8 DE DEZEMBRO DE 2022
146ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: JANAINA PASCHOAL
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - RICARDO MELLÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - RICARDO MELLÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
4 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Cumprimenta os vereadores mirins de Nova Europa, presentes
nas galerias.
5 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Endossa o pronunciamento do deputado Gil Diniz.
7 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
8 - GIL DINIZ
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
9 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 12/12, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre
a sessão a Sra. Janaina Paschoal.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Boa tarde a todos. Presente o número regimental de Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e
recebe o expediente.
Imediatamente
dou por aberto o Pequeno Expediente iniciando a leitura dos oradores inscritos,
chamando à tribuna a nobre deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Agente
Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado
Castello Branco. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Jorge do
Carmo. (Pausa.) Deputado Frederico d'Avila. (Pausa.) Deputado Coronel
Nishikawa. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Major Mecca.
(Pausa.)
Deputada
Janaina Paschoal. Sigo na Presidência, não farei uso da palavra. Deputado
Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado
Sargento Neri. (Pausa.)
Deputado Marcos
Damasio. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz.
(Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado
Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Caio França.
(Pausa.)
Encerrada a
lista principal de oradores inscritos, abro a Lista Suplementar chamando à
tribuna o nobre deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputado Enio Tatto.
(Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputado
Ricardo Mellão, V. Exa. tem o prazo regimental de cinco minutos.
O SR. RICARDO MELLÃO -
NOVO - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sra. Presidente, senhores todos aqui presentes no plenário, servidores
da Casa, assessorias e quem nos acompanha aí na Rede Alesp, eu queria expor uma
situação aqui para que as pessoas tenham noção da realidade do porquê muitas
vezes um deputado tem dificuldade de exercer a sua própria função.
Além
de votar projetos de lei, fazer projetos de lei, eu talvez considere a função
mais importante que o deputado hoje possui é a de fiscalização do Poder
Executivo, e a gente faz isso através de requerimentos de informação, que obrigatoriamente
têm que ser respondidos pelo governo; a gente vai buscar a informação.
Toda
vez que a gente recebe uma denúncia ou algum cidadão reclama de um órgão
específico, de um serviço específico, a gente pode enviar requerimentos de
informação para saber exatamente se confere aquilo, qual que é a situação
daquele órgão, enfim. Olhe essa situação aqui.
Eu
vou pegar uma situação prática justamente para mostrar aquilo que, infelizmente,
eu vou chamar aqui de descaso do Governo do Estado de São Paulo com o deputado
no exercício da sua função. Eu enviei aqui um requerimento de informação. É o Requerimento
nº 740, de 2020, gente.
Ou
seja, enviei esse requerimento em 2020, mais precisamente no dia 23 de novembro
de 2020. A regra vigente diz que toda vez que a gente envia um requerimento, o
governo é obrigado a responder em 30 dias. E qual que foi o meu requerimento
aqui no caso?
No
meu trabalho de fiscalização eu decidi focar... Eu sei que são várias áreas que
precisam ser fiscalizadas no estado de São Paulo, mas eu decidi focar naquela
que eu entendi onde havia os maiores prejuízos, que são as obras paradas, as
obras atrasadas, enfim. São coisas que nós sabemos que tem bastante e tem até
um painel do Tribunal de Contas do Estado.
E
na época eu lembro que vendo esse painel - que, aliás, parabéns ao Tribunal de
Contas do Estado por existir esse painel, porque se não existisse talvez nós
nem saberíamos quantas obras nós temos aí nessa situação - um dado me chamou
muito a atenção.
Nós
tínhamos lá já gastos mais de sete bilhões de reais em obras que eu não digo
nem que estavam atrasadas; eram obras completamente paradas. Sete bilhões de
reais, ou seja, gastos em verdadeiros esqueletos a céu aberto. Obras que não
estavam prestando serviço nenhum e que com certeza, para retomá-las, você
precisaria ainda ter um custo adicional, já que muitos dos materiais
deterioram.
E
aí, até por meio de uma denúncia de um cidadão do bairro do Brooklin, eu
descobri que existia ali um prédio que era para ser sede da Polícia
Técnico-Científica e de um batalhão da Polícia Militar ali no local, um prédio
que estava parado também, completamente parado.
Por
meio da denúncia disseram para mim que era um órgão do Governo do Estado. Eu
fui ao Painel do Tribunal de Contas do Estado e não localizei esse prédio. Eu
queria saber a situação dele, a história dele. Não localizei esse prédio em
lugar nenhum desse painel.
Aí eu descobri
que, além do Painel do Tribunal de Contas do Estado, existia uma outra
categoria, que não estava sendo contemplada lá: a das obras abandonadas. Ou
seja, não são nem as obras atrasadas, nem as obras paralisadas: são obras
completamente abandonadas.
Simplesmente
nesse prédio não foi efetuada a mudança do Batalhão. O Batalhão, se não me
engano, juntou dois batalhões ali. Não tiveram mais interesse e ficou ali sob a
supervisão da Polícia Técnico-Científica, que não deu rumo àquilo. Talvez não
tenha tido interesse em prosseguir, ou recursos, enfim, é uma obra... olha
gente, esse prédio foi parado, essa obra do prédio foi parada em 2013, para
vocês terem noção.
Acho que em
2012 ou em 2013. É um terreno valioso, gente. É um terreno que, pelo que eu
calculei, o prédio, do jeito que está, naquela área nobre, deve valer aí pelo
menos uns 20 milhões de reais. É um dinheiro que não está sendo usado. Mas,
enfim, sabendo disso, eu enviei...
Peço,
presidente, se puder prosseguir aqui, não havendo outro orador. Obrigado. Aí, o
que acontece, vendo essa situação, eu falei: “Não, espere aí. Como assim temos
aqui uma categoria de obras que não se encontram no Tribunal de Contas do
Estado?”
Eu imaginei
obviamente a gente estando aqui em um Estado que é a maior potência do País,
que temos aí o Governo de Estado com maior orçamento, muito acima dos outros.
Eu falei: “Bom,
eles devem ter um controle disso”. Então, eu simplesmente, na minha tarefa de
fiscalização, falei: “Vou enviar um requerimento para o governo questionando
justamente quais são as obras desta categoria, abandonadas, que não se
encontram no Painel do Tribunal de Contas do Estado, e justamente pedindo
informações sobre elas: quais seriam essas obras, esses imóveis, que estão nessas
situações, quais os motivos de essas obras terem sido abandonadas, o valor
financeiro já desembolsado pelo Estado nessas obras, enfim, e o destino que o
governo pretende dar a cada uma delas”.
Não dá para
ficar nessa situação, é prejuízo para o pagador de impostos. Aliás, muitas
dessas obras viram locais ali de uso de drogas, você tem crimes ali sendo
praticados, você tem furtos. É terrível, gente. Você prejudica toda uma região.
Obra parada tem um prejuízo muito maior do que apenas a sua paralisação.
Vamos lá, vou
contar aqui como se deu essa novela: ela começa aqui dia 23 de novembro de
2020. Perfeito. Passou dezembro, janeiro, nada de resposta. No dia 3 de
fevereiro de 2021, houve a reiteração aqui para o governo responder esse
requerimento que estava sem resposta, feito até na época pelo presidente que
estava aqui, que era o Cauê Macris. Depois, virou o secretário da Casa Civil,
justamente responsável por receber e encaminhar esses pedidos.
Vamos lá.
Segunda reiteração: nada de resposta. Dia 25 de março, segunda reiteração.
Nenhuma resposta. Terceira reiteração, 19 de maio de 2021: nada de resposta.
Quarta reiteração: 30 de junho de 2021: aqui já foi muito além daquele prazo de
30 dias, que se encontra até no Regimento aqui, que depois eu vou citar. Detalhe,
gente: 17 reiterações, a última foi no dia 28 de outubro de 2022, ou seja,
estamos falando aqui de dois anos que eu fiz esse pedido de informações sem
obter nenhuma resposta.
E
queria até agradecer ao Rodrigo, que é o secretário geral parlamentar aqui, por
ter tido essa persistência de a todo momento, a cada mês, relembrar que o
Governo estava devendo essa resposta.
E
olha gente, é um absurdo! Quando você recebe a resposta... Falei: “Bom, imagino
que por dois anos devem ter passado um pente fino em cada secretaria, devem ter
achado tudo, elencado, feito um material fantástico para mim com todo o
histórico, com todas as informações.”
Pelo
tempo demandado - num estado, num governo com a estrutura do Governo de São
Paulo - eu imaginei
que seria algo assim. Detalhe, gente: recebo aqui nenhuma resposta
praticamente, de nem uma ou outra secretaria.
A
única que se prontificou a me responder foi a Secretária de Segurança Pública,
que citou como caso de uma obra abandonada o prédio do Brooklin - justamente aquele
que eu apontei como exemplo na justificativa do meu requerimento - dizendo que,
como não houve mais interesse...
É
uma resposta do Coronel Camilo explicando a situação, contou aqui o histórico
dessa obra. E mostrou que como não havia mais interesse da Polícia Militar em
instalar ali um batalhão, uma companhia da PM, simplesmente ficou sob inteira
responsabilidade da Polícia Técnico-Científica.
E
a Polícia Técnico-Científica me responde, o superintendente de lá, que não há
imóveis nessa condição de abandonado sob a tutela da superintendência da
Polícia Científica. E acabou gente, mais
nenhuma resposta.
Isso
é um desrespeito, isso é um absurdo com a figura do Parlamentar, do deputado,
de um representante da população paulista, que nada mais está fazendo que o seu
trabalho de fiscalizar porque foi eleito para isso e é cobrado por isso, pela
população.
Então,
eu manifesto aqui a minha indignação diante desse fato e gostaria de relembrar
que na própria Constituição do Estado, do seu Art. 20º, inciso XVI, ele mostra
claramente que compete à Assembleia Legislativa esta competência de requisitar
informações dos secretários do Estado.
E
relembrar que no Art. 166º, do regimento dessa Casa, no seu parágrafo terceiro
mais precisamente, ele fala que “encaminhando um Requerimento de informação, se
esta não for prestada - no caso, a informação - dentro de 30 dias, o presidente
da Assembleia
fará reiterar o pedido mediante ofício que acentuará aquela circunstância”,
mostrando claramente aqui que essa é uma obrigação que eles têm e não foi
cumprida.
Inclusive,
a Constituição fala aqui no inciso XVI, que eu já citei aqui, importando crime
de responsabilidade não só a recusa ou o não atendimento no prazo de 30 dias,
senão também o fornecimento de informações falsas. Ou seja, isso implica em
crime de responsabilidade.
Então,
eu simplesmente - eu não vou falar que pedi porque eu já desisti de pedir -
quero manifestar minha indignação, o desrespeito, o descaso de um Governo que
não se reelegeu e que agora simplesmente ignora por completo a figura do
deputado aqui nessa Casa.
Então,
vim aqui manifestar minha indignação. Desculpa, não dá para aceitar isso como
resposta e por isso que eu estou expondo aqui à população essa situação triste
do Governo, que é aquele que tem o maior orçamento do País.
O
Governo do maior estado do País nem sequer consegue responder em dois anos uma
informação básica que a população deveria saber de pronto, já que é o dinheiro
dela que está sendo gasto aqui.
Muito
obrigado, presidente.
A SRA. PRESIDENTE - JANINA PASCHOAL - PRTB -
Nós agradecemos Sr. Deputado.
O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO -
Pela ordem, presidente
A SRA. PRESIDENTE - JANINA PASCHOAL - PRTB - Pois
não, deputado?
O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO -
Não havendo nenhum outro orador aqui no plenário, queria pedir o levantamento
da presente sessão.
A SRA. PRESIDENTE - JANINA PASCHOAL - PRTB - É
regimental. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças esta
Presidência, antes de dar por levantados os nossos trabalhos, convoca V. Exas.
para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, com a mesma Ordem
do Dia da última terça-feira.
Como amanhã tem o jogo do Brasil, e
obviamente todos desejamos a vitória, houve aqui uma deliberação para que não
ocorresse o plenário.
Deputada, V. Exa. vai fazer uso da
palavra? Não?
Para que não ocorresse o plenário nas
datas de jogo. Então nós não teremos o plenário amanhã, voltaremos na
segunda-feira, e para segunda-feira o presidente já convocou o Colégio de
Líderes com uma pauta bastante extensa.
Meu colega Mellão deve ter recebido
também, com uma pauta bastante extensa, com votações muito importantes, não só
para a Casa como para São Paulo, e é provável que haja sessões extraordinárias
já na segunda-feira.
Então já fica esse anúncio público aqui
para que aqueles que corretamente gostam de acompanhar os nossos trabalhos
possam se programar. E é isso.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Perdão, pois
não.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - PARA COMUNICAÇÃO - Só
para saber, vejo que tem um grupo que veio acompanhar os trabalhos hoje aí...
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Ah, é verdade.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - De onde é?
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nova Europa?
Escola Municipal de Nova Europa. Sejam muito bem-vindos. Se puderem focalizar
os estudantes ali, sejam bem-vindos.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Parabéns por
comparecerem aqui para acompanhar os trabalhos. Muito importante.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Que bom. São os
vereadores mirins.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Ah, vereadores mirins,
olha que legal.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Que benção, que
bom. Parabéns.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Peça para eles
descerem aqui para o plenário. Assim que acabar aqui a sessão eles vão poder. É
bacana aqui. Não sei se vocês vão fazer o tour aqui, mas estão convidados para
conhecer.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Que bom.
Agradecendo a visita dos vereadores
mirins, desejo uma excelente tarde a todos...
Perdão, tem um colega chegando.
O colega vai fazer uso da palavra? Vai
fazer?
Como eu ainda não levantei a sessão,
muito embora tenha sido requerido, o texto quase todo lido, eu vou...
Vossa Excelência quer que eu abra o
Grande Expediente? Que eu já encerrei o Pequeno.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Posso falar pelo
Pequeno Expediente?
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Já inscrevo V.
Exa., já chamo V. Exa. à tribuna pelo prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. GIL DINIZ - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente.
Boa tarde,
presidente, deputada Janaina Paschoal; boa tarde, deputada Edna Macedo; boa
tarde, deputado Ricardo Mellão; boa tarde ao público aqui na galeria, aos
assessores, aos policiais militares e civis, público que nos assiste pela Rede
Alesp; presidente, obrigado por me dar essa oportunidade de subir à tribuna
nesta tarde.
Queria mandar o
meu abraço à comunidade católica do estado de São Paulo. Hoje, dia 8 de
dezembro, Dia da Nossa Senhora Imaculada Conceição, a Igreja está em festa, é
um dia de preceito e quem é católico e puder comparecer hoje à igreja,
comungar, estar em estado de graça tem aí a sua indulgência plena. Então meu abraço
a todos os católicos do estado de São Paulo.
Mas,
presidente, vim aqui a esta tribuna na tarde de hoje falar, repercutir aqui o
que está acontecendo não só no Brasil, e agora nesse momento no Peru, um golpe
de estado peitado pelo presidente, diga-se de passagem apoiado pelo Partido dos
Trabalhadores, apoiado pelo descondenado Lula, Luiz Inácio Lula da Silva, e o
seu partido.
Querem agora
pintar o presidente do Peru como um conservador. A GloboNews ontem, o
jornalista internacional que cuida da América do Sul dizendo que o Castilho tem
um viés conservador, inclusive em vários momentos o comparando ao presidente
Bolsonaro. Vejam só, um sindicalista ali da extrema esquerda sendo comparado ao
presidente Bolsonaro e colocando ali esse revolucionário de extrema esquerda no
campo conservador.
Você pega a
matéria de quando ele foi eleito, ele dizendo, felicitando o presidente
Castilho, dizendo que era um militante de esquerda, que lutava pelo social. O
Boulos, invasor de propriedade em São Paulo, dando parabéns, Gleisi Hoffmann,
toda a “petralhada”.
Mas agora esse
sim golpista, que tentou dissolver o Parlamento no Peru, não conseguiu. Ali sim
as Forças Armadas impediram um golpe, garantindo a Constituição, o presidente
do Peru, Castillo, foi preso.
Repito aqui, o
que está acontecendo ali, neste momento, é a garantia da Constituição. As
Forças Armadas estão garantindo, presidente. Inclusive, a vice do Castillo
assumiu o governo neste momento.
A gente não
pode deixar de fazer a comparação com o que está acontecendo aqui no Brasil.
Deputado com mandato preso por falar. Deputado com mandato, ou eleito, cerceado
da sua liberdade de expressão, tendo as suas redes sociais bloqueadas,
derrubadas por Alexandre de Moraes.
Agora,
presidente, inovaram. Agora o superpoder do superpoder - Machado, se você puder
colocar aqui a imagem -, vejam só, isso é o perfil oficial da nossa Suprema
Corte no Twitter. Primeiro tuíte: o ministro Alexandre de Moraes determinou o
afastamento do cargo por 60 dias do prefeito de Tapurah, Carlos Capeletti, por
encorajar atos de distúrbio social, como a ida de caminhões a Brasília “com a
inequívoca intenção de subverter a ordem democrática”.
Próximo slide,
por favor. “O ministro afirmou que o deslocamento de caminhões para arredores
de prédios públicos, em especial instalações militares com fins de rompimento
da ordem constitucional, pode configurar o crime de abolição violenta do Estado
Democrático de Direito.
A decisão do
ministro determina ainda a indisponibilidade de 177 veículos identificados pelo
MP do Mato Grosso como sendo utilizados nos atos antidemocráticos. Multa de cem
mil por veículo, além de multa horária - multa por hora - de 20 mil reais para
os proprietários.
As
determinações atendem o pedido do MP do Mato Grosso para que fossem adotadas
providências para o desbloqueio de rodovias e espaços públicos por veículo de
cargas pesadas levadas a Cuiabá para a continuidade de atos antidemocráticos na
Capital do estado.”
Presidente,
para finalizar. Tem uma nota da Corte, tem uma reportagem explicando, tem a
decisão do ministro, mas nós, presidente, agora o prefeito, em uma canetada,
foi afastado do cargo, o prefeito da cidade de Tapurah.
Foi eleito pelo
povo, deve ter, provavelmente tem nesse município uma Câmara de Vereadores que
pode afastar o prefeito se entender que ele cometeu um crime de
responsabilidade, e em uma canetada, em uma decisão monocrática o ministro
Alexandre de Moraes afasta por 60 dias o prefeito eleito.
Qual é o
próximo passo? Os deputados estaduais? Deputados federais, já mandou até
prender. Os senadores, o presidente da República. E eu aviso aqui aos colegas
do Partido dos Trabalhadores, esse monstro do autoritarismo vai virar para
vocês, e eu vou estar aqui na tribuna dizendo “avisei, alertei, chamei pelo
nome, disse qual era o problema”.
Então,
presidente, mais uma vez a nossa Constituição é rasgada, é ultrajada. Nós não
vivemos o Estado Democrático de Direito. O Congresso Nacional já foi fechado,
infelizmente. Essa é a realidade, porque senadores são omissos e covardes,
tirando as exceções, louváveis exceções.
Mas, nesse
momento, preciso dar parabéns às Forças Armadas do Peru, que garantiram a
soberania popular, a soberania nacional, garantindo a Constituição. Lembrando
aos nossos generais: a espada que vossas excelências têm é um símbolo de
justiça, de lei, de poder. Não, um mero adereço em vossas fardas.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Se houver acordo
entre as lideranças, levantar a presente sessão.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sr. Deputado.
Confirmo respeitosamente a fala de V.
Exa., sobretudo no que concerne à incompreensão da decisão com relação ao
prefeito eleito. Não conheço esse senhor. Não conheço suas pautas.
Talvez até não haja convergência das
nossas ideias. Mas, realmente, não é, com todo o respeito, competência do
Supremo Tribunal Federal, numa primeira decisão, digamos assim, não é, afastar
um prefeito eleito.
Existem os trâmites. Para crime de
responsabilidade, a Câmara. Para crime comum, o Tribunal de Justiça. Então
assiste razão a V. Exa., sob o ponto de vista jurídico, até. Nem estou falando
de política. Jurídico, nessa indignação.
O
SR. GIL DINIZ - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, presidente, para uma breve comunicação antes de
encerrar.
Presidente, eu
só queria entender, como deputado, como parlamentar, como que esse cidadão, que
é um servidor público também, é um juiz da nossa Suprema Corte, ele faz isso à
luz do dia? Eu nem estou entrando na política.
Já houve várias
manifestações de esquerda, que depredaram, que queimaram, que destruíram
ministérios, inclusive com o uso de violência, e violência física. E não vi
nenhum parlamentar...
Não é o nosso
dever, nós nem podemos, na verdade, não é nossa prerrogativa, mandar afastar,
de canetada. Eu acredito no devido processo legal. A própria matéria fala
assim: “pode ter havido”. Não tem nem investigação.
Pelo menos não
tem ali uma decisão, do próprio Alexandre, num caso de condenação, não tem
trânsito em julgado, não tem absolutamente nada. Só tem uma vontade pessoal. Só
que essa vontade pessoal prejudica os trabalhos. É para amedrontar a nossa
sociedade. É para desestimular qualquer manifestação.
Porque qualquer
ato, qualquer grito de ordem, que um desses manifestantes aqui à frente possa
dar, pode ser entendido como uma subversão da ordem democrática, seja lá o que
isso significa na cabeça desse senhor.
Então as nossas
liberdades individuais não estão sendo garantidas nesse momento. A nossa
liberdade não está sendo garantida nesse momento. É um estado de exceção, a
realidade é essa. A gente não pode mais esconder.
E, com essa
decisão, de afastar um prefeito... Primeiro decidiram que dariam supremos
poderes ao TSE. Era até a eleição, era até o dia 30 ou trinta e um. Até a
ministra Carmen Lúcia disse, envergonhada: “Eu não devia aceitar. Mas, se é até
o pleito, tudo bem”. Agora é até a diplomação. Seria então até o dia dezenove.
Mas ele gostou
desse poder. Ninguém pode com esse sujeito. E, mais uma vez, o capítulo
vergonhoso da história brasileira, num capítulo vergonhoso da história
brasileira, um prefeito eleito foi afastado, numa canetada, por esse senhor. É
simplesmente absurdo, um estado de exceção, presidente.
Muito obrigado.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Vossa
Excelência reitera o pedido de levantamento?
O
SR. GIL DINIZ - PL - Sim, se houver
acordo entre as lideranças, levantar a presente sessão.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Agradeço.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
nossos trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à
hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última terça-feira. Excelente
tarde a todos. Está levantada a presente sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 14
horas e 39 minutos.
* *
*