22 DE NOVEMBRO DE 2022
138ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: JANAINA PASCHOAL e CARLÃO PIGNATARI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência e abre a sessão. Comunica participação
em sessão solene para a instalação do Painel Internacional de Parlamentares
pela Liberdade Religiosa no Brasil - IPPFORB. Informa que representou a Alesp
em Conselho do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo.
2 - CORONEL NISHIKAWA
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA
Para comunicação, faz pronunciamento.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Lamenta a morte do cantor Erasmo Carlos.
6 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA
Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças, até
as 16 horas e 30 minutos.
8 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Defere o pedido e suspende a sessão às 14h31min.
ORDEM DO DIA
9 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h42min. Coloca em
votação, separadamente, e declara aprovados o PDL 44/22, o PDL 45/22 e o PDL
46/22.
10 - MÁRCIA LULA LIA
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
11 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Anota o pedido. Convoca reunião conjunta das Comissões de
Constituição, Justiça e Redação, de Transportes e Comunicações e de Finanças,
Orçamento e Planejamento, hoje, às 17 horas e 30 minutos.
12 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Defere o pedido da deputada Márcia Lula Lia. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária de 23/11, à hora regimental, com Ordem do
Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Janaina
Paschoal.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Boa tarde a
todos. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Enquanto aguardamos os colegas chegarem
para fazer uso da palavra eu quero dar alguns breves avisos. Na data de ontem,
participei aqui, neste plenário, de uma sessão solene para instalar um grupo de
parlamentares e ex-parlamentares do mundo inteiro, mas em especial da América
Latina, que destinam seus esforços, suas preocupações à luta em prol da
liberdade religiosa. Essa sessão solene foi realizada e presidida pela colega
deputada Damaris Moura.
E, hoje pela manhã, tive a honra de
representar esta Assembleia no Conselho do Hospital das Clínicas da Faculdade
de Direito da Universidade de São Paulo. E na reunião do conselho pude
testemunhar o trabalho importante dos dirigentes, dos profissionais de Saúde,
dos funcionários, dos voluntários do HC, que é um orgulho para o estado de São
Paulo.
É uma referência não só no Estado, no
País e no próprio continente. Muitos temas foram destacados nessa reunião, como
a importância de atrair e manter talentos; a importância de estimular a
permanência dos funcionários tão capacitados naquela instituição; os desafios a
enfrentar em termos de remuneração.
Fiquei muito feliz também com a
explicação do superintendente dos avanços em termos de preservação da saúde dos
próprios colaboradores, também o sucesso em medidas adotadas para evitar
ocorrências negativas naquele espaço do HC. Fiquei também muito feliz ao saber
da inauguração do HC Perdizes, que tem uma mentalidade...
É um hospital que vai ter uma
mentalidade muito moderna, muito diferenciada, inclusive com uma parte
destinada ao tratamento de questões envolvendo o álcool e outras drogas. Ao
lado de outros conselheiros faremos uma visita técnica ao HC Perdizes.
Então eu quero aqui em nome da
Assembleia, agradecer a Sra. Professora Diretora Heloísa Bonfá, presidente do
Conselho, que também nos recebeu na manhã de hoje ao lado dos demais Srs.
Conselheiros.
Hoje também pela manhã tivemos o
Colégio de Líderes. Haverá duas sessões extraordinárias, e neste momento eu
abro o Pequeno Expediente e inicio a leitura dos Srs. Oradores inscritos,
chamando à tribuna como primeiro orador o Exmo. Sr. Deputado Coronel Nishikawa,
que terá o prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, assessorias, aos deputados
presentes, Monica, eu não gosto de ficar questionando ninguém, você sabe disso.
Eu acho que é muito importante o aumento do subsídio do governador. O porquê: o
estado que mais arrecada no País e distribui renda para outros estados é o
estado que menos recebe o governador.
Isso faz com
que os funcionários públicos que estão lá embaixo também não tenham aumento.
Enquanto não subir para quem está no topo, de baixo para cima nunca vai
aumentar. Então gostaria que V. Exa. repensasse o seu posicionamento.
Hoje terá a
votação do subsídio do governador. Nós somos o estado que mais arrecada do
País. Entretanto, o vencimento do governador há quatro anos não é reajustado.
Isso reflete diretamente para todos os funcionários públicos. Policiais
militares ganhando três mil reais para defender a vida dos outros na rua é um
absurdo.
Estado de
Goiás, eu conversei com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, o soldado lá
está ganhando R$ 6.500,00, ou seja, enquanto nós somos o estado que mais
arrecada, repassamos recursos para outros estados, somos o estado mais mal
remunerado do Brasil. Só isso.
Então gostaria
que aqueles que pensam que o subsídio do governador é grande, não é. É o pior
que tem de todos os estados brasileiros. O estado de Goiás é um estado pequeno.
Entretanto, eles pagam um salário decente para os seus policiais. Vamos
repensar, gente.
Não estamos
pedindo aumento para nós; nós estamos pedindo aumento para quem precisa,
policiais militares e bombeiros, que arriscam a vida por três mil e quinhentos
reais. O estado de São Paulo é o estado que menos paga para os funcionários de
baixo escalão. Eu nem peço aumento para mim, se for o caso.
Entretanto, os
policiais militares, policiais civis, técnicos-científicos e todos aqueles
ligados à Segurança Pública, o pessoal ligado à Receita, são aqueles que mais
sofrem com esse valor de teto de subsídio do governador.
Então é hora de
repensar, é hora de nós refletirmos, para valorizar a carreira daqueles que
escolheram para proteger a vida, salvar vidas. Isso infelizmente aqui não está
sendo respeitado. Eu gostaria muito, Exma. Deputada Monica, da bancada
ativista, que V. Exa. repensasse e pudesse pelo menos ser condescendente.
A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - O senhor me permite um aparte?
O SR. CORONEL NISHIKAWA - PL - Pois não.
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Deputada, se V. Exa. puder
aguardar o colega terminar, aí eu passo para Comunicação para V. Exa., pode
ser?
O SR. CORONEL NISHIKAWA - PL - Bom, Dra. Janaina, presidente
desta Casa neste momento, eu encerro a minha fala fazendo esse apelo do fundo
do coração. Eu não estou querendo aumento para mim, não, mas a tropa, o pessoal
que trabalha embaixo, policiais técnicos-científicos, a Polícia Penal, todos
eles estão sofrendo com esse baixo salário.
Obrigado.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Pela ordem,
presidente. Agora eu posso fazer uma comunicação?
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL -
PRTB - Sim, é
regimental Excelência.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Em respeito a todos os servidores
públicos, inclusive ao Sr. Coronel Nishikawa, eu venho fazendo essa pergunta à
Mesa diretora, ao Governo, aos representantes da transição - que a gente,
inclusive, quer convocar aqui a Casa, para enxergar o quê que se quer do
orçamento, etc.
O
questionamento que a gente vem fazendo aqui - que eu venho fazendo aqui - é que
a gente está votando o aumento do teto, do teto, daqueles que ganham o teto.
Não existe nenhum provisionamento legal em que isso escalone para os debaixo.
E eu sou a
favor do aumento do teto também, porque o estado de São
Paulo nunca cumpriu
a data-base, nunca reajustou o salário. Só que a gente está discutindo - e isso
tem que ficar explicitado - apenas uma faixa salarial. O que a gente quer
discutir, é o piso.
A gente tem um
orçamento que a gente ainda não conhece o relator, que a gente não tem previsão
e que a gente não tem confiança nenhuma que tirando quem ganha o teto das
reformas do Doria, dos confiscos do Doria - que a gente votou contra. Não fui
eu que votei a favor do confisco do Doria aqui - tirar deles, dessa faixa do
confisco, repondo o salário e esquecendo todo o resto dos servidores públicos.
Porque o aumento do teto, ao contrário do que
dizem os senhores, não vai beneficiar os agentes de organização escolar, que
ganham menos de um salário mínimo; não vai beneficiar o soldado; não vai
beneficiar as enfermeiras; não vai beneficiar os professores da rede pública
estadual.
E eu quero
discutir seriamente o salário dos servidores públicos e é esse o convite que eu
venho fazendo aos colegas. Vamos discutir, vamos discutir. Agora o que impõe é
o aumento de 50% para quem já está no teto, que vai escalonar para o aumento de
salário de prefeitos, que eu também acho justo.
A gente é a
favor dos direitos dos servidores aqui e, como eu disse, o estado de São
Paulo não pratica a
data-base, não revê o salário dos servidores, mas precisa discutir com
seriedade e parar de iludir os servidores. Confiscaram o salário dos servidores
e vão repor apenas para uma parcela. A gente quer discutir todos os servidores.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL -
PRTB - Obrigada,
Sra. Deputada. Seguindo aqui com a lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente,
chamando à tribuna o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Castello
Branco. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.)
Deputado
Major Mecca. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.
(Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.)
Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado
Carlos Giannazi.
Vossa Excelência tem o prazo regimental
de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GINNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente,
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia.
Venho novamente
à tribuna da Assembleia Legislativa
para continuar cobrando providências da Secretaria da Educação, para que mude
esse processo de atribuição de aulas da rede estadual, que está prejudicando
imensamente e terrivelmente milhares e milhares de professoras e professores da
rede estadual.
É um processo
que não tem transparência nenhuma. A Seduc estabeleceu critérios que prejudica
professores, por exemplo, que têm acúmulo de cargo: um professor que trabalha
no estado e na prefeitura foi prejudicado com os critérios estabelecidos por
essa Resolução nº 85.
A situação dos
professores categoria “O” ainda não foi resolvida, sobretudo, os professores
contratados em 2018 e 2019, não houve ainda prorrogação dos contratos, olha que
absurdo! E nós estamos cobrando da Seduc, da Casa Civil. Cobramos já do
presidente da Assembleia Legislativa,
que nos informou que o Governo estaria encaminhando um projeto de lei para que
houvesse a prorrogação desses contratos.
São 40 mil
professores nessa situação, que estão vivendo essa instabilidade, se vão ter
aula ou não no ano que vem, e o Governo não toma nenhuma atitude.
Eu já coloquei
à disposição o PLC nº 24, de 2015, que foi construído coletivamente no ano de
2015, pelos professores da categoria “O” como uma solução para resolver essa
questão da interrupção dos contratos, acabando com a quarentena, com a
“duzentena” e ainda garantindo que o professor categoria “O” possa ter
assistência médica do Iamspe.
O PLC já foi
aprovado em todas as comissões, já foi aprovado o Regime de Urgência,
inclusive. Ele está pronto para ser votado a qualquer momento, basta o
presidente Carlão Pignatari pautar o projeto e resolver definitivamente essa
questão, esse grave problema dos professores da categoria “O” do estado de São
Paulo, que estão sem pontuação agora, os de 2018, 2019, e estão vivendo uma
insegurança, um terrorismo psicológico.
Se nada for
feito, eles não terão aulas. Ano que vem nós vamos ter um colapso na rede
estadual de ensino, com a falta de 40 mil professores. Quero, mais uma vez,
apelar à Secretaria da Educação. Nós já estamos acionando o Ministério Público,
porque a confusão criada por esse processo de atribuição está afetando o
direito à educação.
Muitas crianças
e adolescentes serão prejudicados, sobretudo os profissionais da Educação,
professores contratados pela Lei 1.093, os professores da categoria “O”, “F”,
os professores efetivos, todos serão prejudicados caso não haja a aprovação,
primeiramente, da prorrogação dos contratos, sobretudo caso não haja mudança
desses perversos critérios da Secretaria da Educação. Esse era o tema que eu
queria abordar.
Tem outro tema
também importante, que é logicamente o anúncio da nomeação do secretário da
Educação. O Tarcísio acabou de confirmar no dia de ontem, que é esse secretário
do Paraná, uma espécie de Bolsodoria.
Ele apoiou o
Doria em 2018 aqui em São Paulo, deu dinheiro, deu 120 mil reais para a
campanha do Doria, se eu não me engano, na época. Foi isso que fez com que o
Bolsonaro não tivesse guindado esse Renato Feder ao Ministério da Educação em
2020, com a saída do Weintraub. Todos se lembram desse episódio.
No entanto, ele
é o secretário de Educação do Paraná, militarizou as escolas, está privatizando
27 escolas através de um edital sem licitação, sem concorrência pública, sem
nada, entregando 27 escolas.
É um plano
piloto, uma cobaia que ele está organizando para privatizar 27 escolas da rede
estadual do estado do Paraná. É um absurdo. Então ele vem com essa visão
privatista para o estado de São Paulo. Isso está deixando em pânico toda a rede
estadual de ensino.
Tem mais ainda.
Ele, por exemplo, deputada Monica Seixas, terceirizou praticamente todo o
quadro de apoio escolar. Aliás, ele colocou em processo de extinção todos os
cargos dos servidores do quadro de apoio escolar, o equivalente ao nosso QAE e
QSE. Foi isso o que ele fez lá no estado do Paraná. E lá não tem mais concurso
público para professor. Professor é só temporário.
E professor
temporário lá sofre, porque para ingressar, ele tem que fazer prova. O que nós
extinguimos aqui, aquela famigerada provinha da Lei 1.093 do professor da
categoria “O”, lá foi implantada por ele.
Além disso, o
professor tem que fazer vídeo dando aula. O professor é avaliado, ele tem que
ter carisma, boa dicção. Um absurdo as exigências feitas para contratar um
professor temporário na rede estadual do Paraná. Ou seja, ele tem uma política
de criminalizar e humilhar os profissionais da Educação.
É por isso, e
com razão, que a rede estadual não quer a nomeação desse Renato Feder aqui em
São Paulo. Sem contar que é um empresário, uma pessoa que tem negócios,
inclusive, com o estado de São Paulo. Tem um contrato dele, que nós levantamos,
de um milhão e duzentos mil reais aproximadamente com a Fundação Casa. Ele tem
contratos milionários com a União.
É um
empresário, que agora vai administrar quase 50 bilhões de reais do orçamento da
Secretaria da Educação. Por isso que ele está vindo correndo para cá. Parece
que esse é o interesse dele, com esse orçamento bilionário.
Nós vamos
resistir. Nós não queremos esse secretário aqui no estado de São Paulo, porque
se a moda pega... Já estão dizendo que o Tarcísio vai trazer o Mário Frias para
a Cultura e o Ricardo Salles para o Meio Ambiente. Talvez ele traga um
miliciano do Rio de Janeiro para a Segurança Pública do estado de São Paulo.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Em nome da
Assembleia, e no meu próprio nome também, e de toda a minha família, eu queria
dar os meus pêsames para a família, para os amigos e para os fãs de Erasmo
Carlos, que acabou de falecer. Um grande nome da música popular brasileira.
Aliás, a música popular brasileira tem
perdido grandes nomes. Então ficam aqui os nossos sentimentos pela perda humana
e artística, com a passagem de Erasmo, que era um querido para todos nós.
Eu sigo com a lista dos oradores
inscritos no Pequeno Expediente. A próxima seria eu mesma, não vou fazer uso da
palavra. Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputada Conte Lopes. (Pausa.)
Encerrada a lista principal, eu abro a Lista
Suplementar de oradores inscritos, chamando à tribuna o deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Gil Diniz.
(Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.)
Deputada Monica Seixas.
Vossa Excelência tem o prazo regimental
de cinco minutos.
A SRA. MONICA DA MANDATA
ATIVISTA - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Hoje eu quero discutir com os servidores e servidoras, mas
também quero discutir com esta Casa.
Há quatro anos
atrás, quando eu cheguei aqui, sob o início do governador João Doria, ele foi
muito verdadeiro, na sua campanha, ao prometer o estado mínimo, a gente já
falava que o estado mínimo, na ponta, era sem escola pública. Era com asfalto
precário, era com desassistência na Saúde. Era até com dificuldade de acesso à
Justiça.
Porque o
Estado, na ponta, são os servidores e as servidoras públicas que atendem a
população em situação de vulnerabilidade. O Estado é a Polícia. Por isso o
estado mínimo é o ataque direto aos servidores e aos serviços públicos.
A gente falava
que, durante os próximos quatro anos que se seguiriam, a gente precisaria
defender o estado de São Paulo e o serviço público. Foram anos de duros ataques
aos servidores e servidoras. A gente já vinha de 30 anos de desvalorização. Eu
citei aqui a data-base.
A data-base,
nem todo mundo fala o linguajar do corporativismo, das categorias de servidores
públicos. Mas, todo março, o Governo do Estado de São Paulo deveria fazer a
revisão salarial, que a gente tem, no mercado, como dissídio.
Só que o estado
de São Paulo não faz o dissídio dos seus servidores. Nunca fez. Nunca cumpriu a
data-base. Então todas as categorias, todos esses caros servidores públicos,
que atendem a população em situação de vulnerabilidade, ganham mal e ganham
pouco.
Mais do que
isso. A gente teve confisco salarial. A gente teve confisco dos aposentados e
pensionistas. A gente teve extinção de empresas públicas. A gente teve a
extinção de organismos de preservação ambiental, que resultam que o estado de
São Paulo esteja batendo recorde de desmatamento em relação ao País.
A gente tem,
nos interiores do estado de São Paulo, e a gente viveu anos de populismo da
bala, delegacias que funcionam irrestritamente como funcionários da prefeitura
emprestados.
A gente tem o
estado de São Paulo, que não soluciona crimes contra a vida, porque não tem
investigador, porque não tem perito, porque não abre concurso público. O
pessoal foi, sistematicamente, visitar as penitenciárias, visitar as
delegacias, visitar os batalhões. A gente sabe que o policial militar, o
soldado, ele ganha um salário de fome para colocar a sua vida em risco, e que
está na rua para matar e para morrer.
A gente sabe
que a escola pública está colapsando. A gente sabe que o enfermeiro, pós-Covid,
teve vários amigos que foram demitidos, que desistiram, que estão adoecidos e
que não têm a valorização do Estado.
E aí, depois de
quatro anos de massacre dos servidores públicos, do serviço público e da
população em situação de vulnerabilidade, que precisa do serviço público, chega
aqui, em Regime de Urgência, sem nenhuma discussão, sem que a gente sequer
conheça o Orçamento.
Não estão
falando com uma deputada nova. Eu tenho quatro anos tomando rasteira na
Assembleia Legislativa. Toda ordem da desordem da negociação. E a gente está
falando de mais uma delas.
A gente está
falando de 50% de aumento do teto; o salário do governador corresponde ao teto.
Qual é o máximo que pode ganhar o funcionalismo público do estado de São Paulo?
Cinquenta por cento de aumento do governador, sem nenhum debate e sem que a
gente conheça o Orçamento. Sabe por que a gente não conhece o Orçamento? Porque
a gente está vivendo uma transição.
Amanhã o
governo Tarcísio deve indicar, aqui na Casa, um relator. E, com o seu
relatório, a gente deve viver mudanças estruturais nesse Orçamento que a gente
conhece agora.
Aí a gente vai
conhecer o que quer o futuro governador para o estado de São Paulo. E sabe o
que eu não sei do futuro governador do estado de São Paulo? Se ele vai querer
valorizar os serviços e servidores públicos.
E aí, diante de
uma pressão de um funcionalismo público que teve duras perdas salariais, se a
gente falar só da inflação nos últimos anos... Mas a gente está falando das
altas patentes da Polícia Militar, a gente está falando dos mais altos cargos
da Polícia Civil, a gente está falando do TJ, a gente está falando de uma
categoria pela qual eu tenho o máximo respeito. Mas que goza da vantagem de
poder fazer uma pressão sobre o governador. A justiça só para quem ganha o
teto.
Estão dizendo,
aqui no microfone, que isso vai escalonar. Eu vou dizer a verdade, como nunca
menti para nenhum servidor. Não vai escalonar. Sabe por quê? Porque não tem
previsão orçamentária para valorizar nenhum dos senhores. Não tem sequer - vou
pedir mais um minuto, presidente, por favor - previsão orçamentária para cobrir
esse investimento que só quem ganha o teto vai causar no Orçamento.
Por isso, eu
quero discutir com o novo governo e com esta Casa, que sempre foi subserviente.
O Coronel Nishikawa não cansa de citar o meu nome aqui. Não fui eu que votei a
favor do confisco do salário dos servidores públicos. Não fui eu que votei a
favor das reformas do Bolsonaro. Não fui eu que defendi os ataques aos
servidores e servidoras públicas.
E agora que tem
uma categoria de servidores públicos conseguindo fazer pressão no governo, eu
quero discutir o piso. Tem servidores públicos que ganham 1.200 reais no papel,
mas caem 800 reais na conta deles. Tem servidores públicos que estão vivendo
com 800 reais por mês.
E ninguém me
responde se eles vão ter reposição salarial, se vai ter Orçamento para isso, se
vai ter valorização para o soldado da Polícia Militar e se vai ter reajuste
para ele. Se vai ter data-base para os policiais penais, se vai ter data-base
para os professores, se vai ter reajuste, se tem Orçamento, se vai estar no
Orçamento a valorização dos servidores.
Então, é por
isso que eu estou querendo falar para esta Casa: vamos discutir direito. Este
aqui ainda é o Poder Legislativo. Não foi, durante o governo João Doria; não
foi. Isto aqui foi uma casa de despacho. O governador manda de urgência, você
não faz cálculo, você não mede o que vai acontecer na ponta; e aprova.
Senhores, eu
diria assim: se eu soubesse que só uma categoria vai ganhar um aumento e a
gente tem que se contentar com isso, pelos serviços prestados por qualquer
servidor público, eu seria favorável e deixaria passar. Eu vou votar favorável
ao reajuste do teto. Mas não esse. E não à urgência, e não sem a ajuda dos
senhores para discutir todo o resto.
Não existe lei
que preveja que os funcionários públicos ganhem porcentagem do teto. Aqueles
que estão dizendo que o efeito cascata vai ser para as categorias de baixo
estão mentindo.
A gente precisa
discutir de fato a reposição salarial dos servidores e servidoras públicas, e
não pode deixar de fora - neste momento em que a gente vai discutir amanhã o
Orçamento, mas quer discutir um reajuste hoje - os que ganham menos e os que
estão em situação de fome.
Então, eu
mantenho a minha posição. Eu acho que todos os servidores públicos do estado de
São Paulo precisam de reajuste. Quem me dera poder dar no mote de 50% para
todos eles, a começar pelos de baixo. Mas, para a gente saber exatamente o que
é possível fazer, a gente precisa do compromisso do próximo governo, do relator
e desta Casa, de fazer esse debate direito.
Eu não estou
obstruindo, eu estou só pedindo que se vote nominalmente. E aí, para surpresa
nenhuma, não tem 48 votantes aqui, de pessoas que sejam a favor do
funcionalismo público.
Então, mais uma vez, eu quero ver o
serviço público entrar para o Orçamento. Eu quero ver a valorização dos
servidores entrar no Orçamento. Eu quero o compromisso do próximo governo, da
bancada da bala, desses que não tiveram vergonha de votar contra os senhores
aqui na Assembleia Legislativa, de lutar pela reposição salarial justa de todos
os servidores.
Mas aí vocês vão me falar: “E esse efeito
cascata que a TV fica falando, Monica?”. Vou explicar: o teto limita o teto,
então vai poder aumentar o salário de quem ganha o teto, vai poder começar a
ganhar igual ao governador. Aos outros, não existe nenhuma previsão de aumento.
E aí é que mora a injustiça.
Então, se a gente vai defender as
polícias, a Saúde e a Educação, a gente vai precisar fazer um debate mais
profundo do piso e do teto salariais do estado de São Paulo.
É isso que eu estou pedindo para os meus
amigos e colegas aqui da Assembleia Legislativa, que a gente o faça com a
necessária urgência e responsabilidade, a partir de amanhã, no Orçamento de que
a gente sequer conhece o relator.
Obrigada.
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL
- PRTB - Nós agradecemos, Sra. Deputada. Seguindo aqui com a
lista dos oradores inscritos, chamo à tribuna - não sei se o colega vai voltar
para o plenário - o deputado Carlos Giannazi, que se inscreveu para fazer uso
da palavra novamente. Acredito que o colega tenha desistido de fazer uso da
palavra.
A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA -
PSOL - Presidente.
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL
- PRTB - Pois não, deputada.
A SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA -
PSOL - Se não houver outros inscritos, eu peço a suspensão
da presente sessão até as quatro e meia.
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL
- PRTB - Perfeito, deputada. É regimental. Então suspenderemos
a nossa sessão até as 16 horas e 30 minutos, quando voltará a Ordem do Dia.
Está
suspensa a presente sessão.
Muito
obrigada a todos.
*
* *
- Suspensa às 14 horas e 31 minutos, a
sessão é reaberta às 16 horas e 42 minutos, sob a Presidência do Sr. Carlão
Pignatari.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Reaberta a
sessão, Ordem do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Item 1 - Em votação o PDL 44/22. As Sras. Deputadas
e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram conservar-se como se
encontram. (Pausa.) Aprovado.
Item 2 - Em votação o PDL 45/22. As
Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram
conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Item 3 - Em votação o PDL 46/22. As
Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram
conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Por gentileza, eu
gostaria de pedir o levantamento desta sessão, porque há acordo de lideranças.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Antes, porém,
convoco as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, inciso
III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, para uma
reunião conjunta das comissões de: Constituição, Justiça e Redação; Transportes
e Comunicações; e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 17
horas e 30 minutos, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de...
O Projeto de lei no 608, de
2022, de autoria do governador. Conceder o benefício de gratuidade no
transporte coletivo de passageiros às pessoas compreendidas na faixa etária
entre 60 e 65 anos, em situação de pobreza ou extrema pobreza, na forma em que
especifica.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, antes
do levantamento, uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA
COMUNICAÇÃO - Na verdade, é uma pergunta a V. Exa. sobre aquela questão dos
professores categoria “O” porque, na verdade, nós temos 40 mil professores
categoria “O”, dos contratos de 2018 e 2019, que terão seus contratos vencidos
agora, no dia 31 de dezembro.
E, se não for
aprovado um projeto de lei aqui na Assembleia Legislativa prorrogando esses
contratos, nós vamos ter um verdadeiro colapso, uma verdadeira crise no início
de 2023, com 40 mil professores desempregados, e sem aulas na rede estadual de
ensino.
Eu lembro que
V. Exa. disse anteriormente, numa das sessões, que o governo encaminharia um
projeto de lei, mas eu estou preocupado com o tempo, e quero ainda ressaltar
que eu tenho um projeto pronto para ser votado, que é o PLC nº 24, de 2015, já
aprovado em todas as comissões e que tem um requerimento de urgência já
aprovado. Ou seja, o projeto está pronto para ser votado e a gente pode
resolver essa situação ainda hoje, se V. Exa. pautar em uma sessão
extraordinária.
Então, eu
queria fazer esse apelo a V. Exa., para que pudesse resolver a questão dos
professores categoria “O” no estado de São Paulo.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Ok, deputado.
Será visto isso. Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje.
Esta sessão está levantada.
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- Levanta-se a
sessão às 16 horas e 45 minutos.
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