16 DE DEZEMBRO DE 2022
30ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO DIA DA MARINHA
Presidência: CASTELLO BRANCO
RESUMO
1 - CASTELLO BRANCO
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - TENENTE SANTUCCI
Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa. Lê texto
alusivo ao Dia do Marinheiro.
3 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão
solene, por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos, para
"Homenagem ao Dia da Marinha".
4 - TENENTE SANTUCCI
Convida o público a cantar de pé, o "Hino Nacional
Brasileiro". Anuncia a exibição de vídeo alusivo ao Dia do Marinheiro.
5 - GUILHERME DA SILVA COSTA
Vice-almirante, comandante do 8º Distrito Naval, faz
pronunciamento.
6 - MÁRIO WALLACE SIMONSEN NETO
Presidente da Soamar e representante do Iate Clube de Santos,
faz pronunciamento.
7 - CARLOS ALBERTO MATIAS
Vice-almirante e representante da Amazônia Azul Tecnologia de
Defesa S.A, faz pronunciamento.
8 - ALEXANDRE LOPES VIANNA DE SOUZA
Capitão de mar e guerra e vice-diretor do Centro Tecnológico
da Marinha de São Paulo, faz pronunciamento.
9 - RAV SANY
Rabino, representante da comunidade judaica, faz
pronunciamento.
10 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO
Considera este como um dia histórico, no qual prestará sua
última homenagem à Marinha em seu mandato de deputado estadual. Agradece a
presença das mulheres, nesta homenagem. Ressalta seu orgulho pela Marinha do
Brasil. Esclarece que o povo brasileiro precisa conhecer a Marinha. Discorre
sobre sua história de vida, na qual atuou tanto no Exército como na Marinha
brasileira. Disse amar profundamente a Marinha. Destaca algumas de suas missões
no Exército. Faz breve resumo de sua atuação como deputado estadual e as
relações com a Marinha do Brasil.
11 - TENENTE SANTUCCI
Anuncia vídeo alusivo à Amazônia Azul. Informa a apresentação
do vídeo sobre a Operação Poseidon 2022. Convida os presentes para, em pé,
cantarem a "Canção Cisne Branco".
12 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Castello Branco.
*
* *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Senhoras e
senhores, autoridades presentes, bom dia. Sejam bem-vindos à sessão solene em
comemoração ao Dia do Marinheiro. Meu nome é tenente Santucci, sou seu mestre
de cerimônias nesta manhã e estarei conduzindo os trabalhos deste evento
especial.
Em cinco minutos, nós iniciaremos a
cerimônia.
Solicitamos a todos os convidados que
se acomodem no recinto para o início deste evento. Solicitamos também que os
celulares sejam desligados ou colocados no modo avião. Esta solenidade tem o
tempo previsto de uma hora e 30 minutos. O gabinete parlamentar do deputado
Castello Branco agradece e cumprimentar a presença de todos.
Iniciamos agora a sessão solene em
comemoração ao Dia do Marinheiro de 2022. Meu nome é tenente Santucci, sou seu
mestre de cerimônias e estarei conduzindo os trabalhos desta manhã.
Este encontro está sendo transmitido ao
vivo pelo canal oficial do YouTube da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo e pelas redes sociais do deputado Castello Branco, com o endereço
“castellobrancosp” - “Castello” com dois “éles”.
Nomeamos a Mesa principal, com a
presença do Exmo. Sr. Deputado Estadual Castello Branco, proponente que
presidirá esta sessão solene. (Palmas.) Exmo. Sr. Vice-Almirante Guilherme da
Silva Costa, comandante do 8o Distrito Naval. (Palmas.) Exmo. Sr.
Vice-Almirante Carlos Alberto Matias, diretor-técnico da Amazônia Azul
Tecnologias de Defesa. (Palmas.) E também a presença do Exmo. Sr. Almirante
Hildebrandt. (Palmas.)
À Mesa anexa, da parte inferior, o Sr.
Mário Simonsen, presidente da Soamar e representante do Iate Clube de São
Paulo. (Palmas.) Capitão de Mar e Guerra Lopes Vianna, representando o
vice-diretor do Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo. (Palmas.) Coronel
Escobar, representando o Comando do IV Comar. (Palmas.)
Capitão de mar e guerra Fernando de
Avelar Britto Lima, diretor do CTMSP. (Palmas.) Capitão de mar e guerra Rafael
Burlamaque, chefe do Estado-Maior do Comando do 8º Distrito Naval. (Palmas.) Inspetor
superintendente Guilherme, representando o comandante da Guarda Civil Agapito
Marques. (Palmas.) Primeiro-tenente Brasil, representando o Exército Brasileiro
do Comando Militar do Sudeste. (Palmas.)
Citamos também autoridades que estão
compondo a Mesa estendida: Sr. Ari Brato Junior, vice-presidente da Soamar de
São Paulo. (Palmas.) Sr. João Francisco Gianezella,
diretor da Soamar. (Palmas.) Rabino Rav Sany, representando a comunidade
judaica. (Palmas.) Primeiro tenente Gerson Felipe, vice-presidente da
Associação Brasileira de Oficiais da Reserva. (Palmas.) Sr. Humberto Paim,
diretor da Soamar de São Paulo. (Palmas.)
Texto alusivo ao Dia do Marinheiro.
Pelos espaços marítimos, chegaram os colonizadores portugueses e tantos outros
povos que ajudaram a compor a nossa identidade nacional. Também foi pelo mar e
águas interiores escrita a história da consolidação da independência e da
defesa dos nossos atuais contornos.
Essas águas, nas quais sempre fomos
vitoriosos, foram igualmente marcadas pelo sacrifício de nossos compatriotas
que ofereceram suas vidas em prol do Brasil. Com essa visão, rendemos uma justa
homenagem, no dia 13 de dezembro, data do nascimento do Almirante Joaquim
Marques Lisboa, à história de um dos grandes heróis nacionais, o patrono da
Marinha do Brasil, o qual dedicou, com plena devoção, 66 anos de serviço à
Pátria.
Além da Guerra da Independência, onde
esteve embarcado na Fragata Niterói, participou da perseguição à frota
portuguesa que deixava a Bahia. Destacou-se na Guerra da Cisplatina, onde
recebeu seu primeiro comando de um navio, com 18 anos de idade. Depois,
tornou-se um herói, participando de vários episódios importantes dessa guerra.
No período regencial, tomou parte ativa
na pacificação de várias insurreições. Viveu, portanto, em um período muito
importante da consolidação do Estado Nacional. Como capitão de mar e guerra,
foi o comandante do primeiro navio de guerra de grande porte com propulsão a
vapor incorporado pela Marinha, a embarcação batizada como Dom Afonso.
Em uma das provas de mar, ao largo da
cidade inglesa de Liverpool, salvou membros da tripulação e passageiros do
navio Ocean Monarch, que levava imigrantes para os Estados Unidos da América.
Já no Rio de Janeiro, ainda comandante da Dom Afonso, conseguiu rebocar e
trazer para dentro da Baía de Guanabara a nau da Marinha de Portugal de Vasco
da Gama, que havia perdido seus mastros fora da barra, em meio a uma
tempestade.
Como almirante, comandou a Força Naval
Brasileira no Rio da Prata, na Guerra da Tríplice Aliança, entre os anos de
1864 e 1866. No conflito contra o Paraguai, organizou toda a logística
necessária para a manutenção dessa força e conduziu o início do bloqueio,
estratégia que selou o destino do Paraguai.
O Almirante Tamandaré está entre o
seleto grupo dos brasileiros que contribuiu para resguardar o Brasil da
desagregação, promovendo a concórdia e a paz do extremo norte ao extremo sul do
Brasil.
As muitas qualidades e sobretudo o
caráter do Almirante Tamandaré, comprovado por suas ações, são exemplos não
somente para os bons marinheiros, mas para os brasileiros de todos os tempos.
Relembrá-las é um exercício de patriotismo e inspiração.
O exemplo de Tamandaré deve ser fonte
de inspiração, de modo a continuarmos honrando o seu legado de dedicação no cumprimento
do dever. As palavras do patrono Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de
Tamandaré, traduzem a essência da Marinha do Brasil: “Sou marinheiro e outra
coisa não quero ser”.
Convidamos o Exmo. Sr. Deputado
estadual Castello Branco para realizar a abertura oficial da presente sessão
solene.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Senhoras e
Senhores, muito bom dia, um dia glorioso. Sob a proteção e as bênçãos de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos desta manhã. Nos termos regimentais, esta
Presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Esta sessão solene foi convocada pelo
presidente desta Casa de Leis, nobre deputado Carlão Pignatari, atendendo
solicitação deste Deputado, Castello Branco, com a finalidade de celebrar, no
estado de São Paulo, o Dia do Marinheiro, comemorado anualmente no dia 13 de
dezembro, data de nascimento do seu patrono, o almirante Joaquim Marques
Lisboa, almirante de Tamandaré.
Viva a Marinha do Brasil. Declaramos aberta
esta sessão solene.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos a
todos para que, em pé e em posição de respeito, cantemos o Hino Nacional
Brasileiro. Música de Francisco Manuel da Silva e letra de Joaquim Osório
Duque-Estrada.
*
* *
- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.
*
* *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Podemos nos
assentar.
Assistiremos agora o vídeo alusivo ao
Dia do Marinheiro.
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* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO
SANTUCCI - Convidamos o Exmo. Sr. vice-almirante
Guilherme da Silva Costa, comandante do 8º Distrito Naval para fazer uso da
palavra.
O SR. GUILHERME DA SILVA COSTA - Deputado
Castello Branco, nobre proponente desta sessão solene para a Marinha; senhores
almirantes, senhores oficiais, caros representantes das forças amigas dos
órgãos de Segurança Pública, caros membros da sociedade paulista e paulistana
que tanto nos honram com suas presenças aqui, caros oficiais, caros praças, a
todos o nosso bom dia, àqueles que nos acompanham pela TV Alesp.
A
Marinha do Brasil sente-se honrada e agradecida à Assembleia Legislativa de São
Paulo por esta sessão solene em homenagem ao Dia do Marinheiro. Por tal
iniciativa cabe primeiramente especial agradecimento ao deputado Castello
Branco, que ora preside esta sessão, sob cuja iniciativa foi apresentada a
propositura para que hoje aqui estejamos nesse momento tão especial.
No
último dia 13 de dezembro comemoramos o Dia do Marinheiro, justa homenagem
prestada na data do nascimento do patrono da Marinha do Brasil, almirante
Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré.
É
oportuno, portanto, trazer às senhoras e aos senhores algumas considerações
sobre o nosso patrono, sobre a Marinha, e em conclusão, como não poderia deixar
de ser, por estarmos nesta Assembleia sobre a estreita ligação entre São Paulo
e a força que mantém nossa soberania no mar e águas interiores.
Com
seus 66 anos de serviço à pátria, o Almirante Tamandaré escreveu belas páginas
de bravura, integridade, dedicação e entrega. Ingressou na Marinha aos 15 anos
como voluntário da Armada.
Participou
dos combates para consolidação da nossa independência, da pacificação de
revoltas na regência e das guerras do Brasil Império, incluindo sua marcante
atuação como comandante-em-chefe das Forças Navais brasileiras na guerra da
Tríplice Aliança.
Seu
exemplo inspira desde então gerações e gerações de brasileiros, tendo seu nome
sido incluído no Livro dos Heróis da Pátria, eternizando o seu legado e a sua
contribuição para o que hoje temos como a nossa nação.
Por
tudo isso, relembrar a vida do Almirante Tamandaré nos impulsiona a vencer as
dificuldades, a superar os desafios que se apresentem com honestidade de
propósito e retidão de atitude. E com a mesma abnegação do nosso patrono, a
Marinha busca cumprir a sua missão, protegendo as nossas riquezas, defendendo,
cuidando da nossa gente.
Está
presente na imensidão da nossa Amazônia Azul, mantendo soberania sobre as águas
jurisdicionais brasileiras, de onde são extraídos hoje mais de 85% de todo o
petróleo e gás consumidos pelo país. Zela diuturnamente pela segurança do
tráfego aquaviário, modal que escoa 95% do volume de todo o nosso comércio com
o resto do mundo, assim como atua na salvaguarda da vida humana no mar, nos
rios e lagos brasileiros, sendo responsável pelas ações de busca e salvamento em
uma área equivalente a uma vez e meia o território brasileiro.
A
Marinha também coordena o Programa Antártico Brasileiro, propiciando, junto com
outras organizações públicas e privadas, e com especial apoio da Força Aérea
Brasileira, oportunidade ímpar para promover a pesquisa científica no
continente gelado, desenvolvidas primordialmente nas novas instalações da
Estação Antártica Comandante Ferraz.
Nosso corpo de fuzileiros navais, tropa
de caráter expedicionário por excelência, sempre pronto a atuar, seja na
garantia da lei e da ordem, seja em assistência humanitária ou em missões de
paz sob a égide da ONU.
Nossos navios de assistência hospitalar
têm levado alento às populações ribeirinhas da Amazônia e do Pantanal, sendo,
muitas vezes, a única forma de acesso de algumas comunidades à Saúde de
qualidade.
Com o mesmo espírito dos Bandeirantes,
nossos navios hidroceanográficos conduziram por anos a fio um longo processo de
levantamento, possibilitando ao Brasil pleitear junto à Organização das Nações
Unidas, a extensão de nossa plataforma continental, alargando, no mar, os
limites de nossa última fronteira.
Muito propícia se faz esta menção aos
bravos bandeirantes, para que estas palavras se remetam às considerações sobre
a ligação estreita da Marinha com o estado de São Paulo e com o mar.
Essas considerações advêm de uma série
de fatores que talvez comecem com a influência histórica do mar na formação do
próprio estado: a fundação de São Vicente, as expedições guarda-costas para
defender a recém-criada capitania hereditária, a participação de navegadores e
cartógrafos dessas expedições no delineamento das primeiras ruas da cidade de
São Paulo e das vias de penetração para o interior.
Quando da Independência, é a visão de
um ilustre santista, José Bonifácio de Andrada e Silva, que aconselha o
imperador a formar, com urgência, uma força naval para levar o grito do
Ipiranga, promulgado nesta Capital, ao resto do país, preservando a sua unidade
e integridade territorial.
A pujança econômica de São Paulo, responsável
por mais de 30% de toda a produção nacional, tem contribuído para esta
compreensão privilegiada do valor do mar, pois, afinal, boa parte dos insumos e
dos produtos acabados dessa produção flui pelo Porto de Santos, o maior do
país.
Boa parte da energia necessária para
tal produção se inicia no pré-sal, flui por oleodutos e gasodutos marítimos ou
chega por petroleiros ao Terminal de São Sebastião e, de lá, para as refinarias
do estado.
A Hidrovia Tietê-Paraná escoa a riqueza
do interior e sua navegabilidade se torna questão estratégica; não menos
importante, a pesca artesanal, a navegação de esporte e lazer e o turismo
náutico e ecológico têm feito de São Paulo o estado com o maior número de
navegadores amadores e de embarcações inscritas em todo o país, evidenciando o
diferenciado poder aquisitivo de sua população e sua vocação marinheira.
Todos esses fatores levam a Marinha a
ampliar a sua presença no estado. A Capitania dos Portos de São Paulo, com mais
de 170 anos de existência, foi a primeira organização militar da Marinha
permanentemente sediada no estado.
Hoje, a estrutura voltada para a
segurança do tráfico aquaviário compreende também a Capitania Fluvial do
Tietê-Paraná em Barra Bonita e as delegacias de São Sebastião e Presidente
Epitácio.
A coordenação centralizada das tarefas
da Marinha no estado é exercida pelo Comando do 8º Distrito Naval, que este ano
completou 25 anos e cuja jurisdição, hoje, abrange, além de São Paulo, o estado
do Paraná e águas marinhas adjacentes.
O crescimento das demandas de caráter
operacional, como patrulhamento marítimo e as atividades de busca e salvamento
nessas águas, levou a Marinha a designar para o Comando do Grupamento de
Patrulha Naval do Sul-Sudeste, sediada em Santos, o mais novo navio de guerra construído
no país, o Navio-Patrulha Maracanã, com previsão de chegada em janeiro próximo,
que, com suas características, ampliará o poder de atuação da Força Naval até o
limite extremo das águas jurisdicionais sob responsabilidade do Comando do 8º
Distrito Naval.
Prosseguem também as ações para
ativação do futuro Grupamento de Fuzileiros Navais em Santos, parcela de tropa
em permanente condição de pronto emprego, atuando em proveito do
desenvolvimento nacional, do apoio à sociedade e da segurança de relevantes
ativos estratégicos presentes neste estado.
Em uma outra vertente, o polo
industrial desenvolvido e diversificado, a oferta de serviços tecnológicos e a
universidade de primeira linha do estado de São Paulo proporcionam o surgimento
de importantes parcerias para o desenvolvimento das tecnologias necessárias à
consecução dos objetivos da Marinha e do país.
Este estado reúne condições ímpares nas
quais a sinergia entre governo, indústria e academia proporcionam oportunidades
e benefícios para toda a sociedade brasileira.
Assim, sob a coordenação do Centro
Tecnológico da Marinha, em São Paulo, desenvolve-se aqui o Programa Nuclear da
Marinha, incluindo o domínio das etapas do ciclo do combustível, com a unidade
piloto de hexafluoreto de urânio, e o projeto e a construção de um reator
nuclear totalmente nacional, que contempla o Laboratório de Energia
Núcleoelétrica e a construção do Reator Multipropósito Brasileiro, que
garantirá a produção de radiofármacos empregados em diagnóstico e tratamento de
doenças como o câncer, entre outros benefícios, evidenciando o caráter dual das
tecnologia aqui desenvolvidas.
A vocação de São Paulo para a pesquisa
e o ensino também norteou a decisão estratégica que levou o estabelecimento de
uma parceria que já remonta a 66 anos entre a Marinha do
Brasil e a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que celebraram em
1956 um convênio por meio do qual a Marinha confiou à USP a formação de
engenheiros para suprir as necessidades da Força, viabilizando a criação do
curso de Engenharia Naval no Brasil.
Tão propício esse ambiente se apresenta
que aqui também a Marinha escolheu como sede para a Amazul, a Amazônia Azul
Tecnologias de Defesa, constituída em 2013 com o compromisso de usar a
tecnologia nuclear para salvar vidas, melhorar a qualidade de vida das pessoas,
garantir a segurança energética com a energia limpa e defender a soberania do
País.
Mas nenhuma dessas realizações, seja no
campo operativo, seja no campo científico e tecnológico seria possível sem a
acolhida e o apoio da sociedade paulista com o seu perfil desenvolvimentista e
legalista honrado em sua história e de diversas instituições às quais rendemos
nossos sinceros agradecimentos.
Ao Exército Brasileiro e à Força Aérea
Brasileira, assim como à Polícia Militar do Estado de São Paulo, ao Corpo de
Bombeiros de São Paulo, à Polícia Civil e à Guarda Municipal Metropolitana,
sempre formando lado a lado em clara demonstração de comprometimento,
integração e harmonia.
Às instituições governamentais locais
dos três Poderes, a nível federal, estadual e municipal, todo o nosso respeito
por nos proporcionarem condições para o bom desenvolvimento de nossa missão.
Às entidades do trato usual com os
assuntos atinentes à autoridade marítima, ao tráfego marítimo e às atividades
portuárias, pela sinergia aplicada a busca por soluções que possibilitam o
fluxo de nossa riqueza com destreza e segurança.
Ao pujante setor industrial, mormente à
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e à Associação Brasileira das
Indústrias de Defesa, pela crença compartilhada no desenvolvimento tecnológico
necessário a almejada soberania nacional plena.
Às entidades esportivas, em especial ao
Iate Clube de Santos, ao Iate Clube de Ilhabela e ao Iate Clube Paulista,
referências nacionais e internacionais, pelo incondicional apoio e incentivos
às atividades náuticas.
Aos abnegados membros da Sociedade
Amigos da Marinha, nossos sóis marinhos que no estado de São Paulo estão
formalmente organizados em oito localidades, aqui com seu presidente, seus
membros aqui presentes, pela incansável dedicação na difusão da mentalidade
marítima em nossa sociedade.
Aos grupos de Escoteiros do Mar, pelo
belo trabalho desenvolvido junto a nossa juventude, fortalecendo por meio de
atividades marinheiras os valores morais e éticos fundamentais para o futuro de
nossa sociedade. E de modo geral a toda a sociedade paulista, que tão bem nos
acolhe e incentiva. Nosso sincero reconhecimento e agradecimento.
Dessa forma, senhoras e senhores, finda
esta breve navegação sobre a história da Marinha e de seu patrono e da sólida
ligação de nossa Força com o estado de São Paulo, antevemos que nossos rumos
continuarão alinhados, tendo por norte os interesses maiores do nosso País.
Agradeço, portanto, mais uma vez em
nome da Marinha do Brasil a homenagem que esta prestimosa Casa Legislativa, sob
iniciativa do amigo e deputado Castello Branco presta aos nossos marinheiros,
fuzileiros navais e servidores civis, brasileiros que como todos nós vivemos e
almejamos por um País melhor. Viva São Paulo! Viva a Marinha! Tudo pela Pátria!
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos o Sr.
Mário Simonsen, presidente da Soamar, representando também o Iate Clube de
Santos, para fazer uso da palavra.
O
SR. MÁRIO
WALLACE SIMONSEN NETO -
Excelentíssimo Deputado Castello Branco, que me deu a honra de poder pronunciar
aqui nesta Casa, Exmo. Almirante Guilherme, a quem eu cumprimento todas as
autoridades aqui presentes, Sras. e Srs. Marinheiros, um bom dia a todos.
Estamos aqui hoje nesta Casa
comemorando o Dia do Marinheiro. O Dia do Marinheiro comemora a data de
nascimento do almirante Tamandaré, como o almirante Guilherme já ilustrou muito
bem para todos. Para nós é uma honra poder estar aqui. Nós temos aqui em São
Paulo a Soamar São Paulo, que apoia a Marinha, é o braço civil da Marinha.
Nós tentamos ajudar e estar sempre
prontos e alertas para tudo que a Marinha precisa e solicita de nós. Em São
Paulo, nós temos aproximadamente 300 iates clubes e marinas que na parte civil
desenvolvem todo esse relacionamento com o mar, atendendo os mais diversos
tipos de pessoas, competições, eventos, meio ambiente, limpeza dos nossos rios,
canais.
Quando nós falamos de iate clubes
normalmente todo mundo pensa no mar, no nosso litoral, mas existem também nos
rios, nas represas. No estado de São Paulo, nós temos represas e rios
navegáveis, onde tem uma parte de iate clubes muito grande e de marinas, e tudo
administrado pela nossa Marinha do Brasil.
Então é uma coisa muito importante
relevar aqui. Todo mundo pensa que a Marinha só está preocupada com o mar, mas
ela tem que policiar todo esse interior nosso. Interior onde a gente só pensa
no mato, na lavoura, nas colheitas, mas não.
Nós temos muitos rios
e temos todo o transporte aquaviário. Eu gostaria de, nesse dia de hoje,
lembrar que nós estamos vivendo aqui no Brasil momentos nervosos, ânimos
acirrados; mas como todos somos do mar, sabemos o momento da tempestade.
No momento da tempestade, organizamos
as nossas velas para passar os momentos mais difíceis, acertar a nossa
navegação e o nosso rumo, porque o barco foi feito para viver no mar,
independente de que o lugar mais seguro seja o porto.
Mas nós temos que estar aptos para
enfrentar essas tempestades com serenidade, com amizade e com respeito a todos.
Eu queria agradecer esta oportunidade de estar aqui. Viva a nossa, a sua, a
Marinha do Brasil. Viva São Paulo.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos o
Exmo. Sr. Vice-Almirante Matias, representante da Amazônia Azul Tecnologias de
Defesa SA.
O
SR. CARLOS ALBERTO MATIAS - Bom dia a todos,
senhoras, senhores. Gostaria de inicialmente saudar e agradecer ao Exmo. Sr.
Deputado Estadual Castello Branco pela iniciativa e por esta brilhante
cerimônia; saudar também o almirante Guilherme, comandante do 8º Distrito
Naval, em nome de quem eu saúdo todas as autoridades já nominadas, a todas as
senhoras e os senhores aqui presentes.
Eu gostaria de expressar, em nome da
empresa Amazônia Azul Tecnologias de Defesa Sociedade Anônima, o prazer e o
privilégio de poder hoje aqui comemorar junto com a sociedade paulista e
paulistana mais um Dia do Marinheiro.
A nossa empresa, ela tem apenas nove
anos, mas ela é herdeira de um legado criado pela Marinha do Brasil no
desenvolvimento científico e tecnológico que tem trazido grandes feitos para o
nosso País em termos de tecnologia de ponta.
Mesmo tendo nove anos de existência,
alguns dos nossos colaboradores e empregados já trabalham no projeto, ou
melhor, no Programa Nuclear da Marinha e no Programa de Desenvolvimento de
Submarinos há mais de 30 anos, e os resultados são muito alvissareiros.
Nós já conseguimos desenvolver todo o
ciclo do combustível nuclear, que vai permitir a propulsão do nosso submarino
convencionalmente armado com propulsão nuclear, e isso tem um ganho
extraordinário para todos os demais setores envolvidos no setor nuclear.
Eu gostaria de citar, apenas como um
exemplo, a produção de combustível nuclear para que seja construído o reator de
multipropósito, que é um empreendimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovações, capitaneado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, mas que tem
na Amazul a sua participação no projeto detalhado, que já está pronto e deve
ter o início das obras a partir do próximo ano.
Esse reator, que é um reator de
pesquisa, vai abrir muitas possibilidades no campo da ciência e tecnologia, no
desenvolvimento de novos materiais e, principalmente, vai tornar o nosso País
independente na produção de radioisótopos, que são os insumos necessários para
a produção de radiofármacos responsáveis pela grande parte, mais de 80%, dos
exames e tratamentos para várias doenças no nosso País.
Então é com muito orgulho que a nossa
empresa, que é vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio da Marinha,
está sediada aqui no estado de São Paulo, e com a colaboração de todos tem
conseguido alcançar bons resultados e a cada dia vai ampliando esse nosso
conhecimento.
Então muito obrigado pela homenagem que
é feita à Marinha do Brasil, à qual a empresa está vinculada.
Muito obrigado a todos, e tenhamos um
bom dia.
Viva a Marinha. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos o
capitão de mar e guerra Lopes Vianna, vice-diretor do Centro Tecnológico da
Marinha de São Paulo para fazer uso da palavra.
O
SR. ALEXANDRE LOPES VIANNA DE SOUZA - Com a
permissão do deputado Castello Branco, que preside esta sessão, e do comandante
do 8º Distrito Naval, almirante Guilherme, agradeço a possibilidade de tecer
algumas palavras sobre o Programa Nuclear da Marinha, que se confunde com o
Programa Nuclear do Brasil no desenvolvimento de uma tecnologia que não é
compartilhada por nenhum outro país que a detenha.
Hoje, no mundo, há apenas 13 países que
possuem a capacidade de enriquecimento de urânio, e o Brasil é um deles. Há
apenas cinco países que constroem submarinos nucleares. Por coincidência, são
os que integram permanentemente o Conselho de Segurança da ONU.
Para a Marinha, o submarino
convencional de propulsão nuclear será um grande ganho na defesa das riquezas
de nossa Amazônia Azul, mas para o Brasil o domínio da tecnologia nuclear vai
muito além da defesa.
Além do arrasto tecnológico gerado, a
energia nuclear possui inúmeras aplicações na medicina, na fabricação de
radiofármacos, na agricultura, com a irradiação de alimentos, permitindo a
preservação de produtos agrícolas, aumentando significativamente o alcance da
exportação desses produtos e de diversas outras aplicações para benefício do
povo brasileiro.
A Marinha escolheu São Paulo para
abrigar o seu programa nuclear devido à proximidade do principal centro
acadêmico industrial do País. No campus da USP, o CTMSP está sediado e é onde o
reator de nosso submarino está sendo projetado. Em Iperó, onde o protótipo do
reator está sendo construído em proporção 1:1.
Por isso, a Marinha é muito grata a São
Paulo por fazer parte desse projeto que engrandece o nome do Brasil no cenário
internacional. Finalizo com o lema do nosso centro: tecnologia própria é
independência.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos o
senhor rabino Rav Sany, representante da comunidade judaica, para fazer uso da
palavra.
O
SR. RAV SANY - Bom dia. É uma alegria, deputado
Castello Branco, meu irmão, que faz parte da Comissão de Relações
Internacionais desta Casa; nosso querido almirante Guilherme, comandante do 8º
Distrito Naval, que abrange os estados de São Paulo e do Paraná. Cumprimento
todas as autoridades aqui presentes.
Hoje é Dia do Marinheiro, herói da
pátria, defensor dos nossos mares, das nossas águas. A Marinha que defende o
nosso amado Brasil, junto com as Forças Armadas. Eu vim hoje, além de
prestigiar o meu irmão, capitão Castello Branco, representar o meu povo, o povo
de Israel, em gratidão ao nosso Brasil, ao nosso querido Brasil, nós que fomos
abraçados, nós que fomos acolhidos e nós que participamos do descobrimento e da
construção da nossa Nação.
Israel, hoje, é um polo de
desenvolvimento tecnológico, uma tecnologia especial de defesa para o mundo.
Israel exporta isso para o mundo, Israel exporta isso, inclusive, para as
nossas Forças.
Meus queridos, todos nesta vida, todos
nesta estreita pontezinha chamada vida, todos nós somos marinheiros, todos nós
precisamos de enfrentar as tempestades. Cada um de nós é capitão do seu próprio
navio. A Marinha e vocês têm muito a nos ensinar.
O rei Salomão, mais sábio de todos os
homens, uma vez falou: (Pronunciamento em língua estrangeira.). Fiquem
tranquilos que eu vou traduzir. Assim como o reflexo das águas para com as
faces, as águas refletem as faces - se você faz tchau, o reflexo faz tchau para
você, se você faz uma careta, ele faz -, (Pronunciamento em língua
estrangeira.) assim também o coração dos seres humanos para com os outros seres
humanos. Ou seja, as águas nos ensinam a reciprocidade, as águas nos ensinam a
verdade, a transparência. Isso é um fator muito importante para que exista
união.
Jovens marinheiros, quando vocês
olharem para as águas, lembrem-se de que ela nos ensina muita coisa. As águas
representam a humildade, as águas ficam nos lugares mais baixos. Sem humildade,
não existe transparência, não existe amor e não existe essa reciprocidade, que
gera união, dentro do grupo. Eu abençoo, nesse momento, a marinha brasileira.
Eu abençoo, neste momento, todos vocês.
Hoje é o dia do marinheiro e o
marinheiro tem que ser valorizado pela sua força de vontade, pelos seus ideais
e pelos seus sonhos; jamais deixem de sonhar. Quando me formei rabino, falaram
para mim: “Você pode esquecer tudo que você estudou aqui, só não se esqueça de
uma coisa: não se esqueça de sonhar”.
Vamos sonhar juntos em prol de um
Brasil melhor, em prol da união, em prol da paz e dessa forma eu tenho certeza,
de que não só a Marinha, não só o povo brasileiro, irá prosperar cada vez mais.
“Shalom”, benção a todos e viva a
Marinha brasileira. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Convidamos o
excelentíssimo senhor, deputado estadual Castello Branco, para fazer uso da
palavra.
O
SR. CASTELLO BRANCO - PL - Queridos irmãos da
Marinha, hoje é um dia histórico porque é a última homenagem que eu presto à Marinha
dentro deste meu mandato. Sinto-me muito feliz e honrado em poder compartilhar
com vocês esses momentos de glória.
Eu começo com uma frase do querido
professor Henrique José de Souza, que viveu entre 1883 e 1963, “a esperança da
colheita vive na semente que você planta.” Hoje, com certeza, aqui estamos
plantando mais uma vez a semente do bem pela Marinha do Brasil.
Eu agradeço a presença das mulheres que
hoje nos prestigiam, e o faço através da esposa do almirante Guilherme, a
querida Ana Cristina; a minha esposa, Cláudia Simonsen; a minha filha, Natasha e a Ninna; a capitã de
fragata, Ana Cristina, em nome das quais eu cumprimento todas as mulheres aqui
presentes da nossa Força Naval.
Queridos marinheiros, família militar,
na qual... cumprimento também o meu filho Lorenzo, de 10 anos. Lorenzo, pode
ficar de pé para todo mundo ver, quem sabe você vai para o Colégio Naval em
breve.
Servidores da Marinha, da nossa força
naval: vocês que são a minha, a sua e a nossa Marinha, um grande orgulho. Hoje,
nós estamos aqui, através da rede de comunicação da Assembleia Legislativa de São Paulo, mostrando para mais
de 500 mil pessoas - não só no estado de São Paulo, mas no Brasil
inteiro - quem é a nossa Marinha; Marinha, que tanto nos orgulha e que o povo
brasileiro precisa conhecer cada vez mais.
Nesse sentido, eu me sinto feliz porque
faço parte desta história. A minha ligação com o mar e com as águas é muito
antiga. Meu avô era nadador, meu pai também e assim, naturalmente, passei a
nadar, a velejar, a remar desde muito cedo.
Com 12 anos, já estava trabalhando fora
de casa como missionário e, na sequência, eu comecei a me preparar para os
exames de admissão: Colégio Naval; Escola Preparatória de Cadetes do Ar; Escola
Preparatória de Cadetes do Exército; e a Escola Preparatória de Cadetes da
Academia do Barro Branco, da Polícia Militar.
Foram três anos de estudo e finalmente
eu consegui passar; e passei no Colégio Naval. E lá estava indo para Angra dos
Reis quando minha mãe cearense arretada disse: “Não, Castello Branco não vai
não para a Marinha. Castello Branco vai para o Exército”, e ela me demoveu da
ideia de ir para a Marinha e fui para a Escola de Cadetes.
Na verdade, era um mito, porque nós
temos Castello Branco na Marinha de várias turmas, inclusive o meu tio, capitão
de mar e guerra, Guimarães, que era médico no Marcílio Dias; alguns Castellos
Brancos primos, que eram da Armada; e o próprio Paulo Castello Branco, filho do
presidente Humberto de Alencar Castello Branco, meu tio-avô - embora o pai
fosse um grande marechal - era de Marinha.
Mas, assim, Deus me recompensou o fato
de não ter ido para a Marinha muitos anos depois quando, num movimento do destino, o estado maior das Forças
Armadas começa a se transformar no que é hoje o Ministério da Defesa e nessa
integração o exército passa a querer renascer a sua aviação.
E assim, eu sou designado para ir para a
Marinha participar do Curso de Aperfeiçoamento de Aviação para Oficiais, o
Caavo, na base aeronaval de São Pedro da Aldeia, em 1988, 1989. Ali
fui contemporâneo do almirante Mathias.
Naqueles dois anos de Marinha... eu
costumo brincar que na minha biografia, no prefácio da obra estará escrito,
“dos meus 25 anos de Exército, os três melhores eu passei na Marinha”, e é
verdade.
Depois de dois anos desse curso
maravilhoso - onde aperfeiçoei as minhas habilidades em vela, onde tive a
oportunidade de fazer um estágio com os mergulhadores de combate, conhecer a força de submarinos - e considerando que a
nossa base em Taubaté ainda não estava pronta, embarquei seis meses no então
porta-aviões Minas Gerais e lá conheci algumas figuras que depois se tornariam
importantes: o almirante Sertã, por exemplo; o então capitão-tenente Yukis.
E depois de três meses na fragata Niterói,
depois na fragata Independência e depois na fragata União, lá conheceu o então
jovem capitão-tenente Leonardo Puntel, hoje almirante quatro estrelas no
Superior Tribunal Militar.
Tudo isso fez com que eu amasse
profundamente a Marinha. Quando, finalmente, depois de três anos, eu sou
chamado de volta para o Exército, confesso que, até hoje, sinto saudade
daqueles bons tempos navais.
Vindo aqui para São Paulo, depois de
uma longa carreira, com muitas missões. Entre as quais destaco dois longos anos
no combate ao narcotráfico, junto com a Marinha do Brasil e a Força Aérea
Brasileira, na Calha Norte, no conflito contra as Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia, as FARC, no chamado episódio da Operação Traíra,
com muitos meses de selva.
Muitas operações eram móveis, conjuntas
entre Força Aérea, Marinha e Exército Brasileiro, sem contar com o Exército
colombiano e com as forças de inteligência dos Estados Unidos.
Foi outro ponto áureo da minha
carreira, e culminou com a prisão do Pablo Escobar, em 1993. E que, pelo menos
naquela época, evitou que o narcotráfico crescesse ainda mais. Hoje, como
deputado, procurei fazer muito pela Marinha nesses quatro anos, e vou me
permitir um breve resumo.
Mas, antes do resumo, não esquecendo
que participei de muitas missões com a equipe de natação da Marinha, onde
ganhamos o Campeonato Sul-Americano de Cadetes na Venezuela, o Campeonato
Sul-Americano de Cadetes no Chile, e o Campeonato Pan-Americano de Natação
Militar em Porto Rico, entre outras competições onde, lado a lado com a
Marinha, pude treinar, nadar e competir.
É importante colocar que, quando estava
na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, bati o recorde brasileiro de
natação em mar aberto, onde eu nadei 42 quilômetros em 8 horas, 36 minutos e 38
segundos. É um recorde que até hoje não foi batido. Acho que porque ninguém
quis. Lá entre Búzios e Cabo Frio.
Mas muito bem. Quis o destino, passados
muitos anos e indo para a reserva, e após também, um ano de Força Aérea
Brasileira, onde fiz o Curso de Recebimento de Aeronaves, e um prefácio do que
seria o INPE, o ITA e o Curso de Piloto de Testes, terminei a minha carreira
através de um acidente grave.
E me dediquei à educação, o que me
trouxe até o Parlamento. Como deputado estadual, procurei fazer muito pela
Marinha. Participei de todas as solenidades, cerimônias, eventos e reuniões que
o 8º Distrito Naval propiciava entre 2018 e 2022.
Em três oportunidades, estive com o
comandante-geral da Marinha, em Brasília. Desde a sua passagem de comando do
então almirante Ilques. Inclusive, com outras visitas técnicas, diplomáticas e
institucionais que eu fiz, como membro da Comissão de Relações Internacionais,
e institucionais, da Assembleia Legislativa com a Marinha do Brasil. Inclusive,
com apoio à Missão Antártica.
Estive no Comando da Esquadra, no Rio
de Janeiro, em diversas oportunidades: passagens de comando, solenidades,
cerimônias. Bem como levantando demandas e necessidades da Força de Submarinos,
do Batalhão de Fuzileiros Navais Tonelero, do Comando Anfíbios, do navio
Atlântico e da Diretoria de Pessoal da Marinha.
Atuei fortemente, junto com o almirante
Mello, a quem me defere com a sua amizade pessoal, hoje quatro estrelas e, se
não me engano, na Diretoria de Pessoal da Marinha, na anexação do terreno ao
lado do 8º Distrito Naval.
O que envolveu um esforço tremendo
junto à Câmara de Vereadores de São Paulo, ao prefeito Bruno Covas. Na época, o
presidente da Câmara era o Tuma, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do
Município. E ao então presidente do TCM, o então senhor João Antônio da Silva
Filho.
Foram inúmeras viagens, inúmeras
reuniões, tudo em prol da Marinha. E que ainda hoje está em processo de
consolidação. Participamos dos estudos e projetos de arquitetura para reformar
a nova entrada, e um visual novo para o 8º Distrito Naval. O que ainda não
aconteceu, mas vai acontecer em breve.
Visita ao Centro de Operações de
Praticagem no Porto de Santos, na Santos Port Authority. Visita ao Grupo de
Escoteiros do Mar, de Campinas, por exemplo, junto com o almirante Puntel.
Visitamos, em pelo menos duas vezes, as Capitanias dos Portos de Santos, São
Sebastião, Barra Bonita e Presidente Epitácio. Estivemos na Engenharia Naval da
USP, e no projeto do submarino nuclear brasileiro, no complexo de Iperó.
Fizemos 12 eventos para a Marinha aqui
na Assembleia Legislativa de São Paulo, que foram desde o Dia da Batalha Naval
do Riachuelo em duas oportunidades, e Dia do Marinheiro. Um seminário da
Amazul, que foi realizado em grande estilo aqui. Um Seminário de Defesa
Nacional e Segurança Pública, onde alguns módulos foram apresentados pela
Marinha, em 2019, inclusive do Comando Anfíbios do Rio de Janeiro.
Agora estamos programando o segundo
Seminário de Defesa Nacional e Segurança Pública, que será realizado em
fevereiro de 2023, com uma forte participação da Marinha, e cujo tema será “O
Narcoterrorismo Internacional e o Crime Organizado no Brasil”. Um assunto leve.
Fomos também grandes incentivadores do
Fórum Náutico Paulista. E aqui eu relembro a figura do grande deputado Marco
Antonio Castello Branco, meu tio, deputado nesta Casa por cinco mandatos. E
que, desde 2012, mantém o Fórum Náutico Paulista atuante, com reuniões mensais.
E já produziu muito para a atividade náutica no estado de São Paulo. Dez anos
de trabalho.
Se não bastasse, inauguramos a Frente
Parlamentar para o Desenvolvimento Náutico, que é um conjunto de 17 deputados
que se comprometem a fazer todas as ações possíveis para o o desenvolvimento da
Náutica no estado de São Paulo.
Como membro da Comissão de Relações
Internacionais e Institucionais, também promovemos o encontro da Marinha com
vários cônsules, com representações diplomáticas, como hoje vem aqui
representar Rav Sany o Estado de Israel, com o objetivo de melhorar os
desempenhos comerciais e tecnológicos.
Por fim, trabalhamos muito também na
remessa de recursos financeiros para a Marinha através de emendas
parlamentares, que aqui eu agradeço o querido deputado federal Luiz Philippe de
Orléans e Bragança, que muito nos ajudou. Filho do grande capitão Eudes, né?
Submarinista raiz e um apaixonado pela Marinha do Brasil.
Muito bem colocado pelos oradores que
me antecederam. Almirante Guilherme fazendo um belíssimo relato da quantidade
enorme de missões do 8º Distrito Naval, que as pessoas não têm noção do projeto
do submarino do querido amigo Mário Simonsen, que aqui representa mais de mil
entidades, que são os iate-clubes, as associações navais, as marinas, as
operadoras, que hoje abarcam cerca de 300 mil embarcações apenas no estado de
São Paulo.
Foi bem colocada também pelo almirante
Matias a nossa riqueza impressionante. Como bem colocado, mais de 60% da
riqueza do Brasil transita pela água, e nossas costas, com mais de 11 mil
quilômetros. Fora os 100 mil quilômetros de água doce e fora a denominação
gigantesca que é a Amazônia Azul, que hoje dá quatro milhões de quilômetros
quadrados, que é a nossa chamada Zona Econômica Exclusiva da Plataforma
Continental Brasileira. Petróleo, minérios, alimentação, ecossistema, enfim.
Por tudo isso, eu estou hoje muito
feliz com a Marinha do Brasil. Desejo a vocês as bênçãos de Deus nas suas
gloriosas missões e que nós possamos nos encontrar ainda muitas e muitas vezes
pelo bem do Brasil. A Marinha, historicamente, é um baluarte moral desta Nação.
A Marinha, historicamente, sempre representou os nossos grandes e melhores
valores, e, portanto, a vocês, marinheiros, a minha melhor continência.
Deus abençoe o Brasil, Deus abençoe a
Marinha. E não poderia terminar o discurso sem uma mensagem: “Você não pode
mudar os ventos, mas pode ajustar as velas do seu barco e navegar para onde
quiser. Barcos estão sempre muito bem protegidos, lindos, seguros e limpos nos
portos, mas não foi para isso que os barcos foram feitos”. Esse é de William
Shedd.
De Martin Luther King: “Podemos ter
chegado através da nossa vida e dos nossos destinos em diferentes navios, mas
hoje, com certeza, estamos todos no mesmo barco”. E por fim, como disse o Rav,
a vida não passa de uma grande travessia, de uma viagem breve e efêmera, e que
a gente possa fazer um bom percurso.
Viva então o espírito da Marinha. Viva
os marinheiros. Mares calmos, bons ventos, sucesso na singradura, velas a pleno
plano, rumo certo, “Bravo Zulu” e que este sino simbolize a nossa vitória.
Marinha. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RENATO SANTUCCI - Assistiremos
agora o vídeo alusivo à Amazônia Azul.
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- É exibido o vídeo.
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Veremos agora o vídeo da operação
“Poseidon 2022”, que reforça a interoperabilidade envolvendo Marinha, Exército
e Aeronáutica.
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- É exibido o vídeo.
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Convidamos a todos para que, em pé,
possamos cantar a canção “Cisne Branco”. Letra: sargento da Marinha do Brasil,
Benedito Xavier de Macedo. Música: sargento do Exército brasileiro, Antônio
Manuel do Espírito Santo.
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- É feita a exibição musical.
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Chegamos ao fim da sessão solene em
comemoração ao Dia do Marinheiro. Todos poderão acompanhar a reprise desta
cerimônia pela Rede Alesp de comunicação, disponível em TV aberta em todo o
Brasil. Convidamos o Exmo. Sr. Deputado estadual Castello Branco para realizar
o encerramento desta sessão solene.
O
SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Fugindo um
pouco ao protocolo, gostaria de agradecer imensamente ao almirante Guilherme,
comandante do 8º Distrito Naval, e à sua brilhante equipe, predecessores do
legado do almirante Mello, do almirante Chaves, com os quais tive a honra,
também, de trabalhar.
Lembro aqui também o almirante
Guilherme, do Centro Tecnológico da Marinha, o meu amigo almirante Noriaki, que
não está presente e que conheci desde muito jovem, quando ele prestava o exame
para o Colégio Naval.
Agradecer ao almirante Hildebrandt,
sempre um grande incentivador, um grande amigo, um grande entusiasta das nossas
relações institucionais; ao capitão de mar e guerra Ramalho Azevedo, sempre
presente, grande amigo; ao capitão de mar e guerra Burlamaqui, que eu também
tive a oportunidade de conhecer muito jovem; ao comandante Agapito Marques,
nesse...
Quem está representando o Agapito?
Guilherme, obrigado. Um grande abraço no Agapito, que hoje está na passagem,
acho, de comando do PAMA.
Gostaria de agradecer ao sargento
Simões e à Banda de Música do 8º Distrito Naval, lembrando que a minha mãe era
pianista, que eu estudei sete anos de piano e que, quando aluno da escola de
cadetes lá em Campinas, nos finais de semana, eu tocava em casamentos para
fazer um bico, porque ninguém é de ferro. Nada mudou, hein? Quarenta anos
depois.
Sucesso à banda, vocês, que são a alma
das nossas Forças Armadas. Simões, “Bravo Zulu”. Obrigado. Assim sendo, eu,
mais uma vez, homenageio as mulheres e os homens de branco, com os seus
uniformes lindos, que tantas inspirações nos trazem, a elite das nossas Forças
Armadas.
Esgotado o objeto da presente sessão
parlamentar, a Presidência desta Mesa de trabalhos da Assembleia Legislativa de
São Paulo agradece a Deus, às autoridades, ao público presente, virtual e
presente aqui, à equipe do gabinete Castello Branco, que tanto se esforçou,
aqui na pessoa do meu chefe de gabinete, coronel Dotto, que foi meu capitão
comandante de companhia na academia militar.
Lembrando que 70% do meu gabinete é
composto de militares oriundos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Então,
nós temos aqui praças, sargentos, subtenentes, suboficiais, tenentes e oficiais
superiores das três forças no nosso gabinete hoje, aqui na Assembleia Legislativa.
Gostaria de agradecer aos servidores
técnicos desta Casa - muito obrigado, mais uma vez, vocês que nos ajudam muito
na execução desta brilhante cerimônia - e a todos os funcionários da Casa
Legislativa, principalmente ao cerimonial, que se esforçou bastante para o
pleno êxito deste evento.
Assim, agradeço a Deus mais uma vez e
declaro encerrada esta sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo em
comemoração ao Dia do Marinheiro.
Tudo pela Pátria. Viva a Marinha,
“Bravo Zulu”. Bom dia. (Palmas.)
*
* *
- Encerra-se a sessão às 10 horas e 49
minutos.
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