10 DE MAIO DE 2024

27ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS TRABALHADORES DA SAÚDE

        

Presidência: RAFAEL SILVA

        

RESUMO

        

1 - RAFAEL SILVA

Assume a Presidência e abre a sessão às 10h32min.

        

2 - SIRLENE NOGUEIRA

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

        

3 - PRESIDENTE RAFAEL SILVA

Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene, para realizar a "Homenagem aos trabalhadores da Saúde", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Diz ser uma alegria imensa presidir esta sessão solene. Ressalta o carinho, amor e a preocupação destes trabalhadores. Agradece a todos os presentes nesta solenidade.

        

4 - SIRLENE NOGUEIRA

Mestre de cerimônias, convida todos a ouvirem, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Lê o histórico desta data. Anuncia exibição de vídeo, produzido pelo Sinsaúde de Campinas e Região, em homenagem ao dia 12 de maio, em comemoração ao Dia Estadual dos Trabalhadores da Saúde.

        

5 - PRESIDENTE RAFAEL SILVA

Demonstra sua satisfação em comemorar esta data, que diz ser a mais comemorada nesta Casa. Ressalta a vinda de trabalhadores de todo o estado de São Paulo, o que considera um motivo de grande alegria. Afirma que estes trabalhadores vivem para defender os seus semelhantes. Agradece a presença de todos.

        

6 - SIRLENE NOGUEIRA

Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo de Gilberto Kassab, secretário de Governo de Relações Institucionais.

        

7 - RICARDO SILVA

Deputado federal, faz pronunciamento.

        

8 - AMAURI MORTÁGUA

Presidente da UGT São Paulo - União Geral dos Trabalhadores, faz pronunciamento.

        

9 - LUCÍA LINDNER

Representante da UNI Global, faz pronunciamento.

        

10 - SIRLENE NOGUEIRA

Mestre de cerimônias, anuncia a homenagem à 14 profissionais da saúde. Ressalta que estes 14 representam cerca de 700.000 trabalhadores. Informa que os mesmos receberão Certificado de Honra ao Mérito da Assembleia Legislativa e troféu da Federação Paulista da Saúde. Faz breve leitura dos currículos dos homenageados.

        

11 - EDISON LAÉRCIO DE OLIVEIRA

Diretor presidente da Federação Paulista de Saúde, faz pronunciamento.

        

12 - SIRLENE NOGUEIRA

Mestre de cerimônias, parabeniza os trabalhadores que serão homenageados em suas bases.

        

13 - PRESIDENTE RAFAEL SILVA

Agradece à Sirlene Nogueira pela condução da solenidade. Discorre sobre a atuação de Edison Laércio de Oliveira. Diz ser o mesmo consciente, sério e capaz e que sabe bem o que está fazendo. Elogia a união e a consciência da categoria, com trabalhadores vindos de diversos lugares do estado. Parabeniza a organização sindical dirigida pelo Edison. Agradece a todos os presentes. Diz ser este um dia muito feliz. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 12h05min.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Rafael Silva.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Senhoras e senhores, bom dia. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de comemorar o Dia Estadual do Trabalhador da Saúde. Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelos canais do Sescon São Paulo e da Alesp no YouTube.

Convido para que componha a Mesa - e já está à Mesa - o nosso deputado estadual Rafael Silva. (Palmas.) Também convidamos para que se faça presente nesta Mesa o Sr. Edison Laércio de Oliveira, presidente da Federação Paulista da Saúde. (Palmas.)

Pedimos que também se faça presente à Mesa o deputado federal Ricardo Silva. (Palmas.) Representando a União Geral dos Trabalhadores - São Paulo, Amauri Mortágua. (Palmas.) Também, a nossa convidada à Mesa, a Sra. Lucía Lindner, diretora regional da UNI Global Union. (Palmas.)

Passo a palavra ao proponente desta sessão solene, o deputado estadual Rafael Silva.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Bom, é uma alegria imensa, em mais um ano contar com a presença dos senhores aqui. Essa presença envaidece a Assembleia, faz com que a Assembleia se sinta realmente participante dessa sociedade organizada.

O trabalhador da saúde recebe nossa homenagem - que na realidade não é homenagem, é justiça que estamos fazendo -, porque quem precisa de um leito hospitalar e encontra o apoio desse pessoal se sente muito feliz por ter esse apoio. Eu, por várias vezes, fiquei em hospital particular e senti o apoio desses funcionários, desses servidores.

Eu digo para vocês, nesta hora, que é uma hora muito difícil para a gente, o que nós encontramos nessa turma toda é carinho, é amor, é dedicação, é preocupação com aquele elemento que, apesar de não ser conhecido, está ali como se fosse parte integrante da nossa família. O Edison Laércio de Oliveira, presidente da Federação Estadual, está aqui com a gente e é o exemplo vivo dessa dedicação.

Então, eu quero agradecer a todas as pessoas presentes aqui na Mesa, meu filho Ricardo Silva, deputado federal, e todos aqui presentes, porque vieram aqui para abrilhantar, para dignificar este evento.

Então, muito obrigado a todos os presentes. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Convido agora todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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A valorização do trabalho do profissional da saúde é uma luta histórica da categoria no estado de São Paulo. Avanços trabalhistas foram somados ao longo dos anos pelas entidades sindicais, que têm na liderança a Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo.

A entidade, conhecida por Federação Paulista da Saúde, representa mais de 700 mil trabalhadores somente dos setores privado e filantrópico do estado de São Paulo. E, para garantir uma data para que todos os anos os profissionais da saúde fossem lembrados e homenageados, foi instituído o Dia Estadual do Trabalhador da Saúde. Em janeiro de 2004, o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sancionou a Lei nº 11.665, proposta pelo deputado Rafael Silva, institucionalizando essa data.

Já são 20 anos em que a Assembleia Legislativa de São Paulo realiza esta sessão solene para mostrar o valor dos trabalhadores da saúde. Vale lembrar que mais de 20 municípios paulistas realizam sessões solenes nas quais são entregues diplomas de honra ao mérito aos profissionais que mais se destacam em suas funções em cada região do estado. Algumas entidades sindicais também conquistaram o 12 de Maio como feriado para a categoria.

Esta sessão de 2024 se reveste da mais alta importância, pois comemoramos duas décadas da instituição da lei. São 20 anos reverenciando esses profissionais e exaltando nossos agradecimentos por todo o profissionalismo e dedicação. Comunicamos - repetindo - aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal da Alesp no YouTube.

Gostaríamos também de registrar e agradecer a presença das seguintes personalidades: Daniela de Andrade Bernardo, representando o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo. Muito obrigada, Daniela.

Agradecemos e registramos também a presença do Sr. Luiz Carlos Vergara, que, além de ser um sindicalista da saúde, é o secretário de Saúde de Igarapava. Obrigada, Vergara.

E a gente não poderia deixar de registrar a presença dos trabalhadores da saúde, então eu gostaria de destacar as caravanas aqui presentes. Eu vou falar por região, pois são muitas as cidades. Então a caravana de Sorocaba e região; caravana de Santos e região; caravana de Rio Claro; caravana de Campinas e região; caravana de Araçatuba e região. (Palmas.)

Caravana de Jaú e região; de Piracicaba e região; de Presidente Prudente e região; de São José do Rio Preto e região também; de Franca e região; e de São Paulo e região. (Palmas.)

Assistiremos agora a um vídeo, cuja duração é de apenas cinco minutos, que foi produzido pelo Sinsaúde de Campinas e região, em homenagem ao 12 de Maio, Dia Estadual do Trabalhador da Saúde.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Passo a palavra agora ao deputado Rafael Silva.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Vocês nem imaginam a satisfação que eu tenho quando chega esse dia no mês de maio, dia 12 de maio. Nós vamos homenagear o pessoal da saúde. Homenagear não, vamos fazer justiça a essa turma.

Eu percebo - e meu filho me falou também, minha esposa já falou, meu pessoal, da Unifor, da turma presente aqui - gente de todos os cantos, de todo o estado de São Paulo. Isso é muito bonito. O Dia do Trabalhador da Saúde na Assembleia é o dia mais comemorado em toda a Assembleia.

É um orgulho para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. É um orgulho, porque vem gente desse setor de todos os cantos do estado. Eu falo sempre com o Edison Laércio de Oliveira sobre essa nossa alegria, Edison, essa alegria de ter a Assembleia cheia de trabalhadores que fazem tudo pela vida do semelhante, que vivem a vida de cada um que precisa da saúde naquele momento.

Então, eu quero dizer para vocês: acreditem, para mim é motivo de uma alegria muito grande esse dia 12. É motivo de uma alegria muito imensa, porque eu percebo a presença aqui de gente que vive para defender o semelhante, que vive a vida dele, da família dele, em defesa da vida da pessoa e da família da pessoa que precisa de um hospital e de um atendimento especializado.

Então eu quero aproveitar para agradecer a todos de coração e a gente passa por problemas. Eu agora estou com problema de coluna, hérnia de disco. Deu complicação e a gente passa por isso. E toda vez que eu vou a um hospital que eu falo com um funcionário da saúde eu volto mais feliz e mais confiante, porque ali eu encontro amor, encontro tudo, tudo de bom.

Então eu quero voltar a palavra para a Sirlene, e meu filho Ricardo Silva, que seguiu meus passos e segue meus passos, vai falar do meu sentimento e do sentimento dele quando nós falamos do trabalhador da saúde. Falou, Edison? (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Obrigada, deputado.

Vamos assistir agora a um vídeo do Gilberto Kassab, secretário de Governo e Relações Institucionais.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Passo a palavra ao deputado federal Ricardo Silva.

 

O SR. RICARDO SILVA - Senhoras e senhores, bom dia. Gostei do bom dia. Tem alguns bom dias que a gente fala que vêm fracos; esse já veio forte de início, é o ânimo de uma categoria que está acostumada com a luta, com a batalha.

Antes de falar com as senhoras e com os senhores, quero cumprimentar a Mesa na pessoa do meu amigo Edison Laércio de Oliveira, o nosso presidente da federação. O Edison que, além de um grande líder de vocês, os trabalhadores da saúde, o nosso presidente da federação é uma pessoa de um grau de consciência com o Brasil gigante.

O Edison é preocupado com grandes causas. Eu falava com o Edison da necessidade - e quero que vocês levem esse recado para as bases - de cada vez mais nós fortalecermos os sindicatos, os sindicatos sérios, que atuam com correção, que é o caso aqui dos trabalhadores da saúde. Por quê? Um recente exemplo: nós aprovamos no Congresso Nacional brasileiro uma lei do piso nacional da enfermagem.

Essa lei, infelizmente, foi contestada por aqueles que deveriam valorizar as senhoras e os senhores, que são os empregadores. Isso foi para o Supremo Tribunal Federal, e o Supremo Tribunal Federal infelizmente não olhou para vocês, modificou o contexto de uma lei.

A gente fica à mercê desse tipo de situação, meio anestesiado. Não pode, não pode. A participação das senhoras e dos senhores aqui nesta sessão, que é maravilhosa, mas, em especial, convencendo colega: venha para a luta, não vamos desistir.

A única forma disso é agora pela luta das entidades que representam. Então a palavra-chave hoje eu acredito que seja “participação”. Se não houver participação, a gente fica meio anestesiado.

Então, presidente Edison, parabéns pelo seu trabalho, pela sua luta, pela sua batalha, conte comigo na Câmara dos Deputados. Quero aqui cumprimentar, com muito carinho, o meu pai, Rafael Silva, deputado estadual.

Eu sou o filho mais novo, nós somos em quatro irmãos. Eu sou o único que quis seguir o caminho do meu pai, fui vereador em Ribeirão Preto; estou no mandato de deputado federal, é claro que pelas minhas virtudes, pela minha atuação.

Mas, em especial, temos que ter o reconhecimento: é pelas mãos desse grande e valoroso homem chamado Rafael Silva, que para mim não é apenas um pai, para mim é o meu principal líder e referência de vida, de correção, de dignidade.

Então, pai, muito obrigado, parabéns pela sua luta, pelo seu trabalho. Eu cumprimento a Mesa toda: o Amauri Mortágua, está aqui pela UGT, leve o nosso abraço ao Ricardo Patah, que é grande amigo também; a Sra. Lucía Lindner, também, obrigado pela presença. O Amauri Mortágua, isso. Obrigado pela presença das senhoras e dos senhores.

Quero aqui dizer rapidamente sobre o que nos traz à vida, porque uma reflexão sobre a vida é sempre uma reflexão muito importante. O Aristóteles, uma vez, falou sobre a felicidade. A gente vive para quê? É para construir patrimônio? Certo. É para ganhar dinheiro? Claro, também. É para ter saúde? Sim, sem saúde a gente não vale nada.

Mas, em especial, a nossa passagem aqui é uma busca constante por felicidade. Não há outra busca. Por que a gente gosta de estar com os filhos, com a esposas, com os amigos que são de verdade? Porque são momentos que nos tornam felizes.

Eu sou de Ribeirão Preto, sempre falo com muito orgulho, e falar da tribuna do Parlamento paulista, para mim é motivo de orgulho e de felicidade. E o Aristóteles dizia que a felicidade é um bem que você busca pelo caminho da virtude.

Um pensador francês, Albert Camus, em uma de suas obras falava que a juventude é uma soma de possibilidades. Quando a gente se refere à juventude, é ao ímpeto do jovem, não está relacionado à questão de idade. E diz esse pensador também que, dentre todas as possibilidades que a vida nos reserva, a felicidade é aquela que o ser humano busca.

Sendo a felicidade o nosso bem a ser buscado, como é que a gente consegue isso? Fica a pergunta. Se a gente compra um carro novo, a gente fica feliz? Fica, claro. Poxa, você trabalhou, ganhou um dinheiro, reservou uma grana, conseguiu comprar um carro novo. Isso é gostoso. Depois de um mês, vocês continuam felizes? Não.

Você compra um carro que tem um ciúme danado. Quem é esposa que sabe que o marido, quando compra um carro novo, é um Deus nos acuda. Para pegar o carro, faz mil recomendações; e a esposa também para o marido, vice-versa. Passa um mês, acaba deixando.

Você tem o sonho de ter uma casa bonita com piscina e você trabalha muito para conquistar. Aí você conquista. Isso é gostoso, uma semana, duas semanas. Mas uma casa bonita e com piscina, ela passa, depois de um, dois meses, a não ter valor nenhum, se não tem quem frequente.

Sozinho, nessa casa com piscina, não tem graça nenhuma. Tem graça? Não tem graça nenhuma. Você pode curtir um dia, dois, três. Depois você vai querer levar as pessoas que você ama.

E aí vem um outro pensamento, isso provado cientificamente. A felicidade está baseada em dois fatores: na relação humana e, em especial, no auxílio ao próximo. É onde entra a profissão de vocês. A profissão da saúde. Não há nada que traga maior felicidade para um ser humano quando ele consegue exercer os pilares da ajuda ao próximo. A gente fica feliz de verdade e de forma constante.

Só que isso tudo precisa ter valorização. O trabalho de vocês, apesar de ser um dos trabalhos mais dignos que se pode falar. E aí, nas palavras do nosso secretário Gilberto Kassab, aquilo que está acontecendo agora no Rio Grande do Sul mais uma vez vai chamar os trabalhadores da saúde para salvar. E mais uma vez os trabalhadores da saúde estarão lá a postos para salvar milhares e milhares de pessoas que perderam tudo.

O povo brasileiro está ajudando, mandando carreta, mandando caminhão, e a pessoa fica feliz quando ajuda. Mas, para o trabalhador da saúde, é preciso que haja a felicidade primeiro na casa dele.

Não adianta nada um trabalhador tendo que fazer jornada dupla, sai de um plantão que começa às seis e meia da tarde e vai até às seis e meia da manhã e já emenda em um outro hospital, porque se ele não fizer isso ele não coloca arroz e feijão dentro de casa.

A gente fala da felicidade dos outros, mas as pessoas não pararam para pensar na felicidade daqueles que estão fazendo com que as pessoas sejam tratadas, sejam curadas. É preciso uma reflexão neste País, e é preciso que essa reflexão vá para nível nacional.

Eu estou apresentando, Edison, um projeto de lei que comemora e faz uma reflexão sobre o Dia Nacional do Trabalhador da Saúde. É preciso que esta sessão solene, que é exemplo para o País, na Assembleia Legislativa, rompa fronteiras. É preciso que outros estados vejam isso.

É preciso que o Brasil escute, dentro da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, a voz dos trabalhadores da saúde. E não, isso não pode ficar apenas no discurso. A vida das senhoras e dos senhores vale muito.

E, se nós nos preocupamos com a felicidade do povo brasileiro, nós temos que nos preocupar, antes de tudo, em como é que está dentro da casa a família daquele que toca este País para frente, que, na pandemia, foram chamados de heróis, mas que, na hora da valorização, os interesses econômicos tomaram uma proporção absurda. E até quando a gente vai aguentar isso anestesiado?

É preciso que nós façamos desta sessão solene um momento de comemoração, de alegria, porque a gente tem que ter alegria e vigor com a função que as senhoras e os senhores desempenham. Mas é preciso que haja, acima de tudo, reflexão, cobrança sobre um tema que é muito sério, que é a saúde e a felicidade dos trabalhadores da saúde.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Passo a palavra agora ao presidente da UGT-SP, Amauri Mortágua.

 

O SR. AMAURI MORTÁGUA - Bom dia. Eu estava comentando com a companheira de Franca, eu já esqueci o nome dela, que eu tenho uma idade que eu tenho direito de esquecer os nomes, já estou nessa idade, e acho que vocês compreendem bem isso.

Então, eu quero agradecer aqui, saudar a Presidência desta sessão solene, do deputado estadual Rafael Silva ao deputado federal Ricardo Silva, que falou aqui grande parte do que eu ia dizer com uma realidade muito real.

Eu quero cumprimentar o nosso companheiro Edison de Oliveira, que é o presidente da federação, um ícone de toda essa luta do pessoal dos trabalhadores da saúde, do Brasil todo. Quando se fala em trabalhadores da saúde no Brasil todo, em liderança, todo mundo lembra do Edison de Oliveira.

Queria cumprimentar a nossa representante internacional, a Lucía, e, também, cumprimentar aqueles companheiros e aquelas companheiras que fazem parte da UGT estadual, da diretoria da UGT estadual e das suas coordenadorias regionais, da categoria de vocês, a Edna Alves, o Vergara, o Aristeu, o Leandro e o Reinaldo.

Eu venho de uma categoria que é a dos comerciários. A categoria dos comerciários, Sirlene, ela tem um pouco mais de mulheres do que homens, mas aqui esse percentual é muito grande. A presença da trabalhadora, da mulher na saúde é muito expressiva.

Nós queremos, então, em nome da nossa presidente Sofia, do sindicato de Campinas, e da Bianca, saudar todas as trabalhadoras da saúde aqui, no estado de São Paulo. (Palmas.)

E, também, temos uma presença, inclusive no meio sindical, que o Edison se preocupou, realmente, em cultivar isso, que não é comum. Eu sou o presidente da UGT-SP. Nós temos 70 categorias representadas na UGT, e é raro a gente encontrar a presença da juventude no meio sindical e na categoria, e vocês têm isso de uma forma tão aguerrida e tão forte, que acabaram elegendo a Juliana como secretária nacional da UGT da Juventude. (Palmas.)

  Eu fui vereador na minha cidade há quatro anos atrás, quase 30 anos de vereador, hoje me aposentei, não fui mais candidato, mas eu tive a satisfação e a felicidade de fazer a lei municipal lá em Tupã, e eu achava, até um certo tempo, que era a primeira do estado, mas o Edison disse: “Não, a primeira foi em Campinas”.

Então, foi a segunda do estado, que a gente fez a lei municipal do Dia do Trabalhador da saúde, que depois, com vários, 20 municípios, acabou, com a sensibilidade do nosso deputado Rafael Silva, sendo transformada na lei estadual. Agora, esse anúncio maravilhoso de que poderá ser, através do deputado Ricardo, uma lei nacional. Isso será, sem dúvida alguma, um tributo merecido a essa expressiva categoria.

Eu fico aqui... O deputado Ricardo falou da felicidade. Hoje, nós trabalhadores, temos muito poucos momentos de felicidade como este - são raros. Uma dessas questões, uma dessas satisfações, é a gente poder ver que nós temos o deputado Rafael Silva e o deputado Ricardo Silva na Assembleia e na Câmara Federal. Deputado Ricardo, essa felicidade é enorme, mas não é o retrato do Congresso Nacional.

Nós precisaríamos ter muitos Ricardos e Rafaéis, tanto na Assembleia como no Congresso, para que a gente pudesse sonhar com essa felicidade. Quando a gente consegue uma lei, com muita dificuldade... aí, vem outros setores para dizer que vão regulamentar, e, na verdade, eles vão aniquilar os nossos direitos e as nossas conquistas.

Hoje estão tentando regulamentar uma relação sua, do trabalhador, com o seu sindicato, que é uma coisa, que é uma relação entre você e o seu sindicato. Para regulamentar, na verdade, estão querendo aniquilar o custeio dos sindicatos, porque se não existir sindicatos, não tem ninguém que organiza a luta, que faça isso.

Imagine vocês sem os seus sindicatos, sem a sua federação, se vocês poderiam fazer isso e se o deputado Rafael ou o deputado Ricardo teriam conhecimento para estar lutando por nós.

Então, é o momento de a gente comemorar, sem dúvida alguma, mas é o momento de refletir. O que nós temos hoje aqui, no Brasil... E eu digo que é para refletir porque nós elegemos o Ricardo, o Rafael, mas somos nós que elegemos os outros também.

Quantos trabalhadores são eleitores neste País? Nós vamos ter eleições este ano aqui, eleições municipais, que têm uma importância enorme para algumas categorias, inclusive a de vocês, porque tratam da saúde no local do seu trabalho.

Mas nós temos que ver quem é que tem compromisso com a nossa categoria. Porque, deputado, o que a gente vê hoje é: não querem. O que querem de nós é viver para trabalhar, é isso que querem de nós, só. E viver para trabalhar não significa trabalho decente. Não significa remuneração. Não significa direito a convívio familiar.

Então o que nós queremos é trabalhar para viver, para que a gente, com a força do nosso trabalho, realmente possa ter horário decente com remuneração, que realmente permitam a gente sobreviver, com direito a lazer, com direito a cultura, com direito a convivência, com direito a viver. Então nós queremos trabalhar para viver.

Eu li aqui que tem uma faixa dizendo que nós precisamos de coragem, compaixão e comprometimento, e eu acrescentaria, Sirlene e Edison, além disso tudo, nós precisamos de união e de luta.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Passo a palavra agora à representante da Uni Global nesta sessão solene, a Sra. Lucía Lindner. (Palmas.)

 

A SRA. LUCÍA LINDNER - Obrigada. Bom dia a todos e todas, é um prazer acompanhá-los nesta sessão e neste dia de celebração. Vou saudar esta Mesa que me acompanha, ao companheiro Edison, ao Amauri e aos deputados, é um prazer.

E é um dia de comemoração, mas como disse o Amauri, é um dia de reivindicação, de reflexão e, hoje, estou falando em nome de milhares e milhares de trabalhadores da categoria, da categoria de trabalhadores da saúde, da região e do mundo.

E estou aqui presente para dar todo o apoio aos trabalhadores e trabalhadoras neste País, no Brasil, dizer-lhes que estamos acompanhando e seguimos. E vamos continuar acompanhando todas as suas lutas e reivindicações. Falamos...

O Amauri recentemente falou que é uma categoria que tem muitos homens, mas também quero dizer que é uma categoria que está repleta de mulheres. Mulheres que cuidam, que seguem cuidando e deve-se visibilizar as vozes dessas mulheres que trabalham fora e dentro de seus lares e que saem, trabalham extensas horas para cuidar também da população deste País.

Quero dizer que a situação da saúde no Brasil não é apenas a realidade da região. E por isso, como disse o companheiro, deve-se seguir lutando pela unidade da categoria, seguir lutando pelas reivindicações, seguir lutando por mais direitos e melhores condições para esta categoria.

Sabemos que estão em campanha salarial e que é uma luta constante, e uma reivindicação constante que todos e todas aqui nesta sala, e todos os companheiros no País e no estado estão acompanhando.

Assim que nós, da Uni Global Union, vamos continuar apoiando tanto Edison e Sofia, que me acompanham aqui, e todos os sindicatos afiliados aqui no Brasil. A luta desta categoria, vamos pôr um dia nacional para seguir reivindicando e dando voz a todos os trabalhadores, seguir denunciando os abusos, os assédios e todas as situações terríveis que atravessam os trabalhadores da saúde no País.

E isso eu digo porque, obviamente, pós pandemia foram os valentes e os heróis dessa situação. Mas acredito que se esqueceram que seguem sendo. E nós temos que seguir dando voz aos trabalhadores.

Então, muito obrigada e um grande aplauso para todos e todas. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Muito obrigada a todos. Nesta sessão solene, é prestada uma homenagem a 14 profissionais da saúde que atuam nos setores de enfermagem, administração e apoio, representando cerca de 700 mil trabalhadores que existem no estado de São Paulo e são representados pela Federação Paulista da Saúde.

Convidamos os senhores presidentes dos sindicatos da saúde do estado de São Paulo para acompanharem, respectivamente, os profissionais da sua base territorial que serão homenageados por esta Casa e pela Federação Paulista da Saúde. Eu gostaria de convidar também...

Deputado, o senhor gostaria de descer e ficar embaixo para fazer a entrega?

 

O SR.  PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Não, eu abro mão desse aqui. Para mim, seria um orgulho muito grande, mas eu estou com um problema sério na coluna e então o meu filho, Ricardo Silva e os outros aqui presentes na Mesa poderão fazer isso que eu faria, e farão melhor que eu.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Ok, então vou convidar o presidente Edison, deputado Ricardo Silva, o presidente da UGT, Amauri Mortágua e a Lucía para se fazerem presentes junto a esta mesa, que tem o certificado dado pela Assembleia Legislativa aos trabalhadores homenageados e à Federação que anualmente oferece este troféu, para que possam guardar como lembrança desta homenagem, dada a importância que estes homenageados têm, já que eles representam quase um milhão de trabalhadores do estado de São Paulo.

Então eu vou chamar a primeira homenageada, que vem de Sorocaba, representando os trabalhadores do Sindicato da Saúde de Sorocaba e Região, a Maria Lúcia dos Santos Cavalheiro. (Palmas.)

Maria Lúcia recebe esta homenagem pelos seus notáveis 35 anos de dedicação à enfermagem, por ser uma profissional exemplar. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Na sequência, a homenageada é a Maria Madeleine dos Santos. Ela representa o Sindicato da Saúde de Santos e Região. (Palmas.) Ela ingressou na categoria dos trabalhadores da saúde em 1979, na Santa Casa de Santos, na função de mensageira hospitalar e depois como recepcionista.

Atualmente trabalha no Hospital Infantil Gonzaga, estabelecimento de saúde que há 39 anos escolheu para servir a população de Santos na função de auxiliar de farmácia e almoxarifado. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Lembrando que todos os homenageados estão recebendo um certificado de honra ao mérito e um troféu, um mimo concedido pela Federação Paulista da Saúde.

A próxima homenageada vem do Sindicato da Saúde de Rio Claro e Região, é a Simone Maria Mengardo Dias. (Palmas.) Ela tem 54 anos e é funcionária da Santa Casa de Rio Claro há 27 anos, onde começou em 1997 no setor de faturamento. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Na sequência, a homenagem será feita por parte do Sindicato da Saúde de Campinas e Região. A primeira homenageada de Campinas vem da região de Araraquara, é a Gisele de Fátima Alves da Silva. (Palmas.)

Ela é relatada como uma associada sempre disposta a divulgar os trabalhos do Sinsaúde na subsede de Araraquara e muito querida na unidade de terapia intensiva, onde atua como técnica de enfermagem na Santa Casa de Araraquara. É casada, mãe de uma filha e ainda encontra tempo para ser maquiadora profissional e deixar as mulheres mais lindas. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A segunda homenageada da base de Campinas vem de Bragança Paulista, é a Maria de Lourdes Bezerra da Silva. (Palmas.) Maria de Lourdes é auxiliar de enfermagem e trabalha na Santa Casa e no Hospital Universitário São Francisco, ambos lá de Bragança Paulista, de 2004 até hoje. É casada também com um profissional da saúde, um técnico de enfermagem hoje já aposentado, o qual conheceu trabalhando na Santa Casa. Tem dois filhos e dois netos. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Também da base do Sinsaúde Campinas e Região, mas vindo de Mogi Guaçu, vamos homenagear a Regina Maura Depieri. (Palmas.) Regina, há 27 anos, iniciou na Santa Casa de Mogi Guaçu como escriturária, mas logo cursou auxiliar e técnico de enfermagem no projeto “Educação na Saúde”, cursos oferecidos pelo Sinsaúde Campinas e Federação Paulista da Saúde. Ela destaca que é muito gratificante exercer a profissão do sonho, pois ama o ato de cuidar. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O nosso homenageado agora vem do Sindicato da Saúde de Araçatuba e Região, é o Carlos Alberto Jacinto. (Palmas.) Carlos iniciou na enfermagem aos 18 anos, servindo o Exército Brasileiro em Campo Grande, de 1995 a 1998.

Em maio de 1998, foi admitido como técnico de enfermagem na Santa Casa de Birigui, onde permanece até hoje. Registra também uma passagem de 15 anos pelo Hospital Psiquiátrico Felício Luchini. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Na sequência, o nosso homenageado vem do Sindicato da Saúde de Jaú e Região, é o José Roque Ferreira de Lima. (Palmas.) Técnico de enfermagem, Roque tem comprometimento com a profissão. Ele iniciou sua jornada na área em 2010 no Hospital Thereza Perlatti, em Jaú. Em 2011, passou a ter jornada dupla, indo atuar também no Hospital Amaral Carvalho. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A próxima homenageada vem do Sindicato da Saúde de Piracicaba e Região, é a Carla Regiane Santos de Carvalho. Ela tem 41 anos e trabalha na Santa Casa de Piracicaba. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Pelo Sindicato da Saúde de Ribeirão Preto e Região, vamos homenagear Michael Mantovani dos Santos. Ele atuou como auxiliar de farmácia e auxiliar de enfermagem e afirma que foi na Apae Matão onde aprendeu a importância de realizar ações de promoção à saúde da pessoa com deficiência. É técnico de enfermagem e instrumentador cirúrgico de cirurgias ortopédicas de mão, ombro, joelho e traumas em geral. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Pelo Sindicato da Saúde de Presidente Prudente e Região, o homenageado é o Rogério Soares da Silva. (Palmas.) Ele tem 42 anos e atua como recepcionista na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Epitácio. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Pelo Sindicato da Saúde de São José do Rio Preto e Região, vamos homenagear o Sidney Aparecido Cordeiro. (Palmas.) O Sidney é recepcionista há 25 anos no Hospital de Base de São José do Rio Preto.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O Sindicato da Saúde de Fraca e Região traz como homenageado Saulo Júlio Soares. O Saulo entrou para a área da Saúde em 2008, na Santa Casa de Franca, como administrativo no setor de serviço de nutrição e dietética. (Palmas.)

Atualmente, trabalha no setor de hemodiálise, onde, segundo ele, “valorizo e me sinto privilegiado, pois de alguma forma estou contribuindo como profissional da saúde para aliviar a dor e o sofrimento das pessoas”. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Por fim, indicado pelo Sindicato da Saúde de São Paulo e Região, o Sr. Azarias Viana da Silva. (Palmas.) O Sr. Azarias, atualmente aposentado, é auxiliar de enfermagem e atuou, até 2004, na Legião da Boa Vontade, a LBV.

Ele foi funcionário também dos hospitais Evaldo Foz, Unicor, Iguatemi e Home Care, até que se aposentou. Então, mudou-se para Peruíbe em 2007. Durante essa trajetória, entrou para o meio sindical e hoje é presidente do conselho fiscal do Sindicato da Saúde de São Paulo. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Já podemos desfazer a Mesa Diretora. Gostaria de compartilhar com vocês que, hoje, o nosso Sindicato da Saúde de Santos completa 85 anos de existência. (Palmas.) Temos aqui o presidente, Ademir Irussa, diretores. Parabéns. Parabéns por essa longa trajetória em defesa dos trabalhadores da saúde.

Agora, eu gostaria de passar a palavra ao nosso presidente da Federação Paulista da Saúde, Sr. Edison Laércio de Oliveira. (Palmas.)

 

O SR. EDISON LAÉRCIO DE OLIVEIRA - Bom dia, ainda bom dia a todos. Eu quero ser a visão do deputado Rafael Silva e dizer a ele como esta galeria está linda. Primeiro, 80% de mulheres. Por si só já abrilhanta esta galeria. E todos, ou a grande maioria, de rosa, as mulheres, e os homens de azul. Isso mostra uma combinação de cores bem vivas na nossa categoria.

Quero começar a agradecer e ao mesmo tempo elogiar a participação da nossa Mesa: deputado Rafael Silva, o presidente desta sessão; deputado Ricardo Silva, deputado federal que sempre nos abrilhanta com a sua participação, com a sua presença e o seu incentivo a essa categoria da saúde.

O meu amigo de longa data, Amauri, presidente da UGT estadual, a quem rendo a homenagem a todos os “ugetistas” presentes neste ato e aqueles que não puderam vir; as pessoas também do companheiro Ricardo Patah e Canindé Pegado.

A minha amiga, de uma longa data também no movimento internacional, companheira Lucía, muito nos honra mesmo - e a mim pessoalmente - a sua presença nesta Mesa alta e a presença entre nós. Seja bem-vinda sempre.

Também quero, em nome dela, saudar toda a representação patronal que se faz presente. A Sra. Daniela de Andrade Bernardo, muito obrigado pela presença. Espero que a senhora “abra o ouvidinho”, como diz a minha neta, e nos escute.

A nossa intenção não é - e não será jamais - desmerecer a atividade patronal, porque sem um, sem o outro, nenhum dos dois vivem. Nós precisamos do setor patronal e o setor patronal precisa muito mais de nós. O que a gente quer é exatamente encontrar um elo de equilíbrio entre essas duas forças, entre o capital e o trabalho. Esse é o nosso objetivo; sempre foi, ao longo da minha vida sindical.

Pois é, 22 anos de uma conquista, 20 anos de uma homenagem no Estado de São Paulo, em sua Casa de Leis. Isso só foi possível com a participação de todos vocês. Quem não conhece a história deste Sindicato da Saúde, desta federação? Você encontra hoje nas redes sociais do sindicato. O quanto era gostoso...

Ricardo Silva, você que mencionou a mobilização, a participação dos trabalhadores - o Amauri também - nas suas conquistas. O quanto era gostoso fazer sindicato, fazer sindicalismo, movimentar, mobilizar. Porque você ia para frente de um hospital, para frente de uma mesa de negociação e você não estava só.

Você olhava do lado esquerdo, do lado direito... E naquele tempo, lado esquerdo e lado direito, não tinha tanta polarização. Não tinha tanta divisão a ponto de se dividir o País ao meio, cada qual puxando a sardinha para o seu lado. E aquele que trabalha, que paga imposto, que vive nesta Nação, dividido, desestruturado, desorganizado.

Aquele tempo era bom, porque você sentava em uma cadeira ao lado de uma mesa e debatia, discutia, dizia das necessidades - que os trabalhadores esperavam serem atendidas pela classe patronal. E a classe patronal, atentamente, ouvia, ouvia.

É lógico, como toda negociação, no primeiro momento era “não, não, não”. Mas na hora que ela via, na sua saída da sala, da negociação, e lá atrás estava coalhado de pessoas, no dia seguinte, o discurso mudava. O discurso tomava uma forma de atender parte das reivindicações.

Já era um avanço. Já era algo a ser comemorado, porque, quando nós chegávamos lá, não tínhamos nada. Nós tínhamos um pedido. Nós tínhamos uma pauta. E o setor patronal, muitas vezes, como até hoje o fazem... poucos leem a pauta. Porque a pauta é a mesma de 20, 30 anos atrás, também.

Mas o discurso do “não” aumentou. Agora não é só o “não” para não atender as reivindicações, é a contestação dos direitos já existentes. Daqueles que muitos deram a vida para conquistar, que uma boa parte de vocês não lembra, porque não estava presente.

Aqueles que ficaram se mobilizando - e não na internet, no Facebook, no Instagram, porque a coisa mais gostosa é fazer greve no Instagram. É um negócio sério, que é o que nós estamos fazendo hoje. Só querem, querem, querem no Instagram, no Facebook. Na participação, muito pouco.

Aqueles que ficaram na porta de hospitais na região de Marília, na região de Campinas, na região de Americana, 48, 49, 50, 52, 57 dias. Alguns desses profissionais até hoje não receberam os seus direitos, porque foram demitidos por participação em movimento de greve, para conquistar o que temos hoje.

Nascedouro no Sindicato de Campinas, esses direitos se estenderam para todos os sindicatos oriundos do estado de São Paulo. E quis o destino que um dia viesse a presidir esta minha pessoa, a Federação Paulista de Saúde. Esse direito, que está sendo comemorado, elogiado e, com a ajuda de Ricardo Silva e do Congresso Nacional, será transformado em dia nacional.

Parênteses: que o Supremo Tribunal Federal não meta a colher de novo em coisas decididas pela Casa de Leis, pelo Congresso, pelos que ali compõem, escolhido e dado o mandato pela sociedade.

Este é um dos vários direitos existentes no compromisso chamado acordo coletivo, convenção coletiva, que muitos de vocês pensam que é o patrão que dá. Desculpe-me, Daniela, mas não é o patrão que dá. Eu disse que eles estão querendo tirar o que já tem, não dar algo a mais para compor a vida desses trabalhadores, as condições um pouco mais dignas desses trabalhadores.

Foi conquistado. E conquista com muita luta, com muito choro. Então, nós precisamos conhecer o sindicato que nós estamos dentro. Saber separar o joio do trigo. Saber entender o que nós temos na mão. Saber ler os instrumentos coletivos. Nada que está hoje dentro dos hospitais foi patrão que deu, foi congresso que deu, não. Não. A lei é uma coisa, a conquista no acordo coletivo e na convenção coletiva é outra.

A maioria dos senhores que estão aqui hoje, os sindicatos nos quais os senhores são filiados ou integrantes, têm uma coisa chamada negociação coletiva agora, neste exato mês de maio. São seis sindicatos com data base no mês de maio. Dois com data base no mês de junho. Três com data base retroativa a janeiro, fevereiro e março.

É hora de nos erguermos e atendermos o chamamento das lideranças sindicais, para que esse direito permaneça exatamente onde ele está. Em respeito a todos aqueles que brigaram, lutaram e pereceram para tê-lo. Esse é um dos direitos que há uma...

Depois de 20 anos, estão começando a entender: “espera aí, agora nós só podemos dar o feriado para quem trabalha”. Quem é que disse isso? Onde está escrito isso? O que é certo é que existe um feriado da categoria a se comemorar no dia 12 de maio, e é lógico, é quase que uma ideia meio esquisita de alguém achar que no dia 12 de maio nós vamos fechar os hospitais e todo mundo vai para casa como se feriado fosse.

É esse o entendimento que uma parte da classe patronal está tendo. Quem estiver fora não tem direito, quem estiver dentro tem. Não. É uma folga a mais para todo mundo, para todos os empregados, independentemente de onde eles estejam.

Para a administração, que muitas vezes não entende a estrutura sindical, são os primeiros a se revoltarem contra a estrutura sindical, mas estamos contemplados em todas as nossas reivindicações e em todos os nossos acordos coletivos com conquistas.

Então, outras conquistas, outras situações existentes nesses instrumentos coletivos. É um dia realmente de festa, mas é uma festa meio arraigada à reflexão. É a hora que nós podemos falar com 500, 600 pessoas. É o momento em que nós realmente devemos expor para todos qual é a verdadeira situação da estrutura sindical neste País, como lembrou o Amauri.

Uma boa parte do Congresso Nacional, a imprensa na sua totalidade, uma boa parte do capital não quer um movimento sindical forte, não querem um movimento sindical aguerrido, porque a estrutura sindical não é passiva, ela é ativa. Ela tem que propor; ela tem que buscar; ela tem que mobilizar os seus entes queridos, associados e trabalhadores para conquistar algo, para ter algo.

Quando vem algo da sociedade, através dos seus representantes legais, nas duas Casas de Leis - em Brasília, o Senado, e a Câmara... E a gente: “espera aí, opa, vamos comemorar?”. Nós temos que esperar um pouco, para ver se um outro poder não vai entender diferente do que entendeu o povo, porque os deputados estão lá representando o povo, os senadores também.

O Judiciário, ainda mais a Suprema Corte, que não é eleita por ninguém, é escolhida a dedo por quem assume a caneta da Presidência, sem o compromisso social... Fica nas altas cortes, vem e diz o seguinte: olha, agora é o seguinte, aqueles trabalhadores mereceram as palmas, já foram dadas, vamos limpar as mãos e vamos fazer o seguinte, aquela lei lá que o povo concedeu através dos seus representantes vai ser assim... Terá que ser entendida assim...

Um piso nacional em todo o território nacional e distrito federal? Não pode. Não pode, não. Coitados dos empregadores daquela região, eles não podem pagar. Eles não podem diminuir um pouco do lucro, que não é muito, na visão deles? Como é que faz isso?

Nós temos a solução. O Congresso não entende nada, nós entendemos. Para o pessoal que atende o SUS, o governo federal paga a complementação, até quando puder. A hora que não puder, corta e não paga mais. Essa é a decisão.

Para o setor privado, vão dar a eles o que eles querem, negociar. Já que o negociado vale sobre o legislado, que eles assumam a postura e a posição de negociar com a classe patronal.

Mesmo assim, não poderá ser negociado de uma única forma para se ter um piso a nível nacional. Haverá de se obedecer ao critério de regionalização. E mais: na data-base de cada categoria. A lei foi em 2022. O julgamento foi em 2023, final de 2023, novembro.

Então, só posso negociar, se conseguir a negociação, porque a categoria está achando que a lei já veio e já deveriam pagar: “Cadê meu piso, cadê não sei o quê?” Não tem mais piso nenhum.

É negociação coletiva e negociação coletiva se faz como se fazia há 20 anos, com o povo nas costas da liderança sindical e indo para a frente do setor patronal, dos grandes hospitais, como fizemos a vida toda. Senão, não haverá nada.

Não existe direito adquirido a instrumento coletivo. Ele vence, acaba. Acabando, começa de novo. Ou o patrão vai falar: “Estou concedendo porque eu quero, agora, porque agora não tenho mais obrigação nenhuma, legal, de fazê-lo”.

Quero lembrar neste meio, neste dia, 20 anos depois, a gente precisa lembrar da história, Rafael, lembrar de pessoas que participaram da história, que ajudaram a construir a história.

Aqui, uma homenagem muito especial ao meu amigo, ao meu irmão fraterno, Pedro Tolentino. (Palmas.) Foi uma das pessoas que ajudaram o Rafael a convencer os seus pares da necessidade de termos na Assembleia Legislativa um dia em homenagem aos trabalhadores da saúde.

Quero também parabenizar e agradecer a presença e o trabalho incansável da companheira Sofia Rodrigues do Nascimento, mulher, profissional da saúde, batalhadora, exemplo de pessoa à frente de uma entidade do porte do Sindicato de Campinas.

Quero agradecer à Edna e, nas pessoas dessas três figuras, estendo os meus agradecimentos a todas as mulheres que se fazem presentes aqui e que se encontram em nossas bases, em nossos locais de trabalho. Edna, Elaine, profissional de saúde, mulher, mãe, avó. E acima de tudo, um carinho especial com os trabalhadores e trabalhadoras da saúde. (Palmas.)

O Amauri falou de uma situação, que eu dou a oportunidade. Eu dou oportunidade a quem agarra, a quem realmente mostra que, com alguma lapidação, a gente pode construir liderança. A minha vida toda, eu sempre busquei isso, sempre busquei me colocar nos lugares por onde passei para ficarem pessoas voltadas, realmente, com sangue na veia do movimento sindical, com sangue na veia de uma representação árdua e equilibrada.

É vontade, é sonho de que a gente consiga envolver a juventude no movimento sindical. Isso é necessário. Se não tivermos uma juventude envolvida na estrutura sindical, não teremos vida longa.

Sindicatos que estão completando hoje 84 anos, 85 - o sindicato de Campinas, 87, Ribeirão Preto, acho que acima de 85 também, e outros tantos, São Paulo e outros -, tiveram a juventude lá atrás também para construir esse império, essa estrutura, essa organização. A quem deixar esse legado, senão à juventude?

Vou continuar assim, Amauri, buscando no nosso seio, no nosso meio, juventude com esse compromisso. É lógico que vem crua, às vezes vem com outro ideal, com outra cabeça; às vezes a gente precisa conversar, precisa discutir, precisa dialogar.

Então, nas pessoas, nas jovens Juliana e Bianca, eu quero agradecer e conclamar a juventude a vir para o movimento sindical, a vir para o mundo sindical. Juliana Karine, vice-presidente do Sindicato de Saúde de Campinas, e a secretária-geral do Sindicato de Campinas. Então, nas duas pessoas, quero conclamar a juventude a vir para dentro, a estar conosco no sindicato. (Palmas.)

Já vou me despedindo e quero agradecer de novo, agradecer à Maria Sirlene Nogueira por estar sempre conosco e nos ajudar nessa empreitada, em especial na nossa assessoria há uns bons dias.

Então, quero parabenizar pela organização e agradecer a participação do diretor de comunicação da federação, companheiro Luiz Carlos Vergara, que também ajuda essa organização; a toda equipe do gabinete do deputado Rafael Silva, o nosso muito obrigado, de coração. A toda equipe da Assembleia, o nosso obrigado pela recepção.

E por último a vocês, por estarem presentes, por participarem. Vamos transferir toda essa energia, toda essa linha para as grandes organizações de mobilizações de cada qual, na base de vocês. Mais do que nunca, há a necessidade da participação de vocês.

Um beijo no coração e um bom retorno a todos. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Obrigada, Edison. Lembrando que aqui, neste plenário, nós temos inúmeros trabalhadores que eu pediria para se levantarem, que serão homenageados nas suas cidades de origem. Quem são os homenageados de Campinas, da base de Campinas, Jaú? (Palmas.) Parabéns para vocês todos.

Gostaria só de lembrar que, ao final da sessão, aqueles que não fizeram a foto da caravana se dirijam para aquele local de sempre, que os nossos fotógrafos vão estar lá para registrar a presença de todos. Isso é muito importante, está bom?

Agora eu vou passar a palavra ao nosso deputado Rafael Silva, para a sua palavra final.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSD - Eu agradeço aqui à Sirlene. Sirlene é amiga antiga, embora sejamos jovens. É minha amiga bem antiga. O Edison Laércio de Oliveira... Quando eu fui procurado aqui, na época - ele sabe -, pelo Vergara e pelo Pedro Florentino, eu estive em Campinas.

Edison Laércio de Oliveira, quem é? Eu fui procurar me informar aqui em São Paulo, na região, sobre essa pessoa. Então, o que vocês sabem dele, eu fiquei sabendo naquela época. Mas eu vi nele o quê? Aquele camarada bem-intencionado, que sabia onde pisava, sabia o que fazia. Muito consciente.

Não era uma voz vinda do nada, sem um objetivo claro e tentando mascarar alguma realidade. Não era nada disso. O Edison tinha - e tem - seriedade, capacidade, e sabe muito bem o que está fazendo e quando está fazendo.

Então, essa é a realidade da federação de vocês. Se vocês analisarem a figura do Edison, vocês vão ver isso daí. Isso daí é uma realidade que existe; não é uma realidade criada por alguém, com algum interesse. Não. Existe, isso é o que existe.

O Edison... O pessoal veio, o pessoal de vocês é organizado, veio uniformizado, de pontos distantes daqui, de todos os cantos do estado de São Paulo. Isso é muito bonito. Isso é o princípio da força, é a base da força. Sem essa união que vocês têm, sem essa consciência, não existe força.

Eu bem lembro quando o Vergara vinha aqui, Edison, e falava da realidade que nós precisávamos defender. E durante todo esse tempo, eu fiquei como deputado; eu vi que isso daí realmente era uma verdade inconteste, incontestável.

Então, parabéns, de verdade, à sua organização sindical, Edison. Você sabe o que faz, sempre soube muito bem o que faz, e sempre soube o que fez. O meu filho Ricardo Silva me acompanha e ele conheceu o meu pensamento com respeito ao pessoal da saúde. Ele conheceu, porque nós vivemos isso daí, tivemos problemas de saúde em casa; eu mesmo tive, passei por algumas cirurgias. E nesse tempo eu precisei, e muito, do pessoal da saúde. E fui muito bem atendido - eu e minha família.

Então, a todos vocês, eu quero estender o meu agradecimento, de verdade. Aqui, de dentro do peito. Este dia é um dia muito feliz para mim. Dia 12 de maio é um dia que eu marco na minha cabeça, no meu coração, porque esse dia representa muito, porque eu tenho oportunidade de devolver a vocês um pouco daquilo que vocês fazem em todos os momentos em que são necessários.

Então eu agradeço, Sirlene, agradeço a todos vocês, ao pessoal aqui da Mesa. Me desculpem: o fato de eu não enxergar me dá essa condição de não poder citar o nome de todo mundo. Fulano está aqui, Beltrano. Então, eu acabo tendo esse direito.

E quero agradecer ao meu gabinete, à minha estrutura, à Assembleia, à estrutura da Assembleia, que é colocada em favor desta sessão, que é a sessão mais importante da Assembleia Legislativa, é a sessão mais importante que nós temos aqui, o ano inteiro. É a sessão mais importante, porque nós homenageamos uma categoria que realmente merece. E vocês estão presentes.

Gente, muito obrigado, de coração. E desculpem se não estou fisicamente bem. Vocês não têm culpa disso; isso é um problema que acontece ao longo da vida. Então, gente, que Deus ilumine a todos.

Muito obrigado. (Palmas.)

Está encerrada esta sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 05 minutos.

 

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