13 DE DEZEMBRO DE 2022

44ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidência: CARLÃO PIGNATARI e CARLOS CEZAR

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Abre a sessão. Convoca uma sessão extraordinária, no dia 14/12, a ter início às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término da sessão ordinária. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o PL 625/22, salvo emenda. Coloca em votação e declara rejeitada a emenda.

 

2 - MÁRCIA LULA LIA

Declara voto favorável à emenda ao PL 625/22, em nome do PT.

 

3 - JANAINA PASCHOAL

Declara abstenção na votação do PL 625/22.

 

4 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Registra as manifestações. Coloca em discussão o PDL 47/22.

 

5 - PAULO LULA FIORILO

Discute o PDL 47/22.

 

6 - CARLOS CEZAR

Assume a Presidência.

 

7 - JANAINA PASCHOAL

Retira seu registro de abstenção na votação do PL 625/22.

 

8 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR

Registra a manifestação.

 

9 - MÁRCIA LULA LIA

Discute o PDL 47/22.

 

10 - PROFESSORA BEBEL

Discute o PDL 47/22.

 

11 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Assume a Presidência.

 

12 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA

Discute o PDL 47/22.

 

13 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

14 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Responde à deputada Professora Bebel.

 

15 - CARLOS GIANNAZI

Discute o PDL 47/22.

 

16 - MÁRCIA LULA LIA

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

17 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o PDL 47/22.

 

18 - MÁRCIA LULA LIA

Declara voto contrário ao PDL 47/22, em nome do PT.

 

19 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA

Declara voto contrário ao PDL 47/22, em nome do PSOL.

 

20 - CAIO FRANÇA

Declara voto contrário ao PDL 47/22, em nome do PSB.

 

21 - JANAINA PASCHOAL

Declara abstenção na votação do PDL 47/22.

 

22 - MARTA COSTA

Declara voto contrário ao PDL 47/22.

 

23 - GIL DINIZ

Declara voto contrário ao PDL 47/22.

 

24 - CASTELLO BRANCO

Declara voto contrário ao PDL 47/22.

 

25 - MAJOR MECCA

Declara voto contrário ao PDL 47/22.

 

26 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Registra as manifestações. Encerra a sessão.

 

 

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- Abre a sessão o Sr. Carlão Pignatari.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Ordem do Dia. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se amanhã, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término da sessão ordinária, com a finalidade de apreciar a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei Complementar nº 42, de 2022, de autoria coletiva. Já descemos a lista das extras de amanhã, quem puder nos ajude.

Item 1 - Discussão e votação do Projeto de lei nº 625, de autoria do Sr. Governador. .

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o Projeto, salvo emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação a emenda com parecer contrário do congresso de comissões. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Rejeitada.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem. Eu quero declarar voto favorável da bancada do PT na emenda que foi rejeitada, mas nós queremos votar favoravelmente à emenda da Professora Bebel.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Favorável da bancada do Partido dos Trabalhadores à emenda.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Eu só quero registrar a abstenção com relação à votação principal, Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Abstenção da deputada Janaina Paschoal no projeto aprovado.

Discussão e votação do Projeto de decreto Legislativo nº 47, de 2022, de autoria da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos... Convoquei a extra, tudo, porque nós tínhamos feito acordo; agora, três discussões, nós vamos ficar aqui uma hora. Mas tudo bem, é o direito do nobre deputado. Deputado Paulo Fiorilo, para discutir contra.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nós vamos agora discutir e votar as contas do governador. É importante que os deputados aqui saibam quais os óbices que foram apresentados pelo Tribunal de Contas e pelo Ministério Público de Contas.

Esta Assembleia tem uma responsabilidade grande, que é aprovar ou não as contas do governador. O relator, conselheiro Sidney Estanislau Beraldo que foi designado para avaliar as contas apresentando o seu relatório e parecer, o Tribunal de Contas concluiu pela aprovação, mas com mais de uma dezena de ressalvas das contas relativas ao exercício de 2021. Quero aqui destacar as principais razões para a desaprovação das contas.

Uma: ilegalidades na aplicação dos recursos para a Educação, com manutenção e desenvolvimento do ensino e do Fundeb. Isso é gravíssimo. O governo usou recursos da Educação para custear parte do Programa Bolsa do Povo, o que é proibido pela legislação.

Os valores do programa não poderiam ser contabilizados como aplicação mínima em Educação, pois os benefícios concedidos revestem caráter assistencial, e, por essa razão, dirigem-se fundamentalmente ao combate à pobreza e à exclusão social. E a LDB veda expressamente a aplicação de recursos da Educação neste tema. É importante que os professores tenham clareza disso.

A utilização irresponsável dos recursos do Painsp repassados aos municípios. Empenhos foram feitos e o Estado não pagou no prazo.

O Painsp é o Plano de Ações Integradas do Estado de São Paulo, foi criado em setembro de 2020 pelo então secretário Rossieli com o intuito de oferecer assistência técnica e financeira por intermédio da Secretaria da Educação aos municípios paulistas, visando a execução em regime de colaboração de programas e ações concebidos para aprimoramento das respectivas redes de ensino.

Na prática, o programa foi uma grande promessa não cumprida do Governo Doria. Aliás, o que sempre a gente viu ao longo desses quase quatro anos. Empenhou mais de 800 milhões para municípios no apagar das luzes, de 2021, incluindo o montante do cômputo do encerramento do primeiro quadrimestre de 2022, como manda a lei.

Além disso, haviam sido flexibilizadas as exigências para celebração de convênios. Os empenhos foram emitidos sem a comprovação pelas prefeituras pleiteadas dos valores distribuídos pelo programa do atendimento dos requisitos mínimos, que condicionam a transferência voluntária de recursos para os outros entes da Federação.

Três: pagamentos de inativos com recursos da Educação - o que foi vedado pela Emenda Condicional nº 108, de 2020 - e descumprimento da aplicação do percentual mínimo com pagamento de profissionais da Educação.

O saldo do Fundeb não foi aplicado no exercício de 2021 em decorrência de três situações: utilização de recursos para pagamento de inativos, 2,05 bilhões; empenho do abono Fundeb aos profissionais do Ministério não pagos até 30/4 de 2022, 799 milhões; e cancelamento dos restos a pagar, 5,7 milhões.

Outro problema apresentado: problemas no remanejamento de recursos do orçamento ao longo da execução. De acordo com o apurado pela fiscalização, o Executivo, pela via do decreto, suplementou 51,1 bilhões do orçamento de 2021, o que representa aproximadamente 20,9% das despesas inicialmente fixadas, 244,05 bilhões.

Sob esse aspecto observou que, embora o limite definido no Art. 9º da Lei Orçamentária Anual tenha sido de 17% daquela despesa, o parágrafo único do Art. 12 da LDO excetuou do cálculo do referido patamar percentual, os créditos destinados a suprir insuficiências das dotações orçamentárias relativas à transferências constitucionais; gastos com inativos e pensionistas; honras e aval; débitos constantes de precatórios judiciais; serviços da dívida pública; despesas de exercícios anteriores; emendas parlamentares impositivas; e despesas à contas e recursos vinculados.

Nesse caso, o percentual de alteração seria, portanto, menor. Destarte, mesmo que legalmente permitidas, o órgão de controle entende que o Poder Executivo deve atentar que tais alterações do orçamento estão acontecendo em patamares muito elevados e isso acarreta a desconfiguração da estrutura do orçamento inicialmente aprovado, retirando do mesmo sua característica central de planejamentação estatal, impactando na execução as políticas públicas de forma como foram traçadas e referendadas no orçamento anual por esta Casa de Leis. O que o tribunal aponta é que aquilo que Assembleia aprovou, o Executivo não obedeceu.

Por fim, ilegalidades na política - ou na falta de política - de renúncias de receitas. O monitoramento acerca do tópico “renúncia de receitas” apontou que as providências tomadas pelo Governo do Estado quanto às ressalvas, recomendações e determinações desta corte, nos últimos cinco anos, estão em baixo nível de atendimento.

Novamente, aparecem as seguintes recomendações: o Governo deve adotar estratégia estruturada de desenvolvimento econômico, garantindo a existência de processos de planejamento, que insira as renúncias de receitas em um contexto maior de gestão de políticas públicas e de promoção da competitividade e fomento ao desenvolvimento econômico social, relacionados às renúncias de receitas e outras ferramentas de fomento.

O Governo deve se abster de conceder benefícios tributários sem a devida comprovação do atendimento a Lei de Responsabilidade Fiscal. Deve garantir que os processos de concessão e modificação de benefícios fiscais e renúncias decorrentes - bem como seu monitoramento, avaliação e escrutinação contábil - sejam embarcados pelas rotinas de trabalho do sistema do controle interno do Poder Executivo.

Deve instituir processos de trabalhos normatizados para a realização de estudos que demonstrem a pertinência dos benefícios tributários cogitados. Abrangendo, não apenas as análises e informações de natureza fiscal sob responsabilidade da Secretaria da Fazenda e planejamento, mas também das relativas aos segmentos econômicos afetados, produzidas pelas áreas técnicas competentes, afim de demonstrar a congruência entre a medida proposta e os resultados esperados.

Deve instituir processos de trabalhos normatizados que produzem estudos periódicos sobre os benefícios tributários vigentes, demonstrando a convivência, sua continuidade, modificação e exclusão. Deve adotar controle suficiente para a gestão dos benefícios fiscais concedidos, de modo a identificar os valores enunciados e os contribuintes beneficiados na medida.

Infelizmente, mesmo com essa série de irregularidades o parecer aprovado na Comissão de Finanças e Orçamento, ora em discussão no plenário, é favorável à aprovação. Por toda a discussão aqui feita, o levantamento de consideração, a criteriosa análise dos órgãos técnicos ressalta a importância do voto contrário às contas do governador.

Nós apresentamos aqui três aspectos, mas eu queria retomar um deles, deputado Caio, que fez parte de uma CPI que a base do governo impediu que funcionasse, que são das renúncias fiscais. O senhor foi membro e acompanhou.

Nós tivemos a oportunidade de discutir com representantes do Pará medidas de transparência o que esse governador não fez, não se preocupou. Continua dando benefício do Estado na ordem de mais de 80 bilhões sem dizer quem recebe, sem dizer qual o retorno. É disso que nós estamos falando. Espero sinceramente que o próximo governo tenha a capacidade de dar transparência.

Nós propusemos um projeto, deputada Monica, que identifica os produtos que recebem benefícios à renúncia, que identifica as empresas que são beneficiadas com a renúncia.

É o mínimo que se pede do ponto de vista da transparência com recursos públicos. Se aqui ontem o Novo veio discursar contra as emendas impositivas, deveria ter coragem de denunciar a questão da fraude das renúncias fiscais, da falta de transparência.

Nós não estamos falando de 0,45, nós estamos falando de 80, nós estamos falando de 254 bilhões ao longo de três anos. É inadmissível que se aprove as contas do governador com tantas irregularidades cometidas ao longo desses últimos anos, em especial nas contas de 2021.

Para não falar, deputada Bebel, da questão da Educação que o governador deu de ombros com seu secretário. Aliás, apresentando projetos e programas que não cumpriu, reservando recursos que não gastou e não cumprindo o que preconiza a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Os remanejamentos, e aí eu termino, deputada Márcia Lia, minha líder, os remanejamentos a Assembleia aprovar 17 por cento. O governo usa muito mais. O Tribunal apontou mais de 20 por cento. Portanto, o Orçamento que se discute e se aprova aqui não é cumprido pelo governo. Em 2021 não foi diferente.

Por isso, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, aqui a bancada do PT, como fez na Comissão de Finanças, Controle e Orçamento e Fiscalização, votará contrária às contas do governador, contrária ao parecer aprovado pelo Tribunal de Contas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pela ordem, presidente. Pela ordem, presidente.

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Cezar.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem pela ordem, deputada Janaina Paschoal.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Só uma comunicação, Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Para comunicação.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria de retirar o registro de abstenção com relação à primeira votação. Por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É regimental.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Está retirado.

Para discutir contra, deputada Márcia Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Muito boa tarde a todos os deputados, deputadas, às pessoas que nos presenteiam com a presença aqui no plenário.

Quero dizer que ao longo dos últimos quatro anos a bancada do Partido dos Trabalhadores tem feito inúmeras manifestações aqui nesta tribuna em relação aos desmandos e em relação às irregularidades que vinham sendo cometidas ao longo dos anos e da administração, uma péssima gestão que nós pudemos constatar ao longo desses últimos anos.

E o que nos traz aqui neste momento são as contas do Sr. Governador do ano de 2021, contas essas que receberam parecer contrário - vou repetir - receberam parecer contrário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Por que recebeu esse parecer contrário? Houve uma explosão de ressalvas e recomendações que bateu na casa dos 87% em relação ao ano de 2020. Ou seja, o governo continuou fazendo coisas irregulares, muitas coisas até ilegais para a execução de um Orçamento, que como foi dito aqui pelo Paulo Fiorilo, não foi executado da forma como esta Casa votou e como deveria ter sido executado.

Portanto, há uma má gestão, uma malversação dos recursos públicos na questão da execução orçamentária do ano de 2021. Diversos departamentos do Tribunal de Contas do Estado apontam irregularidades.

Apontaram remanejamentos irregulares, transferências, transposições, renúncias de receitas. Como foi dito aqui, nós tentamos fazer um debate nesta Casa sobre o valor absurdo das renúncias de receita, e não conseguimos.

Manutenção e desenvolvimento do ensino, utilização dos recursos de forma irregular do Fundeb, situação das unidades escolares. Nós temos escolas, Professora Bebel, você sabe muito bem, caindo aos pedaços pelo estado de São Paulo, e não houve a devida e necessária manutenção dessas unidades escolares.

Quando chove cai muro, quando chove cai pedaço de prédio na cabeça das crianças, é isso o que a gente tem verificado. Não obstante nós termos um recurso bastante significativo para a Educação, o Sr. Governador João Doria não deu a devida manutenção às unidades escolares.

Também houve apontamento de falta de planejamento de execução e de gerenciamento dos recursos destinados à Saúde. Entendeu, então, cabível ainda a aplicação de multa ante a reincidência no descumprimento das determinações do Tribunal de Contas.

Portanto, não só as contas foram julgadas irregulares, como também foi infligida uma multa ao Sr. Governador do Estado João Doria, governador à época, em 2021, por conta de todas essas irregularidades.

Aí eu queria destacar também algumas questões que foram levantadas. A assessoria técnica-jurídica do Tribunal de Contas ressalvou que não se atendeu o dispositivo contido no Art. 255, da Constituição. Ou seja, não se aplicaram os 30%, mas 28% na manutenção e no desenvolvimento do ensino. Não se aplicou, portanto, o necessário e o estabelecido pela lei no Fundeb.

Também foram apontadas aqui muitas questões relativas às violações de renúncias de receitas, avaliação de controle interno, desenvolvimento operacional da gestão governamental. Tudo isso levou a parte jurídica do Tribunal de Contas a optar pela desaprovação das contas.

Também, outras secretarias, outras chefias do Tribunal de Contas, todas elas entenderam a má gestão orçamentária, a má gestão financeira, a má gestão dos recursos públicos da Educação, da Saúde, do Transporte, de vários segmentos do estado de São Paulo.

O Ministério Público de Contas, ou seja, o Ministério Público que dá pareceres no Tribunal de Contas, também se manifestou contrário à aprovação dessas contas. Ele aponta questões extremamente graves, como, por exemplo, a não aplicação dos recursos proporcionalmente ao crescimento da miséria, da fome, da pobreza no estado de São Paulo.

Os programas “Renda Cidadã” e “Ação Jovem”, não obstante por conta da pandemia e por conta da malversação do recurso da Assistência Social, deveriam ter sido aumentados na proporção igualitária ao crescimento da pobreza e da miséria. E não foi isso o que aconteceu, foi exatamente o contrário.

Os programas “Ação Jovem” e “Renda Cidadã” tiveram diminuição nos repasses dos recursos, além da existência de beneficiários fora do controle da exigibilidade. Também houve pessoas com idade acima da idade possível de se pagar esses benefícios.

São muitas, muitas mesmo, as irregularidades. Também beneficiários falecidos receberam Renda Cidadã, Ação Jovem. O Vale Gás, a mesma coisa: há uma distorção, há um grande equívoco em relação ao fornecimento e aos critérios para o fornecimento do Vale Gás.

Com relação aos Centros de Referência de Assistência Social, os CRAS e os CREAS, também houve dificuldade para se avaliar a boa utilização dos recursos, a adequada utilização dos recursos financeiros, via Fundo Estadual de Assistência Social.

Então são apontados inúmeros recursos, inúmeras dificuldades. A partir de setembro de 2021, o governo paulista começou a usar a máquina com fins claros, fins transparentes, fins eleitorais.

E os investimentos foram 5,6 bilhões a mais do que o previsto, e as inversões financeiras, de 4 bilhões e meio. Portanto, houve um acréscimo muito significativo, para o período pré-eleitoral, nas despesas do governo, o que caracteriza uso da máquina pública.

Outro ponto, que é importante, é o aumento das despesas com PPPs, parcerias público-privadas, da ordem de 39 milhões acima do valor previsto no Orçamento. E assim vamos.

As despesas, por exemplo, com o funcionalismo, caíram. Os investimentos, os cortes foram muito significativos no Transporte, na Segurança Pública, na Educação, na Saúde, na Cultura, no Desenvolvimento Social.

O Iamspe, que cuida da Saúde, é o plano dos servidores públicos, que atende aos servidores públicos na questão da Saúde, também sofreu cortes de investimento. Os Transportes Metropolitanos, Meio Ambiente, Justiça, Ciência e Desenvolvimento Econômico, Esportes, Habitação.

A Habitação, no Estado de São Paulo, é um caos. Porque não tem nenhum programa para atender ao povo, que aumenta a cada dia mais, morando na rua. São milhares e milhares de pessoas morando em situação de rua. E nós não temos um programa habitacional, no Estado de São Paulo, que dê conta, minimamente, de atender às pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Foram, enfim, várias irregularidades. E eu vou destacar, para finalizar a minha fala, algumas delas. Falta de transparência na aplicação dos recursos provenientes dos “royalties” do petróleo.

Falta de transparência, que foi o que o deputado Fiorilo acabou de falar aqui, na renúncia de 286 bilhões de reais entre 2008 e 2021. E também na necessidade do fim do sigilo fiscal imposto, inclusive, a esta Casa, que tem a prerrogativa constitucional de fiscalizar o Poder Executivo.

Mas nós não temos como fazer isso. Porque sob, entre aspas, um “sigilo fiscal” maquiado, falsificado, incorreto, as informações sobre essas renúncias de receita não chegam a esta Casa.

Portanto, não temos como verificar a legalidade e também a quem são dirigidas e direcionadas essas renúncias de receita. São inúmeros os apontamentos que nós temos aqui. São inúmeros os problemas e ilegalidades com relação à renúncia de receita de ICMS. Abertura de crédito da ordem de 51 bilhões de reais sem a devida responsabilização e ajuste fiscal. São muitos os problemas.

Então, por conta de todas essas questões, que são aqui anunciadas, de todas essas questões, que são apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado, repito, que deu pela desaprovação das contas do Governo de São Paulo, que nós, da bancada do Partido dos Trabalhadores, vamos votar contrário a esse PDL 47, de 2022. Porque entendemos que não podemos pactuar com esse tipo de irregularidade, de má gestão orçamentária, de má gestão administrativa e de má gestão dos recursos que deveriam ter sido investidos em prol, em benefício do povo paulista.

Portanto, nós não votaremos favoravelmente; vamos apresentar um voto em separado, para que nós possamos marcar a posição de que nós queremos uma gestão com mais eficiência administrativa, uma gestão de verdade, que dê conta de resolver todas as necessidades do povo do estado de São Paulo.

E não foi isso, Professora Bebel, que a gente pôde verificar nos apontamentos do Tribunal de Contas. Portanto, nosso voto será contrário às contas do governador.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Ainda restam dois minutos da Sra. Deputada Márcia Lia. E para discutir ainda, eu convido, para fazer uso da tribuna, a Professora Bebel. Tem a palavra V. Exa. pelo tempo regimental.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento toda a Mesa que compõe os trabalhos, os assessores à minha esquerda, à minha direita, Sras. e Srs. Deputados e também o público presente aqui, os gloriosos professores, que esperavam que o dia de hoje fosse o dia de acabar um grande problema, que é a triste demissão dos professores admitidos na forma de letrinhas ou sopa de letrinhas, como a gente chama nos discursos de caminhão. O chamado categoria “O”, os trabalhadores precários da Educação.

Mas tem um acordo da Casa, e esse acordo eu tenho certeza de que os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas vão nos ajudar a cumprir, que é amanhã votar favoravelmente, pela extensão do contrato ou prorrogação do contrato destes professores, que estão perdendo o vínculo 2018 e 2019 para até dezembro de 2023.

Por que a gente limitou? Eu até debati com muitos deputados e deputadas. Porque nós não queremos esse tipo de contratação para o resto da vida. (Manifestação nas galerias.)

Nós queremos uma contratação de fato, digna. Sim, concursos públicos; mas que, até que se tenha o concurso público, tenha uma contratação digna. Eu chamo a atenção dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas para o seguinte: nós tivemos um período que era o período da chamada contratação dos professores temporários, Lei no 500, que era da 444/85. E a gente tinha uma guerra com a lei.

E a lei, hoje... Desculpe, eu estou sendo saudosista: oxalá a Lei no 500 voltasse, para que a gente tivesse um pouco mais de dignidade e não tivesse essa tristeza de ter corte de contratos no fim do ano. Se esta lei não for aprovada amanhã, se o governador Rodrigo Garcia não sancionar agora, no mês de dezembro, o que vai acontecer é que muitos dos professores serão demitidos.

Já chegamos à cifra, deste ano, de 50 mil. O DIEESE, nosso departamento que faz os estudos de professores, enfim, de toda a Educação e recursos da Educação, indica que nós já temos mais professores temporários do que efetivos, ou seja, concursados.

Então a cifra colocada aqui no Orçamento, conforme foi apontado pela deputada Márcia Lia, é insuficiente para atender esses professores que estão admitidos em caráter temporário.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlão Pignatari.

 

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Eu costumo dizer que a porta de entrada do servidor público é o concurso público, mas, até que se tenha o concurso público, que tenha uma contratação digna, deputado Castello Branco, é injusto um professor, por exemplo, como esses categoria “O”, dizer o seguinte: “Bom, dezembro, eu sou de 2018, 24 dezembro eu posso ser demitido”. Olha a data em que o senhor é demitido: 24 de dezembro ou 30 de dezembro, se for de 2019. Triste, né? Uma data, digamos que...

Uma vez, debatendo com o secretário na Secretaria da Educação, um dos professores falou: “Bom, eu não vou ter nem peru de Natal, nem de Ano-Novo”. Bom, naquela época ainda a gente falava de peru.

Agora não se fala mais, porque houve uma pauperização da nossa categoria, os salários são muito aquém. O dito subsídio não resolveu e, como eu disse, não resolveria os problemas salariais da nossa categoria.

Então eu explico para vocês, que estão aqui presentes, que hoje não haverá a votação dos contratos para a prorrogação dos contratos dos professores categoria “O” 2018 e 2019 e que amanhã vocês estejam aqui, porque nós precisamos da aprovação, para que o ano letivo - até para o futuro governador isto é importante - tenha início, porque senão é difícil você dizer que haverá  início do ano letivo.

Então vocês já fiquem à vontade para poder, enfim, ir para casa e que venham com mais gente amanhã, para a gente poder mobilizar, conversar com os deputados e deputadas e aprovar esse PLC que é de minha autoria e que se tornou coletivo. (Manifestação nas galerias.)

Bom, eu passo então para algumas questões, que é o seguinte: se é verdade que a pandemia trouxe muita tristeza para nós, não é verdade para os bolsos do governo. Houve superávit até, um superávit que nós poderíamos... Vocês se lembram: a bancada do Partido dos Trabalhadores organizou um plano emergencial para contribuir no combate à pandemia, e foi relegado.

O que a gente observa é que até a cultura da forma de estar presente no trabalho, enfim, tanta coisa ficou fechada, e isso possibilitou que houvesse não déficit, mas, em 2019 e 2020, chegou-se à cifra de 13 bilhões de reais. É muito dinheiro, treze bi, e fechou um ciclo aí de tanto ajuste que se foi fazendo, fazendo, fazendo... de 30 bilhões. Então é muito dinheiro, alcançando superávits aí mais altos.

Nós temos que entender o seguinte: aqui foi dito mau uso, inclusive, pelo Tribunal de Contas do Estado, do Fundeb. Gente, o Fundeb - e sobretudo o Fundeb permanente - foi taxativo nisso, que o uso dele é para a aplicação dos recursos para atividades diretamente ligadas ou voltadas para o ensino. É para isso, né?

Há um espaço no Fundeb para a construção de creches, e a gente é inteiramente favorável, né? Uma força intensa, eu acho que um olhar muito preciso no que diz respeito a aplicar na primeira infância, que é uma etapa fundamental da Educação Básica, e que cumpre dois papéis, eu costumo dizer.

Aquele que as pessoas falam: “ah, mas é assistencial”. Não tem problema. Para nós, mulheres trabalhadoras, creches e pré-escolas são fundamentais, muito embora eu não tenha mais idade para ter crianças em creche e pré-escola, porque a Maria Manuela fez ontem 13 aninhos de idade.

As mulheres trabalhadoras têm necessidade disso. Então, por isso que o Fundeb tem que ter o carimbo, e tem que estar devidamente aplicado, e não é isso que diz o parecer do Tribunal de Contas do Estado. Está dizendo que há um... Não vou usar o termo “desvio”, mas uma forma incorreta de uso desses recursos.

Então, a gente tem que cumprir, esta Casa tem que cumprir. Nós somos parte, a Apeoesp é parte do conselho gestor do Fundeb estadual, somos em todo o estado de São Paulo, mas é importante que esses recursos não sejam desviados para outros fins que não a Educação e o ensino, e a valorização dos profissionais da Educação. Isso é de fundamental importância.

Eu, sinceramente, nunca entendi. Sinceramente. Por que trabalhar com a política de bônus, de gratificação, valoriza? Sendo que nós fizemos inúmeras contas, ano a ano, e a gente demonstrava nos orçamentos, e podemos demonstrar neste Orçamento que se, ao invés de dar bônus, de dar gratificação, desse para o professor o que o piso salarial profissional nacional indica, que é 33,2 por cento... Isso quebra a conta do Estado? Não, não quebra a conta do Estado. O que quebra a conta do Estado é o que foi dito aqui, é a isenção fiscal dada para as grandes empresas. É isso que quebra a conta do Estado.

Quando você retira recursos para serem aplicados em Saúde, em Educação, em moradia, mas deixa empresários... E eu não tenho problema de ter isenção para remédio, para comida, enfim, para as questões vitais, eu não tenho, mas para as questões tipo sapato, roupa, eu tenho.

E tem lista, como foi dito aqui pelo deputado Paulo Fiorilo, referente, por exemplo, a sigilo fiscal, no que diz respeito a isenções fiscais que não podem ser publicizadas.

Então, nós precisamos muito que o Orçamento futuro, que o futuro governo... Eu vi que a nossa bancada, através do deputado Enio Tatto, andou este Estado, junto com o deputado Gilmaci, junto com outros deputados. Nós entramos, através de telões, nas audiências e nos Estados, e nós ouvimos as demandas.

Ainda bem que uma questão foi corrigida, que foi acabar com o confisco de aposentados e pensionistas aqui do estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.) Esse foi, sim, um grande acerto desta Casa, mas insuficiente para corrigir tantas outras distorções, como, por exemplo, não ter uma política salarial.

Como corrigir, e eu quero trazer aqui à baila o que disse... Aí eu estou conversando com os companheiros do PL. O futuro governador do estado de São Paulo disse que ia revogar a lei que instituiu o subsídio.

Ele disse, e nós vamos trazer o vídeo aqui à baila, e nós vamos cobrar do novo governador isso, porque nós não somos aqueles que não queremos nada. Nós queremos uma mesa de negociação, para debater um plano de cargos e salários com responsabilidade.

Temos condições porque entendemos que o que organiza as contas públicas no que diz respeito ao pessoal, despesas com pessoal, é um plano de carreira, porque anualmente, você sabe, você tem crescimento vegetativo, o que gasta com um, o que gasta com outro, e o plano de carreira vai dando essa visibilidade.

Nós não podemos ficar na mão do governador. Tipo, ano eleitoral eu dou 10, 20%, o que eu acho. Fora do ano eleitoral eu não dou nada e fiquem quatro anos com os dentes secos. Não vamos aceitar isso e não é para um governador, nós não aceitamos para nenhum governador, não é?

Sei da vida dura, deputados do PL, que vamos enfrentar com relação ao secretário da Educação, que foi exportado do Paraná para cá. Sei que a linha dele é privatista e que quer, na verdade, terceirizar a gestão das escolas. Nós não vamos permitir, porque não vai baratear, vai encarecer e vai acabar.

Dizer que subiu o índice depende de sob que ótica o índice subiu, porque na minha humilde opinião índice se mede também a partir da avaliação que se faz de acordo com todos os atenuantes que uma avaliação tem. Se essa avaliação desconsidera vulnerabilidade, mobilidade, desculpe, essa avaliação tem distorção.

Portanto, espero que o atual secretário da Educação tenha uma posição contrária a que teve o Sr. Rossieli, que, aliás, as urnas demonstraram para ele o quanto ele era aceito aqui no estado de São Paulo.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, Professora Bebel.

Para falar contra, deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todas, boa tarde a todos, olá, professores e professoras, é sempre muito bom tê-los aqui na Assembleia Legislativa.

Infelizmente ainda não é hoje que a gente vai votar o projeto da categoria “O”, mas eu espero que amanhã a gente resolva essa fatura com muita tranquilidade, porque eu acho que tem acordo entre todos os deputados da necessidade de não deixar a escola pública colapsar.

Bom, sobre as contas do governador, o PSOL vai votar contrário, a gente está terminando um governo do Doria. Eu sempre digo isso nas minhas falas, Doria se elegeu dizendo que ia proporcionar para o estado de São Paulo o estado mínimo.

Ele mentiu sobre muita coisa, mas sobre isso ele definitivamente falou a verdade. O estado mínimo, na ponta, é a ausência de serviços públicos e de servidores. Ele trabalhou muito para isso.

O Tribunal de Contas aponta irregularidades, os parlamentares da bancada do PT, que me antecederam, citaram diversas aqui. A não aplicação, inclusive, dos recursos da Educação é grave, gravíssimo, mas eu pedi a minha inscrição, e vou tentar ser rápida, para chamar a atenção sobre uma característica desse governo que tem tudo a ver com o período em que a gente está.

Os parlamentares estão destinando emendas parlamentares, a gente está debruçado sobre o Orçamento, que eu considero a lei mais importante que passa por esta Casa. É na lei orçamentária que a gente vai definir onde o governo do estado vai investir recursos, qual o mínimo possível etc.

Mas, segundo um levantamento que a gente já distribuiu à imprensa da bancada do PSOL, o governo João Doria foi um governo que pouco investiu diante do recurso que separou e foi aprovado aqui pela Assembleia Legislativa. A gente separa mínimos e quantidades para as mais diversas pastas e ele não investiu nas pastas devidas.

Enquanto a população do estado de São Paulo encara recorde de filas para internação e cirurgias, ele não executou o orçamento reservado para a Saúde. O que isso significa?

Tinha dinheiro lá, guardado, esperando, as pessoas precisando de serviço, o dinheiro faz parte dos 32 milhões, ou bilhões, eu sempre confundo, o Carlão briga comigo, bilhões, que ele vai entregar agora para o Tarcísio.Enquanto a escola pública cai aos pedaços, os professores não sabem se vão renovar contrato, faltam profissionais, etc., ele não executou o orçamento da Educação.

Eu vou citar uns números de 2022, este ano, cujas contas a gente vai votar no ano que vem, para chamar atenção do que é o orçamento que a gente está construindo e como está o estado de São Paulo.

Na Educação, até agora, o Governo do Estado de São Paulo investiu 68% do recurso disponível. Enquanto a gente tem recorde de evasão escolar e nenhum programa para recuperar esses jovens que estão abandonando a escola ou para contratar professores, o Governo do Estado gastou só 68% do recurso disponível.

É como se você tivesse um salário, um recurso, a sua família estivesse em situação de fome, mas você falasse assim: “Ah, eu vou deixar esse dinheiro aqui guardado embaixo do colchão”.

A EJA, Educação de Jovens e Adultos, é um programa acabado, encerrado, no que depender do governo estadual, tanto na previsão quanto no recurso gasto este ano. No fornecimento de alimentação escolar, 62% dos recursos.

Manutenção das escolas, 20% do recurso foi gasto. Na Secretaria da Saúde, 68% do recurso gasto. Assistência médica e hospitalar no Hospital da USP, 50 por cento. No da Unicamp, 55 por cento.

Aí a gente pode falar das áreas de que o Doria fez publicidade, de que o Rodrigo Garcia também falou, o “pai da vacina”, etc. Sabem quanto o estado de São Paulo investiu do recurso disponível para vacinação? Cinquenta e três por cento.

E na Segurança Pública? “Ah, a gente aqui é da bala, da valorização do profissional, do bandido bom, etc.” Sabem quanto investiu em Segurança Pública? Setenta por cento. Do recurso disponível para a compra de câmeras... A gente viu no Fantástico neste final de semana a formação de milícias, execução. Sabem quanto do dinheiro disponível investiu na compra de câmeras? Trinta por cento.

No desenvolvimento social pós-pandemia, às pessoas em situação de vulnerabilidade, 60% do recurso disponível. Combate à pobreza, desigualdade social, 67 por cento. Segurança alimentar, 67 por cento. Cultura, 70 por cento.

Esse orçamento guardado em caixa faz falta na vida das pessoas, mas, mais do que isso, chama atenção para o trabalho que a gente está desenvolvendo. A gente vai votar um novo Orçamento, depois de quatro anos de um governo que deixou de investir no Estado e de vencer as desigualdades sociais para se gabar de ter uma gorda poupança que custa a vida, os sonhos e o futuro da população do estado de São Paulo.

O PSOL vota contrário às contas, não só porque isso já seria um crime suficientemente grande para a gente rejeitar as contas do governador, de ter tirado dinheiro da Educação para investir em outro programa, mas porque, tendo dinheiro em caixa, tendo autorização da Assembleia Legislativa para investir, tendo a população precisando nos últimos quatro anos e, nesse último ano, mais do que em 2021, a gente viu o estado de São Paulo bater recordes de desinvestimento na população do estado.

Por isso, nosso voto hoje é contrário às contas do governador.

Obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputada Monica Seixas. Para falar contra, o deputado Carlos Giannazi.

 

 A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria uma informação, Sr. Presidente. É que acabou de chegar hoje uma mensagem do futuro governador dizendo que não vai cumprir com o confisco. É isso mesmo? O que diz essa mensagem? A mensagem está dizendo isso.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não, isso não existe.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Está aqui a mensagem.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não, eu não vi isso ainda.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Que não tem previsão orçamentária para...

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Vai ser colocado. Por isso que está tendo o reajuste, por isso que estamos alterando, para mudar o Orçamento para colocar. Pois não, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, assomo à tribuna para discutir, debater contrariamente ao PDL 47/22, que trata das contas do ex-governador Doria, das contas ainda de 2021.

Então esse é o debate colocado aqui neste PDL, que, infelizmente, as contas foram aprovadas - estou vendo aqui - pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Porém, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo apresentou várias contradições e várias irregularidades na prestação de contas do ex-governador João Doria, que nós chamávamos aqui de João Pinóquio Doria.

E não é possível que a Assembleia Legislativa aprove as contas do governador, que fez uma gestão desastrosa no estado de São Paulo. Foi tão desastrosa que ele teve que sair do PSDB. Nem o PSDB quis mais o ex-governador Doria. Hoje ele é um pária no mundo político, no PSDB, em qualquer partido.

Ele virou uma espécie de um leproso da política de tão ruim que foi. Ninguém usou a imagem dele na sua campanha aqui. Os deputados que foram eleitos e mesmo quem não foi reeleito usou qualquer menção ao João Doria, muito menos o que será ex-governador dentro de 15 dias, o Rodrigo Garcia. Eles esconderam o Doria como já tinha acontecido aqui em São Paulo na eleição do prefeito Bruno Covas.

Como ele tinha se desgastado imensamente na cidade de São Paulo, porque o Doria foi prefeito da cidade de São Paulo e fez também uma gestão desastrosa para a cidade de São Paulo. Implantou na cidade de São Paulo uma privataria tucana, privatizou tudo. Foi um governo ruim para a cidade de São Paulo. Ele foi escondido na campanha.

O Bruno Covas ficou com medo e escondeu o Doria. Não citava o Doria na sua campanha, não apareceu no palanque. Só apareceu no dia da comemoração, quando saiu o resultado; ele foi lá e fez um discurso. Então a mesma coisa aconteceu - acho que de uma forma piorada - no estado de São Paulo, porque foi um desastre. Foram tantos os ataques não só aos servidores públicos, à Educação pública, à Saúde, a toda a população.

E eu gostaria aqui de citar alguns desses ataques para refrescar a memória dos deputados e deputadas da base do governo que pretendem votar a favor desse projeto.

Na nossa área da Educação, na área que nós militamos, nunca vou me esquecer que durante toda a pandemia nós tivemos 35.000 professores eventuais e temporários que ficaram todo o tempo sem salário; não teve salário para professor temporário.

Trinta e cinco mil professores sem os seus respectivos salários, sem uma forma de sobrevivência, sem nenhuma ajuda do governo Doria. Como também não houve nenhum ajuda emergencial, nenhum projeto para ajudar a população durante o período da pandemia, nada. A população ficou totalmente abandonada. Se o governo agiu corretamente defendendo o isolamento social, que nós também defendíamos, mas com apoio financeiro...

A população tinha que receber auxílio financeiro, os comerciantes, os pequenos e médios empresários também deveriam ter recebido aporte orçamentário para sobreviver, para atravessar a pandemia. Ele não fez isso, mas me lembro que... E nós apresentamos projetos aqui na Assembleia Legislativa.

Eu apresentei, vários deputados apresentaram projetos no sentido de que houvesse esse amparo financeiro para a população que não tinha emprego, que não tinha condições de ficar em casa.

Então eu queria fazer esse registro. Foi na gestão do Doria que nós perdemos muitas conquistas históricas na área do funcionalismo público como, por exemplo, o Doria naquela sua reforma administrativa acabou com as faltas abonadas de todos os servidores do estado de São Paulo.

Falta abonada conquistada em 1968, no Estatuto dos Funcionários Públicos. Ele simplesmente extinguiu as seis faltas abonadas de todos os funcionários públicos do estado de São Paulo e a Assembleia Legislativa votou na reforma, votou contra, e nós temos uma luta para trazer de volta as faltas abonadas para os servidores públicos.

Eu, inclusive, tenho um projeto tramitando que trata desse tema. Várias outras categorias profissionais, ainda por conta da reforma administrativa do Doria, que foi votada aqui na Assembleia Legislativa, perderam o reajuste do adicional de insalubridade, é bom a gente refrescar a mente. Olha só. Inclusive deputados aqui da base do governo, que são servidores, votaram contra os seus próprios colegas, acabando.

Não tem mais reajuste do adicional de insalubridade para várias categorias profissionais. Essa foi a gestão do Doria, do PSDB.

Nós tivemos também, além da reforma administrativa, que nem o Bolsonaro conseguiu fazer, o Paulo Guedes tentou aprovar a PEC nº 32, que vinha nessa direção também, mas ele não conseguiu, porque nós fizemos muitas mobilizações em Brasília, os servidores se mobilizaram, e ele não conseguiu aprovar a PEC nº 32, que vinha nesse sentido.

Mas o Doria conseguiu aprovar uma reforma aqui na Assembleia Legislativa, penalizando milhares e milhares de servidores e servidoras.

Mas relembrando ainda o famigerado PL nº 529, que talvez tenha sido um dos piores projetos de toda a história do estado de São Paulo. Nunca nós tivemos um projeto tão perverso como o 529, que era um X-tudo de maldades.

Entre elas eu citaria aqui a extinção da Sucen, da Superintendência de Combate às Endemias do Estado de São Paulo. Quer dizer, no auge da pandemia o Doria acabou com a superintendência que combate às endemias, como dengue, febre amarela, e tantas outras, zica.

Nós temos várias endemias no estado de São Paulo, e o principal órgão do SUS, do Sistema Único de Saúde, que combatia essas endemias, esse órgão foi extinto no auge - repito, é irônico - da pandemia.

Ainda no PL nº 529, falando em extinção, houve também a extinção dos institutos, o Florestal, o Instituto Botânica e o Geológico, três institutos fundamentais na área ambiental.

Nós vivemos no mundo inteiro, no Brasil e no estado de São Paulo uma grave crise ambiental, marcada pela crise hídrica, pelas tempestades de areia no interior, pelos incêndios nas nossas florestas, queimadas no estado de São Paulo. São Paulo vive uma crise terrível ambiental, e é no meio dessa crise climática que o Doria, por meio desse PL nº 529, extinguiu todos esses três institutos de pesquisa importantíssimos para o combate a essas queimadas que eu citei, incêndios, tempestades de areia, crise hídrica.

O Instituto Florestal, por exemplo, foi extinto. O Instituto Florestal cumpre um papel importante na preservação das nossas florestas estaduais, dos nossos parques, dos nossos parques ecológicos, das nossas estações ecológicas, como Itirapina, Itapeva, das nossas florestas, como a de Santa Bárbara, Águas de Santa Bárbara, enfim. Esses institutos foram extintos.

Lembro ainda que nessa área ambiental o Doria escanteou, marginalizou a Secretaria do Meio Ambiente, porque ele também era contra o Meio Ambiente. O Bolsonaro atacava de um lado, com o Ricardo Sales, o rei do desmatamento no Brasil, o ministro que era contra o Meio Ambiente, tanto é que teve que sair com um processo, inclusive.

Saiu com um processo aqui de São Paulo como secretário do Meio Ambiente e saiu do Ministério do Meio Ambiente com outro processo. Está respondendo a vários processos, no estado de São Paulo e em nível federal.

Todos se lembram disso, mas aqui em São Paulo também a Secretaria do Meio Ambiente foi escanteada e ficou atrelada, ficou como uma Subsecretaria da Infraestrutura, um absurdo. Só que agora eu fiquei perplexo, porque com o Tarcísio de Freitas vai ser pior ainda.

Tarcísio anunciou a criação de uma super Secretaria que vai congregar três secretarias: a de Logística, Infraestrutura e Transportes, e daí ele coloca também a quarta, que é o Meio Ambiente. Ou seja, justamente para neutralizar a luta do meio ambiente, a fiscalização, logicamente. Nós sabemos o que há por detrás disso.

Mas avançando ainda na gestão desastrosa, que tem a ver com as contas do governador, a política de desoneração fiscal, mais de 30 bilhões de reais de transferência de dinheiro público para os grandes grupos econômicos do estado de São Paulo.

Todos se lembram que ele aprovou aqui um projeto da isenção fiscal para as empresas aéreas, para a compra de querosene. Na verdade, diminuiu de 25 para 12% para as empresas aéreas comprarem o querosene aqui no estado de São Paulo. Essa foi uma das marcas do governador.

Mas ao mesmo tempo que ele beneficiava os grandes grupos econômicos no estado de São Paulo, e aqui quero parabenizar o deputado Paulo Fiorilo, que fez um trabalho importante, sobretudo na análise promovendo debates aqui na Assembleia Legislativa, mas sobretudo apresentando um projeto de lei que tem todo o nosso apoio, que trata desse tema, identificando os produtos que têm a desoneração fiscal.

A população não sabe, porque não há transparência; nem o Tribunal de Contas sabe, é difícil identificar e fiscalizar essa desoneração fiscal.

Mas ao mesmo tempo em que o ex-governador Doria canalizava bilhões de reais do Orçamento público, do ICMS, dinheiro que financia o SUS, a educação pública, as nossas universidades, o meio ambiente, ele confiscava as aposentadorias e pensões dos servidores aposentados e pensionistas, que foi uma luta que nós travamos aqui durante dois anos para que houvesse a sua revogação - todos se lembram disso.

É um crime o que ele fez com os aposentados e pensionistas, dois anos de confisco de pessoas que ganhavam abaixo do teto do INSS. Aliás, o confisco continua porque ele só será... A lei que nós aprovamos aqui só vai banir esse confisco em janeiro de 2023, inclusive o 13º dos aposentados e pensionistas virá com desconto, virá com confisco ainda neste ano de 2022.

Estou relembrando aqui as maldades para tentar alertar os deputados. Como os deputados do PSDB, ele nem é mais do PSDB, o Doria foi embora e vocês da base do governo não gostam mais dele, porque... enfim seria talvez importante que vocês, que os senhores e as senhoras votassem exatamente contra a aprovação das contas do ex-governador Doria.

Aprovou a lei dos precatórios, limitando o pagamento dos precatórios para os servidores públicos, criou a farsa do PEI, desse programa de educação integral, não fez concurso público para resolver essa questão que nós estamos debatendo hoje, que é a questão do professor categoria “O”.

Uma rede de ensino que tem quase 100 mil professores categoria “O” é fruto da não realização de concursos públicos, mantendo uma rede totalmente precarizada, do ponto de vista das contratações. Por isso que todo ano a gente tem que aprovar um projeto aqui prorrogando contratos. Todo ano nós temos que resolver essa questão.

Por isso amanhã nós vamos votar um projeto, resolvendo momentaneamente, prorrogando por um ano os contratos de 2018, de 2019, mas só isso não basta. Nós temos que avançar e criar uma nova forma de contratação de professores, mas sobretudo garantindo a realização constante de concursos públicos de provas e títulos.

Tem a questão do Iamspe também, o PL 529 aumentou a contribuição, cobra mais dos servidores, 3% para quem tem acima de 59 anos, só que o atendimento piorou, porque o governo lavou as mãos, ele cobra do servidor, mas ele não... Agora mesmo, para o Orçamento de 2023, o governo vai investir apenas três milhões de reais do Orçamento no Iamspe. É um absurdo.

Então, por todas essas razões que eu citei e pelas intervenções já feitas aqui pela liderança do PT, nós vamos votar contra as contas do ex-governador Doria.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Quando eu me expressei na tribuna, eu disse que as contas do governador Doria foram reprovadas pelo Tribunal de Contas. Não foram. Elas foram aprovadas com inúmeras ressalvas, então eu quero corrigir esse equívoco. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputada Márcia Lia.

Em votação o projeto, com parecer favorável da Comissão de Fiscalização e Controle. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - O Partido dos Trabalhadores vai apresentar um voto contrário em separado. Vamos protocolizar, porque nós vamos votar contrariamente às contas do Sr. Governador.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - A bancada do PT vota contra o Projeto de decreto Legislativo nº 47, de 2022.

Deputada Monica Seixas.

 

 A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não, deputada.

 

A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Declarar voto contrário da bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - O PSOL vota contrário ao PDL 47, de 2022.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputado Caio França, pois não.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Para manter a coerência, eu já votei contra também na Comissão de Finanças, também voto contra aqui, no plenário.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Voto contrário da bancada do PSB.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Vou registrar também e encaminhar um documento anexando o meu voto. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Ok.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Agora sim eu declaro “abstenção”.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - “Abstenção” da deputada Janaina Paschoal.

Deputada Marta.

 

A SRA. MARTA COSTA - PSD - Eu quero registrar o meu voto contrário.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Voto contrário da bancada do PSD.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não, deputado.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Registrar o meu voto contrário ao projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Voto do deputado Gil Diniz, contrário.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PL - Deputado Castello Branco, nobre deputado Carlão. Gostaria de registrar o meu voto contrário.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Voto do Castello Branco, contrário.

 

O SR. PAULO CORREA JR - PSD - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não, deputado Paulo Correa.

 

O SR. PAULO CORREA JR - PSD - Só para colocar aqui que a deputada Marta votou por ela, não foi pela bancada. Acho que o senhor declarou voto da bancada.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Desculpa. Voto contrário da deputada Marta Costa, e não da bancada do PSD.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não, deputado Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Registrar o meu voto contrário.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - O deputado Major Mecca vota contrário.

Não havendo mais nada a tratar, está levantada a presente sessão, não esquecendo os deputados, os líderes, que amanhã, às 11 horas, nós teremos Colégio de Líderes para podermos discutir os projetos de deputados. Às 11 horas, no Salão Nobre da Presidência.

Um abraço. Boa tarde a todos.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 17 horas e 59 minutos.

           

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- São inseridos textos não lidos em plenário.

 

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Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

Gabinete do deputado Major Mecca

 

Declaração de Voto

 

Senhor Presidente,

Declaro, nos termos regimentais, o voto contrário do Deputado Major Mecca, ao Projeto de Decreto Legislativo nº 47/2022, que considera regulares e aprova as contas anuais apresentadas pelo Senhor Chefe do Poder Executivo relativas ao exercício econômico-financeiro de 2021, aprovado na 44ª sessão extraordinária em 14 de dezembro de 2022, tendo em vista que o governo paulista não aplicou os recursos previstos na maioria das áreas, inclusive os previstos para a Segurança Pública.

São Paulo, 14 de dezembro de 2022.

DEPUTADO MAJOR MECCA - PL

 

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Declaração de voto contrário ao Projeto de Decreto Legislativo nº 47, de 2022, que dispõe sobre as contas anuais do Exmo. Sr. João Doria, referente ao exercício de 2021.

 

O Senhor Governador enviou a esta Casa o Balanço Geral do Estado e o Relatório sobre as Contas do Exercício Financeiro de 2021.

Comunicado sobre o recebimento das contas, o Tribunal de Contas procedeu à sua análise e encaminhou os resultados a este Poder, resultados estes que constituem os autos do processo TC-005866.989.20-5.

Comunicado sobre o recebimento das contas, o Tribunal de Contas procedeu à sua análise e encaminhou os resultados a este Poder, resultados estes que constituem os autos do processo TC-004345.989.21-4.

No Tribunal de Contas do Estado de São Paulo foi designado relator o Conselheiro Sidney Estanislau Beraldo. Apresentado seu relatório e parecer, o Tribunal de Contas concluiu pela aprovação com mais de uma dezena de ressalvas das contas relativas ao exercício de 2021.

E nesta Casa de Leis o processo recebeu o número
4686 / 2022
. No dia 2 de agosto de 2021 foi publicado no Diário Oficial Legislativo o Ofício Nº 1940/2022, do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, comunicando a aprovação das contas apresentadas pelo Governador.

A Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento aprovou   projeto de decreto legislativo N° 47, DE 2022 que aprovou as contas do Senhor Governador do estado de São Paulo.

Para 2021, houve uma explosão de ressalvas e recomendações, que cresceram 86,76%. Para as ressalvas houve um aumento de 200% e para recomendações de 160%.

Tabela 1- Resumo das contas do governador (2013-2021)

 

Diversos departamentos e assessorias do TCE apontaram diversas ilegalidades que pontuaremos aqui:

A-) O Departamento de Supervisão da Fiscalização I (DSF-I) apontou remanejamentos, transferências e transposições; renúncias de receitas; manutenção e desenvolvimento do ensino; utilização dos recursos do FUNDEB; situação das unidades escolares e planejamento, execução e gerenciamento dos recursos destinados à saúde. Entendeu cabível, ainda, aplicação de multa, ante a reincidência no descumprimento de determinações do Tribunal de Contas

B-) Assessoria Técnico-Jurídica (ATJ) concluiu que as contas não estão em condições de receber parecer favorável, por entender que restaram desatendidos o artigo 255 da Constituição Estadual (ao invés de 30%, apurou-se aplicação de somente 28,20% na manutenção e desenvolvimento do ensino), o artigo 26 da Lei nº 14.113/2020 (ao invés de 70%, apurou-se aplicação de somente 66,33% dos recursos do FUNDEB na remuneração dos profissionais da educação básica em efetivo exercício) e o artigo 25 da Lei nº 14.113/2020 (ao invés de 100%, apurou-se aplicação de somente 82,43% dos recursos recebidos do FUNDEB)

C-) ATJ-Jurídica, adstrita à avaliação do controle interno, das renúncias de receitas e do desempenho operacional da gestão governamental, também concluiu pela emissão de parecer desfavorável, sobretudo ante as reiteradas violações às determinações e recomendações da Corte de Contas

D-) Já ATJ-Chefia, considerando que a série de desajustes encontrados nas fiscalizações operacionais demonstra que o Estado não tem sido eficiente e zeloso no planejamento, implantação e monitoramento de políticas públicas essenciais à população, também opinou pela emissão de parecer desfavorável, bem assim propôs, tal como DSF-I, aplicação de multa ao responsável, nos termos do artigo 104, VI, da Lei Complementar Estadual nº 709/1993, ante a reincidência no descumprimento de determinações do Tribunal de Contas

E-) a Secretaria-Diretoria Geral (SDG) observou que, a despeito do superávit de execução orçamentária e do atendimento a alguns dos principais limitadores constitucionais e legais, houve reiteração no descumprimento de determinações há anos efetuadas pelo Tribunal de Contas no que concerne à renúncia de receitas, e que, como agravante, não houve o cumprimento de patamares mínimos de aplicação no ensino, razão pela qual também concluiu pela emissão de parecer prévio desfavorável, encampando as advertências propostas por DCG.

No segundo ano da pandemia, o governo Doria fez em 2021 o segundo superávit orçamentário que alcançou a cifra de 5,9 bilhões sendo que em 2019, este valor foi de R$ 7,7 bilhões. Ou seja, em dois anos de pandemia este valor chegou a 13,6 bilhões.

Essa situação levou a ao crescimento do caixa bruto de R$ 20,18 bilhões ou 53,37%, entre 2021 e 2020. Desde 2019, o caixa bruto subiu 122% ou 31,88 bilhões. O caixa líquido, representa o caixa menos os pagamentos de obrigações, e este valor chegou a R$ 11,3 bilhões e foi R$ 3,3 bilhões ou -22,6% que o ano anterior.

O valor do caixa líquido caiu, especialmente ao crescimento de restos a pagar, e segundo o relatório da lei de responsabilidade fiscal a diferença entre o valor empenhado e o que foi pago chega a R$ 41 bilhões, sendo de R$ 10,57 bilhões para investimentos e de R$ 4,88 bilhões para inversões financeiras, repasses para empresas estatais fazerem investimentos.

A partir de setembro de 2021, o governo paulista começou a usar a máquina com claros fins eleitorais e os investimentos foram 5,6 bilhões a mais que o previsto e as inversões financeiras R$ 4,5 bilhões.

Outro ponto importante é o aumento das despesas com PPP em R$ 39 milhões acima do previsto, mas em alguns casos não se aplicou o previsto, como no caso da linha 6 que chegou a R$ 183,45 milhões ou 38,6%. Ainda devemos observar que pela primeira vez o passivo das PPP e maior que o ativo em R$ 345 milhões.

Entre 2020 e 2021, o gasto com publicidade subiu 47% ou R$ 104,8 milhões puxado pelo grande crescimento da propaganda institucional de 109% ou R$ 100 milhões. Desta forma, o governo paulista amplia o valor do gasto com publicidade no ano eleitoral, visto que lei estabelece que seja gasto a média entre 2019 a 2021 e este valor se situa em R$ 249 milhões.

Outro ponto importante é o arrocho do funcionalismo público que perdeu mais de 16,3% do poder aquisitivo nos últimos dois anos, medido pelo IPCA. O Poder executivo registra o menor gasto com pessoal desde 2009 e que chegou a 37,74% da receita corrente líquida. Em 2020, este percentual foi de 45,48%.

Entre 2020 e 2021, a despesa com o funcionalismo caiu R$ 710 milhões ou 0,95% e a receita corrente líquida cresceu 19,28%, que mostra o tamanho do arrocho salarial. O espaço para dar reajuste salarial e chegar até o limite prudencial é de R$ 17,34 bilhões.

O governo arrecadou R$ 27 bilhões acima do previsto e gastou R$ 22 bilhões a mais que o previsto. Por órgão, destaco os cortes na secretaria de transportes R$ 1,26 bilhão, na segurança pública R$ 1,1 bilhão, administração penitenciária -132 milhões e R$ 25 milhões na Defensoria Pública.

Por unidade orçamentária destaco que não foram realizados os recursos previstos para:

1-) Transportes- Deixou-se de aplicar 974 milhões (16,7%) no Departamento de estradas e rodagem, departamento hidroviário em R$ 105 milhões (31,6%). Os investimentos foram R$ 607 milhões (-14,9%) e o custeio de R$ 285 milhões (-17%). Por ação destacamos os seguintes cortes: estradas vicinais em R$ 678 milhões ou 47%, conservação sinalização segurança rodovias em R4 250 milhões em 31,7%, execução das obras do rodoanel - trecho norte em 979 milhões ou 97,9 %, ampliação e melhorias hidrovia Tiete Paraná R$ 145 milhões ou -76%,

2-) Segurança pública- cortes na polícia militar (-R$ 1,2 bilhão para pessoal), R$ 10 milhões para polícia técnico cientifica e na polícia civil corte de R$ 64,9 bilhões no custeio e R$ 29,7 milhões para pessoal. Por ação destacamos os seguintes cortes: delegacia da mulher 24HS em R$ 11,8 milhões ou 79%, bases  comunitárias moveis com R$ 5,35 milhões ou 45,8%, câmeras operacionais portáteis –PM em R$ 67,9 milhões ou -88%,  batalhões de ações especiais –BAEPS em R$ 3 milhões ou -45%, construção e reforma de quartéis em R$ 29 milhões ou 39%, centro de operações da polícia militar-Copom em R$ 38,2 milhões ou 79%, inteligência policial em R$ 13,5 milhões ou 6,85%, implantação DEICS em R$ 5 milhões ou 77%, identificação civil e criminal em R$ 19,7 milhões  ou 12,7%, formação, capacitação e aperfeiçoamento em R$ 123 milhões em 64% e videomonitoramento policial ostensivo em R$ 1 milhão ou 41%.

3-) Educação- Por ação destacamos os seguintes cortes: atendimento especializado a alunos (APAEs) com corte de R$ 64,5 milhões ou 22,45%, atendimento jovens e adultos na educação  básica R$ 1 milhão ou 100%, cursos idiomas, atividades complementares e escola aberta 40,8 milhões ou 57% e formação dos profissionais da educação em R$17,2 milhões ou -32%.

4-) Saúde- Destaco o corte de R$ 1,1 bilhão para pessoal ou 16%. Já por unidade orçamentária destaco o corte de R$ 11 milhões na superintendência de controle endemias – SUCEN e fundação para o remédio popular Chopin Tavares de Lima-FURP em R$ 76,4 milhões ou 26,4%. O atendimento por OSS na saúde teve a mais que o previsto R$ 498,7 milhões ou 7,6%.- Por ação destacamos os seguintes cortes: atendimento ambulatorial e hospitalar rede estado em R$ 85 milhões ou -1,3%, assistência medica, hospitalar e ambulatorial hospital da USP  R$ 202 milhões ou 32%, assistência medica, hospitalar e ambulatorial hospital da UNICAMP R$ 136 milhões ou 24%, controle de doenças transmitidas por vetores (dengue) R$ 10,8 milhões ou 12,9%, rede Lucy Montoro em R$ 14,6 milhões ou 13%, reformas, ampliação e instalações das unidades da saúde –R$ 21,5 milhões ou 10,7%,  unidades farmacotécnicas em parceira público privado em R$ 46 milhões ou 100% e construção de novas unidades de saúde em R$ 80,3 milhões ou 100%.

5-) Cultura: cortas na ação para SP escola de teatro em R$ 2 milhões ou 12%, PROAV – programa de investimento do setor em R$ 85 milhões ou -100% e implantação de fabricas de cultura 4.0 em R$ 5,9 milhões ou -37%.

6-) Desenvolvimento Social: destaco o corte de R$ 8,5 milhões ou 4,7% no viva leite, promoção saída e autonomia população em situação de rua em R$ 3,97 milhões ou 61%, melhoria condições de vida população em situação de vulnerabilidade, especialmente atendimento a primeira infância e a mulheres vítimas de violência doméstica, em R$ 33,8 milhões ou 42,4%,  e operacionalização do programa prospera em R$ 64,7 milhões ou -55,7%.

7-) No Iamspe, destacamos corte nos investimentos de 33,2 ou 78% e R$ 31 milhões para pessoal (-7%), já para o custeio houve um incremento de R$ 206 milhões. Em 2020, o governo paulista alocou R$ 440 milhões de recursos do tesouro para o Iamspe e no ano passado apenas R$ 115 milhões ou seja, uma diferença a menos de R4 325 milhões ou 73,7%. Já ou recursos dos servidores, no mesmo período, cresceu R$ 578 milhões ou 74% devido ao aumento de contribuição feito pelo governo Doria. Destaco os cortes de R$ 35 milhões ou 24% na administração do IAMSPE e de R$ 10,2 milhões ou 1,34% na assistência médico-hospitalar própria – HSPE.

8-) Transportes Metropolitanos- Por ação destacamos os seguintes cortes: concessão da linha 6 – laranja em R$ 208 milhões ou 41%, extensão da linha 13 – Jade em R$ 64 milhões ou 62%, modernização da linha 10 - turquesa da CPTM em R$ 95,8 milhões ou -67% e  modernização da linha 12 - safira da CPTM em R$ 13,4 milhões ou -56%.

9-) Meio Ambiente- Por ação destacamos os seguintes cortes:  implantação sistema adutora-barragem duas pontes/pedreira em R$ 187 milhões ou 50%, implantação macro drenagem rio baquirivu-guacu em R$ 55 milhões ou 70,8%, preservação e manutenção do rio Tiete em R$ 86,8 milhões ou 46%.

10-) Justiça- Por ação destacamos os seguintes cortes: fomento agricultura familiar assentamento quilombos em R$ 2,5 milhões ou 65%, proteção de  vítima testemunha ameaçada –PROVITA em R$ 5,9 milhões ou 63%, proteção crianças adolescente ameaçados de morte em R$ 3,75 milhões ou 60%, construção, reforma fóruns em R$ 5,4 milhões ou 41% e atenção educação adolescente medica sócio educativa cautelar em R$ 14,4 milhões ou -9%.

11-) Ciência e desenvolvimento econômico- Por ação destacamos os seguintes cortes: adequação estrutura física universidades em R$ 46,4 milhões ou 60%, apoio ao empreendedor - EMPREENDA SP em R$ 8,7 milhões ou -99%, desenvolvimento educação profissional técnica R$ 38,2 milhões ou -3%, ensino superior a distância e semipresencial em R$ 14,6 milhões ou -16,4%, intermediação de Mao de obra em R$ 10,5 milhões ou 69,5%, Novotec - qualificação profissional  em R$ 9,4 milhões ou -8,4% e programa de qualificação profissional – PQP em R$ 12,9 milhões ou -55%.

12-) Esportes- Por ação destacamos os seguintes cortes: beneficiados com "bolsa talento esportivo" em R$ 2,7 milhões ou 51%, distribuição de kits de academia ao ar livre em R$ 1,46 milhões ou -38% e obras, restauro e ampliação do "Baby Barioni" em R$ 9 milhões ou -45%.

13-) Habitação sem CDHU- Por ação destacamos os seguintes cortes: apoio habitacional e, R$ 11,6 milhões ou -25,8%, subsidio para credito imobiliário em R$ 145 milhões ou 36,6% e urbanização de assentamentos precários em R$ 4,64 milhões ou -100%.

Destacamos que 106 ações orçamentárias tiveram execução zero, e entre elas destaco o PROAV – programa de investimento do setor audiovisual (previsto de R$ 85 milhões), construção de novas unidades de saúde (R$ 80,3 milhões), novotec aprendiz (R$ 1,43 milhões), atendimento jovens e adultos na educação. Básica (R$ 1 milhão) e estudos para a obra ponte Santos Guarujá (R$ 1 milhão).

Em resumo, diante das questões acima expostas, com destaque para:

a)                  falta de transparência na aplicação dos recursos provenientes dos royalties do petróleo, especialmente com sua exclusão do gasto constitucional com Educação;

b)                 da falta de transparência na renúncia de receita de R$ 286 bilhões entre 2008 a 2021 e da necessidade do fim do sigilo fiscal visto que o Mandado de Segurança nº0061060-13.2016.8.19.0000 do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ)12 determinou que o governo estadual prestasse esclarecimentos sobre a relação das empresas que obtiveram benefícios fiscais nos últimos dez anos. Na decisão, o desembargador responsável assegura que a medida pleiteada não quebra o sigilo fiscal previsto no Código Tributário Nacional.

c)                  da necessidade de Lei específica para concessão de desoneração da receita e da ilegalidade de se fazer renúncia de receita por decreto, mas por lei especifica. Lembrando que existem 80 atos oficiais de renúncia de receita que não foram homologados pelo Confaz, que segundo o Tribunal de contas representa uma ilegalidade. Além disto, a decreto com mais de vinte anos de vigência. O próprio Ministério Público de contas aponta que a “concessão de benefícios fiscais relativos ao ICMS por Decreto do Governador, sem trâmite pelo Poder Legislativo e edição de lei específica, em descordo com o art. 150, §6º, da Constituição Federal e art. 163, §6º da Constituição Estadual”.

d)                 da falta de apontar quais medidas de compensação serão realizadas devido a renúncia de receita, além de informar os benefícios gerados para a sociedade, como empregos gerados.

e)                  a necessidade de se compatibilizar os valores de renúncia de receita previstos na LDO que são maiores do que os que constam da Lei Orçamentária.

f)                  Ilegalidade dos artigos 22 e 23 da Lei nº 17.293, de 15 de outubro de 2020 que trata da renúncia de receita do ICMS e das isenções fiscais concedidas utilizando estes dispositivos irregulares.

.  j) impropriedades na abertura de créditos no total R$ 51,1 bilhões 20,9% da receita prevista, em virtude do desrespeito ao princípio da responsabilidade na gestão fiscal (artigo 1º, §1º, da Lei Complementar nº 101/2000) e às orientações contidas nos Comunicados SDG nº 29/2010 e nº 32/2015”

    K) Analise da Diretoria de Contas do Governador aponta que para 2016, metade das recomendações feitas pelo Tribunal de Contas não foram cumpridas, mostrando total desrespeito do poder Executivo as determinações deste órgão. Somente este ponto mostra o descalabro da gestão estadual que justifica a rejeição das contas do governador, como aponta o Ministério Público de Contas.

L)                a responsabilidade do governo estadual pela não aplicação dos 30% em educação, sendo que excluindo os gastos com aposentadoria, como compreende a Procuradoria da República que no exercício em analise representou a não aplicação de R$ 10,6 bilhões neste exercício e entre 2007 a 2020 esta quantia chegou a R$ 112 bilhões;

M)              o MP de contas reconheceu que não foram aplicados recursos no FUNDEB visto que “após a exclusão de gastos com inativos e pensionistas, verificou-se a aplicação de apenas 82,43% dos recursos do FUNDEB, em ofensa ao art. 21 da Lei 11.494/2007 e à jurisprudência consolidada deste Tribunal de Contas”. Esta diferença foi de R$ 3,72 bilhões que deixaram de ser aplicados em 2021. E para 2019, o quadro é de total irregularidade visto que previdenciários e com APMs, recusado pela Assessoria Técnico Jurídica do TCE, não se aplicou se quer 25% dos recursos de impostos como determinado pela constituição. Ante esta ilegalidade de aplicar 24,9%,  a consequência lógica é a irregularidade das contas do governador.

N)               Não se aplicou 70% dos recursos do Fundeb com o magistério, visto que foram contabilizados recursos com previdência e desta forma só foi aplicado o percentual de 66,33%.

O)               Falta de gestão e péssimo planejamento, visto que o executivo paulista infelizmente não vem cumprindo os ciclos orçamentários no estado, basta analisarmos as últimoa leis orçamentárias e compararmos com as leis de diretrizes orçamentárias. Um exemplo é a comparação das metas previstas para execução orçamentaria de 2019 foi que 251 ações alcançaram suas metas ou 43% e no PPA 2016/19 mas 51,5%.Já  para 2020 este percentual passou para 52%. Para 2021, o percentual de descumprimento de metas do PPA foi de 50%.

P)                 Em 2021, houve o fracasso do plano do governo paulista que trata da transparência da renúncia de receita, das seis grandes metas, somente uma foi cumprida totalmente, uma parcialmente e quatro descumpridas. Este descaso continuou em 2021, pois houve mais uma postergação da implantação do plano.

Q)               O Tribunal de Contas aponta que o governo paulista não sabe e não consegue aferir quanto renúncia de receita por ano. Esta pratica que promovem a obscuridade e a falta de transparência tem de repudiadas pelo parlamento paulista.

Nosso voto é CONTRÁRIO à aprovação das contas apresentadas pelo Exmo. Governador João Doria conforme determinado relativas ao exercício econômico-financeiro de 2021, compreendendo as atividades da Administração Direta e Indireta.

Deputada Márcia Lia

Líder da Bancada do PT

 

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