19 DE SETEMBRO DE 2023

104ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GILMACI SANTOS, REIS e ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca reunião extraordinária da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, a realizar-se hoje, às 16 horas. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão ou às 16 horas e 30 minutos. 

        

2 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Parabeniza o deputado Carlos Giannazi, pelo seu pronunciamento.

        

4 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Por inscrição, faz pronunciamento. 

        

5 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Parabeniza a deputada Thainara Faria, pelo seu pronunciamento.

        

7 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

8 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Parabeniza o deputado Vitão do Cachorrão, pelo seu trabalho.

        

10 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Parabeniza a deputada Paula da Bancada Feminista, pelo seu pronunciamento.

        

12 - ALEX MADUREIRA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - MARINA HELOU

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - VALDOMIRO LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - REIS

Assume a Presidência.

        

17 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

18 - BETH SAHÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - VALDOMIRO LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

21 - PAULO MANSUR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

22 - LECI BRANDÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

23 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

24 - PROFESSORA BEBEL

Assume a Presidência.

        

25 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

26 - REIS

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

        

27 - PRESIDENTE PROFESSORA BEBEL

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h01min.

        

28 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h44min.

        

29 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Solicita a suspensão da sessão por 20 minutos, por acordo de lideranças.

        

ORDEM DO DIA

30 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h44min. Reabre a sessão às 17h04min. Coloca em votação e declara aprovado o requerimento, do deputado Luiz Fernando, de criação de comissão de representação com a finalidade de "representar a Assembleia Legislativa de São Paulo em reuniões com membros do Governo Federal para tratar de investimentos para o estado de São Paulo, em Brasília, nos dias 25 e 26/09". Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovados os Requerimentos de Urgência ao PL 652/21, ao PL 431/23, ao PL 512/23 e ao PL 1015/23.

        

31 - PAULO FIORILO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

32 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 20/09, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada, hoje, dez minutos após o término desta sessão. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Convocação. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 45, parágrafo 5o, ambos do Regimento Interno, convoco reunião extraordinária da Comissão de Constituição, Justiça e Redação a realizar-se hoje, às 16 horas, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de oferecer a redação final ao Projeto de lei no 309, de 2017, de autoria do deputado Rafael Silva.

Convocação. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou 10 minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no parágrafo 3o do Art. 100, do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 36a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 20/09/2023.

 

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Pequeno Expediente. Chamo, para fazer uso da palavra, o nobre deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.)

Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da Assembleia. Ontem, Sr. Presidente, eu acionei o Ministério Público Estadual e também o Ministério da Educação, o MEC, em relação àquele ato execrável dos estudantes de medicina da Unisa, Universidade Santo Amaro.

Ontem veio a público um vídeo dando conta de que, no mês de abril, num torneio universitário que aconteceu em São Carlos, esses estudantes da Faculdade de Medicina tinham feito uma masturbação coletiva.

Andaram pelados, invadindo um jogo feminino, de alunas que estavam naquele torneio, naqueles jogos universitários. Imediatamente, eu acionei o MEC - ontem mesmo - e o Ministério Público Estadual.

Agora, isso é pouco, Sr. Presidente. Nós temos que exigir punição rigorosa a todos os 20 alunos. Hoje a universidade anunciou, de uma forma acertada, que expulsou seis alunos. Mas são 20 alunos que devem ser expulsos, não só seis alunos. É importante que a universidade, a Unisa, a reitoria, identifique esses alunos e faça o processo de expulsão sumária desses alunos.

Mas não é só isso, Sr. Presidente. Nós precisamos dar nome, sobrenome e mostrar as fotos desses alunos. É importante que esses nomes também sejam entregues ao Conselho Regional de Medicina, porque eles vão tentar entrar, depois, em outras faculdades, mas para que eles não possam exercer, jamais, a profissão de médicos. Eles não têm a mínima condição.

Se uma pessoa com essa idade - 20, 20 e poucos anos - é capaz de fazer um ato como esse, deplorável, eu fico imaginando, deputada Thainara, um médico ginecologista examinando uma mulher. Um absurdo.

E tem que criminalizar, sim. Porque houve ali importunação sexual; isso é crime, está lá no Código Penal. Então, tem que ter punição criminal, civil, criminal, civil, administrativa e acadêmica, sobretudo, que é a expulsão sumária desses alunos, Sr. Presidente.

Então, nós tomamos ontem as providências, como eu disse, eu acionei o Ministério Público estadual, o MEC. Quero lembrar ainda que nós aqui na Assembleia Legislativa, em 2015, tivemos uma CPI que investigou os trotes violentos no estado de São Paulo, que deram conta de que essa é uma constante dessas universidades privadas - nas públicas é mais difícil, mas, sobretudo das privadas - e de alguns cursos como o curso de medicina, do qual foram relatados casos de estupros, de violência, de assédio, de afogamentos em piscinas, de agressões - estupros, inclusive, foram vários os casos. Foi uma CPI muito importante.

Lembro ainda que nós temos duas leis no estado de São Paulo - uma lá ainda da época do Mário Covas e uma de 2015 - duas leis aprovadas aqui na Assembleia Legislativa proibindo o trote violento, proibindo esse tipo de comportamento dos estudantes universitários no estado de São Paulo.

Então, o que nós queremos é isto, Sr. Presidente: punição exemplar para esses alunos, expulsão sumária, criminalização desses alunos, que eles respondam criminalmente por crime de importunação sexual - como está no Código Penal - e que eles sejam, que as fotos, as imagens desses alunos sejam divulgadas com o nome e sobrenome.

Também que o Conselho Regional de Medicina tome providências no sentido de jamais deixar que esses médicos, mesmo que eles se formem em outras faculdades, em outros estados, que eles nunca possam exercer a profissão na área da medicina, Sr, Presidente.

Então, nós esperamos que todas essas medidas sejam tomadas. A primeira já foi tomada parcialmente pela reitoria após sobretudo, a nossa denúncia aqui, ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa e através da nossa representação ao MEC e ao Ministério Público.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Giannazi. Parabéns pelo posicionamento de V. Exa., não poderia esperar coisa diferente. Deputado Agente Federal Danilo Balas, tem Vossa Excelência... Já chegou fazendo o uso da palavra na tribuna.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, servidores desta Casa, policiais que atuam na Assembleia Legislativa e todos os que nos acompanham pela TV Assembleia. Primeiramente, parabenizar o posicionamento do nobre deputado Carlos Giannazi, V. Exa. usou muito bem a palavra.

Também repudiamos os atos que aconteceram naquela universidade, onde pseudoestudantes fizeram aquela barbárie, abaixando as calças e praticando atos obscenos em um jogo, em um esporte ali naquele momento.

Então, parabéns aos deputados que vieram aqui e já repudiaram, V. Exa. também, deputado Gilmaci, e à universidade que já expulsou aqueles alunos que não deveriam nem estar naquele local.

O que me traz, presidente, a esta tribuna também é o momento em que vivemos na educação do estado de São Paulo. O governador Tarcísio de Freitas tem enfrentado dificuldades com a sua equipe técnica e os resultados já começaram a aparecer com nove meses de mandato, resultados sensacionais.

Aí temos que parabenizar o governador Tarcísio de Freitas, o secretário da Educação e toda a equipe da Secretaria, o secretário Feder e também a Fundação para o Desenvolvimento da Educação.

 Aí parabenizo toda a equipe do FDE, na figura do presidente, Jean Pierre, e também da Sara, chefe de gabinete, ambos fazendo um excelente trabalho; e toda a equipe da FDE. Estive nesta tribuna no mandato passado mostrando algumas obras, inúmeras obras paralisadas e neste mandato graças a Deus é diferente, estamos aqui trazendo a técnica - pode colocar - até setembro de 2023, investimentos de mais de meio bilhão na Educação.

São 620 obras, entre creches e escolas já entregues, e mais de 340 mil alunos beneficiados. Veja só a preocupação e como encara o ensino, no Estado de São Paulo, a equipe do nosso governador Tarcísio de Freitas.

Reformas em salas de aula, quadras, cozinha, refeitório, telhados, fachadas, acessibilidade - que muitas vezes as unidades de ensino não tinham - tanto em creches quanto em escolas.

Antes, nós tínhamos - em várias visitas em obras paralisadas - isso que nós vamos ver agora: algumas escolas e creches abandonadas. A técnica vai colocar uma sequência de fotos, algumas fotos de escolas abandonadas, creches abandonadas, que nós fiscalizamos e denunciamos ao Ministério Público.

Uma das escolas estaduais, em Boituva, temos total abandono. A técnica pode ir passando as fotos. O mato crescido, a obra totalmente paralisada há mais de dois anos. Cobramos o Governo à época; o prefeito de Boituva também cobrou. Parabenizar o prefeito, Edson Marcusso, pela atuação e cobrança do Governo para a retomada das obras. Porém, neste Governo, a Educação é levada a sério.

O governador Tarcísio determinou, à Secretaria da Educação, à FDE, para a retomada imediata de todas as obras paralisadas. E tivemos sim uma retomada em massa para a entrega das obras. Essa escola de Boituva, no mês que vem, se Deus quiser, o Governo do Estado estará entregando. Aí voltarei a esta tribuna para mostrar o antes e depois.

Passarei rapidamente um primeiro vídeo do que está sendo feito numa unidade de ensino de Indaiatuba.

 

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- É exibido vídeo.

 

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Essa retomada de obra e, em breve, entrega em Indaiatuba, é fruto de um trabalho de união de esforços: Governo de São Paulo, Secretaria da Educação, FDE, e todos os servidores da Secretaria, tanto da Educação quanto da Fundação para o Desenvolvimento da Educação. À equipe à frente, o Jean Pierre, mais uma vez, parabéns. Para finalizar, um pequeno vídeo de um minutinho sobre o que foi São Sebastião, e o que será, na educação, na entrega de obras.

 

* * *

 

- É exibido vídeo.

 

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Obrigado, Sr. Presidente, pelo tempo que nos deu. E parabenizar a presença, mais uma vez, dos nossos irmãos da SAP. Parabéns pela luta semanal e diária. Nós acompanhamos por todo o interior do Estado de São Paulo. A bandeira de vocês é a bandeira nossa também.

Contem com o Danilo Balas.

Deus abençoe a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Próximo orador inscrito, deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputada Thainara Faria.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada Sr. Presidente Gilmaci, aos deputados presentes, servidores, assessores, policiais, muito boa tarde, São Paulo. Eu venho fazer uma fala na mesma linha do que disse aqui o nosso deputado Giannazi porque nós não podemos permitir que situações como essa se repitam.

É importante dar nome aos bois, inclusive enquadrar no Código Penal ou na Legislação existente. O que aconteceu em relação aos alunos de medicina da Unisa é importunação sexual.

Como que nós, no século XXI, em 2023, podemos permitir, achar normal, que em abril - vejam, em abril - um grupo de estudantes do curso de medicina possam se masturbar enquanto acontece um jogo de vôlei feminino em jogos universitários?

Além disso ser inadmissível de todas as formas, nós recordarmos casos como de médicos ginecologistas que usavam anestesia para estuprar pacientes. Nós não podemos dizer que as coisas não estão ligadas, atitudes como essa tem que ser, sim, repudiadas e a Unisa demorou a tomar uma atitude em relação ao que aconteceu.

Por isso, todos vocês que sabem que sou presidenta da Frente Parlamentar em Defesa da Permanência Estudantil, nós temos tomado atitudes sérias em relação a esse tipo de comportamento, porque infelizmente não é um caso isolado da universidade Unisa e nem das universidades particulares, mas isso também acontece nas universidades públicas.

Nós queremos responsabilizar as universidades em relação a esse tipo de comportamento, por isso nós protocolamos um projeto de lei antes mesmo desse fato vir à tona, vir para a mídia, para a gente poder responsabilizar as universidades em relação às atitudes dos alunos.

Então diz o nosso Projeto de lei: “Obriga as instituições de ensino técnico e superior a tomarem medidas de prevenção e responsabilização diante de casos de violência envolvendo seus estudantes”.

O primeiro artigo da nossa lei prevê o seguinte: “É vedada a realização de atividades de recepção de novos estudantes, ou ao longo do ano letivo, em instituições de educação técnica e superior que envolvam coação, agressão, humilhação, discriminação por racismo, capacitismo, misoginia ou qualquer outra forma de constrangimento que atente contra a integridade física, moral ou psicológica dos alunos.”

No segundo artigo a gente vem discriminar o que compete à instituição: “Adotar medidas preventivas para coibir a prática das atividades que se referem ao artigo primeiro dentro e fora de suas dependências.

Instaurar processo disciplinar contra seus alunos e funcionários que descumprirem a vedação do que se trata o artigo primeiro, ainda que fora das dependências, e aplicar penalidades administrativas que podem incluir o desligamento da instituição, sem prejuízo das sanções penais e civis cabíveis.”

Veja, aqui neste inciso segundo nós prevemos a questão de ser fora da universidade também porque, por mais que não tenham acontecido, como por exemplo o caso da masturbação coletiva dos alunos fora da universidade, mas que sejam responsabilizados.

E o parágrafo único traz que: “A instituição de ensino superior que se omitir ou se mostrar negligente no comprimento das competências previstas neste artigo será punida administrativamente pelo respectivo sistema de ensino, na forma do regulamento, sem prejuízo de eventuais sanções penais e civis cabíveis aplicáveis aos seus dirigentes por cumplicidades”, e a lei, então, entraria em vigor na data da publicação.

Esta lei está em tramitação nesta Casa. Como eu disse, ela foi protocolada antes mesmo desse fato vir à tona porque são reiteradas as denúncias de casos de discriminação, de importunação de sexual, de trotes violentos, em relação às universidades, ensino técnico, ensino superior. Enfim, nós queremos coibir esse tipo de atitude e também responsabilizar as universidades.

Então aceitar que um ato que aconteceu em abril só tenha realmente responsabilizado os criminosos que cometeram importunação sexual meses depois porque veio à mídia, veio à tona é inadmissível.

Então nós queremos amparar os alunos que sofrem esse tipo de violência, nós queremos amparar os estudantes para que eles possam ter a permanência estudantil garantida, a sua integridade física, moral e psicológica garantida porque esse é o nosso compromisso dentro desta da Casa, que São Paulo seja um estado, de fato, bom para todas as pessoas viverem, estudarem e terem a sua cidadania livremente garantida.

Muito obrigada, Sr. Presidente, até a próxima sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada Thainara. E parabéns, para V. Exa. também, V. Exa. Deputado Danilo Balas, pela posição, pelo posicionamento, pela fala, acho que todos nós somos solidários e preocupados com esse momento que nós estamos vivendo, de dificuldades, esses momentos terríveis que infelizmente a nossa população, ou alguns, têm feito certas atitudes que não condizem com a realidade.

Então, eu quero chamar agora para fazer uso da palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Monica Seixas. (Pausa.)

Passamos para a Lista Suplementar, deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão, tem V. Exa. o tempo regimental de até cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Enquanto o deputado Vitão se aproxima da tribuna, posso fazer uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Por favor.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Para anunciar a honrosa presença hoje, aqui na Assembleia Legislativa, do vereador Duzão, de Santa Cruz do Rio Pardo, vereador combativo e professor da rede estadual, que é um trabalho muito importante na cidade e na região.

Quero registrar também a presença aqui do Jabá, presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Prisional, defendendo, lutando para que haja a imediata regulamentação da Polícia Penal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra deputado Vitão.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, meu parceiro do REPUBLICANOS, Gilmaci, que honra. Que Deus abençoe.

Uma boa tarde a todos, agradecer a Deus pela vida, por nos guardar na estrada, quero aqui cumprimentar, em nome de todos os trabalhadores, todos os garis do estado de São Paulo. A gente que vem de uma família muito simples, deputado Giannazi, a gente não pode esquecer do pessoal da limpeza aqui da Alesp também.

Quero agradecer aqui, Gilmaci, e citar a presença aqui, do vereador Diego, meu parceiro, Diego Protetor, que luta na causa animal, pela castração, ali da cidade de Tremembé.

Agradecer o presidente também, que cedeu o espaço, está aqui o Diego, lutando ali, pedindo ônibus odontológico para a sua cidade, pedindo a carreta de mamografia; a importância de a gente entender os vereadores, porque eles pedem por aqueles que mais precisam.

Está aqui também o vereador Marcelo, da cidade de Potim, solicitando, faz muito tempo que não vai, inclusive eu já fiz uma ligação, tenha certeza que o secretário da Saúde vai atender a prevenção, deputado, pedindo a carreta da mamografia para Potim, em nome de todas as mulheres, o diagnóstico, a prevenção, é muito importante. E também, a Jana, que é protetora dos animais, da cidade de Piquete, solicitando ali.

E eu quero fazer isso com as minhas Emendas Impositivas e ajudar, deputada, na castração dos animais onde as pessoas não têm recursos, não têm condições, e eu até falei com a secretária do Meio Ambiente também, para que a gente faça isso no Estado, cidade com menos de 20/30 mil habitantes, que o Estado tenha políticas públicas para a castração de cães e gatos, totalmente de graça, porque, às vezes, a prefeitura não tem recurso e a castração dos animais é muito importante.

Recebi agora também o Rodrigo, vereador de Tejupá, junto com a Djanira, que é vereadora e presidente da Câmara, solicitando um transporte para pacientes para salvar vidas, para a cidade de Tejupá, onde eu mando um abraço também para o prefeito Valtinho.

E ontem, eu recebi, atendendo lá em Sorocaba, a importância de a gente continuar atendendo o povão, deputada; eu recebi o prefeito Antonio Alexandre Gemente, de Mairinque, eu atendendo ali em Sorocaba e ele solicitou, encarecidamente, a reabertura, sabe do quê? Do Hospital Municipal.

Imagina você ser prefeito e um hospital municipal que estava aberto antes, não ter na sua cidade? A pessoa que está doente, a pessoa que precisa fazer um exame, a pessoa que precisa passar por alguma consulta, não ter um hospital municipal aberto ali em Mairinque.

Então agradeço ao Antonio Alexandre, junto com sua equipe. O Toninho é dez. O Toninho é uma pessoa que é 10, assim, de coração, e também é 10 por causa do partido Republicanos, mas ele solicitando a reabertura do hospital...

Um município de quase 50 mil habitantes não possui um hospital municipal para o povo. Os idosos, as pessoas doentes precisam fazer um trajeto de 30 km até Sorocaba. Imagine você com dor, precisando de uma consulta médica, com dor de cabeça, às vezes totalmente debilitado em uma cama, em um leito. Você, morando ali em Mairinque, tem que vir para Sorocaba, que atende 48 municípios e também precisa de ajuda.

Quero aqui também falar da escola estadual em Sorocaba. Eu tenho um carinho imenso. Eu nasci ali em Sorocaba, na região da Vila Barão, Nova Esperança, Jardim Zulmira, na periferia, na favela do Canta Sapo. Eu tenho orgulho de falar. Então eu estudei em escola estadual, e mando um abraço a todos os professores e diretores das escolas estaduais.

Porém, nestes dias, na semana passada, na escola Estadão, em Sorocaba, escola estadual, aconteceu infelizmente que três alunos, deputada, esperando o portão abrir, foram assaltados em um dia de chuva. Na semana retrasada choveu em Sorocaba. Então eu peço encarecidamente. Já fiz um ofício - porque palavras às vezes o vento leva - para ficar protocolado.

A maioria das escolas, se não todas em Sorocaba, abre o portão 20 minutos antes. Isso ajuda o pessoal que vem com a van escolar, ajuda as mães que trazem os adolescentes.

Não tem cabimento o adolescente ficar para fora da escola em um dia de chuva, em um dia de frio. Três adolescentes foram assaltados à mão armada, levaram o celular, correndo risco de vida.

Então eu imploro, para terminar a minha fala: Escola Estadão, em Sorocaba, o secretário de Saúde do estado está vendo. Eu estou mandando um comunicado para que a diretora abra, por favor, essa escola, abra esses portões 20 minutos antes, como todas em Sorocaba fazem - a Antônio Padilha e outras escolas também -, pela segurança dos adolescentes, dos professores e de todos.

Muito obrigado.

Um abraço do deputado Vitão do Cachorrão.

Obrigado, presidente Gilmaci.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, Vitão. Mais uma vez, parabéns pela sua fala. Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, colegas deputados, trabalhadores desta Casa e também às pessoas que nos acompanham tanto aqui no plenário quanto virtualmente.

Eu quero, presidente, antes de começar a minha fala, manifestar a minha solidariedade, a nossa solidariedade ao nosso colega deputado Eduardo Suplicy, que deu um depoimento muito emocionante hoje na imprensa.

Ele falou sobre o seu diagnóstico de Parkinson e o tratamento com canabidiol, uma lei inclusive aprovada nesta Casa que precisa ser regulamentada para que exista esse tipo de tratamento no SUS.

Eu quero manifestar a nossa solidariedade ao deputado Eduardo Suplicy e dizer que o depoimento dele é muito importante inclusive para quebrar barreiras com relação ao tratamento do canabidiol. Então, Suplicy, estamos contigo.

Venho também, Sr. Presidente, fazer coro a outros deputados que já falaram antes de mim e que manifestaram o seu completo repúdio ao fato que foi veiculado recentemente, apesar de ter acontecido em abril deste ano, nos jogos universitários da Unisa, do curso de medicina.

Basicamente estudantes que estavam assistindo a um jogo de vôlei feminino correram pelados pela quadra, baixaram as calças em um nítido sinal de constrangimento e de importunação, inclusive, contra as mulheres que estavam presentes naquele ato, que eram esportistas que estavam se manifestando.

Já houve várias manifestações importantes em repúdio a esse ato - do Ministério da Educação, do Ministério das Mulheres, do Ministério da Saúde. O MEC inclusive oficiou a universidade para que tomasse providências, e, apesar do longo atraso, a universidade expulsou seis estudantes.

Nós vimos pelos vídeos que, na verdade, muitos mais estudantes participaram desse ato. É fundamental que a universidade tome providências reais com relação ao fato que aconteceu na Unisa, mas até agora seis estudantes foram expulsos. A Secretaria de Segurança Pública disse inclusive que está apurando o caso.

O UOL fez uma reportagem que mostrou diversas práticas semelhantes que aconteceram - de abusos, de violência - em trotes da Unisa.

E é importante dizer que, infelizmente, no estado de São Paulo esse não é um caso isolado. Nós temos muitas notícias de trotes violentos, seja no interior, seja na capital de São Paulo.

O deputado Giannazi lembrou da CPI que aconteceu nesta Casa em relação aos trotes. Eu fui estudante universitária em uma universidade que tinha trote. Nós lutamos muito para que não fosse um trote violento, um trote machista.

Nós recebemos muitas vezes - sempre que tem começo de ano -, no nosso gabinete, informações, relatos, denúncias de mulheres, de estudantes que passaram por casos semelhantes de trotes violentos. E agora o que nós vimos, para além dos trotes, é uma manifestação como essa, também em jogos universitários. Por isso, eu deixo aqui o nosso completo repúdio.

Quero dizer também que já existe, desde 99, uma lei estadual que proíbe qualquer prática de trote que possa colocar em risco a saúde, a integridade física de estudantes, de ingressantes, calouros, de universidades, de escolas de nível superior.

Mas nós ainda precisamos avançar muito na legislação de combate real, de combate efetivo ao machismo, ao racismo, à LGBTfobia nas universidades, à violência nas universidades, inclusive com políticas reais de acolhimento às vítimas que passam por essa situação, e que muitas vezes não querem nunca mais pisar na universidade.

Vejam só, uma pessoa realiza o sonho de entrar na universidade de medicina, vai praticar um esporte quando está lá, jogando um esporte de sua preferência - nesse caso, o vôlei -, tem que se deparar com uma situação de violência, que faz com que ela nunca mais queira voltar para a universidade e seguir realizando seu sonho de se formar médica.

Todo mundo aqui questionou quem serão esses médicos que atenderão nossas filhas, nossas irmãs, que atenderão nós mesmas, e que podem também incorrer em violências na prática médica.

Então, nós estamos em contato com a União Nacional dos Estudantes, com movimentos de juventude, para pensar novas propostas de legislação aqui para o estado de São Paulo que possam coibir de forma veemente esse tipo de violência.

Quero dizer também que nós apresentamos uma moção de repúdio nesta Casa contra esse fato, e que eu espero que nós tenhamos amplo apoio dos deputados e deputadas para que a gente possa garantir que saia desta Casa - como muitos deputados, de diversas vertentes políticas, se manifestaram aqui em repúdio -, que a gente possa tirar aqui da Assembleia Legislativa uma moção de forma unificada contrária a esse tipo de violência, no âmbito da universidade e também das escolas.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada, e parabéns também a V. Exa. por sua manifestação, pelo seu posicionamento. Com a palavra, o deputado Alex Madureira.

 

O SR. ALEX MADUREIRA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Uma boa tarde, Sr. Presidente, Gilmaci Santos. Agradecer primeiramente a Deus pela oportunidade de poder estar aqui, mais uma vez, usando o microfone da Assembleia Legislativa de São Paulo, representando aqui em especial a minha cidade, cidade de Piracicaba.

Quero fazer, Sr. Presidente, primeiramente dois agradecimentos. Um à Secretaria de Estado da Saúde, em nome do secretário Eleuses Paiva; e também ao governador do estado de São Paulo, governador Tarcísio de Freitas, que colocou de volta nos trilhos o programa da carreta “Mulheres de Peito”.

Um programa do Governo do Estado de São Paulo e que, por conta da pandemia, nós ficamos com várias carretas paradas no Estado, e elas voltaram agora, no início do ano, a sua capacidade total de atendimento em todo o estado de São Paulo.

Nós temos visto essas carretas rodando realmente o Estado, prestando um atendimento importante às mulheres do nosso estado de São Paulo. E, especificamente entre o dia 26 de setembro e dia 7 de outubro, a carreta da mamografia estará na cidade de Piracicaba, ali no bolsão da estação da Paulista.

Todos os moradores de Piracicaba conhecem a antiga estação da Paulista, estação de trem. É onde ficará colocada a carreta, como também ficou em anos anteriores, onde nós conseguimos fazer com que o Governo do Estado enviasse a carreta.

E, mais uma vez, dessa mesma forma, nós temos que agradecer ao secretário do estado da Saúde e também ao governador do Estado por estarem enviando esse importante serviço para as nossas mulheres, ali da nossa cidade e da nossa região, que poderão realizar os seus exames de mamografia e, desta forma, poder diagnosticar antecipadamente, precocemente, aqueles casos de câncer de mama, e poder assim permitir que sejam tratados de forma efetiva e de forma digna.

O outro agradecimento, Sr. Presidente. Hoje nós participamos aqui da iniciação de uma frente parlamentar, a Frente Parlamentar de Fortalecimento e Valorização das DDMs no estado de São Paulo, das Delegacias da Mulher, e nós tivemos dois anúncios importantes.

Um deles, que nós estávamos lutando com o Governo do Estado e com a Secretaria de Segurança Pública, com a Delegacia-Geral da Polícia Civil, que nós colocássemos uma Delegacia da Mulher 24 horas ali em Piracicaba.

Piracicaba é uma sede de Deinter. Ali é o Deinter 9, o Dr. Kleber Altale está à frente ali dessa Delegacia-Geral ali do estado de São Paulo, a regional da Polícia Civil na nossa região, e nós tivemos a notícia importante.

São duas notícias que foram dadas pelo secretário de Segurança Pública, o Guilherme Derrite. Uma delas é que, até o mês de abril de 2024 do ano que vem, as 77 Delegacias da Mulher estarão funcionando em videoconferência, com atendimento para todas as mulheres do estado, e que até dezembro do ano que vem todas as sedes de Deinter, todas as sedes de delegacia regional da Polícia Civil do estado de São Paulo terão suas delegacias 24 horas, e Piracicaba está incluída nessas Delegacias da Mulher, que serão 24 horas a partir do final do ano que vem.

E nós ficamos muito felizes, porque essa era uma demanda do nosso mandato. Nós já vínhamos, desde o início do mandato, tratando esse assunto com a Secretaria de Segurança Pública, e tivemos agora essa importante notícia.

Mais que isso, Sr. Presidente, foi também anunciado, além da valorização das delegadas mulheres, que terão a progressão de carreira da Classe Especial-3 para a Classe Especial-1, mas também o anúncio de novas viaturas que já estão sendo adquiridas pelo Governo do Estado, pela Secretaria de Segurança Pública, que estão em processo de licitação, e que em breve serão entregues às Delegacias da Mulher em todo o estado de São Paulo.

Então, são notícias importantes relacionadas à defesa e à proteção da mulher, que nós queremos agradecer aqui tanto o secretário Guilherme Derrite como o Governo do Estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado. Com a palavra deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra a deputada Marina Helou.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Que calor, hein pessoal? Quero cumprimentar o presidente, cumprimentar todos os que nos acompanham aqui na Casa, todos os que nos acompanham pela TV Alesp, minhas caras queridas deputadas, e todos os que trabalham para que a gente possa hoje aqui estar trabalhando mais um dia na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nos deparando com a semana mais quente do ano.

Lembrando que as mudanças climáticas já são uma realidade, elas já impactam a nossa vida, e elas já vão ter impactos diretos, necessários para a política pública, para a administração pública.

O que isso quer dizer? Que a gente precisa, sim, continuar trabalhando para mitigar as mudanças climáticas, para diminuir o aquecimento global, mas que a gente precisa agora pensar em políticas públicas de adaptabilidade, de adaptação, de apoio e de emergência, porque nós vivemos uma emergência climática.

Não é à toa que a gente tem chuvas horríveis na Líbia, que a gente vive o que vive no Rio Grande do Sul, que a gente teve a tragédia ambiental previsível no Litoral Norte, e não é à toa que esta semana a gente vai ter uma onda de calor extremamente agressiva, com ampla mudança de temperatura e com impacto na vida das pessoas, nos nossos corpos.

É muito perigosa a exposição a esse calor, e por isso a gente fez um ofício. A gente oficiou o governador do estado de São Paulo e o prefeito da cidade de São Paulo, para que tomem as medidas necessárias para acolher e cuidar da população durante essa onda de calor.

Isso quer dizer primeiro olhar para as pessoas em situação de maior vulnerabilidade, a situação da população de rua, para garantir abrigo adequado, água, hidratação, espaços para que eles possam se abrigar do calor, a gente olhar e garantir uma comunicação para toda a população sobre os perigos da exposição ao calor prolongada, a necessidade de hidratação, com orientação para que todas as escolas evitem atividade ao ar livre, para que a gente identifique os municípios com maior exposição ao calor e oriente todas as prefeituras na adequada orientação para sua população, cuidando das pessoas que estão prestando serviços essenciais para a cidade na exposição ao calor, como os lixeiros, cuidar das pessoas que estão passando, os professores, os médicos, para que estejam abrigados desse calor, tenham acesso a água, tenham acesso a espaços para se refrescarem.

Não é brincadeira. É uma das causas que podem gerar, inclusive, mortes, hiperaquecimento, e é disso que a gente está falando nesta semana. A gente fez esse ofício tanto para o Governo do Estado quanto para a prefeitura.

A prefeitura hoje lançou um decreto de preparação para o município e de suporte à população no extremo calor, de hidratação em áreas de sombra. A gente quer parabenizar, mas garantir que isso se estenda a todas as áreas, que na periferia mais distante a gente também possa cuidar das pessoas que estão expostas a esse calor extremo.

Lembrando que isso quer dizer que não é só nesta semana. A gente precisa de políticas públicas contínuas de prevenção a desastres, a gente precisa de políticas públicas contínuas de emergência climática. Nós estamos em uma emergência climática.

A gente tem um projeto aqui na Casa que declara emergência climática e que traz isso como uma política pública transversal entre todas as secretarias para que a gente possa se preparar e atender a população, para que a gente não viva semanas, como a que a gente vai viver agora, sem nenhum preparo e apoio às pessoas que mais precisam.

Dito isso, queria dizer também, fazer coro às minhas colegas deputadas que subiram a esta tribuna para repudiar o que aconteceu no Intermed deste ano, para repudiar veementemente a atuação desses estudantes de medicina.

Eles já foram expulsos da universidade, mas isso não é suficiente, porque importunação sexual é crime tipificado em nosso Código Penal. Eles precisam simplesmente responder a um processo e sofrer a punição adequada, que é de um a cinco anos de prisão.

É inaceitável que a gente ainda conviva com esse tipo de atuação de uma pretensa elite que pretende ser médica. É simplesmente inaceitável e a gente precisa ser duro ao coibir esse crime. Importunação sexual é crime.

Nessa mesma linha de defesa dos direitos das mulheres, infelizmente, esta semana a gente teve um retrocesso muito grande no estado de São Paulo. O governador Tarcísio vetou um projeto fundamental para a saúde das mulheres, que é a expansão da campanha de vacinação para o vírus HPV, um vírus que causa câncer.

A gente tem à nossa disposição uma vacina para um tipo de câncer extremamente agressivo. A maior causa de mortalidade de mulheres de fonte prevenível é essa. E a gente, infelizmente, vetou um projeto que expande uma campanha de vacinação para que a gente possa proteger nossas crianças, nossos jovens, adolescentes e as futuras mulheres do nosso Estado.

Então, venho lamentar esse veto, venho dizer que a gente não vai aceitar crime de importunação sexual como esse e garantir que a gente tenha políticas públicas adequadas à emergência climática que a gente vive.

Muito obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada Marina Helou. Com a palavra, o deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudar aqui o presidente Gilmaci, a deputada Paula, a deputada Helou, a deputada Beth, o deputado Giannazi, o deputado Valdomiro, os integrantes da Polícia Penal que estão aqui presentes, o Sr. Fábio, presidente do Sindicato dos Policiais Penais, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Técnico-Científica, todos os funcionários desta Casa e todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.

Quero dizer para o Fábio Jabá que, até agora, presidente Fábio, não chegou a esta Casa o projeto que cuida de regulamentar a Polícia Penal. Eu tenho feito a cobrança. Todos os dias em que subo a esta tribuna, tenho cobrado o governador Tarcísio de Freitas, mas eu acho que eles têm muita dificuldade para fazer as coisas. É um governo muito lento.

Eu já falei que é um governo tartaruga, porque esse assunto já vem há muitos meses sendo debatido, discutido, e vocês foram duramente prejudicados com o projeto de aumento, o PLC 75, que aumentou o salário dos policiais civis e da Polícia Militar, mas não alcançou os policiais penais, que entraram naquele rol dos 6%, presidente Gilmaci Santos, que foi para todos os funcionários públicos e aqueles que inclusive ganham menos que um salário mínimo acabam tendo um bônus para chegar ao salário mínimo.

Nem os 6% alcançaram eles e a Polícia Penal tem aqui... Nós formamos aqui a Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Penal e os policiais penais têm vindo a esta Casa e têm ido lá na Casa Civil, têm conversado com o governo, mas a resposta ainda não aconteceu e com a promessa do reajuste que seria mandado o projeto para esta Casa até 15 de agosto, o reajuste similar àquele que foi dado para a Polícia Civil e para a Polícia Militar.

Ou seja, teria que ter mais 15% para chegar próximo do que foi dado à Polícia Civil e à Polícia Militar e a Polícia Penal está sofrendo aí, lutando pelos seus direitos e com muita dificuldade para que esse governo realmente dê resposta para eles.

Eu quero dizer também, Sr. Presidente, que no sábado eu participei lá no Jardim Ângela de uma audiência que foi chamada pelo Fórum em Defesa da Vida em prol da Universidade Federal do Jardim Ângela.

Então inclusive no dia 21 de outubro terá uma nova audiência com vários convidados e nós estamos nos somando a essa luta, porque toda aquela região da zona sul - Jardim Ângela, Jardim São Luiz, Capão Redondo, Valo Velho, Campo Limpo - não têm uma cadeira de universidade pública. A única universidade que nós temos lá é a Unasp, a Universidade Adventista, que é particular.

Então há sim esse grande movimento que está sendo chamado pelo Fórum em Defesa da Vida para que nós tenhamos lá a Unifesp, também o Instituto Técnico Federal e também um hospital da Unifesp na zona sul. Inclusive nós, junto com o deputado Donato - aliás, é o Donato o autor...

Mas conjuntamente nós estamos protocolando aqui nesta Casa - estávamos sem papel para colher assinaturas dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas - uma Frente Parlamentar em Defesa da Universidade Federal na Zona Sul, em defesa do Hospital Escola da Universidade Federal na zona sul e também de institutos técnicos, porque tem a luta pelo Jardim Ângela, mas a região do Grajaú também clama por um instituto técnico e também lá tem uma luta nesse sentido.

Nós estamos falando de mais de 600 mil jovens de 14 a 24 anos que estão nessas regiões e que hoje não têm acesso ao ensino técnico e que não têm acesso à universidade.

Então levar a universidade federal para a zona sul, levar o instituto técnico federal para a zona sul é garantir que nós tenhamos inclusão, que esses jovens tenham mais essa ferramenta para poder ali naquela região fazer uso e se qualificar e a gente dar essa condição, essa política pública.

Então eu peço aos Srs. Deputados que possam lá no Sem Papel assinar também essa Frente Parlamentar pela Implantação da Universidade Federal da Zona Sul, pela implantação da Universidade Federal do Jardim Ângela - a gente fala zona sul, mas é o fundão da zona sul -, pela implantação do Instituto Técnico Federal ali na região do Jardim Ângela e também pela implantação do Hospital Escola da Universidade Federal lá naquela região, na região de Santo Amaro, Jardim Ângela, Jardim São Luiz, Capão Redondo, Campo Limpo, Valo Velho, Parelheiros, Grajaú, Capela do Socorro, Cidade Ademar e Pedreira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes.

 

O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Companheiro Gilmaci, que preside os trabalhos nesta tarde aqui, companheira Beth, companheiros e companheiras que estão aqui todos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Neste momento assumindo a Presidência, Sr. Deputado.

 

O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - Reis, está certo. Vossa Excelência, meu companheiro lá da Frente Parlamentar do Iamspe, já deve ter dado a notícia da nossa reunião, do êxito do pagamento do bônus para o pessoal do Servidor Público, não é? São os funcionários de lá. Foi muito bom.

Mas eu queria tocar em um assunto importante aqui, o Brasil, se eles recuperarem lá um vídeo antigo que eu deixei aí da safra recorde que o Brasil está tendo aqui no agronegócio, queria que eles passassem, que é a superprodução de grãos que nós estamos tendo a nível do Brasil.

O Brasil tem muito pouco subsídio nessa área do agronegócio. Depois eu queria que vocês passassem de novo aí, mas olha, vou mostrar para vocês uma produção de milho intensa, tem que se tomar a tela toda.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Isso é milho que foi produzido no Mato Grosso. Está no tempo, porque não tem armazéns suficientes para fazer com que essa superprodução - podia passar de novo desde o início - seja ensilada, uma verdadeira judiação que acontece porque, imagine se você tiver uma chuva esporádica em cima desse milho que está aí, armazenado no tempo, você vai ter uma perda muito grande da qualidade desse produto, ele começa a brotar.

E isso é falta de cuidado, na verdade. Nós esperamos que os governos, o governo federal em primeiro lugar, mas depois o governo dos estados, que precisam, obviamente, criar linhas de financiamento para a criação de silos de armazenagem.

O que nós vimos aqui foi um mundo de grãos de milho, não é? Mas não é só o milho que passa por isso. A soja passa por isso também e, consequentemente, todos os outros ramos derivados desse agronegócio.

Porque isso é insumo que vai para a ração dos animais e para a alimentação do homem. E isso fez com que o grave problema de alimentação e de armazenamento dessas culturas ficasse extremamente comprometido em um ano em que a produção foi grandemente abençoada por Deus, tendo essa imensa produção de grãos.

O agronegócio realmente passa por um momento delicado. A pecuária, então, nem se fala. Meia dúzia de superfrigoríficos compraram outros pequenos e simplesmente fecharam. O preço da arroba do boi caiu 50% para o produtor rural, mas para o consumidor continua uma queda muito pequena.

E as pessoas pensam assim, “ah, mas o Brasil é um grande exportador de carne”. Engano de vocês. Perto de 85% da carne produzida no Brasil é consumida aqui no Brasil. Se o povo brasileiro tem um baixo poder aquisitivo e não consegue consumir essa carne, na verdade, ela acaba se acumulando e você tem uma baixa remuneração dos seus produtores.

Então queria aqui deixar esse alerta ao governo federal, ao Governo do Estado, à própria Conab, que financia, através dos órgãos competentes, do BNDES, enfim, uma fórmula de fazer com que o Brasil e os estados passem a ter mais silos para poder armazenar a nossa produção e, com isso, a gente possa agregar, na verdade, valor aos nossos produtos.

Ao invés de a gente exportar a soja em grãos, a gente tinha que exportar - o milho em grãos e a soja -, a gente tinha que exportar, na verdade, a nossa carne, agregando valor. Carne de frango, carne de porco, carne de boi, agregando valor em peças, para que a gente pudesse fazer o melhor pagamento do nosso produto rural e também a melhor condição de compra dos nossos consumidores.

Sr. Presidente, obrigado pela oportunidade.

Um grande abraço.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Valdomiro.

O próximo orador, deputado Carlos Giannazi. Tem, V. Exa., o tempo remanescente do Pequeno Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.

De volta à tribuna no dia de hoje, Sr. Presidente, eu quero aqui manifestar o meu total apoio à greve dos alunos da FFLCH, da USP, da Universidade de São Paulo, contra a falta de professores, a falta de contratação de professores e funcionários na FFLCH. Mas isso acontece também em outras faculdades da USP.

Recentemente, na verdade, no semestre passado, eu realizei uma audiência pública aqui com os alunos da Faculdade de Letras, e foi apresentado nessa audiência pública um dossiê, mostrando toda a radiografia do processo de sucateamento, Sr. Presidente, do desmonte dos cursos de letras e de vários cursos que existem lá dentro.

Mas essa é uma situação generalizada, eu diria, na Educação, na ECA, na Comunicação, em várias faculdades. Então aquela famosa frase do Darcy Ribeiro, ela se adequa perfeitamente ao que está acontecendo na Universidade de São Paulo. Não é por incompetência, não, Sr. Presidente, é porque é um projeto deliberado de desmonte da Universidade.

Então eles estão em greve. A greve foi declarada ontem, porque os alunos querem contratação já, através de concurso público, de professores, para todos os cursos.

Eles lutam também pela permanência estudantil e contra a precarização das contratações, porque a USP está implantando também o que a Secretaria da Educação fez, o professor categoria “O”, o professor temporário.

Porque houve, Sr. Presidente, uma drástica redução do número de professores e funcionários nos últimos anos. Tem aqui os gráficos da Adusp dando conta de várias faculdades da USP e também da USP em geral, da queda do número de professores, que é gravíssimo, Sr. Presidente.

Nós temos aqui, olha, em dez anos, de 2014 a 2023, a USP perdeu centenas de professores: de 5.934, caiu para 4.892 e a situação é gravíssima, também, do pronto de vista dos funcionários, e a USP vai desmontando.

Ela até, também, promoveu o famoso plano de demissão para funcionários da Universidade, estimulando a saída desses servidores, sem que houvesse a contratação de novos funcionários.

Por isso que os alunos não aguentam mais essa situação e estão em greve, Sr. Presidente, e têm todo o nosso apoio. Eu já pedi a convocação tanto do reitor da Universidade de São Paulo, na Comissão de Educação e na Comissão de Ciência e Tecnologia, como também do diretor da FFLCH, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, onde é o epicentro da crise nesse momento.

Então a faculdade, a FFLCH, está totalmente em greve. Hoje os alunos ocuparam o prédio, mas já desocuparam em uma negociação. Tenho informações de que o curso de pedagogia também, a Faculdade de Pedagogia e de Educação está entrando em greve e o curso de comunicação, a ECA, na verdade, também entrando em greve a partir de hoje, tamanha é a crise.

Agora, o que mais me chama a atenção, deputado Reis, deputada Beth Sahão, deputado Valdomiro, é que a USP tem um orçamento de oito bilhões e 400 milhões de reais. Como que deixa chegar a uma situação como essa, não realiza concurso público para contratar professores?

Isso é um absurdo, é um desmonte e isso, na verdade, repito, faz parte de um projeto de destruição da universidade, porque agora, com as cotas, com as políticas afirmativas, com a entrada dos alunos das escolas públicas, sobretudo na Universidade de São Paulo, então o governo começa a desmontar a universidade.

Isso nós não vamos permitir, Sr. Presidente. Por isso que nós já estamos tomando providências aqui, convocando o reitor da universidade, porque não é só incompetência.

Repito, Darcy Ribeiro tem razão, a crise da educação não é uma crise, é um projeto dos governantes e das elites econômicas. A USP é um patrimônio do povo do estado de São Paulo e do Brasil e ela tem que ser preservada.

E para garantir qualidade de ensino, nós temos que ter professores concursados em todas as áreas, funcionários bem pagos e toda a infraestrutura e, sobretudo, Sr. Presidente, para terminar, a moradia-permanência estudantil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem.

Encerrando agora o Pequeno Expediente e entrando no Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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  O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, passo a chamar o deputado Tomé Abduch para fazer uso da palavra. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputada Beth Sahão, no lugar do deputado Guilherme Cortez.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Sr. Presidente, deputadas e deputados desta Casa, telespectadores, servidores; quero inicialmente fazer coro com o deputado Giannazi no sentido de dizer que é muito, é muito emblemática essa questão da USP e principalmente no que diz respeito aos cursos de Humanas.

Você citou aqui, em todos que você citou há uma deficiência e uma negligência que me parece meio que proposital: a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, a Escola de Comunicação e Artes, outros cursos nesta mesma área do conhecimento e da educação. No entanto, às vezes outros cursos a gente sabe que isso não acontece.

E pasmem: a USP tem uma reserva, através do seu fundo, que é muito maior do que isso que V.Exa. colocou em relação ao orçamento da USP. Parece-me que a reserva hoje da USP, no seu fundo, já bate a casa dos, acho que 10 bilhões de reais, se não me engano, o que daria para resolver uma série de problemas hoje enfrentados pela universidade, ela que é, como você falou, como V.Exa. colocou um patrimônio de todo o nosso país. E recentemente, inclusive, teve um ranking colocando a USP como a melhor universidade da América Latina. É um orgulho para nós, mas é preciso ficar atento porque senão para perder esse título é muito rápido.

Mas o que me traz a essa tribuna hoje, Sr. Presidente, outras deputadas que me antecederam já falaram sobre isso, mas eu quero aqui não só reforçar, mas trazer toda a nossa indignação por esta atitude indigna, criminosa e obscena de estudantes de Medicina.

Há pouco eu fiz essa colocação na Comissão de Saúde, da qual eu faço parte, pedindo que a comissão se manifestasse a esse respeito também, demonstrando a nossa perplexidade que durante um jogo, que deveria ser um ambiente saudável, você tem uma atitude de jovens que ficam nus e simulam a masturbação.

É o fim da picada isso, mas, mais do que isso, é preciso que haja não só a expulsão, até porque até o momento a universidade, a Unisa, só identificou seis dos 20 estudantes. Primeiro que é preciso identificar todos os estudantes e expulsá-los sumariamente dos bancos da universidade.

Estudantes como estes não têm a menor condição de se formarem médicos. Isso seria um ato desastroso e criminoso em qualquer universidade, de qualquer formação, de qualquer profissão, mas para Medicina é pior ainda porque são profissionais que têm que ser preparados para o acolhimento, para o cuidado humano, para salvar vidas.

Deputado Valdomiro Lopes é médico e sabe exatamente o que o médico, qual é a responsabilidade que permeia a atividade de um médico ou de uma médica no nosso País.

É muito sério isso, é muito grave. Como o ministro Camilo Santana falou hoje pela manhã aqui em São Paulo, é preciso que haja responsabilização do aspecto legal, já que a importunação sexual está prevista no nosso Código Penal e, portanto, é objeto de punição.

Por isso mesmo, Sr. Presidente, o meu mandato fez uma representação e já protocolou na Procuradoria-Geral da Justiça. Por quê? O delegado abriu inquérito, esse é um fato, só que nós queremos que esse inquérito seja acompanhado por um promotor indicado pelo procurador-geral da Justiça, porque, às vezes, os promotores entram na fase processual.

Nós queremos que esse procurador, que esse promotor entre agora para acompanhar as investigações e, mais do que isso, para exigir os nomes dos 20 estudantes que cometeram esse ato recheado de machismo.

É um ato misógino, é um ato que mostra que esses meninos, esses estudantes, além de cometerem um crime, estão doentes também. De uma sociedade, de uma parcela da sociedade, infelizmente, que também é doente, na medida em que naturaliza a violência, na medida em que banaliza a violência, sobretudo se essa violência for contra mulheres.

Recentemente, nós vimos em um episódio esportivo também, na Espanha, um presidente da Federação da Espanha cometendo um ato, beijando uma atleta sem o consentimento dela. Aquilo ganhou repercussão internacional e o presidente da ordem esportiva acabou tendo que se afastar, tal a pressão que se exerceu sobre ele.

É isso que nós temos que fazer aqui. Não dá mais para passar pano em cima desse tipo de atitude, principalmente vindo de estudantes que fazem um curso que é tão desejado por tantas pessoas, por tantos jovens do nosso País, mas que são indignos de cursá-los.

O que me deixa perplexa, o que me surpreende é por que esse ato só ganhou visibilidade agora. Algumas reportagens colocam que aconteceu em abril, outras colocam em maio.

De qualquer modo, nós estamos em setembro, e só neste momento que a gente ficou sabendo disso. Eu gostaria de saber por que até agora não foi dada ampla publicidade, como está ocorrendo agora.

Então nós precisamos tratar essa sociedade e nós precisamos fazer isso através de políticas de Saúde, através de políticas de Educação, através de políticas públicas desde a mais tenra idade.

Quando eu apresentei aqui um projeto chamado “Cuca legal”, foi também para isso, para que as escolas, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e a Secretaria de Educação, colocassem em prática um conjunto de iniciativas capazes de poder cuidar dessas questões, capazes de poder apresentar para meninos e meninas que ambos têm as mesmas condições, as meninas não são propriedade dos meninos, muito menos objeto de seus desejos.

É isso que precisa estar claro, é isso que precisa ser aprendido. A gente aprende isso também nas escolas. A gente aprende isso com responsabilidade, com colocação disso na grade curricular, desses debates, desde a infância, porque é assim que a gente consegue fazer e ter uma geração mais saudável, uma geração que é baseada na civilização e no respeito entre homens e mulheres, coisa que não estamos vendo.

Esse não é um episódio único, esse é mais um episódio que foi descoberto. Quantos e quantos episódios acontecem, como esses, e que a gente não fica sabendo? Quantas e quantas mulheres são submetidas a essa humilhação, e nós não ficamos sabendo?

Quantas e quantas mulheres são submetidas à essa humilhação e nós não ficamos sabendo? Por isso mesmo que eu fico extremamente perplexa quando o governador do Estado, que deveria aplaudir esse projeto que nós apresentamos, porque é uma contribuição que nós da Assembleia Legislativa...

Como deputadas e deputados, quando apresentamos os nossos projetos, é uma contribuição que a gente dá para o governo, no sentido de que ele possa adotar essas sugestões que estão sendo apresentadas por essas proposituras, e isso não acontece.

Muito pelo contrário, é sempre a mesma desculpa, que nós não temos a capacidade constitucional, a legalidade constitucional de legislarmos sobre algo que é da nossa obrigação fazer. Mas o Governo nos desqualifica para isso, o Governo estadual.

Então, fica aqui a minha indignação, mais uma vez, com o governador Tarcísio, que veta projetos que nós trabalhamos e que não são só oriundos da minha vontade, mas são oriundos de pesquisa, de discussão, de debate, de audiências públicas, de grupos de pessoas que estão ávidas por ter esse tipo de conduta, de prática e de políticas públicas na responsabilidade sobre a égide do Governo do Estado, algo que não acontece.

Portanto, a ausência dessas políticas é, também, responsável por esses acontecimentos criminosos que nós observamos e que choca, de certo modo, as pessoas que tem o mínimo de bom senso no nosso Estado e no nosso País. É uma selvageria o que aconteceu, e não basta.

Por isso mesmo que nós entregamos essa representação, protocolamos essa representação junto à Procuradoria-Geral de Justiça, porque não queremos só a expulsão, mas queremos, principalmente, a punição. E que ela seja dada de maneira exemplar, para que fatos como esses, tão tristes, não voltem a acontecer. Por ora é isso, Sr. Presidente.

 Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador, deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista, por permuta com o Dr. Jorge do Carmo.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, deputado Reis, que preside esta sessão, os deputados colegas aqui presentes, os trabalhadores desta Casa e também quem nos acompanha pela Rede Alesp aqui no plenário.

Sr. Presidente, eu volto a esta tribuna, agora no Grande Experiente, para falar sobre a situação da Universidade de São Paulo. Inclusive, estou aqui com adesivo. Trouxe, também, um adesivo que pede contratação de professores imediatamente na Universidade de São Paulo, produzido pelo movimento de juventude Afronte.

Isso porque, Sr. Presidente, existe um problema seríssimo com relação à contratação de professores atualmente na Universidade de São Paulo. Estudantes de diversos cursos têm ficado sem aula, não podem se formar, uma série de disciplinas não podem ser ofertadas, tudo isso porque faltam professores na Universidade de São Paulo, a maior universidade da América Latina, que recebeu o título de melhor universidade da América Latina.

E o déficit de professores efetivos, de docentes efetivos na universidade, foi agravado e, atualmente, bateu o recorde. Está em 1.039 professores faltantes na Universidade de São Paulo, esta reconhecida como a maior e melhor universidade da América Latina.

Nós não podemos nos esquecer de que a Universidade de São Paulo ampliou, recentemente, de forma bastante correta, o seu número de vagas, com uma política que garantiu maior acesso - estamos lutando, também, por maior permanência -  de estudantes negros, negras e de baixa renda na universidade, com a política de cotas raciais, que foi implementada na USP no ano de 2017.

A USP ampliou em 79,6% o número de estudantes na graduação, em 49,5% o número de estudantes na pós-graduação, em 109,2% os títulos de mestrado e de doutorado, que são outorgados por ano na universidade.

Tudo isso, infelizmente, com praticamente o mesmo número de docentes na universidade, ainda com 14,9% de funcionários a menos. O resultado disso é que muitos docentes e outros servidores estão passando por um processo, sofrendo um processo, de intensa precarização, de sobrecarga, de adoecimento, e, também, de assédio.

Os principais cursos que são atingidos pela falta de docentes e de funcionários, são os cursos de humanas e, também, cursos que têm o maior número de estudantes mulheres, como é o caso de Terapia Ocupacional e de Obstetrícia. Isso significa que a Universidade tem escolhido a dedo quais são os cursos que vão sofrer diretamente o impacto dessa defasagem altíssima de docentes e o impacto dessa crise.

Além disso, há o sucateamento da moradia estudantil e dos programas de bolsa. É muito importante dizer que não tem como garantir o acesso de estudantes pobres, o acesso de estudantes negros e negras à universidade, sem garantir a sua permanência na universidade.

Por isso que as cotas raciais foram fundamentais, são fundamentais e precisam ser mantidas, precisam ser ampliadas. Mas, mais do que isso, é fundamental garantir políticas públicas de permanência na universidade, como é o caso da moradia estudantil, dos programas de bolsas, que passam por intenso processo de sucateamento.

Não à toa, estudantes e professores têm se mobilizados desde o início do semestre, reivindicando a contratação de mais professores na Universidade - esse adesivo aqui que eu trouxe. Só que, enquanto isso, a Reitoria anunciou que tem 5,7 bilhões de reais em caixa, mesmo não garantindo a abertura de contas para a comunidade acadêmica, como deveria ser feito.

Eu pergunto: como pode, a melhor universidade da América Latina negligenciar dessa forma, de forma tão grave, a educação, o acesso à educação, por meio da precarização dos professores e essa educação, dessa forma, que é oferecida aos estudantes?

A falta de professores afeta o ensino, a pesquisa e a extensão - o tripé da educação em nosso País e em todo o mundo - assim como a forma de permanência na universidade.

Então, é preciso dizer que ontem aconteceu uma situação bastante grave na Universidade de São Paulo. Os estudantes estavam se mobilizando, se organizando para conversar, para iniciar uma greve em assembleia hoje.

Mas o diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, conhecida como FFLCH, ontem à noite, fez uma manobra autoritária para tentar impedir a mobilização dos estudantes, sob justificativa de ameaça de depredação do patrimônio público.

Ele fechou os prédios da FFLCH, cancelou as aulas e, assim, obrigou, com esse fato, com essa indignação que foi gerada em toda a comunidade universitária, que diversos cursos já tenham decretado greve. Então, nesse momento, existem diversos cursos em greve na Universidade de São Paulo.

O nosso mandato está ao lado dos estudantes, dos professores, dos funcionários, apoiando a sua justa mobilização. E já enviou um ofício, inclusive, para a Reitoria da Universidade, exigindo explicações e, também, o pedido de uma reunião para resolver essa questão.

É fundamental dizer que a intenção de toda a comunidade acadêmica, de toda a comunidade escolar, e, também, a intenção do nosso mandato e de todos aqueles e aquelas que subiram à esta tribuna para apoiar a greve que está acontecendo, não é fazer com que a Universidade de São Paulo feche, não é fazer com que os estudantes não tenham aula, com que os professores não trabalhem, muito pelo contrário. A nossa intenção é garantir o ensino que a USP pode e deve oferecer aos seus estudantes, sendo reconhecida como a maior universidade da América Latina.

Então, quero fazer aqui coro aos estudantes, aos professores, aos funcionários, pedir e exigir mais contratação de professores, imediatamente, na Universidade de São Paulo, para que ela possa demonstrar todo o seu potencial.

Dessa forma, possa, também, garantir a oferta de ensino de qualidade, de pesquisa de qualidade, de extensão de qualidade, para todo nosso país e também, aqui, para o estado de São Paulo.

É isso, obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputada Paula. Próximo orador, deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Tem V. Exa. o tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputado Reis, que preside os nossos trabalhos, deputada Paula, deputada Leci Brandão, deputados que estão aqui presentes.

Na verdade, eu quero falar sobre um assunto que está me incomodando muito e, com certeza, está incomodando nosso povo e a nossa gente, que é o aumento da violência no nosso Brasil. E aumento da violência contra as mulheres, contra as crianças, contra as famílias.

Na minha cidade, a cidade onde eu resido, que é São José do Rio Preto, nós tivemos, nos últimos dias, dois assassinatos brutais. Um feminicídio violento, em que uma médica foi assassinada, depois foi cortada e colocada dentro de uma mala pelo seu companheiro. E mais recentemente uma jovem menina de 10 anos, que também sofreu abuso.

E eu queria mostrar aqui o primeiro vídeo, por favor, que eu coloquei até nas nossas redes sociais, para que exemplificasse isso a vocês, pedindo o quê? Pedindo que nós nos mobilizemos. Eu sei que a Assembleia de São Paulo não tem o poder de fazer o agravamento das penas contra esses bandidos, contra esses assassinos, contra esses marginais.

Mas, como o maior Parlamento da América Latina e o segundo Parlamento do Brasil, nós temos obrigação de cobrar do Congresso Nacional um endurecimento das penas contra esses bandidos que matam e que depois vão a julgamento e, de uma forma rápida, são colocados em liberdade de novo e acabam cometendo outros crimes, matando outras pessoas, destruindo mais famílias.

Por favor, passe o primeiro vídeo.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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 E não pode continuar mesmo. Por que não pode continuar? Porque um assassino desse, que mata uma jovem recém-formada, iniciando na sua vida, acaba com a família dela... Como é que ficaram os pais da Dra. Thalita? Como é que ficou a família da Dra. Thalita?

Depois, esse indivíduo vai a julgamento, é penalizado por um certo tempo e depois ele tem lá um bom comportamento na cadeia e acaba sendo solto e acaba sendo novamente o causador de outras tragédias semelhantes a essa.

Eu, como cristão, acho que a gente não tem o poder, como ser humano, de tirar a vida de ninguém. Mas a gente tem condições de pedir um agravamento desse tipo de pena.

Temos que lutar pela prisão perpétua, sim, no Brasil, para que um indivíduo desse nunca mais saia da cadeia, para que lá dentro tenha que prestar serviços, para que nunca mais ele seja libertado. Acho que só uma pena assim pode, na verdade, fazer com que essas pessoas reflitam mais, aqueles que tiverem esse impulso, antes de cometer um assassinato como esse.

Vou mostrar, na sequência, um outro fato que aconteceu também lá na minha cidade de São José do Rio Preto. Esse mais recente, em que uma menina de 10 anos foi assassinada também. Pode soltar o segundo vídeo.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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E vamos juntar mudar, e mudar mesmo. Porque, se isso não mudar, nós vamos ficar noticiando esses verdadeiros desastres a cada dia, a cada semana, a cada mês. E sabe qual foi... Eu sou médico, conversei com o colega legista que fez a necrópsia e a autópsia desta menina.

Imaginem todas as maldades que uma pessoa possa fazer com uma menina de 10 anos, todos os tipos de estupro que podem acontecer. Imaginem e multipliquem isso. Depois colocou essa menina numa casa que estava em construção, onde não tinha ninguém, sentada de bruços.

Com uma faca, uma mão sufocando o rosto da menina, para que ela não respirasse, não gritasse e com a outra faca, desferindo golpes nas artérias, na região do pescoço, até que ela viesse a óbito.

Saiu de lá, escondeu a faca, limpou as mãos e, graças a algumas câmeras colocadas na rua, na proximidade daquilo, é que ele foi identificado e foi, na verdade, preso. Se não tiver um agravamento das penas para esses assassinos, nós vamos continuar fazendo, aqui, esta Assembleia, este Parlamento, uma fonte de notícias, de más notícias para as pessoas do nosso Estado.

Então nós temos obrigação de fazer um grande movimento contra a agressão às mulheres, contra os crimes e agressão às crianças. É função nossa também. O agravamento e a prisão perpétua têm que fazer parte do rol de condenações de crimes perversos como esse.

Era isso, Sr. Presidente, que eu queria relatar nesse dia triste para a minha cidade. Isso tudo é fruto do quê? É fruto, principalmente, da liberação das drogas, da destruição das famílias. Isso, nós não podemos admitir, de forma nenhuma, que continue acontecendo.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, deputada Ediane Maria, (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.)

 

O SR PAULO MANSUR - PL - Posso fazer uma comunicação, presidente? Eu não vou ter tempo.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Se a deputada Leci Brandão permitir, porque ela já foi chamada para fazer uso da fala. Ele pode fazer uma comunicação?

 

O SR PAULO MANSUR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, deputado Reis. Eu gostaria só de comunicar, falando que saiu uma notícia hoje, que fala sobre o presidente Lula, que ele gastou 8 milhões de reais nesses oito meses, com cartão corporativo.

Ou seja, foi o presidente que mais gastou, em oito meses, contando com o presidente Bolsonaro, contando com a presidente Dilma, contando com o presidente Michel Temer.

Eu lembro que, quando o Bolsonaro estava no cargo, vinha uma reclamação forte do PT, vinha uma reclamação forte do PSOL, para abrir o sigilo do presidente Bolsonaro no cartão de crédito, que era um absurdo o quanto ele gastava. E agora a gente vê que o presidente Lula foi o que mais gastou entre os presidentes. Saiu hoje na “Folha de S. Paulo”.

E a narrativa também, quando se tinha no debate político, porque o governo Lula falava no debate que “olha, orçamento secreto, emendas parlamentares, que está sendo um absurdo o que está sendo mandado de emenda”.

Ele falou que ia conversar com os deputados. Nessa conversa com os deputados, ele não ia mandar emenda que nem estavam sendo mandadas através do orçamento secreto...

Agora, numa talagada só, numa tacada só, ele liberou 2 bilhões de reais, em emendas parlamentares, para a base dele. Então, essa controvérsia, do que ele expôs no debate, se colocando no que ele ia fazer para governar o país, e está fazendo diferente.

Ou seja, ele enganou a gente nas falas dele em relação a colocar as propostas de governo que ele não está fazendo. Ou seja, o que que a gente pode imaginar disso? Será que ele enganou os brasileiros?

Fica essa pergunta. Deixo aqui no plenário.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputada Leci Brandão tem o tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, funcionários desta Casa, público que nos assiste pela nossa querida TV Alesp.

Primeiramente, eu gostaria de frisar que, com a volta da democracia na nossa Nação brasileira, a gente está observando que as pautas que são mais importantes para o povo, para os pobres, para os negros, para o povo que sempre sofreu, que passou por um processo de quase que de ignorância, em relação ao poder anterior, esse povo voltou a ter outras oportunidades. Ou seja, ele vai começar a ter igualdade de condições.

Então, eu acho que qualquer importância que a imprensa esteja dizendo que o nosso atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, está tendo, eu acho que, se são benefícios para quem precisa.... Afinal de contas, voltou o Minha Casa, Minha Vida.

Está voltando, sabe, o Ministério das Mulheres, Direitos Humanos, da Igualdade Racial. Enfim, todas aquelas coisas que foram abolidas pelo governo anterior estão de volta, graças a Deus.

Bom, Sr. Presidente, mas eu queria dizer o seguinte, que a Comissão de Previdência e Família da Câmara dos Deputados retomou a análise do projeto de lei que proíbe o reconhecimento de casamentos homoafetivos.

O relator do projeto, deputado Pastor Eurico, voltou o reconhecimento das uniões homoafetivas, adicionando um parágrafo ao Código Civil, que as impedem de serem equiparadas a casamento ou entidade familiar, afrontando, inclusive, a decisão do Supremo Tribunal Federal, que reconhece o direito à união de casais homoafetivos desde dois mil e onze.

Diante dessa violência e desrespeito a direitos já adquiridos pela população LGBTQIA+, não podemos ficar calados. Não podemos permitir que, em nome da religião, o ódio contra LGBTs, seja alimentado e usado para atrair os holofotes da imprensa. Querem aparecer? Pois bem, apareçam com um trabalho pelo bem do povo.

Como estamos falando de respeito, eu preciso manifestar a minha indignação também por causa de um outro fato, ocorrido no último domingo, aqui em São Paulo, quando o palco de um evento chamado Festival de Cultura Geek foi montado sobre a estátua de Madrinha Eunice. Madrinha Eunice foi fundadora da escola de samba Lavapés. Tudo isso foi feito com autorização da Prefeitura.

Nós estamos cansados de notas de retratação. Exigimos que a Prefeitura assuma, de fato, o compromisso de proteger e resguardar nosso patrimônio, porque o desprezo e apagamento também são racismo.

Eu queria também dizer aqui ao nosso presidente, deputado Reis, que, quando estava na nossa Câmara de Vereadores, sempre foi um defensor enérgico das nossas questões sociais, das questões raciais, inclusive das questões religiosas, e a gente observa que atualmente esse assunto virou assunto de discussão, assunto que continua vindo para as páginas principais dos nossos jornais.

Porque as pessoas misturam a questão religiosa com outros assuntos, com outros debates que não têm nada a ver. Eu acho que a gente tem que brigar pela igualdade, por respeito ao outro, pela liberdade das pessoas, e eu sou uma pessoa que, antes de entrar nesta Casa, sempre lutei pelo cidadão, pela cidadã. Eu luto pelas pessoas, e não pelas ideias. Eu nem debato aqui a questão política.

Cada um segue o partido que quiser. Agora, o que a gente não pode é não considerar as coisas boas, válidas, as coisas com muita qualidade, com muita eficiência, com muita verdade, e principalmente com muito cuidado com o povo, cuidado com o cidadão, com a cidadã, com a mulher, com o homem, com os LGBTs. Tem que ter respeito. Respeito é a coisa principal que a gente deve ter na nossa vida, no nosso segmento, no nosso caminho.

Eu queria, mais uma vez, reafirmar que a gente colocar a questão religiosa com a questão do comportamento de cada cidadão e de cada cidadã é muito perigoso. É por isso que o País está do jeito que está, porque estão assassinando, estão matando as pessoas por conta da questão religiosa. Como sempre assumi a minha religião sem desrespeitar a religião de quem quer que seja, eu me sinto muito à vontade para falar sobre isso.

Eu quero terminar, Sr. Presidente, parabenizando a professora, nossa querida deputada Paula, do PSOL, pelo discurso que fez aqui em relação à questão da contratação dos professores. Tem que contratar professor, porque tem que ter educação neste país. Educação engloba tudo, até o entendimento do que é errado, do que é certo. É a educação que manda em tudo isso. Não foi à toa que a gente, enquanto artista, fez uma música em homenagem aos professores.

E também me dirigir ao deputado Valdomiro pela explanação que ele fez aqui em relação à violência. É uma coisa que não dá mais para aceitar. Tem que haver uma relação de entendimento de que não dá mais para perdoar, não dá mais para ter perdão, nenhum tipo de perdão, para quem faz o que esses dois homens fizeram com as mulheres lá de São José.

É inadmissível. A gente não pode aceitar que ninguém tire a vida de ninguém. E as mulheres, infelizmente, estão sendo campeãs de feminicídio.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputada Leci Brandão. Seguindo na lista de oradores e oradoras, o próximo a fazer uso da palavra é o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputada Professora Bebel, por permuta com a deputada Beth Sahão.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, deputado Reis. Cumprimento todos os que estão na Mesa de trabalhos, cumprimento também os assessores à minha esquerda, à minha direita, e todos os que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp.

Sempre é muito importante subir a esta tribuna, e para tratar de um tema que, para mim, é inerente à minha causa, à minha luta, à minha profissão, que é ser professora. Eu tenho muito orgulho dessa profissão.

Apesar do orgulho, todos esses anos de militância mesmo e da história da Educação no estado de São Paulo, enfim, acompanhando os vários, sucessivos governos, todos, o que me entristeceu sempre foi que, durante o período eleitoral, todo mundo vira “tigrão” e bota os professores lá em cima. Quando passa o período eleitoral, deputada Leci Brandão, é pau na cabeça dos professores. É isso o que acontece.

Por que estou falando isso? Porque a gente pode ver e entender o assédio sob vários aspectos, mas o assédio também por medidas autoritárias, esse tem feito os professores adoecerem.

Eu vi, tem uma pesquisa recente. Veja bem, acabei de dar uma entrevista que mais de 100 professores por mês estão deixando as salas de aula por conta de terem stress, por questões mesmo de depressão e por aí vai. Por que isso? A gente já sabe.

São as condições de trabalho, o número excessivo de alunos, as condições de ensino e aprendizagem dos estudantes, a própria estrutura arquitetônica das escolas, a forma de contratação que não pode ser esta. “Ó”. “Ó” o quê?

Nós somos professores; nós não somos letras, e é desta forma que eu entendo e o tempo todo a gente fica aqui lutando nesta tribuna. Eu disse um dia de forma até resignada, muito emocionada.

Quando eu vou subir na tribuna para dizer: “Os professores venceram alguma coisa”, não vencem, porque parece que a educação tem que acontecer apesar dos professores e não com os profissionais da Educação. E a resposta depois vem nas urnas e ninguém aprende nada.

O governador Tarcísio disse com todas as letras no período eleitoral: “Revogarei a Lei nº 1.374”. A senhora sabe qual é a lei. É aquela que acabou com a carreira e colocou subsídio para professor.

Ele revogou mesmo? Está falando em reduzir os recursos da Educação; é isso que ele está falando. Está vendo como é que endurece mais com os professores? Essa que é a questão e é a categoria mais... Como é que eu diria?

Todas são importantes, mas a gente lida com a formação daquela criança que vai crescendo, que passa pelas nossas mãos, a gente vai estudando a história, por detrás tem a família e a gente vai de certa forma até fazendo parte da vida dessas crianças e dessas famílias.

Esse desrespeito é muito grande com a nossa categoria, muito grande. Semana passada, deputada Leci Brandão, eu chamei por esta Casa através do Zoom, porque era um período aqui em que nós estávamos no plenário. Eu falei: “Bom...”, e tem um assunto que é sobre a inclusão de pessoas, de crianças com necessidades especiais. Tem um decreto do governador e tem uma resolução do secretário.

As leis não estão se conversando. Por incrível que pareça, o decreto do governador está melhor que a resolução do secretário. Depois, estando na secretaria, foi dito: “Não, não foi isso que a gente quis dizer”.

Eu falei: “Então reescreva, por favor, porque do jeito que está aí, está dizendo o seguinte, está dizendo que vai acabar com o professor auxiliar e o professor que está lá na sala de aula na lida, ele sozinho vai ter que se virar com as crianças com necessidades especiais e com as crianças que não têm”.

Então quem vai ser excluído de novo, deputada Leci? Aquela que tem necessidades especiais. Como é que você vai lidar com uma classe de 30, de 25, que seja, com um estudante que precisa de necessidades especiais? Esse precisa ter o atendimento especial até para chegar à política de inclusão que nós sempre esperamos.

A senhora acredita que a “live” foi - aqui cabe o termo “invadir” - foi invadida por hackers? Tinha mais de 100 pessoas no início já da “live” e olhe, foi achincalhação. Eu acabei de sair da Polícia Civil da Casa, que gentilmente já colheu meus depoimentos, de funcionários e outras pessoas que estavam naquela “live” e agora estou chamando a audiência presencial às 18 horas para o dia de hoje. É de suma importância.

Nós precisamos garantir a presença do professor auxiliar, a presença do pessoal de apoio, porque o professor tem que dar aula, o pessoal do apoio tem um papel específico porque tem criança que precisa até da higiene e até ajudar a comer, porque tem criança que precisa e a escola tem que acolher, porque nós estamos falando de inclusão. Então esses temas todos estão aí e o mais triste...

E aí vou me dirigir ao deputado Lucas Bove, que tem um projeto de lei aqui na Casa, que é o nº 1.202, de 2022, que institui a cobrança de mensalidade para alunos das instituições públicas ensino estaduais do estado de São Paulo, de acordo com os patamares estabelecidos nesta lei. Já temos aqui a manifestação do Cruesp, que é o Conselho de Reitores de Universidades Estaduais Paulistas.

Eu vou ler e vou deixar para a Mesa.

“Excelentíssima deputada, projeto de lei apresentado neste mês, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, é uma iniciativa que vai na contramão da autonomia dos valores da universidade pública e gratuita brasileira.

Baseada em justificativa intrinsicamente contraditória, a proposta deseja instituir a cobrança de mensalidades aos estudantes das universidades estaduais paulistas. O fato por si fere a própria Constituição Federal de 1988, pois contraria alguns dos incisos do Art. 206, em especial o inciso IV, que determina a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.

Além disso, o projeto de lei guarda um caráter antidemocrático, visto que, ainda que se faça distinção de valores de cobrança, restringe o acesso à excelência das atividades de formação acadêmica oferecidas pela Unesp, USP e Unicamp nas dimensões do ensino da pesquisa e das ações extensionistas que incrementam e melhoram a nossa vida em sociedade.

Nos últimos anos, as universidades públicas tornaram-se mais igualitárias, abrindo portas de entrada mais justas à população socialmente mais vulnerável. Recentemente, o governo estadual firmou uma parceria com as universidades estaduais paulistas para reservar vagas aos egressos das escolas públicas, Provão Paulista, e assim aumentar a interação do estruturado sistema de ensino superior paulista com o ensino básico.

Dentro do contexto de inclusão não há espaço para cogitar a cobrança de mensalidade. O movimento recente no ensino superior do Brasil foi feito para a inclusão social. Apresentar, apoiar ou endossar o projeto de lei em questão é trabalhar para desconstruir a política pública que mais avançou na Educação do País na última década.

Vale lembrar também que a Câmara de Deputados aprovou, neste ano, a prorrogação da Lei de Cotas para instituições federais de ensino superior. O tema de cobrar mensalidade dos estudantes da Unesp, USP e Unicamp sempre volta ao debate público via propostas antagônicas ao verdadeiro interesse da população.

Não cabe, neste momento, criar uma espécie de pedágio estudantil, taxando quem acredita na Educação como base transformadora da sociedade contemporânea e motor do desenvolvimento do País.

Como representantes de instituições que respondem por um terço da produção científica brasileira, sempre defenderemos princípios republicanos e democráticos que regem a vida nas universidades e nos posicionaremos contra investidas ao ensino público gratuito.

Atenciosamente, Pasqual Barretti, reitor da Unesp, presidente do Cruesp.”.

Obrigada, Sr. Presidente, fica aqui a manifestação do Cruesp, que, enfim, já se manifesta contra esse PL que vai na contramão do que, historicamente, nós sempre defendemos para os filhos e filhas da classe trabalhadora e para toda a sociedade paulista e brasileira.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Vou passar a Presidência para a deputada Professora Bebel para que eu possa fazer uso da palavra.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Professora Bebel.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Seguindo a lista de oradores, próxima oradora inscrita é a deputada Andréa Werner. (Pausa.) E, em seguida, deputado Reis, que já se encontra na tribuna. Tem, V. Exa., dez minutos regimentais.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Deputada Professora Bebel, eu volto a esta tribuna para repercutir aqui a denúncia que me foi trazida pelo Fábio Jabá, o presidente do Sifuspesp, o Sindicato dos Policiais Penais.

O Sr. Fábio Jabá esteve aqui no plenário no início, e ele acabou indo, mas ele me deixou a denúncia que eu acho que a gente tem que repercutir, porque nós temos que cobrar do governo, que o governo de plantão é quem tem que dar as respostas para as demandas.

Então é fato que é um governo lento, é um governo que já não pode mais ficar culpando o governo anterior, porque ele já teve tempo para fazer as coisas. São nove meses, daqui a pouco são dez meses, um ano, dois anos, e aí não dá para ficar “não, porque eu peguei o governo nessa situação ou naquela”. O governo eleito tem que governar, ele não é eleito para ser governado.

E se ele tem que governar, ele tem que dar a resposta, e ele tem que ter eficiência nas suas respostas. Não pode ficar deixando para amanhã, para depois de amanhã. “Ah, isso daí a gente está encaminhando, a gente vai ver”. E aí passa um mês, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, e as coisas não acontecem.

Então é fato que eu já tenho denunciado nessa tribuna a falta de efetivo nas polícias. A falta de efetivo na Polícia Civil, na Polícia Militar, na Polícia Técnico-Científica. E a Polícia Penal é um grande problema, porque nós estamos vivendo um momento de muita violência, de muita insegurança pública, e as pesquisas estão mostrando isso.

A própria “Folha de São Paulo” trouxe que, para cada dez paulistas, seis têm medo de sair à noite, têm medo de circular nos grandes centros urbanos, têm medo de sair de casa. Isso mostra a ineficiência do Estado, quer dizer, o Estado não está conseguindo ter uma política que dê resultados.

Obviamente que, quando a polícia vai lá e prende, leva para a delegacia, é feita a autuação, é feito o flagrante, ele é conduzido ao sistema prisional. E se o sistema prisional não estiver adequado para cuidar, para fazer a segurança, garantir que essa pessoa cumpra sua pena em condições dignas, garantir que essa pessoa realmente cumpra a pena, fica muito difícil.

E os profissionais do sistema penal têm sofrido muito com a falta de efetivo. Então eles me trazem aqui a denúncia de que o CDP de Pinheiros, por exemplo, que tem uma capacidade para 566 presos, hoje tem 885. Então nós estamos falando de mais de, praticamente, mais de 300 presos além da capacidade daquele Centro de Detenção Provisória.

E um outro problema, no quadro de efetivo lá é previsto 150 servidores, e tem hoje apenas 89 servidores. Há 12 afastamentos, o que reduz o efetivo para 77 servidores.

Então aquilo ali é um problema, porque você tem mais de 50% da capacidade e você tem menos de 50% dos funcionários, que são responsáveis por garantir que os presos ali não venham a fugir, que não sejam arrebatados, que realmente tenham segurança adequada para aquele sistema.

E o Estado, até agora, não tomou nenhuma providência. Traz aqui, ainda, a denúncia, que nos plantões noturnos tem oito servidores em cada plantão. Então, você já imaginou? Você tem, para cada mais de 100 presos, uma pessoa para cuidar deles. Isso é uma bomba-relógio. Dois ficam na portaria, seis se dividem entre os quatro raios.

Há profissionais da saúde, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, um médico. E em um raio em que ficam, todos os detentos do Estado são atendidos pelo Hospital das Clínicas, centenas de presos ficam no espaço aguardando atendimento.

A casa em que os detentos ficam, no local, por meses, sempre com diversos problemas de saúde, muitos vêm para o local sem a quantidade correta de medicamentos de uso contínuo, a unidade não tem atendimento médico no período noturno, agentes não têm acesso ao prontuário médico do preso e nem medicamentos.

Muitas vezes são obrigados a socorrer detentos em estado grave a outros hospitais, e o problema é que socorrer um detento a um hospital requer uma equipe de pelo menos três agentes.

Quando isso acontece ficam apenas três agentes para cuidar de aproximadamente 900 presos. Esses agentes não têm armas acauteladas pelo Estado, o transporte é arriscado e deveria ser feito por agentes de escolta.

Mas a equipe da capital foi drasticamente reduzida com a transferência de cerca de 1.600 vagas para o interior do Estado no início do ano, quando a PM deixou de fazer as escoltas.

No Raio IV, estão mais de 200 presos de trânsito, de custódia que ficam na unidade por dez dias, em média. O Raio recebe todos os presos que passam por audiência de custódia na capital. Muitos chegam esfaqueados, baleados, doentes, sujos, com diversos problemas de saúde.

Então, olha só o ambiente insalubre, as condições em que esses presos chegam lá, as condições desse CDP e a falta de funcionário, a falta de agentes para poder cuidar deles. A entrada desses detentos ocorre após as 19 horas e não é feita a inclusão de saúde, que avalia as condições de saúde, os cuidados que o detento demanda.

Eles são enviados para o Raio, após a revista dos servidores, com a roupa que chegam da rua. Muitos estão presos há dois dias e chegam à unidade sem tomar banho. Eles não recebem kits de higiene e muitos permanecem no local pelo prazo de até dez dias sem tomar banho.

Isso é uma agressão ao direito da pessoa humana, ficar dez dias sem tomar banho e sem remédio de uso contínuo. Chegam doentes, chegam esfaqueados, chegam baleados e sem remédios, e ficam ali sem tomar banho. Essa é a denúncia que foi enviada para o meu gabinete.

Não há como fotografar as condições do local porque os agentes não podem entrar com celulares e não há como capturar imagens das câmeras de vigilância sem identificação.

Os presos também são orientados pela facção a não compartilhar imagem que mostra a degradação do espaço para não provocar varredura nos locais e não interromper a comunicação com as facções.

Mas temos depoimento de agentes que trabalham no local e dão entrevista sem se identificar, além do relato da Associação de Familiares de Presos, que pode falar sobre a falta de kits de higiene e medicação.

A unidade recebe, em média, 60 presos de custódia e 30 presos do CHSP em todo plantão. Por diversas vezes o procedimento precisa ser interrompido para verificar situações de saúde dos presos e de custódia.

São dois raios com mais de 400 presos em trânsito, sem enfermaria no plantão noturno, diversos fazendo uso contínuo de medicamento. Há apenas três servidores para atender a todos.

O agente tem que improvisar, desdobrar-se para tratar presos com dores fortíssimas, usando apenas remédios como dipirona e paracetamol, já que não tem acesso à enfermaria nem ao prontuário do paciente.

Segundo o funcionário que atua no Raio IV, o espaço lembra, pela situação das pessoas, pela dor e pelo grau de sofrimento, uma cracolândia sem as drogas - nas palavras desse servidor, que dá entrevista sem se identificar. Faltam palavras para definir a desumanidade em que essas pessoas estão submetidas.

Relatório do MPC, assinado pelo procurador do Ministério Público de Contas, Celso Augusto Matuck Feres Júnior, aponta uma defasagem de 50% de profissionais na área de Saúde, na Secretaria de Administração Penitenciária. O documento cita exemplo do Centro de Progressão Penitenciária, Dr. Rubens Aleixo Sendin, de Mongaguá, onde havia nove profissionais de Saúde para cuidar de 2.300 detentos. Em 2.020, havia 299 enfermeiros e 80 médicos para atuar em todas as unidades, as 181 unidades; em 2.023, esse número caiu para 268 enfermeiros e 63 médicos.

Então, aí vem aqui a denúncia de processo por abuso de autoridade, suicídio entre os policiais penais, que cresce 66%, risco de colapso, falta de unidades, falta de agentes, a saúde e assistência dos agentes em estado crítico.

Então, essa é a denúncia; ela tem várias páginas. O tempo aqui é insuficiente para eu ler toda essa denúncia, mas eu quero deixar registrado aqui que foi trazida pelo Sindicato dos Policiais Penais, essa situação degradante em que se encontra o CDP, o Centro de Detenção Provisória, a situação de falta de médico, de falta de remédios, a situação dos presos que ficam dez dias sem sequer terem acesso a banho.

Então o governo tem que tomar as providências, tem que contratar profissionais, tem que contratar médicos, contratar mais policiais penais, garantir a segurança desse estabelecimento, porque os profissionais dessa área estão sofrendo muito com isso e, claro, é um risco, porque se eles têm a competência de fazer a guarda daqueles presos e não tiver as condições de segurança, as condições adequadas, acaba toda a sociedade correndo o risco se o sistema colapsar.

Então, Sra. Presidente, é a minha fala na data de hoje.

 

O SR. REIS - PT - Peço a V. Exa. para que suspenda os trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Como não há desacordo, acho que há acordo entre todos, está suspensa a sessão até as 16 horas e 30 minutos. Muito obrigada, deputado Reis.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 01 minuto, a sessão é reaberta às 16 horas e 44 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente. Peço a suspensão da sessão por mais 20 minutos, para terminar o congresso de comissões. Para terminar a CCJ, mais 20 minutos?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem 20 minutos de suspensão.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 44 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 04 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão, Ordem do Dia.

                       

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a mesa o requerimento do nobre deputado Luiz Fernando, com número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar de reuniões com membros do governo federal para tratar de investimentos para o estado de São Paulo, a realizarem-se nos dias 25 e 26 de setembro do corrente ano, em Brasília, com despesas custeadas via verba de gabinete parlamentar.

Em votação. As Sras. e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há também sobre a mesa o Requerimento de Urgência ao Projeto de lei nº 431, de 2023, de autoria do deputado Dirceu Dalben.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há também sobre a mesa o Requerimento de Urgência ao Projeto de lei nº 652, de 2021, de autoria dos deputados Gilmaci Santos e Heni Ozi Cukier.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há também sobre a mesa o Requerimento de Urgência ao Projeto de lei nº 512, de 2023, de autoria do deputado Alex Madureira.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Último Requerimento de Urgência ao Projeto de lei nº 1.015, de 2023, de autoria da deputada Dani Alonso.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Havendo acordo entre lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 06 minutos.

 

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