18 DE AGOSTO DE 2023
84ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: SOLANGE FREITAS, REIS e CARLOS GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - SOLANGE FREITAS
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE SOLANGE FREITAS
Parabeniza a todos os estagiários pelo seu dia.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - REIS
Assume a Presidência.
6 - SOLANGE FREITAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência. Endossa o pronunciamento da deputada Solange Freitas quanto à criação de praças de pedágio na Baixada Santista.
8 - LECI BRANDÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Endossa o pronunciamento da deputada Leci Brandão a respeito da compra de livros didáticos pelo governo estadual de São Paulo.
10 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - REIS
Assume a Presidência.
12 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
14 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido. Endossa o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 21/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
a Sra. Solange Freitas.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o Expediente.
Pela ordem dos oradores inscritos, eu
chamo o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Jorge do Carmo.
(Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso.
(Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Reis. O senhor tem o tempo
regimental de cinco minutos para falar.
O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Cumprimentar
a presidente, cumprimentar todos os deputados e deputadas, o público presente,
os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Penal, da
Polícia Técnico-Científica. Cumprimentar todos os funcionários desta Casa e
todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.
Eu quero
lembrar aqui e saudar, hoje é o dia dos estagiários e das estagiárias. E eu sou
autor da Lei 16.291, do dia 26 de outubro de 2015, que instituiu, na cidade de
São Paulo, o Dia do Estagiário. Então, a nossa saudação, respeito.
Também dizer
que nós conseguimos aqui, nesta Legislatura, deputado Carlos Giannazi, por uma
iniciativa também minha, que pudesse cada gabinete, cada mandato, ter mais um
estagiário de nível superior e mais um estagiário de nível médio.
Então, este ano
os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas já estão autorizados a contratar um
estagiário de nível superior, na área da Comunicação, na área do Direito, para
auxiliar no dia a dia o bom funcionamento dos mandatos. A partir do ano que
vem, um estagiário de nível médio.
É o nosso
reconhecimento, e também na lógica de que esses estagiários possam se
qualificar, possam conhecer todas as normas, as regras de funcionamento desta
Casa, e se preparar para prestar um bom trabalho para a nossa sociedade.
Lá na Câmara
não foi diferente. Lá também nós aumentamos o número de estagiários. Tanto os
estagiários de nível médio quanto os estagiários de nível superior. Eles
prestam um excelente trabalho na Câmara de São Paulo, e faço também uma
saudação a todos eles. E também os estagiários desta Casa, e todos os
estagiários e estagiárias do nosso País, do nosso estado, da nossa cidade, a
nossa saudação.
Depois vou
voltar a falar nesta tribuna. Hoje acho que dá para a gente fazer até o Grande
Expediente. Mas eu quero também falar sobre a distribuição de câmeras corporais
para os policiais militares.
Está na “Folha
de S. Paulo”. O Governo do Estado alocou cerca de 400 câmeras, de outras
unidades, para o policiamento de trânsito.
Sabem que o
policiamento de trânsito é o cartão de visita da Polícia Militar, assim como o
Corpo de Bombeiros, que é muito bem avaliado.
As câmeras, em
que pese que tem esse debate, aqui mesmo tem vários deputados que são
policiais, policiais da Rota, e que se colocam contra as câmeras corporais, mas
elas também têm feito um excelente trabalho de proteção, de preservação e de
prevenção aos nossos policiais.
Muitas vezes,
os policiais são agredidos. Inclusive, a Companhia de Engenharia de Tráfego
também está adotando esse instituto das câmeras corporais porque, volta e meia,
tem um agente de trânsito sendo agredido.
As pessoas, às
vezes, cometem infrações de trânsito, e não querem ser corrigidas. Então,
quando aquele agente toma a sua providência, de acordo com a nossa legislação,
muitas vezes ele é agredido.
Então a câmera
corporal produz esse efeito de proteção. Porque ela vai filmar aquela agressão,
aquele momento em que aquela pessoa está agredindo o agente de trânsito,
agredindo o policial de trânsito. E, muitas vezes, no atendimento de
ocorrências policiais também.
Muitas vezes,
acontece do policial ser vítima de agressão. Porque tudo não pode ser na base
da bala, e nem da arma. Então, muitas vezes, o policial vai atender uma
ocorrência, uma desinteligência, ali tem um entrevero, e aquelas pessoas acabam
indo para cima do policial. A câmera acaba filmando tudo isso, e ela vai
produzindo provas também em favor do policial, em favor do agente de trânsito.
Mesmo que o
governo, quando estava em campanha, tenha falado contra as câmeras, mas ele
entendeu que realmente não dá para tirar as câmeras, e que elas vieram para
ficar. Elas vieram para ficar, e vão continuar, em que pese os debates nesta
Casa, muitas vezes contrários à sua existência, ao seu uso.
Nesse primeiro
momento, a minha fala, Sra. Presidenta.
Muito obrigado.
A
SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Muito
obrigada, deputado Reis. Bem lembrado, hoje, o Dia do Estagiário. Parabéns a
todos os estagiários. A aqueles que trabalham comigo, no meu gabinete, meu
muito obrigada. E a aqueles que trabalham nesta Casa, muito obrigada. Que a
gente possa contribuir ainda mais para o crescimento profissional deles.
Seguindo a ordem dos oradores
inscritos, chamo o deputado Carlos Giannazi. Tem o tempo regimental de cinco
minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, público aqui presente.
Sra.
Presidente, quero manifestar o meu total apoio e solidariedade a toda a
comunidade escolar da EMEF Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Inês
Vieira Machado. É uma escola que fica em Ribeirão Preto. É uma escola da rede
municipal.
Eu tenho aqui
um boletim de ocorrência, dando conta de que agora, no último dia 16, na
quarta-feira, um pai de aluno praticamente invadiu a escola, armado, ameaçou as
professoras e colocou a arma na mesa.
Ele estava
questionando alguns conteúdos que estavam sendo trabalhados com os alunos,
conteúdos programáticos de acordo com a LDB, de acordo com o Plano Nacional de
Educação, de acordo com o Plano Nacional do Livro Didático e de acordo com a
BNCC.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Reis.
* * *
O pai foi lá,
ameaçou a comunidade escolar, criou um constrangimento, um absurdo o que
aconteceu, Sr. Presidente, dizendo que havia uma possível doutrinação
ideológica, está tudo aqui no boletim de ocorrência, isso é um absurdo, Sr.
Presidente.
Depois, ele
indagou se o livro... Vou ler aqui, as docentes disseram que era... Ele estava
questionando o livro e quem tinha autorizado o livro - as docentes, as
professoras disseram que era o livro oficial do Programa Nacional do Livro
Didático. Perguntou qual era o governo que havia autorizado esse livro, disse o
pai, as docentes disseram que era autorizado pelo MEC na gestão passada, na
gestão do Bolsonaro.
É lógico. Esse
pai era um bolsonarista de extrema direita, um desses membros da seita da
extrema direita, Sr. Presidente, deputado Reis, que invadiu a escola, isso é o
fascismo brasileiro, é o protofascismo, Sr. Presidente.
São os
bolsonaristas, que insistem nesse movimento, que já foi sepultado
historicamente, do Escola Sem Partido, ameaçando professoras - é um covarde -
ameaça professoras armado, entrou armado dentro da escola, é um absurdo total.
Isto é um
boletim de ocorrência. Eu quero, Sr. Presidente, aqui da tribuna da Assembleia
Legislativa, acionar a Secretaria de Segurança Pública, para que ela tome as
devidas providências, investigue.
E esse pai tem
que ser punido rigorosamente, Sr. Presidente, que as penas da lei caiam sobre
ele, porque é muito grave um pai de aluno, de extrema direita, que implanta na
escola uma política de ódio, de medo, cria um terrorismo na escola.
Imagina se isso
vira moda, todo pai entrar armado ameaçando as professoras, que estão
lecionando no ensino fundamental? Nós não podemos permitir isso, Sr.
Presidente.
Então a punição
deve ser exemplar, espero que a Secretaria de Segurança Pública tome todas as
providências, porque tem aqui o boletim de ocorrência, Sr. Presidente, nós não
podemos tolerar violência nas escolas. É um absurdo.
Nós estamos
numa luta no Brasil para pôr fim à violência, que tem matado as nossas
professoras, os nossos alunos, vários episódios aconteceram e continuam
acontecendo.
E vem sempre da
mesma vertente, Sr. Presidente, desses grupos nazifascistas, extremistas, de
extrema direita - porque a direita não faz isso -, esses fanáticos
bolsonaristas, todos eles se afinam com isso, com essa política de ódio de
intolerância de violência.
Um pai entra
armado dentro de uma escola, ameaçando as professoras e questionando o conteúdo
pedagógico da escola com uma arma na mão. É o fim do mundo. Punição para esse
pai.
Eu solicito que
cópias do meu pronunciamento sejam encaminhadas ao secretário de Segurança
Pública do estado São Paulo, por via das dúvidas, porque essa secretaria está
tomada por grupos de extrema direita.
Então eu
solicito que cópias do meu pronunciamento sejam encaminhadas, Sr. Presidente -
para que haja de fato a investigação - ao Ministério Público Estadual, para que
haja investigação e punição exemplar para esse pai, que entrou armado, uma
pessoa covarde, que entra em uma escola armada, ameaça professoras e ainda
coloca a arma na mão.
Era isso, Sr.
Presidente.
Então peço que
as cópias sejam encaminhadas imediatamente ao secretário de Segurança Pública e
também ao Ministério Público Estadual.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Na qualidade de
presidente em exercício, defiro o requerimento de V. Exa. para que as cópias
sejam encaminhadas.
Continuando a lista de oradores e
oradoras, o próximo orador é o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Simão
Pedro. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.)
Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.
(Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Ana
Perugini. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.)
Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado
Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputado Guilherme
Cortez. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra.
(Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.)
Deputada Marta Costa. (Pausa.)
Entrando na Lista Suplementar, deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. Tem V. Exa. o tempo
regimental de cinco minutos.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO -
SEM REVISÃO DO ORADOR -Mais uma vez, boa tarde a todos. Hoje, desde as 10 da
manhã, está acontecendo uma audiência pública para falar sobre a privatização
de algumas rodovias no litoral e na região de Mogi das Cruzes.
Eu pude ter uma
fala nessa audiência; foram dois minutos colocando meu ponto de vista como
representante da população, principalmente das cidades que serão impactadas com
essa mudança, tanto do lado positivo, quanto do lado negativo.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
E quando eu
ouvi as explicações da Artesp, colocando todos os detalhes de como vai ser essa
privatização das rodovias, eu continuo com a mesma opinião: pedágio, não.
Os moradores
vão sofrer um impacto muito grande se essa privatização acontecer dessa maneira.
E eu posso dar um exemplo, como moradora da Baixada Santista: o que vai
acontecer na rodovia Padre Manoel da Nóbrega.
Nós temos até
uma arte mostrando os valores dos pedágios que nós vamos ter que pagar se esse
sistema for para frente, se o governador insistir com esse sistema de
privatização das rodovias.
Só para a gente
ter um exemplo ali, olha: de Arujá para Mogi, na consulta pública feita em
2023, o valor do pedágio vai ficar ao todo 3,40 reais. Mogi-Bertioga: 6,12
reais; Bertioga-Santos, vamos pagar 5,11; Peruíbe-Praia Grande, 10,29;
Miracatu-Peruíbe: 6,24.
Pode deixar
ainda esses valores apresentados aqui, porque quando eu olhei de Peruíbe a
Praia Grande, quem é da cidade, quem é morador da região, quem costuma
transitar ali sabe muito bem o que eu vou estar falando.
Nós não pagamos
nada hoje para transitar por ali, e a partir desse sistema nós vamos
desembolsar, para ir de Peruíbe até Praia Grande, 10,29. Não tem como dizer
“sim” ao pedágio.
É impossível,
quando a gente vê esses valores. Porque a Padre Manoel da Nóbrega é, para nós,
uma avenida dentro das cidades; nós temos que passar de um lado ao outro.
Às vezes, para
ir ao trabalho, para ir à cidade vizinha, à casa do amigo, à faculdade, à
escola, a gente precisa passar pela rodovia. A rodovia corta essas cidades.
Então é como se fosse uma avenida grande, uma avenida larga. E a gente vai ter
que pagar para andar nas nossas próprias cidades? Isso é um absurdo.
E aí tem uma
outra explicação: “ah, o morador não precisa pagar, é só não andar na rodovia,
anda nas marginais”. Mas e o impacto do trânsito nessas marginais, como é que
vai ficar?
Em Itanhaém,
por exemplo, nesse projeto não tem previsão de fazer uma duplicação das
marginais, e lá o problema é ainda maior, porque precisaria de outros acessos,
muitos acessos, pelos menos uns 10, para não impactar tanto na vida dos
moradores no dia a dia.
Por isso, não
dá para dizer “sim” ao pedágio. Nós estamos lutando contra esse sistema que foi
apresentado. O prefeito de Itanhaém, Tiago Cervantes, que estava na audiência
pública e fez uma fala, vem defendendo a cidade. Parabéns, prefeito, por estar
lá defendendo a população.
Ele
disse que, em uma reunião que teve com a Artesp para falar sobre os problemas e
o impacto em Itanhaém, a reunião terminou assim, ouvindo a seguinte frase: “Vai
andar pela rodovia estadual, então vai ter que pagar”. Infelizmente a reunião
terminou desse jeito.
Eu sei que o governador Tarcísio é bem sensível à população,
aos problemas trazidos pela população. Nós estamos representando os moradores
das cidades que vão ser impactadas e pedimos para o governador Tarcísio rever
esse projeto, rever o pagamento do pedágio.
Não é justo que nós, moradores, tenhamos que pagar essa
conta. Além de pagar essa conta, vamos ter um impacto muito negativo dentro das
cidades, e os turistas também vão sumir da região, porque não vão querer pagar
pedágio.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI -
PSOL - Eu
queria concordar com Vossa Excelência. Nós também estamos nessa luta
denunciando essa privataria bolsotucana, a farra dos pedágios do estado de São
Paulo. É um absurdo total a implantação desses pedágios, agora eletrônicos.
Serão pedágios diferenciados, tanto na Baixada Santista como também na região
de Mogi das Cruzes. Nós estamos irmanados nessa luta, deputada Solange Freitas.
Dando
sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, agora já na
Lista Suplementar, a próxima oradora é a nobre deputada Leci Brandão, que fará
uso regimental da tribuna.
A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Exmo.
Sr. Presidente deputado Carlos Giannazi, é um prazer ver Vossa Excelência.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público que nos assiste, funcionários desta
Casa, eu queria cumprimentar também o deputado Reis. Muito obrigada por tudo,
pela força que tem dado para a gente.
Sr. Presidente, eu já perdi a conta de quantas vezes eu já
vim a esta tribuna para falar sobre a importância da educação e defender a
qualidade do ensino, a escola pública e os professores, V. Exa. é testemunha
disso.
Eu vou continuar fazendo isso, porque tenho convicção de que
a Educação não é nem o melhor caminho, mas sim o único caminho que a gente tem
para ter um país em desenvolvimento, para que a cidadania seja plena para todos
e todas. Por isso me preocupa muito o que está acontecendo no estado de São
Paulo quando se fala em Educação.
Todos os dias, nas últimas semanas, a gente sabe que a
questão da Educação está na pauta. Sempre está, mas infelizmente de forma
negativa.
Informações de que diretores estão sendo orientados a vigiar
professores nas salas de aula; eliminação de livros didáticos sem explicação;
digitalização total dos métodos de ensino, que vai contra as orientações da
Unesco; instalação automática de aplicativo em celulares de alunos e
professores sem autorização, que está ferindo a lei geral de proteção de dados.
Tem investigação do Ministério Público, que instaurou
inquérito para investigar a decisão de São Paulo de abrir mão da verba de 120
milhões no Programa Nacional do Livro Didático do MEC, destinada para a compra
de livros impressos. A mais recente notícia veio nesta terça-feira. Segundo o
jornal “Folha de S. Paulo”, o governo de São Paulo vai comprar livros digitais
sem licitação.
Diante de tanta informação e decisão que são questionáveis,
é urgente que o governo de São Paulo e a Secretaria de Educação exponham, de
forma transparente, o que está acontecendo e falem sobre o plano de Educação
para o estado.
É inadmissível que o estado de São Paulo coloque em risco a
formação de milhões de crianças e jovens em nome de interesses outros que não
sejam os do povo de São Paulo. Essa é a nossa posição em relação a tudo o que
está acontecendo na Educação.
Infelizmente, mais uma vez eu não posso deixar de expressar
aqui a minha tristeza e indignação com a violência que atingiu mais uma das
nossas. A líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Yalorixá e ex-secretária de
Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho, que fica na Bahia, Maria
Bernadete Pacífico, foi assassinada na noite desta quinta-feira, dia 17.
Ela é mãe de Flávio Gabriel Pacífico, conhecido como Binho
do Quilombo, também assassinado há quase seis anos, no dia 19 de setembro de
2017.
Há denúncias gravíssimas de que Bernadete foi assassinada
pelo mesmo grupo
responsável pela execução de seu filho, e que as lideranças das comunidades
quilombolas e terreiros de Simões Filho são ameaçadas permanentemente por
grupos ligados à especulação imobiliária, interessados em tomar territórios que
não pertencem a eles.
Situações como
estas são recorrentes, e é preciso que esse país dê um basta nisso. O povo
negro tem que ser respeitado. Tem direitos, são cidadãos e cidadãs brasileiras.
Chega, chega de
violência. A gente não suporta mais. A gente não aguenta mais. É muito ruim que
todas as vezes que a gente venha a esta tribuna sempre tem uma pauta, sempre
tem uma fala de coisas que a gente acha que não vão existir mais no país, mas,
infelizmente, ainda acontece.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito
obrigado, deputada Leci Brandão. Muito importante essa intervenção, denunciando
o descaso com a Educação do estado de São Paulo, e quero dizer a V. Exa. que
nós conseguimos derrubar, através de uma ação popular do nosso mandato, do
nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar, essa decisão do governo estadual em
retirar o livro didático das escolas estaduais.
E hoje nós tivemos mais uma boa
notícia, deputada Leci Brandão. Por conta também da nossa ação popular no TJ, o
governo recuou de comprar sem licitação o livro digital, que era uma verdadeira
aberração. Parabéns pela vossa intervenção.
Com a palavra o deputado Reis, para uso
regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente,
eu volto a esta tribuna, porque eu quero repercutir as prisões que se deram
hoje em Brasília. Comando da Polícia Militar de Brasília, comandante, coronel
Klepter Rosa Gonçalves, o ex-comandante, coronel Fábio Augusto Vieira e mais
outros cinco oficiais, que foram presos por determinação do Supremo, e por
pedido da Procuradoria-Geral da República.
A cúpula da PM
apostava em insurgência popular para manter Bolsonaro no poder, diz a
Procuradoria-Geral da República. É notícia na “Folha de São Paulo” de hoje, e
que na hora que você lê essas matérias, você fica estarrecido. A que ponto
chegou a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal. Não é soldado, não, nem
o cabo, nem o sargento, é a cúpula, o alto comando.
“A
Procuradoria-Geral da República afirma que a cúpula da Polícia Militar do
Distrito Federal estava ‘contaminada ideologicamente’, e que estava em uma
insurgência popular”.
Quer dizer,
apostava em uma insurgência popular para que o PL fosse mantido no poder. Olha
que aberração, presidente. Olha o que pensava o comando da Polícia Militar do
Distrito Federal. Isso por conta dessas notícias falsas, essas fake news que
ficam circulando nos celulares o tempo todo.
“As afirmações
estão no pedido da Procuradoria-Geral da República para prisão de integrantes
da cúpula da PM do Distrito Federal. Também são alvos do mandado de prisão o
ex-comandante, Fabio Vieira, além de Paulo José Ferreira Souza Bezerra, Marcelo
Casimiro Rodrigues e Rafael Pereira Martins”, policiais em operações que miram
PMs do DF por omissão nos ataques de oito de janeiro.
“Além das
diligências, outros integrantes da cúpula da PM à época do oito de janeiro
foram denunciados pela PGR, sob suspeita de omissão no dia dos ataques aos
prédios dos três poderes. Segundo a PGR, a investigação constatou que
integrantes do comando da PM se mostraram adeptos ‘de teorias conspiratórias
sobre fraudes eleitorais, e de teorias golpistas’ ”.
É fato que na
Polícia de São Paulo nós tivemos um caso também, Sr. Presidente. Nós tivemos um caso, mas o governo agiu com muita
energia, para que não chegasse nas condições que chegou a Polícia Militar de
Brasília.
“Como exemplo,
a Procuradoria elenca mensagens trocadas entre os policiais no período
eleitoral. Nelas, os integrantes da cúpula da PM disseminaram notícias falsas”
- olha o que acabei de falar, as fake news - “com viés golpista e também teses
conspiratórias sobre fraudes em urnas eletrônicas.
‘Contextualize-se
que as desinformações que circulavam entre o alto oficialato da PMDF
demonstravam expectativa de mobilização popular para garantir Bolsonaro no
poder, em desrespeito ao resultado das eleições presidenciais’, diz a PGR.
Um dos
conteúdos citados pelos investigadores é um vídeo sobre suposta fraude nas
urnas enviado por Rodrigues ao então comandante da PM Fabio Vieira. Mesmo se
tratando de notícia falsa, Vieira afirma que ‘a cobra iria fumar’.”
E a cobra,
hoje, fumou. Tanto fumou que ele está em cana.
“Em 1 de
novembro, Rodrigues envia outra mensagem para Vieira com um quadro sobre
alternativas para sucessão presidencial. Entre as apontadas estão a aplicação
do Art. 142 da Constituição Federal, uma intervenção militar e uma intervenção
federal por iniciativa militar.
Dias depois, em
6 de novembro, os dois PMs conversam novamente sobre um vídeo em que uma pessoa
fala da entrega do ‘relatório final das eleições’ e suposto pedido de anulação
do pleito.
Vieira, diz a
PGR, teria respondido que ‘assim não vai passar’ e pontuou na mensagem que os
órgãos eleitorais tiveram o ‘descaramento de fraudar que em uma urna um
candidato somente tenha recebido zero votos’.
‘Do comentário
derradeiro de Fabio Augusto Vieira extrai-se a conclusão de que os interlocutores
trocavam as mensagens por serem adeptos de teorias conspiratórias sobre fraudes
eleitorais, ansiando por providências que pudessem levar à subversão do
resultado das urnas’, diz a PGR.
De acordo com a
Procuradoria, o ‘estado anímico’ dos policiais militares ‘refletia os anseios
de uma parcela minoritária da população brasileira’,
Igualmente
insatisfeitos com o resultado da eleição presidencial, milhares de indivíduos
se juntaram aos acampamentos instalados em frente aos quartéis do Exército
Brasileiro, em diversas unidades da Federação e notadamente em Brasília. Tais
sujeitos insuflavam as Forças Armadas à tomada do poder.”
Veja só, Sr.
Presidente, como se deu todo esse processo, essa transição do governo anterior.
E muita coisa ainda vai acontecer. E a cobra, sim, vai fumar para muita gente
que operou o tempo todo para dar o golpe.
Fascistas,
golpistas, não passarão!
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito
obrigado, deputado Reis. Chamo V. Exa. para continuar conduzindo esta sessão.
*
* *
- Assume a
Presidência o Sr. Reis.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Reassumindo
a Presidência, chamo o próximo orador, o deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI
- PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, de volta à tribuna no
dia de hoje, quero aqui dizer que o governo Tarcísio e o seu secretário Renato
Feder, dono da Multilaser, secretário da Educação, recuaram mais uma vez, por
conta da nossa ação popular protocolada no Tribunal de Justiça há alguns dias.
Foi
o segundo recuo do governo, a segunda derrota desse governo, que pretendia
retirar o livro didático das escolas estaduais, penalizando mais de um milhão
de alunos do ensino fundamental, do sexto ao nono ano do ensino fundamental.
O
próprio governo já anunciou que faria o mesmo com o ensino médio, logo em
seguida. Um verdadeiro crime de lesa-educação para a rede estadual de ensino.
Nós fomos ao Ministério Público com uma
representação e com uma outra representação na Defensoria Pública. Quando eu
digo “nós” estou me referindo aqui ao nosso coletivo Educação em Primeiro
Lugar, que é constituído pelo meu mandato aqui na Assembleia Legislativa, pelo
mandato da deputada federal Luciene Cavalcante, que é professora, supervisora
de ensino aqui de São Paulo, e do nosso vereador Celso Giannazi na Câmara
Municipal.
Então nosso coletivo teve essas duas iniciativas,
Defensoria Pública, Ministério Público, ambos acataram as nossas representações
e ingressaram com o inquérito civil, mas nós também fomos ao Tribunal de
Justiça com uma ação popular pedindo uma liminar para a anulação do ato
administrativo da Secretaria da Educação em retirar o estado de São Paulo do
Plano Nacional do Livro Didático.
Fomos atendidos, Sr. Presidente, ganhamos uma
liminar. O governo recuou imediatamente e anunciou que vai manter o livro
didático. Então foi uma vitória importante essa manutenção.
O livro vai continuar sendo distribuído na rede
estadual, nosso aluno da rede estadual vai continuar tendo um livro na escola,
na sua casa, o livro é fundamental para a aprendizagem do aluno.
Mas a nossa ação popular vai além, Sr.
Presidente. Nós também questionamos a improbidade administrativa da intenção do
governo em comprar livros digitais que iriam substituir os livros físicos, sem
licitação ainda por cima. E qual era a improbidade? Não era só por conta de não
ter licitação, mas porque haveria um custo adicional.
Se nós já temos o livro, o livro físico, que é o
livro que o aluno utiliza nas escolas, esse livro é fundamental, então o
governo iria gastar mais, sei lá, 200 milhões de reais com essas empresas
digitais, com essas plataformas com as quais ele tem feito vários contratos
nessa linha, e sendo que você já tem o livro, então seria, com certeza, um
crime de improbidade administrativa.
O governo também agora recuou, saiu hoje, está
aqui na “Folha de S. Paulo”, vamos mostrar, é a matéria da capa da “Folha de S.
Paulo” de hoje: “Gestão Tarcísio sofre série de reveses no plano de digitalizar
ensino.
O governo de São Paulo rescindiu o contrato para
a compra de livros de literatura virtuais um dia depois de anunciar a volta ao
programa do MEC que fornece material pedagógico impresso”.
É lógico, tem que fazer isso. E a nossa ação
popular no Tribunal de Justiça, do nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar
foi fundamental, Sr. Presidente, então eu quero mostrar também a nossa ação
popular que está aqui, que entra nesse tema também.
Nós conseguimos duas vitórias consecutivas,
primeiramente, aqui, a nossa ação popular, dos nossos três mandatos, da Luciane
Cavalcante, deputada federal, do meu mandato aqui na Assembleia Legislativa, e
do vereador Celso Giannazi, da Câmara Municipal.
Nós conseguimos uma vitória importante com essa
ação popular, conseguindo que os alunos tenham o livro didático. Livro
didático, Sr. Presidente, é importante, o aluno precisa do livro didático.
E, ao mesmo tempo, nós conseguimos impedir que o
governo comprasse sem licitação, isso que é grave, Sr. Presidente, sem
licitação. Livros digitais que a gente nem sabe quais seriam os critérios, quem
estaria escolhendo esses livros, porque não são esses livros digitalizados, são
outros. Ninguém sabe exatamente, porque nem licitação haveria.
Então queria dividir aqui, Sr. Presidente, compartilhar
essas duas vitórias consecutivas em dois dias: ontem a volta atrás em relação
ao livro didático, o governo foi derrotado e nós vencemos, o livro didático
fica. E agora também conseguimos impedir esse gasto desnecessário, esse crime
de improbidade administrativa anunciado pelo governo.
E eu já tinha denunciado aqui na tribuna na
semana passada, Sr. Presidente, esse crime de improbidade. Enfim, é uma vitória
e nós vamos continuar fiscalizando o governo, fiscalizando os contratos da Secretaria da Educação,
até porque, deputado Reis, o governo está ameaçando reduzir o orçamento da
Educação de 30% para 25 por cento.
Então como ele
faz um gasto desnecessário se vai reduzir o orçamento? Está dizendo que tem
muito dinheiro na Educação. Olha o absurdo, a contradição desse governo.
Sr. Presidente,
vamos continuar fiscalizando, acompanhando todas as compras. O dinheiro da
Educação tem que chegar lá na ponta, no aluno, no professor, no agente de
organização escolar, na direção da escola.
Não podemos
tolerar indícios de corrupção, de fraudes em licitações. Queremos investigar a
FDE, aqueles contratos que são feitos com as empresas, Sr. Presidente. Então é
isso.
Mas eu vim mais
para compartilhar essas duas vitórias do nosso coletivo, dos nossos mandatos,
mas que é a vitória de toda a população do estado de São Paulo, e sobretudo da
rede estadual de ensino.
Para concluir,
Sr. Presidente, não posso deixar de registrar, mais uma vez, porque eu já fiz
essa denúncia, mas vou fazer novamente. Sr. Presidente, o governo estadual está
aqui inovando, ele não sabe como mais penalizar os servidores da Educação e os
aposentados e pensionistas. Ele parece que fica maquinando uma forma de
prejudicar os nossos servidores da ativa e também os aposentados e
pensionistas.
Quero dizer que
tivemos o reajuste do Piso Nacional Salarial, que é imposto por uma lei
federal, cujo valor hoje é de 4.420 reais e 55 centavos, com 40 horas semanais.
Ou seja, o professor trabalha o dia todo, o piso é esse, o Piso Nacional
Salarial. Esse é o piso. O Governo do Estado, para chegar nesse piso, em muitos
casos, ele não paga no salário-base. Ele inventou um abono complementar que é
ilegal.
Se o professor
não chega nesse valor, se ele ganha 3.800 reais, o Governo complementa isso,
mas por meio de um abono complementar, que é proibido, que não pode, está na
lei. Mas ele faz, é um governo fora da lei. Ele dá um abono complementar para
que não haja incorporação no salário-base do professor, é uma jogada, Sr.
Presidente, perversa do governo.
Aí tivemos o
reajuste dos servidores. Inclusive, o projeto foi aprovado aqui, V. Exa. se
lembra. Nós apresentamos emendas elevando os valores, porque 6% não repõe nem a
inflação.
Mas mesmo com a
aprovação de 6%, o que o governo está fazendo? Olha a crueldade, Sr. Presidente,
a perversidade desse governo em relação aos servidores da Educação, aos
aposentados e pensionistas.
Então ele
desconta esses 6%, ele dá os 6%, mas diminui o valor do abono. Ou seja, o
professor não tem reajuste nenhum. É um absurdo isso, porque ele não leva em
conta a questão, Sr. Presidente, o abono não compõe a base de cálculo, ou seja,
os 6% que foram aprovados aqui incidem no salário-base, mas sem o abono. Então
não tem aumento para esse professor, para esse aposentado e para esse
pensionista.
É um golpe, é
uma afronta, é uma perversidade do governo Tarcísio contra os profissionais da
Educação que estão na ativa, e também contra os aposentados e pensionistas, Sr.
Presidente.
Existem já
ações judiciais da Udemo. Eu sei que a Udemo já entrou com uma ação judicial
contra essa medida. Estamos pressionando o governo a rever esse procedimento,
que é ilegal, afronta a legislação.
Que
providências sejam tomadas e de fato haja a reposição salarial desses
profissionais da Educação que estão na ativa e dos aposentados e pensionistas.
Estamos tomando também outras medidas nesse sentido.
Muito obrigado.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente,
havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado
Carlos Giannazi. Parabéns pelas vitórias conseguidas, vitórias significativas
para a nossa população e, principalmente, para a Educação.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora
regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão. Tenham todos
uma boa tarde.
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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 45
minutos.
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