7 DE NOVEMBRO DE 2022

26ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO CONSCRE - CONSELHO ESTADUAL PARLAMENTAR DE COMUNIDADES DE RAÍZES E CULTURAS ESTRANGEIRAS

 

Presidência: DELEGADO OLIM

 

RESUMO

 

1 - DELEGADO OLIM

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa. Convida o público a entoar, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

 

3 - DELEGADO OLIM

Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene em "Homenagem ao Conscre - Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras", por solicitação deste deputado.

 

4 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lista as autoridades presentes. Anuncia a exibição de vídeo sobre a história do Conscre.

 

5 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM

Faz agradecimentos gerais. Tece considerações sobre o Conscre.

 

6 - WALTER FELDMAN

Ex-deputado estadual, idealizador do Conscre e presidente da Longevidade, faz pronunciamento.

 

7 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Walter Feldman, ex-deputado estadual, idealizador do Conscre e presidente da Longevidade.

 

8 - GABRIEL SAYEGH

Presidente do Conscre, a representar a comunidade árabe, faz pronunciamento.

 

9 - PAULO LULA FIORILO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

 

10 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Monika Schmidt, tradutora juramentada, a representar a comunidade alemã.

 

11 - MONIKA SCHMIDT

Homenageada, a representar a comunidade alemã, faz pronunciamento.

 

12 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, a representar a comunidade árabe.

 

13 - OSMAR CHOHFI

Presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, a representar a comunidade árabe, faz pronunciamento.

 

14 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Nareg Berberian, bispo da Igreja Apostólica Armênia do Brasil.

 

15 - NAREG BERBERIAN

Bispo da Igreja Apostólica Armênia do Brasil, faz pronunciamento.

 

16 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Bryan Sempertegui, a representar a comunidade boliviana.

 

17 - BRYAN SEMPERTEGUI

Homenageado, a representar a comunidade boliviana, faz pronunciamento.

 

18 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Yoshiharu Kikuchi, a representar a comunidade japonesa.

 

19 - YOSHIHARU KIKUCHI

Homenageado, a representar a comunidade japonesa, faz pronunciamento.

 

20 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Eva Volonakis, a representar a comunidade grega.

 

21 - EVA VOLONAKIS

Homenageada, a representar a comunidade grega, faz pronunciamento.

 

22 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde do Estado de São Paulo, a representar a comunidade judaica.

 

23 - JEAN GORINCHTEYN

Secretário de Saúde do Estado de São Paulo, homenageado a representar a comunidade judaica, faz pronunciamento.

 

24 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Daniel Bialski, a representar a comunidade judaica.

 

25 - DANIEL BIALSKI

Homenageado, a representar a comunidade judaica, faz pronunciamento.

 

26 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Ualid Rabah, a representar a comunidade palestina.

 

27 - UALID RABAH

Homenageado, a representar a comunidade palestina, faz pronunciamento.

 

28 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Paulo Porto Fernandes, representado por Renato Alfonso Gonçalves, vice-presidente da Casa de Portugal, a representar a comunidade portuguesa.

 

29 - RENATO ALFONSO GONÇALVES

Vice-presidente da Casa de Portugal, a representar o homenageado Paulo Porto Fernandes e a comunidade portuguesa, faz pronunciamento.

 

30 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Marisabel Woodman, a representar a comunidade peruana.

 

31 - MARISABEL WOODMAN

Homenageada, a representar a comunidade peruana, faz pronunciamento.

 

32 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Patricia Rivarola, a representar a comunidade paraguaia.

 

33 - PATRICIA RIVAROLA

Homenageada, a representar a comunidade paraguaia, faz pronunciamento.

 

34 - CECÍLIA

Mestre de cerimônias, lê currículo e anuncia a entrega de homenagem a Wong Chiu Ping, a representar a comunidade chinesa e representado por Ricardo Jacó. Anuncia a entrega de homenagem ao deputado estadual Delegado Olim.

 

35 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Delegado Olim.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Senhoras, senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear o Conscre, Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene é transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo Canal Alesp do YouTube.

Convidamos, para compor a Mesa Diretora, o deputado estadual Delegado Olim, patrono e proponente deste evento. (Palmas.) Deputado Walter Feldman, idealizador do Conscre e presidente da Longevidade. Walter Feldman foi eleito deputado estadual em 1994 por São Paulo. Após a sua reeleição, foi presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo de 2001 a 2003 e chegou a assumir interinamente o governo estadual. (Palmas.)

Convidamos, para integrar a mesa principal, o deputado estadual Paulo Fiorilo. (Palmas.) Convidamos o Sr. Gabriel Sayegh, presidente do Conscre, representante da comunidade árabe. (Palmas.)

Convidamos o Dr. Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde do Governo do Estado de São Paulo. (Palmas.) Convidamos o embaixador Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. (Palmas.) Convidamos a Sra. Teruco Araki Kamitsuji, primeira vice-presidente do Conscre, representante da comunidade japonesa. (Palmas.)

Convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro 1º sargento Ivan Bergue.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Boa noite a todos aqui. Quanta gente importante! Que alegria poder dar abertura a um evento tão grandioso como este.

Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente da Casa, deputado Carlão Pignatari, atendendo à minha solicitação, com a finalidade de homenagear o Conscre, Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Registramos e agradecemos a presença das seguintes autoridades e personalidades que se apresentaram a este cerimonial: Sr. Hiroyuki Ide, cônsul de Assuntos Políticos e Gerais do Consulado Geral do Japão em São Paulo; cônsul-geral do Peru, Sr. César de las Casas.

Agradecemos a presença do diretor e vice-presidente da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo, Jun Suzaki. Agradecemos a presença do vice-presidente Roberto Yoshihiro Nishio, da Sociedade Brasileira da Cultura Japonesa e Assistência Social. Agradecemos a presença do Sr. Ricardo Berkiensztat, presidente executivo da Federação Israelita.

Agradecemos a presença do Sr. Eguchi Masayuki, representante chefe da Jica. Agradecemos a presença do Sr. Paulo Seichiti Saita, diretor-presidente da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo. Agradecemos a especial presença da Sra. Renata Vianna, representando neste ano o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes.

Agradecemos a presença do Sr. Thomas Volker, cônsul da Alemanha. Agradecemos a presença da Sra. Fabiana de Macedo, representando neste ato a secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Aracélia Costa. Agradecemos, ainda, a presença da Sra. Maria Ofelia, representando o Consulado-Geral da Bolívia.

Neste momento, convidamos a todos para acompanhar um vídeo da história do Conscre.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Gostaríamos de registrar e agradecer a presença do sempre deputado Jamil Murad. Agradecemos ainda a presença do Sr. André Kissajikian, presidente do Conselho da Igreja Apostólica Armênia do Brasil. Neste momento, convido o deputado Delegado Olim para fazer uso da palavra.

 

O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Antes de mais nada, queria agradecer a todos aqui. Deputado Paulo Fiorilo, nosso presidente da Comissão de Relações Internacionais da Alesp. Aqui à minha direita, o sempre deputado, ex-deputado estadual, presidente desta Casa, deputado federal, deputado Walter Feldman, que lá atrás começou...

Viu como ele estava novinho ali? Nem ele se reconheceu aqui quando ele apareceu na televisão. Está aqui hoje. E olha, isso aqui é uma riqueza... que o senhor vem fazendo e vou tentar levar adiante.

Todos aqui são pessoas tão importantes, queria falar o nome de todos. Tem advogados amigos meus aqui, estou vendo o Bialski. Infelizmente, a Mesa não cabe a todos, não está estendida a todos. Sintam-se todos estendidos a essa Mesa aqui.

Queria também cumprimentar o nosso secretário Jean Gorinchteyn, que o seu filho Marcelo, que é meu amigo... conheci há um tempo, meu fã e sabe que estamos juntos não é, secretário?

Aqui o senhor manda nesta Casa. Aqui o senhor ajudou muito a Assembleia Legislativa através das suas emendas, através do seu atendimento às pessoas mais carentes, na qual nós, deputados, pedimos e precisamos da Secretária da Saúde.

Queria aqui também cumprimentar a Renata Vianna, representante do Sr. Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Renata, perdão de não te colocar aqui, é que não cabe. Mas o certo era estender mais um lugar para você aqui. Representante do meu amigo prefeito, Ricardo Nunes; chegou de viagem hoje e já liguei para ele hoje.

Queria também cumprimentar o nosso deputado Jamil Murad, sempre deputado, que está aí. Um abração querido. Aqui o senhor manda, aqui o senhor tem o direito. O senhor sabe que deputado entra a qualquer hora aqui, qualquer lugar e sempre nesse plenário, é o único que pode entrar em sessão no plenário; são os ex-deputados.

Quero cumprimentar também a composição da Mesa, o Sr. Gabriel Sayegh, presidente do Conscre. Quero aqui deixar os meus agradecimentos: o Sr. Osmar Chohfi, embaixador, que também compõe a nossa Mesa; a Sra. Teruko Kamitsuji, vice-presidente do Conscre; e o Sr. Sérgio Serber, vice-presidente do Conscre. Também quero cumprimentar Dona Marina Hissako, vice-presidente do Conscre.

Aqui todas as pessoas são muito importantes. E, rapidamente, quero aqui deixar uma palavra para todos os senhores. Boa noite aos senhores, boa noite a todos. Estamos reunidos aqui hoje para homenagear o Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras, Conscre, que tem como missão integrar as comunidades estrangeiras de diversas origens e etnias residentes no estado de São Paulo.

O Conscre é idealizado pelo nosso sempre presidente da Assembleia Legislativa, deputado Walter Feldman, hoje aqui prestigiando o evento. Foi criado com o objetivo de integrar, socializar e amparar os trabalhos comunitários de diversas nacionalidades.

O estado de São Paulo tem o privilégio de ter integração comunitária e harmoniosa com os diversos povos que aqui residem, como árabes, judeus, japoneses, aliás, o cônsul português está aqui, estive com ele lá. Muito obrigado, um abraço pela presença, chineses, italianos, entre outros.

Hoje, serão homenageadas as seguintes comunidades: alemã, árabe, armênia, boliviana, grega, japonesa, judaica, palestina, portuguesa, paraguaia, chinesa e peruana.

O trabalho realizado pelo Conscre visa preservar as nossas origens e integrar mais as comunidades, com o apoio de todas as camadas sociais e políticas necessárias para a melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos residentes no estado de São Paulo e neste País. Deixo aqui a minha gratidão ao trabalho realizado pelo Conscre e minha homenagem às comunidades presentes.

Muito obrigado.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Registramos e agradecemos a presença do Sr. Ricardo, cônsul da área jurídica do Consulado Geral do Paraguai em São Paulo. Agradecemos ainda a presença do Dr. Jorge Marques, representando o cônsul geral de Portugal.

Neste momento, ouviremos as palavras do deputado Walter Feldman, idealizador do Conscre e presidente da Longevidade.

 

O SR. WALTER FELDMAN - É que eu faço questão de ser ex-deputado. Missão cumprida. Pessoal, queria dar um boa noite a todos. Uma alegria. É a primeira vez que eu volto à Assembleia, no plenário, depois que eu saí, em 2002. Faz 20 anos que eu não participo de uma sessão como essa.

Eu quero cumprimentar meu amigo Olim, que deu uma entrevista para a sua televisão dizendo que desde priscas eras nós já militávamos na construção de São Paulo. Cumprimentar o Paulo Fiorilo, meu amigo, companheiro do PT com quem tive muitos embates nesse plenário.

Queria fazer uma homenagem ao Jamil Murad. Jamil, eu aprendi a vida partidária com você. Então, queria te homenagear aqui com muita alegria essa vida partidária que nos ensina o processo democrático.

E, além do Gabriel Sayegh - Gabriel, conduza aí com firmeza os destinos do Conscre nesse período -, meu primo e irmão, Sergio Serber, que dedicou 20 anos da vida dele à permanência e à construção do Conscre.

Eu sei a dedicação, o esforço, as conversas permanentes com os presidentes da Assembleia que nos sucederam, aos líderes das bancadas, e vou fazer um apelo, Olim. A Assembleia tem que manter essa instituição, porque foi a primeira vez que nós constituímos um conselho do Parlamento.

Normalmente, na legislação, seja a brasileira, estadual, municipal, criam-se conselhos que ficam sob o comando do Poder Executivo. Nós decidimos fazer sob o comando do Parlamento Paulista.

Isso foi muito importante, meu querido amigo Jean, porque aqui que se realiza a verdadeira democracia. Aqui que se estabelecem as relações do conflito, do contraditório, mas se produz a síntese.

A síntese dialética é fundamental e ela se dá no parlamento, porque aqui toda a sociedade paulista está representada, diferentemente do Poder Executivo, que representa uma parte do sistema e precisa do Parlamento para ver aprovada a sua legislação contemporânea.

E por que nós fizemos o Conscre? Foi um ato, na verdade, da Mesa. Eu apresentei o projeto, mas a Mesa Diretora incorporou, foi aprovado de maneira consensual aqui no plenário e depois o processo permanente de constituição, porque nós aprendemos naquele período, para que vocês não esqueçam, 2001 foi o ano da destruição das torres gêmeas, lembram?

Eu estava na Presidência da Assembleia e nós fizemos uma grande reunião da sociedade paulista para discutir o que nós faríamos para responder àquele ato que invadia a soberania dos Estados Unidos, mas invadia a democracia do Planeta.

Fizemos uma grande reunião neste plenário, Jamil, não sei se você lembra, chamamos todos e, naquele momento, nós aprendemos que o que precisávamos não era realizar um ato de defesa da paz, mas criar um sistema de cultura de paz.

Eu me lembro da presença aqui da Lia Diskin, da Associação Palas Athena, que falou que o problema da sociedade moderna é não ter um sistema permanente de cultura de paz nas escolas, nas instituições públicas, privadas, de tal forma que as novas gerações vão compreendendo que a solução dos conflitos se dá sem violência.

E São Paulo, Jean, é um exemplo dessa relação comunitária. Por isso criamos o Conscre, porque, na verdade, o Jamil, de formação árabe, defesa intransigente dos palestinos, eu, de formação judaica, defendendo o estado de Israel, e nós pensarmos o tempo todo como que poderíamos ajudar a construir os dois estados soberanos.

Eu tive votos de palestinos, de árabes, de libaneses, de muçulmanos, porque só São Paulo consegue isso. São Paulo é verdadeiramente uma ONU de representação das comunidades, hoje na sua convivência, mas foi fundamental a construção de São Paulo.

Nós sabemos que o fim da escravidão só aconteceu de fato reconstruindo a força econômica de São Paulo com a vinda extraordinária dos italianos. Os chineses foram as primeiras comunidades que se instalaram no Brasil na produção de chá.

Isso pouco se sabe, mas eles foram fundamentais e olha a importância dos chineses hoje, dos coreanos, dos latinos de todas as origens. São Paulo é um estado extraordinário. E quando nós fazemos essa homenagem, Olim, é de celebração.

E eu vejo com muita preocupação a falta da juventude. Eu sei que é uma preocupação de todos nós, porque isso não pode morrer. Nós temos que trazer as novas gerações para cá, eles devem dar continuidade a esse espírito, que é o espírito que marca os paulistas de todas as origens.

E quer um dado interessante? Eu, hoje, na minha visão não partidária, Jamil, não tenho mais isso, porque estou em outras frentes de batalha, vocês viram lá, quase não dá para acreditar que aquele que falou no vídeo sou eu.

O tempo é implacável, mas éramos todos jovens. E ainda temos muita vontade de continuar trabalhando, por isso que eu, hoje, presido o Fórum da Longevidade, que é o pessoal de 60, 70, 80 anos que continua ativo e saudável, querendo continuar dando uma contribuição à sociedade brasileira e à sociedade paulista, mas nós precisamos da juventude.

Democracia se faz no convívio e nós estamos vivendo um momento agora importante de debate sobre como a democracia deve se manter cada vez mais forte no Brasil, sem uma polarização tão radical, que não há possibilidade de não produzirmos, na democracia, algo que seja a vontade da maioria.

É exatamente com essa contribuição que o Conscre vai continuar trazendo mais jovens, meninos, meninas, jovens de todas as idades para que possam continuar essa ideia, esse espírito, essa vontade de ajudar o Brasil a ser um País exemplar, um paradigma para o mundo, onde se constrói permanentemente a cultura de paz.

Viva o Conscre! (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Neste momento, convidamos o deputado estadual Delegado Olim, o deputado estadual Paulo Fiorilo, para homenagear o deputado Walter Feldman.

Convidamos também o presidente do Conscre, Gabriel Sayegh, para fazer a entrega da homenagem.

 

* * *

 

- É entregue a homenagem.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Podem retornar aos seus lugares.

Neste momento, ouviremos as palavras do Sr. Gabriel Sayegh, presidente do Conscre, representante da comunidade árabe.

 

O SR. GABRIEL SAYEGH - Boa noite a todos, inicio cumprimentando os integrantes da Mesa. Deputado estadual Delegado Olim, presidente desta sessão; embaixador Osmar Chohfi, nosso homenageado; secretário de estado de Saúde, Dr. Jean Gorinchteyn, nosso homenageado; deputado Walter Feldman; Teruco Kamitsuji, primeira vice-presidente do Conscre.

Caros senhores e senhoras, é com muito orgulho que recebemos a todos para comemorarmos o evento “Homenagem às Personalidades das Comunidades do Conscre, Conselho Estadual Parlamentar das Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras”, concomitantemente com seu aniversário de 21 anos.

Tal conselho, de natureza permanente e deliberativa no âmbito de suas competências, foi criado pela Mesa da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - com participação do então presidente, deputado Walter Feldman, que hoje aqui muito nos orgulhou com a presença -, através da Resolução 817, de 22 de novembro de 2001, e tem como objetivo a integração, socialização e amparo ordenado aos trabalhos comunitários das diversas comunidades descendentes de estrangeiros residindo no estado de São Paulo.

Neste sentido, após dois anos de pandemia, retomamos nossas atividades. Bravos imigrantes, oriundos de várias partes do mundo, das mais diversas etnias, raças, cores ou credos foram aqui muito bem acolhidos, sem qualquer discriminação, resolvendo tornar esta sua nova e amada pátria, integrando-se, participando e colaborando sobremaneira para a formação deste nosso grandioso Brasil.

Cumprindo com o nosso objetivo, viemos nestes 21 anos propiciando a esses agora novos brasileiros e descendentes atividades que mantém vivas as suas tradições e culturas, visando preservá-las, incentivando uma solidariedade fraterna, fazendo com que, sensibilizados, denotem o privilégio de poderem aqui viver, sempre gratos a este País maravilhoso, do qual todos muito se orgulham.

No Conscre, não existem inimigos sociais, políticos ou religiosos, somos todos irmãos em harmonia e convivência pacífica, evidenciando-se a diversidade, uma das grandes riquezas deste País. Aqui cultivamos a paz.

Concluindo, gostaria de agradecer ao deputado estadual Delegado Olim por presidir esta sessão, à dedicada diretoria do Conscre por fazê-la acontecer, aproveitar para enaltecer o saudoso e querido Rezkalla Tuma, um dos fundadores e batalhadores deste conselho, a quem sucedi, e à presença de todos, das várias comunidades indispensáveis pelo abrilhantamento deste evento.

Parabéns aos homenageados pelas justas honras neste ato deferidas por tão relevantes contribuições às respectivas comunidades.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Gostaríamos de convidar para integrar a mesa principal a Sra. Renata Viana, representando, neste ato, o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes. (Palmas.) Anunciamos as palavras do deputado estadual Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Boa noite a todos e a todas. Sejam bem-vindos a esta Casa, uma casa que, como disse aqui o então deputado Walter Feldman, representa a democracia, a pluralidade e ela tem que ser sempre valorizada. Quero saudar aqui o ex-deputado Walter Feldman.

O Walter Feldman é interessante, porque ele foi vereador, e depois eu fui vereador. Ele foi secretário, e eu fui secretário. Ele foi deputado estadual, e eu fui deputado estadual. Ainda me falta ser deputado federal, mas em breve. E o Feldman nasceu em janeiro, no dia 29, e eu no dia 25, então muitas coincidências.

Saudar também o secretário Jean Gorinchteyn, que vai ser homenageado. Quero saudar aqui o Dr. Gabriel Sayegh, presidente do Conscre. Também o homenageado Osmar Chohfi, embaixador, a Sra. Teruco Kamitsuji e a Sra. Renata Viana, que representa o prefeito. Uma saudação especial ao meu companheiro Jamil Murad.

Temos aqui várias representações de Portugal, da Alemanha, não vou citar, mas queria fazer aqui duas observações: primeiro, parabenizar a iniciativa e dizer que a Assembleia precisa manter esse encontro, essas homenagens, porque elas valorizam as comunidades aqui presentes. E colocar a Comissão de Relações Internacionais, deputado Olim, que faz parte da comissão, à disposição também para esse debate.

Nós recuperamos uma comissão que já existiu, deixou de existir e, nesta legislatura, passou a ser uma comissão permanente. E ela tem se preocupado em dialogar com todos os consulados que estão instalados aqui na cidade e no estado de São Paulo.

Tivemos eventos importantes, e eu queria destacar pelo menos dois. Um deles, a assinatura agora recentemente em agosto com o Grulac, que são os cônsules da América Latina e do Caribe, com as três universidades, a USP, a Unicamp e a Unesp, para parcerias e intercâmbios. Esse é um passo importante construído por esta comissão.

A segunda iniciativa que nós estamos construindo com Israel é a possibilidade de um técnico de Israel fazer uma visita a um assentamento no interior, para dialogar técnicas que podem ser utilizadas para melhorar a produção e a qualidade daquilo que é produzido aqui. Essa é uma outra parceria que a gente vai realizar agora possivelmente no início de dezembro, para fortalecer as relações.

E temos levado os cônsules para conhecer o Estado. Uma das preocupações desta comissão é apresentar as várias regiões do estado de São Paulo para aqueles que estão aqui representando seus países. Um Estado que tem uma diversidade econômica e cultural importantíssima, mas que infelizmente, pelo tamanho e pelas distâncias, nem sempre é conhecido.

Vou dar um último exemplo: a gente teve a oportunidade de levar o cônsul e a vice-cônsul da Itália, ainda o Filippo La Rosa como cônsul, para conhecer o Alto Vale do Ribeira, uma região distante de São Paulo, mais de 300 quilômetros, mas que tem uma beleza impressionante.

Então, a comissão tem se pautado por isso e tem buscado esse diálogo permanente. Então eu queria deixar aqui, deputado Olim, a comissão como uma parceira do Conscre, para que a gente possa continuar com esses eventos.

Um abraço, parabéns e estamos juntos aqui. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Gostaríamos de registrar e agradecer a presença do Sr. Eduardo Felício Elias, presidente da Federação de Entidades Árabe Brasileiras do Estado de São Paulo. Daremos início às entregas das homenagens.

E para isso, chamamos à frente o deputado estadual Delegado Olim, o deputado estadual Paulo Fiorilo e o presidente do Conscre, Sr. Gabriel Sayegh, para que entreguem as placas de homenagens às comunidades.

Chamaremos à frente os representantes das 12 comunidades homenageadas desta noite. Iniciamos com a comunidade alemã. Gostaríamos de convidar o Sr. Thomas Walker para participar da entrega. A homenageada desta noite é a Sra. Monika Schmidt.

Nasceu em 1957, descendente da 4º geração de uma família de origem alemã, sempre falaram em casa o idioma alemão, assim como o português. Frequentou, da mesma forma que sua vó e mãe, o Colégio Benjamin Constant. Estudou Letras na Faculdade Ibero-americana e na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas na USP.

Foi professora de alemão para brasileiros e português para estrangeiros por 20 anos, e hoje é tradutora juramentada. Presidente da Sociedade Filarmônica Lyra, em São Paulo, já na quarta geração, junto com seu irmão, atuam na associação como seus antepassados desde 1928.

Lyra, como é chamada, fundada em 1884 com a finalidade de cultivar o canto orfeônico de origem alemã, com um repertório de música clássica e folclóricas alemãs, peças do cancioneiro brasileiro, com um acervo de mais de 2.400 partituras para o coro misto. Também tem o grupo de danças folclóricas alemãs e o grupo de sapateado tirolês.

Ensaiam uma orquestra de câmara coral da terceira idade e um conjunto de bandolins. Organizam diferentes festas temáticas, como a Gartenfest, a festa da cerveja, bazares beneficentes, carteado alemão e almoços com culinária germânica.

Fundada no século XIX, ainda durante o império de D. Pedro II e antes da libertação dos escravos, a primeira sede foi na rua São Joaquim, no bairro da Liberdade. Receba a sua homenagem, Sra. Monika Schmidt. (Palmas.)

 

* * *

 

- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MONIKA SCHMIDT - Muito boa noite a todas e todos, autoridades, gostaria de cumprimentar os homenageados, os colegas do Conscre, os convidados, senhoras e senhores. Para mim, é uma alegria muito grande, uma honra e uma emoção muito grande receber esta homenagem na noite de hoje em nome da Sociedade Filarmônica Lyra.

Bom, a Lyra, como já foi dito, foi fundada no ano de 1884 por imigrantes alemães que se reuniram para cantar e esse coro funciona até hoje. E aqui temos alguns representantes do nosso coro, temos representantes do nosso grupo de dança Gold und Silber, que é um grupo de danças folclóricas alemãs, que estão aqui trajados, que vieram prestigiar o evento.

Agradeço muito. (Palmas.) Temos também aqui membros da nossa diretoria. E eu havia preparado algumas palavras, mas a nossa querida cerimonialista já falou essas palavras em meu nome. Então eu gostaria muito, muito, de agradecer ao Conscre pela homenagem.

Muito obrigada a todos. Agradeço. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Convidamos os integrantes da comunidade árabe Gabriel Sayegh e Nailise Naicaba. Nosso homenageado desta noite da comunidade árabe, o embaixador Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.

Nascido em São Paulo, de família de descendência árabe-síria, graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Em 1966, foi admitido ao curso de preparação à carreira de diplomata do Instituto Rio Branco, no Ministério das Relações Exteriores, passando a integrar o serviço exterior brasileiro.

Em 1982, fez o curso de altos estudos necessário para a progressão funcional aos escalões superiores. Foi promovido a embaixador. Exerceu a função de assessor sênior do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos na gestão Baena Soares. Trabalhou nas embaixadas do Brasil na França, Bolívia, Argentina e Venezuela.

Entre outras funções no Ministério de Relações Exteriores em Brasília, foi chefe do cerimonial, chefe do gabinete do secretário-geral e chefe do gabinete do ministro. Em 1991 e 1992, foi chefe do cerimonial da Presidência da República. Em 2001, assumiu o cargo de secretário-geral das Relações Exteriores.

Nesse período, realizou visitas oficiais à Arábia Saudita, ao Egito, aos Emirados Árabes Unidos, ao Kuwait, ao Líbano e à Síria. Chefiou delegações brasileiras em várias reuniões internacionais. Foi o embaixador do Brasil no Equador, na Espanha e, cumulativamente, no Principado de Andorra.

Em seguida, foi designado para a missão permanente do Brasil na Organização dos Estados Americanos em Washington. Foi cônsul-geral do Brasil em Nova York, após o que se aposentou do serviço público. Foi convidado a integrar a diretoria da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, na qualidade de vice-presidente de Relações Internacionais.

Em 2021, foi eleito o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. É conselheiro do Conselho Superior do Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Receba a sua homenagem, embaixador Osmar Chohfi. (Palmas.)

 

* * *

 

- É entregue a homenagem.

 

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O SR. OSMAR CHOHFI - Sr. Deputado estadual Delegado Olim, por cujo intermédio cumprimento todas as autoridades presentes, representantes de todas as comunidades, em especial a comunidade árabe, da qual eu fico muito honrado em representar essa noite.

Agradeço ao Conscre e à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. E queria dizer que essa solenidade simboliza, de maneira muito significativa, o que distingue o nosso País, o Brasil, como terra de acolhida de tantas nacionalidades.

Gente que para aqui veio, em busca da concretização de seus sonhos e anseios de uma vida em que pudesse desenvolver seus talentos e capacidades na busca de um futuro melhor. E aqui escolheram São Paulo, terra de oportunidades, para cujo crescimento contribuíram, nos campos social, cultural e econômico.

Eu dedico esse reconhecimento à nossa comunidade árabe, e cumprimento a todos os representantes das demais comunidades que também foram homenageadas. E, sobretudo, quero me lembrar do meu pai, que aqui imigrou aos 16 anos de idade e à minha mãe, sua companheira de sempre.

E sobretudo aos meus avós, maternos e paternos, que tiveram a coragem de atravessar meio mundo para prosperarem e dar o melhor de si nessa nova pátria.

Shukran, muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Convidamos, neste momento a comunidade armênia. O senhor Archavir Mário Donelian, para participar também da entrega. Nosso homenageado desta noite, o bispo Nareg Berberian. Batizado como Vasken, nascido em Beirute, e hoje primaz da diocese da Igreja Apostólica Armênia do Brasil.

Estudou no Seminário Teológico de Gevorkian, na Santa Sede de Echmiadzin, Armênia, sendo nomeado secretário da Catedral-Mor pela Sua Santidade Vasken I, patriarca supremo e “católicos” de todos os armênios, de saudosa memória. Defendeu a sua tese no seminário, sob o título “Solution of Job, by Saint Grigor Tatevatzi”.

Em 2013, foi nomeado para o serviço espiritual na Diocese da Igreja Apostólica Armênia no Brasil, pela Sua Santidade Karekin II, patriarca supremo e “católicos” de todos os armênios, e eleito com o líder da Diocese Armênia do Brasil. E foi consagrado bispo. Neste ano de 2022, o bispo comemora 30 anos de sua ordenação.

A Diocese Armênia do Brasil tem tido vários trabalhos, como a formação de diáconos, a Escola Dominical, o Coral “A Voz dos Jovens”, o jornal oficial da diocese, programas educacionais dentro da comunidade. Ele é muito querido pela coletividade armênia. O bispo Nareg Berberian foi premiado com a Medalha do Ministério da Diáspora da Armênia, e agraciado pelo presidente da República, (Inaudível.) com a Medalha Observador Piedoso.

Nossas homenagens ao bispo Nareg Berberian. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. NAREG BERBERIAN - Senhoras e senhores, quero primeiramente dar graças a Deus, que deu a oportunidade, para mim, para que tantas nações recomeçassem suas vidas, nesta abençoada terra, que é o Brasil. Muitos povos, hoje aqui representados, fugiram da fome, da guerra, de massacres e genocídio, e hoje sentem orgulho por pertencerem a esta nação.

Os armênios também passaram por isso. Passamos por isso, no início do século XX, após o Genocídio Armênio de 1915, perpetrado pelo império turco-otomano. Somos conhecidos como a primeira nação a adotar o cristianismo como religião oficial de estado.

E a primeira coisa que a comunidade fez, assim como em todos os países da diáspora armênia, foi fundar sua igreja e escola, para preservar as tradições histórico-culturais às futuras gerações. Um povo que, no seu presente, não lembra do seu passado, está condenado a ser esquecido no futuro.

Nasci no Líbano. E, com 13 anos de idade, fui estudar na Armênia, na Santa sede de Echmiadzin. Após completar os estudos de sete anos, mudei para os Estados Unidos, onde servi como pastor em diversas paroquias armênias, em diversas cidades americanas.

Posso dizer que já tinha uma vida estabelecida, já há 25 anos vivendo nos Estados Unidos. Mas sou um servo da igreja. E, como disse na minha ordenação sacerdotal, devo estar sempre à disposição a servir às pessoas.

Foi assim que, há nove anos, Sua Santidade, Karekin II, patriarca supremo e católicos de todos os armênios, me designou a servir na Diocese da Igreja Apostólica Armênia do Brasil. Ao desembarcar no Brasil com a minha mãe, de saudosa memória, imediatamente tivemos que nos adaptar às condições locais.

Mas sentimos imediatamente que o povo brasileiro é carinhoso, gentil, hospitaleiro, e sempre disposto a ajudar. Para o que, na língua armênia, existe a palavra certa, “martamot”, ou seja, que se aproxima das pessoas.

Com o passar do tempo, conheci melhor esse maravilhoso, encantador e magnífico país, e seu povo multicultural, laborioso, franco e sincero.

Brasil é uma árvore. E nós somos o adubo que permite a esta árvore crescer, mantendo as suas raízes fortes, seu caule firme, suas folhas gerando frutos e flores sem parar. Cabe a cada um de nós não permitir que esta árvore gigantesca resseque. Todos nós devemos ter orgulho de estarmos aqui, nessa terra abençoada, e trabalhar por seu progresso.

Agradeço ao Conscre por esta bela e tradicional iniciativa anual. Que Deus proteja esta instituição e outorgue pleno êxito às suas atividades. Agradeço também à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em nome do seu presidente, senhor Carlão Pignatari, por manter acesa a luz da democracia no estado de São Paulo, com a responsabilidade de tornar digna a vida de cada cidadão.

Agradeço aos representantes armênios do Conscre, Archavir Donelian, Vera Avedisian, Evarte Nekaladian, por honrar-me com a sua indicação. Que Deus abençoe a comunidade armênia.

Deus abençoe a República do Brasil. Deus abençoe a todos vocês. Muito obrigado. Muito obrigado também, Delegado Olim. Muito obrigado. Desculpa por falar muito hoje. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Convidamos a comunidade boliviana, representada por Ruth Camacho, para a entrega da homenagem ao homenageado Bryan Sempertegui, imigrante boliviano.

Gestor público na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo; coordenador de Políticas para Imigrantes e Promoção do Trabalho Decente da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania; membro do Grupo de Estudos e Pesquisa, História Oral e Memória. Receba a sua homenagem, Bryan Sempertegui. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. BRYAN SEMPERTEGUI - Boa noite a todos, todas e todes. Que responsabilidade, que peso, para um jovem de 27 anos. Vou ser bem breve. Quando Ruth, minha colega de luta pelos direitos das populações imigrantes, me convidou e me estendeu nessa honraria, eu confesso que eu voltei há 20 anos atrás, quando estava nessa trajetória migrante, da Bolívia para cá. Mais precisamente, de Sucre, minha cidade na Bolívia, capital histórica do nosso país.

E me perguntando, um pouco, por que eu, dentro de mais de 90 mil imigrantes bolivianos que estão presentes na cidade de São Paulo? É a maior comunidade imigrante atualmente. Veio todo um processo de rememorização da minha trajetória, enquanto imigrante neste País. Porque já fui migrante interno. Já morei em Pernambuco. E, como imigrante internacional também, aqui nesta cidade.

Dentro dessa trajetória, me veio os meus pais migrantes, meu pai médico, minha mãe dona de casa. Veio todas as pessoas que eu conheci, que também são imigrantes, durante todo esse meu projeto, toda essa minha história. A Ruth, a Rosana, a Ana, Núria, Luciana, Jennifer. Eu acho que, no final das contas, eu cheguei à conclusão que não é só de mim.

Quando a gente olha para o passado, para o presente e para o futuro, a gente nota que nossas lutas são coletivas, que nossas trajetórias individuais se encontram com outras trajetórias, que nossas lutas, enquanto gestores de políticas públicas, e construindo políticas públicas, e construindo políticas públicas para imigrantes, dentro de uma Secretaria de Direitos Humanos, se encontram com trajetos passados, de outras pessoas imigrantes, como a nossa querida Oriana, como outros colegas meus também de trabalho, e a gente vai notando que isso não é só nosso, e que isso é de todos aqueles que fazem parte dessa construção.

Então, queria, na verdade, chegar à conclusão que é nosso, que esses espaços, como o Conscre, são para as populações imigrantes, que espaços participativos são sobre nós, e que a gente, enquanto imigrantes, junto com as comunidades brasileiras, possamos fortalecer esses ambientes de escuta, de participação, de fazer esse espaço nosso, para que no futuro não seja sobre mim, mas seja sobre outra pessoa, outro jovem de 24, 27 anos, e que se torne uma trajetória perene, uma trajetória de construção de memórias imigrantes.

Porque acredito que todos aqui, se procurarem uma, duas gerações atrás, encontrarão o imigrante que há dentro de vocês. Então, somos todos imigrantes. Enfim, queria agradecer a Conscre, o Delegado Olim, obrigado, toda a diretoria também da Conscre, a Presidência, a minha comunidade imigrante, toda a comunidade de irmãos imigrantes também que estão sendo homenageados hoje.

“Jallalla”, Bolívia. “Jallalla”, Brasil. “Jallalla”, Conscre.

Muito obrigado.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Convidamos a comunidade japonesa, a Sra. Teruko Kamitsuji, e a Sra. Marina Tikazawa, para acompanhar a homenagem do nosso querido Yoshiharu Kikuchi. Nascido na província de Iwate, Japão, graduado pela 2ª Escola de Ensino Médio de Ichinoseki, em 1958. Chegou no Brasil em 08.12.1959, no navio Argentina Maru.

Já em 1959, participou do projeto para desenvolvimento de plantação de arroz do Ministério da Construção do Japão, no estado do Paraná, e gerenciou fazenda de café em São Carlos do Ivaí, e administrou lojas de móveis em São Paulo. Realizou inúmeras atividades como conselheiro, vice-presidente e presidente das instituições nipônicas.

Em 1968, foi chefe do setor de serviços-gerais do Templo Nikkyoji, do Budismo Primordial Honmon Butsuryu-shu, do Brasil, e diretor presidente da Associação Pro-Excepcionais Kodomo-no-Sono, da Associação Cultural e Assistencial Iwate Kenjinkai do Brasil, da Federação das Associações das Províncias do Japão no Brasil, da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo.

Foi vice-presidente do conselho deliberativo da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade, fundador do projeto da Integração Pro-Autista da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo. Participou da construção do Hospital São Miguel Arcanjo, da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo, e foi presidente do conselho deliberativo da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo.

Receba sua homenagem, Yoshiharu Kikuchi. (Palmas.)

 

O SR. YOSHIHARU KIKUCHI - Boa noite. Desculpe, eu não falo bem português. Excelentíssimo Sr. Carlão Pignatari, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, excelentíssimo Sr. Gabriel Said, presidente do Conselho Estadual Parlamentar da Comunidade das Raízes Culturais Estrangeiras, apoio de realização, deputado Delegado Olim, e demais autoridades presentes. Amigos, todos os presentes, boa noite.

A homenagem que este conselho teve a generosidade de oferecer muito me honra, mas, acima de tudo, comove, pelo significado que tem. A homenagem é o futuro do trabalho desenvolvido pelo “nikkei” que vive aqui no Brasil, para que possamos viver em harmonia com todos os povos deste país maravilhoso, que tem recebido novos imigrantes, de forma humanitária, nos últimos anos.

A nossa comunidade é constituída de pessoas pacíficas. Nossa missão é contribuir para a paz mundial, por serem as cidades de Hiroshima e Nagasaki as únicas atingidas pela bomba atômica.

A homenagem oferecida a nós é um reconhecimento do nosso trabalho, mas também um incentivo maior para que as comunidades trabalhem mais com as pessoas, pela necessidade de criar um ambiente de paz, harmonia, que sempre foi orgulho do povo brasileiro. Podem ter certeza, que iremos trabalhar incessantemente para a melhoria do país que nos acolheu.

Desculpem por não ter nomeado um a um todos os presentes. Cada um, à sua maneira, é responsável por esta homenagem que eu estou recebendo nesta noite. Peço que continuem orientando, apoiando o Kikuchi, para que possamos trabalhar juntos.  

Muito, mas muito obrigado pela homenagem, especialmente ao Exmo. Sr. Gabriel Said, presidente do conselho. Tenhamos todos uma boa noite. Eu vou agradecer a comunidade japonesa, e minha esposa Marisa, e minha filha Sandra Rosana.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Gostaríamos de registrar e agradecer a presença nesta sessão solene da Dra. Margareth Correia Barreto, divisionária da Assistência da Polícia Civil da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Agradecemos também a presença do Sr. Marcos Demetrio Haik, presidente do Esporte Clube Sírio.

Convidamos neste momento a comunidade grega, Sra. Cláudia Lopes Kakouris e Ioannis Petros Makris, para homenagear a senhora Eva Volonakis, Evangelia Volonakis, conhecida por Eva, nascida na Ilha de Creta, na Grécia, iniciando seus estudos, e aos onze anos mudando-se para Atenas, assim terminando a Escola de Comércio, formando-se em Comércio e Contabilidade.

Em 1959, chegou ao Brasil para se reencontrar com seus pais, que já estavam há oito meses. Conheceu o seu marido, Christos Stamatelias. Com uma grande veia empreendedora montou, juntamente com seu irmão, uma indústria de fibras no Brás.

Sempre muito empenhada e dedicada, aproveitou uma oportunidade para ser fornecedora de uma grande empresa gerenciada por alemães, e, depois de um ano de abertura da pequena fábrica, mudaram-se para a Mooca.

Em 1978, mudaram-se para a sede própria, na região de Guarulhos, onde estão há 44 anos. Chamada pelo então presidente da diretoria-executiva da Coletividade Helênica de São Paulo, o Sr. Christos Sidiropoulos, para ajudar na inauguração da Escola Grega.

Já engajada nas atividades da coletividade, em 2006 forma uma chapa com mais de seis amigos, e assim torna-se vice-presidente, com o propósito de manter vivas as tradições gregas.

Participou de diversos eventos, comemoração da Independência da Grécia, Páscoa Ortodoxa, Festa de São Pedro, padroeiro da Igreja Ortodoxa Grega, entre outros. Receba sua homenagem, Sra. Eva Volonakis.

 

A SRA. EVA VOLONAKIS - Boa noite a todos, eu vou ser bem, bem, bem curta. Não vou falar muito. Bom, eu agradeço ao Conscre por esta festa, e agradeço aos meus patrícios por me darem esta honra de receber este prêmio. Eu não fiz nada demais além de ajudar a minha colônia para fazer uma coletividade bem grande, bem bonita e unida. Sem os meus patrícios, não poderia fazer nada. Eles me deram força, eles me deram ajuda, eles sempre ficaram do meu lado, por isso que eu estou agradecendo a eles por terem me escolhido hoje. Só isso. Eu agradeço. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Convidamos a comunidade judaica, representada pelo Sr. Sergio Serber, que terá dois homenageados.

O primeiro homenageado desta noite, o Dr. Jean Gorinchteyn, é médico e professor de infectologia na Universidade de Mogi das Cruzes, onde se formou há 28 anos.

Também é mestre em doenças infecciosas pela Coordenação dos Institutos de Pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e doutorando em neurologia experimental pela Unifesp.

Desde 2019, Jean é embaixador do Instituto Trata Brasil, que apoia as ações pela universalização do saneamento. É médico do Instituto Emílio Ribas e Hospital Israelita Albert Einstein. Na Secretaria de Estado da Saúde, conduziu as medidas de combate à pandemia de Covid-19 e o Plano Estadual de Imunização, resultando em mais de 105 milhões de doses aplicadas no Estado.

Também retomou o Corujão da Saúde, com exames e cirurgias voltadas para oncologia e oftalmologia, e lançou o programa Mais Santas Casas, que beneficia mais de 300 entidades filantrópicas.

Convidamos também, neste momento, o Dr. Daniel Bialski, bacharel em Direito e mestre em Processo Penal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e da Comunidade de Juristas de Língua Portuguesa. Foi vice-presidente da Comissão de Prerrogativas da seccional paulista da OAB entre os anos de 2008 e 2009.

Ingressou na banca fundada por seu pai e mentor, o saudoso Dr. Helio Bialski, ainda no ano de 1988, então denominada “Helio Bialski - Advogados Associados”, onde estagiou. Ao graduar-se, em 1992, passou a figurar como sócio do escritório, o qual passou a denominar-se “Bialski Advogados Associados”.

Atua nas diversas áreas de Direito Penal, possuindo destacada atuação perante os tribunais do País, em especial o Tribunal de Justiça de São Paulo, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.

Seu primeiro trabalho voluntário começou na Sinagoga Beth-El, tendo sido presidente entre os anos de 2013 a 2017. Junto ao clube A Hebraica São Paulo, foi presidente de 2018 a 2021, onde se mantém atualmente como presidente do conselho. É conselheiro do CIAM e foi, ainda, tesoureiro. Recebam nossas homenagens o Dr. Daniel Bialski e o secretário Dr. Jean Gorinchteyn. (Palmas.)

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. JEAN GORINCHTEYN - Deixe eu ficar aqui pertinho do meu homenageado, amigo. Boa noite a todos e todas. É uma emoção muito grande poder estar aqui, todos juntos, congraçando um momento tão especial como este. Este é o momento que simboliza o que é o Conscre, é o momento da união.

Foi exatamente esse momento de união que tivemos, ao longo da pandemia, com todas as comunidades que nos ajudaram na secretaria, todas as comunidades que permitiram que hoje nós estivéssemos aqui celebrando a vida, celebrando a paz.

Cada uma das comunidades colaborou com o que podia: com mantimentos para aqueles que sofriam pela fome; colaborou com insumos, com máscaras, com luvas, com álcool em gel; colaborou com aparelhos, respiradores.

Cada um fez a sua parte - aqueles que não colaboravam com algum material colaboravam com a força humana - e essa é a maior simbologia do que representa o Conscre, a união das forças em prol da vida, porque todos nós vivemos, no nosso passado, a luta por estarmos vivos.

Nós fugimos da morte, nós fugimos da pobreza, da doença, da miséria, para ter uma vida melhor. Aqui, tivemos esse privilégio de estarmos juntos, de celebrarmos as nossas culturas com toda a permissão que a democracia nos permite. Portanto, esse é um momento de grande alegria.

Nós estamos recebendo isso numa Casa da democracia, que nos representa, que discute a importância dos nossos valores. Portanto, nunca percamos os nossos valores, a nossa honra, a nossa história, o nosso amor pela vida e a nossa amizade, amizade que faz com que todos, indiferente dos credos, das crenças, nos permitam celebrar.

Olim, muito obrigado por conduzir esta grande cerimônia. Agradecer muito ao Serber e ao Feldman por terem me convidado e ter o privilégio de ser homenageado com o meu amigo e irmão Bialski, que é um grande e querido amigo, com a Renata... Gabriel, muito obrigado pela sua ajuda, os seus filhos. Muito obrigado por esta grande honra, por este grande privilégio. Celebremos a vida, celebremos a democracia, celebremos os nossos valores.

Shalom aleichem. (Palmas.)

 

O SR. DANIEL BIALSKI - Boa noite a todos. Primeiro, lhe cumprimentar, deputado Olim, meu amigo de gerações, era muito amigo do meu pai. Cumprimentar o presidente do Conscre, Gabriel Sayegh. Cumprimentar também a Renata Viana, aqui representando o prefeito, alguém com quem eu tenho um pouco de proximidade.

Cumprimentar todos os presentes, que vieram aqui prestar a sua homenagem não só a mim, a todas as outras comunidades, todas as pessoas que fazem parte da minha vida, que moram no meu coração e que eu amo, aqui representadas pelos meus filhos.

Cumprimentar também os representantes da Polícia Civil de São Paulo, que merecem todos os nossos aplausos. (Palmas.) Cumprimentar todos os funcionários da Casa, porque, sem eles, nada disto seria possível.

Eu também vou ser muito breve, mas eu queria contar uma história. A comunidade judaica foi recebida de braços abertos pelo Brasil, foi recebida de braços abertos pelo estado de São Paulo e ela, de alguma forma, tenta devolver isso. Em todas as instituições em que eu passei, eu tentei dar esse exemplo.

Não é por acaso, e está escrito no Velho Testamento que nada é por acaso, que o Jean está aqui comigo hoje. Quando, na crise aguda da pandemia, se teve a felicidade de o estado de São Paulo começar a vacinar as pessoas, eu me lembro de que o Jean me telefonou e disse: “Você precisa de alguma coisa? Você precisa de alguma ajuda?”. Eu falei: “Não, eu é que quero ajudar. Eu coloco A Hebraica...” - e eu era presidente da Hebraica naquela ocasião - “a serviço do Estado”.

A Hebraica foi a primeira entidade privada a abrir as portas para servir de posto de vacinação e eu tenho a grande honra de dizer que foram vacinadas 90 mil pessoas lá naquele posto de vacinação da Hebraica. (Palmas.)

Isso não seria possível sem a sua ajuda, que estava lá no campo de batalha, que estava lá colocando a sua vida em risco para trazer isso para a nossa população, e sem a ajuda da Prefeitura do Estado de São Paulo - na época, o Bruno Covas, e hoje o Ricardo Nunes.

O Conscre tem como um dos seus princípios a inspiração da paz. Hoje, eu vejo aqui diversas comunidades e, além de todas as entidades judaicas por que eu passei, eu tenho muito orgulho de fazer parte de uma outra entidade, uma entidade que não é ligada a nenhuma religião, que se chama Caminho de Abraão, que é justamente feita por pessoas da comunidade judaica e da comunidade árabe, presidentes de clubes - A Hebraica, Monte Líbano, Sírio, Hospital Einstein, Hospital Sírio Libanês - que são referências.

Para o que é que foi criada esta ONG? Justamente para que o Brasil sirva de exemplo para o mundo, para que exista essa harmonia, para que exista essa perpetuação da paz e que a gente possa aqui sempre viver de forma pacífica.

Eu faço esta homenagem numa pessoa que faz parte dessa ONG comigo, que está ali em cima, que é o ex-presidente do Clube Sírio, Marcelo Audi Cateb, e com quem eu tenho o privilégio de desfrutar não somente da amizade, mas de uma verdadeira irmandade, de ações coletivas feitas entre comunidade judaica e comunidade árabe em prol de um bem maior. (Palmas.)

Só para finalizar, Albert Einstein dizia que a gente não exerce o verdadeiro sentimento humano se a gente não buscar a paz, e a busca da paz é algo que vem das tradições judaicas e se chama “tikun olam”, buscar um mundo melhor.

E com isso eu queria agradecer esta honra não em meu nome, mas em nome da comunidade judaica. Queria agradecer aqui, ao Sérgio Serber e ao Walter Feldman, porque, se não fosse esse carinho para comigo, eu não teria recebido esta honraria.

Obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Convidamos a comunidade palestina, a Sra. Rita de Cássia Halti, para acompanhar a entrega ao Sr. Ualid Rabah, presidente da Fepal, Federação Árabe Palestina do Brasil, desde 2019. Tem 55 anos, filho de pai e mãe palestinos que chegaram ao Brasil em 1960 e 1965 respectivamente. Nasceu em Toledo, cidade do interior do Paraná, e viveu em Maringá por 15 anos, onde estudou e foi o jornalista por 11 anos.

Militou nos movimentos estudantis universitário e sindical. Durante oito anos, ocupou a cadeira árabe no Conselho Nacional de Promoção de Igualdade Racial, os seis últimos como titular. Ativista militante das causas palestinas em diversas partes do País, em fóruns nacionais e internacionais, promovendo informação, debates, cursos e encontros comunitários.

Receba a sua homenagem, Sr. Ualid Rabah. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. UALID RABAH - Meus irmãos, minhas irmãs, todos os presentes, todas as presentes, cumprimento, antes de tudo, o presidente desta sessão, deputado Delegado Olim, e em seu nome cumprimento todos os deputados desta Assembleia Legislativa, todas as lideranças políticas do estado de São Paulo.

Quero brevemente citar algumas pessoas aqui que têm representatividade institucional notadamente no que pertine à Palestina e à causa palestina e à comunidade brasileiro-palestina neste país. Cito aqui o meu irmão Ali El-Khatib, que está aqui e é presidente do Instituto Jerusalém; um dos percursores da juventude árabe palestino-brasileira, Sanaúd Voltaremos; Emir Murad, que atualmente, além de militante histórico, é secretário-geral da Confederação Palestina Latino-Americana e do Caribe, que está aqui; Fuad Achcar, diretor do Esporte Clube Sírio, não é palestino de origem, mas é como se fosse; Eduardo Elias, presidentes da Fearab-SP, também como se fosse; Jamil Murad, ex-deputado e presidente do Conselho Mundial da Paz no Brasil, um grande amigo, um grande batalhador; Walid Shuqair e Faysa Doaoud, que são respectivamente secretário-geral da Fepal e secretária para assuntos de refugiados da Fepal, que estão aqui.

Quero citar também o presidente da Sociedade Palestina de São Paulo, Nasser Abdallah, e em nome de todos que prestam solidariedade à Socorro Gomes, que está aqui, que é presidente mundial do Conselho Mundial da Paz. E quero cumprimentar também meu irmão Hamad Salem, empresário que está aqui e que contribuiu decisivamente para que nós tivéssemos esta solenidade.

Vou abrir o meu celular rapidamente aqui para uma pequena manifestação a respeito do que eu acredito que isto signifique para todos nós. Estou muito feliz por estar aqui, por viver este momento, esta homenagem, e não por mim, visto que somos parte de uma coletividade, de um corpo maior, que é uma comunidade brasileiro- palestina, a grande homenageada nesta noite.

Este reconhecimento é de todos os palestinos que vieram ao Brasil desde a última década dos 1800, portanto, há pelo menos 130 anos. Esses pioneiros fugiam das perseguições otomanas e se fixaram em maior número no Recife, onde está a maior comunidade brasileiro-palestina fixada numa só cidade.

É de todos que vieram após a Primeira Guerra Mundial, vítimas da mesma perseguição e também daquela que se inaugurava após esse conflito bélico, a do Império inglês que ocupa a Palestina, e também da maior parte da diáspora brasileiro-palestina que para cá veio viver a dor do exílio após 1948, quando da nossa “Al Nakba”, a nossa catástrofe.

É de cada palestino e palestina, do Chuí a Natal, de Uruguaiana a Manaus, passando por São Paulo e centenas e centenas de cidades em todos os estados brasileiros onde estão fixadas as nossas comunidades.

Esse reconhecimento é de todos que ajudaram, como palestinos, a construir um Brasil melhor, primeiro como mascates, os bandeirantes desarmados, levando mercadorias para os rincões aos quais poucos queriam atender.

Mais tarde, como comerciantes das pequenas localidades do interior, onde também poucos queriam desbravar e fixar comércio. Mais tarde ainda, como comerciantes industriais nos grandes centros, como nesta metrópole da arabidade, o estado e a cidade de São Paulo, a sua capital.

Este reconhecimento é para todos os que aqui lutaram para manter, nas gerações vindouras, viva a chama da luta nacional, a cultura, as tradições, a culinária, a espiritualidade.

Para todos que organizaram as primeiras instituições palestino- brasileiras, dentre elas a Sociedade Beneficente Muçulmana Palestina, que depois se tornou apenas Sociedade Beneficente Muçulmana porque vieram a ela outros imigrantes árabes muçulmanos não palestinos. Esta iniciativa pioneira de palestinos é hoje a Mesquita Brasil, orgulho da islamidade neste país, a primeira Mesquita do Brasil e deste continente.

Este reconhecimento é para aqueles que arriscaram suas vidas, suas liberdades, seus negócios e a integridade de suas famílias para que pudéssemos nos organizar enquanto diáspora, veicular nossas demandas, do que resultou o reconhecimento, pelo Brasil, da Organização para a Libertação da Palestina e a instalação desta no País em 75, ainda no seio da Liga dos Estados Árabes, depois os escritórios de representação em 79, em Brasília, relação que daqueles tempos até hoje só evoluiu e melhorou em diversos governos, sob humores geopolíticos e ideológicos diversos.

É para todos que lideram suas comunidades, que presidem suas sociedades e demais organizações e instituições, uma luta diária para poucos, tamanhos os desafios. É para todos os mais de 100 mil brasileiro-palestinos que trabalham de sol a sol para ver o Brasil, a pátria que os acolheu, ser o mais importante país do mundo.

Este reconhecimento é também para todos que nos foram e são solidários, para as autoridades e povo brasileiros, aos quais nos curvamos humildemente em reconhecimento e gratidão.

É também a esta Assembleia Legislativa, que soube dignificar os imigrantes, os distinguindo com o conselho e com uma solenidade desta magnitude. É também para aqueles e aquelas que incluíram a comunidade palestina, graças ao que pôde tomar parte deste conselho, desta solenidade e de tudo o mais que virá - refiro-me especialmente a você, Sayegh, e a você, Rita.

Não posso esquecer ainda de todos os que nos deixaram, verdadeiros mártires da nossa causa no exílio. Louvados sejam, e que, da morada dos justos, em que em paz descansam, saibam que jamais deixaremos de trilhar seu justo caminho e seguir seus nobres ensinamentos.

Finalizando, esta homenagem alcança o povo palestino, que vive sua ancestralidade dez vezes milenar na Palestina, de Gaza a Santa Jerusalém, a metrópole do monoteísmo, do Deus desracializado que aboliu entre nós os supremacismos, os racismos, as discriminações, o ódio e a intolerância, de Belém, do nascimento de Cristo, à cidade de sua família, Nazaré.

E também aos que vivem o exílio nos campos de refugiados, seja na própria Palestina, seja nos países vizinhos, especialmente no Líbano, na Síria e na Jordânia. É também, por que não, dos nossos irmãos árabes, todos eles, mas com muito mais carinho os nossos irmãos levantinos libaneses e sírios, que compõem conosco a arabidade neste imenso e generoso Brasil.

Estendo esta homenagem, por derradeiro, a todos aqueles e aquelas que lutam por justiça para todos os povos, para todos os seres humanos, desde ontem, hoje e sempre.

Saibamos defender os fracos, especialmente quando fortes, porque a história nos ensinou que a empunhadura da injustiça troca facilmente de mãos. Tenhamos consciência para não aceitar o papel de algozes, tendo sido nós, antes, suas vítimas.

Muito obrigado aos que propuseram esta homenagem, aos que a organizaram tão brilhantemente e a todas as pessoas aqui presentes, muito carinhosamente a cada integrante da comunidade palestina e demais convidados por nós para que aqui estivessem, pessoas as quais louvamos, porque conosco sempre ombrearam, especialmente nos momentos mais difíceis da nossa história.

Muito obrigado, e que sejamos felizes sempre. (Palmas.) (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Gostaríamos de registrar e agradecer a presença do padre Irmani Borsatto, da Pastoral Latino-Americana da Missão de Paz Congregação Scalabriniana. (Palmas.)

Neste momento, convidamos a comunidade portuguesa, Sr. Armando Lopes Batista e Ricardo Jacob Magalhães, para acompanhar a entrega ao deputado Paulo Porto Fernandes, representado neste ato por Renato Afonso Gonçalves, vice-presidente da Casa de Portugal.

O deputado Paulo Porto Fernandes é deputado na Assembleia da República de Portugal, na 14ª Legislatura. Vice-presidente da Comissão Parlamentar de Amizade Portugal-Brasil; membro da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias; membro da Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas; membro da Comissão Parlamentar de Cultura e Comunicação; advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil e na Ordem dos Advogados Portugueses; licenciado em gestão de empresas e direito; distinguido pelo governo de Portugal com a Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas, grau de ouro, em 2015; provedor da Provedoria da Comunidade Portuguesa de São Paulo e Centro de Apoio a Portugueses Carenciados de 2016 a 2018, entidade distinguida com a Comenda da Ordem do Mérito da República Portuguesa.

Receba a sua homenagem, deputado Paulo Porto Fernandes. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. RENATO AFONSO GONÇALVES - Boa noite a todos. Quero, em nome da comunidade portuguesa e da Casa de Portugal de São Paulo, cumprimentar o nosso presidente da sessão, deputado Delegado Olim, e o nosso presidente do Conscre, Sayegh. É uma honra muito grande estarmos aqui. Queria expressar a gratidão da nossa comunidade por esta homenagem.

Queria cumprimentar todas as autoridades diplomáticas aqui presentes na pessoa do nosso cônsul de Portugal em São Paulo, Dr. Jorge Longa Marques, que vem realizando um grande trabalho à frente do nosso consulado.

Queria cumprimentar os dois conselheiros do Conscre, meus queridos companheiros de diretoria da Casa de Portugal, professor Ricardo Magalhães e nosso vice-presidente Armando Batista, que é um grande militante do Conscre, um grande representante da nossa comunidade, que vem fazendo um grande trabalho junto ao conselho.

Deputado Olim, queria ler algumas palavras que o deputado Paulo Porto nos enviou diretamente de Lisboa, mas, antes, gostaria apenas de dizer ao Conscre da alegria da nossa comunidade em sermos homenageados através daquele que é representante de uma nova geração da nossa comunidade, que é o deputado Paulo Porto.

O Conscre homenageia o melhor de nós, aquele representante da nossa comunidade, aquele português e brasileiro que, desde cedo, se dedicou à comunidade, se dedicou à advocacia, às causas sociais e cujo trabalho se expandiu para além das fronteiras de São Paulo e do Brasil e que hoje realiza um trabalho junto à diáspora portuguesa em todo o mundo. Então, a nossa gratidão. Eu gostaria apenas de, portanto, trazer as palavras do Dr. Paulo Porto.

Diz o Dr. Paulo Porto: “Gostaria de agradecer esta honrosa homenagem, a qual dedico à nossa valorosa comunidade luso-brasileira. Infelizmente, não pude receber pessoalmente essa grande distinção, pois encontro-me em Portugal por motivos profissionais, mas muito me honra ser representado neste ato pelo Dr. Renato Gonçalves, vice-presidente da Casa de Portugal de São Paulo, ilustre advogado luso-brasileiro e meu amigo.

Na última legislatura da Assembleia da República Portuguesa, tive a grande felicidade e o privilégio de ser eleito para representar os milhões de imigrantes portugueses espalhados pelo mundo, os quais formam essa nossa maravilhosa diáspora portuguesa e, apesar de um mandato limitado pela pandemia, pude dar meu contributo para minimizar desigualdades e propiciar justiça aos cidadãos que um dia tiveram que migrar em busca de uma vida melhor para si e para os seus.

Por fim, na pessoa do nobre deputado Delegado Olim, gostaria de manifestar minha gratidão e grande admiração pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, saudando a todos os parlamentares, a todas as parlamentares e a todas as comunidades representadas no Conscre.

Por fim, existe um pensamento do escritor brasileiro Fernando Teixeira de Andrade que muitas vezes é equivocadamente atribuído a Fernando Pessoa, que retrata a alma do imigrante: ‘Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia. Se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos’.

Muito obrigado e bem hajam. Viva, Brasil. Viva, Portugal.” (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Neste momento, convidamos a comunidade peruana. Convidamos o Sr. Manuel Julio Del Carpio para participar da entrega e convidamos a nossa homenageada Marisabel Woodman.

Nascida em Piura, norte do Peru, é formada em gastronomia em Paris. Ela já passou pelas cozinhas de Allain Ducasse, Virgilio Martínez e Alex Atala. Em 2013, começou seu próprio negócio em uma barraca de feira gastronômica em Pinheiros.

Deu tão certo que resolveu apostar em um food truck. Em 2015, abriu La Peruana, nos Jardins, onde acumulou filas de espera, conquistando o título de “bib gourmand” do Guia Michelin.

Depois de permanecer fechado por pouco mais de um ano, ela retornou ao mesmo ponto na Alameda Campinas. A volta foi aclamada pelo público, que sentia falta de seus pratos, com a proposta de tal sucesso: a comida peruana autêntica, fresca e saborosa, despretensiosa e criativa.

Receba sua homenagem, Marisabel Woodman. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MARISABEL WOODMAN - Boa noite. Gostaria de agradecer por esta homenagem. Para mim, é um enorme prazer representar o meu país através da sua gastronomia, uma gastronomia cheia de histórias e heranças de diferentes culturas do mundo. Nossa gastronomia atrai turismo e ajuda a desenvolver o país.

Eu cheguei ao Brasil em 2012. Casei com o Roni, que é brasileiro, e viemos morar aqui. Quando cheguei a São Paulo, trabalhei em um restaurante brasileiro muito reconhecido, mas chegou um momento em que decidi que queria empreender.

Eu me formei em administração de empresas e em gastronomia, mas, para abrir um restaurante, ainda sentia que precisava de mais experiência. Então, decidi participar de várias feiras gastronômicas.

Depois, comprei um caminhão que converti em food truck e comecei a rodar São Paulo, Capital, e algumas cidades próximas. Pouco a pouco, fui me sentindo mais segura. As pessoas gostavam da minha comida. Ganhamos o prêmio de melhor food truck da cidade pela Veja.

Tudo isso fez com que eu me sentisse mais segura. Abri meu restaurante La Peruana, que tenho há sete anos. Poder falar do Peru para as pessoas que visitam meu restaurante e convidá-las a viajar ao Peru me faz muito feliz.

Me sinto enormemente grata por morar em uma cidade como São Paulo, que é tão cosmopolita e aberta a receber outras culturas, que tem comunidades tão variadas e gastronomias de todos os países. Morar aqui é prazeroso, porque me sinto muito acolhida.

Gostaria de dedicar esta homenagem às minhas filhas Ilana e Martina, ao meu marido Roni e às minhas avós, Zita e Bati, que estão aqui hoje. Queria agradecer ao Sr. Julio Vera, ao cônsul do Peru, César de las Casas, e Oscar Vasquez, que também me acompanham nessa representação ao nosso amado país.

Muito obrigada a todos. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Convidamos a comunidade paraguaia, a Sra. María Esther Sánchez. Como homenageada desta noite, a Sra. Patricia Rivarola.

Formada em Comunicação e Artes na Universidade Mackenzie, Faculdade de Negócios e Administração, Planejamento e Gestão de Marketing, promoveu ações literárias em São Paulo tendo a participação de nomes das literaturas brasileira, portuguesa, africana, meios de comunicação literários e culturais.

Trabalhos na Éxon Inovação, Portugal Telecom Inovação Brasil Limitada e a Golden Cross SA. Desde 2007, atua na pastoral migrante da missão de paz no bairro da Liberdade como voluntária em atividades culturais.

Dançarina do Grupo Alma Guarani, além de apresentação em escolas e eventos sociais para a divulgação da cultura paraguaia com o objetivo igualmente de incentivar a integração do migrante na comunidade, coordena o Grupo Jeroky Paraguay Mi Pasión e vem realizando capacitações de forma virtual para aprimoramento na dança e na cultura paraguaia.

Colabora com demais voluntários na organização das atividades religiosas, sociais e auxílio-socorro ao próximo. Integrante do Grupo de Leigos da Missão de Paz, Congregação Scalabriniana da Igreja Católica, que realiza ações voltadas aos grupos migrantes e participante de encontros de formação, capacitação e temática migratória, receba sua homenagem, Patricia Rivarola. (Palmas.)

 

A SRA. PATRICIA RIVAROLA - Bueno. Primeiro eu gostaria de dizer que é muito importante para a comunidade paraguaia. Verdad. Muchisimas gracias a representación del consulado, Ricardo, que está acá com nosotros.

Para o Paraguai é extremamente importante receber esta homenagem porque é um país que está aqui do nosso lado e tão pouco sabemos dele, não é verdade? E às vezes sabemos coisas que não são interessantes culturalmente.

Então, inicialmente eu agradeço a esta Casa, na pessoa do presidente do Sr. Presidente do Conscre, Gabriel Sayegh, a conselheira Sra. Maria Ester Sanches e demais membros do Conselho que acolheram e aprovaram o meu nome para receber esta homenagem. Minhas saudações às autoridades presentes e demais homenageados.

No início dos anos 2000 conheci a Missão Paz da Congregação Scalabriniana em São Paulo e ali se reúne uma parte da comunidade paraguaia residente aqui.

Houve um novo despertar em mim. Meus anos no movimento escoteiro contribuem para o meu olhar sobre a questão do voluntariado e para o próximo. Outro ponto muito importante para nós é que, sendo filha imigrantes, entendo que tenho a cultura de onde nasci e carrego a outra, dos meus pais. Sou brasileira nascida na cidade de São Paulo, com muito orgulho, e también paraguaya de corazón y sangre.

Integrar-me à comunidade paraguaia a partir da Missão Paz é um compromisso de responsabilidade como ser social; traz para perto de mim essa cultura da minha família que está do outro lado da fronteira.

Assim, meus agradecimentos, também, à Missão Paz que abre suas portas para o acolhimento à pessoa, e onde fui igualmente acolhida como voluntária. Obrigada aos padres, funcionários, demais voluntários, às comunidades migrantes que se reúnem ali naquele mapa-múndi onde almejamos construir pontes.

Gracias al Grupo de La Colectividad Paraguaya y tantas otras personas reunidas en la fe a la Virgencita Sul de Caacupé, padroeira do Paraguai. Trabalhamos juntos para manter as tradições paraguaias, colaborando quando a comunidade nos chama, como foi no caso do período crítico da pandemia de Covid.

Mobilizamo-nos em socorro às famílias em vários pontos da cidade. Grupo Jeroky Paraguay Mi Pasión (Palmas.), grupo voluntário de dança que integra Paraguai e os descendentes brasileiros de acá, de allá, llevamos una gotita de lo que és Paraguay.

Minha família, que está sentada ali também, minhas sobrinhas, Lalá, Juju, Ju, meus amigos do coração, que me apoiam, acompanham e entendem meus trabalhos e ações, algo que não tem medida de bondade.

Quando a gente faz um trabalho voluntário é tão engraçado, que às vezes a gente acaba deixando de participar com a família, não é, e a família pergunta assim: “Patricia, você vai estar onde hoje? Onde você vai? A hora que você aparecer está bom, só não chega à meia-noite, tá?”

Finalizando, meu coração se enche de amor para falar da minha mãe, essa mulher migrante paraguaia que há mais de 60 anos deixou seu país com a cara, coragem e a minha irmã no colo. Chegou em São Paulo.

Os desígnios da vida a fizeram deixar sua casa, mas o tempo ajeita as coisas, e o seu coração é o maior do mundo. Ela não se desfez de sua família, de sua gente, e incutiu em mim um amor sem fim por esa mi familia que está allá del otro lado de la frontera y por este Paraguay que llevo en el corazón e está mesclado en mi sangre.

Obrigada. Gracias. (Pronunciamento em língua estrangeira.) (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Convidamos neste momento a comunidade chinesa para acompanhar a entrega. Convidamos a segunda vice-presidente do Conscre, a Sra. Marina Tikasawa.

A comunidade chinesa homenageia o Dr. Wong Chiu Ping, representado neste ato pelo Sr. Ricardo Jacob, representante da Ibrachina. O Dr. Wong, graduado, doutorado e residência em clínica médica e em cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, senior resident internal medicine da Harley Clinic, em Boston; clinical research fellow em cardiologia no Massachusetts General Hospital, em Boston; teaching fellow em medicina na Harvard Medical School, em Boston; membro da retaguarda cardiológica do Hospital Sírio-Libanês; livre-docência em clínica médica aprovado no concurso para professor titular da clínica médica na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenador didático-científico do pronto-socorro médico Hospital das Clínicas.

Homenageado o Dr. Wong Chiu Ping. (Palmas.) E para finalizar esta noite, teremos nossa última homenagem. Convidamos a diretoria do Conscre para que seja entregue a homenagem ao deputado estadual Delegado Olim. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega das homenagens.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Podem retornar aos seus lugares. (Palmas.) E para o encerramento desta sessão solene, ouviremos as considerações finais do deputado estadual Delegado Olim.

 

O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Primeiramente agradeço a homenagem, fico muito lisonjeado. Sou filho de pais portugueses, pai e mãe portugueses, da Ilha da Madeira.

Nada mais justo que, como deputado, eu sou de todas as comunidades, tenho amizade com todos os que estiveram hoje aqui. Eu sempre fui, aqui na Assembleia Legislativa, tanto é que eu participei aqui da comissão internacional por causa disso.

Muito obrigado, obrigado Sayegh, obrigado a todos os que vieram aqui. Vou dizer, assim, me senti muito honrado. Esta minha homenagem que está aqui, que eu deixei ali já com a minha - dá aqui, faz o favor - estará no meu gabinete.

Lá eu tenho uma viatura da Polícia Civil, uma viatura da Polícia Militar, uma viatura da Polícia Penal, uma viatura da GCM, o helicóptero da Polícia Civil; estará lá, aqui, essa homenagem que vocês fizeram para mim do lado, da qual me trouxeram para cá, da qual eu sempre fui honrado pelo trabalho que fiz pela população de São Paulo. (Palmas.)

Quero aqui agradecer a minha assessoria, agradecer a Polícia Civil, a Polícia Militar. Já agradecemos a nossa Banda da Polícia Militar, que esteve aqui, tantas pessoas importantes, essa Mesa maravilhosa. Você quer falar antes ou eu faço o término aqui? Fala primeiro aqui.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CECÍLIA - Convidamos os presentes para que se dirijam ao Hall Monumental, para a degustação de pratos típicos das comunidades homenageadas e apresentações artísticas. Tenham todos uma ótima noite. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço as autoridades, a minha equipe, os funcionários do serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviço de atas, do cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Alesp, das assessorias policiais militar e civil, bem como todos os que, com suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.

Está encerrada e levantada esta solenidade.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 35 minutos.

 

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