6 DE MAIO DE 2024

58ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, ENIO TATTO e CONTE LOPES

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - ENIO TATTO

Assume a Presidência.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

        

6 - ENIO TATTO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

8 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - ENIO TATTO

Assume a Presidência.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

        

12 - ENIO TATTO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Tece comentários acerca do pronunciamento do deputado Enio Tatto.

        

14 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

17 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 07/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h52min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rui Alves. (Pausa.) Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente, deputado Carlos Giannazi; cumprimentar todos os funcionários desta Casa; os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-científica; cumprimentar o deputado Enio Tatto, que assume a presidência dos trabalhos na data de hoje; e também cumprimentar todos aqueles e aquelas que estão em suas residências e estão nos acompanhando pela Rede Alesp. Presidente Carlos Giannazi, presidente Enio Tatto, eu quero, nesta segunda-feira aqui, deixar registrado sobre um grande programa do governo federal, que é o “Mais Médicos”.

O número descrito no “Mais Médicos” dobra em relação ao governo anterior. O governo federal tem mais de 25.000 médicos em atividade no programa, conforme os dados que estão registrados em abril e conforme noticiou em sua coluna a jornalista Mônica Bergamo.

O número de profissionais atualmente inscritos no programa “Mais Médicos”, sob o governo Lula, dobrou em relação a dezembro de 2022, último ano do mandato de Jair Bolsonaro.

Segundo dados atualizados até abril deste ano, o governo federal tem 25.636 médicos em atividade no programa, ante 12.843 registrados em dezembro de 2022. Ao final de seu primeiro ano, o atual mandato do petista já havia registrado um salto de 70% em relação à gestão anterior. Em dezembro de 2023, o número de médicos inscritos subiu para 21.794.

Inaugurado por Dilma Rousseff em 2013, o “Mais Médicos” passou por mudanças ao longo dos anos, especialmente durante os governos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro.

A saída dos médicos cubanos, em 2018, trouxe desafios para manter o atendimento à população. Em 2019, para substituir o programa petista, foi criado o “Médicos pelo Brasil”, que teve dificuldades em sua implementação e não conseguiu preencher todas as vagas remanescentes do “Mais Médicos”.

Em 2023, ano em que completou 10 anos, o programa federal foi retomado no governo Lula. Com o recorde de inscritos e idade média mais elevada, está o Paraguai, na liderança do ranking de formação dos profissionais.

O Ministério da Saúde diz que aumentará em 28% o financiamento da atenção primária neste ano, totalizando um repasse de 35 bilhões. Em 2023, a pasta executou 27,3 bilhões para a área, ou seja, 28% a menos do que o previsto para agora.

Além do investimento no “Mais Médicos”, o Ministério de Nísia Trindade pretende ampliar a oferta de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, com a retomada das equipes multiprofissionais.

Segundo o governo, a equipe de Saúde da Família teve um aumento de 52% em 2023, na comparação com 2022. A expansão resultou em crescimento de 16% no número de consultas médicas realizadas e de 29% nos procedimentos realizados no período analisado. Já na área da Saúde Bucal, a pasta diz que o programa “Brasil Sorridente” saltou de 385 equipes, em 2022, para 2,7 mil, em 2023.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Enio Tatto.

 

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Então, Sr. Presidente, é para deixar registrado aqui o compromisso que tem o governo do presidente Lula com a Saúde Pública, com a saúde sendo levada nos rincões, em locais muito distantes, que muitas vezes tem dificuldade de ter médicos. Porque, conforme V. Exa. sabe, os médicos são formados, na sua maioria, em regiões nobres.

E, muitas vezes, para esses médicos se deslocarem para regiões distantes dos grandes centros urbanos, é muito difícil encontrar quem queira. E por isso esse programa é importante, porque leva saúde e leva médicos aonde não tem, principalmente nos grandes rincões que tem em nosso País e nas regiões periféricas das grandes cidades.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Obrigado, nobre deputado Reis. Dando continuidade ao Pequeno Expediente, nobre deputado Major Mecca. (Pausa.) Nobre deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Enio Tatto, deputado Reis, telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, quero dar uma informação importante.

No último... No dia 25, agora, de abril, o governo federal publicou uma portaria, a Portaria Interministerial nº 3, de 2024, que é publicada em parceria MEC com o Ministério da Fazenda, dando conta de um recálculo do Fundeb, do valor anual por aluno. Houve uma pequena alteração no valor, que repercutiu também em um pequeno reajuste para o piso nacional do Magistério.

O valor anual mínimo por aluno foi agora para R$ 5.371,39; é o valor. E esse reajuste repercute também no valor do piso, do reajuste do piso nacional salarial, que tinha sido reajustado no início do ano em 3,62; agora foi para 4,70.

Esse é o reajuste. Então, o piso nacional do Magistério, que era de 4.580 reais e 57 centavos, foi para 4.633 reais e 44 centavos. Teve uma variação, um aumento, e, logicamente, esse reajuste tem que ser repassado para todos os professores e professoras do Brasil, das escolas públicas, da Educação básica.

Então, há um pequeno reajuste. Queria dar essa informação, fruto dessa portaria. Coloquei aqui a portaria publicada no dia 20... Na verdade, aqui está 26, mas foi no dia vinte e cinco. Então, 25 de abril de 2024. Ela começa a valer a partir desse dia.

Esse valor é muito baixo. Somos críticos desse valor do piso nacional do Magistério. Os professores deveriam ganhar muito mais do que isso. É um absurdo um professor ganhar apenas, agora, 4.633 reais e 44 centavos por 40 horas semanais. O fato, Sr. Presidente, é que nem esse valor é respeitado. Muitos municípios não pagam esse valor, sabotando o pagamento do piso.

O próprio governo estadual, o governo Tarcísio, também tem... Até agora ele nem deu o reajuste de 3,62 por cento. Não deu. Estamos em maio. Hoje é dia 6 de maio e o piso foi reajustado já no dia 1º de janeiro.

Então, já estamos no mês cinco. Há cinco meses que o governo está desrespeitando, que o governo Tarcísio está afrontando a Lei do Piso Nacional Salarial. Refiro-me à Lei nº 11.738, de 2008. Cinco meses sem pagar o piso nacional para a rede estadual de ensino. No ano passado, ele só pagou através de abono complementar, que é ilegal também.

O que defendemos para todo o Brasil, para todos os municípios e estados, Sr. Presidente, é que o piso seja pago na sua integralidade com repercussão em toda a carreira. O piso não pode ser o teto. Isso é um absurdo. E o governo está desrespeitando, o governo Tarcísio está desrespeitando a lei.

Eu já acionei o Ministério Público, já acionei também o Tribunal de Contas contra o não cumprimento da lei. Como também o governo não está cumprindo a lei do reajuste dos servidores. Temos aqui a data-base dos servidores, que venceu no dia 1º de março e até agora nada. Os servidores estão sem reposição das perdas inflacionárias.

Eu também já acionei o Ministério Público e o Tribunal de Contas contra esses dois ataques aos servidores. Há o ataque ao piso nacional do Magistério que o governo Tarcísio faz, não reajustando. Não pagou nem os 3,62 e nem os 4,70, que saiu agora na portaria; e também não está respeitando a data-base do funcionalismo público estadual.

Então, os servidores estão sem reajuste, sem reposição das perdas inflacionárias, sem o pagamento do piso nacional do Magistério. Essa é a situação dos servidores hoje, de todo o estado de São Paulo. Olha que absurdo.

Para piorar, quando ele não dá esse reajuste ou essa reposição, ele também prejudica os aposentados e pensionistas. Todos os aposentados e pensionistas do estado de São Paulo estão sendo prejudicados porque o governo não está reajustando nem o piso nacional do Magistério, que iria beneficiar uma parcela importante do Magistério já aposentada, e pensionistas, e nem os servidores aposentados em geral também, de outras categorias profissionais, porque esses reajustes são estendidos aos aposentados e pensionistas.

No entanto, o governo ataca os servidores da ativa e ataca também os servidores aposentados e pensionistas, não fazendo a reposição ou os reajustes que deveriam ser feitos conforme determina a Lei Federal nº 11.738, de 2008, a Lei do Piso Nacional, e a lei que aprovamos aqui na Assembleia Legislativa em 2006, que estabelece a data-base do funcionalismo público estadual, que já venceu no dia 1º de março.

Então, vamos continuar cobrando que o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que ambos tomem providências para obrigar o estado a cumprir a lei do reajuste, tanto do funcionalismo como do piso nacional.

Do piso nacional, destaco, Sr. Presidente, para concluir, que tem que ser com repercussão na carreira. Não adianta pagar com um abono complementar, porque isso é ilegal e não é incorporado ao salário.

Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Seguimos a lista dos deputados inscritos no Pequeno Expediente, nobre deputado Gil Diniz. (Pausa.) Passamos à Lista Suplementar, nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Nobre deputado Lucas Bove. (Pausa.) Nobre deputado Enio Tatto, V. Exa. tem o prazo regimental, para o uso da palavra, de cinco minutos.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente nobre deputado Conte Lopes, deputado Carlos Giannazi aqui no plenário, que fez uso da palavra, povo que nos assiste, profissionais aqui da Assembleia Legislativa. Sr. Presidente, com muita tristeza, muita dor, subo nesta tribuna para falar sobre os desastres, o que está acontecendo no Rio Grande do Sul.

Tenho um motivo muito especial para falar sobre o Rio Grande do Sul, porque eu sou gaúcho, nasci no Rio Grande do Sul.  Nasci no norte do Rio Grande do Sul, em Frederico Westphalen, num distrito chamado Ponte do Parto.

É uma situação nunca vista no Rio Grande do Sul. O último desastre, catástrofe que teve foi em 1941, mas nada comparável a isso que está acontecendo agora, inclusive com imagens que todo mundo está assistindo pela televisão, pelas redes sociais.

O Rio Grande do Sul, só para você ter uma ideia, tem 496 municípios, 345 municípios estão sofrendo com essas enchentes, com essa catástrofe. Então, é praticamente a população quase total. É uma situação desesperadora, uma situação que a gente pede ajuda, pede a Deus que pare a chuva, que baixem os rios, para poder voltar à normalidade.

Mas a população precisa de muita ajuda e o povo está ajudando. As autoridades se uniram, os municipais, estaduais, federais para resolver, para minimizar os problemas. Mas são já 83 mortos, 111 desaparecidos, 276 pessoas feridas, 141.300 pessoas fora de casa, 19.300 em abrigos e 121.900 desalojadas. Então, nada foi visto, nada se viu no Brasil e é uma das maiores catástrofes do mundo.

Todos os problemas climáticos estão vindo e aparecendo agora. Tudo isso os governos precisam prestar atenção, já foi falado lá atrás e não foi verificado. Então, é hora de a gente ter juízo e ter atitudes para que resolva esse problema climático, que é um problema mundial, não só no Brasil. Isso está acontecendo no Rio Grande do Sul, mas a gente percebe o tanto de secas que estão aumentando no nordeste e o aumento de chuvas que está acontecendo na região sul, em especial no Rio Grande do Sul. 

O que a gente espera agora? É que todos colaborem, ajudem o Rio Grande do Sul neste momento, a população que está desesperada e está precisando. E mais de que isso, que venha colocar em prática todas as ações que foram anunciadas nesses últimos dias. O governo Lula esteve lá na semana passada, logo no início, e esteve ontem com os ministros, reunindo-se com as autoridades do Rio Grande do Sul.

Foi importante a presença do ministro do Supremo Tribunal Federal, o vice-presidente Fachin, também importante o presidente do Congresso, o Pacheco, o presidente da Câmara, o Lira, e também o ministro do TCU, por quê? Porque o Rio Grande do Sul tem problemas fiscais para poder fazer os investimentos de recuperação de tudo que está acontecendo lá.

Lá, a maioria dos problemas são pontes que caíram, aí os municípios ficam isolados: não entra caminhão, não entram pessoas para poder abastecer com combustível, com remédio, com alimentação. O governo tem dificuldade até de investimentos, por conta de problemas fiscais do Rio Grande do Sul.

Então, a presença do presidente Lula, com os ministros, com o presidente da Câmara Federal, presidente do Senado, com o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, vice-presidente, foi para não ter burocracia nesse momento.

Como foi falado, esse dinheiro, essa ajuda, precisa ser liberada imediatamente, sem burocracia, sem travas. O que está acontecendo, acontece muito no Brasil nessas catástrofes, nos desastres, é que os governos anunciam liberação de verbas para ajudar a população, para a reconstrução, e essas verbas depois não chegam por problemas burocráticos.

Então já tem a iniciativa de se fazer uma PEC, um decreto-lei, para esse dinheiro chegar hoje, chegar no máximo amanhã, para que as autoridades possam recuperar o Rio Grande do Sul, que está sofrendo tanto. Então toda a minha solidariedade a toda a população do Rio Grande do Sul, a todas as pessoas que estão aqui em São Paulo, tem muitos gaúchos, como eu, minha família está aqui em São Paulo, muitos parentes lá, conhecidos.

Mas toda a solidariedade, e que Deus dê força, para que eles possam reconstruir tudo que caiu, de bens materiais; mas também que Deus acolha aquelas pessoas que morreram, aquelas que estão desaparecidas, enfim. Toda força ao povo do Rio Grande do Sul.

Um grande abraço.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Conte Lopes, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, acompanhava as colocações do deputado gaúcho Enio Tatto. Realmente, coisas do outro mundo.

Na minha idade, eu nunca vi uma situação dessas, honestamente. Eu nem pensava nisso, que os rios conseguem inundar várias cidades. É uma situação realmente difícil por que está passando o Rio Grande do Sul.

Em contrapartida, você vem para São Paulo, está há 20 dias sem uma gota d’água, um calor infernal, em pleno outono, o que também traz problemas para o nosso interior, trazendo problemas do exterior. Então é algo meio difícil de entender.

Com toda parte, o Governo do Estado também, o Tarcísio de Freitas, está mandando a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros para lá, para ajudar as pessoas. É lógico que precisa de apoio de todo mundo, o presidente Lula também, e o Governo do Estado de São Paulo estão ajudando.

Mas é uma situação difícil até de entender. O mundo inteiro fala sobre isso, até menininhas falam. E o resto do mundo, faz alguma coisa? Temos a Floresta Amazônica com dificuldade com o ar, com queimadas, com tudo, e está preservado. E a Europa, tem o quê? Então realmente é necessário que se analise todo esse aspecto, porque a situação está cada vez mais difícil.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Enio Tatto.

 

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Temos aqui em São Paulo hoje e  no interior de São Paulo  um clima de deserto, estava até dizendo um motorista agora, que é o Mário, é um clima de deserto: é um calor insuportável que atinge plantações, atinge até animais. É uma situação realmente difícil que deve ser analisada em todos os sentidos. Não é algo ideológico, nem filosófico, como todo mundo quer. Tem que se analisar o que está acontecendo.

Realmente, a ajuda é difícil. Vi até alguns empresários tentando ajudar, mas eles estão sendo fiscalizados por fiscais do Rio Grande do Sul, para ver se a embarcação está certa ou errada.

Veja que absurdo, o cara ir lá salvar vidas. Aí se apresentam fiscais para inspecionar a embarcação com a qual ele está salvando pessoas, ou se tem a comida que está chegando, estão pagando os impostos, se tem nota fiscal. É coisa do outro mundo, parece piada uma coisa dessas.

As próprias pessoas estão ajudando. As pessoas estão ajudando. Se o cara vai lá com um barco e tem que colocar a embarcação dele em ordem com a documentação, o principal é ele ajudar, não é verdade? Então fica aí: realmente é uma situação difícil que deve ser analisada em todos os aspectos. Na minha opinião, é algo que eu nunca esperava ver, uma coisa dessas aí.

Honestamente, deputado Enio Tatto, nunca esperava isso. Inclusive, um estado tido como estilo primeiro mundo. Então, a gente vê, o rio sobe e acaba praticamente com o estado, com a cidade.

Com a cidade de Porto Alegre, inclusive. Mas esperamos que as autoridades se reúnam, e, como falou o deputado Enio Tatto também, que a verba seja liberada de imediato, porque se ficar na burocracia, aí acaba e volta ao normal até aparecer uma outra catástrofe dessas aí.

Então é bom que realmente liberem as verbas e ajudem o povo gaúcho, principalmente o pessoal do meio rural, que não consegue trabalhar, não consegue chegar em lugar nenhum. Situação bastante difícil.

Vamos torcer para que melhore a coisa. No nosso lado aqui, o estado de São Paulo, através do nosso governador, também está batalhando. Está lutando para ajudar, mandando a Polícia Militar, dando condições para as equipes de resgate, para ajudar o povo lá do Rio Grande do Sul.

É até difícil de falar, é um negócio que a gente nem espera. Choveu muito, tem um bloqueio, a chuva não vem para cá, fica só lá. E só chove lá, não sei quantos dias. De lá para cá, não caiu um pingo d’água. Vários especialistas dão suas opiniões, então vamos aguardar e pedir a Deus que tome uma providência para furar o bloqueio, que disse que não consegue furar o bloqueio.

Obrigado, Sr. Presidente.

Era isso o que nós tínhamos que colocar.

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Obrigado, nobre deputado Conte Lopes. Obrigado pela solidariedade. Dando continuidade ao Pequeno Expediente, o próximo orador inscrito é o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Enio Tatto, volto à tribuna de hoje. É até importante que V. Exa. esteja presidindo esta sessão, porque V. Exa. é da região da Capela do Socorro, na nossa região, e lá está acontecendo, deputado Enio Tatto, algo inusitado. Uma pessoa ocupou, cercou, uma praça pública, ali no bairro de Veleiros, a algumas quadras da casa do prefeito Ricardo Nunes.

Eu me refiro aqui à Praça Ramiro Cabral da Silva. Esta praça foi cercada recentemente por um ex-juiz, morador da região, que disse que a praça é dele. Acontece que a prefeitura, Sr. Presidente, não tomou, em um momento adequado, as providências necessárias.

Nós fomos acionados pela população - no nosso mandato, porque nós atuamos na região, como V. Exa. também -, imediatamente constatando algo inusitado, de uma pessoa se apoderar de uma praça pública, que tem decreto criado da prefeitura, que no GeoSampa consta como praça, que é utilizada como praça.

Então tem cara de praça, focinho de praça, pata de praça. É uma praça pública, V. Exa. deve conhecer, ali perto do Autódromo de Interlagos. Repito: a algumas quadras da casa do prefeito da cidade de São Paulo.

O fato é que nós acionamos o Ministério Público Estadual. Está aqui a representação que eu fiz junto com a deputada federal Luciene Cavalcante. Tem a data dela aqui em cima, dá para abaixar um pouquinho.

No dia 28 de março, eu ingressei com uma representação no Ministério Público Estadual. Aí em cima, 28 de março de 2024. Em seguida, o vereador Celso Giannazi, no dia 11 de abril - as datas são importantes - ingressou com uma representação no Tribunal de Contas do Município de São Paulo, também para que haja uma investigação e a prefeitura se apodere da praça, que é pública.

A praça é do povo, como o céu é do avião, já dizia a música do Caetano Veloso, música de carnaval. O fato é que só agora, recentemente, que saiu uma liminar e um mandado para que a Prefeitura faça a reintegração da praça e tire, logicamente, aquela cerca, para que a população possa utilizar. Aqui tem as fotos da praça, Sr. Presidente, vou pedir que as pessoas possam ver a praça. É uma praça pública, de fato.

Vamos colocar as fotos da praça. Olhem, essa é a praça que está cercada. Tem um banco lá dentro, é banco de praça. Sempre foi utilizada como praça pública, tem as fotos mostrando claramente. A população está revoltada, indignada. Aliás, por quê? Olhe, está cercada, está sem manutenção, o mato está crescendo, tem lá uma placa de propriedade particular nesta praça.

O fato é que, mesmo com a determinação da Justiça, e aqui tem um mandado, que eu quero colocar aqui, esse mandado da Justiça, que... Está aqui a cópia. Vamos lá. Ele pede urgência. “Urgente”, tem ali grifado. Vou colocar aqui, no telão, para que as pessoas possam entender o que está acontecendo.

Então, tem uma liminar e um mandado dizendo que têm que fazer a reintegração, a Prefeitura tem que tomar as providências e fazer a reintegração de posse. Está aqui a cópia do mandado. Tem uma liminar, tem um mandado, está tudo aqui. Nós temos toda a documentação.

No entanto, eu estou dizendo tudo isso porque o prefeito de São Paulo fez um vídeo agora dizendo que nós somos oportunistas. Olhem aqui, está aqui o mandado: “Tramitação prioritária, diligência... Urgente”, lá em cima. Exatamente o mandado que fala sobre a reintegração da praça pelo povo, pela Prefeitura. A Prefeitura tem que tirar essa cerca. Não é possível.

Esse mandado é da semana passada, Sr. Presidente, do dia 30 de abril, aqui a data. Nós estamos, exatamente, no dia 06 de maio, e até agora essa cerca de ferro não foi retirada desse espaço, dessa Praça Ramiro Cabral da Silva.

Então, o prefeito diz que foi ele quem tomou as providências quando tomou conhecimento da situação. Olhem, eu só quero aqui... Ele diz que, no vídeo, exatamente, no dia 14 de abril, a Prefeitura entrou na Justiça e no dia 30 de abril saiu, como eu disse aqui, a reintegração de posse.

O fato é que a nossa representação é bem anterior, é lá do dia 28 de março, bem anterior ao dia 14 de abril, em que ele diz no vídeo que tomou as providências. A ação do vereador Celso Giannazi foi feita antes da dele, que foi no dia 11 de abril. O prefeito só tomou conhecimento, tomou providências - porque eu acho que ele sabia, ele passa ali, é perto da casa dele - no dia 14 de abril. Nós ingressamos também, o vereador Celso Giannazi, no dia 11 abril, com uma representação no Tribunal de Contas.

Então, dia 28 de março nós protocolamos, acionamos o MP, no dia 11 de abril nós acionamos o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e o prefeito só tomou providências no dia 12 de abril. Está aqui, ele mesmo diz no vídeo que ele publicou e nós tivemos acesso na data de hoje, queria dizer isso.

Mas, mesmo assim, até agora, a cerca está lá, a praça está inviabilizada para a população, o mato crescendo, com perigo de propagação do mosquito da dengue. A cerca continua lá, quando a Prefeitura já poderia... Está aqui, olhe, já tem o mandado.

Inclusive, sexta-feira, nós estivemos novamente lá, conversando com a população, o vereador Celso Giannazi foi pessoalmente até a subprefeitura e entregou nas mãos do subprefeito da Capela do Socorro a liminar.

Então, não é falta de conhecimento. O prefeito fala aqui que já tem o conhecimento da reintegração, mas não tomou as providências cabíveis ainda. A praça continua cercada e a população sem acesso a essa praça.

Queria fazer esse esclarecimento, Sr. Presidente, que nós não somos demagogos e nem oportunistas, porque as nossas ações foram feitas antes, bem antes, da ação do prefeito, que já deveria ter tomado as providências anteriormente, até porque ele é o prefeito da cidade de São Paulo.

Aliás, essa cerca nem deveria ter sido feita, na nossa opinião, já que o caso estava judicializado, tinha que terminar a judicialização para que a cerca fosse feita ou não, mas isso não aconteceu. A cerca foi feita com a complacência da Prefeitura.

Agora, para concluir, Sr. Presidente, a Prefeitura de São Paulo, o Ricardo Nunes, não tem a mesma complacência, porque, no ano passado, tivemos denúncias de que, por exemplo, ele mandou a Guarda Civil Metropolitana retirar quase 300 famílias sem ordem judicial de uma área ocupada aqui em São Paulo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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Com o povo pobre, o povo que está em uma ocupação, ele vira um tigrão, né? Com o ex-juiz, ele não reage, mesmo com a liminar na mão. Olha, está aqui, ele já tem esse documento, Sr. Presidente, e até agora nada. O povo exige o fim dessa apropriação indébita e que a praça seja devolvida ao povo da região. A praça Ramiro Cabral da Silva é do povo.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradecemos as palavras e passamos ao próximo orador inscrito, o nobre deputado gaúcho Enio Tatto, que volta a usar a palavra.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente, nobre deputado Conte Lopes. Parabéns, deputado Giannazi, pelo seu pronunciamento. Conheço muito bem lá. Pode ter certeza, deputado Carlos Giannazi, que quem ocupou a praça, cercou a praça lá, é uma pessoa esclarecida e uma pessoa que não necessita de um local para morar, muito pelo contrário. Parabéns pela sua atitude.

Sr. Presidente, voltando a falar sobre o problema do Rio Grande do Sul, a tragédia, V. Exa. colocou muito bem aqui que muitas vezes tem empecilhos até para as pessoas que querem ajudar, assim como a maioria dos governantes do sul do País, de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Brasília, que está mandando equipamentos, helicópteros, bombeiros, Defesa Civil para ajudar.

O problema é que nestes momentos existem também os aproveitadores, e inclusive o Governo do Rio Grande do Sul colocou para as pessoas tomarem muito cuidado, porque tem muitos daqueles também que se aproveitam dessas tragédias. Então, muitas vezes, tem que ter algum rigor, né?

Então quero parabenizar e agradecer, em nome do povo do Rio Grande do Sul, a todas as pessoas que estão se solidarizando e que estão ajudando e aos governos também. O problema é que lá está tendo dificuldade porque o aeroporto de Porto Alegre, o Salgado Filho, não está funcionando, porque também inundou, assim como os estádios de futebol, hospital, tudo está inundado.

Eu conheço muito bem, lá tem o Lago Guaíba, chamado como Rio Guaíba, mas é um lago. Então esse lago ele recebe toda a chuva, a água dos outros rios menores. Só para você ter uma ideia, esse lago subiu - uma coisa nunca vista lá - 5,3 metros. A orla, que todo mundo visita, um lugar muito bonito, colocando 5 metros acima, mais de 5 metros de água subindo, obviamente alaga a cidade como um todo praticamente.

As águas fluviais, por exemplo, que deságuam no Guaíba, o que está acontecendo agora? A água está voltando, e aí temos enchentes em todos os lugares, na Grande Porto Alegre, na região metropolitana.

Então é um sufoco enorme. Para você ter uma ideia, os aviões do Exército estão conseguindo chegar a Canoas, que é outra cidade na região metropolitana, para poder levar alimentos, água, remédios, mas é uma situação muito complicada, muito complicada.

Hoje, como eu falei antes, não tem acessibilidade para você socorrer inclusive as pessoas, e muitas vezes, com o problema climático lá, os helicópteros não conseguem chegar. Hoje está melhor, mas a água ainda está chegando das partes altas para as partes mais baixas, o próprio Lago Guaíba não está baixando, então a previsão é de mais uns cinco a seis dias para começar a voltar à normalidade.

No interior do Rio Grande do Sul, as lavouras, as erosões, até pelo grande desmatamento que nós temos em todo o Brasil, estão trazendo essas dificuldades. A água leva tudo realmente, as pontes, tanto das rodovias federais como das rodovias estaduais; as vicinais, aquelas que dão acesso a pequenos municípios, simplesmente desapareceram.

Não tem acessibilidade, então não tem como chegar para socorrer as pessoas e para levar aquilo que é de primeira necessidade, que é água e remédio para socorrer essas pessoas.

 Os hospitais também estão alagados, é uma calamidade enorme, mas o povo é muito solidário. Há muita ajuda de todas as partes do Brasil, a população do próprio Rio Grande do Sul, os voluntários ajudando, os governos dos municípios. Vale destacar sempre o povo bravo, trabalhador e solidário das entidades da sociedade civil, das igrejas.

Eu sou católicos, a Cáritas, por exemplo, ajudando muito; o MST, que tem uma força enorme naquela região, também está servindo alimentação, marmitas; as Forças Armadas e o exército da região... Todo mundo trabalhando, todo mundo trabalhando em solidariedade para minimizar os problemas que estão acontecendo no Rio Grande do Sul.

Mas, como são muitos, nunca vistos antes, são problemas que ainda vão persistir por mais dias. Para isso, as autoridades competentes, todas elas, federais, estaduais e municipais precisam estar unidas. Problemas ideológicos, que tem muitos, muitos aproveitadores, esse não é o momento de se discutir isso, de fazer luta política, mas sim de todo mundo dar as mãos em solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul para resolver o problema.

Depois as disputas vêm, no futuro cada um defende a sua ideologia, as suas ideias, mas, nesse momento, como o governador do Rio Grande do Sul e como o presidente Lula colocou ontem, é hora de solidariedade, é hora de união para reconstruir o estado do Rio Grande do Sul.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Nós que agradecemos as palavras, nobre deputado Enio Tatto, explicando o que realmente está acontecendo com essa cheia no Rio Grande do Sul. Novamente, com a palavra, o nobre deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Conte Lopes, novamente aqui na tribuna da Assembleia Legislativa. Nosso mandato está acompanhando com lupa esse anúncio que o governador privatista e corretor de imóveis do estado de São Paulo anunciou, de privatizar a Raposo Tavares, fazendo grandes desapropriações na região do Butantã, de Pinheiros.

Nós vamos ter uma devastação de áreas ambientais, de áreas verdes, de casas, de comércio, de condomínios e a instalação de pedágios, de seis pedágios de São Paulo até Cotia, olha só o absurdo. Seis pedágios, quando na verdade o que a população daquela região precisa é de metrô.

Nós já temos um projeto de metrô, Sr. Presidente, a famosa Linha Marrom, que iria de São Paulo até Cotia. O governo tem que investir no metrô e também em uma faixa de ônibus ali na região da Raposo Tavares, porque isso iria desafogar bastante o transporte público da região.

Mas, em vez de investir em transporte público, faixa para ônibus e metrô, que seria uma parte da solução, o governo optou pela especulação e por aumentar ainda mais a especulação imobiliária, favorecendo grandes empreiteiras e destruindo, repito, áreas verdes, casas, condomínios e vários comércios da região.

A população está indignada, está revoltada, está se organizando e fazendo assembleias e reuniões em toda aquela região, tanto em Cotia quanto aqui em São Paulo, porque nós vamos ter aqui um impacto terrível do ponto de vista urbanista, do ponto de vista ambiental e do ponto de vista da vida das pessoas, do ponto de vista social e econômico.

Porque as pessoas serão obrigadas a sair das suas casas, comerciantes, vários comerciantes serão prejudicados. Com o adendo ainda, Sr. Presidente, com acréscimo do pedágio, vai ter pedágio ainda na região. Isso é um absurdo, esse projeto não foi debatido de fato com a população local.

Nós temos outras alternativas, eu já citei aqui duas alternativas: metrô até Cotia já ajuda bastante e faixa na Raposo Tavares. É isso o que a população quer no momento. Agora, colocar pedágio na Raposo Tavares, aqui nesse trajeto, vai prejudicar toda a população, aumentando o custo de vida, encarecendo a vida, a sobrevivência das pessoas de toda a região e de quem entra em São Paulo também, quem vem pela Raposo Tavares e outras regiões do interior paulista, Sr. Presidente. Isso é um absurdo.

Então, nós vamos realizar audiências públicas aqui na Assembleia Legislativa, vamos acionar o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Haverá também uma audiência pública em Cotia, na Câmara Municipal, organizada pelo vereador Castor Andrade, que está organizando também um movimento, ajudando. Esteve inclusive presente aqui na Assembleia Legislativa. Então, tem organização em Cotia, tem organização em São Paulo, o movimento social dará resposta.

E nós vamos judicializar essa questão assim que o projeto, de fato, for apresentado, porque ele não foi debatido, de fato, com a população, embora o governo diga que tenha debatido. Mas nós não participamos, o povo não participou desses debates, dessas audiências.

Então, o governo vai ter que explicar melhor, mas já adiantando que nós somos totalmente contra esse projeto, essa proposta que o governo anunciou, porque a própria população já anunciou outras saídas realmente para desafogar o trânsito da Raposo Tavares, sobretudo nesse trecho que chega a São Paulo de Cotia e de outros municípios também que são impactados, não só Cotia. Nós temos soluções.

Então, o governo tem que ouvir a população e não as grandes empreiteiras, as grandes construtoras que vão faturar milhões de reais, prejudicando toda a população, os moradores, comerciantes e áreas verdes que serão destruídas, piorando a poluição e piorando o clima na cidade de São Paulo, Sr. Presidente.

Então, quero fazer aqui esse pronunciamento e dizer que haverá luta e haverá resistência contra esse projeto privatista de entregar mais uma parte do estado de São Paulo para os grandes negociantes, para os grandes empreiteiros.

Sr. Presidente, só mais uma...

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência está reinscrito.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Então, eu quero rapidamente, antes de pedir o encerramento da sessão, porque há acordo entre as lideranças, Sr. Presidente, dizer que nós estamos também acompanhando, nosso mandato acompanha o que vem acontecendo lá em Cubatão.

Uma empresa terceirizada deu lá um calote, está sendo investigada, inclusive, pelo Ministério Público, calote nas suas trabalhadoras, 300 trabalhadoras. É uma empresa terceirizada da rede que presta serviço nas escolas da rede municipal de Cubatão. E aí o que aconteceu?

As aulas foram suspensas porque sem essas trabalhadoras, que são fundamentais para o funcionamento da escola, trabalham na limpeza e no apoio, a escola não funciona. Não é possível que uma escola funcione sem as servidoras, ou servidores na área da limpeza. Então, por conta disso, as aulas foram suspensas.

Mas eu queria destacar, Sr. Presidente, tem aqui: “Funcionários de limpeza protestam após Prefeitura de Cubatão encerrar contrato com a terceirizada. A Prefeitura de Cubatão anunciou rescisão do contrato com a Mova Empreendimentos e depois a suspensão das aulas na rede municipal por uma semana. Funcionários realizaram uma passeata na manhã desta quinta-feira”, que foi na semana passada que aconteceu isso. As aulas foram suspensas.

Agora, nós temos que entender aqui primeiro duas questões que nós já debatemos em exaustão na Assembleia, em todos os lugares. Nós somos totalmente contra terceirizar funcionários na área da Educação.

A Prefeitura tem que abrir concurso público para contratar servidores do Quadro de Apoio, inclusive para limpeza, porque com empresas terceirizadas de limpeza sempre acontece isso em vários municípios e no Estado também.

Nós temos várias diretorias de ensino que, constantemente, passam por essa situação. As empresas dão calote, fecham, abrem falência e abandonam as escolas, abandonam as funcionárias.

Eu falo funcionárias porque a maioria são mulheres. Então, Sr. Presidente, isso vem acontecendo na rede estadual também em muitas regiões do Estado, em muitas diretorias de ensino.

Então, tem que abrir concurso, não tem que contratar empresa terceirizada, isso não funciona, sempre dá problema, como está dando agora, em Cubatão. Então, concurso público já para a contratação de servidoras nessa área de limpeza, como era no passado. Aí veio a terceirização e deu nisso.

O segundo ponto que eu gostaria de levantar é que a Prefeitura é corresponsável, ela tem que pagar essas trabalhadoras, porque ela contratou a empresa. Nós temos já decisões judiciais obrigando prefeituras, e até mesmo o Estado, a pagar quando a empresa abre falência, quando a empresa dá o calote.

A Prefeitura é corresponsável, ela tem que pagar, tem que indenizar essas trabalhadoras até que a situação seja resolvida, até que venha uma outra empresa e, preferencialmente, que ela contrate essas mesmas servidoras.

A Prefeitura tem que fazer gestões nesse sentido, ao contratar uma nova empresa, ela tem que negociar com a empresa para que ela recontrate essas servidoras, mas que essas servidoras que foram abandonadas por essa empresa Mova não sejam prejudicadas, que elas tenham seu salário pago pela Prefeitura até que a situação seja resolvida.

Então, todo o nosso apoio a essas 300 ou mais trabalhadoras da limpeza e de apoio, contratadas pela empresa Mova, que está sendo investigada pelo Ministério Público, que elas recebam os seus salários da Prefeitura, que a empresa seja, de fato, investigada e punida.

E que haja, depois, concurso público em algum momento, em todas as prefeituras e, sobretudo, no estado de São Paulo, na rede estadual. Chega dessas terceirizadas, essas servidoras poderiam estar trabalhando, todas elas, efetivadas nas escolas, ganhando um salário justo, um salário digno, Sr. Presidente.

Todo o nosso apoio também à rede municipal de Cubatão, às professoras, professores, servidores do quadro de apoio escolar, aos gestores que estão lá segurando e sofrendo muito com o arrocho salarial, acompanho muito essa luta dos servidores municipais que lutam por melhores salários, melhores condições de trabalho. Todo o nosso apoio a vocês, servidoras e servidores de Cubatão.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Era isso, Sr. Presidente. Havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma ordem do dia da última terça-feira.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 52 minutos.

           

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