13 DE MAIO DE 2024
63ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, REIS e
EDUARDO SUPLICY
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - REIS
Assume a Presidência.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
7 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
9 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - REIS
Assume a Presidência.
12 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - PRESIDENTE REIS
Cumprimenta a professora Rosemeire, de Rio Claro, presente
no plenário.
14 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
15 - CONTE LOPES
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
16 - CONTE LOPES
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
17 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os
Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 14/05, à hora regimental, com
Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h06min.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI -
PSOL - Presente o número regimental de
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e
recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Rafael Silva. (Pausa.) Com a palavra a deputada Solange Freitas.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Alex Madureira. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Conte Lopes. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Reis, que fará
uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT – Quero
cumprimentar o presidente, deputado Carlos Giannazi, os integrantes da Polícia
Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica, os
funcionários desta Casa e todos que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.
Presidente, deputado
Carlos Giannazi, eu quero falar hoje, para deixar registrado aqui, sobre as
matérias que saíram no “Uol”, em vários sites, as quais dizem que o governador
Tarcísio usou a operação contra o PCC, para pressionar o presidente da Câmara a
votar a privatização da Sabesp. É uma matéria gravíssima. Gravíssima, porque,
se é verdade o que está dizendo a matéria, nós estamos falando que o presidente
foi chantageado.
É fato que o
presidente Milton Leite tinha dito que não havia voto para aprovar a
privatização da Sabesp. Ele falou para todos os ouvidos da cidade de São Paulo
que não havia votos, que seria muito difícil passar a privatização da Sabesp na
Câmara Municipal.
Mas, de uma hora para
outra, ele colocou o projeto em votação. De uma hora para outra, ele colocou o projeto em
votação. De uma hora para outra, ele acelerou o projeto de votação da
privatização da Sabesp.
A matéria diz: “Milton
Leite não somente se tornou a favor da privatização, como fez um outro grande
favor para o governador: acelerou o projeto, a votação do projeto”.
Segundo a
matéria, o governador usou a Operação Fim da Linha para pressionar o presidente
da Câmara de São Paulo, Milton Leite, do União Brasil, a mover uma peça
fundamental na privatização da Sabesp. De acordo com a apuração do UOL, que
consultou sete fontes, duas delas com cargos no governo de São Paulo e outra na
Sabesp.
Ele não somente
se tornou a favor da privatização, como fez um outro grande favor ao
governador, que foi acelerar o processo de privatização, o processo de votação
do projeto na Câmara Municipal.
Agora, nós
temos que entender que não cabe ao governador dizer quando se investiga, quando
se aplica a lei. Será que o Ministério Público está envolvido neste processo?
De que segue aquilo que o governador manda, para poder perseguir e fazer com
que as vontades do governador se tornem realidade.
Isso,
presidente, deputado Carlos Giannazi, tem que ser objeto de uma CPI, uma
Comissão Parlamentar de Inquérito, para apurar a verdade real, para apurar o
que traz essa matéria. Porque o Ministério Público tem que seguir o princípio
da obrigatoriedade. Ele não está subordinado ao governador, ao Executivo, nem
ao Legislativo, ele tem que seguir as regras da lei.
Quando publicam
essa matéria falando que o governador utilizou, pressionou, utilizou a operação
para prender pessoas que são próximas do presidente da Câmara, para poder fazer
com que esse projeto fosse votado, é muito grave.
É gravíssimo,
deputado Suplicy, o que a matéria traz. Eu já estou fazendo um requerimento de
informação ao Ministério Público. O Ministério Público tem que se posicionar a
respeito dessa matéria, porque o Ministério Público não é um puxadinho do
governador.
Eu até às vezes
acho que é, porque, em várias representações que a gente faz para o Ministério
Público, as respostas são ruins. Para começar uma investigação ali é muito
difícil. E são várias as denúncias que, volta e meia, nós estamos representando
junto ao Ministério Público...
Mas eu não
acredito que seja. Dá a impressão que é, mas eu não acredito que o Ministério
Público seja um puxadinho do Palácio dos Bandeirantes - no que se refere a essa
matéria, sobre o que essa matéria está trazendo na data de hoje.
Fiz um pedido
de informações para o governador com relação a essa matéria, para o Ministério
Público, para a gente entender o que realmente está por detrás da privatização
da Sabesp, e também instaurar aqui uma CPI, uma Comissão Parlamentar de
Inquérito, para apurar, para investigar esses fatos.
Eu estranhei
muito, quando a operação não convocou a Polícia Civil para participar, sendo
que a Polícia Civil já vinha investigando desde 2019 os procedimentos dessas
empresas: a sua ligação com a lavagem de dinheiro, a sua ligação ao tráfico de
drogas, a sua conexão com o Primeiro Comando da Capital. É uma investigação
antiga.
E, de repente,
o presidente da Câmara disse que não ia colocar o projeto em votação. Aí se fez
essa operação de uma hora para outra. Não se convocou os investigadores - que
vinham investigando há muito tempo - para acompanhar. Convocaram apenas a
Polícia Militar, junto com os promotores, e efetuaram essa operação. E uma
semana depois começa a tramitar - não sei se V. Exa. também acompanhou isso - o
projeto de privatização da Sabesp.
Tem muita coisa
aqui para se apurar. Muita coisa para se apurar. Essa é a impressão que me
trazem essas matérias na data de hoje, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra,
o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Jorge Wilson Xerife
do Consumidor. (Pausa.) Agora com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, que
fará uso regimental da tribuna.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente deputado Reis, caro deputado Carlos
Giannazi, dois parlamentares que estão muito presentes aqui, no Pequeno
Expediente e no Grande Expediente da Assembleia Legislativa.
Felizmente,
temos aqui colegas que viabilizam com a sua presença para que possamos também
expressar nossos sentimentos e nossa opinião sobre o que acontece na cidade de
São Paulo, no estado de São Paulo, no Brasil e no mundo.
Leio com
preocupação a notícia, segundo a qual, o deputado federal Kim Kataguiri
apresentou um projeto de lei que proíbe as pessoas que estão em situação de rua
de continuarem nas ruas se houver vagas suficientes em centros de acolhimentos.
Segundo o PL,
essas pessoas não querem sair das ruas porque fizeram dessa via uma terra sem
lei. Ao apresentar esse projeto, parece que não conhece tão bem a realidade da
situação da população em situação de rua, nem dos abrigos e centros de
acolhimentos oferecidos por políticas públicas.
O projeto em
especial vai contra a decisão do Supremo Tribunal Federal de 2023, a ADPF nº
976, que determinou a proibição do recolhimento forçado de bens e pertences, da
remoção e do transporte compulsório de pessoas em situação de rua e do emprego
de técnicas de arquitetura hostil contra essa população, além de diversos
outros pontos.
Bem, eu acho
que esse projeto merece uma análise de maior profundidade. Eu tenho a convicção
de que Kim Kataguiri estaria dando um passo em favor dos seres humanos que hoje
vivem na rua se abraçasse a causa da renda básica de cidadania em termos
incondicionais e universais.
Segundo o Kim
Kataguiri, a sua nota, ele diz que o objetivo do projeto é ponderar direitos:
“De um lado o direito de ir e vir da população de rua e, do outro, o direito de
ir e vir dos cidadãos brasileiros que convivem com a insegurança diária
provocada pela aglomeração de moradores de rua que, em sua maioria, não aceitam
ir para os abrigos implementados pelas prefeituras, porque não querem se
submeter ao mínimo de regramento necessário para resguardar a ordem no local.”.
É fato que
muitos moradores em situação de rua não aceitam algumas das regras que são
colocadas nesses abrigos. Diz, Kataguiri: “Há aqueles que sustentam discursos
falaciosos, que usam como justificativa para defender a permanência das pessoas
nas ruas, o estado precário dos centros de acolhimento e a falta de estrutura e
higiene desses locais.”.
É fato que
muitos deles estão com problemas sérios de higiene e de limpeza e precisam, sim, ser muito melhorados.
Mas prossegue Kim Kataguiri: “Ora,
não é bem assim. A prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de
Assistência e Desenvolvimento Social, anunciou recentemente novas medidas para
acolher a população em situação de rua.
Os principais termos são: serão
acolhidas todas as pessoas, mesmo as que não possuem encaminhamento. Em caso de
ausência de vagas, o serviço responsável por fazer os encaminhamentos será
acionado, e fica liberada a espera dentro da unidade.
É proibido colocar pessoas para fora
do centro se acolhidas antes do café da manhã. Oferecer lanche de noite para
quem chegar no local após 21 horas, principalmente nos centros de acolhimento
emergenciais.
Aumentar a quantidade do café da
manhã e acrescentar frutas na refeição. Reforçar as equipes de limpeza noturna.
Reforçar o atendimento no momento da recepção e evitar troca constante de
funcionários com o objetivo de criar vínculos com quem procura o atendimento.
É preciso primeiro conhecer para
depois criticar. Se existem problemas nos abrigos, como foi citada a falta de
higiene, eles podem ser resolvidos ou melhorados. Se não tivéssemos os abrigos,
certamente o poder público seria duramente criticado por não implementar
políticas públicas para a população em situação de rua”.
É interessante que o presidente do Movimento
Nacional da População em Situação de Rua, Darcy Costa, avalia que essa proposta
de Kim Kataguiri fere a decisão do Supremo Tribunal. “Não se deve remover uma
pessoa de um local sem ofertar para ela algo melhor”, defende Darcy Costa, que,
por seu turno, promoveu um diálogo de profundidade comigo mesmo sobre a
proposta de implementarmos a lei que institui a Renda Básica de Cidadania.
Darcy Costa, juntamente com todas as
dezenas de moradores em situação de rua que naquele dia ouviram as minhas
explicações, resolveu encaminhar uma carta ao Congresso Nacional e ao
presidente da República. Isso foi em 2019, ao tempo de Jair Bolsonaro.
Na carta, solicitava que o quanto
antes fosse efetivada a implantação da Renda Básica de Cidadania, conforme
preveem a Lei 10.835, de 2004, sancionada há 20 anos pelo presidente Lula, e a
nova Lei 14.601, de junho de 2023, que extingue o Auxílio Brasil, colocado em
prática por Bolsonaro, e reinstitui o Bolsa Família, dizendo que se trata de um
passo para a gradual implementação e universalização da Renda Básica de
Cidadania.
Então estaremos em um caminho muito
melhor para os moradores em situação de rua na medida em que o governo
municipal, em coordenação com o governo estadual e o nacional, venham logo a
implantar para valer a renda básica universal.
Obrigado.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
*
* *
O SR. PRESIDENTE
- REIS - PT - Seguindo na lista de oradores, chamo o deputado Rui
Alves para fazer uso da palavra. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Entrando
na Lista Suplementar, deputado Enio
Tatto. (Pausa.) Deputado Agente
Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, deputado
Reis, telespectador da TV Assembleia, a gestão Tarcísio/Feder não tem dado
trégua no processo de destruição da Rede Estadual de Ensino.
São vários os ataques. São ataques
simultâneos: demissão em massa de professores
categoria “O”, a máfia, a ditadura das plataformas digitais acabando com a
autonomia pedagógica dos professores e professoras.
* * *
- Assume a Presidência o Sr.
Eduardo Suplicy.
* * *
Agora, a
proposta de redução do orçamento da Educação, a proposta da PEC nº 9, que o
governador Tarcísio protocolou aqui na Alesp, reduzindo em dez bilhões por ano
o orçamento das escolas públicas, da famigerada escola cívico-militar e por aí
vai.
Mas, como eu
disse, não contente com todos esses ataques, o governo intensificou agora o
fechamento de salas na rede estadual, utilizando, como eu já disse
exaustivamente em vários momentos, a famosa Resolução n° 2, ainda de 2016, lá
do PSDB, que foi ressuscitada pelo governo Tarcísio no ano passado e agora,
novamente, em 2024.
Então, nós
estamos assistindo o fechamento de salas em todo o estado de São Paulo, porque
é uma orientação da Secretaria da Educação e das diretorias de ensino. Eu tenho
acompanhado as várias regiões, eu quero aqui ilustrar o que eu estou dizendo,
Sr. Presidente deputado Suplicy, com um caso muito emblemático, porque nessa
escola em que está tendo o fechamento de salas, está tendo mobilização, e os
próprios alunos estão denunciando.
Eu me refiro
aqui à Escola Estadual é Pastor Emílio Kerr, que é uma escola que fica na
região do Grajaú, na Diretoria Sul 3. Lá eles querem fechar, estão fechando
salas, e os alunos, mobilizados, estão denunciando, inclusive pelas redes
sociais. Isso está acontecendo em várias regiões do estado e é a orientação da
Secretaria da Educação.
Eu quero
mostrar esse vídeo que os alunos publicaram e me enviaram, Sr. Presidente, para
que as pessoas tenham noção da gravidade da situação, do desmonte da rede estadual,
de um ataque jamais visto à escola pública no nosso Estado. Está aqui o vídeo.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
Então, Srs.
Deputados e Sras. Deputadas, esse é o quadro, é a situação, é o retrato da rede
estadual de ensino: fechamento de salas em várias escolas da rede estadual.
Essa é a escola Estadual Pastor Emílio, que fica na região do Grajaú e pertence
à Diretoria Sul 3, que está orientando o fechamento de várias escolas, de
várias salas em várias escolas.
Olha, eu tenho
aqui uma relação de escolas que estão passando pela mesma situação. Pastor
Emílio, além de toda a dificuldade, tem também o sucateamento da própria
estrutura, como os alunos demonstraram, e a quadra para as aulas de educação
física está fechada há quatro anos por falta de reforma. Parece que a estrutura
está enferrujada e pode desabar em cima dos alunos.
Mas
olha só, só para concluir, Sr. Presidente, nós temos várias escolas passando
pela mesma situação, pelo processo de fechamento de salas, só nessa Diretoria
de Ensino Sul 3. Olha, a Escola Estadual Ilda Vieira, a Escola Estadual Aurélio
Campos, a Escola Estadual Irmã Charlita, a Escola Estadual Roberto Mange, a
Escola Estadual Ana Luiza, a Escola Estadual Maria Juventina, a Escola Estadual
Maria Amélia Brás, a Escola Estadual Washington Natel, a Escola Estadual
Eurípedes Simões de Paula, a Escola Estadual Levy Carneiro, a Escola Estadual
Afrânio de Oliveira.
Essas
são algumas das escolas daquela região que estão sendo orientadas a fechar salas
no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, sobrecarregando outras salas e
promovendo, Sr. Presidente, a superlotação de salas, o estrangulamento das
nossas escolas. Isso é um absurdo.
Nós
já acionamos o Ministério Público Estadual, o Tribunal de Contas, a Comissão de
Educação da Assembleia Legislativa. No entanto, o governo continua fechando
salas de uma forma perversa, cruel e criminosa.
Então,
nós vamos continuar cobrando e denunciando, Sr. Presidente, esse desmonte da
educação estadual, hoje em todos os níveis, mas hoje eu quero focar nessa
questão do fechamento de salas em várias regiões do nosso Estado.
Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem,
sempre em defesa da melhor qualidade da educação, deputado Carlos Giannazi.
Tem agora a palavra a deputada
Monica Seixas do Movimento Pretas.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos.
Bom,
o assunto que me traz até aqui é um dos assuntos mais importantes do dia,
estampado na capa dos jornais, que é a mudança súbita na posição de Milton
Leite sobre o processo de aderir ou não à futura Sabesp privatizada.
Isso
se deu por conta de os jornais estarem tomados pelo escândalo do envolvimento
de duas concessionárias de ônibus da cidade de São Paulo estarem envolvidas com
o PCC, o crime organizado. As manchetes dão conta que o governo Tarcísio
pressionou, a partir desse escândalo, para que a Câmara de Vereadores votasse
às pressas.
A
mudança súbita do comportamento do Milton Leite pegou todo mundo de surpresa
porque até poucos dias atrás ele dizia: “Não, vamos com calma, há um
desconforto, preciso estudar, não é assim, não tem voto suficiente, São Paulo é
contra a privatização da Sabesp.
Não
vamos deixar uma concessionária fazer o que a Enel fez” e de repente passou o
trator e aprovou a privatização da Sabesp em meio a um escândalo que muita
gente tem que justificar que duas concessionárias de ônibus da cidade, a Upbus
e a Transwolff, estariam envolvidas com o crime organizado, com o PCC.
Nesse
mesmo sentido, agora que o governo do estado de São Paulo pressiona para a
privatização da Sabesp, hoje é a vez de Guarulhos votar se adere ou não. Nesse
momento, enquanto a gente está aqui, a Câmara de Guarulhos tem uma
responsabilidade nas mãos de votar se adere ou não a uma futura Sabesp
privatizada.
Guarulhos
tem grande responsabilidade com a qualidade da água e com a Sabesp no Estado
inteiro. Vale lembrar que Guarulhos amarga índices péssimos de saneamento
básico, de tratamento de esgoto, é uma grande poluidora.
O
resultado do que a cidade de Guarulhos promove impacta os interiores, e por
isso cuidar para que a gente possa ter perspectiva de tratamento de esgoto é
uma responsabilidade hoje do Poder Legislativo de Guarulhos.
Eu
vou explicar. Tratamento de esgoto é uma coisa cara, é uma coisa muito cara.
Por isso que as empresas concessionárias não fazem. Hoje no pacto que tem a
Sabesp. A Sabesp lucra, por exemplo, em São Paulo para investir em demais
municípios.
Desconfio que
Guarulhos seja um deles, porque precisa de um amplo plano de tratamento de
esgoto. Tratamento de esgoto também envolve coleta de esgoto, que envolve
também passar infraestrutura urbana. Eu vivo repetindo que é interligado.
Quem vai abrir
e fechar o asfalto é o município. Quem vai passar e financiar as grandes
tubulações é financiamento do BNDES, do PAC, que são os grandes financiadores
de saneamento básico no Brasil. Então hoje Guarulhos tem uma grande
responsabilidade com o estado de São Paulo.
E a gente segue
judicializando, porque o processo não pode ser atabalhoado, não pode ser sem
estudo de impacto financeiro, não pode ser sem participação popular. A Sabesp
mostra a sua importância não só agora em catástrofes como no Rio Grande do Sul,
que a gente assistiu ao governador Tarcísio assumir a capacidade dos
trabalhadores da Sabesp quando ligou para o governador do Rio Grande do Sul e
ofereceu os técnicos da Sabesp para restabelecer o abastecimento de água,
porque eles prontamente o fizeram, já demonstraram a sua capacidade em São
Sebastião. Como é que a gente abre mão disso? Como é que a gente abre mão dessa
expertise? Isso choca, mas não só.
Ao mesmo tempo
que tenta abrir mão da expertise já comprovada dos trabalhadores da Sabesp que
podem nos ajudar a vencer as dificuldades que a gente vai enfrentar no próximo
período e que já vem enfrentando, vou citar outro exemplo aqui, a gente começou
o período de queimadas no estado de São Paulo e de falta de água no Interior.
Itu, minha
cidade, continua sem água. Não é Sabesp, mas os rios são conectados e a gente
precisa discutir a divisão política da água que a gente tem. Agora a região de
São Carlos entra em um período de desabastecimento.
Como a gente
vai abrir mão da gestão da pouca água que o Estado tem, como é que a gente vai
administrar politicamente a divisão humana desse recurso? A crise climática
mostra que o estado de São Paulo vai ter muita dificuldade de abastecimento.
Então a gente
segue em luta contra a privatização da Sabesp, mas que se amplie o debate do
abastecimento de água, do tratamento de esgoto como serviço público essencial.
Hoje Guarulhos tem na mão a responsabilidade de dizer não à privatização da
Sabesp. Vamos seguir lutando.
Antes de
encerrar eu queria fazer duas pequenas saudações, a primeira ao professorado
paulista, professores e estudantes que estão em luta contra a destruição da
Educação.
Amanhã a gente
tem aqui a votação do projeto da escola cívico militar, continua tramitando na
CCJ a proposta de corte na Educação, as plataformas, essas que tomam os jornais
também tanto pelos erros, mas também por ser politicamente duvidosa, que está
roubando o futuro dos jovens pretos, pobres, periféricos que estão nas escolas
públicas. Professores entram agora em um período, em uma jornada de luta e esta
semana dizem não à plataforma, não vão usar a plataforma. Eu quero registrar
aqui o nosso apoio.
O segundo é
que, infelizmente, hoje eu preciso acompanhar uma família no Decradi, na
Delegacia de Crimes Raciais aqui de São Paulo, embora a família seja do
litoral, porque um menor sofreu um caso de racismo, a polícia foi chamada.
Existe uma grande dificuldade de a polícia entender os casos de racismo, mas o
pior, a delegacia da cidade dele não tem servidor para registrar o boletim de
ocorrência.
A gente tem
dezenas de cidades assim, sem servidor na delegacia. Você precisa registrar um
crime, seja ele contra a vida, contra o patrimônio, violência doméstica, ou um
jovem que foi violentado ao comprar um salgadinho em um supermercado, e você
não encontra servidor na delegacia. A gente teve que trazer essa família para
São Paulo para conseguir registrar um boletim de ocorrência por racismo.
Essa é a triste
realidade do estado de São Paulo, que está cortando tudo. Corta da Educação,
corta da Saúde, e a gente ainda precisa conversar sobre a Saúde, a triste
realidade das pessoas vomitando, desmaiando pelas UPAs interior adentro, sem
nenhum hospital de campanha, por conta da dengue e de outras doenças que
acometem essa semana, mas na Segurança Pública também não é diferente.
Para além da
publicidade de terrorismo para manter a população de São Paulo com medo, com medo
e com medo, o estado de São Paulo não oferece mais delegacia para que as
pessoas possam adentrar a Justiça pela luta dos seus direitos.
Por isso, no
dia três de maio, no dia que a gente denuncia a falsa abolição, eu tenho que
sair daqui nessa tarde para acompanhar uma família e orientar eles a uma única
delegacia aqui na Capital, porque o litoral não oferece condições para registro
de boletim de ocorrência.
Obrigada,
presidente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra
o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna, na lista suplementar do
Pequeno Expediente.
O
SR. REIS - PT -
Presidente, eu retorno à tribuna para repercutir, já que não dá para repercutir
todo o teor da matéria, mas os três títulos... Três títulos de matérias, que
estão na mídia na data de hoje. Uma delas é delegacia em Perdizes, Zona Oeste
de São Paulo, tem recorde de roubos e furtos no primeiro trimestre.
O governo
apresenta a sua estatística dizendo que está reduzindo a criminalidade. E aí a
deputada Monica Seixas fala da dificuldade que tem em registrar, em fazer um
boletim de ocorrência.
E, obviamente,
nessa matéria que trata dos roubos na região de Perdizes, uma das
entrevistadas, ela diz da seguinte forma: “moradora afirmou, que está descrente
e nem se dirige mais às delegacias para fazer boletim de ocorrência”.
Houve um
aumento de roubos na região de Perdizes. Se houve um aumento é porque foram
registrados. Mas, mesmo assim, há uma subnotificação, e há uma subnotificação
justamente pela falta de funcionários para fazer os registros.
E a outra
matéria é sobre as câmeras corporais. Houve uma mudança de pensamento, de
entendimento nas ideias do governador de São Paulo e também do secretário de
Segurança Pública.
E até outro dia,
eles eram contra as câmeras e agora eles estão a favor...Agora, se colocaram a
favor das câmeras e querem - além de aumentar o número de câmeras e
intensificar o seu uso - também aderir o aplicativo do reconhecimento facial.
Os policiais estarão
com aquela câmera, e se passar alguém, deputado Carlos Giannazi, com passagem,
já vai dar um sinal. Ele vai analisar e vai ver. Opa, aquela pessoa está
foragida da Justiça, ou teve passagem, e vão abordá-la.
O que mudou? O
que mudou na cabeça do governador? Eu quero entender, porque tem uma outra
matéria que fala, “Tarcísio monta megavigilância com empresa de ex-assessor de
Bolsonaro. Tarcísio fez parceria com a empresa dos Emirados Árabes Unidos, cujo
CEO, no Brasil, atuou no governo Bolsonaro para o Programa Muralha Paulista”.
Eu estou
entendendo, deputado Suplicy e deputado Carlos Giannazi, que o governador viu
aí um negócio, um negócio muito lucrativo. Ele enxergou, ao invés de tirar as
câmeras. A sua base na Alesp, quando sobe à tribuna, sobe para falar contra as
câmeras, o partido Republicanos, o PL, o PP, a bancada formada por policiais
militares, todos quando sobem aqui - e também aqueles que querem se apropriar
da base deles -, sobem para falar contra a câmera.
É verdade que o
governador, quando candidato, falou que iria tirar. O seu secretário, por
várias vezes, falou contra o uso de câmeras corporais, mas agora mudou o
entendimento. Mudou o entendimento e eles vão ampliar esse uso. Mas, ao mesmo
tempo, tem essa matéria que diz que vai ter.
O governo
Tarcísio firmou uma parceria com a estatal Edge Group dos Emirados Árabes
Unidos para estruturar a criação de sua principal vitrine na Segurança Pública,
o Muralha Paulista, um programa de megavigilância, que conta com câmeras de
monitoramento integradas em todo o estado.
Então, as
câmeras dos policiais, as câmeras domiciliares, as câmeras, como a cidade de
São Paulo está implantando - não sei se V. Exas. sabem -, dez mil câmeras. Se
vocês observarem aqui, na Pedro Álvares Cabral, vão ver que já tem câmeras da
prefeitura. São dez mil câmeras que estão em vários farois, em várias esquinas.
Então, todas
essas câmeras da prefeitura vão integrar esse sistema Muralha Paulista,
juntamente com essas câmeras dos policiais, que vão fazer reconhecimento
facial, que vão fazer reconhecimento de placas de veículos.
Se o veículo
estiver com uma placa lá, estiver devendo IPVA, ou estiver com dívida, estiver
com queixa de furto, queixa de roubo, hoje já é possível, com os radares que
fazem leituras de dígito, identificar isso.
O grande
problema é que você tem o radar, o Detecta, lá na avenida, e ele indica quantas
vezes você passou por ali, porque ele está fazendo a leitura das placas, mas
ainda não há um sistema integrado com o policial em que ele receba essa
informação de que aquele carro está passando ali, para ir lá abordá-lo. Até
porque faltam também policiais. A câmera só, não prende ninguém; a máquina só,
não prende ninguém.
Mas o que eu
vejo, nessa mudança de pensamento, na mudança desse conjunto de ideias do
governador e do seu secretário, é que ele viu - como ele só pensa em negócios,
ele pensa em vender vários próprios públicos, vender a Sabesp, vender o Metrô,
vender a CPTM, vender a Emae e várias terras que ele está entregando para os
fazendeiros...também há matérias tratando dessas terras devolutas que estão
sendo entregues para os fazendeiros no interior, a preço de banana.
E eu até já
disse que ele não tem licença para fazer corretagem. Não sei se V. Exa. sabe
disso. Ele não tem registro no Creci. Ele exerce de forma irregular a função de
corretor de imóveis. Mas, como ele só pensa em negócios, pensa em vendas, na
hora em que ele estudou melhor essa questão das câmeras, viu aí um grande
negócio.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra,
o deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, deputado Carlos Giannazi, que agora está
sendo substituído pelo deputado Reis na Presidência. Com respeito à questão da
população em situação de rua, eu gostaria aqui de registrar a Lei no
17.252, de 26 de dezembro de 2019, que consolida a Política Municipal para a
População em Situação de Rua, institui o Comitê Intersetorial da Política
Municipal para a População em Situação de Rua e dá outras providências.
Uma lei de
minha autoria enquanto vereador na Câmara Municipal de São Paulo, que teve
também o apoio dos vereadores Caio Miranda Carneiro, Juliana Cardoso, Patrícia
Bezerra, Soninha Francine e Xexéu Tripoli. Todos assinaram comigo. Essa lei foi
sancionada pelo prefeito Bruno Covas e ela basicamente diz:
“Art.
1º Fica consolidada a Política Municipal para a População em Situação de Rua,
em acordo com os princípios, diretrizes e objetivos previstos nesta Lei.
Parágrafo único.
Para fins desta Lei, considera-se população em situação de rua o grupo
populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos
familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia
convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas
degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou
permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou
como moradia provisória.
Art. 2º São
princípios da Política Municipal para a População em Situação de Rua:
I - respeito à
dignidade da pessoa humana;
II - direito à
convivência familiar e comunitária;
III - valorização e
respeito à vida e à cidadania;
IV - atendimento
humanizado e universalizado;
V - participação
social;
VI - respeito às condições sociais e
diferenças de origem, raça, idade, nacionalidade, gênero, orientação sexual e
religiosa, com atenção especial às pessoas com deficiência.
Art. 3º São
diretrizes da Política Municipal para a População em Situação de Rua:
I - promoção
dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais;
II -
responsabilidade do Poder Público pela sua elaboração e financiamento;
III -
transversalidade e articulação territorial das políticas públicas municipais;
IV - integração
dos esforços do Poder Público e da sociedade civil para elaboração, execução e
monitoramento das políticas públicas;
V - incentivo e
apoio à organização da população em situação de rua e à sua participação nas
diversas instâncias de formulação, controle social, monitoramento e avaliação
das políticas públicas;
VI - respeito
às singularidades de cada território e ao aproveitamento das potencialidades e
recursos locais na elaboração, execução, acompanhamento e monitoramento das
políticas públicas;
VII -
implantação e ampliação das ações educativas destinadas à superação do
preconceito, e de capacitação dos servidores públicos para melhoria da
qualidade e respeito no atendimento deste grupo populacional;
VIII -
democratização do acesso e fruição dos espaços e serviços públicos;
IX - incentivo
à construção da autonomia e à saída da situação de rua por meio de programas
com foco em geração de renda e moradia;
X - priorização
desta população no processo de implementação gradativa de uma renda básica de
cidadania.
Art. 4º São
objetivos da Política Municipal para a População em Situação de Rua:
I - assegurar o
acesso amplo, simplificado e seguro a direitos, serviços e programas de
qualidade que integrem as políticas públicas de direitos humanos, assistência e
desenvolvimento social, saúde, segurança alimentar, educação, habitação,
segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda, de modo a permitir a
superação da situação de rua e a fomentar a construção da autonomia;
II - promover a
qualidade, segurança e bem-estar na estruturação e gestão dos serviços de
atendimento socioassistencial, de atenção psicossocial e de outros equipamentos
e serviços utilizados pela população em situação de rua;
III - prevenir
e combater a violência contra pessoas em situação de rua e qualificar a atuação
dos profissionais que trabalham com este público para o desenvolvimento de
políticas públicas humanas, intersetoriais e participativas;
IV - promover a
criação, divulgação e disponibilização de canais de comunicação para o
recebimento de denúncias de violência contra a população em situação de rua e
de sugestões para o aperfeiçoamento e qualificação das políticas públicas
voltadas para este segmento;
V - garantir o
direito à inserção, permanência e usufruto da cidade pelas pessoas em situação
de rua e o fortalecimento de instrumentos de autonomia, autogestão e
participação social da população em situação de rua;
VI - produzir,
sistematizar e disseminar conhecimento sobre a população em situação de rua, de
forma a subsidiar políticas públicas mais aderentes à realidade social;
VII -
incentivar a pesquisa, produção e divulgação de conhecimentos sobre a população
em situação de rua, contemplando a diversidade humana em toda a sua amplitude
nas diversas áreas do conhecimento;
VIII -
desenvolver ações educativas permanentes que contribuam para a formação de
cultura de respeito, ética e solidariedade entre a população em situação de rua
e os demais grupos sociais...”
Sr. Presidente,
venho solicitar que seja registrada na íntegra esta lei, que foi de minha autoria,
e aperfeiçoada pelo conjunto dos vereadores. Não teria agora a possibilidade de
ler todos os artigos. Somam a 32, 33 artigos, tendo o prefeito Bruno Covas, em
26 de dezembro de 2019, sancionado esta lei, que eu avalio que precisa ser
colocada em prática na sua inteireza.
Mas gostaria, Sr. Presidente, de aqui registrar uma
iniciativa tão importante, que se inicia hoje, de responsabilidade de dezenas
de entidades de atenção para com a população em situação de rua, desde a
Abayomi, Advocacia Geral da União, Amigos da Rua e seus Pets, Agência da ONU
para Refugiados, Arquidiocese de São Paulo e tantas outras defensorias
públicas.
Está localizada
na Praça da Sé nos dias 13, 14, 15, 16 e 17 - portanto de hoje a sexta-feira -,
a partir das nove horas da manhã, para emitir documentos, cadastros e
atualização em programas sociais, requerimento de benefícios e INSS, plantão de dúvidas da Caixa Econômica
Federal, oportunidades de emprego, orientação jurídica, orientação de direitos
humanos, orientação para a população LGBTQIA+, sobre violência contra a mulher,
para imigrantes e egressos do sistema penitenciário.
Ali a população
em situação de rua poderá conhecer todos os direitos que tem e que poderão ser
acessados. Eu quero elogiar essa iniciativa sobre a Pop Jud Sampa e
Registre-se. Então, peço que sejam inseridos no Diário Oficial os dois
documentos.
Muito obrigado.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Defiro o pedido de V.
Exa. e chamo o próximo orador para fazer o uso da palavra.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO -
Pela ordem, Sr. Presidente.
Antes de fazer uso da palavra, eu gostaria de fazer um registro, Sr. Presidente, por uma comunicação.
Registrar a honrosa presença da professora Rosemary, de Rio Claro.
É uma professora combativa, professora
que defende o piso nacional do Magistério na sua cidade, defende a valorização
salarial funcional e da melhoria da qualidade das condições de trabalho de
todos os servidores da cidade das áreas socias. Sobretudo, tem nos ajudado
muito na luta em defesa dos aposentados e pensionistas no descongelamento dos
quinquênios, da sexta parte.
Parabéns pela sua luta, professora
Rose. A senhora é um exemplo de luta em defesa da Educação, do Magistério e das
áreas sociais na sua cidade, em Rio Claro. É uma honra recebê-la hoje aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Então, professora
Rose, sejam bem-vinda à Assembleia
Legislativa do Estado de São
Paulo. Passo a palavra para o deputado Carlos Giannazi para que
ele possa falar pelo tempo regimental de cinco minutos.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Reis, deputado
Suplicy, professora Rose, Vitor. Olha, Sr.
Presidente, eu quero manifestar aqui o nosso total apoio à greve que
está sendo realizada - justa greve, democrática greve -, dos servidores e
servidoras de Bauru, que estão nesse momento em greve desde semana passada.
Neste exato
momento, eles estão tentando participar de uma audiência, de uma votação, de
uma sessão na Câmara Municipal. Eles estão sendo impedidos de entrar para
participar da sessão que está sendo realizada agora, eles estão do lado de
fora.
Ou seja, o povo
não consegue entrar dentro da Câmara Municipal de Bauru, que é controlada pela
prefeita, que não atende as reivindicações dos servidores e servidoras, que não
paga o piso nacional do Magistério, que não cumpre a data-base do reajuste
salarial, da reposição das perdas inflacionárias, que quer privatizar também a
água, o famoso departamento de água e esgoto da cidade. Inclusive, alguém
encaminhou um projeto de lei em regime de urgência que está travando a pauta e
impedindo que os outros itens sejam aprovados.
Então, as
denúncias que nós estamos recebendo são gravíssimas de que para tentar aprovar
a privatização da água em plena crise climática, onde a gente sabe muito bem
que isso não funciona. Privatizar água significa aumentar a tarifa de água,
significa a piora dos serviços.
Isso aconteceu
e está acontecendo em todos os lugares onde houve a privatização. Mesmo assim
essa prefeita da cidade de Bauru insiste nessa pauta privatista contra o povo
de Bauru e usa isso para não atender as outras reivindicações e os outros
projetos não são aprovados.
Então não tem
pagamento de piso, não tem respeito à data-base do reajuste ou da reposição das
perdas inflacionárias - é grave a situação - e uma repressão, o impedimento de
que os servidores em greve possam participar da sessão na Câmara Municipal.
Eles estão do
lado de fora. É o povo que é o dono da Câmara Municipal, porque os vereadores
são inquilinos, eles estão lá de passagem. Eles deveriam ter essa clareza. Os
donos da Câmara Municipal de Bauru são os moradores, a população, os servidores
e as servidoras e lá, no entanto, esse papel está totalmente invertido.
Então mais uma
vez, Sr. Presidente, eu quero manifestar o nosso total apoio a essa luta dos
servidores e servidoras que estão com os salários arrochados, defasados,
trabalhando em condições extremamente precárias e estão reivindicando, estão
exercendo o legítimo direito de greve e de manifestação.
Mesmo assim a
prefeita não atende as reivindicações e a Câmara Municipal impede a entrada,
está impedindo neste exato momento a entrada dos servidores para que eles
possam acompanhar a sessão e essa possível votação.
E, por fim, Sr.
Presidente, eu gostaria, ainda, de também mais uma vez manifestar o nosso total
apoio à luta dos servidores do Judiciário. Eu me refiro aqui especificamente à
luta dos escreventes técnicos do Judiciário que lutam, logicamente, por
melhores salários, pela melhoria funcional, mas neste momento estão em luta
também pela implantação do nível universitário ou o nível superior.
Lembrando que a
Assembleia Legislativa aprovou em 2015 um projeto de lei implantando o nível
universitário, o nível superior para os oficiais de Justiça. Lembrando também
que os técnicos do Poder Judiciário também têm já esse nível superior e é uma
reivindicação justa e importante que tem todo o nosso apoio.
Inclusive eu
recebi aqui um documento importante, Sr. Presidente, da Comissão Geral de
Escreventes Pró Nível Superior, onde eles pedem para que as câmaras municipais,
para que, enfim, os parlamentos em geral debatam e aprovem moções de apoio à
implantação do nível superior.
Até porque o TJ
atende praticamente os 645 municípios do estado de São Paulo. Eu tenho um
projeto de lei que já foi um projeto de lei complementar, que é o PLC 3/18, Sr.
Presidente, para concluir, que já foi aprovado aqui em todas as comissões,
inclusive pela Comissão de Constituição e Justiça.
É um projeto
autorizativo - gostaria de frisar isso, Sr. Presidente - que autoriza, não
obriga, mas oferece as bases legais para que o TJ querendo, havendo ali
interesse político, ele pode implantar.
Inclusive o
projeto está em regime de urgência. O plenário da Assembleia Legislativa
aprovou o regime de urgência para esse projeto, mas o TJ pode encaminhar o
dele, não tem problema, que a gente vai aprovar, mas ele tem que encaminhar
esse projeto.
E nós já
apresentamos, Sr. Presidente, emenda à LDO para a reserva de recursos para o
pagamento do nível universitário. Então é uma reivindicação importante que tem
o nosso apoio desde sempre, Sr. Presidente.
Há muitos anos
que nós estamos defendendo aqui na Assembleia Legislativa essa proposta que é
também a proposta de todas as entidades representativas dos servidores do
Judiciário.
Então todo o
nosso apoio à implantação do nível superior para os escreventes do Tribunal de
Justiça.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Encerrado o Pequeno
Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para poder falar pelo Art. 82 como vice-líder do PL.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputado
Conte Lopes. É regimental o pedido de Vossa Excelência.
O
SR. CONTE LOPES - PL - PELO
ART. 82 - Sr. Presidente Reis, Srs. Deputados, nosso senador Suplicy, demais
deputados e deputadas, eu acompanhava as colocações dos deputados de esquerda
desta Casa, todos criticando o governador Tarcísio de Freitas.
Inclusive, que ele
teria interferido na presidência da Câmara Municipal para obrigar Milton Leite,
presidente, sendo forçado pelo Ministério Público a colocar o caso da Sabesp em
votação.
É bom colocar que
quase 40 vereadores da cidade de São Paulo votaram favorável à privatização da
Sabesp. Vimos também críticas ao esquema de segurança do governador, que está
muito bom. O governador teve a coragem de colocar à frente da secretaria um
policial, capitão Derrite. Colocou homens experientes, como o coronel Cássio no
comando da Polícia Militar, o Dr. Artur também, delegado-geral. A polícia está
agindo, está combatendo o crime, está trabalhando.
Agora, uma coisa é
certa. Apareceu uma pesquisa Quaest que dá ao presidente Lula 46% e ao Tarcísio
de Freitas 40, uma pesquisa para a eleição de 2026. Veja bem, nós não chegamos
nem na eleição para prefeitura de São Paulo e a imprensa, as estatísticas, já
estão falando em 26, dizendo que Tarcísio de Freitas é candidato a presidente.
O Tarcísio de Freitas
nunca falou isso. Está fazendo um bom governo, tendo apoio de quase 70% da
população. Agora, se ele aparece com 40% nessa pesquisa, que eu não sei se é
válida ou não, é uma demonstração de que ele está indo muito bem.
Ele está indo muito
bem. Se Bolsonaro continuar inelegível, obviamente Tarcísio é um grande
candidato. Talvez por isso os partidos da esquerda estão batendo duro nele. Mas
onde a gente vai, eu não vi ele falar que é candidato.
Eu não vejo ele criticar
o PT, não vejo ele criticar o Lula. Estivemos no palácio quinta-feira. Até
deputados da esquerda estiveram lá, em uma reunião com mais de 400 prefeitos,
mandando verba para a Saúde, em várias cidades de São Paulo. Está trabalhando
nas estradas, está criando um trem que vai de Campinas a São Paulo, o túnel
Santos-Guarujá.
Em todo lugar o
Tarcísio está trabalhando, mas eu nunca vi ele dizer “Eu sou candidato a
presidente da República.” Não. Parece que querem realmente colocá-lo em uma
posição para que comece a ser prejudicado pelo governo federal. “Se ele for,
cuidado, vamos segurar o cara aí. Ele está aparecendo nas pesquisas. Vamos
começar a bater duro nele, porque ele está aparecendo nas pesquisas.” Só se for
isso.
Só se for isso,
porque, fora isso, ele está fazendo o governo dele. Não vi ele criticar... Nem
o Doria ele critica. Não vi ele criticar o presidente Lula. Pelo contrário, ele
está governando para o povo de São Paulo, como deve o presidente Lula, que se
elegeu presidente, governar para o povo do Brasil. Essa é a grande verdade.
Então, o Tarcísio de Freitas está governando para o estado de São Paulo e
fazendo um excelente governo.
Não resta a menor
dúvida de que é um homem competente, que ele está se cercando de pessoas
competentes, também. Não adianta ficar no “chutômetro”. “Vou colocar o ministro
porque ele tem o nariz grande igual o Conte, para homenagear todos os
narigudos.” Não adianta nada. Eu acho até que alguns ministros da Justiça podem
começar a pensar bem, porque o Tarcísio realmente é um nome forte. É um nome
forte.
Quem pode ser contra
ele? Ele começou até com a Dilma. Nem o PT pode contra ele. Está indo, mas não
devia ir. Quem lançou,
quem começou foi... Ele foi o primeiro colocado no concurso.
Em todos os
concursos que ele fez até hoje, ele foi o primeiro colocado. Inclusive doente.
Disputou e foi o primeiro em todos os concursos. É um homem muito inteligente,
muito competente. E enxerga longe também, não resta a menor dúvida.
Então talvez
seja isso que a gente perceba que realmente está causando uma espécie... Para
os adversários dele, que começam a enxergar, como diz a pesquisa. Olha, o cara
está com 40%.
Ele nem falou
nada; tem um ano e meio de governo. O nosso presidente Lula começou na política
em 86, como deputado federal, quando eu comecei aqui como deputado estadual.
Então veja o tempo de diferença.
E nós
conhecemos o Lula desde 78, nobre deputado, senador Suplicy, quando havia as
greves do ABC. Eu ia lá como tenente da Rota, e ele já comandava as greves do
ABC. Ele já comandava, ele era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. E V.
Exa. o visitava constantemente no sindicato.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Havendo acordo entre as lideranças, eu solicito a V. Exa. o
levantamento desta presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o
requerimento de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta
Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita a Ordem do Dia com os
seguintes projetos vetados: 514 de 2019; 447 de 2021; 136, 583, 1.203, 1.244,
1.473, 1.633 de 2023.
Havendo acordo de líderes, antes de dar
por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de
amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira, com
os aditamentos ora anunciados.
Está levantada a sessão.
Tenham todos uma excelente tarde.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 15 horas e 06
minutos.
*
* *