do Trabalho e não me lembro de ter feito tanta burrice a esse ponto. Diz o seguinte: “Olha, resolvido está, então vamos suspender a liminar parcialmente”. Que “parcialmente”?

Não vou ler até o fim - são 44 laudas -, mas resumindo: o setor público recebeu sete bilhões, mas já custa dez, então, por si só, não paga. Mas, vocês ficam lá e verificam, de acordo com a Portaria nº 597, do Ministério da Saúde, e se não der para pagar, não paga. É só ler o voto.

Para o setor privado, ele diz o seguinte: vale a partir de julho. É o tempo que se tem para negociar. Negociar o que? A lei? Porque nem os legisladores confiavam na negociação, que dizia o seguinte: “Esta lei não vai poder, em hipótese nenhuma, sofrer negociação coletiva ou individual que abaixe o piso”.

Então o ministro disse que isso é uma coisa muito ruim. Para quem? Para os empregadores, não para os trabalhadores, então ele autoriza a negociação. Para que? Para abaixar, sob a pecha de que evitar-se-iam demissões.

No ano de 2022, dados do Diese também mostraram que pediram demissão, foram embora dos hospitais, 45% dos trabalhadores; demitidos, 16% ou 17%. Então, nós estamos indo embora dos hospitais, não estamos sendo demitidos.

Nós teremos o remédio para isso. Primeiro, nós não ganhamos e não levamos. E de que forma vamos fazer isso? Tudo para nós não veio de lei, não está na lei, mas está no acordo, na convenção coletiva, que muitas lutas se fizeram para conseguir isso. Ou nós voltamos a fazer, ou não vamos receber nada. Cada vez mais teremos redução de direitos.

Lembrar que conquistas, como a jornada de trabalho - que aliás, querem mudar e passar para 220 horas de 180 -, cesta básica, adicional noturno maior, tudo não está na lei, está no acordo coletivo. Ou nós voltaremos a lutar por isso, ou nós não teremos nada mais.

Essa juventude que está aqui e que hoje está dentro dos hospitais precisa lembrar do passado. Quem é que brigou, quem é que lutou, quem é que conquistou o que os senhores e as senhoras têm hoje?

A Federação já tem data indicativa: os sindicatos vão reunir os seus trabalhadores e as suas diretorias para chancelar a data. Em 20 de junho, ou paga ou greve, não tem outra solução. (Palmas.)

Eu quero lembrar a todos que um sonho sonhado sozinho é um sonho. Sonho sonhado junto é realidade. Junte-se ao seu sindicato para se tornarem realidade salários dignos e decentes, valorização e respeito.

Tem um vídeo, para os senhores que são os mais novos. Vejam como que se conquistou o que os senhores têm hoje, que acham que é o patrão que dá, que é o patrão que tudo deu.

Muito obrigado e um bom retorno a todos. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - E, para mostrar para vocês o quanto essa categoria é de luta, não desiste dos seus objetivos e que muitas conquistas que vocês têm hoje são fruto da luta dos próprios profissionais da Saúde, nós pedimos a exibição deste vídeo: “A Saúde luta pela vida”.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Categoria de raça, que cuida dos pacientes, mas também se cuida. Isso é muito importante.

Pessoal, em nome do deputado Rafael Silva, eu digo que, esgotado o objeto da presente sessão, agradeço, em nome dele, às autoridades aqui presentes, à equipe, aos funcionários do serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviço de atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Alesp e das assessorias policiais Militar e Civil, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.

Está encerrada a solenidade.

Parabéns. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Dando o toque final, é com muita alegria que todos os anos nós temos esta sessão solene.

Sirlene, obrigado por sua participação brilhante.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE - Eu que agradeço, deputado. É uma honra.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD- Edison Laércio de Oliveira, grande líder, lutador, Ricardo Patah, Amauri, Luiz Vergara. Está vendo, um cego pode esquecer até nomes, porque não está lendo, tem essa dificuldade. Mas justifica, não é?

Gente, esta solenidade seria muito mais bonita se nós não tivéssemos a traição que foi praticada contra os trabalhadores da Saúde. (Palmas.) O Edison demonstrou aqui a tristeza e a revolta que ele tem dentro dele em razão do que estão fazendo neste País.

Essa injustiça não pode continuar, não pode. O salário que os senhores e as senhoras recebem é humilhante. Essa conquista, que veio depois de muita luta, não foi daquelas coisas fantásticas, mas foi um pouco de justiça. Um pouco de justiça. O Ricardo, meu filho, falou: “Pai, estou indo para aí muito triste. Eu não queria esta sessão solene dessa forma”.

Bom, gente, obrigado pela presença de todos vocês.

Esgotado o assunto desta sessão, damos por encerrado nossos trabalhos.

Obrigado, de coração. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 30 minutos.

 

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