23 DE MAIO DE 2024
71ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, REIS e EDUARDO SUPLICY
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h03min.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Cumprimenta o vereador João Ananias, de São Paulo, presente no plenário.
4 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - REIS
Assume a Presidência.
6 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
8 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Cumprimenta o vereador Gu Castro, de Aparecida, presente nas galerias.
10 - REIS
Assume a Presidência.
11 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - EDUARDO SUPLICY
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
13 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 24/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h46min.
* * *
- Assume a Presidência e abre
a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno
Expediente, com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Márcia
Lia. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena.
(Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.)
Com a palavra, o deputado Reis, que
fará uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT –
Quero cumprimentar o deputado Carlos Giannazi, que está presidindo os trabalhos
hoje, o público presente e todos os deputados e deputadas que não estão aqui,
mas estão em seus gabinetes acompanhando a sessão pela Rede Alesp. Então, forte
abraço a todos vocês.
Quero
cumprimentar os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia
Penal e da Polícia Técnico-Científica, também todos os professores, porque eles
estão reclamando que eu cumprimento a polícia e eles não. Que todos os
professores, os educadores, sintam-se cumprimentados e abraçados por mim e pelo
deputado Carlos Giannazi. Todos os servidores públicos e funcionários desta
Casa.
Quero também
cumprimentar, presidente Carlos Giannazi, todos aqueles e aquelas que
acompanham diuturnamente pela Rede Alesp, o Pequeno Expediente, o Grande
Expediente, as atividades e as agressões contra estudantes, quando elas
acontecem aqui. Eles acompanham tudo, inclusive à noite, quando há reprise na
Rede Alesp, do Pequeno e do Grande Expediente.
Também quero
saudar o vereador João Ananias, que hoje está aqui nos visitando, junto com meu
chefe de gabinete, o Rodrigo Mar. O vereador João Ananias, deputado Carlos
Giannazi, eu o chamei para fazer uma diligência lá na Avenida Maria Coelho de
Aguiar, porque existe uma obra que já era para ter terminado no mês de
fevereiro deste ano, mas o empreiteiro pediu mais seis meses de prazo.
Essa obra está
atrapalhando todos os moradores no Jardim São Luís, e todas as pessoas que vêm
da região da M'Boi Mirim, do Parque Santo Antônio, e muitos que cortam caminho
por ali para ir ao Valo Velho ou ao Capão Redondo. Eles passam pela Avenida
Maria Coelho Aguiar. Essa obra está prejudicando centenas de milhares de
pessoas e, inclusive, deputado Carlos Giannazi, os comerciantes, segundo o que
eles nos trouxeram.
Quando nós fizemos
a diligência, eu e o vereador fomos de comércio em comércio, perguntando sobre
aquela obra. Eles contaram que precisaram demitir funcionários, que o movimento
deles caiu mais de 40% e o vereador fez então um pedido: um requerimento de
informação para a Prefeitura, para a Secretaria de Infraestrutura Urbana
informar o porquê da demora.
Além da demora,
nós levantamos, deputado Carlos Giannazi, que eles pediram aditivos. Disseram
que encontraram uma pedra no túnel que eles estão fazendo no local, e pediram
mais 17 milhões de reais de aditivo, além do reajuste do contrato do IPCA.
Trata-se de um contrato de 78 milhões, mais três milhões de IPCA e mais 17
milhões de aditivo.
Quer dizer, uma
obra de 78 milhões já está chegando aos 100 milhões de reais. Tinha um prazo de
12 meses e eles pediram mais seis meses. Enquanto isso, a população está
sofrendo muito, e eu observei a falta de fiscalização da Prefeitura com relação
a essa empreiteira. Chama-se Almeida Zapata. Nós temos que falar o nome que é
para o povo saber, para o povo do Jardim São Luís saber o que está acontecendo
naquela região.
Eu agradeço
muito o vereador João Ananias, porque ele, na hora em que eu falei, disse; “Não,
vamos lá agora. Vamos ver o que tá acontecendo”, e nós visitamos os postos de
visitas, constatamos que quase não havia funcionários ali. Depois das
diligências que nós fizemos, parece que eles deram uma aceleradinha,
parece que já tem mais gente trabalhando, mas anteriormente à nossa diligência
na Maria Coelho Aguiar, não havia funcionários trabalhando.
Então, a gente
vê que é um modus operandi da
empresa, retardar, arrumar dificuldades para pegar mais dinheiro do povo, pegar
aditivo, dinheiro público, a fiscalização que a Prefeitura tem obrigação de
exercer, essa fiscalização não é feita a contento, e, enquanto isso, a
população sofre e está sofrendo muito.
Os comerciantes
estão sofrendo, as pessoas que usam transporte coletivo estão sofrendo porque
perdem muito tempo ao passar pela Avenida Maria Coelho Aguiar. Eu fico muito
contente pelo fato de V. Exa., vereador João Ananias, estar presente aqui, e eu
poder falar, dar esse depoimento, esse testemunho do seu trabalho lá no Jardim
São Luís, do seu trabalho fiscalizando as ações da Prefeitura. As ações ruins.
O que era para
ser bom, o que eles estão fazendo ali é praticamente um túnel que vai captar a
água da chuva para jogar no Rio Pinheiros, por conta das enchentes do Córrego
do Curtume. Em todos os períodos de chuvas, as pessoas perdem os seus bens,
porque entra água. As enchentes alagam as casas ali. Entra água na casa das
pessoas.
Então, o que se
pretende com esse túnel paralelo ao Córrego do Curtume é reduzir as enchentes
ali no Jardim São Luís, mas aquilo que era para ser um benefício para a
população está sendo um malefício. A população está sofrendo muito, e eu
agradeço o vereador João Ananias, que fez a diligência, fez o requerimento de
informação e, dependendo das informações, também fará uma representação junto
ao Tribunal de Contas e junto à Controladoria Geral do Município.
Muito obrigado,
Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputado Reis. Quero parabenizar o deputado João Ananias, vereador combativo
que faz um trabalho importante para a cidade de São Paulo e representa uma
renovação importante na Câmara Municipal. Seja bem-vindo, vereador João
Ananias, aqui na Assembleia Legislativa.
Dando sequência a lista de oradores
inscritos, com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Carla Morando. (Pausa.) Com a palavra a deputada Fabiana Bolsonaro.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Professora
Bebel. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Silva. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Leci Brandão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Guilherme Cortez. (Pausa.) Com a palavra a deputada Paula da Bancada Feminista.
(Pausa.)
Com a palavra o deputado Carlos Cezar.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Rogério Santos. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra a deputada Andréa Werner.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Felipe Franco. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo.
(Pausa.)
Com a palavra o deputado Alex
Madureira. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra
o deputado Rui Alves. (Pausa.) Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, que
fará uso regimental da tribuna.
E passo aqui a condução dos trabalhos
para o deputado Reis.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Reis, uma notícia aqui que
merece a nossa atenção, porque edital das novas câmeras
corporais da PM de São Paulo diz que policial vai poder escolher se quer gravar
ou não uma ocorrência.
Ora, “o Governo
de São Paulo lançou um edital nesta terça-feira, dia 21, para a contratação de
12 mil novas câmeras corporais para a Polícia Militar. A gravação de vídeos
pelo equipamento deverá ser realizada de forma intencional. O policial será
responsável pela escolha de gravar ou não uma ocorrência.
Na prática, a
mudança pode dificultar investigações de atos de violência policial porque
deixará a decisão sobre ligar ou não o equipamento a cargo dos agentes.
Especialista ouvido pelo G1 aponta que a câmera não ser usada durante todo o
turno policial pode aumentar o uso da força de forma indiscriminada e sem
controle; dificultar a produção de provas para investigações; diminuir a
proteção do próprio policial que possa estar numa situação de risco ou ter sua
conduta questionada.
Atualmente, há
10.125 câmeras em operação no Estado, compradas por meio de dois contratos, e
as gravações são divididas em duas categorias: de rotina e intencionais. Todas
elas serão substituídas pelos novos equipamentos e duas mil novas serão
compradas.
Os vídeos de
rotina registram todo o turno do policial e são obtidos sem o acionamento,
portanto gravam de forma ininterrupta. Os PMs não têm autonomia para escolher o
que desejam registrar. As imagens ficam arquivadas por 90 dias no sistema do
Centro de Operações da Polícia Militar - Copom e, para reduzir os custos, a
resolução delas é menor e sem o som ambiente. Já os vídeos intencionais são
obtidos pelo acionamento proposital do policial e ficam guardados por um ano.
Elas também possuem som ambiente e resolução superior às gravações de rotina.
No novo edital,
não há menção às gravações rotineiras, somente às intencionais. O documento
também informa que o acionamento para captura de imagens poderá ser feito de
forma remota pelo Copom ou pelo próprio policial.
Além disso, os
vídeos serão transmitidos ao vivo “live streaming”, pela internet, para a
central da corporação. Questionada sobre a mudança, a Secretaria da Segurança
Pública afirmou que "as avaliações apontaram a maior incidência de
problemas de autonomia de bateria nos equipamentos de gravação ininterrupta,
bem como a elevação dos custos de armazenamento, vez que parte expressiva do
material captado não é aproveitada. Tais condições inviabilizavam a expansão do
sistema".
Alguns
requisitos definidos pelo governo: o início e o término da gravação serão
realizados por acionamento do PM, local ou remotamente, ou em caso de esgotamento
de bateria; ao iniciar a gravação, o vídeo gravado no equipamento deverá
retroagir 90 segundos, incluindo sua faixa de áudio no mesmo intervalo de
tempo; encerrado o vídeo intencional, a câmera deverá voltar automaticamente ao
modo de espera; o vídeo intencional deve conter faixa de áudio; a câmera deverá
suportar no mínimo 12 horas de operação em condições de gravação local, porém
conectada à plataforma.
A gestão
Tarcísio de Freitas alega que o equipamento será mais moderno e tecnológico do
que o que está em uso. Entre as novas funções que estão na especificação
técnica do contrato, destaca-se a integração do equipamento com o programa “Muralha
Paulista”, com capacidade para identificação de foragidos e placas de veículos
roubados ou furtados.
O governo ainda
diz que haverá a possibilidade de compartilhar os registros de áudio e vídeo
automaticamente com o Ministério Público, o Poder Judiciário e demais órgãos de
controle, seguindo as regras estabelecidas pela Lei Geral de Proteção de Dados.
Os novos equipamentos também terão ferramenta de áudio bidirecional, permitindo
a comunicação entre os policiais de rua e do Copom.
"As
câmeras permitirão que eles solicitem apoio durante as ações. Devido à
transmissão ao vivo, o Centro de Operações da Polícia Militar também poderá
acionar outras equipes de apoio quando achar necessário, antes mesmo que os
policiais precisem solicitar".
Há aqui ainda
outras informações sobre o armazenamento, a compra de câmeras, o que diz a
secretaria, mas é interessante que o secretário Guilherme Derrite disse no dia
10 de maio que o uso das câmeras corporais nas fardas é positivo tanto para a
corporação quanto para os cidadãos.
Disse ele: "Eu
mesmo, na época da campanha, questionei a utilização das câmeras e sua eficácia
e eu pude acompanhar que ela pode ser utilizada pra outras funcionalidades e
isso pode ser muito bom não só para o policial, como para a população". Então
eu quero registrar essa mudança no discurso do secretário, que historicamente
havia se colocado contrário ao equipamento.
Há menos de
dois meses, em agenda pública, ele chegou a repetir o que sempre sustentou como
parlamentar: que as câmeras inibiam o trabalho da polícia. Pois bem, eu acho
que dessa forma, com essa nova legislação, acredito que essa parte deve ser
melhor debatida entre nós, parlamentares, porque eu, em princípio, acho que o
policial sempre deve ter essa câmera corporal para a sua proteção e da
população.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado
Suplicy. Seguindo a lista de oradores, chamo para fazer uso da palavra o
deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Capitão
Telhada. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.)
Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.)
Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada
Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Dr.
Elton. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.)
Deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo.
(Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta
Casa, deputado Suplicy, estamos denunciando exaustivamente o que o Governo do
Estado está fazendo por meio da Secretaria da Educação: fechamento de salas em
todo o estado utilizando uma resolução ainda de 2016, a famosa Resolução nº 2,
da Seduc, de 2016.
Então é o
fechamento de salas e superlotação de outras salas, porque o governo, ao fechar
salas, distribui os alunos em outras salas. Isso é um problema gravíssimo que
estamos denunciando exaustivamente desde o ano passado.
Mas além disso,
não contente com o fechamento de salas, agora o governador editou uma portaria,
a Portaria nº 1, que eu já denunciei aqui também, que foi publicada dia 10 de
maio, que reorganiza as escolas PEI, na verdade orientando as escolas PEI de
sete horas a serem transformadas em escolas de nove horas.
Com isso
teremos também mais exclusão escolar. A rede está em pânico, porque várias
escolas foram apontadas para serem ou PEIs, de 9
horas, ou transformadas, as que são de sete horas, em nove horas.
Então há uma
crise aí generalizada na rede por conta disso e mais também a fusão de escolas,
Sr. Presidente. É por isso que a comunidade escolar, os pais de alunos da
escola estadual que fica lá em Mirante do Paranapanema, quero colocar aqui no
telão uma reunião que foi convocada agora. Olha só o que diz:
“Convite para
reunião. O governador quer fechar a Escola Rural Santa Clara, no Assentamento
Che Guevara, e transferir os alunos.” Revoltados, os pais convidam toda a
comunidade para questionar esse retrocesso. Os pais estão preocupados nessa
região, é uma escola que tem aproximadamente 260 alunos do ensino fundamental,
do ensino médio e de educação de jovens e adultos.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.
* * *
Os
pais estão preocupados porque há um boato de que essa escola será fechada e os
alunos serão encaminhados para uma escola distante, a 10 quilômetros de
distância, que é a Escola Estadual São Bento. Fica a 10 quilômetros.
Estou
falando de uma cidade já distante, que é a cidade de Mirante do Paranapanema, é
uma escola que fica em um assentamento. A população está preocupada, revoltada,
com todos esses ataques do governador Tarcísio de Freitas contra a Educação.
Sr. Presidente, é um absurdo fechar escolas, agrupar escolas. Tudo isso porque
o governo está fazendo um ajuste fiscal na Educação, para reduzir o orçamento
de 30 para 25 por cento.
Então ele já
começa a enxugar a rede estadual, fechando escolas, agrupando escolas,
expulsando, na prática, alunos, porque, na transformação de PEI, temos o maior
processo de exclusão de todos os tempos de alunos da rede estadual: a
transferência quase clandestina de 50 escolas na Capital para a Prefeitura, a
demissão em massa que tivemos de 50 mil professores, o não pagamento do Piso
Nacional do Magistério.
Ele não deu
reajuste para os servidores, para os docentes, para o Magistério estadual. Sr.
Presidente, o reajuste foi em janeiro e até agora não teve o reajuste para o
Magistério estadual e muito menos o reajuste para os servidores públicos em
geral, que a data-base venceu exatamente no dia primeiro de março. Eu já
acionei o Ministério Público e o Tribunal de Contas contra esse crime praticado
pelo Governo contra os nossos servidores.
Mas quero
destacar isso, Sr. Presidente: é um absurdo a tentativa de fechar escolas,
sobretudo essa escola, que fica em um assentamento que eu conheço, estive lá
recentemente. Sr. Presidente, é um assentamento bem-organizado, organizado,
inclusive, pelo Zé Rainha, com quem eu
estive conversando.
É um absurdo essas crianças serem
transferidas para uma escola distante dez quilômetros, sendo que algumas
crianças que estudam nessa escola, que é a escola do assentamento Santa Clara,
uma escola rural, vêm já de transporte público de outra região, da região de
Teodoro Sampaio, e elas são transportadas durante uma hora. Agora ter que ir
para uma escola com dez quilômetros a mais seria um verdadeiro absurdo, mas, se
isso se concretizar...
Espero que não, Sr. Presidente,
porque a comunidade está organizada, está reunida agora no assentamento fazendo
já uma mobilização preventiva. Oficialmente ainda não teve a orientação da
diretoria de ensino, mas é importante, sim, que haja uma mobilização
preventiva, Sr. Presidente, porque, senão, o governo vai fechar escolas no
estado de São Paulo.
Esse é o governo que mais tem atacado
a Educação pública em todos os tempos. E olha que nós já tivemos Paulo Maluf, Quércia,
Fleury, Mário Covas. Todos eles atacaram, de uma forma ou de outra, a Educação,
mas esse governo Tarcísio, Sr. Presidente, é o campeão em destruir a escola
estadual. Nós estamos atentos e denunciamos todas as tentativas de implantação
autoritária da escola PEI e também do fechamento de salas.
Por fim, Sr. Presidente, para
concluir o meu pronunciamento de hoje, eu gostaria de dizer que apresentei
várias emendas à LDO, Lei de Diretrizes Orçamentárias, e uma delas, uma
importante, que para nós é estratégica e prioritária, é a Emenda nº 60, que
trata da questão da implantação do nível superior para os escreventes técnicos
do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que é uma antiga reivindicação
dos escreventes.
Então eu apresentei essa emenda, a Emenda
nº 60, porque ela já prepara, já reserva, ela oferece as condições para que
haja a reserva orçamentária de tal forma que o nível superior possa ser
implantado no Tribunal de Justiça para todos os escreventes.
Está aqui a nossa Emenda nº 60, Sr.
Presidente. Então eu peço o apoio de todos os deputados e deputadas para que
ela seja aprovada. Depois, no final do ano, na LO, nós vamos apresentar mais
uma, para reservar um valor, mas é um movimento importante este que nós estamos
organizando aqui dentro da Assembleia Legislativa.
Eu já tenho um projeto de lei
tramitando aqui, inclusive aprovado em todas as comissões, o nosso PLC nº 3, de
2018, que ajuda na mobilização. É um projeto importante, porque mostra que a Assembleia
Legislativa está aberta para aprovar o nível superior, como nós aprovamos, Sr.
Presidente, em 2015, o nível superior ou universitário para os oficiais de Justiça.
Depois de uma ampla mobilização dentro e fora da Assembleia Legislativa,
sobretudo com as entidades representativas dos servidores, nós conseguimos
aprovar aqui na Assembleia o nível universitário.
Agora nós estamos na luta para
aprovar o nível universitário, o nível superior para os escreventes técnicos do
Poder Judiciário, para que eles sejam valorizados, Sr. Presidente, porque estão
com salários arrochados, defasados já há muitos anos. Então é uma forma de
valorizar os seus salários. Então nós começamos aqui com a LDO, depois a Lei Orçamentária.
Eu já tive uma conversa com o
presidente do TJ nesse sentido, levando a proposta para ele, mas, no entanto,
há um grande movimento importante das entidades representativas dos servidores
do Judiciário, fazendo um movimento muito importante. Essa pauta é também
prioritária para as entidades que representam de fato os servidores, e elas têm
todo o nosso apoio aqui na Assembleia Legislativa.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE
- EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputado Carlos
Giannazi, por sua insistência em defesa da Educação em São Paulo. Tem agora a
palavra a deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada
Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Enio
Tatto. (Pausa.) Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Reis,
tem a palavra pelo tempo regimental.
O
SR. REIS - PT - Muito
obrigado, presidente deputado Suplicy. Volto à tribuna e quero anunciar a
presença do vereador Gu Castro, de Aparecida, que está nos visitando.
O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Seja muito bem-vindo, vereador Gu
Castro, de Aparecida.
O SR. REIS - PT - O vereador Gu Castro tem feito um trabalho extraordinário lá
em Aparecida. Já estive na cidade de Aparecida com ele, conversando com várias
pessoas, e pude perceber ali o carinho que os cidadãos e as cidadãs de
Aparecida do Norte têm pelo vereador Gu Castro. Então, parabéns pelo seu
trabalho e conte sempre com o nosso mandato. Estamos aqui na Assembleia
Legislativa à sua disposição.
Presidente
Eduardo Suplicy, eu quero repercutir também o projeto de lei que foi aprovado.
O Projeto de Lei nº 1.213, de 2024, que foi aprovado na Câmara dos Deputados,
no último dia 21 de maio. É um projeto que trata da remuneração dos policiais
federais.
O presidente
Lula mandou um projeto muito bom para os policiais federais - para os policiais
rodoviários federais, para os policiais federais e para os policiais penais
federais. Pelo que eu percebo, aqui em São Paulo, os policiais não vão ter
aumento nenhum, porque até agora não chegou nenhum projeto do governador para
dar aumento para os policiais.
No ano passado,
quando nós cobrávamos o aumento de salário dos policiais civis, militares,
técnico-científicos, penais, e quando o governador sinalizou para a sua base que
ia dar aumento, todo dia os deputados da base tarcisista subiam aqui para falar:
“vai ter aumento, vai ter aumento”.
Eles estão
todos caladinhos, todos em silêncio, ninguém sobe mais aqui para falar nada
sobre isso. Então, eu presumo, deputado Suplicy, que os policiais, neste ano,
vão ficar à míngua.
Ele acha que
deu um aumento extraordinário – o que não é verdadeiro, porque São Paulo tem um
dos piores salários do País. Os salários dos policiais de São Paulo são baixíssimos,
e mesmo aquele aumentozinho que ele deu, não significou muita coisa. Se ele
quisesse realmente dar uma valorização para os policiais de São Paulo, ele não
deixaria de, em 2024, também mandar um outro reajuste.
Poderia ser
semelhante ao do ano passado, porque, se em todo ano houver um reajuste
semelhante àquele, ao final de quatro, cinco ou seis anos, talvez a polícia de
São Paulo fique equilibrada entre os primeiros salários do País, mas como ele
não fez isso, o salário da polícia de São Paulo continua muito ruim, muito ruim.
Lá em Brasília,
não. Em Brasília, o governo federal está tratando muito bem os policiais. Olha,
você já pensou: os bolsonaristas, os tarcisistas, que dizem que a base deles é a
polícia, estão maltratando os policiais. Já o PT em Brasília é que está
valorizando os policiais.
Foi aprovado,
sim, e, de acordo com o projeto aprovado, os mais beneficiados serão os
policiais penais. Com o aumento deles vão chegar ao final da carreira em 77,15%.
Eles terão um salário de 20 mil reais no final da carreira. Nossa, isso é o
sonho de consumo dos policiais militares; é o sonho de consumo dos policiais
civis; é o sonho de consumo dos policiais técnico-científicos; é o sonho de
consumo da Polícia Civil, 20 mil reais.
O policial
rodoviário federal também teve um reajuste de 27,48% e, no final da carreira, chegará
a 23 mil reais. O delegado da Polícia Federal, 27,48% e, no final da carreira, chegará
a 41 mil reais. Olha que salário bom, deputado Suplicy, mas aqui em São Paulo,
não.
Aqui em São
Paulo continua muito ruim. Olha, para se ter uma ideia, por esse projeto, o
delegado de Polícia de terceira classe chegará a 27.831 reais. O de São Paulo,
de terceira classe, ganha 11.887 reais. É menos, pode-se falar, que é menos da
metade.
Aí eles têm que
ter GATE, têm que ter gratificação de acúmulo de titularidade para subir um
pouco o salário, porque o salário da Polícia é muito baixo em São Paulo. Um
delegado de segunda classe, 30.886; aqui de São Paulo, 12.666; lá em Brasília,
primeira classe, 35.377; aqui 13.503. Aqui eu estou colocando o salário sem
quinquênio, sem sexta-parte, o que é o padrão mais o RTP. O delegado de Polícia
de classe especial, 41.350. Aqui, 14.303.
O escrivão de
Polícia, agentes e papiloscopistas da Polícia Federal, início de carreira,
14.710, enquanto aqui o início de carreira está em torno de quatro mil e uns quebrados,
não chega a cinco mil. Segunda classe, 16.761. Primeira classe, 19.617. Classe
especial, 25.250.
Esse é o sonho
de consumo da Polícia de São Paulo. Se o governador Tarcísio quiser realmente
valorizar os policiais de São Paulo, ele tem que trabalhar com esses números. É
com esses números, e não dizer que deu 30% de aumento para o soldado e ele sai
de 1.500 reais para 1.900 e poucos reais. Isso é uma vergonha, governador.
Olha o perito
criminal de terceira classe aqui de São Paulo, 12.954, ou seja, o escrivão de
terceira classe, 5.879 reais. Olha a diferença de São Paulo para o salário do
policial federal, do agente federal, do escrivão federal.
Então, deputado
Suplicy, tem outro detalhe, os aposentados estão sofrendo muito com isso, porque
quando se fala em bônus, os policiais aposentados não têm bônus. Eles se
aposentam com aquele salário seco, e o governo, aqueles que têm integralidade e
paridade, só têm reajuste quando o governo dá aumento.
Então, nesse
ano eles não vão ter nenhum aumento, porque se o governador não mandou o
projeto para cá para dar aumento para os policiais, os inativos também não
terão.
Ah, mas vai ter
um bônus. Mas o bônus não alcança os inativos. Então, é muito importante que as
categorias possam cobrar desse governo que se dizia o governo da segurança, que
se dizia o governo das categorias policiais, para que ele realmente cumpra o
seu papel, cumpra as suas promessas. Não pode deixar de ter a valorização dos
policiais em 2024.
É uma vergonha
o que o governador Tarcísio está fazendo. Não pode deixar de ter a valorização,
não só para os policiais, mas para todo o servidor público, porque os
professores também estão aguardando o reajuste, os funcionários do Iamspe estão
aguardando o reajuste, os médicos, os enfermeiros.
É muita gente
aguardando o reajuste que o governador Tarcísio está negando, porque até o
presente momento não chegou a esta Casa nenhum projeto que trate da
recomposição salarial dos funcionários públicos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Agora o próximo
orador seria eu próprio. Então, pergunto ao deputado Reis se puder me
substituir na Presidência, eu agradeço muito.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Tem a palavra o Sr.
Eduardo Suplicy.
O SR. EDUARDO SUPLICY
- PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, deputado Reis, quero aqui registrar a mensagem que eu enviei há
pouco para o caro prefeito Ricardo Nunes.
“Meus
cumprimentos pelo acordo concluído com o Grupo Silvio Santos, pelo qual será
possível a construção do Parque do Rio Bixiga e a realização do objetivo pelo
qual tanto batalhou nosso querido José Celso Martinez Corrêa, um dos maiores
dramaturgos brasileiros, assim como pela aprovação unânime de 46 vereadores do
projeto de lei que criou o Parque do Rio Bixiga.
Cumprimento
também Silvio Santos pelo acordo realizado, que vai permitir que São Paulo
ganhe mais uma área verde, onde acontecerão inúmeras atividades culturais, com
a colaboração de toda a equipe do Teatro Oficina. Parabéns a todos que tanto se
empenharam por essa causa, como Gilberto Natalini, Luna Zarattini, Marília
Gallmeister e todo o elenco do Teatro Oficina.
Um abraço
amigo. Eduardo Matarazzo Suplicy.”
Ainda gostaria
de solicitar uma audiência junto com a vereadora Luna Zarattini, o ex-vereador
Gilberto Natalini e também com a coordenadora da equipe de arquitetas do Teatro
Oficina, Marília Gallmeister.
Gostaria, Sr.
Presidente, de assinalar uma boa notícia. Começa o abastecimento de CBD das
farmácias do Sistema Único de Saúde paulista, o SUS paulista. Há pouco mais de
um ano o governador Tarcísio de Freitas sancionou a Lei 17.618, de 2023, de
autoria do deputado Caio França, que é o coordenador da Frente Parlamentar em
Defesa da Cannabis Medicinal e Cânhamo Industrial, que institui a Política
Estadual do Fornecimento Gratuito da Cannabis Medicinal.
A sanção, tão
comemorada por pacientes, familiares, médicos e empresários do setor, foi
apenas o início de um processo longo de discussões, análises técnicas,
licitação de produtos e até de um manual elaborado para os médicos do Sistema
Único de Saúde.
Finalmente a
odisseia da cannabis paulista está com os dias contados. O óleo de CBD
canabidiol deve estar disponível, segundo a Secretaria da Saúde, tão logo as
farmácias, com medicamentos especializados, estejam abastecidas.
Essa
distribuição já está em andamento. O fabricante do produto é a Ease Labs
Pharma, empresa mineira vencedora da licitação, que estava com o primeiro lote
pronto desde março, aguardando apenas o sinal verde para começar a entrega.
O Estado vai
pagar 0,04, ou quatro centavos o miligrama do CBD, o que representa uma
economia de até seis meses aos cofres públicos. Até agora o governo fornecia o
produto quando obrigado por alguma ação movida por paciente.
Para dar uma
ideia do montante dos gastos com esse fornecimento, em 2022 o Ministério da
Saúde gastou R$ 1.671.701,00 na compra de medicamentos à base de CBD, um
aumento de 940% quando comparado com o ano anterior.
Só os pacientes
com indicação médica e diagnóstico de esclerose tuberosa, doença genética que
provoca o aparecimento de tumores não cancerosos e das síndromes de Lennox-Gastaut, tipo de epilepsia infantil, e de Dravet, doença
incapacitante progressiva, terão acesso ao óleo. O protocolo oficial com
diretriz e orientação está pronto, à espera apenas da publicação no “Diário
Oficial” do Estado.
Outras indicações comprovadas por estudos
clínicos, como depressão e dor crônica, ficaram de fora, mesmo contemplando
apenas três doenças, ter o medicamento no SUS é uma conquista para ser
festejada, pois o reconhecimento da eficiência terapêutica de um produto tão
necessário para o bem-estar de muitos pacientes, mas tão estigmatizado.
E eu espero
que, em breve, também, também aqueles que sofrem de autismo e de inúmeras
outras doenças, como Alzheimer, Parkinson e tantas outras, que também os
pacientes dessas doenças possam ter o devido acesso, através do SUS, ao
cannabis medicinal.
Muito obrigado.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Caro presidente Reis,
não há nenhuma objeção das lideranças e dos partidos, peço que possa ser
levantada a sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o
requerimento de Vossa Excelência.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão. Tenham todos
uma excelente tarde.
* * *
- Levanta-se a sessão às 14 horas e 46
minutos.
* * *