20 DE OUTUBRO DE 2022
120ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: JANAINA PASCHOAL e CONTE LOPES
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - CONTE LOPES
Assume a Presidência.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - JANAINA PASCHOAL
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
9 - PRESIDENTE CONTE LOPES
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 21/10, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Janaina
Paschoal.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB
- Boa tarde a todos. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata
da sessão anterior e recebe o expediente.
Imediatamente abro o Pequeno Expediente
iniciando a leitura dos oradores inscritos, chamando à tribuna o deputado Jorge
do Carmo. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo.
(Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. Farei uso da palavra posteriormente.
Deputado Castello Branco. (Pausa.)
Deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputado
Major Mecca. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Rodrigo
Gambale. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Leci Brandão.
(Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.)
Deputado Marcos Damasio. (Pausa.)
Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.)
Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos.
(Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.
Vossa Excelência tem o prazo regimental
de cinco minutos.
O SR. CONTE LOPES - PL
- Ontem
estivemos na Zona Norte de São Paulo, em um evento com as mulheres que apoiam
Bolsonaro, e vi uma mãe, a Michelle Bolsonaro, chorosa, triste, chorando mesmo
pela politicalha. Alguém que ofende a filha da primeira-dama com o presidente,
no seu dia de aniversário. Uma coisa do outro mundo.
Olha, a gente
está disputando a eleição há tanto tempo. Eu já ganhei dez eleições, nunca vi
essa coisa. Que coisa absurda. Como alguém ofende uma menina que está fazendo
15 anos de idade? E a gente vê a mulher do presidente chorando, ali, na frente
de todo mundo, atingida, ofendida. Realmente, é o fim do mundo. Onde que a
gente chega?
Vamos parar
para pensar. Vamos parar para pensar. Quem quer que ganhe as eleições, o outro
dia é o outro dia. À noite estivemos também, junto com Tarcísio de Freiras e a
própria Michelle, em outro evento na Zona Norte, na Associação dos Oficiais da
Polícia Militar.
E lá, quando
Tarcísio fala a respeito de Segurança Pública - eu nem tinha usado a palavra,
eu estava lá - milhares de pessoas começaram a gritar “Rota na rua”. O Povo
gritando “Rota na rua”.
Então, veja a
falta de Segurança. Mas tudo bem, não estou fazendo política aqui não. Em
seguida, acabou, desci lá para cumprimentar o pessoal, e se aproxima um
candidato a deputado estadual pelo PTB, e ele me relatou - vou dizer aqui, na
frente dos jornalistas, do Felipe, que trabalha comigo, e do Marcos - o que ele
passou em Paraisópolis, onde a caravana lá do Tarcísio de Freitas foi atacada,
o que ele passou lá.
Ele falou para
mim assim: “olha, deputado, eu fui levado para a laje. Os bandidos do PCC...”.
É um professor, é um educador. “Me levaram para laje, porque eu estava
distribuindo material, e eles chegaram lá e falaram que eu não podia fazer
aquilo. Mas eu disse para eles que eu nasci aqui, eu sou da comunidade, eu sou
de Paraisópolis”.
Eles falaram:
“não interessa, o nosso partido, que a gente apoia aqui é outro, é o PT, não
são seus candidatos. Então, aqui você não vai poder fazer”. E só não morreu
porque ele nasceu lá.
A que ponto que
nós estamos chegando? A que ponto nós estamos chegando? E você, da periferia de
São Paulo, preste bem atenção no que você está pensando, no que você está
fazendo.
Talvez a
campanha não chegou em você porque muita gente tem medo mesmo de ir para
determinados locais. Agora, não é de hoje, e não estou falando de PT, de Lula,
de Haddad, de Tarcísio. Estou falando que há muito tempo isso está acontecendo
em São Paulo.
Para ir em uma
visita a Paraisópolis, junto com o Alckmin, que hoje é vice do Lula, e o Serra,
tiveram que pedir autorização. Eu estava lá. Pediram autorização para o crime,
àquela época, eu ouvi os papos.
Inclusive, até,
deputado Giannazi, eu fui até ameaçado lá. “Esse cara é da Detenção”. Eu não
sou da Detenção, quem era da Detenção era o deputado Ubiratan, já falecido,
morto.
Mas, na cara
dura. Tem que pedir autorização para entrar na periferia de São Paulo. Então,
você, da periferia, pense bem também. Viu, querido? Você tem mulher, você tem
filho, você tem família. Não acredite no crime. Desde molequinho, que eu lia
gibi, está escrito lá. Não existe honra entre bandidos. Não existe honra. Não
confie em bandido, não.
Não estou
falando de politicagem. Só estou falando isso. Não confie em bandido. Não
acredite que bandido vai saber onde você votou, em quem você votou. Isso não
existe.
Então, use o
seu direito de voto. Vá votar e use seu direito de voto. Agora, é o fim do mundo
fazer isso com um professor em Paraisópolis. Levar, como ele falou para mim,
para a laje. Estou dando testemunho porque ele estava comigo, porque ele era do
PTB e não pôde fazer.
“Aqui você não
faz, e nem na periferia, faz onde você quiser”. E o cara não pôde fazer
campanha. Onde nós vamos chegar então? Não estou falando de partido político,
estou falando do que acontece em São Paulo, infelizmente.
Muitas
pessoas... nós fomos para a periferia e disseram: “Aqui você não entra” e “Vá
embora”. Pô, o que é que é isso? Agora, fica para os nossos governantes, porque
todo mundo vem falar que faz e, depois, sai correndo, não é?
Então, eu estou
cobrando, como eu estou cobrando há mais de 30 anos. Vou colocar aqui que eu
vim para a política há 30 anos atrás, em 86, porque eu fui tirado da Rota,
porque eu combati o crime e fui colocado no Hospital Militar.
Por isso que eu
me candidatei e ganhei dez eleições já; foi por isso que eu entrei no mundo da
política, senão, não teria entrado. Tenho voto, porque eu ajudei o povo e
ajudo, só isso.
Agora, é o fim
do mundo nós termos regiões em São Paulo em que você não pode entrar com uma
campanha política, porque os caras não deixam. O bandido não deixa, porque o
candidato não é o dele, ele quer o candidato dele. O que é que é isso? Agora,
fica aí para aqueles que se elegerem, que estão se elegendo. Tomem uma atitude
com relação a isso.
Obrigado, Sra.
Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sr. Deputado. Chamo à tribuna a deputada Analice Fernandes.
(Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco
minutos.
Eu peço, por favor, ao deputado Conte,
se puder assumir a Presidência, porque depois eu vou fazer o uso da palavra.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público
aqui presente, telespectador da TV Assembleia.
Primeiramente,
entre os vários assuntos que eu quero abordar hoje aqui, na tribuna da
Assembleia Legislativa, o primeiro deles é sobre o concurso realizado aqui no
estado de São Paulo para dois cargos importantes e estratégicos para a São
Paulo Previdência, para que nós possamos ter agilidade nos processos de
aposentadoria dos nossos servidores.
*
* *
- Assume a
Presidência o Sr. Conte Lopes.
*
* *
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu me refiro aqui aos cargos de
analista em gestão previdenciária e, também, de técnico em gestão
previdenciária da São Paulo Previdência. O concurso foi realizado. Inclusive,
foi aprovada uma lei, um projeto de lei aqui, neste plenário; o projeto foi
sancionado e virou lei, é uma lei.
No entanto, até
agora, o Governo está com uma lentidão enorme para fazer a chamada desses
cargos. Então, nós temos as pessoas aprovadas nesses dois cargos. Nós
realizamos o concurso público, a lei foi aprovada, com dotação orçamentária.
Nós temos a necessidade urgente de que esses cargos sejam preenchidos.
Como eu disse,
nós acompanhamos os processos das aposentadorias e das pensões dos nossos
servidores em geral - de todo o funcionalismo público estadual e, sobretudo, da
nossa categoria, que é a categoria da Educação, do Magistério, dos gestores, do
QAE e do QSE - e demora muito a aposentadoria, porque há toda uma burocracia e
falta de funcionários nas várias estruturas do Estado - nas diretorias de
ensino, na Secretaria da Educação e também na própria São Paulo Previdência.
Então, é muito
importante que o Governo faça a chamada imediata de todos esses cargos, de
todas as vagas que devem ser preenchidas.
Por uma questão
de segurança, para o Governo não dizer que não tem orçamento, eu já apresentei
uma emenda ao Orçamento de 2023. Apresentei a Emenda nº 74, que disponibiliza
esses recursos para que a São Paulo Previdência, através da Secretaria da
Fazenda, faça a chamada imediata de todos os aprovados nesses dois cargos,
analista em gestão previdenciária e técnico em gestão previdenciária, dois
cargos, como eu disse, estratégicos para o funcionamento da São Paulo
Previdência.
Faço aqui este
apelo, este pedido e esta exigência à São Paulo Previdência, à Casa Civil: que
autorizem imediatamente a chamada dos aprovados. Está a emenda aqui, Emenda nº
74.
Já peço o apoio
de todos os 94 deputados e deputadas para que a Emenda nº 74 seja aprovada e
nós possamos ter esses servidores contratados, chamados imediatamente, porque
eles entraram pela porta da frente, eles prestaram concurso, estudaram,
sacrificaram as suas vidas, o tempo com as suas respectivas famílias. Então, o
governo estadual tem que fazer imediatamente a chamada.
Nós estamos
hoje aqui com a comissão, que está conversando com os deputados e com as
deputadas, trazendo essa preocupação. Então, é algo que todos nós defendemos.
Eles precisam
entrar nesses cargos, a São Paulo Previdência precisa, e os servidores em geral
também, porque uma das principais reclamações que recebemos aqui na Assembleia
Legislativa, em nossos gabinetes, há muitos anos, é a lentidão, o atraso.
Tem gente que
demora quatro ou cinco anos para conseguir uma aposentadoria, mesmo tendo
direito. Ela fica anos esperando o processo, porque faltam funcionários na
estrutura administrativa, principalmente, da São Paulo Previdência.
Então, está
aqui, olha, secretário da Fazenda, Casa Civil, Emenda nº 74. Espero que V.
Exas. liberem essa emenda para que ela seja aprovada aqui no Orçamento e que V.
Exas. façam a chamada imediata.
Então, contem
com o nosso apoio. Tenho certeza de que a Assembleia Legislativa apoia também
essa chamada, porque vai beneficiar não só os servidores em geral, não só as
pessoas que foram aprovadas, mas toda população será beneficiada com a chamada
desses dois cargos importantes para a São Paulo Previdência.
Eu volto na
próxima chamada, Sr. Presidente, porque tenho que falar sobre vários outros
assuntos. Eu gostaria só, Sr. Presidente, que cópias do meu pronunciamento
fossem encaminhadas à São Paulo Previdência, à Casa Civil e também ao
secretário da Fazenda para que essas providências sejam tomadas imediatamente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Serão tomadas as providências cabíveis pela
Presidência da Casa.
Continuamos com a relação dos
deputados. Nobre deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.) Nobre deputado Enio Lula
Tatto. (Pausa.) Nobre deputada Carla Morando. (Pausa.) Nobre deputada Marta
Costa. (Pausa.) Nobre deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Nobre deputado
Carlos Cezar. (Pausa.)
Lista suplementar. Deputado Jorge
Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. Vossa
Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento todas as pessoas que nos acompanham, V.
Exa., Sr. Presidente, visitantes, colegas deputados, Srs. Funcionários.
Hoje pela manhã
tive a oportunidade de visitar a sede da Univesp, que é a Universidade Virtual
do Estado de São Paulo. A sede da Univesp fica na Cidade Universitária; porém,
são muitos os polos distribuídos por vários municípios do nosso estado.
É uma
universidade que, sob o ponto de vista didático, ou seja, as aulas são
ministradas de forma exclusivamente virtual, porém as provas são feitas
presencialmente nesses muitos polos.
O vestibular é
realizado de forma vinculada a esses mesmos polos e é uma universidade que
acabou incluindo muitas pessoas, incluindo pessoas com deficiências, incluindo
pessoas de poder aquisitivo menos favorecido, incluindo pessoas de grupos mais
vulneráveis.
Muitas vezes
são feitas análises sobre a inclusão de pessoas negras, de mulheres pelas
universidades públicas, conforme as cotas, mas sem levar em consideração a
Univesp, que comparativamente é muito mais inclusiva.
Eu decidi fazer
essa visita por pedido, na verdade. Houve uma solicitação do presidente do
diretório acadêmico da Univesp. O presidente e a vice-presidente, ambos me
visitaram aqui no gabinete, preocupados com a transição para o próximo governo.
É até curioso,
porque esses estudantes vieram dizer o seguinte: “Janaina, a USP é muito
visível, a Unesp é visível, a Unicamp é visível, porque elas são palpáveis,
elas têm prédios, têm um corpo docente já sedimentado, têm um corpo discente
que se encontra, têm centros acadêmicos, têm diretórios concretos. A Univesp
tem um número de alunos até maior, mas ela não é visível”.
Então esses
representantes do corpo discente vieram trazer ao meu gabinete o temor de a
universidade em alguma medida sair prejudicada com a troca de governo. Eles
inclusive verbalizaram, trouxeram de maneira muito concreta a seguinte
preocupação: em regra a esquerda tem resistência frente ao ensino à distância.
É do pensamento
esquerdista que o ensino à distância tira postos de trabalho, tira cargos, que
é um pensamento, com todo respeito, ultrapassado, porque na verdade o que nós
fazemos mediante o ensino à distância e até mesmo pela Medicina à distância é
aumentar o acesso, mas ainda existe esse preconceito.
Então os alunos
verbalizaram essa preocupação com a hipótese da vitória da esquerda, mas eles
também trouxeram a preocupação diante de uma possível vitória da direita,
porque segundo eles o candidato da direita quando perguntado sobre as
universidades disse que não ia falar sobre detalhes naquele momento. Então o
que eu disse a eles?
Eu falei:
“Independentemente de quem será o vencedor dessa disputa, eu não só como
deputada, mas como professora universitária tenho a preocupação de garantir a
manutenção desse modelo, que é um modelo que deu certo”.
Então eu fui
fazer essa visita àquele que seria o reitor da Univesp, só que diferentemente
da USP, da Unicamp e da Unesp, na Univesp a denominação não é de reitor, é de
Presidente.
E hoje eu fui
recebida - muito bem recebida, por sinal - pelo presidente da Univesp, que é um
professor da Unicamp, professor Rodolfo Jardim Azevedo. Fez uma apresentação
muito minuciosa do trabalho da universidade, sobre o crescimento da
universidade nos últimos anos.
Realmente foi
um trabalho primoroso em termos de alcance, em termos de capilaridade da
Univesp, chegando em muitos municípios - municípios grandes, médios e sobretudo
municípios pequenos -, municípios que não teriam condições de disponibilizar
vagas em universidades presenciais públicas ou privadas, municípios distantes
até de outras cidades em que há universidades.
Então essa
sistemática da Univesp possibilitou parcerias com prefeitos de cidades
inclusive muito pequenas para montarem polos e o modelo Univesp garante que
sejam abertos polos inclusive pequenos para dez alunos fazerem provas ali
presencialmente.
Então houve uma
universalização desses vestibulares de forma que pequenos municípios podem ter
suas licenciaturas em Matemática, em Letras, em Pedagogia, uma gama
significativa de cursos na seara da Computação, Ciência de Dados, até
Engenharia de Produção, com planos de extensão de uma série de outros cursos
nos mesmos eixos ou em novos eixos.
Eu cheguei a
sugerir a abertura do eixo do Direito, por que não? Nós precisamos mudar
mentalidades. Para além do acesso à educação de Ensino Superior, nós temos dois
pontos a destacar nesse modelo da Univesp. Primeiro, os baixos custos. Nós
estamos agora estudando, Sr. Presidente, o Orçamento.
O Orçamento
previsto para a Univesp para o ano que vem é de um pouquinho mais de 150
milhões para o ano inteiro. Quando nós olhamos para os Orçamentos previstos
para as universidades físicas, todos são superiores a cinco bilhões para o ano
inteiro.
Quando nós
comparamos o número de alunos alcançados, o da Univesp é maior do que a
Unicamp; é equivalente ou um pouco maior do que o da Unesp e já está igual ao
da USP, com potencial para crescimento. Com isso eu não estou aqui advogando de
maneira nenhuma que nós abandonemos o modelo de universidade presencial e
adotemos apenas o modelo à distância; não é isso.
Eu sei que as
presenciais têm uma gama de outros cursos, uma enorme disponibilidade de
cadeiras e de cursos. Porém, é importante que nós não abramos mão do que já foi
conquistado, do que já foi fortalecido nos últimos anos, do que precisa
crescer.
E além desse
acesso à Educação de ensino superior, tem uma questão importantíssima, que é
capacitar pessoas para os municípios pequenos nos municípios pequenos, com
maior chance de permanência nessas suas cidades natais.
Eu acredito que
todos os colegas deputados, ao visitarem as médias e pequenas cidades, ouviram
de prefeitos e vereadores o seguinte diagnóstico: “Doutora, nós aqui temos, ou
deputado ou deputada, vagas de trabalho, chegou uma empresa, chegou uma
indústria, chegou um hotel, mas nós não temos mão de obra qualificada”.
Então a
Univesp, ela está ajudando os municípios a formarem mão de obra qualificada nos
próprios municípios, para ficarem lá. E eles já têm medição dessas conquistas.
Então por que
eu estou trazendo isso aqui no plenário e até exorbitei meu tempo, agradeço ao
Sr. Presidente: para que São Paulo conheça esse trabalho, para que São Paulo
saiba que nós somos modelo para o resto do País e até para vários outros países
no mundo, para que seja quem for o governador eleito, esse modelo não seja
abandonado por questões ideológicas, por desconhecimento, por preconceito, seja
lá o que for.
Então eu me
voluntariei a acompanhar esse processo de transição, a defender essa conquista,
e a garantir que questões políticas não prejudiquem essa importante realização
do estado de São Paulo, que é a Universidade Virtual.
Peço
encarecidamente aos deputados reeleitos e eleitos para seguirem trabalhando
nesta Casa, que façam visitas técnicas, também, à Univesp; que se apropriem
dessa conquista, para que possam trabalhar na condição de parlamentares. Eu
trabalharei, na condição de professora, por sua manutenção.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Continuamos.
Nobre deputado Castello Branco. (Pausa.) Nobre deputado Agente Federal Danilo
Balas. (Pausa.) Nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Nobre deputado Carlos
Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, de volta à tribuna no dia de hoje,
quero aqui fazer uma denúncia gravíssima, por conta de duas notícias que se
relacionam profundamente.
Primeiro, a
Secretaria de Infraestrutura e do Meio Ambiente abriu uma concorrência pública,
a Concorrência nº 1, de 2022, para privatizar áreas ambientais. Eu me refiro
aqui às estações experimentais de Itirapina e a de Itapeva, e três florestas do
estado de São Paulo, três florestas estaduais: a de Águas de Santa Bárbara, a
de Angatuba e também a de Piraju.
Ou seja, o
governo estadual, o PSDB, vai dando sequência à sua privataria tucana, faz
parte do DNA ainda do PSDB. Ele vai entregar essas áreas ambientais para a
exploração predatória de eucalipto e pinus. Olha o absurdo.
São áreas de
pesquisa, áreas de manejo do estado de São Paulo, e o PSDB vai abrir. Tem essa
concorrência pública, os envelopes serão abertos no dia 17 de novembro. Olha
só.
Essa é a
primeira notícia, que eu já tinha denunciado, inclusive. Há uma ação civil
pública do Ministério Público contra essa iniciativa, eu acionei a Comissão do
Meio Ambiente, convocando o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente.
E também nós
estamos acionando o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo contra essa
licitação, contra essa concorrência pública. É um absurdo entregarem áreas
ambientais, áreas de pesquisa, para a plantação, minha gente, para a exploração
de eucalipto. Olha a destruição que vai ser dessas áreas ambientais, áreas do
estado de São Paulo, do povo do estado de São Paulo.
A outra notícia
que tem relação, com certeza, com essa concorrência é que o ex-governador
Doria, que inclusive saiu - me parece - ontem do PSDB, anunciou a sua saída, ele
agora é - olha só como as coisas vão se relacionando - ele virou agora
consultor de uma grande empresa internacional, de uma multinacional de papel e
celulose. Essa empresa, Paper Excellence, é a empresa que ele está
representando no Brasil.
E essa
concorrência, essa iniciativa de entregar as florestas e as nossas áreas
ambientais já estava dada na gestão dele, antes de ele sair, e deu sequência
agora com o seu vice, que assumiu o governo, o Rodrigo Garcia. Então ele virou
consultor dessa grande empresa multinacional, empresa asiática, famosa no mundo
todo, que explora papel e celulose. Ele agora representa essa empresa aqui no
Brasil.
Então, para
nós, fica muito claro, Sr. Presidente, que é muito estranho. Não vou acusar
aqui, mas nós desconfiamos que as áreas serão entregues justamente para
exploração predatória, para beneficiar o empresário florestal, e não o meio ambiente,
e não a pesquisa, e não a preservação ambiental.
Isso aqui é
grave, Sr. Presidente. Até o Ministério Público está questionando essa
privatização, que eles chamam de concessão, por 15 anos. Vão destruir áreas
ambientais, a estação experimental de Itirapina, que é lindíssima.
Eu a conheço,
fui visitar, fiquei impressionado com a riqueza, com a biodiversidade que
existe lá. Ela será destruída para beneficiar os empresários florestais, que
vão ganhar dinheiro explorando o pinus e o eucalipto. Está aqui, Sr.
Presidente.
Então nós
exigimos a suspensão imediata dessa concorrência, que é contra o meio ambiente
do estado de São Paulo. Em plena crise climática do mundo, do Brasil e do
estado de São Paulo, o PSDB, o Rodrigo Garcia, o governador do estado, derrotado
na eleição, vai beneficiar empresas, o empresário florestal, os lucros desse
setor, em detrimento da proteção ambiental. Ele vai destruir o pouco que nós
temos de preservação no estado de São Paulo.
Então eu tomei
iniciativas aqui, já. Estou acionando o Tribunal de Contas com uma
representação contra essa concorrência e convocando na Comissão do Meio
Ambiente o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente. Esse nome é estranho,
Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente.
Para V. Exas.
verem como é desimportante para o governo o meio ambiente, porque o Doria,
quando assumiu o governo, colocou a Secretaria do Meio Ambiente, que existia,
como uma subsecretaria da Infraestrutura. Ele está mais preocupado com obras,
infraestrutura, do que com a defesa do meio ambiente. Virou uma secretaria
escanteada.
Também, Sr.
Presidente, para concluir esta primeira fase do meu pronunciamento, é sempre
bom lembrar que nós estamos lutando para recriar o que o Doria destruiu, o
Doria e o Rodrigo Garcia, esse governo destruiu. Ele extinguiu o Instituto
Florestal, extinguiu também o Instituto Botânica e o Instituto Geológico, que
são três institutos fundamentais nessa área ambiental, na pesquisa, no manejo,
na preservação ambiental do nosso Estado.
Esses três
institutos de pesquisa, que têm tradição, que têm uma folha de serviços
prestados para o estado de São Paulo e para o meio ambiente, foram extintos,
literalmente, pelo Doria e pelo Rodrigo Garcia. Agora nós estamos assistindo a
essa privataria tucana desenfreada, atacando novamente o meio ambiente.
E uma relação
estranha, porque o ex-governador virou lobista, virou representante, consultor
- minha gente - dessa empresa internacional Paper Excellence. Está aqui, a
“Agência Globo” deu a notícia. Estranhamente saiu a licitação, saiu a
concorrência pública agora, publicada no último dia 13, a Concorrência nº 1.
Está lá, no
“Diário Oficial”, está publicado no site esse documento. Então, no dia 17, eles
vão abrir os envelopes, e vão entregar as nossas áreas ambientais. Repito: as
estações experimentais, que é para pesquisa, de Itirapina, Itapeva. E três
florestas estaduais, que é nossa, que é do povo: Águas de Santa Barbara,
Angatuba e Piraju.
Mas nós faremos
a resistência. O Ministério Público entrou com um pedido para barrar esse
ataque ao meio ambiente. Nós também estamos tomando medidas aqui pela
Assembleia Legislativa de São Paulo, Sr. Presidente.
Era isso.
Muito obrigado.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, posso
fazer só mais um pronunciamento, antes do levantamento? Eu estou inscrito. Só
para finalizar.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Perfeito.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, fazendo um rápido comentário, nós
estamos acompanhando, logicamente, a tramitação do Projeto de lei Complementar
nº 43, que tem a autoria coletiva dos 93 deputados e deputadas.
Inclusive, foi
publicado ontem no Diário Oficial. Ontem mesmo, nós aprovamos o Regime de
Urgência. Parece que tem um acordo que ele seja votado rapidamente, provavelmente
na semana que vem.
Em tese, ele
levanta o confisco, ele revoga o confisco das aposentadorias e pensões. Isso, a
partir do dia 1º de janeiro de 2023. Logicamente, nós estamos apoiando o
projeto, porque é uma luta histórica que nós travamos, desde a publicação do
Decreto nº 65.021. E desde, também, da aprovação da Reforma da Previdência, em
2020.
Nós fomos
contra a reforma e contra o Decreto nº 65.021. Apresentei o PDL 22. Vossa
Excelência apoia o nosso projeto, a deputada Janaina também. Todo mundo se
irmanou na defesa, na luta, não de um PDL só, do meu, mas da luta contra o
confisco.
Mas o PDL
simbolizou e simboliza ainda essa luta. Porque ele teve o apoio, e tem o apoio
de 53 deputados que assinaram o requerimento para que ele seja pautado. Nosso
PDL 22 tem mais de 300 moções de apoio que foram debatidas e aprovadas em
Câmaras Municipais do estado de São Paulo.
O PDL está
pronto para ser votado, em Regime de Urgência. Já passou pelas comissões, tem
pareceres favoráveis. Tem até emenda do Governo, que legitimou ainda mais o
nosso PDL 22. “Mas, por que não vai votar o PDL 22?” O PDL está pronto para ser
votado. Agora nós vamos, logicamente, aprovar o PLC 43. Espero que ele seja
votado, e que ele seja sancionado.
Isso é
importante. Tem que ter sanção do projeto. Porque não adianta a Assembleia
Legislativa votar... Espero que tenha ocorrido, de fato, um acordo com o
Executivo, e que ele seja sancionado, não seja vetado pelo governo. Porque um
PLC pode ser vetado.
Agora, um PDL,
jamais. O PDL é um instrumento da Assembleia Legislativa. Ele é seguro nesse
sentido. Pode ser vítima de uma ação na Justiça, mas ele não pode ser revogado
pelo Executivo. Mas nós estamos também, logicamente, querendo aprovar esse
projeto, Sr. Presidente.
Mas, lembrando
que o nosso PDL vai ficar aqui, pronto. Se acontecer alguma coisa, o nosso PDL
está pronto para ser votado. O nosso PDL levanta já o confisco, agora, nesse
exato momento. O PLC acaba com o confisco, mas a partir de janeiro. Tem um
tempo ainda.
Mas eu quero deixar
clara a nossa posição. Nós vamos votar, nós defendemos também, assinamos o
projeto, logicamente, o PLC 43, de autoria coletiva. Mas o nosso PDL está
prontinho para ser votado. Está ali, como uma garantia. Se algo acontecer, nós
vamos querer pautar o PDL para revogar o confisco.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre
as lideranças, e não havendo mais nenhum parlamentar para fazer uso da tribuna,
eu solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental,
Sr. Deputado.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental,
sem Ordem do Dia. Está levantada a presente sessão.
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- Levanta-se a
sessão às 14 horas e 49 minutos.
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