20 DE DEZEMBRO DE 2022
46ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CARLÃO PIGNATARI, ALEX DE MADUREIRA, CARLA
MORANDO e CARLOS CEZAR
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 578/22.
2 - PAULO LULA FIORILO
Discute o PL 578/22.
3 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
4 - CARLOS GIANNAZI
Discute o PL 578/22.
5 - ALEX DE MADUREIRA
Assume a Presidência.
6 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Assume a Presidência.
7 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA
Discute o PL 578/22.
8 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o
PL 578/22. Coloca em votação as emendas de "A" a "O",
apresentadas no parecer da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento.
9 - ENIO LULA TATTO
Encaminha a votação das emendas de "A" a
"O", apresentadas no parecer da Comissão de Finanças, Orçamento e
Planejamento, em nome do PT.
10 - CARLA MORANDO
Assume a Presidência.
11 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA
Declara voto contrário ao PL 578/22, em nome do PSOL.
12 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Encaminha a votação das emendas de "A" a
"O", apresentadas no parecer da Comissão de Finanças, Orçamento e
Planejamento, em nome do PT.
13 - PROFESSORA BEBEL
Encaminha a votação das emendas de "A" a
"O", apresentadas no parecer da Comissão de Finanças, Orçamento e
Planejamento, em nome do PT.
14 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Assume a Presidência.
15 - RICARDO MELLÃO
Encaminha a votação das emendas de "A" a
"O", apresentadas no parecer da Comissão de Finanças, Orçamento e
Planejamento, em nome do Novo.
16 - CARLOS GIANNAZI
Encaminha a votação das emendas de "A" a
"O", apresentadas no parecer da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento,
em nome do PSOL.
17 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Coloca em votação e declara aprovadas as emendas de
"A" a "O", apresentadas no parecer da Comissão de Finanças,
Orçamento e Planejamento.
18 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA
Solicita verificação de votação.
19 - CARLÃO PIGNATARI
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de
verificação de votação, pelo sistema eletrônico.
20 - JANAINA PASCHOAL
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
21 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Explica o trâmite do PL 578/22, nesta sessão.
22 - MÁRCIA LULA LIA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PT.
23 - MILTON LEITE FILHO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.
24 - RICARDO MADALENA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.
25 - DIRCEU DALBEN
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do
Cidadania.
26 - BRUNO GANEM
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.
27 - MARCIO NAKASHIMA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PDT.
28 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSOL.
29 - ANALICE FERNANDES
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSDB.
30 - GILMACI SANTOS
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do
Republicanos.
31 - CORONEL TELHADA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.
32 - RICARDO MELLÃO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Novo.
33 - JORGE CARUSO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do MDB.
34 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Anuncia o resultado da verificação de votação, que confirma a
deliberação anterior. Coloca em votação e declara aprovadas as subemendas de I
a IX, apresentadas no parecer da Comissão de Finanças, Orçamento e
Planejamento. Coloca em votação e declara rejeitadas as demais emendas,
englobadamente, com parecer contrário da Comissão de Finanças, Orçamento e
Planejamento.
35 - MÁRCIA LULA LIA
Declara voto favorável às emendas e contrário ao PL 578/22,
em nome do PT.
36 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA
Declara voto favorável às emendas do PSOL e contrário ao PL
578/22.
37 - JANAINA PASCHOAL
Declara voto favorável às emendas 1154, 1155, 1156, 1157,
1325, 1326, e 1384.
38 - RICARDO MELLÃO
Declara voto favorável às emendas do Novo.
39 - GIL DINIZ
Declara voto favorável às emendas de sua autoria.
40 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Convoca reunião extraordinária da Comissão de Finanças,
Orçamento e Planejamento, a ser realizada hoje, dez minutos após o término
desta sessão.
41 - JANAINA PASCHOAL
Solicita a suspensão da sessão por cinco minutos, por acordo
de lideranças.
42 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Defere o pedido e suspende a sessão às 22h15min.
43 - CARLOS CEZAR
Assume a Presidência e reabre a sessão às 22h21min.
44 - BARROS MUNHOZ
Solicita a suspensão da sessão por dez minutos, por acordo de
lideranças.
45 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR
Defere o pedido e suspende a sessão às 22h22min.
46 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Assume a Presidência e reabre a sessão às 22h31min. Encerra a
sessão.
*
* *
-
Abre a sessão o Sr. Carlão Pignatari.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Ordem
do Dia.
*
* *
-
Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Discussão e
votação do Projeto de lei nº 578, de 2022, de autoria do Sr. Governador. Em
discussão. Para discutir...
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem,
presidente. Qual é esse projeto, presidente?
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Calma, é o que
você já se inscreveu para discutir.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Não, tudo bem,
presidente. Esse é o Orçamento, presidente?
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Isso.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - “Take it easy,
my friend, take it easy”. Para discutir contra, o deputado Gil Diniz. Não. Tem
algum a favor aí? Não? Contra, o deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, eu retiro
a inscrição do Orçamento. Eu quero discutir o PDL de Araraquara, o 41.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Ok. Para
discutir contra, o deputado Paulo Fiorilo. O senhor tem o tempo regimental de
15 minutos.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
aqueles que nos acompanham no plenário, na TV Alesp, esse é o projeto mais
importante que a Assembleia analisa e vota ao final da legislatura, ao final do
ano legislativo, para que o governador possa ter Orçamento para o próximo ano.
E esse ano a gente tem uma novidade, porque o PSDB não ganhou a reeleição.
Então teremos
um governo novo, um governo que não produziu a Peça Orçamentária e, portanto,
ele encaminhou para a Casa as modificações necessárias para o Orçamento do
ponto de vista dele, mas demorou. Depois do processo eleitoral, ele tinha um
tempo necessário para apresentar essas alterações para que a comissão pudesse
analisar, pudesse avaliar.
Agora a
primeira observação: o governador eleito só conseguiu mandar para a Casa a
proposta através do relator na vigésima terceira hora, o que, obviamente,
impossibilita um amplo debate. Mas se isso não é suficiente, deputada Valeria,
as propostas apresentadas estão muito aquém daquilo que foi dito.
Primeiro, porque
o governador eleito optou por não se debruçar no Orçamento para fazer as
alterações necessárias. Ele criou várias rubricas, mas com valores simbólicos
para poder dizer que é disso que o governador ou é isso que o governador vai
priorizar.
E para isso, em
alguns casos, deputada Bebel, ele retirou recursos, por exemplo, das
instituições de saúde do interior para fazer mutirão da saúde. Eu confesso que
eu tenho muita dúvida, em especial - e a senhora sabe porque atua no interior -
que as entidades institucionais do interior têm uma dificuldade muito grande,
em especial na saúde.
A gente tem
visto todas com pires na mão pedindo ajuda, pedindo emenda. Então é a primeira
observação que preocupa. Segundo, que também retirou o dinheiro de rubricas de
cidades que poderiam ser utilizadas para o dia a dia daquelas cidades que
necessitam de recursos.
Portanto, me
parece que a Peça proposta e aprovada com o voto contrário da bancada do PT
pelo deputado Enio Tatto é insuficiente. Insuficiente porque ela não traz os
elementos necessários, ou pior, o governador eleito teve dificuldade de indicar
suas prioridades mesmo gastando todo o tempo, todo o tempo.
Só tivemos
acesso à proposta do governador hoje, que foi para a comissão para ser
discutida, quando deveria ter sido apresentada com antecedência até para que a
gente pudesse dizer: “Governador, não tire dinheiro dessa rubrica”;
“Governador, não era melhor o senhor pensar, já que o senhor prometeu uma série
de coisas, em apresentar uma proposta mais sólida, mais robusta?”
Não. Não foi
isso que ele fez. Talvez porque ainda não conheça o Estado, talvez porque tenha
dificuldade em saber a diferença daquilo que, ao longo da campanha, ele
decorou.
Esse é um
grande problema, e esta Assembleia que virá na próxima legislatura... Deputado
Alex, eu não vou dar um aparte, porque o senhor vai ter oportunidade de
defender o governo do PL no momento oportuno, se o senhor for fazer. Se o
senhor não for fazer, não tem problema. Então a primeira questão é essa: a
demora para apresentar a proposta e as mudanças incipientes que foram feitas
faltando clareza nas indicações.
A bancada do PT
apresentou um voto, um voto com as prioridades, prioridades que foram
apresentadas na campanha, que foram discutidas e debatidas. Eu esperava que a
gente pudesse ter mais tempo para aprofundar esse debate, até porque nós não
estamos falando de um orçamento qualquer, nós estamos falando de um orçamento
de mais de 300 bilhões, em um estado que necessita de investimentos, em
especial, em áreas como desenvolvimento econômico regional, que o governador
Doria e depois o governador Rodrigo não conseguiram efetivar.
Os deputados
aqui que viajam, que conhecem o Estado, sabem do que eu estou falando. A gente
teve vários projetos apresentados pelo Doria que não saíram do papel, ou foram
apenas projetos para poder criar factoides.
Podia lembrar
aqui, o Vale do Futuro, nome bonito, deputado Enio, o senhor, que conhece a
região; deputada Márcia Lia, que viaja pelo Estado: Vale do Futuro, que futuro?
Porque ele não conseguiu mudar a cara do Vale do Ribeira. E para mudar a cara
do Vale do Ribeira, era preciso investir, por exemplo, em conectividade. Não
teve coragem de fazer esse debate.
Não teve, e
esse é um debate que nós vamos continuar cobrando do próximo governador, porque
conectividade no Vale do Ribeira é fundamental para atrair turista, para poder
melhorar a qualidade de vida das pessoas. Imagine, deputado Dalben, que também
é do interior, uma pessoa que não tem como acessar celular.
Aliás, eu vou
dar aqui um outro exemplo: nós temos lá quilombolas que não tinham energia
elétrica, e que precisam caminhar duas, três, horas a pé para chegar à sua
comunidade e não tinham energia.
A Elektro é
responsável, colocou placas, levou de helicóptero, o que facilitou a vida de
várias comunidades quilombolas. A deputada Monica Seixas esteve lá em Iporanga,
visitou quilombos, como outros deputados aqui o fizeram.
Se a
conectividade é um problema, a mobilidade é o outro problema. E a gente tem
visto esse governo atual gastar milhões em recape de rodovias, mas não investiu
recursos para fazer estradas, estradas em uma região em que é fundamental a
mobilidade.
Se a gente quer
levar turistas para a região, se a gente quer de fato um vale do futuro,
deveria ter investido em conectividade e mobilidade, deveria ter investido em
qualificação para poder avançar o turismo.
A única coisa
que o governo atual fez, e que infelizmente o governo que virá parece que vai
continuar na mesma linha, é propor a privatização do Petar, o que eu acho um
erro gravíssimo, até porque modelo de privatização tem outros, não esse que
esse governo está propondo, em que envolve a comunidade.
A gente tem
vários outros exemplos discutidos e debatidos em audiências públicas. O
deputado Giannazi participou desse debate, tem acompanhado, fez audiência
pública, o que possibilitou, inclusive, a gente trazer aqui experiências de
outros estados exitosas, em que envolveu aqueles que trabalham no Petar,
aqueles que vivem no Petar.
Infelizmente,
esse governo que termina o faz da forma mais melancólica possível. Se por um
lado tem muito recurso, por outro faltaram políticas públicas de verdade. Eu
falei do Vale do Futuro, mas a gente poderia lembrar, por exemplo, a história
do Pontal Vinte Trinta, que também continua no papel.
A única coisa
que o governador trouxe para cá foi aprovar o projeto para entregar títulos,
que ainda não começou, que ainda não tem, porque precisa fazer
georreferenciamento, e a estrutura do Estado está detonada. Detonada.
Aliás, o que o
governo Doria e o Rodrigo fizeram foi extinguir empresas que deveriam estar
existindo, como por exemplo CDHU, que agora vai ter que voltar a existir, porque
cometeram um equívoco ao extinguir. Não só há o caso da CDHU, mas outros.
Poderia citar outro exemplo de projetos que ficaram no papel.
Portanto,
infelizmente, eu volto a dizer aqui: o governador eleito, que já foi diplomado,
não teve a capacidade de mandar para esta Casa propostas que pudessem, de fato,
dar a linha do seu governo, dizer a que veio e o que quer. E ele pediu,
deputado Conte, tempo para isso. Pegou o deputado Olim, que é o relator, e foi
embrulhando, embrulhando, embrulhando até o último dia, até o último dia.
E pior,
deputado Conte Lopes, que eu tive a possibilidade e o prazer de ser vereador,
nós aqui fizemos um debate, e o senhor vai se recordar, sobre o aumento dos
salários do governador e secretários.
O senhor se
lembra disso. E um dos compromissos que o relator assumiu era de que faria a
mudança dos baixos salários. Infelizmente, deputado Conte, o relator não
conseguiu mexer nessa situação, que é deplorável, deplorável.
Nós temos
funcionários do Estado que ganham muito menos do que o salário mínimo, mas
muito, muito menos. Eu vou dar aqui alguns exemplos que eu acho que são
necessários para que as pessoas entendam do que nós estamos falando e a
cobrança que o PT vem fazendo, e outros partidos, para que se altere de fato
essa questão do salário dos servidores públicos.
Eu encaminhei,
inclusive, ao deputado Enio Tatto, que fez o debate, uma tabela com algumas
categorias, deputada Bebel, que conhece muito a questão da Educação, e eu vou
aqui rapidamente fazer referências a alguns casos específicos. A gente podia
falar, por exemplo, do auxiliar de apoio agropecuário.
Esse ainda tem
um salário de 1.031, mas eu vou dar um exemplo aqui do auxiliar de serviços
gerais, 560 reais o salário base, o salário base. É inadmissível que a gente
tenha profissionais ganhando 560 reais como salário.
Mas eu vou
mais, auxiliar de saúde, 326 reais. Como é que faz o salário chegar no mínimo?
Gratificação, mas não é salário. Nós precisamos de uma política salarial para
esses trabalhadores.
Foi isso que o PT
cobrou do relator. Infelizmente, infelizmente, e a gente faz essa crítica com
tristeza, o relator não colocou essa possibilidade de alterar o salário base de
cargos importantes. Vou dar outro exemplo, auxiliar de enfermagem, 400 reais.
A gente podia
falar de desinsetizador, 400 reais, agente de saneamento. Da área da Educação,
a gente tem casos específicos: oficial sociocultural, 608 reais. Nós estamos
falando de salários, deputado Castello Branco, inadmissíveis, inadmissíveis.
Esse debate é o
que deveria ser travado aqui durante as reuniões da Comissão de Finanças e
Orçamento, que não ocorreu, não ocorreu, porque o governador não enviou a
proposta dele com antecedência para que se pudesse debater. “Olha, retira
dinheiro daqui para poder fazer com que esses salários de fato possam ser
salários mínimos de verdade”, mas não isso aqui, que é uma vergonha, uma
vergonha.
Por isso, a
bancada do PT vai votar contra a proposta orçamentária. E vamos debater aqui,
na próxima legislatura, deputado Gil Diniz, que eu tenho certeza de que vai ser
um dos defensores do governo Tarcísio, mudanças, mudanças na política salarial
daqueles que ganham 300 reais.
É inadmissível,
inadmissível. Portanto, o nosso repúdio a essa política, ou melhor, à falta
dessa política que pudesse, de fato, melhorar o salário dos servidores
públicos. Infelizmente, é um caso de ser rejeitado o tempo todo.
O SR. GIL DINIZ - PL - O senhor me dá um aparte?
O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Desculpa, deputado Gil, mas meu
tempo vai terminar, o senhor vai ter tempo para se inscrever, falar. Não tem
problema.
Eu queria
terminar aqui, deputado Gil, dizendo que é inadmissível que a gente mantenha no
Estado, o estado mais rico da Federação, com o Orçamento de mais de 300 bilhões
de reais, salários tão baixos para os seus servidores.
Quem paga um
salário desse não merece ser chamado de governador. Portanto, nós vamos
continuar cobrando o governo Tarcísio, no próximo ano, porque daí, deputado
Conte, o Orçamento enviado para esta Casa será da lavra do governador.
Agora, ele teve
tempo, pediu tempo e não trouxe absolutamente nenhuma novidade que pudesse
impactar nos servidores do Estado ou mesmo nas suas políticas propostas durante
a campanha, o que nós vamos cobrar de forma muito dura e coerente com aquilo
que nós defendemos e que ele defendeu na campanha.
Portanto, ele
deve aqui responder, ao longo do próximo período, aquilo que prometeu e que
parece já de início que não vai cumprir.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem...
Para falar contra deputado Carlos
Giannazi.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
Professora.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Queria fazer uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Vamos deixar o
orador e, em seguida, a senhora fala. Depois tem outro orador ainda.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Eu acho que outras
vezes...
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - A comunicação que eu quero fazer vai um pouco na perspectiva
do que disse o deputado Paulo Fiorilo.
Veja bem, a
nossa bancada colocou como uma das emendas também o piso da enfermagem. É
verdade que muitos falam “ah, o piso salarial profissional da enfermagem”. É
uma necessidade, vamos combinar. Eu acredito que as categorias, hoje, têm que
ter um ponto de partida.
Ora, nós
aprovamos, eu não tive nenhum problema em fazer isso, o salário do governador,
que estabelece o teto do funcionalismo público. Eu não tenho problema porque é
algo que, se eu defendo o funcionalismo público, eu tenho que defender também o
teto. E o teto está de acordo com o salário do governador.
Ora, se tem um
teto, tem que ter um piso, um ponto de partida. O que nós não podemos continuar
é com isso que tem agora, quer dizer, você complementa o salário mínimo até
chegar ao mínimo. Quer dizer, isso é o absurdo do absurdo, deputada Márcia Lia.
Então acredito
que a nossa bancada, acertadamente, votará contra esse Orçamento, não porque a
gente vota contra, a gente deu mostras aqui de que não é esse o problema para
nós.
O problema para
nós é: vai, de fato, ter política de estado neste Estado ou nós estamos
caminhando a uma perspectiva, de novo, de desvalorização dos servidores
públicos, dos trabalhadores, enfim, de todos os serviços públicos?
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado,
Professora Bebel. Com a palavra, para falar contra, o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público aqui presente e telespectador da TV Assembleia, venho à tribuna no dia
de hoje, na noite de hoje, dia 20 de dezembro, para debater contrariamente ao
Projeto de lei 578, que orça as receitas do Estado e também as suas despesas
para o exercício de 2023.
Nós estamos
debatendo aqui o maior orçamento de toda a história do estado de São Paulo:
aproximadamente 317 bilhões de reais. Nunca o estado de São Paulo teve tanto
dinheiro como agora, neste momento histórico. Então isso é importante, é um
valor significativo.
* * *
- Assume a Presidência
o Sr. Alex de Madureira.
* * *
Agora, ao mesmo
tempo, por que eu estou aqui debatendo contrariamente? Porque, mais uma vez, o
Orçamento encaminhado pelo PSDB à Assembleia Legislativa, a peça orçamentária
que foi apresentada é antidemocrática, antipovo, antipopular, porque o povo não
está nessa peça orçamentária.
Os verdadeiros
interesses e as verdadeiras necessidades da população do estado de São Paulo
não estão representados, não foram acolhidos pelo Orçamento, apesar de todas as
emendas que nós apresentamos, mais de 20 mil emendas foram apresentadas a esse
Projeto de lei 578, e pouquíssimas emendas foram incorporadas, por orientação,
logicamente, como sempre, do próprio governo. Nem estou criticando o relator.
Eu sei que o governo controla a peça orçamentária, inclusive aqui dentro da
Assembleia Legislativa.
Aliás, controla
tudo na Assembleia Legislativa, controla a pauta de votação, controla as
comissões permanentes, controla as CPIs, tudo aqui é controlado. Só não pode
controlar a tribuna, a oposição fala, pelo menos. Por enquanto, nós temos essa
prerrogativa.
Mas, no
restante, não é à toa que a Assembleia Legislativa de São Paulo é conhecida
como o puxadinho do Palácio dos Bandeirantes. Há muitos anos é assim e isso foi
intensificado com os governos do PSDB, de Mário Covas até agora. A Assembleia
Legislativa é um departamento, é um cartório que apenas homologa as decisões do
Palácio dos Bandeirantes, da Casa Civil.
Todo mundo sabe
disso, é público e notório, enfim. Mas esse Orçamento, que vem para a
Assembleia Legislativa, ele é altamente controlado pelo governo. Para atender,
logicamente, os interesses do governo e dos grandes grupos econômicos do nosso
Estado. Então as emendas não foram incorporadas. Quase nenhuma emenda
significativa foi incorporada ao Orçamento.
Eu quero falar
da primeira emenda, a Emenda nº 1 ao Orçamento de 2023, ao PL 578, que foi uma
que eu encaminhei, uma emenda importante, a número 1. A número um não tem como a gente esquecer.
Foi uma emenda
construída coletivamente, junto com as aposentadas e pensionistas, que trata da
devolução dos recursos, do dinheiro roubado, assaltado pelo Doria e pelo
governo do PSDB.
Eu me refiro ao
confisco das aposentadorias e pensões. Foram dois anos de assalto, de confisco,
aos aposentados e pensionistas, que devem ter a devolução desse dinheiro.
E nós
apresentamos uma emenda, a Emenda nº 1, justamente prevendo os recursos
orçamentários para devolver o dinheiro roubado, assaltado dos aposentados e
pensionistas. Estranhamente, essa emenda não foi incorporada ao projeto que nós
estamos debatendo agora, e tantas outras.
Eu vou citar
outras emendas, de outras áreas importantes, estratégicas para a população como
um todo, e também para os servidores do estado de São Paulo. Eu me refiro aos
servidores porque, sem os servidores, as políticas públicas, e sobretudo as
políticas sociais, não são implantadas corretamente e com qualidade, para
atender à população na área da Educação, na área da Saúde do SUS, da Segurança
Pública, do Judiciário, da Assistência Social, das várias áreas.
Por isso é
importante que nós tenhamos um funcionalismo público valorizado, do ponto de
vista salarial, do ponto de vista funcional, do ponto de vista das condições
adequadas de trabalho.
Tudo isso é
fundamental para que as políticas públicas, que são garantidas e obrigatórias
pela Constituição Federal, para que os direitos fundamentais sejam garantidos
de fato, e ofertados com qualidade, com dignidade para toda a população.
Mas não é isso
que está acontecendo nessa peça orçamentária que nós estamos debatendo aqui. Eu
apresentei muitas emendas, em várias áreas. Na área que eu atuo, que é a
Educação, como professor, como diretor de escola, logicamente, apresentei
várias. Na área do funcionalismo, em várias outras áreas.
Agora, eu fico
chocado que, não só as minhas, mas a maioria dos deputados não foram
contemplados pelo relatório que foi apresentado. Agora tem um fato aqui, que um
dos maiores especialistas nessa área, hoje, na Assembleia Legislativa, é o
deputado Paulo Fiorilo, que é sobre a questão da desoneração fiscal.
O deputado
Fiorilo, inclusive, apresentou um projeto importante, que tramita na Assembleia
Legislativa, que tem todo o nosso apoio, que obriga os produtos que são
vendidos para a população do estado de São Paulo a terem, no seu rótulo, se têm
ou não a isenção fiscal do ICMS.
É um projeto
importante. Mas eu fico chocado que, ao mesmo tempo que esse projeto, esse
Orçamento não contempla as áreas sociais, não atende as necessidades da
população, ele canaliza aproximadamente 80 bilhões de reais para os grandes
grupos econômicos do nosso Estado.
É isso que a
Assembleia vai aprovar hoje: uma canalização, olha só, de 80 bilhões de reais,
para os grandes grupos econômicos do estado de São Paulo. Eu estava citando V.
Exa., deputado Paulo Fiorilo, que é um dos mais destacados deputados nessa
área, da denúncia que faz contra as isenções fiscais.
Vossa
Excelência tem feito estudos, promoveu seminários aqui, apresentou um projeto
de lei importante, que obriga as empresas a colocarem no rótulo a isenção
fiscal, para que a população saiba.
Enfim, mais 80
bilhões de isenção fiscal para os grandes grupos econômicos e arrocho salarial
para os servidores públicos, confisco de aposentadorias e pensões. E apenas
três milhões - o que está na Peça Orçamentária - para a Saúde dos nossos
servidores, para o Iamspe.
Olha só que
absurdo: o governo estadual abandonou, praticamente, o financiamento do Iamspe,
que está entregue à própria sorte. Quem está financiando hoje o Iamspe é o
servidor público, com o desconto que existe, no seu holerite, de 2% ou 3 por
cento. Fora isso, o governo lavou as mãos, investindo apenas - olha, está aqui
no projeto de lei - três milhões. Isso não representa nem 1% do orçamento total
do Iamspe hoje.
E o Iamspe, que
está sucateado, o Hospital do Servidor Público Estadual, os convênios, que
praticamente não existem, com as clínicas, com os hospitais regionais no
interior, com os laboratórios...
Nós debatemos
isso e denunciamos exaustivamente, aqui na Assembleia Legislativa, a falta de
financiamento do Iamspe. E o Iamspe não foi contemplado nessa Peça
Orçamentária.
Eu, por
exemplo, apresentei projetos reservando recursos para que o governo chame todos
os aprovados nos mais variados concursos públicos, os aprovados nos concursos
de várias categorias profissionais. Também não vi as emendas... Essa emenda não
foi incorporada ao projeto.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Carlão Pignatari.
* * *
E voltando um
pouco aqui, eu acho que a gente tem outras prioridades, acho que a gente nem
deveria estar ainda debatendo o Orçamento neste momento. Já fiz, na reunião de
líderes, um apelo para que nós, primeiro, pudéssemos votar os projetos dos
deputados e depois debater a Peça Orçamentária. Porque, se votar o Orçamento,
já era; não vai votar mais nada aqui nesta Casa. A gente sabe como que
funciona.
Então, nós
temos várias outras prioridades antes da votação desse projeto. Por exemplo, o
Projeto de lei Complementar no 38, de 2018. Nós temos que derrubar o
veto desse projeto, que trata da questão dos cirurgiões-dentistas. Nós
aprovamos o projeto aqui na Assembleia Legislativa, em 2018, projeto que veio
do Executivo.
Olha só: o
Executivo encaminhou o projeto, a Alesp aprovou. E depois, no ano seguinte, na
passagem de 2018 para 2019, o governo, a gestão Doria vetou o projeto. Olha só
que absurdo.
E a Alesp não
derrubou esse veto ainda. É uma questão moral, de honra; a Alesp não pode se
sujeitar a esse tipo de comportamento, de passividade. Então, eu faço aqui um
apelo, antes do encerramento do ano legislativo dessa legislatura, para que nós
possamos derrubar o veto do PLC 38/18, que integra a carreira dos
cirurgiões-dentistas do estado de São Paulo na carreira médica. É simples
assim; nós temos que valorizar os profissionais da Saúde.
Eu quero também
me associar aqui à aprovação do projeto de lei da Famema, o PL 53/22. É um
projeto importante. A Famema é uma faculdade de medicina importante no estado
de São Paulo, que tem um programa de ensino pioneiro, que tem repercussão,
inclusive, internacional. E a Famema atende a mais de 40 municípios da região
de Marília. Famema é a Faculdade de Marília. Deputado Neri conhece.
Sessenta e três
- eu errei no número. O deputado Neri me corrigiu aqui: 63 municípios são
beneficiados com a Famema. Agora, sem o quadro de pessoal, sem a contratação de
professores, a Famema vai morrer, vai desaparecer, deputado Neri. Exatamente.
Então, por isso que nós queremos aprovar esse projeto, ainda agora, em caráter
de extrema urgência.
Nós temos,
ainda, uma dívida com as PCDs, deputado Castello Branco, com as pessoas com
deficiência.
Existem aqui
dois projetos, mas um em especial, o PL 597, projeto
coletivo assinado por vários deputados, de vários partidos, que corrige uma
falha do projeto que foi aprovado aqui e que não resolveu a situação das PCDs,
que ainda são obrigadas a fazer o exame médico, a perícia médica no Instituto
Imesp, que não tem condições de atender as 40 mil PCDs do estado de São Paulo.
O projeto de lei versa sobre isso e resolve essa situação,
voltando à condição anterior: que as PCDs façam as perícias no Detran, que tem
as condições adequadas, que sempre fez essas perícias. É simples assim. Esse
projeto tem que ser votado ainda antes da votação do Orçamento.
São várias outras considerações que eu gostaria de levantar,
mas o meu tempo está se esgotando. No campo do Meio Ambiente, eu apresentei
emendas para a recriação dos institutos de pesquisa que foram extintos pelo
Doria no famigerado PL 592.
Todos se lembram aqui de que, em plena crise climática - São
Paulo com crise hídrica, São Paulo com tempestade de areia no interior, com
queimadas, com incêndios nas nossas florestas, sobretudo nas estaduais - o
Doria criminosamente extinguiu o Instituto Florestal, o Instituto Geológico e o
Instituto Botânico.
Três institutos da área ambiental foram sumariamente
extintos no estado de São Paulo, sem contar a Sucen, a Superintendência de
Combate às Endemias no estado de São Paulo. Isso foi um crime que aconteceu
contra o Meio Ambiente e contra a Saúde pública.
No auge da pandemia, o Doria extingue a Sucen,
Superintendência de Combate às Endemias no estado de São Paulo. Quem vai
combater agora a febre amarela no estado de São Paulo e a dengue, que voltou
com tudo em todo o Brasil?
Então eu apresentei emendas para todas essas áreas, na área
da Educação, na área da Segurança Pública, mas, enfim, não foram incorporadas.
É por isso que nós vamos votar contrariamente ao projeto da Lei Orçamentária.
E faço, para concluir, Sr. Presidente, um apelo: vamos votar
os projetos que eu citei aqui e os projetos dos deputados em primeiro lugar.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Para discutir contra, a
deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite a todos, boa noite a todas.
Hoje a gente deveria estar votando, com a devida deferência, o projeto que é o
mais importante do nosso trabalho, que é o Orçamento, que vai pautar a vida da
população do estado de São Paulo no próximo ano.
Hoje, eu não acordei nada bem, estou bastante adoentada, e
eu não acreditava que hoje a gente ia votar o Orçamento, porque às 11 horas da
manhã, que foi a notícia do primeiro trabalho da Casa, que era a entrega do
relatório - e eu esperava que, depois da entrega do relatório, a gente tivesse
um tempo para estudar -, eu recebi a notícia de que não houve a entrega do
relatório.
Se não houve a entrega do relatório, nem nos mais apressados
sonhos de férias que eu sei que moram no coração de vários colegas, eu
imaginava que eu iria ter que sair da cama para, às 9 horas da noite, votar um
relatório de um Orçamento que eu duvido que alguém tenha estudado até o final.
Esse é o primeiro marco.
Por mais que a gente esteja com medo - e tem muita gente me
procurando falando assim: “Deixa votar, porque eu quero votar projeto da minha
autoria, etc. e tal” -, por mais que a gente esteja com medo de não votar
projetos de deputados ainda este ano, eu acho que, se houvesse algum ensejo de
este Poder Legislativo ser um poder de verdade, a gente teria pautado o
calendário para votar, com o devido respeito e deferência, os projetos de
autoria dos deputados e, com o devido respeito e deferência, o investimento do
dinheiro público na vida da população do estado de São Paulo ano que vem.
Mas aqui a boiada passa, os ritos são ignorados, a pressa
atravessa, e pelos corredores parece que sou eu a errada de estar aqui, agora,
devidamente inscrita para falar um pouco com a população do estado de São Paulo
sobre o que vai ser feito com o Orçamento do ano que vem, e sozinha. Quase
sozinha, com alguns poucos colegas resistindo.
Um Orçamento maior, um Orçamento que vai pegar um governo que está
se iniciando. Um governo que começa complicado, inclusive, o que demonstra a
responsabilidade que deve assumir o Poder Legislativo ano que vem, de uma
pessoa que não é do estado, que demonstra pouca prática, ou vontade de não ter
articulação política com esta Casa.
Um Orçamento
que pega o estado fragilizado. As enchentes estão matando pessoas neste
momento. As filas para internação e cirurgias batem recorde. Bateu recorde a
evasão escolar, que chegou a 32 por cento. A Polícia Civil, diga-se a verdade,
já colapsou, na maioria das cidades.
Eu repito isso
toda vez que eu venho aqui. Toda vez que alguém ousa vir aqui defender Polícia,
Polícia, Polícia, eu tenho que lembrar que mal tem policial civil trabalhando
nos interiores, que a maior parte da população faz boletim de ocorrência e
nunca recebe a resposta. Sabe por quê? Não por incompetência dos servidores,
mas pela ausência de servidores para dar conta do trabalho.
E sabe qual é o
resultado do Orçamento que a gente vai votar aqui, às pressas, porque querem
votar projeto “x”, “y”, “z” e sair de férias ainda esta semana? Zero recursos
para vencer a fila de internações e cirurgias. Zero recursos para contratar
professores e vencer as dificuldades da Educação. Zero recursos para ampliar o
número de trabalhadores na Polícia Civil e dar conta do atendimento da
população.
O Orçamento que
está saindo desta Casa, que o relatório saiu agora há pouco, e que vai se votar
imediatamente agora, sem a participação, e por mais que esperneiem ali no
restaurante que o Kassab não atendeu, que fulano não atendeu, que as emendas
não atendidas, que não sei o quê, não sei o que lá, o Orçamento que vai sair
daqui este ano é um cheque em branco, de novo, para um novo governador fazer o
que quiser com o Estado, menos vencer os desafios da pobreza, da desigualdade
social, da miséria e do colapso de muitos setores do serviço público do estado
de São Paulo.
Ele está
investindo o mínimo necessário, protocolar, na maioria das pastas. Na Saúde, na
Educação, na Segurança Pública, entre elas. Eu aí eu tenho uma novidade, que
parece matemática básica.
Se a gente tem
dificuldades em todas as pastas, como a gente nunca viu antes, por conta da
pandemia, não é um Orçamento igual ao do ano passado que vai superar esses
desafios. É matemática básica. Se a gente tem 30% dos estudantes que se
evadiram da escola, e que provavelmente nunca mais vão voltar, precisa de um
programa novo, e mais Orçamento na Educação para recuperar esses jovens.
Se a gente tem
ausência de trabalhadores na Segurança Pública, não é com o mesmo recurso do
ano passado que a gente vai contratar mais gente para trabalhar na Segurança
Pública.
Se esta Casa
foi tomada por servidores públicos que esperavam um reajuste de salário, com o
falacioso aumento do teto, que deu esperança para muita gente que o aumento do
salário ia chegar para os mais diversos servidores, não é com o mesmo Orçamento
do ano passado que a gente vai dar aumento e valorização para os servidores
públicos.
E é isso que
está se entregando. Com toda a calma, tranquilidade, passividade. Está errada a
Monica, de estar ocupando o precioso tempo das pessoas aqui, tentando dizer que
é um absurdo.
É um absurdo
que o relatório tenha ficado pronto horas atrás, que uma discussão que teve
três votos diferentes, há 15 minutos atrás, já esteja aqui no plenário, que o
olhar de muitos dos deputados sobre o Orçamento, e a contribuição de muitos
deputados do Orçamento tenham sido ignorados.
Quando o
Tarcísio venceu a eleição e saiu de férias - e saiu de férias -, muitos
jornalistas me procuraram para perguntar: “qual a expectativa do PSOL para o
próximo governo?”. Eu falava: “eu acho que esse Orçamento promete, porque eu
acho que os parlamentares vão sentir a responsabilidade da debilidade do rei
posto”.
Estava todo
mundo aí discutindo os erros do Doria, a arrogância do Doria, “vamos desfazer
as coisas do Doria” etc. e tal, e ninguém tem muito compromisso com o Tarcísio,
e o Tarcísio demonstra que também não tem interesse de fazer compromisso com
ninguém, não. Porque eu escuto no restaurante vocês reclamando que ele não
atende, e que não atendeu.
Então, o que eu
esperava desta Casa? Que todo mundo se empenhasse aqui com a responsabilidade
que tem o Estado, de entregar o melhor Orçamento para a população do estado de
São Paulo. Foi isso que saiu daqui.
Eu errei e
agora vou pedir desculpas por uma fala pública minha. Eu errei feio. A minha
expectativa era de que a Assembleia Legislativa se impusesse sobre o Orçamento
nesta transição. Não! Deixou o Rodrigo Garcia dar de presente para o Tarcísio
um Orçamento que só tem recursos para obras, pontes, rodovias e asfalto, e as
pessoas a verem navios.
O nosso mandato
tinha indicado, solicitado e trabalhado para aumentar os recursos da Cultura,
tinha apontado a necessidade de investir na educação indígena, tinha apontado a
necessidade de investir em saneamento básico.
O estado mais
desenvolvido do país ainda não tem saneamento básico para todas as pessoas.
Enquanto eu falo sobre saneamento básico, tem gente olhando para a minha cara
com cara de deboche, mas quem está sem saneamento básico em casa não acha que
isso seja deboche.
O estado mais
desenvolvido do país não tem maternidade em todas as cidades e a gente indicava
vencer essa desigualdade, porque há mulheres que parem em ambulâncias no estado
de São Paulo, porque têm que viajar 60 quilômetros na hora de dar à luz.
Em uma
ambulância, sozinhas, porque às vezes os seus companheiros não estão próximos
quando elas entram em trabalho de parto e tampouco têm condições de viajar para
ir ao encontro da companheira na maternidade.
A gente
defendeu a agricultura familiar, a gente defendeu que se remontasse - porque o
Doria desmontou - o Sistema Paulista de Preservação Ambiental. Ele extinguiu
empresas públicas, desvalorizou servidores e, enquanto o Bolsonaro e o Salles
diziam que iam passar a boiada, aqui no estado de São Paulo passou, e a gente
teve, no ano passado, o recorde de 59% a mais de desmatamento da Mata
Atlântica.
A gente queria
investimento para os quilombolas, para os indígenas, para os caiçaras, porque
eles existem em centenas de territórios.
A gente apontou
que o estado de São Paulo está muito distante de combater a principal epidemia
dos nossos tempos. Eu conversava com vários colegas sobre o motivo que me
deixou, à tarde, fora desta Casa.
Eu, como
milhares de pessoas neste estado, sofro de adoecimento emocional, que, às
vezes, é limitante; às vezes, impede que a gente exerça as nossas tarefas, só
que as pessoas que não têm o dinheiro e o salário que eu tenho - e que amanhã
deve aumentar aqui nesta Casa - não conseguem tratamento no SUS, porque não tem
psicólogo, porque a fila por psiquiatra é enorme.
As pessoas
estão se suicidando, abandonando seus trabalhos, rompendo com suas famílias,
porque não têm acesso. Esse adoecimento não é novo, mas o tratamento está muito
distante e a gente indicou no Orçamento a necessidade de ampliar a rede de
tratamento à saúde mental no estado de São Paulo.
Eu não estou
reclamando de não ter tido os meus pedidos atendidos. Estou reclamando que a
gente está aqui há quatro anos rodando pelo estado, a gente está há quatro anos
entendendo as dificuldades do que o Doria vai deixar para trás.
A gente está
aqui conversando pelos corredores nos últimos meses da “merda” que fizeram
aqueles que baixaram a cabeça e não analisaram os projetos do Doria, mas que
disseram “sim” de olhos tapados, na esperança de que ele pudesse governar
sozinho.
O Poder
Legislativo existe para que a gente não tenha reis. O Poder Legislativo existe
para que a democracia se faça presente nos diferentes olhares desses 94 corpos
que aqui votam todas as noites, mas, mais uma vez, para minha decepção e
tristeza, não só as minhas emendas e minhas ideias para o Orçamento não foram
atendidas, mas, tenho certeza, ouvindo a
insatisfação geral no restaurante, de que as de quase ninguém foram.
Aí não é sobre
poder ou capital político, é sobre o acúmulo desses anos rodando pelo estado
que vocês abrem mão - abrem mão! - de melhorar, ajudar ou contribuir. Eu peço
desculpas às pessoas que leram na minha fala aos jornais uma certa esperança de
que finalmente este seria, de fato, um Poder Legislativo.
Retiro a minha
fala e preciso dizer que, de novo, a Assembleia Legislativa despachou, porque
eu acho que, por mais que o Tarcísio não esteja disposto às articulações
políticas, a contemplar os desejos de um ou de outro, agora, no momento, se
impõe aqui a necessidade de ainda ter a esperança de voltar a mandar recursos
de obras na sua cidade, porque eu acho que é isso que dá voto.
É preciso
lembrar também nas conversas que a gente teve hoje que o Orçamento secreto
começou no estado de São Paulo, né? Verdade seja dita. Estava conversando com o
Zé e ele lembrou de uma matéria da “Folha” bastante simbólica. Eu fui procurar
a matéria - final de 2019, início de 2020, 2021.
O Doria
destinava mais emendas para deputados federais ou pessoas qualquer da
articulação política direto - procure na “Folha”, chamava de emendas
extraorçamentárias - maiores do que qualquer emenda impositiva que vocês têm
aqui ou que a gente possa ter aqui.
Deputados
federais que destinavam 14, 15, 20 milhões de recursos para obras na sua
cidade. E eu acho que esse poder de fazer obra na cidade e a esperança que a
gente tem de ver obra nesse rico Orçamento de pontes chegar na sua cidade se
impõe sobre a debilidade ou até a ausência ou falta de vontade de articulação
política que a gente vê do novo governo.
O novo governo
federal passou um perrengue tentando articular lá a emenda da PEC do Bolsa
Família para garantir as promessas que fez durante a campanha. O Tarcísio não
passou perrengue nenhum aqui, tampouco quis qualquer coisa eu acho e tampouco
houve resistência. Vai passando a boiada mais uma vez num cheque em branco e
morre aqui antes de nascer o ensejo da Assembleia Legislativa contribuir com o
estado de São Paulo.
Levantei da
minha cama mesmo sabendo que ia perder de novo, que os colegas me odeiam,
porque na lista dos deputados eu tenho uma ou outra dificuldade que ninguém
quer ouvir ninguém falar a essa altura, que a maioria preferia que o projeto
passasse sem esse constrangimento de ter que ouvir os colegas e etc.
Mas é que eu me
recuso ter sido reeleita para mais um mandato e não fazer jus de fazer o mínimo
que um legislador pode fazer, que é fiscalizar o Poder Executivo. E não é
possível fiscalizar um Poder Executivo cujo Orçamento abre rubrica de dez
reais, que significa que ele vai poder remanejar outros 17% - no caso do Doria
chegou até 21% - de investimento para essas rubricas abertas da forma que ele
quiser.
O recado dado
nesse Orçamento é: “Eu vou investir o que eu quiser, aonde eu quiser, na hora
que eu quiser”, e a Assembleia Legislativa disse amém.
Sinto muito,
esse Orçamento não vai vencer as dificuldades do estado de São Paulo, mas
entrega para o Tarcísio uma ferramenta que ele ganhou de presente do Rodrigo
Garcia com aval desta Casa para tocar o governo da maneira que ele quiser.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado,
deputada Monica. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em
votação o projeto, salvo emendas e subemendas. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados...
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Que estiverem
de acordo conservem-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Pela ordem. Para
encaminhar.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Nós temos mais
três votações. Pode encaminhar sem problema nenhum. Nós temos a votação das
emendas; o senhor pode encaminhar sem nenhum problema. É bem tranquilo isso.
Nós não aprovamos o projeto ainda. Em
votação as emendas de “A” a “O” apresentadas pelo parecer da Comissão de
Finanças e Orçamento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem
de... Agora é a hora de encaminhar.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para indicar o deputado Enio Tatto para encaminhar pela bancada do
PT.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É regimental,
para encaminhar pela bancada do PT.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Encaminhar pela
Minoria depois.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste,
agradecer a minha líder, deputada Márcia Lia, por me indicar para encaminhar o
projeto que eu sempre falo que é o projeto mais importante, a lei mais
importante que a gente discute e vota aqui na Assembleia Legislativa entre
tantos que são importantes, que é o Orçamento do estado de São Paulo.
Um Orçamento
que este ano chegou a 317 bilhões; é muito dinheiro. E este ano de 2022, que
estavam projetados 280 bilhões, a informação que a gente tem até hoje é que
foram arrecadados, deputada Bebel, doze bilhões a mais.
E a informação
que a gente tem também, e o governador do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia,
coloca a todo momento, é que o estado de São Paulo, deputado Barba, tem mais de
40 bilhões em caixa. E não dá para acreditar que a gente encontra um orçamento
tão problemático como esse. Não tem uma visão sequer na área social.
Eu, nas
audiências públicas que a Comissão de Finanças e Orçamento fez em todo o estado
de São Paulo, foram trinta, eu sempre colocava, não dá para admitir que um
estado tão rico, com tanto dinheiro em caixa, com uma arrecadação de mais de 12
bilhões em 2022, a gente não tenha meio por cento do orçamento para assistência
social.
Qualquer
entidade, qualquer prefeitura, qualquer igreja, que for fazer um cadastro na
Secretaria da Assistência Social para receber um lote de cestas básicas, vai
demorar de oito meses a um ano para receber o primeiro lote.
Se fizer um
cadastro na assistência social para receber um lote de duzentos litros de
leite, vai demorar de oito meses a um ano para receber o primeiro lote, e com
tanto dinheiro em caixa.
Se você sair
daqui e for a um pronto-socorro, a uma UBS, você não vai encontrar remédio de
primeira necessidade, de uso contínuo. Você não encontra dipirona, e você tem
mais de 40 bilhões em caixa.
Estou falando
isso porque nós cobramos isso do secretário da Fazenda, o atual Felipe Salto.
Eles não conseguiram explicar, porque não dá para explicar. Não dá para
entender que em um estado igual a São Paulo a Secretaria da Cultura tenha
apenas 0,39% do Orçamento, e a molecada, os jovens e os idosos, que precisam
tanto de cultura - que cultura é bom para a alma e para a mente das pessoas -
não tem programas na periferia de São Paulo, nos grandes municípios e no
interior de São Paulo.
Apenas 0,39%
nessa pasta. Secretaria da Agricultura, com tanto problema de falta de
alimentação, com tanto problema de inflação, o estado de São Paulo, tem apenas
0,41% para aplicar na agricultura.
Nós rodamos o
estado de São Paulo, e a gente ouvia - o deputado Dalben sabe muito bem,
deputado Gilmaci, que presidiu a Comissão - os agricultores, os pequenos
produtores, da agricultura familiar, os acampados, “Olha, a gente planta, a
gente cuida, a gente colhe e a gente não tem estradas para escoar a produção. A
produção apodrece, e a população passando fome. Então esse tipo de coisa não
está corrigida nesse Orçamento. Não dá para entender.
Na área do
funcionalismo público, quanta reclamação no estado de São Paulo, na questão do
salário, mas principalmente sobre o Iamspe. A gente verifica como está o
Hospital do Servidor Público, os hospitais credenciados, as Santas Casas, em
todo o estado de São Paulo, quantas regiões que não têm um hospital regional,
têm apenas uma Santa Casa?
E as Santas
Casas se descredenciando, por quê? Porque não tem o reajuste do Iamspe, e eles
não conseguem prestar o serviço. Isso em todas as regiões do estado de São
Paulo, e você com mais de 40 bilhões em caixa, com mais de 12 bilhões
arrecadados acima daquilo que estava previsto.
Então não dá
para entender: um estado rico e uma população com tantos problemas, como é o
estado de São Paulo. Não dá para entender por que mais de 21 mil emendas foram
apresentadas e não foram acatadas.
Um governo que
ficou 30 anos, que está saindo, e um governo que está chegando agora que não
teve relação, não teve interlocução com a Assembleia Legislativa.
Conversaram e
acertaram o aumento do pedágio, para não deixar o problema para o Tarcísio.
Reajustaram, e eu fiquei sabendo agora, em 12% o pedágio no estado de São
Paulo. É uma dinheirama que entra.
Acabei de ler
agora que o IPVA também, uma média de dez por cento de aumento, ou seja, mais
dinheiro entrando no cofre. E a gente não vê no Orçamento o dinheiro sendo
distribuído, principalmente para aqueles que mais precisam.
Se você andar
em toda a periferia e no estado de São Paulo você pode, deputada Bebel,
presidente da Apeoesp, em qualquer escola estadual você vai ver a situação
degradável que estão as escolas, com infiltração, com vazamento, com problema
elétrico, e tanto dinheiro em caixa.
Então a gente
não consegue entender por que que não corrigem esses problemas que a população
olha assim e fala... Que o governador fala que tem dinheiro em caixa, e
problemas emergenciais que a população precisa não conseguem ser corrigidos. E
nesse Orçamento a gente verifica que não é acrescentado nada, não é corrigido
nada.
Algumas Secretarias
que perdem espaço, por exemplo a Secretaria da Saúde, primordial, um problema
de pandemia que voltou, as pessoas estão morrendo de Covid ainda, e tira
dinheiro da Saúde, falta remédio.
Você vai em
qualquer local você vai ver as filas, quantas cirurgias que estão atrasadas, e
com dinheiro em caixa. Então não dá para a gente entender esse governo. E
esperávamos que fosse corrigido esse Orçamento, porque dava tempo de corrigir.
Dá uma
olhadinha no que está acontecendo no governo federal, o governo Lula, governo
de transição. Estão discutindo com a sociedade, imprensa cobrindo, os deputados
federais, senadores interagindo, polemizando que precisa corrigir o Orçamento
Federal, porque falta dinheiro. E aqui no estado de São Paulo a gente não viu
nada, não tem uma discussão.
Mesmo os
partidos que apoiaram o Tarcísio, os deputados aqui, os parlamentares não
tiveram interlocução. Eu nunca ouvi falar que teve uma bancada aqui que se
reuniu com o novo governador para discutir Orçamento. Nada, não aconteceu nada.
Falaram um
pouco do confisco, que nós corrigimos, que nós fizemos uma lei aqui para acabar
com o confisco, uma lei aprovada por todos os deputados, de autoria conjunta,
mas nós também nos comprometemos.
E o deputado
Barros colocou hoje na reunião da Comissão de Finanças, que também nós nos
comprometemos em devolver o dinheiro que foi tirado do salário deles desde
2020. E até agora não teve essa iniciativa.
Então o que que
está acontecendo? Um grande acordo do governador atual, Rodrigo Garcia, o
governador que ganhou, que vai assumir dia 1º, que deu uma ajeitada no
Orçamento para arrecadar mais, por exemplo a cobrança do pedágio, cobrança do
IPVA, eles se acertaram, mas não colocaram dinheiro no Orçamento para atender
quem mais precisa no estado de São Paulo.
Então, é impossível
a gente votar favorável a esse relatório, que pese a boa vontade do deputado
Olim. Mas esse relatório que o deputado Olim apresentou na Comissão de
Finanças, que foi aprovado com dois votos divergentes, o meu, que nós
apresentamos um voto separado da bancada do Partido dos Trabalhadores, e do
Caio França, do PSB, é um relatório tímido, um relatório que não atende às
necessidades da população.
Mas nem para
corrigir um mínimo possível. Não dá para votar favorável. Nós fizemos um
relatório corrigindo, deputada Márcia Lia, sob sua liderança e do deputado Dr.
Jorge, corrigindo em todas as áreas.
E tem dinheiro
para isso, tanto na área da Educação, gastar aquilo que precisa ser gasto, que
está na lei, na área da Saúde, na área do Meio Ambiente, na área social,
corrigindo a questão da cultura, do esporte, que é um absurdo o que se gasta
aqui no estado de São Paulo, na questão do Iamspe, para atender o funcionalismo
público.
Mas nada disso
foi acatado, poucas emendas, e a gente percebe que mais uma vez o Orçamento,
não foi o relator, não foi a base, mas sim veio lá do Palácio do governo. Eles
que fizeram para ser votado aqui no dia de hoje.
* * *
- Assume a
Presidência a Sra. Carla Morando.
* * *
Então, por isso
a bancada do Partido dos Trabalhadores vai votar contrário e votar
"sim", favorável ao voto em separado que a gente apresentou na
Comissão de Finanças e Orçamento.
Era isso, Sr.
Presidente.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Pela ordem,
presidente.
Gostaria de declarar voto contrário da
bancada do PSOL ao projeto.
A SRA. PRESIDENTE - CARLA MORANDO - PSDB - Ok.
É regimental, voto contrário da bancada do PSOL.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Quero
encaminhar pela liderança da Minoria.
A
SRA. PRESIDENTE - CARLA MORANDO - PSDB - É regimental.
Tem o seu tempo.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidenta, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, quero informar que vou dividir o tempo com a deputada
Professora Bebel. Vou encaminhar uma parte do tempo e, em seguida, passarei a
palavra aqui, na tribuna, para a deputada Professora Bebel.
Sra.
Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, eu venho a esta tribuna para falar
do Orçamento, Projeto de lei 578, de 2022, que versa sobre o Orçamento para o
exercício de 2023. Como já falou o deputado que me antecedeu, deputado Enio,
que é membro da comissão, são mais de 317 bilhões.
Nós estamos
falando de nada menos do que o segundo maior orçamento do Brasil. Primeiro
orçamento é o da União, o segundo orçamento do Brasil é o orçamento do estado
de São Paulo, um estado rico, um estado que tem recursos e a cada ano aumenta a
arrecadação, mas, infelizmente, nós temos muitas mazelas ainda no estado que
nós temos que suportar. Nós temos que cuidar, nós temos que ver a população
reivindicando, nós temos que ir, cada um à sua base, onde tem muitas demandas
sociais.
E a gente vê
aqui todo ano sempre a mesma situação. São 28 anos de governo do PSDB. Todo ano
- eu estou aqui no meu primeiro mandato, mas todos os deputados falam - tem
corte nas áreas sociais, na Habitação, na Educação, na Saúde, na
Infraestrutura. Só não tem corte naquilo que é do interesse dos governadores e
dos seus.
Agora nós
teremos outro governo. Depois de 28 anos de PSDB, a gente vai ter outro
governo, mas ninguém sabe o que virá. Porque, como também foi falado aqui, a
gente viu o orçamento por um período muito curto, o governador eleito ficou de
mandar uma mensagem e a proposta do que ele gostaria de fazer, a discussão
aqui, para a gente entrar na discussão, mas foi aprovado hoje o relatório com
voto contrário nosso, evidentemente, e, em seguida, já estava aqui no plenário.
Sequer tivemos,
Professora Bebel, tempo para apreciar, mas o que a gente sabe da peça original
que foi encaminhada pelo governo atual é que os cortes permanecerão, as
dificuldades, as mazelas do estado vão continuar.
Pegue a
situação da infraestrutura na CPTM. Nós temos duas linhas novas que todos os
dias têm problemas. Passou para a Mobilidade, que eu prefiro chamar de
imobilidade. Está lá. Inclusive o Ministério Público quer que devolvam para o
estado, porque quem não dá conta não tem porque ter concessão, se não quer
administrar bem as coisas.
A linha
11-Coral e a linha 12-Safira todos os dias na televisão a gente vê os problemas
que a gente enfrenta. E as estações sucateadas e todo esse abandono do Estado.
Se olhar a peça orçamentária proposta, que é o PL 578, da mesma forma, a gente
não vê nenhuma melhora significativa.
Ou seja, está
vindo um novo governo com práticas velhas, está vindo um novo governo que a
gente não sabe, e nós vamos ter que enfrentar isso para discutir os projetos
que vierem aqui. Desde já, é importante saber, nós não vamos deixar de
obstruir, de fazer o debate, de fazer o embate, porque não é possível que a
gente tenha um governo que não conhece o estado, que não sabe dos problemas que
existem no nosso estado e não trata a Assembleia com o devido respeito.
Nós vamos ter
que discutir esse assunto e é por isso que a gente vai se preparar. Cada
deputado e cada deputada vai ter que se desdobrar. Nós, da oposição, somados o
PT, o PSOL, o PCdoB e outros partidos que, certamente, farão oposição a esse
governo. Nós não vamos deixar essa situação, porque vem um forasteiro para São
Paulo, ganha a eleição, não conhece absolutamente nada.
E ainda, ao
invés de mandar um Orçamento para a gente discutir, e a gente ter condições de
debater, e fazer proposta, e apresentar emendas, como apresentamos, e algumas
delas serem acatadas, aquelas mais importantes, e julgo que todas são importantes,
mas eu digo, não dá para entrar todas, mas algumas são importantíssimas, isso,
o governador não fez.
Quem lidera
aqui na Casa também não fez. Não sei se não tinha autorização do governo para
negociar, para conversar, para ouvir a oposição. Mas o certo é que nós vamos
encerrar o ano aprovando o Orçamento.
E um Orçamento
gordo, com recurso de 40 bilhões em caixa. E o governo que sai ainda diz, se
vangloriando: “Estamos entregando um Estado enxuto. Uma maravilha de Estado,
nós estamos entregando, porque tem dinheiro para tudo”.
Mas não tinha
dinheiro para Santa Casa. Não tinha dinheiro para a Educação. Não tinha
dinheiro para bancar o confisco, que ficou, e ainda tivemos que brigar por
isso. É por essas razões que vamos votar contrários ao PL 578, de 2022.
Devolvo o
restante do tempo à minha querida deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sra. Presidente. Vai trocar a mesa?
* * *
- Assume
a Presidência o Sr. Carlão Pignatari
* * *
Então, Sr.
Presidente. Eu divido esse tempo com o deputado Jorge, até pela importância do
tema. Eu acredito, como todos dizem, tudo vira carta de intenções se o
Orçamento não prever, não fizer previsão, ou não estiver claro como vai
concretizar tudo o que é dito que vai ser feito. Por isso é importante.
Aqui, tomando
um pouco do conhecimento que a nossa equipe técnica fez, com relação ao voto em
separado que apresentaremos, vejam bem. Haverá uma renúncia fiscal, da receita
do ICMS e IPVA, na casa de 86,5 bilhões.
Só a Educação,
nesse bolo, está perdendo 23,8 bilhões. E a Saúde, 9,5 bilhões. E a renúncia de
receitas, na verdade, representa 27,5% do total do Orçamento de 2023. É
lamentável, de fato. É lamentável que a gente assista, de novo, sempre a mesma
cena.
Sempre a mesma
coisa: votar no afogadilho, alguma coisa que é dos nossos sonhos. Oxalá se nós
tivéssemos a oportunidade de ter um orçamento participativo, daqueles mesmos
que já foram implantados em governos do Partido dos Trabalhadores. Por exemplo,
no Rio Grande do Sul. Por exemplo, em Belo Horizonte. Onde a gente pôde retirar
da população o que era prioritário e o que deixava de ser prioritário.
Aqui não: o
prioritário é o olhar do governador, e da forma como entende. Eu até acho que o
governador foi eleito para governar. Eu não retiro essa premissa. Mas não é
para governar de forma autoritária. É para governar ouvindo a população. Eu
acho que aqueles debates, que a gente ouviu os debates, e aquela coisa toda,
foi um show. Não é disso que a gente vive.
A gente quer
viver de realidade. Eu lamento muito que, em pleno fechar das luzes, estamos
acabando, praticamente, o ano, a gente não tenha aprofundado toda a discussão
necessária para a gente avançar. Mas creio que a força das ruas, naquilo que
diz respeito a devolver os dois anos de confisco de aposentados e pensionistas,
vai virar realidade.
Como esta Casa,
por articulação nossa, da bancada do Partido dos Trabalhadores, conseguiu
acabar com o confisco de aposentados e pensionistas. Ou nós entendemos que a
Casa tem força ou nós vamos ficar falando sozinhos pelo corredor.
Eu quero dizer
que parte desta Casa tem compromisso, sim, com demonstrar as melhores
propostas. Eu não me incluo entre aqueles ou aquelas que não têm compromisso
com a população paulista. Se algumas vezes a gente divide o tempo, é porque a
gente entende, às vezes, que o tempo pode ser mais bem utilizado do que ficar
preenchendo com coisas que talvez não convençam muito.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado,
deputada Professora Bebel. Pela ordem, deputado Ricardo Mellão.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Para encaminhar pela
bancada do Novo.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É regimental.
Para encaminhar, por 10 minutos, pela bancada do Novo.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, público que nos assiste aqui pela TV
Assembleia e parte da imprensa, que nos cobre hoje aqui também.
Mais uma vez,
estamos diante da discussão mais importante do ano. Infelizmente... Eu sonho
com o dia em que, numa discussão como essa, eu vou olhar para a nossa galeria
ali e vou vê-la cheia.
Cheia de
cidadãos, cheia de pessoas que trabalham, acordam cedo, pagam seus impostos e
que estarão ali acompanhando essa discussão, já que é o dinheiro que elas
geram. E elas precisam saber para onde está indo. Elas precisam ter
participação nessa decisão; elas precisam ter poder de voz nessa discussão.
Nós vemos, no
parlamento inglês, o quanto a discussão orçamentária é pautada na imprensa, o
quanto há uma participação da população, um entendimento. Aqui, infelizmente,
eu diria que, se fizer uma pesquisa, seguramente menos de 1% da população -
muito menos, aliás - sabe que está sendo discutido o Orçamento do nosso estado,
o maior estado do país, um Orçamento de 314 bilhões de reais aqui nesta Casa.
E eu não
poderia deixar de comentar a respeito desse Orçamento. Fui, por um bom tempo,
da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento; depois fui tirado de lá.
Mas, enfim, são coisas da política.
Mas eu queria
comentar um pouco sobre esse Orçamento. Eu entendo que neste último ano de uma
gestão que infelizmente ficou marcada por aumentar impostos durante o período
pandêmico... E teve uma arrecadação recorde, e o próprio governo, depois, se
gabava de ter essa arrecadação, de ter excesso de investimentos.
Um governo que,
no penúltimo ano, gastou bilhões de reais com publicidade, justamente para
poder aumentar a média do gasto com publicidade que poderia gastar em ano
eleitoral, que é uma média dos três anos.
Um governo que
aumentou alíquota de ICMS nos itens básicos, essenciais. Foram pegos vários
insumos da Saúde, prejudicou setores como o de veículos, setores como o do
agro. Enquanto isso, as pessoas sofrendo, impedidas de trabalhar durante uma
pandemia, tendo suas rendas caindo, sofrendo.
Nós tivemos um
governo que se gabava de estar batendo recordes de arrecadação. E aí entendo
que a gente perdeu uma oportunidade, neste ano, como perdemos também no ano
passado, de fazer um gesto para o pagador de impostos.
Se nós estamos
tendo recorde de arrecadação, por que não dar a ele um gesto - eu digo gesto,
não é ficar entregando obra aqui e ali, para dizer “olha, fui eu que fiz”. Você
pega o dinheiro do pagador de impostos, gasta o dinheiro como você acha melhor,
nem faz uma análise se aquilo era mais necessário ou não, você vai para onde é
mais vistoso; se gaba de estar entregando algo, com o dinheiro que ele gerou,
com o suor do trabalho dele. E paga de benfeitor.
Por que nós não
fizemos um gesto aqui, e o governo não fez, e não fez de novo, por exemplo, na
questão do IPVA? Nós tivemos aí um aumento inflacionário terrível em todos os
setores, mas que atingiu especialmente também o setor de automóveis. Nós
estamos falando aí de milhões e milhões e dezenas de milhões de veículos,
incluindo carros, motocicletas, caminhões, carretas, que pagam IPVA.
No ano passado
nós tivemos aumento. É uma coisa atípica. Faltou veículo novo no mercado, por
uma série de fatores, faltaram insumos, faltaram chips. Não se fabricam carros
novos e, consequentemente, os carros usados subiram de preço, porque faltaram
carros novos, a lei da oferta e demanda do mercado, e aí, obviamente, isso se
refletiu no IPVA.
Então, você
tinha o seu veículo, seu veículo teve um ano a mais de uso. Todos os anos você
costumava ver o IPVA diminuir, porque o seu veículo se desvaloriza, você está usando
o bem, ele está se deteriorando. De repente, um ano o seu veículo sobe de preço
22,5%, e você nem tem condições de vender e comprar um novo, que está
caríssimo. Ou seja, você não teve nenhum ganho com isso.
Agora, isso vai
para o IPVA. O seu IPVA será mil reais, você costumava pagar menos por veículo.
Você paga 4%, então, se o seu veículo, teoricamente, diminuir de preço, vai
diminuir o IPVA que você paga, porque é um percentual do valor do seu veículo,
de acordo com a tabela Fipe do mês de setembro do ano. Teve um aumento de
22,5%, então, se você pagava mil reais, você pagou mais 225 reais de IPVA, o
que nunca aconteceu.
Enquanto isso,
um governo que se gabava aí de ter dezenas de bilhões de reais para fazer
investimentos, um governo rico, às custas de uma população que estava ficando
pobre, que estava perdendo renda.
E este ano não
foi muito diferente. Este ano teve um aumento também nos veículos. Motocicletas subiram 14%,
automóveis subiram cerca de nove por cento. Foi menos, sim, do que o ano passado,
graças a Deus, mas teve uma outra valorização.
Então, você vê, valorizou uma
vez, e valoriza de novo. E você tem aqui um Orçamento, com cerca de 38 bilhões,
se eu não me engano, para fazer investimentos, e um gesto - até apresentei uma
emenda que não foi contemplada - de: “olha, não queremos faturar em cima da sua
desgraça, pagador de impostos”.
“Então, nós vamos segurar, vamos
pelo menos congelar com o valor do ano passado”. Olha que bacana. O governo
está com margem. “Vamos fazer um gesto para você, pagador de impostos. Você
está precisando, esse dinheiro é importante para você.
Você tem gastos para fazer na sua
casa, com a sua família, coisas essenciais e necessárias. Por que você precisa
dar esse dinheiro para o governo, para depois chegar lá para alguém decidir
como vai gastar esse dinheiro para você mesmo? Qual é o sentido?”.
Quem é o melhor decisor da sua
vida do que é melhor para você do que você mesmo? Mas, infelizmente, não é o
entendimento do governo. E aí a gente acaba vendo algumas surpresas
lamentáveis.
E eu falo daqui, tá, gente? Eu
não vou falar só de governo. A gente tem um complemento de 200 milhões de reais
para esta Casa, para a Assembleia Legislativa. Duzentos milhões de reais a
mais.
Uma Assembleia que devolve
orçamento todos os anos, muito em virtude das economias que são feitas, que eu,
sinceramente, contribuo bastante. Uso cinco, seis assessores, no máximo tive
oito durante o meu mandato. Não uso carro. Não gastei um real, não fiz um
pedido de real de reembolso. Tem deputado que gastou mais de um milhão. Eu
gastei zero até agora, e vou gastar zero até o final do meu mandato.
Tudo bem que é exagero, eu
reconheço. Você tem despesas de mandato, mas eu queria chocar mesmo. Eu queria
dar esse exemplo para mostrar: “olha, se alguém falar que precisa gastar um
milhão, eu gastei zero, e sobrevivi, estou aqui, não morri”.
Então, infelizmente, nós estamos
aumentando, por quê? Porque, ao invés de fazer um gesto para o pagador de
impostos de: “olha, vamos congelar o seu IPVA, porque nós não queremos ter um
ganho em cima da sua desgraça”.
Porque a inflação também, gente,
não deixa de ser um problema do país, não deixa de ser um problema de péssimas
decisões políticas, econômicas, que nós temos no país, que a população sofre.
Só que, diferente da população, o
governo ganha com isso. Porque o governo arrecada. A inflação ele quer receber.
Os reajustes de salários querem receber o valor que a inflação comeu. E a
população, vai receber isso no seu desconto de IPVA?
Alguém teve dó
em relação a isso? No ano passado, ainda deram um desconto de nove por cento.
Este ano, mantiveram o desconto anterior de três por cento. Não tiveram
consideração com o pagador de impostos, com o cidadão que está sofrendo.
Aumentaram as
emendas impositivas dos deputados, ou seja, mais dinheiro para poder destinar o
dinheiro da população para aquilo que as pessoas entendem que é o melhor para a
população, porque talvez o cidadão... Não sei se tem pessoas que entendem que o
cidadão não sabe o que é melhor para ele.
E também vai
pegar essa parte do dinheiro do IPVA e, infelizmente, teremos alguns dissabores
que ainda estão por vir, por serem votados nesta Casa e que hoje foram votados
em Brasília.
A gente viu o
trator que passou em Brasília: presidente, vice-presidente, procurador-geral,
ministro do Tribunal de Contas, deputado federal, todo mundo vai passar a
ganhar, de uma forma escalonada, mas vai chegar a 46 mil reais de salário. Teve
todo o reajuste. “Ah, foi inflação.” E o povo, teve o reajuste no seu salário
pela inflação? Pensaram na inflação na hora de cobrar o IPVA a mais?
O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para concluir, deputado.
O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Então, precisamos mudar,
presidente, essa situação. Eu fiz a minha parte aqui. Infelizmente, é uma luta
que se inicia e que espero que não acabe depois que eu sair daqui.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Em votação.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Pela ordem.
Para indicar o deputado Carlos Giannazi para encaminhar pela bancada do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É regimental.
Para encaminhar pela bancada do PSOL, o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, de
volta à tribuna para continuar debatendo aqui agora o processo das emendas
apresentadas ao Orçamento, ao PL 578, de 2022.
Eu continuo,
primeiro, manifestando o nosso apoio a todas as emendas que foram apresentadas.
Todas elas são importantes e refletem os verdadeiros interesses da população do
estado de São Paulo, dos 45 milhões de habitantes. Nós apresentamos muitas
emendas. Eu apresentei centenas de emendas a esse projeto, ao Orçamento, porque
ouvimos os vários segmentos da sociedade.
Eu tenho aqui.
Eu falei da número 1, que foi a que eu apresentei, que devolve os valores
confiscados dos aposentados e pensionistas, mas eu queria dar visibilidade para
um documento que foi entregue a todos os deputados e deputadas pela Frente
Paulista em Defesa do Serviço Público, que congrega mais de 80 entidades
representativas do funcionalismo público estadual.
Essa frente,
que é coordenada... Inclusive, este documento é assinado pelo José Gozze e pelo
Lineu Neves, ela traz algumas prioridades desse movimento.
A Emenda nº 1,
que foi essa que apresentei, da devolução dos valores confiscados; a Emenda nº
4, que trata da questão do cumprimento da data-base dos servidores estaduais; a
Emenda nº 45, que trata de investimento para o Iamspe; a Emenda nº 46, que
também fala de ampliação dos convênios do Iamspe com clínicas do interior.
Essas emendas
aparecem bastante, porque os servidores que moram no interior paulista, na
Baixada Santista e na Grande São Paulo estão praticamente abandonados. Quase
não temos clínicas, hospitais regionais ou Santas Casas atendendo os nossos
servidores.
Então, eles são
obrigados a viajar para São Paulo, para a Capital, atrás de uma consulta no
Hospital do Servidor Público Estadual. É por isso que esse tema aparece
bastante. E com razão.
A Emenda nº 74,
a chamada dos aprovados da São Paulo Previdência; Emenda nº 18.638, que trata
do aumento do vale-refeição. O vale-refeição, hoje, do servidor público em
geral, chega em torno de 12 reais. Não dá para comprar nem mais...
A gente dizia
que era o “vale-coxinha”, deputado Castello Branco. Hoje, nem dá para comprar
uma coxinha com 12 reais. Esse é o valor que tem que ser alterado
imediatamente. Por isso que a Frente Paulista traz essa exigência da aprovação
da Emenda nº 18.368. Tem mais aqui: a Emenda 18.990, que trata também - olhe só
- dos recursos do Tesouro para o Iamspe.
O Iamspe tem
que ser financiado também pelo governo estadual. Emenda nº 19.068: devolução do
confisco dos aposentados e pensionistas. Emenda nº 18.983: recursos para o
Hospital do Servidor Público Estadual. Emenda nº 19.053: reajuste salarial do
piso salarial profissional nacional. Isso é importante, aliás, de todos os
pisos.
Nós temos o
piso da Enfermagem, que foi aprovado recentemente, que tem que ser pago, embora
esteja em debate no Supremo Tribunal Federal. Nós temos o piso nacional do
Magistério Público, que não é cumprido no estado de São Paulo. O estado de São
Paulo buscou uma alternativa para pagar usando, na verdade, um bônus, uma
bonificação que não pode, que é proibida pela lei federal.
Enfim, essas
são algumas das principais emendas apresentadas pela Frente Paulista em Defesa
dos Serviços Públicos do Estado de São Paulo. Então quero parabenizar a Frente
pela mobilização que fez, as reuniões que fez aqui na Assembleia Legislativa
com o relator do projeto - foi o Delegado Olim -, que recebeu a Frente aqui,
ouviu, mas, infelizmente, me parece...
As emendas
podem ainda ser aprovadas aqui. Nós não entramos ainda no processo de votação,
mas nós podemos ainda incorporar todas essas emendas ao projeto, apesar do
relatório não ter incorporado.
E faço um apelo
ainda, antes de terminar a minha intervenção, para que nós possamos ainda na
data de hoje aprovar a derrubada do veto do PLC 38/18, que eu já citei na minha
primeira intervenção, que trata da questão da carreira dos cirurgiões
dentistas, para que ela seja incorporada à carreira médica.
Uma antiga
reivindicação e uma valorização também da saúde odontológica do estado de São
Paulo, porque esses cirurgiões dentistas trabalham no SUS, no Sistema Único de
Saúde do nosso Estado. Eles são fundamentais para que a população tenha o
mínimo de acesso ao atendimento odontológico.
Também faço um
apelo para que nós possamos votar ainda hoje o PL 597 aqui dos PCDs, que foram
golpeados pelo governo estadual lá naquele PL 592 e até hoje a gente não
conseguiu resolver essa situação de uma forma minimamente que garanta a
dignidade aos PCDs.
Então esse
projeto é muito simples, porque na sua essência ele diz que as perícias médicas
devem ser feitas - olhe só - pelos profissionais da Medicina de Trânsito ou
aqueles que estão já no Detran ou mesmo no SUS, no Sistema Único de Saúde.
Simples assim, deputadas e deputados. Nós podemos votar esse projeto ainda
hoje.
E, enfim, o da
Famema também, da Faculdade de Medicina de Marília; é um projeto importante.
Estava falando agora com o deputado Neri, que conhece bastante. Ele é da região
de Garça, que é ao lado de Marília, e ele até me corrigiu aqui.
Eu falei em 35
municípios. Ele falou: “Não, a Famema atende a população de 63 municípios do
estado de São Paulo na área do atendimento à saúde pública, do SUS, e atende
com qualidade”.
Toda essa
população está sendo penalizada por conta da não aprovação desse projeto. Eu me
refiro aqui ao PLC 53/22. Então é muito importante antes de votar o projeto
aqui da Lei Orçamentária. Repito, que é um projeto que não atende as
verdadeiras necessidades e os interesses da população.
O projeto
deixou de fora também as emendas importantes para a Unesp que nós apresentamos,
para a USP, para a Universidade de São Paulo, para a Unicamp, para o Centro
Paula Souza. Elas não foram incorporadas.
Nós precisamos
de mais investimento nas nossas universidades públicas, na pesquisa, na
ciência, no ensino. Apresentamos emendas na área da Cultura. É uma vergonha que
o estado mais rico do Brasil não investe nem um por cento do seu Orçamento na
área da Cultura. Isso é inadmissível.
O Orçamento na
assistência social, que é extremamente baixo, enfim. Por tudo isso é que nós
estamos votando contra esse orçamento, mas ainda há tempo de fazer a correção,
votando nas emendas que nós apresentamos, muitas das quais eu citei agora aqui.
Então fica o
nosso apelo, Sr. Presidente, para que a Assembleia Legislativa possa dar a sua
contribuição, não sendo apenas um puxadinho do Palácio dos Bandeirantes.
Estive falando
com o deputado Neri sobre os pedágios. Quero lembrar, para encerrar, que nós
tivemos um aumento da farra dos pedágios no estado de São Paulo. Enquanto o
Governo canaliza mais de 86 bilhões de reais para os grandes grupos econômicos,
ele aumentou os pedágios, agora, na segunda-feira, em 12%, olha que absurdo.
E está
implantando mais praças de pedágios, naquele projeto ainda do Doria, que
começou lá na cidade de Piracicaba e vai até Panorama. Olha que absurdo, mais
de 1.600 quilômetros de pedágios.
O Tarcísio,
governador, disse que vai intensificar ainda mais essa farra dos pedágios, vai
fazer mais concessões. Olha só, vai privatizar a Sabesp, já anunciou isso, é um
absurdo. Mas aí é outra luta, que nós vamos travar no ano que vem.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado. Em
votação as emendas de “A” a “O”, apresentadas no parecer da Comissão de
Finanças e Orçamento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de
acordo queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Pela ordem.
Verificação de votação.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É
regimental. Verificação de votação. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder
à verificação de votação pelo sistema eletrônico.
A partir deste momento, estamos fazendo
soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação
que se realizará.
*
* *
- Verificação de votação pelo sistema
eletrônico.
*
* *
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - PARA QUESTÃO DE
ORDEM - Questão de Ordem, presidente. A votação agora já não é mais no texto
inicial, é sobre as emendas feitas pelo relator. É isso?
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Isso, pelo
relator. Isso.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Isso, as que foram
acatadas.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - E aí a
próxima votação...
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Das demais,
englobadamente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Das
subemendas dos cinco mil e poucas emendas de deputados que foram acatadas no
relatório.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Então desculpa,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Essa agora é
a do relator, é o relatório da Comissão de Finanças.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - É o relatório.
Obrigada.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar a Bancada do Partido dos Trabalhadores em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Partido dos
Trabalhadores em obstrução.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, Sr.
Presidente. O União Brasil em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - União Brasil
em obstrução. Deputado Ricardo Madalena.
O
SR. RICARDO MADALENA - PL - PL em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PL em
obstrução.
O
SR. DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Sr. Presidente,
Cidadania em obstrução
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Cidadania em
obstrução.
O
SR. BRUNO GANEM - PODE - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputado Bruno Ganem.
O
SR. BRUNO GANEM - PODE - Para colocar o Podemos
em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Podemos em
obstrução.
O
SR. BRUNO GANEM - PODE - Obrigado.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputado Marcio Nakashima.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Para colocar o PDT em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PDT em
obstrução.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputada Monica.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - PSOL em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PSOL em
obstrução.
Tendo transcorridos os quatros minutos,
o sistema eletrônico ficará aberto para que as Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados votem "sim". "não" ou registrem “abstenção” nos
terminais dispostos em suas mesas.
A
SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputada Analice Fernandes.
A
SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Registrar
obstrução do PSDB.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PSDB em
obstrução.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não, deputado
Gilmaci.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obstrução do
Republicanos.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obstrução do
Republicanos.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sr.
Presidente. Por gentileza, colocar o Progressistas em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - O deputado
Coronel Telhada coloca o Progressistas em obstrução.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputado Ricardo Mellão.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Novo em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Partido Novo em
obstrução.
Estão abertos os microfones para que
votem "sim", "não" ou “abstenção”.
O
SR. JORGE CARUSO - MDB - Manifestar obstrução
do MDB.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obstrução do
MDB.
*
* *
- Verificação de votação pelo sistema
eletrônico.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Mais algum
deputado gostaria de registrar o seu voto? Passamos à alteração de voto. Algum
deputado gostaria de alterar o seu voto de “não” para “sim” ou de “sim” para
“não”? Passamos a proclamar o resultado: 51 deputados votantes, 41 “sim”, 9
“não”, mais este presidente, quórum que aprova as emendas de “A” a “O”,
apresentadas no parecer da Comissão de Finanças.
Em votação as Emendas de 1 a 9,
apresentadas no parecer da Comissão de Finanças e Orçamento. Os Srs. Deputados
e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram.
(Pausa.) Aprovadas.
Em votação as demais emendas
englobadamente, com parecer contrário da Comissão de Finanças e Orçamento. Os
Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem contrários permaneçam como se
encontram. (Pausa.) Rejeitadas.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para declarar o nosso voto favorável a essas emendas e declarar
voto contrário ao Projeto 578 pela bancada do Partido dos Trabalhadores. Eu vou
apresentar voto em separado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Um voto em
separado da bancada do PT e um voto contrário... Ela falou um voto...
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Contrário ao
projeto, um voto em separado da bancada do PT e voto favorável às emendas do PT.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Isso. Deputada
Monica.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Declarar voto
favorável às emendas do PSOL, declarar voto contrário ao relatório, declarar
voto contrário ao projeto.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Registrada a
manifestação da deputada Monica Seixas. Deputada Janaina.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Presidente, declarar
voto favorável às Emendas 1.154, 1.155, 1.156, 1.157, 1.325, 1.326 e 1.384.
Obrigada, Excelência.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É regimental.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Pela ordem,
presidente. Para declarar voto favorável às emendas apresentadas pelo Partido
Novo.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Declarar voto
favorável às emendas do Partido Novo.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem,
presidente. Declarar voto favorável às emendas que eu apresentei ao Orçamento
de 2023.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - O deputado Gil
Diniz vota favorável às suas emendas.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos
termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 45,
inciso V, ambos do Regimento Interno, convoco reunião extraordinária da
Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, dez minutos
após o término da presente sessão, com a finalidade de apreciar a redação final
do Projeto de lei nº 578, de 2022, de autoria do Sr. Governador.
Pede uma suspensão por cinco minutos,
só para a gente...
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pela
ordem, presidente. Para solicitar a suspensão dos trabalhos por cinco minutos,
Excelência.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É regimental,
deputada Janaina. Suspensão dos trabalhos por cinco minutos.
Está suspensa a sessão, por cinco
minutos.
*
* *
- Suspensa às 22 horas e 15 minutos, a
sessão é reaberta às 22 horas e 21 minutos, sob a Presidência do Sr. Carlos
Cezar.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Reaberta a
sessão.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem pela
ordem.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Solicitar a suspensão
da sessão por mais cinco minutos.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem,
deputado Barros Munhoz. Dez minutos ou cinco?
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Dez minutos.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Está suspensa a
sessão por 10 minutos, havendo acordo de lideranças.
*
* *
- Suspensa às 22 horas e 22 minutos, a sessão é reaberta às 22 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. Carlão Pignatari.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Reaberta a
sessão. Gostaria de informar... Um momentinho só, deputadas e deputados. Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, por favor.
Vamos fazer o seguinte. Amanhã eu estou
aqui às 14 horas. Chegam os deputados
que têm problemas. Nós vamos fazer o resto que nós vamos pautar, e ponto. Nós
não temos outra maneira de fazer mais.
Chamamos uma extra. Se precisar chamar
uma segunda extra, chamamos uma segunda extra, e vamos tocando a nossa vida. Tá
bom?
A sessão será às quatro e meia, mas às
duas horas quem tiver problemas com projetos de lei... Tá bom?
Então, está encerrada a sessão. Não
havendo nada mais a tratar, está...
Quer
falar alguma coisa, deputada Janaina?
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Não, presidente. Hoje tem Congresso?
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Só a redação
final do Orçamento.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Tá bom. Hoje, né?
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Hoje. Tem que
assinar. O pessoal da Comissão de Finanças, nós precisamos assinar a redação
final, para deixar pronto o projeto.
Não havendo mais a tratar, está
levantada a presente sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 22 horas e 33 minutos.
*
* *
- É inserido texto não lido em
plenário.
*
* *
Declaração de voto contrário ao Projeto de lei nº 578, de 2022, que dispõe sobre a Lei Orçamentária para o Exercício
de 2023.
O
projeto de Lei Nº 578 / 2022, enviado
pelo Exmo. Sr. Governador do Estado, orça a Receita e fixa a Despesa da
Administração Direta e Indireta do Estado de São Paulo para o ano de 2022, num
montante de R$ 317.408.397.614,00 (trezentos e dezessete
bilhões, quatrocentos e oito milhões, trezentos e noventa e sete mil e
seiscentos e quatorze reais).
O projeto de Lei chegou nesta casa em 30 de setembro e
recebeu emendas até 7 de novembro. No dia 25 de novembro foi nomeado relator o
deputado Delegado Olim. Em pauta pelo período regimental, o projeto
recebeu 21.332 emendas, que foi a segunda maior quantidade de emendas desde o
projeto do orçamento para 2011.
Frente a proposta orçamentária de 2022, Projeto de Lei Nº 663, DE
2021, houve uma redução de
19,85% ou foram apresentadas 5.282 emendas a menor que o ano anterior.
O
relator Delegado Olim, só fez remanejamento e não ampliou recursos.
O relator alocou
recursos para o aumento das emendas impositivas e fez uma série de
remanejamento, retirando R$ 1 bilhão das estradas vicinais para Recuperação
e Duplicação de rodovias.
Em outro remanejamento ampliou em 650
milhões para a Nova Tamoios- contornos e para isto retira de subscrições de
ações metrô em R$ 360 milhões, repasse de recursos do FUNAC em R$ 90 milhões, e
cidadania no campo- rotas rurais em
200 milhões, que na prática também está vinculado as vicinais.
Ainda remanejou R$
3,8 milhões para publicidade institucional a pedido do atual governo e retirou
de gerenciamento administrativo e de infraestrutura. Não se alocou um centavo para o Iamspe.
Como avanço
destaco recursos para as audiências públicas especialmente para Saúde e
segurança pública. Ainda colocou R$ 2 milhões para conciliadores e mediadores. Ainda
destaco que se ampliou recursos de r$ 1 milhão para centro de
iniciação esporte social, formação e excelência esportiva e r$ 2 milhões na cultura para o
proav com o valor de r$ 500 mil, oficinas culturais r$ 1 milhão e implantação
de fábricas de cultura 4.0 em R$ 500 mil.
Devo destacar que
até 19 de dezembro o governo paulista havia arrecadado quase R$ 12 bilhões a
mais que o previsto. A
proposta de orçamento de 2023 aponta que a renúncia de receita com ICMS e IPVA
para 2023 chega a quase R$ 86,5 bilhões e a educação perde R$ 23,8 bilhões e a
saúde R$ 9,5 bilhões. O valor da renúncia de receita representa 27,5% do
total do orçamento 2023.
A renúncia de
receita é R$ 30,2 bilhões a mais de tudo
que se projeta gastar em 2023 com a educação,
de R$ 50,6 bilhões a mais com a saúde, quase R$ 52 bilhões a mais do que
com a Segurança Pública e R$ 56 bilhões a mais que o que será desembolsado com a secretaria de desenvolvimento
econômico, que tem as universidades paulistas.
Até 29 de novembro
de 2022, no
Iamspe, a despesa com recursos do tesouro já havia chegado de R$ 1,83 bilhão e
superava a previsão em 10% ou 167 milhões e os recursos do tesouro estadual
eram de apenas R$ 75 milhões.
A
diferença entre os recursos dos servidores públicos e do Tesouro é de R$ 1,76
bilhão. Esta política continua, que gera cidades e regiões inteiras onde os
servidores não tem atendimento. E para 2023 enquanto os servidores colocam R$
1,97 bilhão no IAMSPE, o governo paulista disponibiliza apenas R$ 3,1 milhões
ou 0,16% do total gasto.
1-) A
LDO 2023 previa crescimento do PIB de 1,3% e da inflação (IPCA) de 3,8%. Ao comparar as informações da LDO para 2023 com as
do orçamento de 2023 e consta-se que o valor o crescimento da receita pulou de
R$ 4,6 bilhões (+1,64%) para R$ 30,6 bilhões (+10,67).
As receitas primárias, basicamente de
impostos, cresceriam apenas 1,64% ou R$ 4,6 bilhões. De abril para setembro,
chegada do orçamento ao poder Legislativo, as receitas e despesas crescem
10,67% ou R$ 30,6 bilhões. O remanejamento cresceu, devido a mudanças da LDO
2021 e podem chegara 52% ou R$ 165 bilhões.
2-) O
governo Rodrigo Garcia corta recursos de outros poderes, especialmente a Tribunal
de Contas (-R$ 50 milhões), Ministério Público (-R$ 80 milhões) e Assembleia
Legislativa (-R$ 135 milhões).
3-) No Poder Executivo, perdem
participação a Administração Geral do Estado (-R$ 4,11
bilhões), Agricultura (-R$ 10,7 milhões), Cultura (-R$ 16 milhões),
infraestrutura e meio ambiente (-R$ 190 milhões), Desenvolvimento Econômico, Ciência e
Tecnologia (-R$ 215 milhões) , Justiça (-R$ 54 milhões), e turismo (-R$ 53 milhões) e com isto crescem menos que
o crescimento do orçamento do estado (10,67%).
4-) A educação cresceu 12,5% e aumenta sua participação
no “bolo do orçamento” em R$ 2,5 bilhões , Desenvolvimento Social (R$ 185 milhões),
Transportes Metropolitanos (R$ 2,27 bilhão), Esporte e Lazer ( R$ 2,1 milhões),
Administração Penitenciária (R$ 416 milhões),
Segurança Pública (R$ 1,26 bilhão), Tribunal de Justiça (R$ 547 milhões) e Desenvolvimento Regional
(R$ 146 milhões)
5-) O aumento dos investimentos das empresas do governo do Estado em R$ 2,9
bilhões (+28%) em valores nominais, já em valores corrigidos é de R$ 2,5
bilhões. Aponto aumento real dos Investimentos das principais Empresas Estatais
frente a 2022, tais como o Metrô em R$ 1,6 bilhão (54%), em R$ 518 milhões CDHU
(40%), SABESP R$ 525 milhões (12%), EMTU em R$ 142 milhões (94%)
Já a
com diminuição de recursos no valor de entre as principais empresas estatais.
EMAE CAIU em R$ -92 milhões ou -32%, Prodesp -R$ 14,2 milhões ou -14,2% e
Agência de fomento teve acréscimo de em -R$ 198 milhões (-14%).
6-) Por ação apontamos queda de investimento nas
seguintes ações das empresas não dependentes. Na agência de fomento apontamos queda de R$
229 milhões ou -41% para desembolso
para micro e pequenas empresas, financiamento de municípios paulistas em R$ 281
milhões ou 37,8%.
Corte
de provisão de lotes urbanizados de R$
135 milhões ou -57%, regularização
fundiária de conjuntos habitacionais de R$ 1,25 milhões ou -2,4%, reassentamento habitacional em R$ 29 milhões
ou 9%, melhorias habitacionais e urbanas de R$ 12,2 milhões ou -46%, linha 1- azul -
recapacitação e modernização de R$ 17
milhões ou -26%, linha 19-celeste - Anhangabaú-Bosque Maia de R$
67 milhões ou -56%, portas de plataforma
nas estações das linhas 1, 2 e 3 de R$ 42
milhões ou -25%, gestão do
Poupatempo em R4 35 milhões ou 60% e Corredor metropolitano noroeste da região
metropolitana de campinas- implantação de R$ 3,5 milhões ou -29%.
7-) Analisando apenas os investimentos estaduais das
Secretarias observamos um incremento geral de 92,5% ou R$ 10,48 bilhões para
2022 em relação a 2021.O governo Doria aposta no crescimento em valores
corrigidos de obras e compra de equipamentos permanentes para algumas
secretarias, como Transportes R$ 3,2
milhões (92%), Segurança Pública R$ 655 milhões (118%), Saúde R$ 217 milhões
(20%), Habitação sem CDHU R$ 72 milhões (14%), Desenvolvimento Regional R$ 1,19 bilhão (R$ 212%), Educação ( R$ 29,7 milhões ou 3,8%),
Transportes Metropolitanos R$ 792milhões
(92%), Cultura -R$ 55,5 milhões
(63%), Secretaria de Agricultura R$ 178 milhões (242%), turismo (+R$ 45
milhões ou +8,6%) justiça e da defesa da cidadania (R$ 74 milhões ou 620%), Desenvolvimento Social
R$ 53 milhões (R$ 103%), Secretaria de Esporte e Lazer R$
87 milhões (231%), Secretaria de ciência e tecnologia e desenvolvimento
econômico (R$ 1,15 bilhão ou 273%),
Administração Penitenciária -R$ 223 milhões (403%),meio ambiente e
infraestrutura (R$ 1,06 milhões ou 124,9%) e direitos pessoa com deficiência (+
R$ 1,17 milhão ou 23%).
Os órgãos que terão redução de recursos para
investimentos, como ministério público (-R$ 7,48 milhões ou -8%), tribunal de
contas (–R$ 810 mil ou 23,9%) e secretaria do governo (-R$ 26,5 milhões ou
-19,4%)
8-) Os
investimentos em obras e material permanente, segundo a LOA de 2023 apresenta
um crescimento real de 7%. Os
investimentos já definidos para as regiões administrativos caem R$ 809 milhões
ou 3% e onze regiões apresentam queda. Destacamos que em valor real a grande São Paulo cresceu 7,62% ou R$ 1,2
bilhão, São José dos Campos em 27% ou R$ 154 milhões e Santos em R$ 300 milhões
ou 31%.As maiores quedas se encontram nas regiões de Itapeva em 67%,Central
60%, Marilia 59,7%, Bauru 59,13%, Franca
56,2% e Araçatuba em 53%.
9-) No
gasto constitucional com a saúde o governo deixa de aplicar R$ 114 milhões e
aplicará apenas 11,92%, e não os 12%. E na secretaria da saúde os cortes se
concentram na redução do coordenadoria de defesa e saúde
animal de R$ 16,7 milhões ou -23%, fundação para o remédio popular Chopin
Tavares de .Lima-FURP em R$ 76 milhões ou 28,8%, fundação Oncocentro de São
Paulo com queda no investimentos de R$ 826 mil com queda de 8%, hospital
clinicas faculdade medicina de Marilia – HCFAMEMA (-R$ 2,7 milhões ou -1,3%).
Por
ação os cortes são expressivos para apoio a atenção básica municipal (-12,9% ou R$
26,8 milhões), controle de doenças transmitido por vetores (dengue, entre
outros) com redução de R$
21,9 milhões ou -100%, para reformas e instalações
emergenciais de unidades de saúde (-68 ou –R$ 77 milhões), imunização da
população humana ( R$ 11,3 milhões ou 86%), assistência médica, hospitalar e
ambulatorial nos hospitais da USP (R$ 61,5 milhões ou 9%), suporte à
operacionalização da gestão dos hospitais em parceria público privada em R4 161
milhões ou 36,5%, fabricação e distribuição de medicamentos, ( -R$ 77,8 milhões ou 29,5%) e apoio a recomeço :
programa estadual de enfrentamento ao crack-saúde ( -R$ 5,67 milhões ou 32%).
10-)
Na Segurança Pública, , a queda de recursos para
instalações da polícia civil em R$ 53 milhões ou 32%, delegacia da
mulher 24HS em R$ 912 mil ou 3,7%, seleção formação capacitação aperfeiçoamento
polícias civis em R$ 38 milhões ou 39%,
construção/readequação de instalações físicas (corpo de bombeiro) em R$
4,1 milhões ou 100%, obras instalação unidades polícia técnico-cientifica em R$
68 milhões ou 74%, implantação de câmeras operacionais portáteis para o efetivo
da polícia militarem R$ 89 milhões ou 100%, olho digital em R$ 6,2 milhões ou
74%, aparelhamento e modernização contínua dos equipamentos da polícia militar
em R$ 15,7 milhões ou 3,5%, operações integradas da polícia /CICC -centro
integrado de comando e controle em R4 6,6 milhões ou 58%, implantação de batalhões de ações especiais
-BAEPS em R$ 7,2 milhões ou 100%, construção do centro de operações da polícia
militar – COPOM em R4 18 milhões ou 58%.
1-1)
Na Educação, destacamos a redução de recursos na orçamento e finanças corte de R$ 1,35 bilhão
(-11%), e coordenadoria de informação e tecnologia (-R$ 192 milhões ou 31%). E
se prevê cortar em R$ 6 milhões ou 4,9% para construção de creches,
contribuição do Estado para Educação Básica - Fundeb em R$ 1,364 bilhão ou 13%,
para provisão de recursos para atividades pedagógicas, provisão de material didático em R$ 8,2 milhões
ou -35,7%, seleção, promoção, progressão
e evolução dos profissionais/servidores da educação em R$ 37,5% ou 83%,
operação da rede de ensino básico em R$ 367 ou 20,7% e INOVA - implementação de recursos
tecnológicos e oferta de material escolar em R$ 302 milhões ou 67%.
11-) Na secretaria
desenvolvimento econômico, ciência, tecnologia. Inovação redução No Paula Souza
de R$ 69 milhões ou 9,5% desenvolvimento e educação profissional tecnológica,
desenvolvimento ensino médio-centro Paula Souza em R$ 134 milhões ou 31,5%.
Na áreas de
desenvolvimento há cortes para apoio tecnológico às micro, pequenas e médias
empresas R$ 4,6 milhões ou 56%, assistência e apoio ao investidor em R4 2,16
milhões ou 7%, fomento à geração e ao
crescimento de startups nos ambientes de inovação em R$ 1,8 milhão ou 43% e
formulação do plano de desenvolvimento econômico e fomento de polos de desenvolvimento
em R$ 6,6 milhões ou 82%.
12-) Universidades: Nas
universidades, há redução para políticas permanência e formação estudantil em
R$ 224 milhões ou 47,6% e extensão universidade difusão cultura serviço e
comunidade (R$ 100 milhões ou 27,8%. Na FAPESP, divulgação e difusão dos
resultados de pesquisa R$ 22,5 milhões ou 40% e infraestrutura de pesquisa em
R$ 84 milhões ou 35,4%. E falta R$ 981milhões para alcançar os 9,57% para as universidades.
13-) Na área do trabalho,
programa de qualificação profissional – PQP (-10,8% ou –R$ 1,47 milhão),
NOVOTEC - qualificação profissional para estudantes do ensino médio da rede
estadual (R$ 5,9 ou 2,2%).
14-) No gasto constitucional com educação se
constata a não aplicação de R$ 9,5 bilhões para 2023. Vale ressaltar que de
2007 e 2020, o valor não aplicado em educação é de R$ 111,9 bilhões.
De 2018 a 2020, deixaram de ser aplicados R$ 25
bilhões dos recursos constitucionais destinados à Educação. Para 2022 e 2023,
se prevê que deixarão de ser aplicados R$ 10,5 bilhões. O governo paulista não
cumpre a Constituição, que fixa o mínimo de 30% da receita de impostos a ser
aplicado obrigatoriamente em Educação.
15-)
Na Secretaria de Transportes Metropolitanos várias linhas da CPTM sofrerão cortes como a
linha 8 - diamante da CPTM (-R$ 101 milhões ou -86% ), modernização da linha 7 - rubi da CPTM em R$
77 milhões ou 92%, modernização da linha 11 - CORAL da CPTM em R$ 268 milhões
ou 77%, modernização da linha 12 - SAFIRA DA CPTM em R$ 61 milhões ou 51%,
extensão da linha 9 - Esmeralda até varginha em R$ 61 milhões ou 36%, operação
da estrada de ferro Campos do Jordão em R$ 2,27 milhões ou 13,6% e apoio a PPP
do VLT da Baixada Santista (-R$ 2 milhões ou -3,7% ) e PPP para implantação do
trem inter cidades – TIC em R$ 50,4 ou 50,2%. Ainda destaco, redução de R$ 473
milhões ou -13% na CPTM, e de R$ 3,3 milhão ou – 18% estrada de ferro Campos do
Jordão.
16-)
Na secretaria de Logística e Transporte chamamos atenção para a queda na Companhia docas
de São Sebastião com redução de R$ 4 milhões (-8,5%) e de R$ 332 milhões no
DER. Por ação destaco: redução nos recursos gestão administrativa e operacional
da DERSA desenvolvimento rodoviário S/A em R$ 24 milhões ou 100%, operação do
porto de São Sebastião R4 4,1 milhões ou 8,5%,
operação e segurança da malha rodoviária em R4 69,9 milhões ou 9%,
conservação sinalização segurança rodovias em R$ 96,6 milhões ou 8,8%,
duplicação, implantação, recuperação de rodovias em R$ 1,34 bilhão ou 49,3%,
Nova Tamoios – Contornos em R$ 292 milhões ou 34%, apoio a PPP rodovia Tamoios-Serra
em R$ 294 milhões ou 100%.
17-)
Na secretaria de Desenvolvimento Social destacamos queda de R$ 52 milhões ou 19,5% na
administração superior da secretaria e coordenadoria de gestão estratégica em
R$ 67 mil ou 5,8%.
E
corte como
melhoria das condições de vida da população em situação de vulnerabilidade em
R$ 23 milhões ou 11%.
18-)
Na secretaria de Justiça ocorre corte na fundação Casa em R$ 30 milhões (-1,9%). Na
justiça, destacamos queda de adequação da infraestrutura ao SINASE E ECA em R$
24 milhões ou 80%, reformas e adequações de bens imóveis em R$ 27,7 milhões ou
100%, construção, reforma fóruns ministério público em R$ 18 milhões ou 43%,
educação em direitos humanos e cidadania em R$ 4,3 milhões ou 43%, atenção
educação adolescente medida cautelar (-R$ 4 milhões ou -2,6%). Para o ITESP,
destaco em regularização fundiária urbana e rural em R$ 2,3 milhões ou 3,7%, fortalecimento
agricultura familiar quilombos em R$ 648 mil ou 14,5%.
19- ) Na cultura há corte
para implantação de fábricas de cultura 4.0 em R4 16,6 milhões ou 17%, oficinas
culturais em R4 3,3 milhões ou 19%, infraestrutura
de equipamentos culturais em R$ 2,3 milhões ou 16%, PROAV - programa de investimento no setor de audiovisual em 41,9% ou
80%.
20-) Já na agricultura há
um corte de 60% ou –R$ 6
milhões para subvenções aos
produtores rurais em R$ 3,45 milhões ou 2,6%, cidadania no campo - rotas rurais
em R4 5 milhões ou 3,6%, assistência técnica, extensão rural e apoio a
organizações rurais para agricultura sustentável em R$ 26,5 ou 45%.
21-) No meio
ambiente e infraestrutura ocorrem cortes para implantação do sistema de
macrodrenagem do rio Baquirivu-Guaçu (-R$
18,8 milhões ou -94%), implantação do
sistema adutor regional e das
barragens duas
pontes e pedreira em R$ 58 milhões ou 32%, preservação e manutenção do rio
Tietê em R$ 9,4 milhões ou 4%, apoio a municípios em intervenções no setor de
recursos hídricos em R$ 17 milhões ou 41,7%, se liga na rede em R$ 21,5 milhões
ou 51%, infraestrutura sustentável em R$ 26 milhões ou 39%, implementação da
política estadual de defesa dos animais domésticos em R$ 8,67 milhões e 13,4% e
gestão do parque zoológico (-R$ 12 milhões ou
-100%). Redução no departamento de águas e energia elétrica- DAEE no valor de
R$ 12,7 milhões ou -0,6%.
22-) No esporte,
corte nos centros de formação e de excelência esportiva em R$ 7,6 milhões ou
26%, reformas e/ou obras realizadas pela secretaria em R$ 7,4 milhões ou 31% e
distribuição de materiais esportivos em R$ 3,1 milhões ou 86%
23-) Na secretaria
de governo, implantação das praças da cidadania no estado de São Paulo em R$
13,6 milhões ou 40%, regulação fiscalização concessões rodoviárias em R$ 50,8
milhões ou 38%, regulação e fiscalização. serviços públicos saneamento básico
em R$ 5,5 milhões ou 68%, gás canalizado em R$ 3,7 milhões ou 68%. E de R$ 29,5 milhões ou 2,2 na administração da secretaria, casa militar
R$ 4,8 milhões ou -7,2%, na ARTESP em R$ 622 mil ou 0,2%.
25-) Na secretaria de administração penitenciária corte para conservação
manutenção reparos das unidades prisionais em R$ 30 milhões ou 24%, serviços de
atenção à saúde dos custodiados em R$ 1 milhão ou 44%.
26-) Na habitação, destacamos queda para ações do fundo garantidor
habitacional-FGH em R$ 30 milhões ou 96%, apoio a regularização fundiária (-R$
2,7 milhões ou -5,8%), no reassentamento habitacional de risco e favelas e
urbanização de favelas (-13,6
milhões ou -86%), urbanização de favelas em R$ 4,8 milhões ou 100%, produção de
moradias em R$ 38 milhões ou 65%, desenvolvimento urbano sustentável em R$ 50
milhões ou 83%.
27-) Turismo: redução de R$ 5,4 milhões ou 0,9% na administração da
secretaria e R$ 2,6 milhões ou 3,7% no custeio da coordenadoria de turismo
28-) A margem de remanejamento passa de R$ 160
bilhões e aponta para a existência de um orçamento fictício
Desta
forma, o receituário do governo atual deve continuar na próximo governo como
redução de secretarias e enxugamento de órgãos, baixos salários, falta
de aplicação dos 30% na educação, não aplicar o gasto constitucional da saúde,
não cumprir os 9,57% para universidades e deixar de aplicar R$ 1 bilhão, de não aplicação alocar menos de R$ 4
milhões enquanto os trabalhadores colocam R$ 1,6 bilhão e não cumprir
obrigações definidas na constituição estadual, de cortes generalizados nas
ações orçamentárias para a área social e de privatizações. A margem de
remanejamento passa de R$ 160 bilhões e aponta para a existência de um
orçamento fictício. Outro absurdo é que a margem do governador é de 52%, enquanto por
recomendação do Tribunal de Contas deve ser igual a previsão de inflação, que
no caso do Estado, é de 3,8%.
Sala das Sessões,
em
Deputada Márcia
Lia
Líder da Bancada
do PT
*
* *