16 DE DEZEMBRO DE 2022

30ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO DIA DA MARINHA

 

Presidência: CASTELLO BRANCO

 

RESUMO

 

1 - CASTELLO BRANCO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - TENENTE SANTUCCI

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa. Lê texto alusivo ao Dia do Marinheiro.

 

3 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos, para "Homenagem ao Dia da Marinha".

 

4 - TENENTE SANTUCCI

Convida o público a cantar de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia a exibição de vídeo alusivo ao Dia do Marinheiro.

 

5 - GUILHERME DA SILVA COSTA

Vice-almirante, comandante do 8º Distrito Naval, faz pronunciamento.

 

6 - MÁRIO WALLACE SIMONSEN NETO

Presidente da Soamar e representante do Iate Clube de Santos, faz pronunciamento.

 

7 - CARLOS ALBERTO MATIAS

Vice-almirante e representante da Amazônia Azul Tecnologia de Defesa S.A, faz pronunciamento.

 

8 - ALEXANDRE LOPES VIANNA DE SOUZA

Capitão de mar e guerra e vice-diretor do Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo, faz pronunciamento.

 

9 - RAV SANY

Rabino, representante da comunidade judaica, faz pronunciamento.

 

10 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO

Considera este como um dia histórico, no qual prestará sua última homenagem à Marinha em seu mandato de deputado estadual. Agradece a presença das mulheres, nesta homenagem. Ressalta seu orgulho pela Marinha do Brasil. Esclarece que o povo brasileiro precisa conhecer a Marinha. Discorre sobre sua história de vida, na qual atuou tanto no Exército como na Marinha brasileira. Disse amar profundamente a Marinha. Destaca algumas de suas missões no Exército. Faz breve resumo de sua atuação como deputado estadual e as relações com a Marinha do Brasil.

 

11 - TENENTE SANTUCCI

Anuncia vídeo alusivo à Amazônia Azul. Informa a apresentação do vídeo sobre a Operação Poseidon 2022. Convida os presentes para, em pé, cantarem a "Canção Cisne Branco".

 

12 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Castello Branco.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Senhoras e senhores, autoridades presentes, bom dia. Sejam bem-vindos à sessão solene em comemoração ao Dia do Marinheiro. Meu nome é tenente Santucci, sou seu mestre de cerimônias nesta manhã e estarei conduzindo os trabalhos deste evento especial.

Em cinco minutos, nós iniciaremos a cerimônia. 

Solicitamos a todos os convidados que se acomodem no recinto para o início deste evento. Solicitamos também que os celulares sejam desligados ou colocados no modo avião. Esta solenidade tem o tempo previsto de uma hora e 30 minutos. O gabinete parlamentar do deputado Castello Branco agradece e cumprimentar a presença de todos.

Iniciamos agora a sessão solene em comemoração ao Dia do Marinheiro de 2022. Meu nome é tenente Santucci, sou seu mestre de cerimônias e estarei conduzindo os trabalhos desta manhã.

Este encontro está sendo transmitido ao vivo pelo canal oficial do YouTube da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e pelas redes sociais do deputado Castello Branco, com o endereço “castellobrancosp” - “Castello” com dois “éles”.

Nomeamos a Mesa principal, com a presença do Exmo. Sr. Deputado Estadual Castello Branco, proponente que presidirá esta sessão solene. (Palmas.) Exmo. Sr. Vice-Almirante Guilherme da Silva Costa, comandante do 8o Distrito Naval. (Palmas.) Exmo. Sr. Vice-Almirante Carlos Alberto Matias, diretor-técnico da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa. (Palmas.) E também a presença do Exmo. Sr. Almirante Hildebrandt. (Palmas.)

À Mesa anexa, da parte inferior, o Sr. Mário Simonsen, presidente da Soamar e representante do Iate Clube de São Paulo. (Palmas.) Capitão de Mar e Guerra Lopes Vianna, representando o vice-diretor do Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo. (Palmas.) Coronel Escobar, representando o Comando do IV Comar. (Palmas.)

Capitão de mar e guerra Fernando de Avelar Britto Lima, diretor do CTMSP. (Palmas.) Capitão de mar e guerra Rafael Burlamaque, chefe do Estado-Maior do Comando do 8º Distrito Naval. (Palmas.) Inspetor superintendente Guilherme, representando o comandante da Guarda Civil Agapito Marques. (Palmas.) Primeiro-tenente Brasil, representando o Exército Brasileiro do Comando Militar do Sudeste. (Palmas.)

Citamos também autoridades que estão compondo a Mesa estendida: Sr. Ari Brato Junior, vice-presidente da Soamar de São Paulo. (Palmas.) Sr. João Francisco Gianezella, diretor da Soamar. (Palmas.) Rabino Rav Sany, representando a comunidade judaica. (Palmas.) Primeiro tenente Gerson Felipe, vice-presidente da Associação Brasileira de Oficiais da Reserva. (Palmas.) Sr. Humberto Paim, diretor da Soamar de São Paulo. (Palmas.)

Texto alusivo ao Dia do Marinheiro. Pelos espaços marítimos, chegaram os colonizadores portugueses e tantos outros povos que ajudaram a compor a nossa identidade nacional. Também foi pelo mar e águas interiores escrita a história da consolidação da independência e da defesa dos nossos atuais contornos.

Essas águas, nas quais sempre fomos vitoriosos, foram igualmente marcadas pelo sacrifício de nossos compatriotas que ofereceram suas vidas em prol do Brasil. Com essa visão, rendemos uma justa homenagem, no dia 13 de dezembro, data do nascimento do Almirante Joaquim Marques Lisboa, à história de um dos grandes heróis nacionais, o patrono da Marinha do Brasil, o qual dedicou, com plena devoção, 66 anos de serviço à Pátria.

Além da Guerra da Independência, onde esteve embarcado na Fragata Niterói, participou da perseguição à frota portuguesa que deixava a Bahia. Destacou-se na Guerra da Cisplatina, onde recebeu seu primeiro comando de um navio, com 18 anos de idade. Depois, tornou-se um herói, participando de vários episódios importantes dessa guerra.

No período regencial, tomou parte ativa na pacificação de várias insurreições. Viveu, portanto, em um período muito importante da consolidação do Estado Nacional. Como capitão de mar e guerra, foi o comandante do primeiro navio de guerra de grande porte com propulsão a vapor incorporado pela Marinha, a embarcação batizada como Dom Afonso.

Em uma das provas de mar, ao largo da cidade inglesa de Liverpool, salvou membros da tripulação e passageiros do navio Ocean Monarch, que levava imigrantes para os Estados Unidos da América. Já no Rio de Janeiro, ainda comandante da Dom Afonso, conseguiu rebocar e trazer para dentro da Baía de Guanabara a nau da Marinha de Portugal de Vasco da Gama, que havia perdido seus mastros fora da barra, em meio a uma tempestade.

Como almirante, comandou a Força Naval Brasileira no Rio da Prata, na Guerra da Tríplice Aliança, entre os anos de 1864 e 1866. No conflito contra o Paraguai, organizou toda a logística necessária para a manutenção dessa força e conduziu o início do bloqueio, estratégia que selou o destino do Paraguai.

O Almirante Tamandaré está entre o seleto grupo dos brasileiros que contribuiu para resguardar o Brasil da desagregação, promovendo a concórdia e a paz do extremo norte ao extremo sul do Brasil.

As muitas qualidades e sobretudo o caráter do Almirante Tamandaré, comprovado por suas ações, são exemplos não somente para os bons marinheiros, mas para os brasileiros de todos os tempos. Relembrá-las é um exercício de patriotismo e inspiração.

O exemplo de Tamandaré deve ser fonte de inspiração, de modo a continuarmos honrando o seu legado de dedicação no cumprimento do dever. As palavras do patrono Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, traduzem a essência da Marinha do Brasil: “Sou marinheiro e outra coisa não quero ser”.

Convidamos o Exmo. Sr. Deputado estadual Castello Branco para realizar a abertura oficial da presente sessão solene.

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Senhoras e Senhores, muito bom dia, um dia glorioso. Sob a proteção e as bênçãos de Deus, iniciamos os nossos trabalhos desta manhã. Nos termos regimentais, esta Presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, nobre deputado Carlão Pignatari, atendendo solicitação deste Deputado, Castello Branco, com a finalidade de celebrar, no estado de São Paulo, o Dia do Marinheiro, comemorado anualmente no dia 13 de dezembro, data de nascimento do seu patrono, o almirante Joaquim Marques Lisboa, almirante de Tamandaré.

Viva a Marinha do Brasil. Declaramos aberta esta sessão solene.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos a todos para que, em pé e em posição de respeito, cantemos o Hino Nacional Brasileiro. Música de Francisco Manuel da Silva e letra de Joaquim Osório Duque-Estrada.

 

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- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Podemos nos assentar.

Assistiremos agora o vídeo alusivo ao Dia do Marinheiro.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos o Exmo. Sr. vice-almirante Guilherme da Silva Costa, comandante do 8º Distrito Naval para fazer uso da palavra.

 

O SR. GUILHERME DA SILVA COSTA - Deputado Castello Branco, nobre proponente desta sessão solene para a Marinha; senhores almirantes, senhores oficiais, caros representantes das forças amigas dos órgãos de Segurança Pública, caros membros da sociedade paulista e paulistana que tanto nos honram com suas presenças aqui, caros oficiais, caros praças, a todos o nosso bom dia, àqueles que nos acompanham pela TV Alesp.

A Marinha do Brasil sente-se honrada e agradecida à Assembleia Legislativa de São Paulo por esta sessão solene em homenagem ao Dia do Marinheiro. Por tal iniciativa cabe primeiramente especial agradecimento ao deputado Castello Branco, que ora preside esta sessão, sob cuja iniciativa foi apresentada a propositura para que hoje aqui estejamos nesse momento tão especial.

No último dia 13 de dezembro comemoramos o Dia do Marinheiro, justa homenagem prestada na data do nascimento do patrono da Marinha do Brasil, almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré.

É oportuno, portanto, trazer às senhoras e aos senhores algumas considerações sobre o nosso patrono, sobre a Marinha, e em conclusão, como não poderia deixar de ser, por estarmos nesta Assembleia sobre a estreita ligação entre São Paulo e a força que mantém nossa soberania no mar e águas interiores.

Com seus 66 anos de serviço à pátria, o Almirante Tamandaré escreveu belas páginas de bravura, integridade, dedicação e entrega. Ingressou na Marinha aos 15 anos como voluntário da Armada.

Participou dos combates para consolidação da nossa independência, da pacificação de revoltas na regência e das guerras do Brasil Império, incluindo sua marcante atuação como comandante-em-chefe das Forças Navais brasileiras na guerra da Tríplice Aliança.

Seu exemplo inspira desde então gerações e gerações de brasileiros, tendo seu nome sido incluído no Livro dos Heróis da Pátria, eternizando o seu legado e a sua contribuição para o que hoje temos como a nossa nação.

Por tudo isso, relembrar a vida do Almirante Tamandaré nos impulsiona a vencer as dificuldades, a superar os desafios que se apresentem com honestidade de propósito e retidão de atitude. E com a mesma abnegação do nosso patrono, a Marinha busca cumprir a sua missão, protegendo as nossas riquezas, defendendo, cuidando da nossa gente.

Está presente na imensidão da nossa Amazônia Azul, mantendo soberania sobre as águas jurisdicionais brasileiras, de onde são extraídos hoje mais de 85% de todo o petróleo e gás consumidos pelo país. Zela diuturnamente pela segurança do tráfego aquaviário, modal que escoa 95% do volume de todo o nosso comércio com o resto do mundo, assim como atua na salvaguarda da vida humana no mar, nos rios e lagos brasileiros, sendo responsável pelas ações de busca e salvamento em uma área equivalente a uma vez e meia o território brasileiro.

A Marinha também coordena o Programa Antártico Brasileiro, propiciando, junto com outras organizações públicas e privadas, e com especial apoio da Força Aérea Brasileira, oportunidade ímpar para promover a pesquisa científica no continente gelado, desenvolvidas primordialmente nas novas instalações da Estação Antártica Comandante Ferraz.

Nosso corpo de fuzileiros navais, tropa de caráter expedicionário por excelência, sempre pronto a atuar, seja na garantia da lei e da ordem, seja em assistência humanitária ou em missões de paz sob a égide da ONU.

Nossos navios de assistência hospitalar têm levado alento às populações ribeirinhas da Amazônia e do Pantanal, sendo, muitas vezes, a única forma de acesso de algumas comunidades à Saúde de qualidade.

Com o mesmo espírito dos Bandeirantes, nossos navios hidroceanográficos conduziram por anos a fio um longo processo de levantamento, possibilitando ao Brasil pleitear junto à Organização das Nações Unidas, a extensão de nossa plataforma continental, alargando, no mar, os limites de nossa última fronteira.

Muito propícia se faz esta menção aos bravos bandeirantes, para que estas palavras se remetam às considerações sobre a ligação estreita da Marinha com o estado de São Paulo e com o mar.

Essas considerações advêm de uma série de fatores que talvez comecem com a influência histórica do mar na formação do próprio estado: a fundação de São Vicente, as expedições guarda-costas para defender a recém-criada capitania hereditária, a participação de navegadores e cartógrafos dessas expedições no delineamento das primeiras ruas da cidade de São Paulo e das vias de penetração para o interior.

Quando da Independência, é a visão de um ilustre santista, José Bonifácio de Andrada e Silva, que aconselha o imperador a formar, com urgência, uma força naval para levar o grito do Ipiranga, promulgado nesta Capital, ao resto do país, preservando a sua unidade e integridade territorial.

A pujança econômica de São Paulo, responsável por mais de 30% de toda a produção nacional, tem contribuído para esta compreensão privilegiada do valor do mar, pois, afinal, boa parte dos insumos e dos produtos acabados dessa produção flui pelo Porto de Santos, o maior do país.

Boa parte da energia necessária para tal produção se inicia no pré-sal, flui por oleodutos e gasodutos marítimos ou chega por petroleiros ao Terminal de São Sebastião e, de lá, para as refinarias do estado.

A Hidrovia Tietê-Paraná escoa a riqueza do interior e sua navegabilidade se torna questão estratégica; não menos importante, a pesca artesanal, a navegação de esporte e lazer e o turismo náutico e ecológico têm feito de São Paulo o estado com o maior número de navegadores amadores e de embarcações inscritas em todo o país, evidenciando o diferenciado poder aquisitivo de sua população e sua vocação marinheira.

Todos esses fatores levam a Marinha a ampliar a sua presença no estado. A Capitania dos Portos de São Paulo, com mais de 170 anos de existência, foi a primeira organização militar da Marinha permanentemente sediada no estado.

Hoje, a estrutura voltada para a segurança do tráfico aquaviário compreende também a Capitania Fluvial do Tietê-Paraná em Barra Bonita e as delegacias de São Sebastião e Presidente Epitácio.

A coordenação centralizada das tarefas da Marinha no estado é exercida pelo Comando do 8º Distrito Naval, que este ano completou 25 anos e cuja jurisdição, hoje, abrange, além de São Paulo, o estado do Paraná e águas marinhas adjacentes.

O crescimento das demandas de caráter operacional, como patrulhamento marítimo e as atividades de busca e salvamento nessas águas, levou a Marinha a designar para o Comando do Grupamento de Patrulha Naval do Sul-Sudeste, sediada em Santos, o mais novo navio de guerra construído no país, o Navio-Patrulha Maracanã, com previsão de chegada em janeiro próximo, que, com suas características, ampliará o poder de atuação da Força Naval até o limite extremo das águas jurisdicionais sob responsabilidade do Comando do 8º Distrito Naval.

Prosseguem também as ações para ativação do futuro Grupamento de Fuzileiros Navais em Santos, parcela de tropa em permanente condição de pronto emprego, atuando em proveito do desenvolvimento nacional, do apoio à sociedade e da segurança de relevantes ativos estratégicos presentes neste estado.

Em uma outra vertente, o polo industrial desenvolvido e diversificado, a oferta de serviços tecnológicos e a universidade de primeira linha do estado de São Paulo proporcionam o surgimento de importantes parcerias para o desenvolvimento das tecnologias necessárias à consecução dos objetivos da Marinha e do país.

Este estado reúne condições ímpares nas quais a sinergia entre governo, indústria e academia proporcionam oportunidades e benefícios para toda a sociedade brasileira.

Assim, sob a coordenação do Centro Tecnológico da Marinha, em São Paulo, desenvolve-se aqui o Programa Nuclear da Marinha, incluindo o domínio das etapas do ciclo do combustível, com a unidade piloto de hexafluoreto de urânio, e o projeto e a construção de um reator nuclear totalmente nacional, que contempla o Laboratório de Energia Núcleoelétrica e a construção do Reator Multipropósito Brasileiro, que garantirá a produção de radiofármacos empregados em diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer, entre outros benefícios, evidenciando o caráter dual das tecnologia aqui desenvolvidas.

A vocação de São Paulo para a pesquisa e o ensino também norteou a decisão estratégica que levou o estabelecimento de uma parceria que já remonta a 66 anos entre a Marinha do Brasil e a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que celebraram em 1956 um convênio por meio do qual a Marinha confiou à USP a formação de engenheiros para suprir as necessidades da Força, viabilizando a criação do curso de Engenharia Naval no Brasil.

Tão propício esse ambiente se apresenta que aqui também a Marinha escolheu como sede para a Amazul, a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa, constituída em 2013 com o compromisso de usar a tecnologia nuclear para salvar vidas, melhorar a qualidade de vida das pessoas, garantir a segurança energética com a energia limpa e defender a soberania do País.

Mas nenhuma dessas realizações, seja no campo operativo, seja no campo científico e tecnológico seria possível sem a acolhida e o apoio da sociedade paulista com o seu perfil desenvolvimentista e legalista honrado em sua história e de diversas instituições às quais rendemos nossos sinceros agradecimentos.

Ao Exército Brasileiro e à Força Aérea Brasileira, assim como à Polícia Militar do Estado de São Paulo, ao Corpo de Bombeiros de São Paulo, à Polícia Civil e à Guarda Municipal Metropolitana, sempre formando lado a lado em clara demonstração de comprometimento, integração e harmonia.

Às instituições governamentais locais dos três Poderes, a nível federal, estadual e municipal, todo o nosso respeito por nos proporcionarem condições para o bom desenvolvimento de nossa missão.

Às entidades do trato usual com os assuntos atinentes à autoridade marítima, ao tráfego marítimo e às atividades portuárias, pela sinergia aplicada a busca por soluções que possibilitam o fluxo de nossa riqueza com destreza e segurança.

Ao pujante setor industrial, mormente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e à Associação Brasileira das Indústrias de Defesa, pela crença compartilhada no desenvolvimento tecnológico necessário a almejada soberania nacional plena.

Às entidades esportivas, em especial ao Iate Clube de Santos, ao Iate Clube de Ilhabela e ao Iate Clube Paulista, referências nacionais e internacionais, pelo incondicional apoio e incentivos às atividades náuticas.

Aos abnegados membros da Sociedade Amigos da Marinha, nossos sóis marinhos que no estado de São Paulo estão formalmente organizados em oito localidades, aqui com seu presidente, seus membros aqui presentes, pela incansável dedicação na difusão da mentalidade marítima em nossa sociedade.

Aos grupos de Escoteiros do Mar, pelo belo trabalho desenvolvido junto a nossa juventude, fortalecendo por meio de atividades marinheiras os valores morais e éticos fundamentais para o futuro de nossa sociedade. E de modo geral a toda a sociedade paulista, que tão bem nos acolhe e incentiva. Nosso sincero reconhecimento e agradecimento.

Dessa forma, senhoras e senhores, finda esta breve navegação sobre a história da Marinha e de seu patrono e da sólida ligação de nossa Força com o estado de São Paulo, antevemos que nossos rumos continuarão alinhados, tendo por norte os interesses maiores do nosso País.

Agradeço, portanto, mais uma vez em nome da Marinha do Brasil a homenagem que esta prestimosa Casa Legislativa, sob iniciativa do amigo e deputado Castello Branco presta aos nossos marinheiros, fuzileiros navais e servidores civis, brasileiros que como todos nós vivemos e almejamos por um País melhor. Viva São Paulo! Viva a Marinha! Tudo pela Pátria!

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos o Sr. Mário Simonsen, presidente da Soamar, representando também o Iate Clube de Santos, para fazer uso da palavra.

 

O SR. MÁRIO WALLACE SIMONSEN NETO - Excelentíssimo Deputado Castello Branco, que me deu a honra de poder pronunciar aqui nesta Casa, Exmo. Almirante Guilherme, a quem eu cumprimento todas as autoridades aqui presentes, Sras. e Srs. Marinheiros, um bom dia a todos.

Estamos aqui hoje nesta Casa comemorando o Dia do Marinheiro. O Dia do Marinheiro comemora a data de nascimento do almirante Tamandaré, como o almirante Guilherme já ilustrou muito bem para todos. Para nós é uma honra poder estar aqui. Nós temos aqui em São Paulo a Soamar São Paulo, que apoia a Marinha, é o braço civil da Marinha.

Nós tentamos ajudar e estar sempre prontos e alertas para tudo que a Marinha precisa e solicita de nós. Em São Paulo, nós temos aproximadamente 300 iates clubes e marinas que na parte civil desenvolvem todo esse relacionamento com o mar, atendendo os mais diversos tipos de pessoas, competições, eventos, meio ambiente, limpeza dos nossos rios, canais.

Quando nós falamos de iate clubes normalmente todo mundo pensa no mar, no nosso litoral, mas existem também nos rios, nas represas. No estado de São Paulo, nós temos represas e rios navegáveis, onde tem uma parte de iate clubes muito grande e de marinas, e tudo administrado pela nossa Marinha do Brasil.

Então é uma coisa muito importante relevar aqui. Todo mundo pensa que a Marinha só está preocupada com o mar, mas ela tem que policiar todo esse interior nosso. Interior onde a gente só pensa no mato, na lavoura, nas colheitas, mas não.

Nós temos muitos rios e temos todo o transporte aquaviário. Eu gostaria de, nesse dia de hoje, lembrar que nós estamos vivendo aqui no Brasil momentos nervosos, ânimos acirrados; mas como todos somos do mar, sabemos o momento da tempestade.

No momento da tempestade, organizamos as nossas velas para passar os momentos mais difíceis, acertar a nossa navegação e o nosso rumo, porque o barco foi feito para viver no mar, independente de que o lugar mais seguro seja o porto.

Mas nós temos que estar aptos para enfrentar essas tempestades com serenidade, com amizade e com respeito a todos. Eu queria agradecer esta oportunidade de estar aqui. Viva a nossa, a sua, a Marinha do Brasil. Viva São Paulo.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos o Exmo. Sr. Vice-Almirante Matias, representante da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa SA.

 

O SR. CARLOS ALBERTO MATIAS - Bom dia a todos, senhoras, senhores. Gostaria de inicialmente saudar e agradecer ao Exmo. Sr. Deputado Estadual Castello Branco pela iniciativa e por esta brilhante cerimônia; saudar também o almirante Guilherme, comandante do 8º Distrito Naval, em nome de quem eu saúdo todas as autoridades já nominadas, a todas as senhoras e os senhores aqui presentes.

Eu gostaria de expressar, em nome da empresa Amazônia Azul Tecnologias de Defesa Sociedade Anônima, o prazer e o privilégio de poder hoje aqui comemorar junto com a sociedade paulista e paulistana mais um Dia do Marinheiro.

A nossa empresa, ela tem apenas nove anos, mas ela é herdeira de um legado criado pela Marinha do Brasil no desenvolvimento científico e tecnológico que tem trazido grandes feitos para o nosso País em termos de tecnologia de ponta.

Mesmo tendo nove anos de existência, alguns dos nossos colaboradores e empregados já trabalham no projeto, ou melhor, no Programa Nuclear da Marinha e no Programa de Desenvolvimento de Submarinos há mais de 30 anos, e os resultados são muito alvissareiros.

Nós já conseguimos desenvolver todo o ciclo do combustível nuclear, que vai permitir a propulsão do nosso submarino convencionalmente armado com propulsão nuclear, e isso tem um ganho extraordinário para todos os demais setores envolvidos no setor nuclear.

Eu gostaria de citar, apenas como um exemplo, a produção de combustível nuclear para que seja construído o reator de multipropósito, que é um empreendimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, capitaneado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, mas que tem na Amazul a sua participação no projeto detalhado, que já está pronto e deve ter o início das obras a partir do próximo ano.

Esse reator, que é um reator de pesquisa, vai abrir muitas possibilidades no campo da ciência e tecnologia, no desenvolvimento de novos materiais e, principalmente, vai tornar o nosso País independente na produção de radioisótopos, que são os insumos necessários para a produção de radiofármacos responsáveis pela grande parte, mais de 80%, dos exames e tratamentos para várias doenças no nosso País.

Então é com muito orgulho que a nossa empresa, que é vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio da Marinha, está sediada aqui no estado de São Paulo, e com a colaboração de todos tem conseguido alcançar bons resultados e a cada dia vai ampliando esse nosso conhecimento.

Então muito obrigado pela homenagem que é feita à Marinha do Brasil, à qual a empresa está vinculada.

Muito obrigado a todos, e tenhamos um bom dia.

Viva a Marinha. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos o capitão de mar e guerra Lopes Vianna, vice-diretor do Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo para fazer uso da palavra.

 

O SR. ALEXANDRE LOPES VIANNA DE SOUZA - Com a permissão do deputado Castello Branco, que preside esta sessão, e do comandante do 8º Distrito Naval, almirante Guilherme, agradeço a possibilidade de tecer algumas palavras sobre o Programa Nuclear da Marinha, que se confunde com o Programa Nuclear do Brasil no desenvolvimento de uma tecnologia que não é compartilhada por nenhum outro país que a detenha.

Hoje, no mundo, há apenas 13 países que possuem a capacidade de enriquecimento de urânio, e o Brasil é um deles. Há apenas cinco países que constroem submarinos nucleares. Por coincidência, são os que integram permanentemente o Conselho de Segurança da ONU.

Para a Marinha, o submarino convencional de propulsão nuclear será um grande ganho na defesa das riquezas de nossa Amazônia Azul, mas para o Brasil o domínio da tecnologia nuclear vai muito além da defesa.

Além do arrasto tecnológico gerado, a energia nuclear possui inúmeras aplicações na medicina, na fabricação de radiofármacos, na agricultura, com a irradiação de alimentos, permitindo a preservação de produtos agrícolas, aumentando significativamente o alcance da exportação desses produtos e de diversas outras aplicações para benefício do povo brasileiro.

A Marinha escolheu São Paulo para abrigar o seu programa nuclear devido à proximidade do principal centro acadêmico industrial do País. No campus da USP, o CTMSP está sediado e é onde o reator de nosso submarino está sendo projetado. Em Iperó, onde o protótipo do reator está sendo construído em proporção 1:1.

Por isso, a Marinha é muito grata a São Paulo por fazer parte desse projeto que engrandece o nome do Brasil no cenário internacional. Finalizo com o lema do nosso centro: tecnologia própria é independência.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos o senhor rabino Rav Sany, representante da comunidade judaica, para fazer uso da palavra.

 

O SR. RAV SANY - Bom dia. É uma alegria, deputado Castello Branco, meu irmão, que faz parte da Comissão de Relações Internacionais desta Casa; nosso querido almirante Guilherme, comandante do 8º Distrito Naval, que abrange os estados de São Paulo e do Paraná. Cumprimento todas as autoridades aqui presentes.

Hoje é Dia do Marinheiro, herói da pátria, defensor dos nossos mares, das nossas águas. A Marinha que defende o nosso amado Brasil, junto com as Forças Armadas. Eu vim hoje, além de prestigiar o meu irmão, capitão Castello Branco, representar o meu povo, o povo de Israel, em gratidão ao nosso Brasil, ao nosso querido Brasil, nós que fomos abraçados, nós que fomos acolhidos e nós que participamos do descobrimento e da construção da nossa Nação.

Israel, hoje, é um polo de desenvolvimento tecnológico, uma tecnologia especial de defesa para o mundo. Israel exporta isso para o mundo, Israel exporta isso, inclusive, para as nossas Forças.

Meus queridos, todos nesta vida, todos nesta estreita pontezinha chamada vida, todos nós somos marinheiros, todos nós precisamos de enfrentar as tempestades. Cada um de nós é capitão do seu próprio navio. A Marinha e vocês têm muito a nos ensinar.

O rei Salomão, mais sábio de todos os homens, uma vez falou: (Pronunciamento em língua estrangeira.). Fiquem tranquilos que eu vou traduzir. Assim como o reflexo das águas para com as faces, as águas refletem as faces - se você faz tchau, o reflexo faz tchau para você, se você faz uma careta, ele faz -, (Pronunciamento em língua estrangeira.) assim também o coração dos seres humanos para com os outros seres humanos. Ou seja, as águas nos ensinam a reciprocidade, as águas nos ensinam a verdade, a transparência. Isso é um fator muito importante para que exista união.

Jovens marinheiros, quando vocês olharem para as águas, lembrem-se de que ela nos ensina muita coisa. As águas representam a humildade, as águas ficam nos lugares mais baixos. Sem humildade, não existe transparência, não existe amor e não existe essa reciprocidade, que gera união, dentro do grupo. Eu abençoo, nesse momento, a marinha brasileira. Eu abençoo, neste momento, todos vocês.

Hoje é o dia do marinheiro e o marinheiro tem que ser valorizado pela sua força de vontade, pelos seus ideais e pelos seus sonhos; jamais deixem de sonhar. Quando me formei rabino, falaram para mim: “Você pode esquecer tudo que você estudou aqui, só não se esqueça de uma coisa: não se esqueça de sonhar”.

Vamos sonhar juntos em prol de um Brasil melhor, em prol da união, em prol da paz e dessa forma eu tenho certeza, de que não só a Marinha, não só o povo brasileiro, irá prosperar cada vez mais.

“Shalom”, benção a todos e viva a Marinha brasileira. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos o excelentíssimo senhor, deputado estadual Castello Branco, para fazer uso da palavra.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PL - Queridos irmãos da Marinha, hoje é um dia histórico porque é a última homenagem que eu presto à Marinha dentro deste meu mandato. Sinto-me muito feliz e honrado em poder compartilhar com vocês esses momentos de glória.

Eu começo com uma frase do querido professor Henrique José de Souza, que viveu entre 1883 e 1963, “a esperança da colheita vive na semente que você planta.” Hoje, com certeza, aqui estamos plantando mais uma vez a semente do bem pela Marinha do Brasil.

Eu agradeço a presença das mulheres que hoje nos prestigiam, e o faço através da esposa do almirante Guilherme, a querida Ana Cristina; a minha esposa, Cláudia Simonsen; a minha filha, Natasha e a Ninna; a capitã de fragata, Ana Cristina, em nome das quais eu cumprimento todas as mulheres aqui presentes da nossa Força Naval.

Queridos marinheiros, família militar, na qual... cumprimento também o meu filho Lorenzo, de 10 anos. Lorenzo, pode ficar de pé para todo mundo ver, quem sabe você vai para o Colégio Naval em breve.

Servidores da Marinha, da nossa força naval: vocês que são a minha, a sua e a nossa Marinha, um grande orgulho. Hoje, nós estamos aqui, através da rede de comunicação da Assembleia Legislativa de São Paulo, mostrando para mais de 500 mil pessoas - não só no estado de São Paulo, mas no Brasil inteiro - quem é a nossa Marinha; Marinha, que tanto nos orgulha e que o povo brasileiro precisa conhecer cada vez mais.

Nesse sentido, eu me sinto feliz porque faço parte desta história. A minha ligação com o mar e com as águas é muito antiga. Meu avô era nadador, meu pai também e assim, naturalmente, passei a nadar, a velejar, a remar desde muito cedo.

Com 12 anos, já estava trabalhando fora de casa como missionário e, na sequência, eu comecei a me preparar para os exames de admissão: Colégio Naval; Escola Preparatória de Cadetes do Ar; Escola Preparatória de Cadetes do Exército; e a Escola Preparatória de Cadetes da Academia do Barro Branco, da Polícia Militar.

Foram três anos de estudo e finalmente eu consegui passar; e passei no Colégio Naval. E lá estava indo para Angra dos Reis quando minha mãe cearense arretada disse: “Não, Castello Branco não vai não para a Marinha. Castello Branco vai para o Exército”, e ela me demoveu da ideia de ir para a Marinha e fui para a Escola de Cadetes.

Na verdade, era um mito, porque nós temos Castello Branco na Marinha de várias turmas, inclusive o meu tio, capitão de mar e guerra, Guimarães, que era médico no Marcílio Dias; alguns Castellos Brancos primos, que eram da Armada; e o próprio Paulo Castello Branco, filho do presidente Humberto de Alencar Castello Branco, meu tio-avô - embora o pai fosse um grande marechal - era de Marinha.

Mas, assim, Deus me recompensou o fato de não ter ido para a Marinha muitos anos depois quando, num movimento do destino, o estado maior das Forças Armadas começa a se transformar no que é hoje o Ministério da Defesa e nessa integração o exército passa a querer renascer a sua aviação.

 E assim, eu sou designado para ir para a Marinha participar do Curso de Aperfeiçoamento de Aviação para Oficiais, o Caavo, na base aeronaval de São Pedro da Aldeia, em 1988, 1989. Ali fui contemporâneo do almirante Mathias.

Naqueles dois anos de Marinha... eu costumo brincar que na minha biografia, no prefácio da obra estará escrito, “dos meus 25 anos de Exército, os três melhores eu passei na Marinha”, e é verdade.

Depois de dois anos desse curso maravilhoso - onde aperfeiçoei as minhas habilidades em vela, onde tive a oportunidade de fazer um estágio com os mergulhadores de combate, conhecer  a força de submarinos - e considerando que a nossa base em Taubaté ainda não estava pronta, embarquei seis meses no então porta-aviões Minas Gerais e lá conheci algumas figuras que depois se tornariam importantes: o almirante Sertã, por exemplo; o então capitão-tenente Yukis.

E depois de três meses na fragata Niterói, depois na fragata Independência e depois na fragata União, lá conheceu o então jovem capitão-tenente Leonardo Puntel, hoje almirante quatro estrelas no Superior Tribunal Militar.

Tudo isso fez com que eu amasse profundamente a Marinha. Quando, finalmente, depois de três anos, eu sou chamado de volta para o Exército, confesso que, até hoje, sinto saudade daqueles bons tempos navais.

Vindo aqui para São Paulo, depois de uma longa carreira, com muitas missões. Entre as quais destaco dois longos anos no combate ao narcotráfico, junto com a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira, na Calha Norte, no conflito contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as FARC, no chamado episódio da Operação Traíra, com muitos meses de selva.

Muitas operações eram móveis, conjuntas entre Força Aérea, Marinha e Exército Brasileiro, sem contar com o Exército colombiano e com as forças de inteligência dos Estados Unidos.

Foi outro ponto áureo da minha carreira, e culminou com a prisão do Pablo Escobar, em 1993. E que, pelo menos naquela época, evitou que o narcotráfico crescesse ainda mais. Hoje, como deputado, procurei fazer muito pela Marinha nesses quatro anos, e vou me permitir um breve resumo.

Mas, antes do resumo, não esquecendo que participei de muitas missões com a equipe de natação da Marinha, onde ganhamos o Campeonato Sul-Americano de Cadetes na Venezuela, o Campeonato Sul-Americano de Cadetes no Chile, e o Campeonato Pan-Americano de Natação Militar em Porto Rico, entre outras competições onde, lado a lado com a Marinha, pude treinar, nadar e competir.

É importante colocar que, quando estava na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, bati o recorde brasileiro de natação em mar aberto, onde eu nadei 42 quilômetros em 8 horas, 36 minutos e 38 segundos. É um recorde que até hoje não foi batido. Acho que porque ninguém quis. Lá entre Búzios e Cabo Frio.

Mas muito bem. Quis o destino, passados muitos anos e indo para a reserva, e após também, um ano de Força Aérea Brasileira, onde fiz o Curso de Recebimento de Aeronaves, e um prefácio do que seria o INPE, o ITA e o Curso de Piloto de Testes, terminei a minha carreira através de um acidente grave.

E me dediquei à educação, o que me trouxe até o Parlamento. Como deputado estadual, procurei fazer muito pela Marinha. Participei de todas as solenidades, cerimônias, eventos e reuniões que o 8º Distrito Naval propiciava entre 2018 e 2022.

Em três oportunidades, estive com o comandante-geral da Marinha, em Brasília. Desde a sua passagem de comando do então almirante Ilques. Inclusive, com outras visitas técnicas, diplomáticas e institucionais que eu fiz, como membro da Comissão de Relações Internacionais, e institucionais, da Assembleia Legislativa com a Marinha do Brasil. Inclusive, com apoio à Missão Antártica.

Estive no Comando da Esquadra, no Rio de Janeiro, em diversas oportunidades: passagens de comando, solenidades, cerimônias. Bem como levantando demandas e necessidades da Força de Submarinos, do Batalhão de Fuzileiros Navais Tonelero, do Comando Anfíbios, do navio Atlântico e da Diretoria de Pessoal da Marinha.

Atuei fortemente, junto com o almirante Mello, a quem me defere com a sua amizade pessoal, hoje quatro estrelas e, se não me engano, na Diretoria de Pessoal da Marinha, na anexação do terreno ao lado do 8º Distrito Naval.

O que envolveu um esforço tremendo junto à Câmara de Vereadores de São Paulo, ao prefeito Bruno Covas. Na época, o presidente da Câmara era o Tuma, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Município. E ao então presidente do TCM, o então senhor João Antônio da Silva Filho.

Foram inúmeras viagens, inúmeras reuniões, tudo em prol da Marinha. E que ainda hoje está em processo de consolidação. Participamos dos estudos e projetos de arquitetura para reformar a nova entrada, e um visual novo para o 8º Distrito Naval. O que ainda não aconteceu, mas vai acontecer em breve.

Visita ao Centro de Operações de Praticagem no Porto de Santos, na Santos Port Authority. Visita ao Grupo de Escoteiros do Mar, de Campinas, por exemplo, junto com o almirante Puntel. Visitamos, em pelo menos duas vezes, as Capitanias dos Portos de Santos, São Sebastião, Barra Bonita e Presidente Epitácio. Estivemos na Engenharia Naval da USP, e no projeto do submarino nuclear brasileiro, no complexo de Iperó.

Fizemos 12 eventos para a Marinha aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo, que foram desde o Dia da Batalha Naval do Riachuelo em duas oportunidades, e Dia do Marinheiro. Um seminário da Amazul, que foi realizado em grande estilo aqui. Um Seminário de Defesa Nacional e Segurança Pública, onde alguns módulos foram apresentados pela Marinha, em 2019, inclusive do Comando Anfíbios do Rio de Janeiro.

Agora estamos programando o segundo Seminário de Defesa Nacional e Segurança Pública, que será realizado em fevereiro de 2023, com uma forte participação da Marinha, e cujo tema será “O Narcoterrorismo Internacional e o Crime Organizado no Brasil”. Um assunto leve.

Fomos também grandes incentivadores do Fórum Náutico Paulista. E aqui eu relembro a figura do grande deputado Marco Antonio Castello Branco, meu tio, deputado nesta Casa por cinco mandatos. E que, desde 2012, mantém o Fórum Náutico Paulista atuante, com reuniões mensais. E já produziu muito para a atividade náutica no estado de São Paulo. Dez anos de trabalho.

Se não bastasse, inauguramos a Frente Parlamentar para o Desenvolvimento Náutico, que é um conjunto de 17 deputados que se comprometem a fazer todas as ações possíveis para o o desenvolvimento da Náutica no estado de São Paulo.

Como membro da Comissão de Relações Internacionais e Institucionais, também promovemos o encontro da Marinha com vários cônsules, com representações diplomáticas, como hoje vem aqui representar Rav Sany o Estado de Israel, com o objetivo de melhorar os desempenhos comerciais e tecnológicos.

Por fim, trabalhamos muito também na remessa de recursos financeiros para a Marinha através de emendas parlamentares, que aqui eu agradeço o querido deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança, que muito nos ajudou. Filho do grande capitão Eudes, né? Submarinista raiz e um apaixonado pela Marinha do Brasil.

Muito bem colocado pelos oradores que me antecederam. Almirante Guilherme fazendo um belíssimo relato da quantidade enorme de missões do 8º Distrito Naval, que as pessoas não têm noção do projeto do submarino do querido amigo Mário Simonsen, que aqui representa mais de mil entidades, que são os iate-clubes, as associações navais, as marinas, as operadoras, que hoje abarcam cerca de 300 mil embarcações apenas no estado de São Paulo.

Foi bem colocada também pelo almirante Matias a nossa riqueza impressionante. Como bem colocado, mais de 60% da riqueza do Brasil transita pela água, e nossas costas, com mais de 11 mil quilômetros. Fora os 100 mil quilômetros de água doce e fora a denominação gigantesca que é a Amazônia Azul, que hoje dá quatro milhões de quilômetros quadrados, que é a nossa chamada Zona Econômica Exclusiva da Plataforma Continental Brasileira. Petróleo, minérios, alimentação, ecossistema, enfim.

Por tudo isso, eu estou hoje muito feliz com a Marinha do Brasil. Desejo a vocês as bênçãos de Deus nas suas gloriosas missões e que nós possamos nos encontrar ainda muitas e muitas vezes pelo bem do Brasil. A Marinha, historicamente, é um baluarte moral desta Nação. A Marinha, historicamente, sempre representou os nossos grandes e melhores valores, e, portanto, a vocês, marinheiros, a minha melhor continência.

Deus abençoe o Brasil, Deus abençoe a Marinha. E não poderia terminar o discurso sem uma mensagem: “Você não pode mudar os ventos, mas pode ajustar as velas do seu barco e navegar para onde quiser. Barcos estão sempre muito bem protegidos, lindos, seguros e limpos nos portos, mas não foi para isso que os barcos foram feitos”. Esse é de William Shedd.

De Martin Luther King: “Podemos ter chegado através da nossa vida e dos nossos destinos em diferentes navios, mas hoje, com certeza, estamos todos no mesmo barco”. E por fim, como disse o Rav, a vida não passa de uma grande travessia, de uma viagem breve e efêmera, e que a gente possa fazer um bom percurso.

Viva então o espírito da Marinha. Viva os marinheiros. Mares calmos, bons ventos, sucesso na singradura, velas a pleno plano, rumo certo, “Bravo Zulu” e que este sino simbolize a nossa vitória. Marinha. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Assistiremos agora o vídeo alusivo à Amazônia Azul.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Veremos agora o vídeo da operação “Poseidon 2022”, que reforça a interoperabilidade envolvendo Marinha, Exército e Aeronáutica.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Convidamos a todos para que, em pé, possamos cantar a canção “Cisne Branco”. Letra: sargento da Marinha do Brasil, Benedito Xavier de Macedo. Música: sargento do Exército brasileiro, Antônio Manuel do Espírito Santo.

 

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- É feita a exibição musical.

 

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Chegamos ao fim da sessão solene em comemoração ao Dia do Marinheiro. Todos poderão acompanhar a reprise desta cerimônia pela Rede Alesp de comunicação, disponível em TV aberta em todo o Brasil. Convidamos o Exmo. Sr. Deputado estadual Castello Branco para realizar o encerramento desta sessão solene.

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Fugindo um pouco ao protocolo, gostaria de agradecer imensamente ao almirante Guilherme, comandante do 8º Distrito Naval, e à sua brilhante equipe, predecessores do legado do almirante Mello, do almirante Chaves, com os quais tive a honra, também, de trabalhar.

Lembro aqui também o almirante Guilherme, do Centro Tecnológico da Marinha, o meu amigo almirante Noriaki, que não está presente e que conheci desde muito jovem, quando ele prestava o exame para o Colégio Naval.

Agradecer ao almirante Hildebrandt, sempre um grande incentivador, um grande amigo, um grande entusiasta das nossas relações institucionais; ao capitão de mar e guerra Ramalho Azevedo, sempre presente, grande amigo; ao capitão de mar e guerra Burlamaqui, que eu também tive a oportunidade de conhecer muito jovem; ao comandante Agapito Marques, nesse...

Quem está representando o Agapito? Guilherme, obrigado. Um grande abraço no Agapito, que hoje está na passagem, acho, de comando do PAMA.

Gostaria de agradecer ao sargento Simões e à Banda de Música do 8º Distrito Naval, lembrando que a minha mãe era pianista, que eu estudei sete anos de piano e que, quando aluno da escola de cadetes lá em Campinas, nos finais de semana, eu tocava em casamentos para fazer um bico, porque ninguém é de ferro. Nada mudou, hein? Quarenta anos depois.

Sucesso à banda, vocês, que são a alma das nossas Forças Armadas. Simões, “Bravo Zulu”. Obrigado. Assim sendo, eu, mais uma vez, homenageio as mulheres e os homens de branco, com os seus uniformes lindos, que tantas inspirações nos trazem, a elite das nossas Forças Armadas.

Esgotado o objeto da presente sessão parlamentar, a Presidência desta Mesa de trabalhos da Assembleia Legislativa de São Paulo agradece a Deus, às autoridades, ao público presente, virtual e presente aqui, à equipe do gabinete Castello Branco, que tanto se esforçou, aqui na pessoa do meu chefe de gabinete, coronel Dotto, que foi meu capitão comandante de companhia na academia militar.

Lembrando que 70% do meu gabinete é composto de militares oriundos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Então, nós temos aqui praças, sargentos, subtenentes, suboficiais, tenentes e oficiais superiores das três forças no nosso gabinete hoje, aqui na Assembleia Legislativa.

Gostaria de agradecer aos servidores técnicos desta Casa - muito obrigado, mais uma vez, vocês que nos ajudam muito na execução desta brilhante cerimônia - e a todos os funcionários da Casa Legislativa, principalmente ao cerimonial, que se esforçou bastante para o pleno êxito deste evento.

Assim, agradeço a Deus mais uma vez e declaro encerrada esta sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo em comemoração ao Dia do Marinheiro.

Tudo pela Pátria. Viva a Marinha, “Bravo Zulu”. Bom dia. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 10 horas e 49 minutos.

 

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