31 DE AGOSTO DE 2023

93ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, REIS e VITÃO DO CACHORRÃO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - REIS

Assume a Presidência.

        

5 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência. Saúda o deputado Vitão do Cachorrão, pelo seu trabalho. 

        

9 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - VITÃO DO CACHORRÃO

Assume a Presidência e cumprimenta o vereador João Gilberto Sales Albach, de São Miguel Arcanjo, em visita a seu gabinete.

        

11 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - REIS

Assume a Presidência.

        

13 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

14 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

15 - CONTE LOPES

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

16 - CONTE LOPES

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

17 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 01/09, à hora regimental, sem Ordem do dia. Levanta a sessão.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra a deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino, que fará uso regimental da tribuna.

           

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. e Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa; Sr. Presidente, nós, deputados estaduais, vereadores, deputados e deputadas federais e senadores temos as nossas prerrogativas legislativas não só em relação à utilização do plenário, mas também em relação à liberdade de expressão de poder apresentar as nossas posições, convicções em relação aos temas gerais na política nos municípios do Estado e do País.

E hoje eu recebi aqui na Assembleia Legislativa, Sr. Presidente, uma visita da vereadora Roberta Stopa, que é vereadora da cidade de Ourinhos, uma vereadora do Partido dos Trabalhadores.

Eu gostaria de que colocasse aqui na tela a vereadora Roberta Stopa do PT de Ourinhos aqui do estado de São Paulo, com formação em Assistência Social. Na Câmara Municipal de Ourinhos, as principais áreas que ela atua é na Saúde, Educação, Meio Ambiente, Cultura e mulheres. Essa é a pauta que a vereadora Roberta Stopa acompanha prioritariamente na cidade de Ourinhos.

Também aqui nessa tela agora mostra um pouco da atuação dela no seu mandato. Só que nesse último período, nesses últimos dois anos, ela vem sofrendo uma perseguição na cidade de Ourinhos em relação a sua atuação em defesa aos movimentos sociais, em defesa da população da cidade de Ourinhos.

E como ela tem feito um projeto e um trabalho principalmente para defender políticas públicas sociais em Ourinhos..., ela inclusive é a primeira vereadora do Partido dos Trabalhadores eleita na cidade. Então, é um ícone.

A gente sabe que algumas cidades do estado de São Paulo são cidades conservadoras, que não aceitam mulheres. Inclusive, na política é algo já superado em muitas cidades do estado de São Paulo ou mesmo em outros estados no Brasil que vêm superando a questão das mulheres, dos negros ocuparem o espaço na política, mas aí em Ourinhos a intenção, pelo menos, parece que tem uma perseguição em relação à única mulher do Partido dos Trabalhadores, a primeira vereadora eleita na cidade de Ourinhos.

Aqui eu queria trazer para a população do estado de São Paulo essa perseguição. A vereadora da cidade de Ourinhos está sendo acusada, a Roberta, porque ela fez, imagine só, nobre deputado Reis, republicou um post. Ela retweetou o post.

E o que o post fala aqui: o post que foi apresentado no comentário de uma outra pessoa, simplesmente ela fez o repost e o vereador André Luís Paladino, do Partido Solidariedade, propôs uma abertura, uma CPI para apurar quebra de decoro parlamentar da deputada. Inclusive a comissão processante foi aprovada no tipo (Inaudível.) dos 15 vereadores presentes à votação.

Então, a gente pede aos vereadores e às vereadoras da cidade de Ourinhos que simplesmente arquivem esse processo. Não tem cabimento a vereadora Roberta nas suas prerrogativas parlamentares ter o pedido do seu mandato cassado.

Se vocês derem uma olhada ali no post, foi o post do dia 21 de agosto, e se você perceber aqui em cima, no início do post do lado direito você vai perceber: “Projeto de lei mais uma vez rejeitado por uma câmara municipal sexista, machista, misógina, preconceituosa e vendida”.

Esse post, se vocês derem uma olhada ali em cima, vocês podem ver que ela simplesmente retuitou o post de uma outra pessoa que tinha feito um post nas redes sociais.

Então ela retuitou, não foi a fala dela. Mesmo se fosse a fala da vereadora, ela tem prerrogativa parlamentar, deveria ter um processo, inclusive, de Comissão de Ética, análise, mas nada disso foi feito.

A Câmara de Vereadores de Ourinhos simplesmente aprovou uma comissão processante para tirar o mandato de uma vereadora eleita pelo povo, pela cidade de Ourinhos, simplesmente por ter retuitado uma publicação. Então é um absurdo o que foi feito na cidade de Ourinhos.

Fazemos um pedido aos nobres vereadores, às vereadoras da cidade de Ourinhos, porque nós não podemos ter essa prática. Um vereador, um deputado estadual, um deputado federal tem o direito e tem prerrogativas parlamentares.

E uma delas é colocar o seu posicionamento. E aqui não foi nem a fala da vereadora, foi o retuite, foi a republicação de um eleitor, da população, de alguém da cidade de Ourinhos.

Então, nós não aceitamos o processo de cassação dessa vereadora, impróprio neste momento. É inoportuno, inclusive, o pedido de cassação. Como deputado estadual, nós vamos dialogar com todos os deputados da bancada do Partido dos Trabalhadores para se posicionarem.

Vamos pedir também para o Partido dos Trabalhadores se posicionar contrário a essa medida. Esperamos que o presidente da Câmara de Ourinhos retire esse processo de pauta e não dê continuidade ao processo de cassação.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra o deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rui Alves. (Pausa.) Com a palavra o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra a deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela oportunidade, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sim.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Solicitar que a minha fala na tribuna seja encaminhada ao presidente da Câmara Municipal de Ourinhos e aos nobres vereadores e às vereadoras também.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Esta Presidência acata o seu pedido e fará o encaminhamento devido.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente Carlos Giannazi, que vai sair daqui a pouco. Vamos fazer o revezamento aqui na tribuna.

Cumprimentar o deputado Suplicy, o deputado Marcolino, o público presente, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Técnico Científica e da Polícia Penal e, também, cumprimentar todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.

Presidente, quero repercutir aqui uma matéria que saiu no "Metrópoles": governo Tarcísio reconhece 143 cracolândias em São Paulo, e prevê reduzir 1/3 delas. "Governador tem como meta, além da redução do número de cracolândias, diminuição de 18,7% nas taxas de roubos e furtos nessas regiões".

"O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reconheceu, no Plano Plurianual (PPA) enviado para a Assembleia Legislativa neste mês, a existência de 143 cracolândias no estado de São Paulo. Ele colocou como meta de governo, até o ano de 2027, reduzi-las para 94".

O governo Tarcísio classifica as aglomerações de usuários de drogas em locais públicos como cenas. O PPA não especifica em quais regiões do Estado ficam as cracolândias.

O plano também estima, em quatro anos, uma redução de 18,7 por cento. Ou seja ele quer reduzir de 685 para 557 a taxa de furtos e roubos por 100 mil habitantes, que é muito alta. Mesmo com essa redução, ela continua muito alta em áreas onde há concentração de dependentes químicos, as cracolândias.

Até o ano que vem, por exemplo, ele prevê a redução de 14 cenas abertas - ele chama a Cracolândia de "cenas" - de uso de 9,8%, que é como o governo estadual classifica as aglomerações de usuários de drogas em locais públicos.

O plano também estima a redução dos furtos, dos roubos, e a meta de redução de um terço das cracolândias em quatro anos consta no programa de “Políticas sobre Drogas e Transformação de Cenas Abertas de Uso”, que prevê gasto de 322,8 milhões entre 2024 e 2027.

Coordenado por quatro secretarias, Casa Civil, Desenvolvimento Social, Saúde e Segurança Pública, o programa tem nove ações que vão desde a promoção da revitalização e segurança no centro paulista à oferta de vagas em clínicas de acolhimento terapêutico e repúblicas para dependentes químicos.

A meta anual estipulada pelo governo Tarcísio é de 1.200 encaminhamentos para internação por uso prejudicial de substâncias psicoativas, o que representa, praticamente, um terço do que já foi feito até o momento nesse ano, 3.500 encaminhamentos.

O avanço na meta de recuperação de usuários também é modesto. O governo pretende elevar de 77% para 80% o percentual de benefícios com condições de autonomia ao final do programa de acolhimento para pessoas com dependência química.

Questionado sobre as metas do PPA, o governo disse que as intervenções destinadas a diminuir a presença de cenas abertas de uso são de natureza multidisciplinar.

Na segurança, por exemplo, citou que tem intensificado ações de policiamento na região central da capital e implementado medidas para combater a criminalidade, ampliando o número de prisões de infratores e apreensões de drogas e armas.

Esse esforço resultou na reversão de um cenário de 15 meses de aumento nos índices de roubos. Segundo a gestão atual, nos últimos quatro meses, observou-se a queda nos números de crimes desse tipo na região, indicando uma tendência de declínio, que estaria se consolidando em 2023.

O governo Tarcísio disse também que o novo modelo do PPA 2024-2027 estabelece ainda mecanismos para avaliação sistemática das políticas públicas e uma contínua medição dos resultados. Tal abordagem é de suma importância para uma eventual revisão de metas - outra novidade prevista no projeto de lei - e realocação dos recursos públicos do estado, garantindo aprimoramento na qualidade dos gastos e cumprimento das metas fiscais, diz ele. 

 Então, é muito surpreendente o reconhecimento por parte do governo que não é só aquela Cracolândia, que a gente conhece lá no centro, aquela Cracolândia que está ali no bairro da Luz, ele reconhece a existência de 143 cracolândias. Ou seja, elas estão espalhadas pelo Estado todo.

Isso é fruto das ações do próprio governo, porque quando o governo vai lá, joga bomba de gás, joga bomba de efeito moral, cria esse sistema de que as pessoas que estão ali vão mudando para outras regiões. Então, vai, então, acontecendo essa formação de outras cracolândias, chegando a esse número de cento e quarenta e três.

Isso vem desde o governo do João Agripino Doria - desde quando o João Agripino Doria assumiu a Prefeitura. Ele foi lá, fez aquele bombardeio e deu uma declaração, que ele tinha essa lógica de dar declarações midiáticas, né? “Acabou a Cracolândia”. Na realidade, esparramou cracolândias para todas as regiões do Estado, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Enio Tatto. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra a deputada Dani Alonso. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra o deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.)

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumindo a Presidência dos trabalhos na data de hoje. Seguindo a lista de oradores, chamo para fazer uso da tribuna o deputado Carlos Giannazi. 

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, deputado Suplicy, parabenizar V. Exa. pela condução, hoje, da Frente Parlamentar em Defesa do Iamspe, juntamente com a deputada Bebel, deputado Valdomiro, e com várias entidades representativas do Magistério e do funcionalismo público estadual. 

Sr. Presidente, os professores categoria “O” da rede estadual admitidos pela Lei no 1093, de 2009, que têm esses contratos precarizados, que são vítimas da duzentena, da quarentena e da redução de direitos, estão hoje em pânico, porque não aparece mais, nos seus respectivos holerites, a contribuição do INSS.

Porque infelizmente, Sr. Presidente, com a edição dessa lei do “tucanato” de 2009, do ex-governador Serra, esses servidores contratados pela Lei no 1093... Aliás, todos eles, não só os professores; tem outros setores também com esse tipo de contrato. 

Eles são direcionados ao regime geral da Previdência, e não à São Paulo Previdência. Ou seja, eles não estão na Previdência pública. Porém, é a contribuição previdenciária que aparecia no holerite, e essa contribuição, em tese, deveria ser transferida para o INSS, porque esses professores, enquanto permanecerem nesse tipo de contrato, pela Lei no 1093, terão aposentadoria pelo regime geral, ou seja, pelo INSS.

Porém, Sr. Presidente, um tempo atrás, essa contribuição desapareceu do registro do holerite. Nós pedimos informações à Secretaria da Fazenda, à Seduc. E nós temos só desinformações em relação a esse tema.

A primeira informação foi de que esse dinheiro é depositado no fundo, que depois será transferido ao INSS. O fato, Sr. Presidente, é que a desinformação continua; não há nada de concreto ainda.

E, a nosso pedido, a deputada federal aqui de São Paulo, pelo PSOL, a professora Luciene Cavalcante, esteve ontem conversando numa reunião com o presidente do INSS em Brasília, lá no Ministério da Previdência, para saber dessa situação, o que está acontecendo, onde está o dinheiro das contribuições de mais de 100.000 servidores categoria “O” do estado de São Paulo. E também o INSS, naquele momento, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, não sabia dizer; disse que ia pesquisar para dar uma resposta.

Então, nós estamos preocupados, Sr. Presidente. Nós não podemos colocar em risco a contribuição previdenciária de mais de 100.000 professores categoria “O”. Mas eu queria mostrar rapidamente o vídeo da deputada federal Luciene Cavalcante ontem em Brasília atendendo ao nosso pedido - meu e dos professores categoria “O” do estado de São Paulo.

 

* * *

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Olha só, Sr. Presidente. Então, o INSS não sabe o que está acontecendo. Me parece que esse recurso de contribuição, dinheiro da contribuição dos professores categoria “O” não está chegando lá aonde deveria chegar, do INSS.

Então, o que o governo estadual está fazendo com as contribuições, Sr. Presidente? Isso é grave, e nós exigimos informações concretas e corretas sobre o destino. Por que não aparece mais no holerite do professor a sua contribuição? Para onde que está sendo? Porque o desconto existe, mas para onde está indo esse fundo previdenciário? É muito estranho, Sr. Presidente.

Então nós estamos... Nós já fizemos um requerimento de informação, e se nada for feito, nós vamos ter que acionar o Tribunal de Contas, o Ministério Público e tomar outras providências, Sr. Presidente, contra o governo estadual. Parece-me que, pelas informações que nós temos, o próprio INSS disse que não está sabendo desse recurso.

Então nós vamos esperar mais alguns dias e tomar as providências necessárias e cabíveis para que haja uma explicação, e para que esse recuso chegue no INSS, porque esses professores terão aposentadoria enquanto eles forem categoria “O”, mas depois que se efetivarem, não, aí eles voltam para a previdência pública, mas esse recurso volta também para o São Paulo Previdência.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, vamos seguir a lista de oradores. O próximo orador é o deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) 

Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.)

Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.)

Entrando na Lista Suplementar, deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.)

Deputado Eduardo Matarazzo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente deputado Paulo Reis, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, eu tive a honra de ter sido convidado ontem para o lançamento do Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades, sobretudo pelo coordenador desse pacto nacional, Oded Grajew, a quem eu cumprimento pela iniciativa.

Houve, primeiramente, no salão nobre do Congresso Nacional, uma apresentação do relatório sobre um retrato das desigualdades no Brasil, elaborado pelo Cebrap, pela ABCD, e eu gostaria de citar aqui alguns tópicos importantes que foram ressaltados nesse relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades. Ele mostra uma relação de 42 indicadores organizados em oito temas, compilados a partir das fontes de dados públicos e reconhecidos.

Mostra, por exemplo, que a distância entre ricos e pobres é gigantesca, levando em conta que os índices oficiais não capturam toda a magnitude da riqueza dos nossos mais ricos.

Os 0,01% mais ricos do Brasil possuem uma riqueza acumulada e líquida de dívidas de 151 milhões de reais em média. Os 10% mais ricos obtinham, em 2022, um rendimento médio mensal per capita 14,4 vezes maior do que os 40% mais pobres.

Ao mesmo tempo, cerca de 7,6 milhões de brasileiros vivem com uma renda domiciliar per capita mensal menor do que 150 reais. Justamente os que menos ganham, porém são os que pagam mais impostos.

Em função da tributação indireta, os 10% mais pobres pagam 26,4% da sua renda em tributos, enquanto os 10% mais ricos, apenas 19,2 por cento.

E pessoas negras e mulheres são os grupos menos representados nas instâncias de tomada de decisão, e os mais afetados por todas as dimensões de desigualdade.

A discriminação no mercado de trabalho é evidente, pois a mulher negra ganha, em média, apenas 42% do que recebe o homem não negro, branco ou amarelo. Na região Metropolitana de São Paulo este valor é ainda mais baixo, menos 38,8 por cento.

E são as mulheres negras as que mais sofrem com o desemprego, em 2022 a taxa alcançou 14% para as mulheres negras, contra apenas 6,3% para homens negros. Entre os homens negros, porém, a taxa sobe para 35,7% em diversos estados.

Quase metade dos jovens negros de 15 a 17 anos, está fora do ensino médio.

As pessoas negras representam 76,9% das vítimas de mortes violentas intencionais e são 83,1% das vítimas das mortes decorrentes de intervenções policiais.

A falta de condições mínimas de dignidade afeta os mais pobres, desde o seu nascimento. Parte expressiva da população ainda mora em áreas precárias ou de risco, e apresenta maior risco de morte por conta da ausência de serviços adequados de saúde.

No País, em 2021/22, 125,2 milhões de pessoas viviam em insegurança alimentar e, para 33 milhões de brasileiros, a situação era de insegurança alimentar grave, ou seja, fome.

Quase metade da população, 96 milhões de pessoas, não tinham acesso a rede de esgoto, sendo que a ausência de moradia digna afeta 5,6 milhões de domicílios.

Gostaria também de assinalar, presidente Reis, que naquele mesmo encontro, ontem, foi lançada a frente de combate às desigualdades: Frente Parlamentar de Combate às Desigualdades, presidida pelo deputado Guilherme Boulos, do PSOL de São Paulo, com o intuito de formar uma bancada para defender as pautas dos movimentos sociais.

O grupo conta com senadores e deputados de diferentes partidos, de 25 estados e do Distrito Federal, a exceção é Mato Grosso.

O deputado Guilherme Boulos é o presidente da frente, e deve coordenar o grupo na Câmara e no Senado. O Jaques Wagner, líder do PT, deverá coordenar.

O lançamento da frente contou com a presença de diversos parlamentares, dentre os quais, a Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial; eu próprio, Eduardo Suplicy; pastor Henrique Vieira, do PSOL do Rio de Janeiro; Guilherme Boulos; Erika Hilton; Talíria Petrone; Erika Kokay e outros.

E eu gostaria de dizer que conversei com o ministro Alexandre Padilha sobre o quanto eu gostaria de estar em diálogo com o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável para explicar a eles como é que a regulamentação gradual da universalização da renda básica de cidadania, até se tornar incondicional, será um dos instrumentos mais significativos para atender os objetivos dessa frente de combate às desigualdades.

Muito obrigado, presidente Reis.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito obrigado. Agora nós vamos chamar o deputado Vitão do Cachorrão, que terá o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, boa tarde presidente em exercício, Giannazi, grande defensor dos funcionários públicos e de toda a população.

Quero que Deus abençoe a todos. Primeiro, eu quero agradecer aqui a Deus, por me guardar nas estradas; agradecer a todo pessoal da limpeza, a toda Polícia Militar, a toda Polícia Civil, a todos os policiais aqui da Casa e à TV Alesp também.

Eu quero aqui fazer uma homenagem para todos do Estado, para todo mundo que trabalha no Samu. Por isso que eu falo, Giannazi, guardar na estrada, guardar todos os caminhoneiros que trabalham bastante.

Infelizmente, vindo de Sorocaba, vi um acidente muito feio agora. O pessoal do Samu estava tentando reanimar uma vítima, outros presos nas ferragens. Então, o pessoal do Samu são verdadeiros heróis. Que Deus os abençoe e abençoe também aquelas pessoas que sofreram o acidente. Que Deus toque naquelas vidas e que aquelas pessoas se recuperem.

Eu quero aqui fazer um pronunciamento muito sério, falando sabe de quem? Do ser humano, um pronunciamento dos afegãos. Mas o que que têm a ver os afegãos, Vitão do Cachorrão?

Eu estava ouvindo uma entrevista e quero dar os parabéns para o Datena, que estava entrevistando o prefeito de Guarulhos, Henrique Costa. Ele fez um apelo para o governo federal, Giannazi.

Desde que - e tinha que ter feito isso mesmo, pelo governo federal - recebeu o visto humanitário, já chegaram 4.562 refugiados do Afeganistão aqui no Aeroporto de Guarulhos. Eu vou mostrar algumas imagens. Eu tenho filhas crianças, pais. Olha como está a situação. Aí é no aeroporto, né? Quero que rode também, para as pessoas da TV verem. Olha o desespero pela vida. 

Essas pessoas estão chegando aqui em Guarulhos. Olha que situação. O nosso Brasil fez certo, porque é um visto humanitário. Olha só, Giannazi, essas imagens rapidamente, a gente, que é pai... Crianças, cadeirantes, pessoas desesperadas. Quero que continue com as imagens. “Ah, mas Vitão, você é deputado estadual.” Não importa. A gente tem que lutar pela vida não só do nosso País.

Quero aqui agradecer também ao Datena, nosso jornalista, e também o prefeito de Guarulhos, que pede. Eu o vi implorando por ajuda, então eu tomo esta liberdade, porque o governo estadual... Uma vez eu liguei para o Arthur, que trabalha com o governador Tarcísio de Freitas, e ele me falou: “Vitão, eu estava no aeroporto atendendo os refugiados”.

Eu vi com muito desespero, precisando de muita ajuda, o nosso prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, fazendo um apelo para o governo federal, para que tenha políticas públicas e auxílio no acolhimento de pessoas.

Ele falou: “Tudo que é do Fundo Social, tudo que eu estou fazendo para os moradores de rua, eu não estou conseguindo, eu estou fazendo para as pessoas do Afeganistão que estão chegando aqui, crianças”.

Foram muitas para a Praia Grande, muitos moradores foram para a Praia Grande, eu não sei se através do Governo do Estado, do município, mas já voltaram para Guarulhos de novo, e tem mais 300 refugiados chegando e vão chegar milhares aqui no nosso País. Então, o governo estadual já esteve lá, já ofereceu ajuda.

Eu quero dar os parabéns para o governador Tarcísio de Freitas, para o Arthur, para o prefeito também. E o prefeito trabalha intensamente para o “Mais Auxílio”, e um dos pedidos, Eduardo Suplicy, deputado, é para que se torne reconhecida como cidade fronteira.

Sendo assim, Guarulhos está sofrendo muito, porque você não pode deixar de estender a mão, chegando crianças do Afeganistão, mulheres, mulheres grávidas, cadeirantes. As pessoas em cima do avião, se quiser até mostrar um pouco, pode continuar com a imagem de novo, eu peço aqui para a Casa.

Então, ele está pedindo aqui, o nosso prefeito Henrique Costa, para que se torne cidade de fronteira, para que Guarulhos tenha acesso a verbas e recursos característicos de políticas públicas de lugares que recebem e acolhem refugiados.

Políticas públicas e lugares que recebem, acolhem os refugiados, os seres humanos, como cidades que fazem fronteira com países que estão em guerra. Quer dizer. Recebeu o visto humanitário, mas a cidade não está sendo reconhecida como fronteira, cidade de fronteira.

Para encerrar, estão passando nessa situação assim, e quando eu olho - eu que vim lá da periferia, de um lugar pobre, com muito orgulho, da zona norte de Sorocaba, e zona oeste, também, divisa - as pessoas sofrendo aqui no nosso país, na grande São Paulo. Grande parte foi para Praia Grande e voltou. Voltou por quê? Porque não teve solução ali na Praia Grande.

Então, apelo aqui, pelo prefeito de Guarulhos, Henrique Costa, que se torne cidade de fronteira, porque essas pessoas precisam de políticas públicas e de auxílio e de acolhimento, porque a nossa política, que é a minha, do Vitão do Cachorrão, é o ser humano em primeiro lugar.

Muito obrigado, presidente Carlos Giannazi.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito obrigado, deputado Vitão do Cachorrão. Muito importante o pronunciamento de V. Exa., um pronunciamento sensível e em defesa da dignidade humana, um pronunciamento humanitário. Parabéns, deputado.

Com a palavra deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Giannazi, estou retornando à tribuna. Que bom que aqui dá pra gente retornar, falar uma duas, três, quatro, cinco. O que acontece, presidente Giannazi? O presidente Vitão vai subir também, presidente Vitão do Cachorrão? Então, para os dois presidentes.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Vitão do Cachorrão.

 

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O secretário Renato Feder, a gestão dele ensina que a Capital tem praia, que a nossa Capital tem praia, e Pedro II assinou a Lei Áurea. Isso é o material digital, da plataforma digital que a Secretaria de Educação está levando para os alunos.

“Na prática, uma correção. A proibição do uso de biquínis foi adotada por Jânio Quadros em 1961, quando ele era prefeito de São Paulo. Ele emitiu um decreto vetando o uso de biquínis nas praias da cidade.

A justificativa de Quadros era que o traje de banho seria uma afronta a moral e aos bons costumes. Esse impedimento também causou grande repercussão na época, e gerou protestos de mulheres”.

“Parte do material digital produzido pelo governo Tarcísio de Freitas, Republicanos para ser aplicado em salas de aula apresenta erros graves de informação em disciplinas como História e Biologia”. Estou repercutindo a matéria do UOL a respeito desses erros.

“O conteúdo da Secretaria de Estado da Educação, comandada por Renato Feder, ao qual a reportagem teve acesso, afirma ter sido Dom Pedro II, e não sua filha, a Princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea em 1888, colocando fim à escravidão no Brasil”.

Vem lá o slide: “Foco no conteúdo. Em 1888, Dom Pedro II assinou a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil. No entanto, a insatisfação popular com a Monarquia continuou a crescer.

Em 15 de novembro de 1889, o Regime Monárquico chegou ao fim, com a Proclamação da República e Dom Pedro II foi deposto. Ele partiu para o exílio na Europa, onde viveu até sua morte, em 1891.”

Foco no conteúdo do Sr. Renato Feder, que está levando a desinformação às nossas escolas, para os nossos alunos. Ele está dizendo que Dom Pedro II assinou a Lei Áurea e não a princesa Isabel.

“A Secretaria de Estado da Educação reconheceu os erros e disse que todas as observações levantadas pela reportagem a respeito das aulas mencionadas foram retificadas e atualizadas. A coordenadoria pedagógica da instituição afirmou ainda que realiza revisões e aprimoramentos constantes nos recursos didáticos, mantendo-se em total harmonia com o currículo paulista.

A informação equivocada sobre a abolição está nos slides de história elaborados para os alunos do 8º ano do ensino fundamental. Segundo o UOL apurou, alguns diretores têm orientado os docentes a pular essa parte da aula, dedicada ao período conhecido como o Segundo Reinado de Dom Pedro.

Os slides com erros de informação fazem parte de um material 100% digital” - é a plataforma digital - “produzido pela secretaria para aplicação nas 5.300 escolas do estado. Em abril, quando foi lançado, 1.400 aulas de formação já estavam disponíveis no sistema como forma de complemento à rotina escolar. Hoje, são mais de 6.000 aulas prontas.

O secretário Renato Feder” - muitos estão gritando “Fora, Feder” - “anunciou em agosto que o governo iria usar os slides como conteúdo único de formação, abrindo mão de aproximadamente 10 milhões de livros fornecidos pelo Ministério da Educação.

Após repercussão negativa da medida, a gestão Tarcísio recuou. Antes disso, no entanto, o governador chegou a afirmar que o material digital foi criado para aprofundar o conteúdo.” Olha o aprofundamento de conteúdo que esse governo quer levar para os nossos alunos.

“Historiador da abolição, Vitor Hugo Monteiro Franco, autor do livro ‘Escravos da Religião’, diz que o conteúdo revela um erro factual, já que a lei foi assinada pela filha do imperador que, naquele momento, estava na posição de princesa regente. O imperador nem estava no Brasil em 13 de maio daquele ano.

Hoje os historiadores têm evidenciado que, para além da princesa Isabel, houve outros atores políticos muito importantes no processo da abolição, que não foi uma dádiva do governo imperial, mas o resultado de diversas lutas políticas travadas por pessoas negras livres e libertas e pelos próprios escravizados.”

“Jânio realmente proibiu o biquíni, mas quando presidente e nas praias do Brasil.” Então, o Jânio Quadros, quando foi presidente da República, ele proibiu o uso de biquínis, mas nas praias do Brasil. “Até porque a Capital paulista não fica no litoral. Jânio foi de fato prefeito da capital, mas em períodos distintos do relatado pela aula digital: de 1953 a 1955 e de 1986 a 1988.

Ele era um político controverso que emergiu se colocando como solução para os problemas da corrupção e da moralidade. Criava fatos, como a proibição de uso de biquínis, e também da briga de galo, para chamar atenção para si, segundo Marco Antonio Teixeira, cientista político da Fundação Getúlio Vargas.

Em um outro conteúdo de história, destinado a estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental, o governo paulista afirma que a cidade de São Paulo tem praias. O erro está em uma aula referente à rápida passagem de Jânio Quadros pela Presidência da República.” Olha lá, foco no conteúdo! Foco no conteúdo que vai para os alunos!

“A proibição do uso de biquínis foi adotada por Jânio Quadros em 1961, quando ele era prefeito de São Paulo.” Jânio Quadros não era prefeito de São Paulo em 1961. Ele era o presidente da República. “Ele emitiu um decreto vetando o uso de biquínis nas praias da cidade.” São Paulo não tem praias, deputado Vitão do Cachorrão!

O que esse governo do Tarcísio, do Thorcísio Privatizador, quer levar para os nossos alunos? O que ele quer levar às escolas com essa história de plataforma digital, de conteúdo digital? É desinformar os nossos alunos.

Olha a aula de história que ele está levando, não querendo colocar os livros, querendo se livrar dos livros, porque os livros são avaliados pelos professores, são escolhidos pelos docentes. Então, ele quer criar o seu próprio conteúdo, mas é o conteúdo da desinformação.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Reis. Antes de chamar aqui o próximo orador, que é o Giannazi. Só vou agradecer a presença do vereador Gil Sales, que está lá no nosso gabinete, de São Miguel Arcanjo, sempre trazendo demandas para a Saúde, para a infraestrutura, para a Educação.

Segue a lista aqui agora do Pequeno Expediente, Lista Suplementar, nosso amigo Carlos Giannazi, deputado Carlos Giannazi tem a palavra por cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Vitão do Cachorrão, deputado Reis, deputado Suplicy, um absurdo o que está acontecendo na Secretaria da Educação, essa gestão do Renato Feder, dono da Multilaser, está destruindo a Educação do estado de São Paulo.

Recentemente ele tentou retirar o livro didático das nossas escolas, o livro didático que é oferecido, distribuído pelo MEC, um livro que é escolhido através de um rigoroso processo de seleção por professores da área, por intelectuais, escritores, por comissões especializadas. Então, o critério é muito rigoroso. E são livros sem erros, Sr. Presidente, que são esses livros aqui, os livros didáticos do Ministério da Educação, do Programa Nacional do Livro Didático.

Esses livros seriam retirados, não fosse a nossa intervenção, a nossa liminar. Nós entramos com uma liminar, uma ação popular, e conseguimos uma liminar barrando a retirada do livro didático.

O livro fica, mas o Renato Feder, dono da Multilaser, queria substituir o livro didático por esses slides que são eivados por erros grosseiros, Sr. Presidente. E V. Exa. foi direto ao ponto, mostrando essa matéria do UOL.

Queria só colocar primeiro a matéria do UOL, que hoje está sendo repercutida em todo o Brasil. Essa é uma matéria que o deputado Reis acabou de ler aqui, na íntegra praticamente, "Gestão Tarcísio ensina que Capital tem praia e Pedro 2º assinou a Lei Áurea".

Isso é um absurdo total do ponto de vista histórico, mas tem outros erros que eu já venho denunciando há um bom tempo aqui na tribuna da Assembleia Legislativa, daí eu quero mostrar o próximo slide, daí sim, que eu já tinha denunciado, deputado Reis.

Olha só, erros absurdos de português, de gramática. Ali eles escrevem oxigênio, está errado, espaço, não estou conseguindo ler daqui, dá para ampliar um pouquinho? Não dá para ampliar, mas onde está tem vermelho são erros de português, erros de grafia em vários desses slides. O tempo todo, presidente, e erros conceituais, erros históricos.

Agora sim, agora melhorou. Então está lá: "as planta", o correto é "as plantas". Ali tem "meu bairo", com apenas um "r", um absurdo, são erros que estão sendo denunciados o tempo todo, erros de conceito, erros históricos, erros de português, de gramática.

São vários os erros desses slides, eles não têm referência bibliográfica, Sr. Presidente, é um absurdo isso. Logo, logo vai aparecer aí um conteúdo segundo o qual a Terra é plana, porque esse é um governo herdeiro do governo terraplanista, negacionista, é isso que eles querem introduzir.

Presidente, isso não é apenas um erro, isso é intencional, é para destruir a Educação, é para emburrecer os nossos alunos, não é? Eu falei hoje a famosa frase histórica do grande Darcy Ribeiro, de que a crise da Educação não é uma crise, é um projeto.

Então esses erros, o que está acontecendo em São Paulo não é uma incompetência administrativa, é um projeto desse governo negacionista, terraplanista, autoritário, de destruir a Educação do estado de São Paulo de várias maneiras, inclusive nos conteúdos programáticos.

Então são vários erros, Sr. Presidente, nós conseguimos aqui a manutenção, o livro didático fica, se não houvesse o livro didático nós ficaríamos reféns desses erros. Falta aparecer aí que a Terra é plana, que a cloroquina cura a Covid e tantos outros absurdos que já foram ditos e defendidos pelos terraplanistas, pelos negacionistas, mas é disso que se trata.

Então, Sr. Presidente, nós vamos continuar acompanhando, fiscalizando esses conteúdos. Estamos pedindo uma intervenção do Ministério Público do Estado nessas plataformas digitais, porque o que está acontecendo? Há uma máfia das plataformas digitais. Têm grandes grupos econômicos vendendo essas plataformas digitais para a Secretaria da Educação.

Olha o que está acontecendo lá no Paraná, a rede está entrando em greve: é fruto exatamente da política educacional desse secretário, dono da Multilaser, que implantou plataformas. Isso gerou o esgotamento do processo educacional, e lá os professores vão entrar em greve.

Professores do Paraná anunciam greve de aplicativos por um dia nas escolas. Eles não aguentam mais esses aplicativos para controlar. Olha, são muitas as plataformas, e ele vai fazer a mesma coisa, na verdade, não vai fazer, porque ele já está fazendo a mesma coisa aqui no estado de São Paulo.

Nós vamos reagir à altura, até porque aqui não é o Paraná, é um estado grande. Lá tem mobilização também, o sindicato lá é ótimo, é combativo. Eles enfrentam o autoritarismo do governo, e nós vamos enfrentar aqui também, com as nossas entidades representativas do Magistério, com a Apeoesp, com a Udemo, com a Apase, com o CPP, com todas as entidades, com a Afuse.

Sr. Presidente, nós vamos fazer esse enfrentamento, e vamos defender a Educação do estado de São Paulo. Então, o livro fica. Nós queremos livro didático, porque esses não têm erros.

E vamos acionar o Ministério Público, o Tribunal de Contas, para fazer uma verdadeira devassa nos contratos dessas plataformas digitais que estão sendo vendidas e implantadas aqui pela Secretaria da Educação nas nossas escolas, e também nesses conteúdos.

Sr. Presidente, são erros gravíssimos, que estão levando nossos alunos a terem uma educação equivocada, com falsas informações históricas e geográficas. Aí, o aluno vai acreditar mesmo que a terra é plana, porque vai aparecer lá, “A Terra é plana”. E ele vai acreditar nisso, porque é um conteúdo da escola e da Secretaria da Educação.

É isso, Sr. Presidente, nós já estamos tomando as medidas cabíveis contra esse descalabro desse governo e dessa gestão do Renato Feder. Nós também estamos na campanha e no movimento “Fora Feder”.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. O próximo orador é o deputado Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, levando em conta as iniciativas para combater as desigualdades no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e em companhia do hoje ministro do Desenvolvimento Social, ex-governador do Piauí, estão no Piauí para lançar um programa de combate à fome.

Esta iniciativa tem muito a ver com o que aconteceu ontem em Brasília, quando houve o lançamento do Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades.

Gostaria de fazer uma sugestão ao presidente Lula, ao ministro Wellington Dias, ao ministro Fernando Haddad, da Fazenda, à ministra Simone Tebet, do Planejamento, para que seja constituído um grupo de trabalho no âmbito do governo, interagindo com a sociedade civil, com o chamado Conselhão de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, para estudar quais as etapas que significarão ou que está na Lei que reinstituiu o programa Bolsa Família, extinguiu o programa Auxílio Brasil, e que diz com clareza que o programa Bolsa Família constitui uma gradual implementação da universalização da renda básica de cidadania até que ela se torne incondicional e, portanto, universal para toda a população brasileira. Mas como assim? Até os que mais têm mais recurso irão receber? Sim, mas obviamente irão contribuir para que eles próprios e todos venham a receber.

Então, é importante que possa o governo federal convidar alguns dos especialistas, estudiosos dessa matéria, e são tantos no Brasil, assim como também internacionalmente, e poderia o governo até convidar alguns desses estudiosos de profundidade sobre a renda básica para interagir com esse grupo de trabalho, professores como Felipe Rompares, Ga Sternig, Sara da Bala, e outros que certamente terão o maior prazer de contribuir.

E aqui o próprio grupo de economistas, como Bernard Appy e outros que estão colaborando para a elaboração da reforma tributária, no sentido de que ela possa cobrar mais daqueles que têm mais para efetivamente beneficiar o conjunto da população brasileira.

E ressalto aqui as palavras de Odeli Grajeli, do lançamento ontem do pacto nacional para o combate às desigualdades, como importante é que possa o Brasil, da mesma maneira que um dia diante da consciência de que a escravidão era algo totalmente inadequado, da mesma maneira que um dia se percebeu que as mulheres deveriam ter o direito de votar, também será muito importante que possa o governo detectar o quão importante será a implantação do direito inalienável de todas as pessoas participarem da riqueza comum da nação brasileira, e podemos assim atender mais e melhor o grande desejo de um dos maiores defensores da renda garantida, Martin Luther King Jr. Possamos logo no Brasil e na terra ver todas as pessoas juntas, os filhos de ex-escravos, os filhos de ex-donos de escravos serem capazes de se sentar juntos na mesa da fraternidade.

É importante ressaltar que ontem, na reunião do conselhão e da Frente Parlamentar em Defesa da Maior Igualdade, houve assim uma atenção muito forte para que possamos acabar com o racismo e com toda e qualquer discriminação, seja contra os negros, contra os indígenas, contra as mulheres, para caminharmos num Brasil mais justo, igualitário onde todos tenham o direito à vida com dignidade.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Encerrando o Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem deputado Carlos Giannazi, pela ordem deputado Luiz Fernando.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, eu gostaria de utilizar a tribuna pelo Art. 82 pela vice-liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Presidente, deputado Reis, de volta a esta tribuna, quero cumprimentar o deputado Conte Lopes, o deputado Luiz Fernando; Sr. Presidente, nós estamos falando aqui da desastrosa gestão da Educação no estado de São Paulo, do secretário Renato Feder, dono da Multilaser, que veio aqui no final do primeiro semestre e se comprometeu, após nossas cobranças, publicamente, na Comissão de Educação, em uma audiência pública oficial, a encaminhar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa, para que nós pudéssemos flexibilizar as APDs e, também, a volta da falta-aula, porque hoje o que tem é a falta-dia, que é um verdadeiro absurdo, uma aberração jurídica e trabalhista.

No dia treze de julho, eu tive uma audiência com o secretário Renato Feder lá na no gabinete dele, na Secretaria da Educação, com toda a equipe dele, e reafirmei a necessidade, essa exigência de flexibilizar as APDs, que as APDs sejam feitas em local de livre escolha, porque essas APDs estão matando os nossos professores e as nossas professoras.

Não é possível a realização dessas APDs nesse formato imposto pela Lei 1.374, de 2022, da famosa farsa da reforma da carreira do Magistério do Rossieli, do Doria, do Rodrigo Garcia. Nós fomos totalmente contra aquela lei.

Mais recentemente, depois de tanto desgaste, o secretário, para tentar aliviar um pouco a barra dele, anunciou em uma "live" que estaria enviando o projeto de lei para a Assembleia Legislativa, mas hoje já é dia 31 de agosto, e nada aconteceu, não chegou nem um projeto aqui na Assembleia Legislativa.

Ele tem que encaminhar um PLC, um projeto de lei complementar, para que nós possamos votar em caráter de extrema urgência, flexibilizando, garantindo que essas APDs, essas atividades pedagógicas diversificadas sejam feitas em local de livre escolha. É isso o que nós queremos de imediato, é o mais grave, Sr. Presidente.

E, também, a volta da falta-aula, porque hoje se um professor tem cinco aulas de matemática, e ele falta a última porque aconteceu um acidente, um imprevisto, ele perde as outras que ele já lecionou, as outras quatro. Isso é uma aberração jurídica, uma afronta ao direito trabalhista. Isso é inconstitucional, todo mundo sabe. Isso tem que ser revogado imediatamente.

Nós já acionamos o Ministério Público Estadual. Não tivemos ainda uma decisão. Mas isso tem que ser revogado, Sr. Presidente, isso é uma vergonha, o estado de São Paulo manter uma legislação como essa, que afronta o direito trabalhista.

E outras exigências que nós fizemos a ele, a questão dos critérios, também, da escolha de aulas, da atribuição de aulas no início do ano, enfim. Ele se comprometeu já três vezes, na Comissão de Educação, em uma audiência que eu pedi, ele me disse isso, que estaria encaminhando, e agora através de uma "live" que ele fez recentemente, mas até agora nada.

A rede estadual não pode mais esperar que essas APDs continuem sendo feitas dentro da escola, isso não é mais possível e, também, que se resolva a questão da falta-aula, que volte a falta-aula, como nós temos que voltar também com a falta abonada.

Sobre a falta abonada, eu tenho um projeto aqui tramitando, que envolve aí todo funcionalismo público estadual. Então, fica aqui a nossa exigência ao secretário, para que ele faça o encaminhamento, se é que ele vai fazer, porque ele já falou três vezes que tinha esse compromisso e hoje já dia 31 de agosto, e até agora o projeto não foi protocolado na Assembleia Legislativa. Então, queria fazer esse pronunciamento e exigir que o secretário tome essas providências.

Quero ainda, só para concluir, Sr. Presidente, aproveitando, olha, nós estamos preocupados, porque ontem foi protocolado um manifesto pela votação da reforma administrativa na Câmara dos Deputados. Mais de 20 frentes parlamentares assinaram esse manifesto pela votação da reforma administrativa, que está sendo defendida não pelo governo federal, o governo federal é totalmente contra, porque é um escárnio total essa reforma administrativa, quem está defendendo é o Lira, o coronel da Câmara dos Deputados, que manda, que controla o Centrão.

Ele está querendo e o mercado está querendo também, porque essa reforma em que está a PEC, famosa PEC 32, ela tem que ser retirada imediatamente da Câmara dos Deputados.

Ela é uma obra do nefasto e perverso governo Bolsonaro. Foi o Bolsonaro que apresentou essa famigerada PEC 32, que ataca, Sr. Presidente, o funcionalismo público como um todo e os serviços públicos do Brasil, acabando com o concurso público, praticamente, de provas e títulos; acabando com a estabilidade dos servidores, reduzindo drasticamente o número de servidores em quase todas as áreas.

É um dos maiores ataques feitos aos servidores do Brasil. Mas há uma movimentação, lá no Congresso Nacional, do mercado, das grandes empresas, desses setores reacionários e dessas frentes parlamentares controladas por esses grupos econômicos e pelo Centrão, querendo votar a reforma contra os servidores públicos do Brasil, o que nós não podemos permitir.

E aqui em São Paulo, também, o governador Tarcísio, antenado e irmanado a essa tese da reforma administrativa, está ameaçando e anunciando que vai também encaminhar um projeto de lei aqui para a Assembleia Legislativa, para que haja uma reforma estadual como essa do governo federal.

Só quero lembrar que o ex-governador Doria, no seu famigerado governo, já fez uma reforma administrativa aqui, Sr. Presidente, deputado Conte Lopes, retirando, acabando com a falta abonada, que nós tínhamos desde 1968 no Estatuto do Funcionalismo Público.

É isso que acontece quando tem qualquer reforma - retirada dos direitos dos servidores. Então, isso será aprofundado com uma nova reforma do Tarcísio, ou do Centrão na Câmara dos Deputados.

Ou mais ainda: nós perdemos - só para concluir, deputado Conte Lopes e deputado Reis - o reajuste do adicional de insalubridade. Acabou, não tem mais, porque o Doria aprovou aqui, com a base de sustentação do Governo, a famosa reforma administrativa.

E se o governador Tarcísio apresentar um projeto, vai retirar mais direitos, ainda, dos nossos servidores. E nós estaremos aqui para fazer o combate: contra as duas reformas, a reforma administrativa do Tarcísio de Freitas e a reforma do Lira e do Centrão.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputado Conte Lopes. 

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Como vice-líder do PL, falar pelo Art. 82. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos. 

 

O SR. CONTE LOPES - PL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados. É bom a gente colocar aqui que Tarcísio de Freitas, o governador, até bem aceito pelo povo de São Paulo, com uma boa porcentagem na avaliação do governo, nunca foi político.

Até sou testemunha, pois estávamos na sala do Bolsonaro eu, o Coronel Telhada, o Frederico d'Avila, quando, numa conversa informal, o presidente Bolsonaro disse que indicaria Tarcísio de Freitas para concorrer ao governo de São Paulo.

Até as pessoas lá, muitos acreditaram na possibilidade. E ele realmente virou governador de São Paulo. Foi lançado e virou governador. É um homem muito competente e muito inteligente.

Mas na verdade ele está na política há oito meses. É diferente do presidente Lula, que eu conheço desde as greves do ABC, dos metalúrgicos, em 78; desde a fundação do PT em 80. Então, é um homem político. Veja que ele cria ministérios à vontade.

O próprio Lira foi citado aqui pelo deputado Carlos Giannazi, mas já está ganhando ministérios. Outros berram, e ele ganha ministério. Ele é político, ele sabe até trabalhar nesse sentido. O outro, não; está há oito meses na política, Tarcísio de Freitas.

Colocou um secretariado de técnicos, ele mesmo diz, e evidentemente está conduzindo o governo do estado de São Paulo. Não está satisfazendo a muitas pessoas? Talvez não, talvez não. Deixa de atender à classe política, e esse é um defeito, realmente, de todo aquele que não é político.

Foi um defeito de João Doria, nunca foi nem vereador, virou prefeito e governador. Foi o defeito de Fleury, que nunca foi vereador nem governador, e o Quércia o elegeu o governador.

Foi o defeito do Pitta, que nunca foi vereador, e o Paulo Maluf o elegeu prefeito de São Paulo. Foi o defeito do Haddad, da Dilma, que nunca foi vereadora e virou presidente da República.

Então, esse defeito, essas pessoas, a gente fala, a gente cobra. Eles deviam ouvir um pouco mais o lado político, mas como eles são cercados só de técnicos, os técnicos têm uma certa ojeriza à classe política.

Só que os políticos conhecem a alma do eleitor, eles sabem como pedir voto. Não adianta pegar para presidente da República e colocar um general, que às vezes nem a família dele vota nele, deputado Reis.

Então, não adianta. O cara tem que se abrir um pouco para o lado da política, não é? Talvez isso esteja faltando um pouco ao Tarcísio. A gente vê na imprensa que não conseguiu aprovar o projeto aqui na Casa, a insatisfação. Porque não ouve. Infelizmente, tem que ouvir mais a classe política, não é? A gente fala, a gente diz, o PL nosso aqui tem 19 deputados.

Então, tem que ser mais tratado, politicamente falando. Não é troca de favores, não, é poder político. Por exemplo, quando fui vereador em São Paulo, no governo Haddad, eu era do PTB.

Nós tínhamos com quatro vereadores a Secretaria de Esporte. Então, evidente que eu tinha que votar com o Haddad prefeito, como votava o deputado Reis. Então, às vezes o Paulo Fiorilo... Mas é evidente, é uma questão de princípio.

Se você faz parte de um governo, você vai votar contra? Se você resolver votar contra, tem que ir embora. Aí a gente tem que bater palma para o PT. O PT tem isso, eles podem brigar, mas votam fechados.

O nosso lado é diferente. Nosso lado é diferente. Quantas vezes eu falei aqui antes das eleições, que eleições se ganham na urna se ganha no dia? “Leva o vovô e a vovó para votar. Não adianta esperar que o Exército vai tomar uma atitude que nunca tomou”.

A PM não toma em relação à gente, nem o exército toma. Pelo contrário, eles pegam agora (Inaudível.) mais duro do mundo. Todo mundo consegue, menos a gente. Desde que eu cheguei aqui, deputado Reis, eu via Zé Dirceu, Luiza Erundina receberem medalha lá no quartel general.

As minhas eles tiravam, pois não gostavam de mim, porque eu me elegi, os coronéis. Então é assim? A vida é assim, e de vez em quando encontro algum: “Orra, te elegemos”. Eu dou risada, e fico quieto. Falar o que para o cara, não é, depois de 30 anos? Mas, infelizmente é isso.

Então, o governador está há oito meses na política, né? E esperamos que realmente ele trabalhe um pouco mais politicamente, não fique só ouvindo o político tal,  o político que pensa no time dele, não pensa no time dos outros.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicitaria o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido de você. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem a Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

Tenham todos uma boa tarde.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 13 minutos.

 

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