12 DE DEZEMBRO DE 2022

147ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: SEBASTIÃO SANTOS, JANAINA PASCHOAL e CARLÃO PIGNATARI

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - SEBASTIÃO SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

3 - PRESIDENTE SEBASTIÃO SANTOS

Endossa o pronunciamento da deputada Janaina Paschoal.

 

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

5 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

6 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

7 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

8 - JANAINA PASCHOAL

Assume a Presidência. Endossa e complementa o pronunciamento do deputado Conte Lopes.

 

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

GRANDE EXPEDIENTE

10 - DOUGLAS GARCIA

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

11 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

12 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

13 - CONTE LOPES

Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças, até as 16 horas e 30 minutos.

 

14 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Anota o pedido. Endossa o pronunciamento do deputado Conte Lopes.

 

15 - CONTE LOPES

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

16 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h22min.

 

ORDEM DO DIA

17 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Reabre a sessão às 16h33min. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PDL 47/22. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PL 655/22. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PLC 42/22. Convoca reunião extraordinária da Comissão de Fiscalização e Controle, a realizar-se hoje, às 16h40min. Convoca duas reuniões conjuntas das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16h40min. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 17h15min.

 

18 - MÁRCIA LULA LIA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

19 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 17 horas e 15 minutos. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Sebastião Santos.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS -Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Quero chamar os oradores inscritos no Pequeno Expediente. Primeiro orador, Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Coronel Nishikawa. (Pausa.) Marta Costa. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal, para fazer uso da tribuna pelo tempo regimental.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento todas as pessoas que nos acompanham, V. Exa., Sr. Presidente, senhores funcionários, colegas deputados.

Hoje, pela manhã, nós tivemos um Colégio de Líderes. Eu até pretendia escrever nas redes o que eu vou falar agora, mas com a preparação para o Colégio, eu acabei não conseguindo.

Então, eu queria comentar aqui, sempre respeitosamente, um texto publicado pela professora e advogada Luciana Temer, na “Folha de São Paulo”, hoje. O título do texto é: “O que o governo Lula deve saber sobre violência sexual infantil”. O texto se alicerça em três pilares. É professora de direito, é advogada, como eu também sou, e ela parte de três pilares para, vamos dizer, dar orientações para o próximo governo no enfrentamento da violência sexual contra crianças.

O último dos pilares que ela traz nesse artigo é realmente muito relevante e muito importante, e eu, na condição de advogada, vivenciei isso de uma vez, infelizmente, ao defender crianças vítimas de crimes sexuais. O que tem acontecido na prática, e neste ponto a autora tem a razão.

A criança conta para a mãe, conta para a avó, conta para a tia, ou para um parente, que sofreu algum tipo de abuso no seio familiar.   Este parente, que recebeu esse relato de confiança da criança, procura as autoridades, policiais, judiciais, o Ministério Público.

Um feito se instaura, seja um inquérito, seja um processo. O estado se movimenta para apurar aquela acusação. Algumas vezes, não se consegue provas do fato, e, no Direito Penal, vigora o entendimento de que, na falta de provas cabais, se absolve. E eu não estou questionando isso aqui. Não estou pedindo para mudar essa máxima do Direito Penal.

Entretanto, tem acontecido um raciocínio automático dos nossos tribunais, que levam para a seguinte situação. A criança narrou o fato para um adulto. Esse adulto provocou a Justiça.

Não conseguiram provar o abuso, houve absolvição no âmbito penal. Automaticamente, se entende que aquele adulto que provocou a Justiça mentiu, ou induziu a criança a mentir, e esse adulto pode vir a perder a guarda da criança.

Então, este ponto do texto de Luciana Temer é muito relevante, porque isso tem acontecido. Está acontecendo uma confusão entre o resultado da apuração de um abuso sexual contra uma criança na esfera penal, e a consequência, em termos da guarda.

Ocorre que os abusos sexuais contra crianças, sobretudo pequenas, nem sempre são constatáveis por meio de perícia. Então, ocorre a absolvição, porque é feita a perícia no IML, mas, por não ter tido, por exemplo, uma penetração, aquele abuso não é constatável.

Aí, muitas vezes, ocorre uma absolvição, e alguns juízes, alguns promotores têm entendido que isso, essa absolvição seria suficiente para tirar a guarda, por exemplo, da mãe que acusou o pai do possível abuso.

Então, essa crítica que Luciana Temer faz eu também faço, e falo não só como professora de Direito, mas como advogada que atuou em casos concretos em que, infelizmente, se debateu a possibilidade de uma alienação parental, por meio de uma acusação, e eu tive que enfrentar essa discussão, e sempre fiz o alerta para as autoridades, e faço, de que, se nós começarmos a tirar a guarda de mães que têm a coragem de levantar esse tema, porque eventualmente a culpa penal não ficou comprovada, nós só conseguiremos que essas mulheres não denunciem. Que essas mulheres, essas crianças, não denunciem.

Então vamos fazer as devidas apurações, se não houver provas suficientes para a condenação, absolva-se, mas que não seja feita uma confusão entre o que é a discussão penal e o que é a consequência no âmbito da guarda sobre a criança.

Ocorre que os outros dois pontos levantados pela professora, a meu sentir, estão muito equivocados, mas muito equivocados mesmo. E eu quero tratar desses pontos. A professora não fala só desse desvio na aplicação da lei de alienação parental, ela parte do pressuposto de que o ensino domiciliar seria, ele próprio, um fator colaborador para a prática de crimes sexuais contra crianças. E me parece que tem aqui um preconceito muito grande e uma injustiça muito grande.

E ela também afirma que a previsão constante do Código Penal de que o aborto no caso de gravidez decorrente de estupro é tolerado, que isso seria um fator determinante para os estupros. Não tem a menor lógica.

Então eu vou, Sr. Presidente, me inscrever novamente para poder detalhar essas críticas respeitosas que eu quero externar ao texto da professora Luciana Temer.

Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Deputada Janaina Paschoal, infelizmente nós estamos indo cada vez mais na contramão. E que se cumpra realmente o ECA da forma que se deve cumprir.

A criança ainda continua sendo o objeto, como no passado, na época dos reis, que levavam os filhos dos seus servos para dentro do palácio para eles brincarem e deixavam depois o problema resultante. Infelizmente nós estamos vivendo isso e temos que combater.

Realmente, as falas da senhora vêm de encontro, realmente, de fazermos políticas públicas para combater, porque também como coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Conselho Tutelar, nós temos, infelizmente, visto esse tipo de caso em que a mãe fica sem o filho e deixa a criança na mão do pai, que infelizmente abusou da criança. E aí você tem tragédias acontecendo pelo Brasil afora, o mundo afora, infelizmente.

Mas parabéns pela sua fala, conte com este deputado para continuar lutando em prol das crianças e adolescentes do nosso País.

Continuando a lista aqui do Pequeno Expediente, os oradores, quero convidar o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.)

Não havendo mais ninguém na lista, vou passar à Lista Suplementar, chamando o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) E agora, o deputado Carlos Giannazi, para usar o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, queria fazer, Sr. Presidente, uma denúncia gravíssima contra a prefeitura de São Caetano do Sul, que anunciou o fechamento de uma escola municipal, uma escola estadual de educação básica, me refiro aqui à escola de educação básica Anne Sullivan, que é uma escola reconhecida como uma escola de excelência na área do atendimento de crianças, adolescentes e jovens com deficiência.

A prefeitura anunciou, simplesmente - uma escola que dá esse tipo de atendimento de excelência há 45 anos - o fechamento da escola. Olha só o absurdo, sem consultar a escola, sem reunião com o conselho de escola, me parece que sem reunião também com o Conselho Municipal de Educação.

É assim: “Vamos fechar a escola e transferir os alunos para outras escolas”. É uma escola que tem um atendimento, como eu disse, de excelência, diferenciado, porque tem um processo também de terapia durante o processo educacional. Tem crianças com deficiências severas que precisam desse atendimento terapêutico. A escola é uma das únicas que conheço que dão esse tipo de atendimento.

Então, um projeto que funciona bem, que atende bem as crianças, vai ser destruído pela gestão municipal do PSDB de São Caetano do Sul. É um absurdo. Os pais estão mobilizados, a imprensa... Tenho aqui a matéria do “Diário do Grande ABC”: “Prefeitura quer fechar Escola Anne Sullivan”.

Tem mobilização, os pais estão mobilizados, o Ministério Público Estadual já foi acionado contra esse crime, porque é um dever da prefeitura atender as crianças com deficiência, crianças, jovens, adultos e também adolescentes, logicamente, como determina a lei.

A lei é muito clara em relação a isso. Tem um capítulo na LDB, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Tem que falar para o prefeito ler a lei e sua secretária da Educação também, a Lei nº 9.394/96, a LDB, que diz que esse atendimento é obrigatório e tem que ser feito preferencialmente na rede regular.

Nós defendemos a inclusão na escola regular, mas isso quando for possível. Por isso, aparece a palavra “preferencialmente”, e não “obrigatoriamente” na rede regular. É “preferencialmente”. Leiam a lei. Não é possível que não tenha um advogado, um procurador, um assessor jurídico que explique isso para o prefeito ou para a Secretaria da Educação.

É um crime. Espero que o Ministério Público tome as providências. Nós tomaremos aqui pela Assembleia Legislativa também. Vamos pedir a presença do prefeito aqui na Assembleia Legislativa, na Comissão de Educação, e da secretária da Educação, para esclarecimentos, e vamos reforçar a denúncia no Ministério Público, aqui pela Assembleia Legislativa, contra esse criminoso fechamento de uma escola que atende crianças e adolescentes com necessidades especiais, crianças com deficiência.

É um absurdo, um crime contra a Educação, contra essas crianças, esses adolescentes e contra as famílias.

Quero ainda, Sr. Presidente, aqui no meu pronunciamento de hoje, também fazer outra denúncia gravíssima que recebi agora. As trabalhadoras terceirizadas da Educação da região de Guarulhos, da diretoria de Guarulhos-Sul, Guarulhos-Norte e Guarulhos-Leste, de três diretorias de ensino...

E isso acontece em todo o estado, porque o governo estadual terceirizou uma área estratégica da Educação, então isso vem ocorrendo sistematicamente. Mas tem um caso gravíssimo aqui que é dessa empresa terceirizada Torres & Viana, que atende as escolas dessas três diretorias de ensino de Guarulhos, que não está pagando o 13º dessas trabalhadoras, que são educadoras, que estão nas escolas fazendo o trabalho de merenda, de limpeza, enfim. Não está pagando a cesta básica, que é também um direito trabalhista, e está atrasando o pagamento dessas trabalhadoras. Olha só o absurdo!

Hoje, elas fizeram uma paralisação, estão mobilizadas, e foram até a empresa, porque a diretoria de ensino lavou as mãos. A Seduc lavou as mãos e empurrou para a própria empresa, porque a diretoria de ensino tem que cobrar. A secretaria também. Já é um erro terceirizar, mas, Sr. Presidente, o que me deixou chocado foi que, na mobilização que elas fizeram agora, elas estão na empresa, fazendo um protesto dentro da empresa, e agora elas estão presas lá dentro, estão sendo ameaçadas, quase em cárcere privado dentro dessa empresa Torres & Viana.

Só queria mostrar, em um segundo, o vídeo para encerrar o meu pronunciamento. Vou pedir ao Machado. Eu antecipei, Machado, o meu pronunciamento do vídeo, porque é importante que os deputados vejam o que está acontecendo com as nossas trabalhadoras da Educação, trabalhadoras terceirizadas e precarizadas. Vejam só a situação delas.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Então olhe só o tratamento que essa empresa Torres Viana dá às suas trabalhadoras da Educação com a complacência, com a cumplicidade da Secretaria da Educação, da Seduc, do governo estadual e das diretorias de ensino.

Então eu quero aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, Sr. Presidente, acionar o Ministério Público estadual e também o Tribunal de Contas para que investiguem essa empresa Torres Viana, que presta serviço para as escolas dessa região dessas três diretorias de Guarulhos.

Que essa empresa seja investigada, que seja feita uma devassa nessa empresa, que não tem condições de atender, Sr. Presidente, as nossas escolas. As trabalhadoras precisam ser respeitadas.

E nós vamos também requerer aqui, fazer um requerimento nas comissões pertinentes da Assembleia Legislativa, convocando as diretorias de ensino e mais essa empresa para que as pessoas venham depor na Assembleia Legislativa.

Muito obrigado, Sr. Presidente, e que o meu pronunciamento em relação a esse caso seja encaminhado ao Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Contas Estado de São Paulo para que as providências sejam tomadas.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Assim será feito, deputado. Quero continuar aqui a lista suplementar chamando agora o deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. Deputado, o senhor tem cinco minutos para uso da tribuna no tempo regimental.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, servidores desta Casa, assessoria policial militar e policial civil que tanto nos ajudam, primeiramente, agradecer mais uma vez todos que confiaram o voto e a nossa reeleição para esta Casa para mais um mandato - quase 95 mil votos.

Então devo isso muito àqueles que no interior, em 602 cidades do estado de São Paulo, confiaram o voto em razão do nosso trabalho. E prestando contas, presidente, falaremos sobre uma cidade do interior.

E uma das prerrogativas e atribuições do deputado estadual que eu acredito ser uma das mais importantes, que é a fiscalização de obras paralisadas, a fiscalização e o bom andamento ou não de prédios públicos do Estado.

Percorrendo o interior de São Paulo fui até a cidade de Porto Feliz e lá - aproveito para enviar um abraço para o vereador Dr. Luis Diniz, que é o nosso braço direito na cidade, dentre outros apoiadores - fiscalizei uma delegacia de Polícia Civil que deveria estar funcionando.

Eu vou colocar algumas fotos do antes e do depois para que todos que acompanham pela TV Assembleia e aqueles que nos acompanharam no primeiro mandato consigam observar a importância da presença do parlamentar fiscalizando instituições, indo em órgãos públicos, fiscalizando obras públicas que deveriam ter sido entregues.

E aí sim o resultado nós conseguiremos verificar com poucas fotos. Então, inicialmente a delegacia da Polícia Civil de Porto Feliz, fiscalização em maio de 2021, parecia um desmanche, esse era o pátio da delegacia. Aí, os corredores onde deveria haver organização, local salubre, mas olha o que nós tínhamos em Porto Feliz. Aí à frente, a fachada da delegacia da Polícia Civil, que não funcionava mais. Aí... estava abandonada.

E a Prefeitura tinha que alugar uma casa, uma casa inadequada para o atendimento ao público. Olha que banheiro adequado para o uso dos servidores ou do público, da delegacia de Porto Feliz. Depois da nossa fiscalização, essa é a nova fachada, é a nova fachada da delegacia da Polícia Civil de Porto Feliz.

Essa obra só iniciou depois da nossa representação, a nossa fiscalização, o aviso do Parlamento ao Ministério Público que algo muito errado ocorria na cidade de Porto Feliz, em especial, na Segurança Pública do Estado de São Paulo, no caso a querida Polícia Civil.

Infelizmente os governos maltrataram muito as forças policiais em São Paulo. Mas, graças a Deus, nesse caso conseguimos fazer com que essa delegacia fosse entregue. Acho que tem mais uma foto. Parte interna, toda pintada. Salas devidamente organizadas para o trabalho dos servidores, dos policiais civis e também do atendimento à população da cidade, da região.

Então, nossa atuação parlamentar fiscalizatória cobrando o Governo do Estado de São Paulo que, por anos abandonou a Segurança Pública; e nesse caso o antes e o depois, já com os servidores policiais trabalhando na querida cidade de Porto Feliz.

É mais uma prestação de contas, presidente, do nosso mandato, nosso trabalho, e com certeza continuaremos mais quatro anos representando a Polícia Civil, a Polícia Militar, a Técnico-Científica, a Polícia Penal, dentre outras forças do nosso estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Continuando a lista suplementar, quero convidar a deputada Janaina Paschoal para uso da tribuna.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, presidente. Eu sigo aqui com a análise do texto da professora Luciana Temer, intitulado “O Que O Governo Lula Deve Saber Sobre Violência Sexual Infantil”. Primeiro eu queria deixar bem claro que respeito todo tipo de posicionamento sobre os mais diversos temas - do Direito, da política.

Então as pessoas podem ser favoráveis ou contrárias ao ensino domiciliar. Podem ser adeptas ou não, entusiastas ou não. Eu, por exemplo, não sou uma entusiasta do ensino domiciliar. Sou muito mais uma entusiasta do ensino escolar em tempo integral do que a ideia do ensino domiciliar.

Mas defendo a liberdade de as famílias decidirem, decidirem se seus filhos serão educados em casa, se serão educados na escola, se tempo parcial, tempo integral, se querem uma escola em um modelo construtivista, em um modelo tradicional, uma escola cívico-militar. Então, entendo que em uma democracia nós temos que ter espaço para todos os modelos de educação.

Então eu respeito a divergência. O que eu não posso aceitar, aí com todo o respeito, no sentido de divergir, é o desvio do argumento, porque da maneira que esse texto está construído, tem-se a sensação de que o ensino domiciliar seria a causa de crimes sexuais.

Essa afirmação, essa sugestão trazida no texto, é uma injustiça para com algumas famílias que no Brasil adotam esse modelo. Família estas, que à revelia da Constituição Federal, são perseguidas, inclusive criminalmente, não por qualquer forma de abuso ou maus-tratos contra seus filhos, mas por uma ideologia dominante que confunde o ensino domiciliar com o abandono intelectual.

Existem projetos em trâmite nas diversas Casas Legislativas no País - tanto no âmbito federal, como no âmbito estadual e até municipal - para, vamos dizer assim, disciplinar o ensino domiciliar e me parece muito injusto que a autora publique um texto vinculando o ensino domiciliar com crimes sexuais contra crianças.

Ela tem todo direito de ser favorável ou contrária ao modelo ou à regulamentação. Agora, esta vinculação me parece uma injustiça para com essas famílias, que já sofrem muitas perseguições. Além disso, o texto afirma que a discussão sobre a possibilidade de interromper gestações decorrentes de estupro estaria diretamente relacionada com os crimes sexuais.

Desculpa, se uma mulher adulta ou adolescente, infelizmente, se uma criança sofre um estupro e engravida, a nossa legislação tolera a interrupção da gravidez. Isto está explícito no Código Penal desde sempre.

Eu, inclusive, apresentei um projeto nesta Casa para trabalhar com limitação temporal, para a gente não passar a situação de ter um bebê de oito meses sendo “abortado”, que na verdade já é praticamente um homicídio.

Então, a nossa legislação tolera, só que esse aborto vem depois do estupro que gera a gravidez. Da maneira como o texto é anunciado, é como se discutir esse aborto fosse uma causa dos estupros. Então, a gente tem que tomar um pouco de cuidado para não misturar o que se pensa sobre cada tema.

E esta semana, por exemplo, haverá no Congresso Nacional a votação do Estatuto do Nascituro. A pessoa pode ser favorável, pode ser contrária. Pode ser favorável a uma parte e contrária a outra parte, inclusive é o meu caso. Agora, o que não se pode é pegar uma discussão, distorcer - com todo respeito à discussão - para estigmatizar.

Então, assim, existem várias causas de abusos sexuais de crianças, existem situações de risco, obviamente nenhum de nós quer que esses crimes aconteçam, todos queremos prevenir esse tipo de crime e punir severamente quando acontecem.

Agora, o que não se pode é misturar opinião sobre os vários temas para estigmatizar grupos sociais. Até porque, vamos falar a verdade, o ensino domiciliar existe, mas ainda não está regulamentado e os estupros, infelizmente, são vários. Então, como é que é essa relação?

A possiblidade de interrupção da gravidez está no Código Penal desde sempre e os estupros acontecem. Então, tem que tomar cuidado para não misturar os temas. Quer ser contra, quer ser a favor? Tudo bem. Mas não vamos gerar conexão de causa e efeito onde não existe.

E para fechar, Sr. Presidente, com relação ao Estatuto do Nascituro, havia... É muito importante os grupos, que estão acompanhando essa discussão, perceberem que o texto original mudou.

Nesse fim de semana, eu mesma estava me pautando num texto - que é o que está sendo publicado nas várias plataformas da imprensa - mas consegui conversar com o senador Girão, que pedi para a equipe dele levantar e ter certeza: o texto que vai ser votado na quarta-feira é outro.

Este texto retira pontos que eu considerava importantes do texto original como, por exemplo, criminalizar, levar o bebê à morte por negligência da equipe de saúde, que isso seria relevante, sobretudo diante da imposição do parto normal na rede pública,

O texto original aumentava a pena de quem pratica aborto na gestante contra sua vontade, e infelizmente existe. Eu até nem acreditava que existisse, mas fiz um levantamento jurisprudencial extenso, antes de ser deputada até, e encontrei casos concretos, a pessoa forçar o aborto numa mulher. Então tem que aumentar essa pena, sim, e o relator, na CCJ, retirou essas previsões.

Então eu acho que é importante a população falar, seja favoravelmente ou contrariamente, diante do texto que efetivamente está tramitando.

É isso, Sr. Presidente.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Continuando aqui a Lista Suplementar, quero chamar o deputado Conte Lopes para usar a tribuna pelo tempo regimental.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, queria falar a respeito de uma ocorrência acontecida lá no litoral de São Paulo.

É bom colocar que o governador Tarcísio de Freitas, eleito, foi contra as câmeras desde o início. Nós temos um novo secretário indicado, que é o capitão Derrite, e agora a gente percebe alguns falando que ele é novo, que ele é velho, sei lá o quê.

Primeiro, o governador escolhe quem ele quiser para ser secretário de Segurança Pública. Ele ganhou as eleições, ele escolhe quem ele quiser, como o Lula, em Brasília, escolhe quem ele quiser. A pessoa foi eleita, escolhe quem quiser.

Bom, o que acontece? Ontem, pelo “Fantástico”, fiquei sabendo de policiais sendo presos, porque as câmeras dos policiais numa ocorrência, de resistência seguida de morte, mostraram que os policiais executaram os bandidos.

As imagens gravadas, secretário Derrite, futuro secretário e Poder Judiciário, pela Corregedoria da Polícia Militar. Mas o que tem a Polícia Militar, a Corregedoria de mandar mensagem para o “Fantástico”. A Corregedoria da PM trabalha para o “Fantástico”, ou o corregedor, ou os corregedores são contrários ao secretário que está entrando?

Primeiro, porque eu acompanhei a ocorrência, as vítimas foram atacadas dentro de sua casa. Invadiram a casa da vítima. A esposa da vítima foi levada para um quarto, um terror total em cima da mãe e da esposa.

Levaram sete mil reais em dinheiro, levaram a (Inaudível.) da família, e os policiais, que não estavam na zona, no meretrício - perdoe-me, Sra. Presidente - não estavam enchendo o latão de cachaça, estavam trabalhando. Perseguiram os ladrões no Guarujá. O assalto foi em Bertioga e eles fugiram para o Guarujá.

E lá houve uma perseguição, troca de tiros, e um bandido foi baleado, um morreu e o outro foi preso. Aí vem a Corregedoria da Polícia Militar agindo como se fosse o Ministério Público e burla... “Olha, ele pôs a mão na frente da câmera na hora em que atirou, ele mandou o cara virar de costas na hora que o outro atirou.”

Mas espere aí, que é isso, qual a função da Corregedoria? É a do Ministério Público? E se houve erro, cabe à Corregedoria realmente abrir o inquérito policial e mandar para o promotor denunciar. E cabe ao Poder Judiciário julgar. Não é a Corregedoria, nem o “Fantástico, o Show da Vida” que faz isso.

Não se põe o policial na cadeia que está trabalhando, que arrisca a vida. Eu falei com as vítimas. As vítimas não acreditam numa coisa dessa. Perdoe-me de novo, Sra. Presidente, mas não dá para aguentar uma situação dessa aí, não dá para aguentar. Quer dizer, o policial trabalhando numa viatura, persegue bandido, baleia bandido. Saldo: recuperou todo o dinheiro, devolveu para a vítima, devolveu o carro. “Não, está tudo preso”. É o contrário. Que polícia é essa?

Então olha, secretário Derrite, boa sorte no novo cargo. Governador, boa sorte. Mas cuidado com o fogo amigo. Qual é o objetivo dessa matéria do “Fantástico”? É demonstrar que realmente a câmera funciona, para prejudicar os policiais e ferrar a população, é isso?

Eu não sou contra câmera nenhuma, só que deveria usar a câmera em outro lugar. O policial não é obrigado a fazer prova contra ele mesmo. Então, senhores policiais, na hora em que vocês estiverem em uma ocorrência, peguem essa câmera e joguem fora.

Deixe o promotor denunciar, você vai para o júri, você responde para o júri. Agora, responder dentro de casa para quem te prende é duro, porque você é preso primeiro e responde depois. Se for absolvido, tudo bem, porque quem julga policial militar é o Tribunal do Júri, Sra. Presidente, que é professora disso. Perdoe-me até o nervosismo, que eu estou meio perdido, meio chateado com isso.

Porque eu estive com as vítimas até ontem. Os caras foram heróis, salvaram, recuperaram, meu Deus do céu! E vão para a cadeia? Os homens estão trabalhando. Não, tudo bem, vai julgar, que vá para o Poder Judiciário, Sra. Presidente. O advogado defende, “não, o policial não quis pôr a câmera na hora do tiro”. “O policial não se jogou no chão para atirar no bandido para que a câmera não...”

Quer dizer, a Corregedoria analisa tudo ferrando os policiais, para não falar um palavrão, e joga para o “Fantástico” olhar. Aí, no “Fantástico”, foi tudo beleza, “a Corregedoria apurou, a Corregedoria fez isso”, e apresenta as imagens.

Mas e a função, secretário atual da Segurança Pública, general - eu me esqueci o nome agora, de tão importante que ele é. Campos? Campos, alguém falou aí. Eu esqueci. Agora é assim que a coisa funciona?

Meu Deus do céu! O que eu falo para as vítimas que tiveram o carro recuperado, que teve a mulher salva, que teve o dinheiro recuperado, e vê os policiais que as ajudaram irem para a cadeia? E o bandido na boa, um preso, outro ferido. Se quisesse matar, tinha matado os três. Mas não, aí vem a Corregedoria e faz o trabalho.

Capitão Derrite, secretário de Segurança, tome cuidado. Velho capitão aqui, 75 anos de idade, mais de 50 anos na polícia. Tome cuidado com o fogo amigo, governador do estado, tome cuidado com o fogo amigo, governador Tarcísio, tome cuidado. Não se iluda. O Doria acabou assim, em uma ocorrência aqui de São Paulo, em Paraisópolis. É a mesma coisa, é o fogo amigo.

Então tome cuidado com quem vocês põem no comando da polícia ou na corregedoria, quem está do seu lado e quem está contra. Porque a gente quer é honestidade. A corregedoria apurou, tem erro? Manda para o Tribunal, não é para o “Fantástico”. Manda para o Tribunal julgar.

Eu só queria abrir um pouquinho a matéria, por favor. Eu falei demais. Está aí com o Machado.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Sra. Presidente, só para avisar, tudo isso foi analisado pela Globo e pela Corregedoria. Os policiais não falaram nada, não foram ouvidos. Os advogados dos policiais não falaram nada, e os policiais estão na cadeia. Então fica aí a nossa colocação para o futuro secretário, Capitão Derrite, para o governador que está entrando, e para o fogo amigo.

Isso é uma covardia, uma sacanagem de homens que estavam trabalhando. Porque eu falei com as vítimas, o que as vítimas passaram na mão desses bandidos. Quando até a esposa do cidadão foi levada com quatro, que ele ficou aterrorizando, “agora eu vou morrer”. Levaram dinheiro, foi recuperado pela Polícia. O carro foi recuperado pela Polícia. E os policiais estão na cadeia. Veja que desfecho, a Polícia de São Paulo.

Vejam o desfecho da Polícia de São Paulo. Tudo bem, a Corregedoria viu, analisou que tem erro? Ora, manda para o Ministério Público, manda para a Justiça, julgue os policiais, dê o direito de defesa no tribunal de júri, que é lá que se julga, com o povo, o povo vai dizer, e esses policiais foram absolvidos. Esses policiais, pelo que eles fizeram, e pelo que as vítimas falaram, vão ser absolvidos.

Mas a gente vê o quê? Aqueles que defendem a sociedade na cadeia. Então, quem está assumindo o comando da PM, secretário de Segurança Pública, governador do estado, toma cuidado com o fogo amigo. Toma cuidado.

Porque não desestabiliza uma ocorrência; desestabiliza o governo. O que eles querem provar? Que se tirar as câmeras vai ser uma desgraceira toda. No meu tempo, não tinha câmera mesmo.

Não tinha pistola, era um “revolvinho” velho que a gente usava. Não tinha colete à prova de bala. E a gente perseguia os bandidos da mesma forma. Alguns nossos morreram e outros não, como eu, que estou aqui até agora.

Agora, a corregedoria analisa a ocorrência e já dá o que aconteceu, condenando os policiais. Nem as vítimas foram ouvidas. Eu falei das vítimas ontem, que estão agradecendo de joelhos pela ação dos policiais, por terem salvado.

Então, governador Tarcísio de Freitas, pelo amor de Deus, nós que rezamos tanto na campanha... O senhor nem sabe, presidente, o quanto rezamos, por quanto tempo nós rezamos, das oito à meia-noite.

Rezamos. Todo purificado; se eu morrer amanhã, Carlos Giannazi, estou no céu. Estou tranquilo. Então, está aí. Eu quero ver o que vai fazer agora, né. Porque é o fim do mundo uma coisa dessa aí.

O homem está trabalhando, não está bêbado, não está na zona, no meretrício, não está em lugar nenhum. Está defendendo a sociedade. Devolve tudo o que foi roubado, prende os bandidos. E vão para a cadeia. Ah, pelo amor de Deus.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Sra. Presidente, só para avisar, tudo isso foi analisado pela Globo e pela Corregedoria. Os policiais não falaram nada, não foram ouvidos. Os advogados dos policiais não falaram nada, e os policiais estão na cadeia. Então fica aí a nossa colocação para o futuro secretário, Capitão Derrite, para o governador que está entrando, e para o fogo amigo.

Isso é uma covardia, uma sacanagem de homens que estavam trabalhando. Porque eu falei com as vítimas, o que as vítimas passaram na mão desses bandidos. Quando até a esposa do cidadão foi levada com quatro, que ele ficou aterrorizando, “agora eu vou morrer”. Levaram dinheiro, foi recuperado pela Polícia. O carro foi recuperado pela Polícia. E os policiais estão na cadeia. Veja que desfecho, a Polícia de São Paulo.

Vejam o desfecho da Polícia de São Paulo. Tudo bem, a Corregedoria viu, analisou que tem erro? Ora, manda para o Ministério Público, manda para a Justiça, julgue os policiais, dê o direito de defesa no tribunal de júri, que é lá que se julga, com o povo, o povo vai dizer, e esses policiais foram absolvidos. Esses policiais, pelo que eles fizeram, e pelo que as vítimas falaram, vão ser absolvidos.

Mas a gente vê o quê? Aqueles que defendem a sociedade na cadeia. Então, quem está assumindo o comando da PM, secretário de Segurança Pública, governador do estado, toma cuidado com o fogo amigo. Toma cuidado.

Porque não desestabiliza uma ocorrência; desestabiliza o governo. O que eles querem provar? Que se tirar as câmeras vai ser uma desgraceira toda. No meu tempo, não tinha câmera mesmo.

Não tinha pistola, era um “revolvinho” velho que a gente usava. Não tinha colete à prova de bala. E a gente perseguia os bandidos da mesma forma. Alguns nossos morreram e outros não, como eu, que estou aqui até agora.

Agora, a corregedoria analisa a ocorrência e já dá o que aconteceu, condenando os policiais. Nem as vítimas foram ouvidas. Eu falei das vítimas ontem, que estão agradecendo de joelhos pela ação dos policiais, por terem salvado.

Então, governador Tarcísio de Freitas, pelo amor de Deus, nós que rezamos tanto na campanha... O senhor nem sabe, presidente, o quanto rezamos, por quanto tempo nós rezamos, das oito à meia-noite.

Rezamos. Todo purificado; se eu morrer amanhã, Carlos Giannazi, estou no céu. Estou tranquilo. Então, está aí. Eu quero ver o que vai fazer agora, né. Porque é o fim do mundo uma coisa dessa aí.

O homem está trabalhando, não está bêbado, não está na zona, no meretrício, não está em lugar nenhum. Está defendendo a sociedade. Devolve tudo o que foi roubado, prende os bandidos. E vão para a cadeia. Ah, pelo amor de Deus.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Obrigada, Sr. Deputado. Vossa Excelência é um homem com muita experiência, e eu concordo com V. Exa. no sentido de que o próximo governador tem que ficar atento ao fogo amigo, porque realmente, independentemente da análise jurídica que se faça do que aconteceu, é estranho que, antes de ir para o Ministério Público, isso esteja no “Fantástico”.

Então, assiste razão a V. Exa. na análise, vamos dizer assim, política do fato. É um excelente conselho, como todos os bons conselhos que V. Exa. costuma dar, e às vezes a gente não segue, né.

Obrigada.

Seguindo aqui com a lista dos oradores inscritos de forma suplementar no Pequeno Expediente, chamo à tribuna o nobre deputado Carlos Giannazi, que terá o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, de volta à tribuna no dia de hoje. Eu recebi várias denúncias da comunidade escolar da escola estadual João Guidotti, que fica em Piracicaba, num bairro que se chama Morumbi. Não o Morumbi de São Paulo, o Morumbi de Piracicaba.

E olha só: essa escola fica exatamente na mesma rua do Tiro de Guerra do Exército. E lá está ocorrendo, também, uma manifestação golpista; as pessoas invadiram a rua e estão fazendo manifestações antidemocráticas, golpistas, criminosas. Porque defender golpe militar é crime no Brasil. Está na lei: intervenção militar, golpe militar, atentar contra o Estado Democrático de Direito é crime.

Então, essas pessoas que estão nas ruas estão cometendo crimes, como as pessoas que estão aqui ao lado da Assembleia Legislativa. Só que lá, nessa região, tem uma escola. Aqui é a Assembleia Legislativa. E há uma omissão, aqui, do Poder Legislativo, que se omite em relação a um ato golpista, antidemocrático e nazifascista, ainda por cima. Bem na frente da Assembleia Legislativa. E não vejo nenhuma providência sendo tomada nesse sentido.

Agora, lá em Piracicaba, nesse bairro do Morumbi, nós temos uma escola estadual na mesma rua, na proximidade do Tiro de Guerra. A comunidade escolar está sendo ameaçada, professores ameaçados, alunos ameaçados; um absurdo.

A comunidade já foi ao Ministério Público Estadual denunciar, e nada foi feito até agora. A comunidade escolar continua sendo assediada; professores perseguidos, ameaçados. É difícil para os pais que levam os alunos de carro estacionarem, porque a rua está tomada pelos golpistas, fascistas, Sra. Presidente.

É um absurdo a omissão, a prevaricação dos órgãos competentes. Onde está a Polícia Militar, a Polícia Civil, onde está o Ministério Público, que não toma providência. Fosse um ato dos professores, fosse um ato dos estudantes, fosse um ato do Movimento Sem Terra, ou Sem Teto, eles já estariam sendo reprimidos e presos.

É o que acontece, o movimento popular é duramente perseguido, massacrado, criminalizado no Brasil. Agora, o movimento golpista de setores da elite, com financiamento, inclusive, de empresário golpistas.

Agora, lá no Mato Grosso do Sul, saiu agora do UOL, que eu estava lendo, que caminhões que foram utilizados para fazer o bloqueio das rodovias do Mato Grosso já tinham sido fichados e denunciados por tráfico de drogas. Olha só. Caminhões que tinham transportado drogas, toneladas de drogas, e feito também contrabando de mercadorias.

Esses são os golpistas que estão financiando esses atos antidemocráticos contra o estado democrático de direito. O fato é que não tem sentido o golpe militar. A eleição já aconteceu, o presidente Lula está sendo, exatamente, diplomado neste momento, lá no TSE em Brasília, e vai tomar posse dia primeiro. Acabou.

As pessoas podem chorar, podem reclamar. Agora, pedir golpe militar e intervenção militar é um absurdo, e atrapalhar escola, perseguir aluno, perseguir professor, perseguir a comunidade escolar da Escola Estadual João Guidotti. Nós não podemos permitir.

Então, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, nós exigimos providências imediatas contra essas pessoas que estão, repito, cometendo uma manifestação criminosa, defendendo crime, atentando contra a Constituição Federal e contra o Código Penal, que criminaliza esse tipo de comportamento, e ameaçando alunos, professores e toda a comunidade escolar da Escola João Guidotti, em Piracicaba. Nós exigimos providências imediatas para que a escola seja protegida.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Haja visto o horário, eu vou encerrar o Pequeno Expediente e já vou abrir o Grande Expediente. Pergunto se tem algum colega que se oponha ao encerramento do Pequeno Expediente.

Bom, então, imediatamente dou por aberto o Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Chamando à tribuna o nobre deputado Alberto Freitas. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. Vossa Excelência tem o prazo regimental de dez minutos.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sra. Presidente. Vossa Excelência me permite uma comunicação?

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - É regimental.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sra. Presidente. Apenas para considerar, Sra. Presidente, que o deputado Carlos Giannazi quer instalar no estado de São Paulo a “polícia das ideias”. Quem leu aquele livro 1984 sabe do que eu estou falando. Esse é um verdadeiro absurdo. As pessoas têm que ter o direito de poder se manifestarem.

E muito me surpreende o deputado reclamar que os estudantes daquela escola estavam sendo prejudicados, os professores também. Porém, o deputado nunca reclamou quando, por exemplo, os estudantes invadiram as escolas à época, se eu não me engano era 2016.

Diversas ocupações, tirando o direito de muitos estudantes poderem frequentar as aulas, de professores de realizarem as aulas, não só de escolas de ensino Médio e Fundamental, como também de Ensino Superior. Um verdadeiro absurdo.

No Brasil nós já temos, infelizmente, o “ministério da verdade”, que é composto por vários agentes de checagem, que querem dizer aquilo que é verdade e o que é mentira. E agora deputado Carlos Giannazi quer instalar no estado de São Paulo a “polícia das ideias”, perseguindo qualquer um que pensa diferente dele.

O direito de se manifestar é sagrado, e precisa ser defendido. Assim como o direito de votar, o direito de se manifestar precisa ser defendido. Uma autoridade que defende o silêncio, a censura, ela não é digna do cargo. Nós precisamos lutar para que a população tenha os seus direitos preservados, porque esse é o principal objetivo de um político, principalmente quando está usando a tribuna para tal.

Então, eu defendo sim que as pessoas possam ficar no quartel, em frente ao QG, em frente de onde elas quiserem, para poderem expressar a sua opinião, porque esse é um direito sagrado que nos foi dado pela Constituição de 88.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, Sr. Deputado.

Passo a palavra ao colega que está na tribuna, pelo prazo regimental de dez minutos.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Senhoras e senhores, é um prazer retornar a esta tribuna - presidente, que nos passa a palavra -, mais uma vez prestando contas do nosso mandato.

Rodando por todo o interior do estado de São Paulo, temos muito mais do que uma região a representar. Minha cidade de Sorocaba, a Região Metropolitana de Sorocaba, em que estou muito presente, mas andamos o estado inteiro.

A nossa atribuição é de fiscalizar e investigar obras paralisadas. Durante o primeiro mandato nosso aqui, 1.075 obras paralisadas em todo o estado de São Paulo, segundo o Tribunal de Contas. Aí, iniciamos uma investigação gigante pelo Estado.

Falei agora há pouco da delegacia da cidade de Porto Feliz, que, somente após a nossa fiscalização e representação no Ministério Público, foi entregue à cidade. Agora, passo a mostrar o antes e o depois - aí é a obra em andamento ainda - de unidades habitacionais na cidade de Pilar do Sul.

Então, as imagens que temos aqui... Essa obra, mais de três anos paralisada. O ex-governador João Agripino Doria, numa grande festa, disse que 68 casas populares seriam entregues, e nada. Outubro de 2020, tínhamos alguns tijolos ali. Esta é a casa de João Doria, que deveria ter sido entregue já, e nada. Pode passar. Aí, alguns milhões de reais para que a obra fosse entregue.

Depois da nossa fiscalização e denúncia ao Ministério Público - pode voltar, por gentileza? -, aquela é a placa que foi colocada, uma nova placa: que, a partir de 07 de março de 2022, ali embaixo, do lado direito, a empresa teria 18 meses para entregar essa obra. Depois da nossa denúncia, a próxima foto mostra que as obras começaram a andar.

Parece que o Estado fica aguardando a fiscalização, só se movimenta depois de denúncias, e fizemos isso durante o nosso mandato, inúmeras denúncias. No caso de Pilar do Sul, precisou de um parlamentar expor o Estado, o governador, movimentar Ministério Público, Judiciário, para que as casas populares sejam construídas.

Elas ainda não foram entregues. Continuaremos na fiscalização, uma vez que a Secretaria da Habitação não cumpriu ainda o que foi prometido para os cidadãos ali da cidade de Pilar do Sul.

Teremos um pequeno vídeo, também mostrando, na sequência... É um minuto e pouquinho para mostrar um pouquinho do nosso trabalho de fiscalização.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Finalizando, presidente, quero agradecer também à deputada federal Carla Zambelli, que nos auxiliou em várias fiscalizações de obras paralisadas, compondo um grupo, tanto os meus assessores quanto os dela, nos apoiando na parte jurídica, na parte fiscalizatória e também na parte de imprensa, nota à imprensa e divulgação das nossas equipes.

Então, acredito que a nossa prestação de contas é muito importante uma vez que o povo confiou o voto e é para isso que estamos aqui, para fazer muitas vezes com que o governo faça o que prometeu e não faz.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, Sr. Deputado. Seguindo com a lista dos oradores inscritos no Grande Expediente, chamo à tribuna o nobre deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Janaina Paschoal na Presidência, não farei uso da palavra.

Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.)

Deputado Alex de Madureira. (Pausa.)  Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.

Vossa Excelência tem o prazo regimental de dez minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nobre presidente, deputada Janaina Paschoal, realmente V. Exa. colocou muito bem, eu não estou analisando aqui a ocorrência dos policiais criminalmente, não é esse o meu problema. Não tenho nada a ver com isso, não estou decidindo, eu não julgo.

O que eu falo é o que V. Exa. colocou, é um problema político que criaram para o governador que está se instalando e para o secretário, o capitão Derrite, que vai assumir a secretaria.

É um problema político. Já estão criando uma cama. Tipo, “você vai tirar as câmeras?”. Olha aí o que eles estão fazendo, só que não tem julgamento. Quem julga os policiais da ocorrência que começou em Bertioga e terminou no Guarujá é o Poder Judiciário.

Está tudo mudado, não é? O Poder Judiciário, hoje, em Brasília, faz leis, julga, passa por cima do Executivo, toma decisões, quer dizer, está tudo mudado, mas aqui em São Paulo, por enquanto, no crime, quem vai julgar esses policiais que estão presos defendendo a população?

Vou repetir aqui, eu falei com a vítima, as vítimas me procuraram, os policiais devolveram sete mil reais roubados, devolveram a Toro da família, salvaram a família que foi atacada, agredida dentro de casa, perseguiu os bandidos, eles não estavam jogando no carnaval, dançando, não, estavam trabalhando com a viatura, como a gente viu nas imagens.

O resto é tudo a corregedoria que fala, que um policial, para atirar no bandido, se joga no chão. Uma boa ideia, você, policial, quando for dar tiro, deite no chão. Boa ideia a desse policial aí, boa ideia. A partir de agora todo mundo deitado no tiroteio, ficam deitados e atiram, aí ninguém vai ver.

Então, o que eu estou falando realmente foi o que colocou a Sra. Presidente, que é professora de uma das maiores faculdades de direito do Brasil e do mundo, a USP, Largo de São Francisco, de Direito Penal, e ela mesmo fala, mas quem vai julgar são os policiais.

O policial tem o direito de falar, de ser ouvido, se realmente aquilo que a corregedoria falou é verdade, se ele se joga no chão quando vai dar um tiro para a câmera não mostrar que ele está atirando.

Se o outro policial, o bandido, que estava ferido e o policial corre atrás daquele lá, depois ele volta e o cara está baleado com um tiro no peito. Se isso tudo é verdade. Porque quem falou foi a corregedoria, analisando as imagens que ela quer, sei lá se é o coronel, o tenente, o Benedito, o João da corregedoria que analisou.

E o pior de tudo, Sra. Deputada e presidente desta sessão, manda para o Fantástico, o Show da Vida. É o Fantástico, o Show da Vida, que analisa o que aconteceu. É o Fantástico, para passar para todo mundo.

E coloco também a V.Exa.: se houver o primeiro recuo, a partir de agora, do secretário que entra e do governador, tenha a certeza de que na outra vão querer tirar a cabeça do secretário para atingir o governador e vice-versa.

Tenham certeza disso. É uma sequência. E é fogo amigo, nobre deputado Danilo Balas. Vamos estar amanhã na Secretaria de Segurança. Isso é fogo amigo. Então, toma cuidado com quem se coloca lá.

É bom, porque quem escolhe o secretário é o governador que foi eleito. É ele que escolhe, como o Lula está escolhendo o Dino lá, não sei o quê, que é comunista, como todo mundo está falando. Ele que escolhe. Se ele é o novo presidente, ele vai escolher quem ele quer para a equipe dele. Não sou eu que vou escolher para o Lula, como não sou que vou escolher para o Tarcísio.

Agora, uma pressão dessa, de cara, é justamente com esse objetivo, para mudar o discurso, que os policiais são assassinos, são bandidos. Então, volto a repetir: os policiais recuperaram tudo o que foi roubado das vítimas. Vão responder processo. Eu respondi centenas de processos. Sempre respondi, até quando vim para esta Casa, como deputado, de ocorrências de tiroteio com bandido.

Respondi perante 25 desembargadores, que é o Pleno do Tribunal de Justiça. Fui lá, sentei lá, sim, ouvi acusações e fiz minha defesa. Ouvi promotor denunciando e fiz minha defesa. E fui absolvido sempre por 25 a zero.

Aliás, 25, não, mas 24, porque um juiz do Tribunal, que era o Dr. Alvaro Lazzarini, foi professor meu na Academia do Barro Branco, de direito, e ele julgou que não poderia me julgar, porque ele me conhecia. Qual seria a expressão, nobre deputada?

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Suspeito.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Suspeito. Por me conhecer, ele se julgou suspeito e ficaram 24 julgando, dos 25 mais antigos. Até o voto que eu achava que viria para mim, ele abdicou, mas tudo bem, são coisas da vida. Então, o que eu quero dizer é o seguinte: é uma jogada realmente política que deve ser analisada pelo governo que está se instalando.

Havia aqui o deputado Carlos Giannazi falando a respeito das pessoas que estão aqui no QG. Por que as pessoas estão no QG? Porque muitos não acreditam nas urnas. Se alguém chegar lá, abrir o negócio do código-fonte e falar “Não, quem ganhou foi o Lula”, o cara vai ficar ali feito idiota?

Ele vai embora! Ele vai ficar em Brasília fazendo o quê? Batendo palma para o Bolsonaro? Ele vai embora! É só provar que a eleição foi lícita, aí os caras vão embora. Ninguém vai ficar lá feito idiota esperando cair o quê? O mundo?

Agora, enquanto vai o argentino... “Não, porque a urna não sei o que, vai mudar, não vai mudar”. O que eu acho que todo mundo está esperando é a veracidade das urnas. Se for válido, vai fazer o quê?

Como eu falava antes, a eleição se ganha no dia. Quantas vezes eu falei aqui para o pessoal do PT e para o nosso pessoal? Não adianta querer revolução. Votem em nós antes da eleição! Tem que votar antes, depois não adianta nada.

Agora, o que estão falando é em fraude. Esse é o problema. O problema desse mundo de pessoas nas ruas é que se fala em fraude eleitoral. Ora, que venha o Tribunal Superior Eleitoral e fale: “Não houve fraude porcaria nenhuma, está tudo certinho, nessa urna foi tanto, tanto e tanto”.

Acabou, vai todo mundo para casa. Senão vai ficar isso a vida inteira. Vai ficar a vida inteira isso, a desconfiança se houve certo ou errado. Então, volta para São Paulo.

Então, o que estou falando realmente é o fator político. Cuidado quem está assumindo, o novo governador, o novo secretário de Segurança Pública, com o fogo amigo.

Como que a Corregedoria pega o material de uma ocorrência policial e manda para a Globo? O que tem a ver a Globo com a Corregedoria? E o secretário, general Campos, aceita? O Comando da PM aceita? O secretário-adjunto, o coronel Camilo, amigo nosso, aceita que alguém passe por cima de todo mundo e mande para a Globo? É assim que se faz com as ocorrências?

Se a Corregedoria achou que há erro, problema dela, é direito dela, só que não é o caminho da Globo, do Fantástico, para fazer a matéria no Fantástico. É mandar para apurar juridicamente, ouvir as testemunhas que foram assaltadas, como eu ouvi as testemunhas que estão de joelhos rezando pelos policiais, tristes porque os policiais foram presos, porque tiveram o carro recuperado, tiveram o dinheiro recuperado - uma Toro o carro deles -, foram agredidos pelos bandidos que invadiram a sua casa - a vítima, a esposa, a mãe da esposa, que foi levada para um quarto lá. “Eu ia até morrer, porque eu fiquei assustado porque levaram a minha mulher”.

Então veja que situação a gente vive. O policial é preso pelo Fantástico, o Show da Vida. Porque a corregedoria engoliu o comandante geral, Sra. Presidente, engoliu o secretário adjunto, engoliu o secretário e engoliu o governador. “Eu corregedoria falo direto com a Globo, o Show da Vida”, que é uma maneira de se ferrar os outros, como ferraram o tio Lula no passado. Não ferraram?

Não deixaram o Lula ser candidato. É a mesma Globo. Porque o mesmo Supremo que condenou o Lula é o mesmo Supremo que absolve. Não custa nada daqui a uma semana mudar tudo de novo e voltar para o Geraldo aí. Aí eu quero ver. Então é a vida. Vida não, tudo errado, porque não é assim que se prossegue. Prossegue dentro da lei. Agora, o que pode?

Uma corregedoria filma o policial com a câmera e aí ela analisa: “Não, esse tiro eu não vi ele dar porque ele tapou”. Não é o policial que está falando que tapou e nem uma testemunha; é a corregedoria. “O policial, na hora em que ele se joga no chão para atirar, é para a câmera não pegar”.

Tudo analisado, tudo na corregedoria, que vai para o Show da Vida, o Fantástico, que desde o tempo em que eu era pequenininho já tinha o Fantástico. Aí faz o show: “A corregedoria apurou”. Se a corregedoria apurou, tinha que mandar para o comando da PM. Cadê o comando da PM, está dormindo?

Está dormindo em berço esplêndido? O secretário, o general Campos, está dormindo em berço esplêndido? Porque daqui a pouco vão falar isso aí, passar a culpa para o governador Tarcísio, que está assumindo. Vão passar para o Derrite, que está assumindo.

Então esse é o problema que nós estamos aqui cobrando. Agora, não dá para entender que homens que estão numa viatura da Polícia Militar, defendendo o povo de São Paulo... Vocês que me procurarem da sociedade, minha parte eu estou fazendo, meu amigo.

O que eu posso fazer eu estou fazendo aqui, que é a função do deputado. Eu sei que hoje em dia é diferente. É tudo muito no TikTok, o cacete. O cara pega isso aqui, tem voto disso aqui, né? Um salva o cachorro, outro salva o gato, salva o cacete, se elege, mas tudo bem.

Eu estou fazendo o que o deputado está fazendo. Estou cobrando aqui da tribuna da Assembleia e espero que me ouçam. Não estou pedindo nada para ninguém. Não pedi nada para ninguém, nunca pedi. Desde que eu comecei minhas campanhas, nunca pedi nada para ninguém, graças ao bom Deus. Então ninguém pode me falar nada na cara.

Nunca pedi nada. Só estou falando: tomem cuidado com fogo amigo. Vocês que estão assumindo: tomem cuidado com o fogo amigo. É isso que eu estou te falando, porque já vi muito nos trinta e tantos anos que eu estou aqui. Já vi muito, tomem cuidado. Porque começa assim, joga a bola e vai. E as câmeras agora? E aí depois não quer mais o secretário porque acha que o secretário é muito novo.

Ficou um ano, dois anos na Rota e agora não podia ser o secretário. Tinha que ser o coronel tal, aquele coronel fazendo opinião que nunca pegou um bandido, o José Vicente; foi professor lá na Academia. É o maior especialista em Segurança, né? Nunca prendeu ninguém, nunca. Aliás, se ele prendeu alguém, eu renuncio ao meu mandato, o próximo mandato até.

Mas não, ficou na Globo falando. Então é assim, o mundo é assim, de especialista. Em segurança, todo mundo é especialista. Mesmo que ele não entenda nada, vai ser especialista em segurança. Mas fica aí a minha colocação.

Só acho o fim do mundo, porque fui procurado pelas vítimas, que estão desesperadas com a situação dos policiais que recuperaram o produto de roubo, salvaram a vida da família, principalmente. Porque recuperaram tudo o que eles perderam e vão para a cadeia pelo Show da Vida entre a corregedoria covarde, hipócrita e o Fantástico, que não precisa nem falar.

Tanto é que a matéria está aí: “A corregedoria que puniu; a corregedoria que apurou”. A corregedoria apurou porque na hora em que o cara se joga no chão, o policial era para tapar a câmera e aí acerta o bandido que ia fazer aniversário ontem. Meus cumprimentos, você que ia fazer aniversário.

Você está com o capeta lá no inferno. Meus parabéns pelo aniversário que você não completou, seu fresco. Então fica aí, mas fica a minha colocação.

Obrigado, Sra. Presidente. Desculpe mais uma vez, mas é duro de aguentar uma coisa dessa, porque a gente é procurado pelas vítimas, meu Deus do céu; vítimas que foram salvas.

Até ontem batiam palma: “Obrigado à Polícia Militar, aos policiais que salvaram a gente, que recuperaram”. Agora os policiais estão na cadeia. Estão procurando para ouvir as vítimas. E vai falar o quê? A vítima vai falar o quê?

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sra. Presidente, peço a suspensão dos nossos trabalhos, por gentileza. Obrigado, e me perdoe.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - A indignação de V. Exa. é compreensível, seja por esse encaminhamento diretamente aos veículos de comunicação, seja pela preocupação com, vamos dizer assim, que em futuras ocorrências outros policiais não tenham assim, vamos dizer, o estímulo de atender o chamado.

No Largo São Francisco, teve um período em que eu ministrei a disciplina Segurança Pública ao lado de Bioética. E eu sempre discutia com os alunos, porque nós temos que tomar cuidado para sermos justos ao analisar o comportamento do policial que está na rua e o médico que está no plantão, que é muito fácil o burocrata dizer: “Olha, o policial cometeu homicídio” ou “O médico cometeu homicídio”.

Quando comete tem que punir, mas tem que tomar cuidado, se não o médico e o policial vão rezar para nada acontecer no seu turno, e quem vai padecer é a população que depende dos serviços, seja na área de Segurança Pública, seja na área de Saúde. Então eu compreendo a indignação de Vossa Excelência.

 

O SR. CONTE LOPES - PL- PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, se esse meu comunicado pudesse ser mandado à equipe de transição do Tarcísio, governador, e até ao próprio governador, se é que pode. Porque para o que está saindo também não adianta mais, não é?

A gente falou aqui quatro anos, ninguém nos ouviu. Aí, perderam a eleição, estão indo embora, está entrando outro. Espero que os outros ajam e ouçam um pouco o que a gente fala, porque a gente fala com o povo na rua, como V. Exa. acabou de falar. Quer intimidar o policial, para ele não fazer nada? É fácil, é só falar para ele, “Não faz nada”, e ele não faz.

Obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pois bem, solicito à assessoria que encaminhe o pronunciamento do deputado Conte Lopes à equipe de transição que está fazendo o trabalho de recepção do governador eleito Tarcísio de Freitas.

Haja vista que teremos Ordem do Dia às 16 horas e 30 minutos e também duas extras, só indagar: deputado Caio, vai fazer uso da palavra? Deputado Caio, V. Exa. vai fazer uso da palavra? Não. Então vamos suspender a presente sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Muito obrigada a todos.

 

* * *

 

- Suspensa às 15 horas e 22 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 33 minutos, sob a Presidência do Sr. Carlão Pignatari.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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 O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Reaberta a sessão.

Há sobre a mesa Requerimento de Urgência do Projeto de Decreto-Legislativo nº 47, de 2022, de autoria da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Considera regulares e aprova as contas anuais apresentadas pelo Senhor Chefe do Poder Executivo, relativas ao exercício econômico-financeiro de 2022.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento de urgência.

Há sobre a mesa Requerimento de Urgência do Projeto de lei nº 655, de 2022, de autoria da Mesa.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados, que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento de urgência.

Há sobre a mesa Requerimento de Urgência do Projeto de lei Complementar nº 42, de 2022, da nobre deputada Professora Bebel, Carlos Giannazi e outros deputados.

 Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento de urgência. (Manifestação nas galerias.)

Convocação. Nos termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 45, inciso V, ambos do Regimento Interno, convoco reunião extraordinária da Comissão de Fiscalização e Controle, a realizar-se hoje, às 16 horas e 40 minutos, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de decreto legislativo no 47, de 2022, de autoria da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho, e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas e 40 minutos, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei no 625, de 2022, de autoria do Sr. Governador.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho, e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas e 40 minutos, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei no 42, de 2022, de autoria da nobre deputada Professora Bebel, Carlos Giannazi e outros deputados.

Está levantada... Antes, porém, quero convocar uma sessão extraordinária. Nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas e 15 minutos, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 42a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 13/12/2022.

 

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A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Havendo acordo de lideranças, eu solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia do dia de hoje. Lembrando-os, ainda, de que a sessão extraordinária será hoje, às 17 horas e 15 minutos. E agora serão as comissões, às 16 horas e 40 minutos, aqui no salão nobre da Presidência.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 37 minutos.

 

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