8 DE NOVEMBRO DE 2022
36ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CARLÃO PIGNATARI
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 424/22.
2 - CARLOS GIANNAZI
Discute o PL 424/22.
3 - PROFESSORA BEBEL
Discute o PL 424/22.
4 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Coloca em votação o requerimento de método de votação ao PL
424/22.
5 - MARINA HELOU
Encaminha a votação do requerimento de método de votação ao
PL 424/22, em nome da Rede.
6 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de método
de votação ao PL 424/22. Coloca em votação e declara aprovado o PL 424/22,
salvo emendas e substitutivo, restando prejudicado o substitutivo 2. Coloca em
votação e declara aprovada a emenda apresentada no parecer 497/22, pelo relator
especial e pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação. Coloca em votação
e declara rejeitadas as emendas 1 a 27, englobadamente, com parecer contrário
do relator especial e da Comissão de Constituição, Justiça e Redação.
7 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA
Declara voto contrário ao PL 424/22, em nome do PSOL.
8 - MÁRCIA LULA LIA
Declara voto contrário ao PL 424/22, e favorável ao
substitutivo 2, em nome do PT.
9 - DANIEL JOSÉ
Para comunicação, faz pronunciamento.
10 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
11 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Tece considerações sobre projeto a favor de professores
categoria "O" e acerca do PL 424/22.
12 - DANIEL JOSÉ
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, faz pronunciamento.
14 - GILMACI SANTOS
Solicita a suspensão da sessão por dois minutos, por acordo
de lideranças.
15 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Defere o pedido e suspende a sessão às 17h46min, reabrindo-a
às 17h50min. Convoca sessão extraordinária a ser realizada hoje, dez minutos
após o término desta sessão. Encerra a sessão.
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- Abre a sessão o Sr. Carlão Pignatari.
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O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Presente o
número regimental das Sras. Deputadas, Srs. Deputados, sob a proteção de Deus
iniciamos os nossos trabalhos.
Esta Presidência dispensa a leitura da
Ata da sessão anterior.
Ordem do Dia.
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- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
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O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Proposição em
regime de urgência.
Discussão e votação do Projeto de lei
nº 424, de 2022, de autoria do Sr. Governador.
Para discutir contra Professora Bebel.
Ausente. Para discutir contra deputada Monica. Ausente. Para discutir contra
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
telespectador da TV Assembleia, público aqui presente; venho à tribuna no dia
de hoje para discutir contrariamente ao PL 424, que trata da questão do ICMS da
Educação.
Quero
primeiramente me associar aqui ao que já disse o deputado Maurici, que se
especializou nessa área, que fez, inclusive organizou pela nossa Comissão de
Educação grande seminário de longa duração - parece-me que durou o dia todo
aqui o seminário, nós tivemos várias intervenções de especialistas - e ficou
muito claro para nós que esse projeto não contempla o real financiamento da
Educação.
Ele não
contempla os municípios, deixa de fora, por exemplo, a educação infantil, que é
atribuição dos municípios. Está na Constituição Federal, a educação infantil,
que é dividida em creches e pré-escola, é uma obrigação do município.
O ensino
fundamental tem que ser compartilhado com os municípios e o Estado, e o ensino
médio é obrigação apenas do ensino médio. Está tudo na lei, na Constituição, na
LDB, na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, a Lei 9394, de 1996.
Cada ente federativo tem uma responsabilidade, uma atribuição com cada nível de
ensino.
No entanto esse
projeto de lei não contempla essa questão do financiamento da educação
infantil. Nós temos milhares de crianças em todo o estado de São Paulo que não
foram atendidas ainda pelos seus respectivos municípios na área da educação
infantil.
Nós temos filas
enormes de crianças aguardando uma vaga numa creche e até mesmo numa
pré-escola. E nós somos ardorosos defensores da educação infantil, da primeira
infância. Primeira infância é fundamental e ela tem que ter investimento.
Eu vejo muitos
partidos, deputados, deputadas, pessoas em geral na sociedade defendendo a
primeira infância, mas elas não defendem o investimento na educação infantil.
Por isso que
nós temos um movimento muito forte aqui em São Paulo para que todas as
educadoras de educação infantil sejam enquadradas na carreira do Magistério nos
municípios. Nós temos pouquíssimos municípios que já fizeram esse
enquadramento, essa transformação dos cargos.
Um deles é São
Paulo. Nós fizemos aqui, na cidade de São Paulo, em 2003, 2004, inclusive eu
participei desse movimento e ajudei a fazer esse enquadramento como vereador da
cidade de São Paulo, nós votamos esse projeto, enquadramos milhares de
educadoras da educação infantil na carreira do Magistério, porque elas exercem,
de fato, a função docente, elas são aprovadas em concurso público e têm
formação ou no antigo Magistério, ou em nível superior, sobretudo nos cursos de
pedagogia.
Os municípios
têm essa tarefa, uma tarefa importante de enquadrar todas as educadoras da
educação infantil, independentemente da designação, da terminologia do cargo,
seja monitora, seja auxiliar da educação infantil, não importa o nome, o
importante é que ela é uma professora e tem o direito de ser enquadrada na
carreira do Magistério.
Então essa é
uma luta que a gente tem travado sobretudo no estado de São Paulo, com o
movimento “Somos todas Professoras” e com o nosso observatório da educação
infantil, que nós criamos no nosso mandato na Assembleia Legislativa.
Nós temos
também, ainda no plano do financiamento da Educação, a luta pelo pagamento do
piso nacional salarial, que não é cumprido, que não é pago em centenas de
municípios do estado de São Paulo. Nem mesmo o estado de São Paulo paga o piso
nacional salarial como deveria pagar, porque a lei de 2008 é muito clara.
Hoje, pelo
reajuste dado em janeiro por força da lei, não por força do governo, as pessoas
acham que foi o Bolsonaro que deu o reajuste do piso, não foi, foi a lei de
2008, do governo Lula, quando foi aprovada a lei instituindo o piso nacional
salarial. E o reajuste é feito anualmente. Então houve um reajuste agora e o
piso nacional salarial está em torno de 3.845 reais.
O estado de São
Paulo paga, mas através de abono complementar para chegar a esse valor. E isso
é proibido por lei, pela lei federal. Então o estado mais rico do Brasil não
paga corretamente, deputado Maurici, o piso nacional salarial. É uma vergonha.
Logicamente,
muitos municípios não pagam também o piso nacional salarial, deputada Monica
Seixas, vários municípios deixam de pagar alegando não terem os recursos.
Acontece que a lei federal obriga o Ministério da Educação, o governo federal a
repassar os recursos para os municípios.
Então eu tenho
brigado muito com os prefeitos do interior de São Paulo, porque eles alegam, “a
minha cidade não tem condições de pagar o piso nacional salarial, meu município
é pobre, não tem arrecadação”. Se não tem, tem que cobrar do governo federal,
do MEC, do governo Bolsonaro. Ele tem que fazer a complementação orçamentária
como determina a lei federal.
Aí, ao invés de
os prefeitos peitarem o governo federal, acionarem a PGR, acionarem o Tribunal
de Contas da União, acionarem a sua Câmara, as suas respectivas Câmaras
Municipais, as suas respectivas procuradorias e cobrarem do governo federal,
esses prefeitos, de forma muitas vezes covarde, acabam atacando as professoras.
Nós tivemos,
agora, no ano de 2022, muitos movimentos no estado de São Paulo. Nós tivemos
greves, manifestações, as professoras municipais foram às ruas, fizeram greves,
manifestações, e muitas delas foram punidas.
Houve a
criminalização dessas manifestações em vários municípios do estado de São
Paulo, porque os prefeitos se acovardaram. Ao invés de atacarem e cobrarem o
governo federal, esses prefeitos atacaram as professoras e os professores das
suas respectivas redes municipais de ensino.
Nós temos
muitas tarefas aqui, no estado de São Paulo, em relação ao financiamento da
Educação dos nossos municípios: atendimento da educação infantil, em creche, na
pré-escola, tem a questão do ensino fundamental.
Eu aproveito,
também, a oportunidade, estou falando aqui da educação infantil dos municípios,
né? Eu quero aqui manifestar mais uma vez o nosso total repúdio ao processo que
tenta ser reintroduzido novamente de municipalização do ensino, algo que já
aconteceu nos anos 90 com a famigerada gestão da ex-secretária Rose Neubauer,
que quase introduziu uma municipalização compulsória nos anos 90 aqui no estado
de São Paulo.
E agora nós
estamos acompanhando o caso da municipalização forçada em São José dos Campos.
Lá, a prefeitura está debatendo um projeto, encaminhou um projeto de lei para a
Câmara Municipal para municipalizar 17 escolas da rede estadual. Ou seja, a
rede estadual vai transferir escolas da rede para o município, inclusive com
ônus do financiamento. Olha só o absurdo.
E São José dos
Campos é uma cidade que não atende corretamente a educação infantil, a demanda
da educação infantil, e vai municipalizar. É um absurdo. Nós somos totalmente
contra a municipalização, porque ela prejudica os municípios, sobretudo nessa
área do financiamento.
E os municípios
não conseguem nem financiar a educação infantil, como elas vão financiar mais
escolas do ensino fundamental? Sendo que quem tem o dinheiro, quem tem o maior
Orçamento, é o governo estadual. Nós vamos aprovar um Orçamento agora de 317
bilhões de reais para 2023. E a Educação vai ter quase 50 bilhões de reais.
É o estado que
tem condições de financiar, de fato, o ensino fundamental. Ele não pode jogar
essa responsabilidade para os municípios, que muitos deles não têm arrecadação,
têm dificuldades, todos nós sabemos aqui dessas dificuldades.
Não é à toa que
vereadores e prefeitos peregrinam, procuram os nossos mandatos, os nossos
gabinetes o tempo todo pedindo emendas parlamentares, para dar conta de
financiar as suas políticas públicas, sobretudo na área da Educação, da Saúde e
da assistência.
Todos os dias
nós recebemos em nossos gabinetes prefeitos, vereadores e entidades buscando
emendas parlamentares, porque os municípios não conseguem financiar, sobretudo
a própria educação infantil. Então esse projeto é um contrassenso nesse
sentido, ele tem várias contradições. Ele deveria ser retirado da pauta e
reconstruído de uma outra forma.
Como eu disse,
o deputado Maurici fez um brilhante trabalho, um seminário, acumulou muita
informação e tem propostas. Foi apresentada uma proposta importante para que
haja, de fato, um financiamento adequado.
E também não
posso deixar de registrar que neste momento em que a gente entra no outro
tempo, no outro momento da história do Brasil, nós temos que retomar a luta
pelo cumprimento dos planos de educação.
Os planos
municipais, o Plano Estadual de Educação, o Plano Nacional de Educação, todos
eles versam também sobre o financiamento da Educação. Nós temos que retomar a
luta, para que o Brasil, até 2024, invista, no mínimo, 10% do PIB, do Produto
Interno Bruto, em Educação pública, está lá na lei que foi aprovada em
2014. Nós temos também o Plano Estadual
de Educação, que diz a mesma coisa: no mínimo 10% do PIB em Educação estadual.
O Brasil tem
uma dívida histórica com a escola pública. As metas estabelecidas, que foram
todas congeladas desde o governo Temer e depois foram sabotadas no governo
Bolsonaro, devem ser retomadas e aplicadas à universalização do atendimento na
área da educação infantil, no ensino fundamental, no ensino médio, nas
universidades, no ensino superior, nos cursos técnicos e profissionalizantes.
Todas essas metas estabelecidas no plano devem ser retomadas urgentemente.
Toda essa
sabotagem que houve à Educação, nos governos Temer e Bolsonaro, elas têm que
cessar, essas sabotagens. Nós temos que recompor e rearticular a luta pelo
cumprimento do piso nacional salarial em todo o Brasil, sobretudo no estado de
São Paulo, cumprimento do Plano Estadual de Educação, do Plano Nacional de
Educação, dos planos municipais que já foram aprovados em quase todos os
municípios de São Paulo, mas que não foram cumpridos porque o governo não
investe os recursos adequados em Educação.
Nós
acompanhamos os cortes orçamentários do governo Bolsonaro, que cortou dinheiro
até da merenda escolar. Explodiu tudo agora no Orçamento que está sendo
debatido para o ano que vem. Bolsonaro enganou o Brasil e enganou os seus
eleitores, em vários aspectos.
Ele disse que
ia aumentar o salário mínimo. Mentira! Não deixou recursos no Orçamento que
está sendo debatido, Farmácia Popular, e sobretudo na área da Educação, que a
grande denúncia é que não tem dinheiro para a merenda escolar.
Nós voltamos à década
de 80. Nós voltamos, deputado Jorge do Carmo, em muitas escolas do Brasil, em
vários municípios, à merenda seca, que é aquela bolacha e um suco cheio de
açúcar, de aditivos e de química, que faz mal para a saúde do aluno.
Essa é a
herança maldita do governo Bolsonaro, do governo “protofascista”, destruidor do
Brasil, da Educação, da Ciência, da Tecnologia e do Meio Ambiente. Na área da
Educação, nós regredimos, minha gente: à merenda seca, à bolacha e ao suco
contaminado com açúcar e outros produtos químicos.
É isso que
aconteceu com a Educação. Então nós temos que retomar, repito, todas essas
lutas: Plano Nacional de Educação, plano estadual, pagamento do piso,
investimento na primeira infância, na Educação infantil, enquadramento das
educadoras de Educação infantil na carreira do Magistério. Essa é a nossa luta.
Esse projeto não contempla um financiamento adequado da Educação,
principalmente para os municípios mais pobres.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado.
Professora Bebel. Monica, se inscreve, você não se inscreveu. (Voz fora do
microfone.) Ah, tá bom. Deputada Professora Bebel, para falar contra.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente. Cumprimento todos os
assessores que compõem a mesa diretora de trabalho, os assessores à minha
direita, à minha esquerda, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público presente,
e todos que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp.
Esse tema que,
sim, é parte do financiamento da Educação básica, ele é muito caro para nós
educadores, professores, funcionários de escola, gestores, todos, enfim. Desde
a luta do Fundeb permanente, empreendida nesta Casa quando antes de ser o
Fundeb permanente.
Então esse
debate foi feito, inclusive, com presença também... tem aí o recente debate
feito pelo deputado Maurici. Mas, até que se aprovasse, nós chamamos
ex-ministros, nós debatemos, inclusive, profundamente essa questão do Fundeb
permanente.
E ficou que, na
Emenda Constitucional nº 108, haveria que se estabelecer os critérios para
compor o ICMS Educacional. O que, para mim, está “linkado” com o princípio do
custo-aluno-qualidade.
A gente tratava
de qualidade inicial, deputada Adriana Borgo, e a gente avançou tanto no
Fundeb, que fomos para custo-aluno-qualidade. Esse era o objetivo nosso. E, ao
fazer isto, esta lei, na forma de emenda constitucional, ela encaminha para
estados e municípios.
Sem dúvida
nenhuma, o PL do governo não dá conta - o 424 - de resolver esta questão, a não
ser que seja por uma emenda constitucional. Seria a melhor forma de resolver
essa questão. Eu fiz um substitutivo; tivemos uma discussão na bancada, retirei
o meu. Apoio o substitutivo do deputado Maurici.
Mas entendo,
ainda, mesmo antes de estarem os dois substitutivos, que a melhor forma seria a
emenda constitucional. Por quê? Porque depois haveria leis ordinárias que, na
verdade, trabalhariam a melhor forma de se fazer a distribuição dos recursos.
Porque o que
está em jogo aqui é aquela questão de quem ganha e quem perde. E nessa questão
de quem ganha e quem perde, por incrível que pareça, são os grandes municípios,
aqueles que são populosos... Você fala: “mas os pequenos ganham?”.
Não temos bem
certeza, por conta dos critérios aqui. Os critérios meritocráticos. Como é que
eu posso medir ICMS, deputado Caio, por critérios meritocráticos, não levando
em conta as condicionantes: mais pobre, menos pobre, mais rico? Todas as
condicionantes que uma avaliação requer. Porque o problema da avaliação não é a
avaliação; são as condicionantes que se colocam nessa avaliação.
Por isso, acho
que esse 424 não dá conta de resolver, ou de colocar em prática, na perspectiva
da qualidade de ensino. Porque é com essa perspectiva que nós trabalhamos.
Quando a gente
trabalha, também, essa forma de regulamentação, nós não só estamos trabalhando
isso, mas a gente trabalha a valorização dos profissionais da Educação, que foi
uma vitória fantástica: saímos dos 60%, no mínimo, para ir para 70%.
Vitória
fantástica: colocar como foco, na Emenda Constitucional no 108 ou na
lei que instituiu o Fundeb, por exemplo... Não o foco, mas a prioridade para
educação infantil, a primeira infância.
Está lá escrito
assim: “primeira infância”. Para o pleno desenvolvimento, até a educação
básica, e todas as modalidades de ensino. Quando eu falo “modalidades de
ensino”, estou falando do ensino profissionalizante, quilombola, indígena;
todas essas que fazem parte.
Ao fazer isto,
o governo fragmenta a concepção da educação básica. É isso que está por detrás;
isso também tem que ser dito. Você mexe com o dinheiro, mas você mexe com a
lógica.
A lógica é:
educação infantil tem que ter um olhar, porque a gente lutou muito durante as
décadas de 70 e 80, quando a mulher trabalhadora, na verdade, deixava os seus
filhos em verdadeiros depósitos de criança. E agora passa a ter um caráter
formativo - essa primeira etapa da educação básica.
E, em sendo
caráter formativo, isso tem uma importância fundamental, porque a mulher é
duplamente atendida: assistência de forma assistencial, porque a mulher
trabalhadora tem onde deixar seus filhos; e ao mesmo tempo, de forma também
qualitativa, na medida em que forma as crianças a partir dessa etapa, em que
tem que ter todo um trabalho cognitivo, necessário.
Mas, para sair
dessa seara, eu quero entrar numa seara que foi dita aqui pelo deputado Carlos
Giannazi. E eu também estive numa audiência pública, lá em São José dos Campos,
“in loco”. Lá estão sendo municipalizadas 17 escolas.
Naturalmente,
os prefeitos às vezes vão para o curso da municipalização, porque “recebem”,
entre aspas... Por isso que é o custo aluno-qualidade; por isso que essa que
está colocada pelo governo não dá certo; dá certo pensar em uma outra forma.
Por quê?
Trabalha com a lógica do custo aluno. A gente não quer isso; a gente quer custo
aluno-qualidade. Então, lá eles estão trabalhando com a lógica de cabeça,
ganhar por cabeça de aluno.
Mas tem uma
coisa que eu não consigo entender. O governo do município de São José dos
Campos tem aí um superávit de 88 milhões, e está terceirizando creches e
pré-escolas.
Nós estamos...
Tanto a vereadora Amélia como a vereadora Juliana estão em um movimento junto
conosco, a Apeoesp, para a gente segurar a municipalização, porque somos
contra, porque é princípio, porque é prefeiturização, é outra coisa.
E por quê?
Porque terceirizar creches de pré-escolas é não atender à demanda reprimida.
Porque, se terceiriza, passa para terceiro, primeiro que, para mim, vai para um
caminho inconstitucional.
A minha
assessoria está dando conta disso, a da vereadora Amélia também, e a da
vereadora Juliana também, mas, quando faz isso, na verdade, sai da esfera do
Estado. Não, está no Estado, mas não está bem público.
Por quê? Quando
essa emenda constitucional foi aprovada, foi aprovada como política de Estado,
e, como política de Estado, teria que, na verdade, nós estarmos regulamentando
isso por uma PEC e, ao mesmo tempo, pegar o Plano Estadual de Educação, que eu
tive a honra de ver aprovado quase por unanimidade nesta Casa...
Porque esse
Plano Estadual de Educação que está hoje pautado na Comissão de Educação - tão
logo eu assumir a Comissão de Educação - ele tem lá o regime de colaboração.
Nós vamos
avançar quando o regime de colaboração se tornar a vértebra do diálogo Estado,
Município e União. Por isso, eu fiz parte do Conselho Nacional de Educação, do
Fórum Nacional de Educação e das conferências nacionais e estaduais de
Educação, que constituíram o Plano Nacional de Educação.
E aqui no
estado de São Paulo, nós construímos um fórum e tem o Plano Estadual de
Educação, que podemos falar dele com dignidade.
Agora, a
vértebra é essa. A vértebra para a gente colocar em prática o financiamento, a
qualidade de ensino, a valorização dos profissionais da Educação, enfim, a
formação dos profissionais em Educação, o piso salarial do profissional
nacional, tão duramente debatido pelo meu sindicato, a Apeoesp, que foi uma
luta sindical, foi, se não, o Gumercindo Milhomem Neto, ex-presidente da
Apeoesp, que inscreveu na Constituição, deputada Adriana Borgo.
Virou uma
realidade nacional no governo Lula, no primeiro ano do governo Lula, e hoje nós
temos o piso, que era chamado de pisinho, e hoje todo mundo requer, mas viu que
o piso deu certo. Nós temos hoje o piso da enfermagem, por exemplo.
Então, por essa
razão, nós temos que pensar no todo, no 424... Portanto, voto contra o 424, a
favor do substitutivo de autoria do deputado Maurici e demais deputados que são
os signatários. Retirei o meu, mas, ao mesmo tempo, acenando que não dá conta
essa norma jurídica.
Por outro lado,
fechando aí a história de São José dos Campos, digamos que, se o movimento não
lograr êxito, o governo municipal vai ganhar mais 40 milhões, e não fez nada
com 88 milhões. Para que tem servido o mesmo? É isso o que está acontecendo lá.
Então, quer
dizer, nós estamos voltando a um tempo em que tudo que nós fizemos, em termos
de dar uma concepção de Educação Básica, valorizar, trabalhar a qualidade de
ensino, não fragmentar...
Então, por
isso, o regime de colaboração, que é o Art. 26 da Constituição Federal, tem que
se tornar realidade e, agora, com a eleição do presidente Lula, eu tenho
certeza que isso será realidade, porque foi objeto de debate nas conferências
nacionais, estaduais, municipais e intermunicipais de Educação que eu tive a
honra de participar como presidente da Apeoesp, como professora, como membro do
Conselho Nacional de Educação, enfim, com todo aquele movimento lindo por
educação pública de qualidade que tivemos no período de 2012 até 2014, quando
tivemos a última Conferência Nacional de Educação.
Para terminar
ainda, só para ilustrar, a municipalização é tão estranha que, por exemplo, São
José dos Campos está municipalizando 17 escolas, São José do Rio Preto quer
entregar 13 escolas. Por quê? Por óbvio, a população numerosa que é o ensino
fundamental tende a ter um custo maior, então, o município não aguenta.
Mas não é essa
a discussão que eu quero fazer, é a de como é que mais recursos vão para que a
gente garanta a escola pública de qualidade, desde a educação infantil até o
ensino médio e todas as modalidades de ensino.
Também, que o
governo que ora inaugura a terceira edição do presidente Lula com certeza
garanta o financiamento também das universidades, acabe com essa pouca vergonha
aí de não ter dinheiro nem para pagar a luz, nem nada, porque estão faltando
recursos nas universidades.
E, sim, o
investimento do Produto Interno Bruto, e que voltem à pauta os royalties do
pré-sal, para que a gente tenha aí, no futuro, uma educação que passe a ser
referência mundial, porque este País tem condições. Nós temos condições, sim,
de ter uma educação pública no estado de São Paulo.
Quero dizer
para o governo que ora toma posse aqui no estado de São Paulo, no 1º de janeiro,
que, por favor, ouça os educadores, abra uma mesa permanente de Educação,
reveja esse subsídio que virou salário de professor, porque, lamentavelmente,
foi uma cacetada na cabeça do professor.
Parabenizar
todos os deputados e deputadas, mais uma vez, que votaram pelo PL da Casa.
Cumprimentar o deputado Carlão Pignatari por ter pautado esse PL, porque foi,
sem dúvida, uma ação muito grande deste Parlamento e merece aplausos de todo o
funcionalismo público, que junto lutou, mas teve que ter aí as ações.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não havendo
oradores inscritos, está encerrada a discussão.
Há sobre a mesa o Requerimento de
Método de Votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que forem... Pode...
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputada Marina.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - Eu gostaria de
encaminhar pela Rede Sustentabilidade.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Encaminhar
pela liderança da REDE.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - Boa
tarde a todas e todos os colegas aqui presentes. Quero começar parabenizando a
todas e todos que foram reeleitos, parabenizando a todas e todos pela campanha
realizada. Acho que fazia tempo que eu não via alguns dos aqui presentes.
Dizer que é
muito importante estarmos aqui hoje, nesta sessão, falando sobre um projeto
como o ICMS Educacional, talvez um dos projetos mais importantes que esta Casa
vá aprovar e, talvez, uma das discussões mais importantes que a gente tem para
fazer frente aos alunos, frente às crianças, frente ao futuro do nosso Estado.
Esse é um
projeto que não é uma criação do Governo do Estado de São Paulo. É um projeto
que já foi testado em vários outros estados, que tem bastante sucesso no
resultado educacional, como em Ceará e Pernambuco, e mostra que é muito
importante a gente trazer critérios técnicos que incentivem a Educação para a
distribuição de recursos no Estado.
A gente vem
acompanhando, pelo mandato, esse projeto desde o começo, mas infelizmente eu
subo hoje aqui nesta tribuna para lamentar a oportunidade perdida pelo estado
de São Paulo de construir um projeto que fosse não só importante para a
educação paulista, mas também que tornasse o estado de São Paulo pioneiro na
primeira infância.
Eu e o meu
mandato trabalhamos muito com a sociedade civil, com vários técnicos, inclusive
com técnicos do Governo do Estado, para construir uma emenda que colocasse o
investimento na primeira infância como um dos critérios importantes na
distribuição dos recursos do ICMS. Por quê?
Porque investir
nas crianças dos zero aos seis anos é investir na fase mais importante do
desenvolvimento humano. E não sou eu que estou dizendo, são os grandes
economistas e os grandes estudos do mundo que provam que cada real que o estado
coloca nessa faixa etária traz sete reais de retorno nas melhores condições de
vida em toda a vida dessa pessoa.
James Heckman,
prêmio Nobel de economia, provou isso. E essa era a oportunidade que a gente
tinha aqui no estado de São Paulo. Uma oportunidade única de colocar
investimentos na primeira infância como um critério para receber recursos a
partir de uma lógica da Educação, a partir de uma lógica de que se a gente tem
um investimento na primeira infância, se a gente tem creches de qualidade, se a
gente tem um primeiro ciclo do ensino básico de qualidade, colocando o
desenvolvimento delas como prioridade, a gente vai ter uma alfabetização mais
fácil, mais consistente, a gente vai ter melhores resultados educacionais ao
longo da vida inteira daquela criança.
Essa era a
chance que o estado de São Paulo tinha de ser pioneiro. Nós construímos essa
emenda e, infelizmente, o Governo do Estado de São Paulo e esta Casa não
colocaram como prioridade e a gente perde hoje a oportunidade de colocar São
Paulo como estado pioneiro no investimento à primeira infância dentro de uma
lógica de um projeto de ICMS educacional.
Feita essa
ressalva e dizendo que sinto muito mesmo por esse ponto, quero parabenizar aqui
também a todos que se envolveram nesse projeto, seja a Comissão da Educação do
Congresso Nacional, que obrigou e colocou como emenda constitucional os
critérios técnicos para distribuição do ICMS com foco na Educação.
Essa foi uma
emenda importantíssima e parabenizo todos os deputados federais que se
articularam nessa construção. Professor Israel, deputada Tabata, professora
Dorinha, foram muitas as articulações feitas, a gente acompanhou por aqui.
Quero
parabenizar vários deputados desta Casa que trabalharam para melhorar,
Professora Bebel, professor Giannazi, que trouxeram contribuições, deputado
Daniel, que trabalhou pelo ICMS desde o começo.
Quero
parabenizar a sociedade civil, o Instituto Natura, a Fundação Lemann que eu não
sei se se envolveu ou não, já estou chutando, não sei. Mas o Instituto Natura,
o Instituto Ayrton Senna, que eu sei que se envolveram e participaram para a
contribuição, e o Governo do Estado, que trabalhou.
Quero
parabenizar um time que fez um trabalho importantíssimo, Luís Miguel, que se
mobilizou para a aprovação, para a garantia dos critérios técnicos na Educação,
e dizer que é assim que a gente vai melhorar a Educação neste País, colocando
ela como prioridade, com uma articulação ampla, com critérios técnicos e com
articulação para que a gente consiga as aprovações necessárias.
Eu me coloco ao
lado dessas pessoas na aprovação desse projeto hoje, entendendo que é fundamental
que a gente garanta o recurso do Fundeb para o estado de São Paulo, que a gente
garanta os critérios técnicos para a Educação e ampliação do investimento na
Educação com garantia em critérios e resultados para recebimento de recurso.
Só lamento,
mais uma vez, a gente ter perdido a oportunidade de colocar a primeira infância
dentro dessa equação, garantindo pioneirismo no estado de São Paulo e uma
revolução na vida dessas crianças paulistas.
Reitero aqui o
meu compromisso com a Educação, reitero o meu compromisso com critérios
técnicos, dados e evidências e com as crianças do estado de São Paulo.
Obrigada,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado,
deputada.
As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados
que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o
requerimento.
Em votação o projeto salvo emendas e
substitutivos. Sras. Deputadas e Srs. Deputados que forem favoráveis queiram
conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado e prejudicado o substitutivo
nº 2.
Em votação a emenda apresentada no
parecer nº 497, de 2022, pelo relator especial pela Comissão de Constituição,
Justiça e Redação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis
queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Em votação, englobadamente, as emendas
1 a 27, com parecer contrário do relator especial para a Comissão de
Constituição, Justiça e Redação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que
forem contrários queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Pela Ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputada Monica.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Declarar voto
contrário ao projeto, da bancada do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputada
Monica Seixas declara voto contrário da bancada do PSOL.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Eu quero declarar
voto contrário da bancada do Partido dos Trabalhadores. Votamos favoravelmente
ao substitutivo nº 2.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Registrada a
manifestação da deputada Márcia Lia declarando voto contrário da bancada do
Partido dos Trabalhadores e favorável ao Substitutivo nº 2.
O
SR. DANIEL JOSÉ - PODE - Pela ordem,
presidente. Só uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputado. Uma comunicação.
O
SR. DANIEL JOSÉ - PODE -
PARA COMUNICAÇÃO - Queria agradecer aos colegas deputados pela aprovação deste
projeto, que é um projeto extremamente importante para o futuro da Educação
paulista.
É fruto de uma
discussão de muitos meses, de muitos anos até. Desde o começo de 2019 tenho me
debruçado e me dedicado a este projeto. Tenho me esforçado muito para fazer com
que ele chegasse ao dia de hoje, finalmente, sendo aprovado e se tornando lei
logo mais.
A gente tem um
desafio enorme de melhorar a Educação no estado de São Paulo e no Brasil e,
para isso, a gente precisa de medidas técnicas, baseadas em evidências, que
propiciem os resultados que vão empurrar a Educação brasileira para frente. Os
alunos aprendendo mais, a gente tendo a redução do abandono escolar.
Esse projeto do
ICMS Educacional é um dos projetos que esta Casa pode aprovar e que tem a maior
possibilidade de impactar a Educação a médio e longo prazo. Estou superfeliz
com o dia de hoje.
Para todo mundo
que defende a Educação, hoje é um dia extremamente importante. Possivelmente, é
o projeto mais importante que a Assembleia já aprovou para a Educação a nível
municipal no Brasil.
Como eu disse,
desde 2019 tenho me debruçado, me dedicado a esse assunto. A gente evoluiu
muito com o apoio do Banco Mundial, com o apoio do Instituto Natura, da
Secretaria da Educação.
Em especial,
queria agradecer ao secretário Rossieli Soares pela parceria, pelo trabalho
técnico em conjunto durante esses anos, e também a Secretaria de Planejamento
do governo. Enfim, muita gente se envolveu nesse projeto, muita gente se
dedicou para que ele chegasse ao dia de hoje.
Se tem uma
coisa que tenho certeza é de que, com a aprovação deste projeto, o Ideb do
estado de São Paulo, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do Estado
de São Paulo, vai melhorar nos próximos anos e décadas.
A gente vai ter
milhões e milhões de crianças que, daqui a cinco, dez, quinze anos, vão ter uma
qualidade de ensino melhor, vão abandonar menos as escolas, muito por conta
desse trabalho realizado com tantas mãos, com tantas pessoas que se dedicaram
muito para que ele chegasse ao dia de hoje, aprovado.
Estou muito
feliz. Para mim, é o resultado que coroa um trabalho imenso de muita gente para
que as próximas gerações tenham uma Educação de qualidade, tenham uma Educação
melhor.
Então,
parabenizo a todos os colegas deputados, todos os que se envolveram no projeto,
porque esse é um dos poucos projetos aprovados nesta Casa que têm um impacto
tremendo na vida de milhões de pessoas.
É um projeto
que tem impacto positivo para a vida de milhões e milhões de crianças e jovens
que estudam nas redes municipais do Estado.
Obrigado,
presidente. Parabéns a todos.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado,
deputado Daniel José. Uma comunicação para a deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu vou respeitar a posição do deputado Daniel José, mas ele
sabe que o impacto na Educação não vai melhorar com esse PL. Muito pelo
contrário: vamos ter uma perda nos grandes municípios e eu gostaria que ele
ficasse no Brasil para ele ver o resultado disso que vai acontecer.
Por quê?
Primeiro que qualidade da Educação não é fita métrica. A gente não mede dessa
forma. A gente mede valorizando... Veja bem: nenhuma palavra em prol da
valorização dos profissionais da Educação, como se a Educação fosse algo que acontecesse,
acontecesse, acontecesse naturalmente. Não é.
Depois de
aprovado aquele subsídio, depois de retirados todos os direitos dos professores
e professoras, acreditar que essa mera aprovação desse 424 vai resolver, vai
garantir a qualidade do ensino, desculpe, é ver a Educação de binóculos.
Eu sou
favorável, sim, à qualidade da Educação, mas sob a ótica em que acredito, da
forma como acredito, da forma que eu acho que os estudantes e as estudantes têm
direito de serem acolhidos nas escolas. Não tem projeto arquitetônico nas
escolas.
Se avaliação
adiantasse, então por que o Ideb não cresceu com a promoção de mérito que foi
implantada na forma de avaliação aqui no estado de São Paulo? Ah, esqueci:
porque os professores são bêbados.
Lamentavelmente,
essa é uma visão, mas não é verdade. Esses professores são guerreiros. Esses
professores, na verdade, eles fazem a educação acontecer apesar das péssimas
condições de trabalho que têm.
Por último, Sr.
Presidente, peço encarecidamente para que o senhor, lá no Palácio, coloque em
aprovação o alongamento aí dos contratos dos professores categoria “O”, porque
senão são 40 mil professores a menos. E aí, como é que a qualidade da educação
vai acontecer? “De jeito maneira”.
Então muito
obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado,
Professora Bebel. Um momentinho só, Daniel José. Eu vejo sobre a categoria “O”,
deputada Professora Bebel: o governo está com o projeto pronto para encaminhar
para a gente.
Tem um parecer da Procuradoria que esse
projeto não pode ser encaminhado este ano, que é ano eleitoral, do que eu
discordo. Então nós estamos procurando um outro parecer, para que a gente possa
votar.
São 51.700 professores que seriam
desligados agora no dia 31. Nós estávamos querendo prorrogar até dezembro de
2023, para que o próximo governo, no ano que vem, resolveria fazer sobre isso.
Então nós estamos tentando ainda isso, para que a gente possa fazer.
Sobre o projeto ICMS Educacional, eu
acredito que tudo o que a gente puder fazer para melhorar, eu acho que isso é
uma ferramenta, uma ferramenta nova, para tentar melhorar.
Não que isso vai resolver todos os
problemas da educação, mas que eu tenho certeza que vai avançar a educação aqui
no estado de São Paulo.
Pois não, deputado Daniel José.
O
SR. DANIEL JOSÉ - PODE
- PARA COMUNICAÇÃO - Não, só uma comunicação também, para dizer que educação se
mede, sim. A qualidade de ensino se mede por aprendizagem, por fluxo escolar.
Isso é um debate tão básico e tão óbvio que eu nem acredito que a gente tenha
que discutir aqui. Esse projeto é extremamente importante para a educação de
São Paulo, porque ele mexe nos incentivos, ele mexe no que motiva as pessoas a
progredirem.
Se o prefeito
quer ter uma cidade com mais recursos, com mais investimentos, ele vai ter que
trabalhar para melhorar a qualidade do ensino das suas escolas. Não é mais só
reformar escola ou cobrir a quadra da escola; é melhorar a aprendizagem do
aluno em Português, na Matemática, na alfabetização desse aluno.
É melhorar,
diminuir o abandono escolar, que é um problema enorme, sobretudo depois da
época da pandemia, que impôs uma realidade muito dura em cima das famílias, e
muitas crianças e jovens se viram na obrigação de abandonar a escola para contribuir
para a geração de renda nas suas famílias.
Então vai fazer
parte do dia a dia do prefeito trabalhar cada vez mais para melhorar os
indicadores de aprendizagem. Tem gente que fala que educação não se mede, até
porque não sabe como se mede a qualidade da educação no Brasil.
Tem muita gente
que diz que defende a educação, mas não sabe explicar aqui no microfone como se
calcula o Ideb. Então tem gente que diz que defende professor, mas que não pisa
em uma sala de aula há 25 anos para dar aula e lecionar a crianças e jovens.
Então,
infelizmente, a gente tem no Brasil uma discussão e um debate de educação que
está na pré-história, e muito por conta disso a gente não tem uma educação de
qualidade. Por favor, deputada.
A gente tem no
Brasil uma discussão pré-histórica, e a gente tem parlamentares que defendem
coisas que estão completamente na contramão do que os melhores países do mundo
estão fazendo, e a gente tem que olhar, sim, e do que os melhores municípios e
estados do Brasil estão fazendo.
O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputado Daniel José.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. DANIEL JOSÉ - PODE - Para terminar, só mais dez
segundos. Esse é um projeto que começou no Ceará e que funcionou em 2007, e que
o candidato à presidência de alguns dos deputados daqui defendeu em campanha
presidencial, e aí, depois, como é aprovado por um governo como o apoio de
diversas organizações, aí ele passa a ser negativo.
Então,
infelizmente, a gente tem essa ironia no debate educacional no Brasil, mas a
gente vai seguir firme, porque a educação é uma prioridade e milhões e milhões
de crianças e jovens precisam aprender Português, Matemática, e ter uma vida
melhor.
Obrigado,
presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É o último
comunicado, para a gente não ficar fazendo discussão que não vai levar a nada.
Pois não, deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- PARA COMUNICAÇÃO - É sobre essa questão dos professores categoria “O”, que V.
Exa. fez um registro importante. É uma questão gravíssima essa, emergencial,
porque se ela não for resolvida, nós vamos ter um colapso no ano que vem, no
início das aulas do ano de 2023, porque nós não teremos 50 mil professores
trabalhando na rede estadual, os nossos alunos serão prejudicados e esses
professores.
Vossa
Excelência diz que o governo está preparando um projeto, buscando uma
alternativa para um parecer. Eu só queria registrar que eu tenho um projeto
pronto aqui, Sr. Presidente, o
PLC nº 24, de 2015.
Ele já foi
aprovado em todas as comissões com pareceres favoráveis, todos eles; ele já
está em Regime de Urgência, já foi aprovada a urgência há um tempo atrás; e ele
resolve essa situação.
Então, eu faço
um apelo: se o governo não encaminhar o projeto, que o nosso PLC nº 24/15 seja
aprovado. E ele já está em Regime de Urgência, só V. Exa. pautar que a gente
resolve a questão dos professores categoria “O”.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB – Obrigado,
deputado. Obrigado, deputado Giannazi. Pedir para alguém suspender dois
minutos, por favor.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Havendo
acordo, pedir a suspensão dos trabalhos. Dois minutos?
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Ok.
*
* *
- Suspensa às 17 horas e 46 minutos, a
sessão é reaberta às 17 horas e 50 minutos, sob a Presidência do Sr. Carlão
Pignatari.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento
Interno, convoco V. Exas. para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se
hoje, 10 minutos após o término desta sessão, com a finalidade de ser apreciada
a seguinte ordem do Dia:
*
* *
- NR
- A Ordem do Dia para a 37ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de
09/11/2022.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Esgotado o
objeto da presente sessão, antes, porém, lembrar que daqui a 10 minutos teremos
a próxima sessão extraordinária, às 18 horas.
Está encerrada a sessão.
*
* *
- Encerra-se a sessão às 17 horas e 51
minutos.
*
* *