19 DE OUTUBRO DE 2022
119ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: SEBASTIÃO SANTOS, JANAINA PASCHOAL e CARLÃO
PIGNATARI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - SEBASTIÃO SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - JANAINA PASCHOAL
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE SEBASTIÃO SANTOS
Convoca sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16
horas e 30 minutos ou 10 minutos após o término desta sessão.
4 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência.
5 - PROFESSORA BEBEL
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - SEBASTIÃO SANTOS
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - LECI BRANDÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - PROFESSORA BEBEL
Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos.
9 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Defere o pedido e suspende a sessão até as 16 horas e 30
minutos, às 14h36min.
ORDEM DO DIA
10 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h33min. Encerra a
discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao
PLC 43/22. Encerra a discussão e coloca em votação o requerimento de urgência
ao PL 592/22.
11 - JANAINA PASCHOAL
Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 592/22,
em nome do PRTB.
12 - RICARDO MELLÃO
Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 592/22,
em nome do Novo.
13 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de
urgência ao PL 592/22.
14 - JANAINA PASCHOAL
Solicita verificação de votação.
15 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de
votação, pelo sistema eletrônico.
16 - MILTON LEITE FILHO
Declara que a bancada do União Brasil está em obstrução ao
processo de votação.
17 - JANAINA PASCHOAL
Declara que a bancada do PRTB está em obstrução ao processo
de votação.
18 - MÁRCIA LULA LIA
Declara que a bancada do PT está em obstrução ao processo de
votação.
19 - RICARDO MELLÃO
Declara que a bancada do Novo está em obstrução ao processo
de votação.
20 - DIRCEU DALBEN
Declara que a bancada do Cidadania está em obstrução ao
processo de votação.
21 - MARTA COSTA
Declara que a bancada do PSD está em obstrução ao processo de
votação.
22 - GILMACI SANTOS
Declara que a bancada do Republicanos está em obstrução ao
processo de votação.
23 - DELEGADO OLIM
Declara que a bancada do PP está em obstrução ao processo de
votação.
24 - MONICA DA MANDATA ATIVISTA
Declara que a bancada do PSOL está em obstrução ao processo
de votação.
25 - ANALICE FERNANDES
Declara que a bancada do PSDB está em obstrução ao processo
de votação.
26 - BRUNO GANEM
Declara que a bancada do Podemos está em obstrução ao
processo de votação.
27 - LECI BRANDÃO
Declara que a bancada do PCdoB está em obstrução ao processo
de votação.
28 - MARCOS DAMASIO
Declara que a bancada do PL está em obstrução ao processo de
votação.
29 - JORGE CARUSO
Declara que a bancada do MDB está em obstrução ao processo de
votação.
30 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Anuncia o resultado da verificação de votação, que não atinge
quórum regimental, ficando adiada a votação.
31 - DELEGADO OLIM
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
32 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 20/10, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização da
sessão extraordinária, hoje, às 17 horas e 11 minutos. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Sebastião Santos.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS -
Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Começando a nossa lista dos oradores
inscritos no Pequeno Expediente, quero convidar a doutora deputada Janaina
Paschoal para fazer uso da tribuna pelo tempo regimental.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento a V. Exa. e
a todas as pessoas que nos acompanham, colegas deputados, senhores
funcionários. Ontem foi publicado um projeto de minha autoria, que ganhou o número
586, de 2022. E eu gostaria de explicar para a população do que trata este
projeto.
Todos vão se
recordar de matérias veiculadas pelos grandes jornais, dando conta de que
crianças e adolescentes sozinhos, sozinhos mesmo, estariam residindo no vão do
Masp.
A partir
daquela notícia, eu fiz uma série de reuniões e uma série de visitas a
secretários municipais aqui na capital, secretários estaduais, secretários
municipais também de outras cidades, até para avaliar se a situação estaria
restrita à capital ou se estaria presente também em outras cidades do estado de
São Paulo.
A situação
aparece em outras cidades, mas é mais - vamos dizer assim - significativa aqui
na capital. E realmente existem crianças e adolescentes morando sós nas ruas do
estado de São Paulo.
Que existem
crianças e adolescentes morando nas ruas, todos sabemos, porque passamos e
vemos famílias inteiras em situação de rua. Mas crianças e adolescentes sós,
muita gente não sabe.
E eu não estou
falando de crianças e adolescentes que, em algum período do dia, transitam sós,
porque isso é natural: muitas vezes, com 10, 11 anos, vai sozinho para a
escola, volta sozinho da escola. Então, não estou falando de crianças
desacompanhadas, pura e simplesmente. São crianças que vivem nas ruas, crianças
que passam as noites nas ruas.
Eu fiz uma
série de reuniões e me deparei com uma situação que me intrigou muito. Que
situação é essa? A convicção, de vários agentes públicos, de que essas crianças
teriam, com fulcro no ECA - Estatuto da Criança e Adolescente -, o “direito”,
entre aspas, de ficarem sozinhas nas ruas, Sr. Presidente.
E eu conversei
com essas pessoas, esses agentes públicos, e disse o seguinte: “olha, o ECA que
eu estudei e o ECA que eu ensinei, porque eu ministrei essa disciplina na Universidade
de São Paulo, prevê a proteção integral de crianças e adolescentes”.
E a proteção
integral de maneira nenhuma se coaduna com a omissão diante de crianças -
algumas, inclusive, pequenas - dormindo sozinhas nas ruas, passíveis de serem
vítimas de crimes contra a vida, contra a integridade física, contra a
dignidade sexual; de serem cooptadas para a prática de crimes.
Nessas muitas
reuniões, nessas visitas - porque visitei também os serviços de acolhimento,
visitei conselhos tutelares, promovi aqui na Casa uma audiência pública com
conselheiros tutelares -, encontrei uma guerra, que em direito nós chamaríamos
de um conflito de competências. Que conflito é esse?
Os assistentes
sociais dizendo que quem tem que levar essas crianças para o serviço de acolhimento
seriam os conselheiros tutelares; e os conselheiros tutelares, por sua vez,
dizendo que o papel deles é apenas acionar, e quem teria que levar essas
crianças e adolescentes para serviços de acolhimento seriam os assistentes
sociais.
Nesse jogo de
empurra, as crianças são deixadas nas ruas. Mas vou além: nessas muitas
visitas, me deparei com uma compreensão, supostamente lastreada na legislação
vigente, de que, se no meio da madrugada um adolescente decidir sair do serviço
de acolhimento, ninguém pode impedi-lo.
Então, ele
poderia sair para ir para a região do centro - agora convencionou-se chamar de
Craco - para a região do Masp, o vão do Masp. Ninguém poderia, porque os
tutores do serviço de acolhimento poderiam ser acusados de algum tipo de constrangimento,
de cárcere privado.
Eu falei: “mas
como que é isso aí?” Quer dizer então, que se uma pessoa é mãe ou pai de um
garoto de 10, 11 anos e ele decide sair no meio da madrugada, também não pode
parar? Ou trata diferente porque é uma criança, um adolescente acolhido?
Então, para
acabar com esse argumento - V. Exa. me concede dois minutos para finalizar,
presidente? - de que não existe o dever de acolher crianças absolutamente sós
em situação de rua, eu apresentei esse projeto de lei. O projeto já está em
trâmite na Casa.
É o Projeto nº 586, de 2022, que prevê que
qualquer agente público que se depare com uma criança sozinha nas ruas tem o
dever de acionar o serviço social; tem o dever de entender o que está
acontecendo, por que aquela criança está sozinha; o Estado tem o dever de
buscar essa família, tentar refazer esses vínculos; avaliar se a situação é
decorrente de uma violência sofrida
dentro de casa.
Apurar se a
situação é decorrente da imposição dos - assim chamados - pais e mães de rua,
porque existem essas figuras que retêm os documentos das crianças e dos
adolescentes. Muitas vezes abusam sexualmente dessas crianças e adolescentes, e
nada acontece.
Então, é um
projeto de lei que eu considero muito importante, que eu apresentei antes de
ontem; ontem foi publicado, hoje é o primeiro dia de pauta. E ele foi
apresentado de maneira muito madura, porque nós fizemos audiências públicas,
nós fizemos debates, nós fizemos visitas. E eu peço encarecidamente o olhar
carinhoso dos colegas, o apoio dos colegas.
Obviamente que
podem fazer sugestões para aprimorar porque é isso que se faz numa Casa
Legislativa: nós construímos juntos as leis, nós apresentamos e construímos
juntos. Então, eu peço o apoio de todos os colegas, independentemente de
partidos, para que nós possamos dar respostas ao problema que hoje eu considero
mais grave no estado de São Paulo - em especial aqui na Capital - que
são as crianças invisibilizadas.
E crianças e
adolescentes, na nossa Constituição, são a prioridade máxima por serem vulneráveis.
E essas crianças que estão em situação de rua, sem a companhia de um adulto
responsável, são as vulneráveis das vulneráveis. Então eu peço esse olhar a
todas as autoridades desse estado e desse País.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento
Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje,
às 16 horas e 30 minutos, ou 10 minutos após o término da presente sessão, em
cumprimento a um interstício mínimo, previsto no parágrafo terceiro do Art.
100, do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem
do Dia:
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* *
- NR - A Ordem do Dia para a 34ª Sessão
Extraordinária foi publicada no D.O. de 20/10/2022.
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Seguindo a lista do Pequeno Expediente
quero chamar o deputado Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Analice Fernandes.
(Pausa.) Delegado Olim. (Pausa.) Luiz Fernando. (Pausa.) Caio França. (Pausa.)
Marta Costa. (Pausa.) Rodrigo Gambale. (Pausa.) Edmir Chedid. (Pausa.) Agente
Federal Danilo Balas. (Pausa.) Professora Bebel. A Sra. tem o uso da tribuna
pelo tempo regimental.
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- Assume a Presidência a Sra. Janaina
Paschoal.
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A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sra. Presidente. Cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos, assessores à
minha esquerda e à minha direita, enfim, deputados e deputadas que se encontram
nesta Casa de Leis, cumprimento todos e todas que nos ouvem e assistem através
da TV Alesp.
Eu confesso que hoje é um dia muito importante, porque vi publicado,
deputada Janaina, o PL que, enfim, acaba com o confisco de aposentados e
pensionistas, o nº 43. Como eu sempre desejava, que fosse um PL da Casa, que
todos os deputados e deputadas...
Porque, por certo, eu e a bancada de oposição votamos contra a reforma da
Previdência, mas quem votou favorável, por óbvio, até por conta de não
concordar, não votou favorável ao confisco de aposentados e pensionistas.
Disso eu tive clareza durante todo o processo, tanto que os 94, entre
deputados e deputadas, assinam essa medida, para que essa Justiça seja feita.
No meu entender, deveria ser imediato, mas é a partir de primeiro de janeiro,
ela passa a vigorar.
Isso acalma um pouco os ânimos, e a gente pode, no mínimo, respirar um
pouco, não diria que aliviado, mas com a certeza de que a gente pode mudar, e
mudar a situação de quem já ganha tão pouco ter que contribuir
pós-aposentadoria, o que é uma injustiça. Mesmo para quem ganhasse mais, já
contribuiu. Então, não deveria ter tido a cobrança da forma como teve.
Eu acho que merecem reconhecimento todos os PDLs que tramitaram, e estão
em tramitação, e é importante que a gente entenda isso, que às vezes a gente
abre mão de uma coisa para, em nome de um bem comum, a gente poder fazer valer.
Como também é da contratação de professor, dos professores categoria “O”. Se
demitidos, são 40 mil professores a menos.
Já faltam professores, e nós temos que, minimamente, garantir a demanda
de professores que está, e cumprir o déficit de professores que já estão
faltando. Os alunos têm ficado no pátio, não têm tido aulas. Enfim, é
necessário que a gente entenda que esse PLC, que é o 42...
A Casa acolha, deputado Sebastião, para que a gente tenha os professores
a partir do ano que vem, senão nós não vamos ter. E o ano não começar por falta
de professores, isso denota uma total ausência de gestão pública, e esta Casa
têm esse papel, que é votar a contratação desses profissionais.
Não trará aumento nas contas do Estado, porque está previsto no Orçamento
acontecer a Educação Pública. Portanto, isso não é algo que seja objeto de
dizer: “olha, vai...”. Não, esses professores já estão, eles precisam
continuar, e precisam ainda contratar mais do que os 40 mil. Essa que é a
realidade.
Quem dá aulas em escola de tempo integral sabe do que eu estou falando.
Os professores têm feito das tripas coração para poderem dar conta das salas de
aula, porque falta professor, tem que cobrir aqui, tem que ficar com duas, três
salas de aula, correndo no corredor, e por aí vai.
Então, seria uma maneira, é uma maneira justa de a gente evitar que tenha
falta de professores. Chamo atenção também para um PL que está na Casa, do
governo, que é o 424, e convido os deputados e deputadas para que assinem a PEC
de autoria do deputado Maurici.
Por que é do meu partido? Não, porque a PEC corrige uma distorção. Na
verdade, a PEC tem que ser recolocada
aqui dentro, nos termos da emenda constitucional que regulou essa...
Dê dois minutos
só para eu terminar, presidente. Pode ser?
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Claro, deputada.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Aí, então, a gente pode
perfeitamente dar trâmite, e tem especificidades que estão sendo tratadas na
lei que, por exemplo, não deixam claro o município que perde e o que ganha.
Os estudos que
nós temos com especialistas que nós temos ouvido, e mesmo a nossa assessoria do
Dieese, apontam que os grandes municípios, da forma como está o PL do Governo
424, vão perder.
Por quê?
Primeiro que eu entendo que financiamento público de Educação não pode estar
atrelado ao desenvolvimento educacional, sobretudo no imposto, que é o ICMS,
porque, se diminuir o ICMS, nós vamos também ter um efeito em cadeia, que é o
fato de que a própria...
Vai faltar
dinheiro, por exemplo, para a contratação de professores, que é um pouco o que
eu estava dizendo aqui agora, porque, na PEC do Fundeb, 70% é para valorização
dos profissionais da Educação.
Então, é
necessário que a gente tenha isso muito claro. É necessário ter uma audiência
pública nesta Casa. É necessário que nós assinemos a PEC do deputado Maurici,
embora eu tenha um substitutivo, mas entendo que a PEC que ele ora propõe dá
conta de resolver essas distorções das quais estou falando aqui.
Primeiro, para
colocar em questão e em ordem o ICMS vinculado, que é para tratar, garantir a
educação. Segundo, a gente teria aí toda a oportunidade de discutir os
critérios de repasse dos recursos do ICMS e por aí vai. Então, é muito
importante.
Chamo a
atenção: vejam que a deputada Janaina Paschoal preside este Pequeno Expediente,
mas está junto conosco o presidente da Casa, o deputado Carlão Pignatari. Eu
acho muito importante que, numa matéria desse porte, a gente tivesse uma
audiência pública, levasse em questão a PEC, como já estou repetindo
reiteradamente, do deputado Maurici, porque a gente pode perfeitamente fazer a
lei de uma forma bem correta, mais segura, presidente, para não criar as
distorções que estão transparecendo na Lei nº 424.
É isso, muito
obrigada.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sra. Deputada. Cumprimento aqui também o presidente da Casa.
Seguindo aqui com a lista dos oradores inscritos para o Pequeno Expediente,
chamo à tribuna a deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.)
Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.)
Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Excelentíssimo Sr. Deputado Sebastião
Santos. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Dra. Janaina
Paschoal, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, pessoas que nos
assistem pela TV Alesp.
Bom, queria
trazer apenas aqui uma informação. Saudar aqui também o nosso presidente,
Carlão Pignatari, que está presente aqui na nossa sessão e no Pequeno
Expediente.
É uma alegria
ter uma pessoa voltada à pesca, debatendo o assunto da pesca no nosso país. Tivemos
a eleição do Sr. Jorge Seif, ele é o novo senador por Santa Catarina. Ele é
catarinense, elegeu-se ao Senado Federal com 1.484.110 votos; 39,79% dos votos
válidos.
Tem 45 anos, é
formado em administração de empresas e marketing pela Universidade do Vale do
Itajaí, Univali. Empresário do setor pesqueiro, em 2019 Seif foi nomeado
secretário nacional de Aquicultura e Pesca pelo presidente Jair Bolsonaro e
deixou o cargo para se candidatar a senador, tornando-se senador agora.
Isso é
importante. Por quê? Nós trabalhamos com a pesca há mais de 30 anos aqui no
estado de São Paulo e até agora nós temos gargalos que não se resolvem. Um que
está na pesca profissional, que muitas vezes precisa que sua credencial, sua
carteirinha de pesca profissional seja atualizada, e o sistema não funciona.
Outro, precisa da Arrais para utilizar embarcações e, infelizmente, muitas
vezes, não consegue os cursos, não consegue se habilitar.
Aí temos um
problema, porque muitas vezes, em eventos de navegação com lanchas, com jet-skis,
você tem pessoas incapacitadas operando equipamentos que podem levar pessoas à
morte, podem trazer prejuízos ao meio ambiente. Mas ter uma pessoa que ouviu
falar de pesca no país inteiro é muito importante.
Lembro-me que,
quando nós tivemos a oportunidade de, no antigo PRB, termos o ministro da
Pesca, Marcelo Crivella, eu estive muito perto dele porque estava coordenando
aqui a Frente Parlamentar da Pesca e Aquicultura do Estado de São Paulo.
Muitas vezes os
debates nos levavam a uma tecnologia muito mais eficaz, não só para a preservação através da fiscalização, mas
também de orientação e apoio a quem usa o setor da pesca para se alimentar,
para poder trazer o pescado para dentro das lojas, do Ceagesp, tendo segurança
nas embarcações e fazendo com que a aquicultura passe realmente a ser uma
realidade em nosso país. Nós temos água à vontade e nós temos produção. São
Paulo é o maior produtor de peixes do País.
Então, teremos
agora o fechamento da pesca, no dia 1º de novembro. Então, o pescador não
poderá mais ir ao rio para pescar, a não ser que seja um lago acima de uma
barragem ou um lago artificial, e ali ele poderá efetuar sua pesca, pescando
dez quilos e mais um exemplar.
Agora, fechar a
pesca não é debater sobre a pesca. Fechar a pesca não é pegar aquele ribeirinho
e dar condição a ele de ter o básico para manter a sua vida. Então, precisamos
criar um critério, criar um aplicativo que o pescador possa levar em seu
celular para dentro do rio, um aplicativo em que os setores de fiscalização
possam entender se esse pescador está em segurança ou não.
Nós assistimos
ontem, foi matéria em algumas TVs abertas, que estamos tendo assaltos a
embarcações no Brasil inteiro. Nos rios de São Paulo, tornou-se uma reclamação
generalizada porque a falta de fiscalização está deixando que as embarcações
que estão nos píers sejam, à noite, furtadas.
Você depois não
consegue mais encontrá-las, porque não tem um aplicativo, não tem nada que
possa trazer onde essa embarcação está, onde o motor foi vendido e além disso
os equipamentos, os apetrechos de pesca também.
Então eu quero
deixar aqui ao nosso senador Jorge Seif que ele possa olhar com carinho e
debater a pesca no País inteiro como senador para que nós possamos sim produzir
um aplicativo que venha trazer segurança, onde vai saber quem está pescando,
onde está pescando, com qual embarcação, qual o equipamento, e fazer com que a
pesca se organize num todo - a pesca esportiva, a pesca amadora, a pesca
profissional, a pesca com equipamentos como o arpão.
É momento de
nós olharmos com carinho para a pesca e principalmente para a aquicultura,
porque nós temos como produzir peixe para ser o melhor alimento na mesa de
todos os brasileiros aqui do nosso País.
Então, Sra.
Presidente, é um prazer muito grande estar aqui e falando de uma pessoa que
colocou o seu nome como empresário à disposição do presidente Jair Bolsonaro,
fez um belo trabalho e agora nós teremos aí um senador para debater essa área
tão necessária do nosso País.
Muito obrigado.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL -
PRTB - Nós agradecemos, Sr. Deputado. Seguindo aqui com a lista dos
oradores inscritos, chamo à tribuna o nobre deputado Adalberto Freitas.
(Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Pausa.)
Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada
Leticia Aguiar. (Pausa.)
Deputado Marcos Damasio. (Pausa.)
Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado
Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris
Moura. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.)
Deputado Frederico d'Avila. (Pausa.)
Encerrada a lista principal, abro a
lista suplementar de oradores inscritos. Deputado Castello Branco. (Pausa.)
Deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada
Leci Brandão.
V. Exa. tem o prazo regimental de cinco
minutos.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssima Sra. Presidente, deputada Janaina, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, público que nos assiste
pela nossa TV Alesp. Sra. Presidente, hoje eu recebi uma triste notícia do
falecimento do nosso grande camarada e ex-deputado desta Casa, Benedito Cintra.
Tenho a honra
de dizer que Cintra foi nosso companheiro nas fileiras do Partido Comunista,
foi liderança das lutas populares e das causas do nosso povo negro. Cintra estudou
Direito no Largo de São Francisco, foi ativista estudantil, líder comunitário,
dirigente partidário, servidor público, vereador e deputado estadual nesta
Casa.
Por todos os
lugares onde ele passou deixou sua marca de solidariedade, compromisso com a
justiça e com a igualdade social.
Fundador da
Unegro em São Paulo, Cintra foi um exemplo de luta contra o racismo e teve uma
contribuição destacada na construção de políticas de igualdade racial no
governo Lula, sendo uma figura fundamental na aprovação do Estatuto da
Igualdade Racial. Benedito Cintra era membro da ala de compositores da escola
de samba Unidos do Peruche, um vascaíno e um apaixonado pelo povo e pelo
Brasil.
Por sua
história e luta, Benedito Cintra merece todas as nossas homenagens. Que Olorum
o receba em festa e que Deus conforte o coração da família, amigos,
companheiros e companheiras. Devo acrescentar também que durante o período em
que eu estive em Brasília, na SEPPIR, Secretaria Especial de Promoção da
Igualdade Racial.
O Benedito Cintra
foi uma pessoa que me ensinou muita coisa, que me deu várias orientações, e que
explicou que a gente poderia sempre lutar contra o racismo de forma tranquila,
de forma objetiva, sem agredir a quem quer que seja, e foi uma pessoa que foi
fundamental durante o tempo em que eu fui do Conselho da Promoção de Igualdade
Racial na época em que Matilde Ribeiro era a presidente.
O Partido
Comunista do Brasil fica bastante sentido e vai sentir principalmente a
ausência do Cintra, que sempre foi um grande colaborador, um grande professor
de todos os nossos camaradas do PCdoB. Quero também aqui mandar para o André
Cintra, que é o filho dele, o nosso sentimento, o nosso pesar, e dizer que
graças a Deus o pai dele também contribuiu para que a gente pudesse ter uma caminhada
respeitosa e uma caminhada perfeita dentro do Partido Comunista do Brasil.
Muito obrigada,
Sra. Presidente.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sra.
Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pois não,
Excelência.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Para pedir a
suspensão dos trabalhos até as 16 horas e trinta minutos.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - É
regimental. A extra já está convocada. Ficam suspensos os nossos trabalhos até
as 16 horas e trinta minutos.
Muito obrigada a todos, uma boa tarde.
*
* *
- Suspensa às 14 horas e 36 minutos, a
sessão é reaberta às 16 horas e 33 minutos, sob a Presidência do Sr. Carlão
Pignatari.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, vamos
passar à Ordem do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Há sobre a
mesa requerimento de urgência ao Projeto de lei Complementar nº 43, de autoria
coletiva, que revoga o §2º, do Art. 9º, da Lei Complementar 1.012, de 5 de
julho de 2007.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei nº 592, de 2022, de autoria da Mesa, sobre o
subsídio do governador, vice-governador, secretário de Estado para o exercício
financeiro de 2022 e 2023.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pela ordem,
presidente. Só para anunciar que eu quero encaminhar pelo PRTB.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Em votação.
Para encaminhar pelo PRTB, deputada Janaina Paschoal.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento V. Exa. Sr. Presidente, os colegas deputados
aqui presentes, as pessoas que nos acompanham.
Ontem, no
Colégio de Líderes, veio essa informação, de que a Mesa faria um projeto para
elevar o salário do Sr. Governador e dos senhores secretários, que hoje é algo
em torno de 25 mil reais, para algo em torno de 35 mil reais, um pouquinho
mais, um pouquinho menos. Com exceção de algumas críticas, os líderes
aparentemente estão de acordo com essa elevação.
Eu não estou
dizendo que não seja - vamos dizer assim - merecido que o dirigente máximo do
Estado receba o valor que a Casa pretende aprovar. Não é isso. Não estou
diminuindo o trabalho de ninguém.
Sei das
responsabilidades de um governador, de um vice-governador, de um secretário de
Estado, de pasta estadual. Porém, em muitos momentos, no curso do nosso
mandato, houve discussões, várias, no sentido de criar maneiras de elevar o
teto constitucional.
E eu fico muito
preocupada que, no apagar do nosso mandato, e também do governador que está no
exercício do cargo, esta Casa avalie um aumento que vai ensejar uma elevação do
teto constitucional, com reflexos em todos os salários pagos no Estado de São
Paulo, nas aposentadorias, nas licenças, criando sim - vou utilizar uma palavra
não técnica - mais um rombo para o próximo governador.
Eu não sei como
essas discussões foram encaminhadas. Eu não sei se os candidatos ao próximo
governo foram consultados. Tanto o candidato Haddad quanto o candidato
Tarcísio, eu não sei se concordam ou não concordam.
Eu só penso o
seguinte. Quando assumirem, aquele que for eleito, e assumir o posto de
governador, que arque com o ônus de dizer que quer aumentar o próprio salário,
com os reflexos, positivos e negativos.
Porque, quando
um governador aumenta o próprio salário, existem reflexos negativos. Como do
povo dizer “poxa, já não ganha o suficiente?”. Mas existem reflexos positivos,
que é o funcionalismo público agradecer. Porque, quando o governador aumenta o
próprio salário, eleva o assim chamado teto constitucional. E eleva os ganhos
de todo o funcionalismo público, que é melhor remunerado, que fique claro.
Porque, o teto
constitucional baixo, ou numa posição média, ele não impacta os funcionários
públicos que ganham pouco. Por exemplo, tem da Secretaria de Educação, tem da
Secretaria de Assuntos Penitenciários. Mas ele impacta os funcionários públicos
que ganham muito.
Então eu acho
importante... A Casa pode até aprovar. Eu sei que tenho uma posição
minoritária. Eu sei que estamos - vamos dizer assim - no apagar do meu primeiro
mandato. Talvez, o único mandato da minha vida. Mas eu não acho correto que
esta aprovação seja feita sem que a população acompanhe a discussão que está
acontecendo.
Eu não acho
inteligente - e eu digo isso com todo o respeito - que a Assembleia segure esta
bomba, que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo arque com o ônus de
ver, amanhã, ou depois de amanhã, as manchetes nos jornais: que a Alesp elevou
o salário do governador. E, com isso, todos os salários dos funcionários
públicos melhor remunerados. Que elevou o teto constitucional.
Existem
projetos, de minha autoria, em trâmite nesta Casa, propondo cortes, para que
ninguém ganhe acima do teto constitucional, nem em termos de subsídio, nem em
termos de aposentadoria, nem em termos de pensões.
Eu sei que é
uma proposta - vamos dizer assim - indigesta para o funcionalismo. Mas eu
assumo. Então, nós precisamos discutir isso com amplitude, com clareza, para
que a população acompanhe.
E eu entendo -
e aqui não falo nem como deputada, é como eleitora - que se o próximo
governador, seja ele quem for, quiser aumentar o próprio salário, que arque com
o ônus.
Porque é muito
cômodo: alguém vai ser eleito governador, vai assumir o cargo, e aí o salário
já subiu 10 mil reais. A pessoa não tem culpa. “Ah, foi a Assembleia que quis
dar 10 mil reais a mais para o governador”.
Então, eu
queria dizer que respeito a maioria; disse, inclusive, que não pretendia
obstruir. Mas não abri mão de me manifestar e dizer que eu não concordo com
isso. Acho que nós passamos quatro anos segurando as finanças deste Estado,
sabe?
Quatro anos
segurando as finanças deste Estado. É um estado que observou a Lei de
Responsabilidade Fiscal como nenhum outro, para agora, no apagar das luzes, a
gente fazer uma votação desta natureza, desta magnitude, às pressas, para o
próximo governador não ter nem o ônus de discutir com a população.
É isso, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado,
deputada Janaina.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputado Ricardo Mellão.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Para encaminhar pela
bancada do Novo.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não. É
regimental. O senhor tem 10 minutos para encaminhar pela bancada do Novo.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, pessoal que está na galeria
nos acompanhando e o público de casa, o pagador de impostos, que paga não só os
nossos salários aqui, como os salários de todo o funcionalismo, do governador.
Eu entendo que
essa é uma discussão muito importante para a gente ter, que não pode acontecer
assim de forma repentina, de imediato, sem que nós façamos o debate adequado,
considerando o contexto e as circunstâncias adequadas também.
Isso é uma
coisa muito séria, gente. Conforme a deputada Janaina Paschoal expôs aqui, quando
você aumenta o teto do salário do governador, que é o teto do Executivo,
justamente, você está elevando o salário de diversas categorias. Aliás,
daquelas que justamente ganham mais.
Isso vai
provocar um efeito cascada de vários milhões de reais, quiçá bilhões de reais -
precisa fazer esse cálculo adequadamente - no gasto do Governo do Estado, que a
gente já sabe que tem um gasto excessivo com folha de pagamento.
E que cada vez
mais vem ocupando o Orçamento do Estado e resultando em menos investimentos
para áreas importantes e essenciais que atingem justamente você, pagador de
impostos, que acordou cedo, que trabalhou e que pagou...
Parte daquilo
que você produziu, fruto do seu trabalho, você entrega para o Estado te prestar
serviço e investir com qualidade naquilo que é essencial para você. Então, a
gente tem que fazer esta reflexão aqui: se cabe discutir esse aumento
exatamente neste momento. E para fazer essa reflexão, gente, eu não quero fazer
aqui populismo, dizer que eu sou contra qualquer tipo de aumento e que não tem
que aumentar nada, nunca.
Enfim, eu quero
fazer uma discussão racional, considerando principalmente aqueles que pagam os
nossos salários, que são os pagadores de impostos. E, para fazer essa discussão
racional, o primeiro critério que eu queria trazer aqui, em relação ao
aumento...
Eu vou trazer
em números, para ficar mais claro. Hoje o governador ganha cerca de 23.048,59
reais. Com o aumento sendo proposto aqui, ele iria para 34.572,89 reais. Esse
seria o aumento do governador. O vice-governador também aumentaria, de 21.896
reais para 32.844 reais.
E os
secretários todos do Governo do Estado subiriam também o seu salário de R$
20.743,00 para 31.115,58 reais. Gente, esse é um aumento feito por esta Casa de
cerca de 50%, ou seja, aumentariam em 50% o salário dessas categorias aqui e
diversas outras que hoje batem no teto do Executivo.
Só que um
detalhe: 50% de aumento. O último reajuste que tivemos desses salários, que foi
em 2018, finalzinho de 2018 mais ou menos... Se nós considerarmos a inflação
desse período, porque a gente poderia argumentar aqui: “o salário está
defasado, tivemos uma inflação grande nesse período, eu preciso corrigir.”
Só que se eu
somar a inflação do período aqui, eu vou descobrir que ela foi de 24,5% mais ou
menos. Nós estamos aumentando o salário dessas categorias do governador,
vice-governador, secretário e outros em 50%, ou seja, acima da inflação do
período. Perfeito? Perfeito.
E eu lhe
pergunto: O senhor teve reajuste no seu salário? Ele acompanhou a inflação?
Você não é prejudicado também pela inflação? A sua renda, seu salário, seu
rendimento, acompanharam também a inflação? Se o seu, que paga essa conta, não
acompanhou, por que o do governador deveria acompanhar?
Se fosse isso,
ainda era uma discussão que daria para ser feita. Agora, não, está indo acima
ainda dessa inflação. Uma outra questão razoável que eu queria discutir aqui -
e é mais do ponto de vista moral e eu entendo que isso um dia, presidente,
deveria até ser considerado no critério de aumento - que é, justamente, o
rendimento médio familiar per capita das pessoas, principalmente aqui do
Estado, no caso.
Justamente, se
criar algum tipo de vinculação: aumentou o rendimento médio das pessoas, e
quanto por cento aumentou, poderia aumentar logicamente o salário do
governador, do secretário.
Seria o
critério moralmente correto, afinal, são eles que pagam a conta. Se a vida não
melhorou para eles, por que tem que melhorar para os servidores que justamente
são pagos por eles? Qual que é o sentido disso, gente?
E eu queria
pegar alguns dados, que eu rapidamente levantei, que são importantes colocar
aqui. Rendimento médio familiar - eu não consegui pegar por estado, mas
consegui pegar pela região sudeste. Nós tínhamos, em 2019, um rendimento médio
familiar per capita, do cidadão da região sudeste, de R$ 1.850,00, em 2019.
No último ano,
que foi 2021, ele caiu para 1.645 reais. Ou seja, teve uma queda de 11% no rendimento
médio da renda per capita familiar do cidadão do sudeste e nós estamos aqui
aumentado em 50% - estamos querendo aumentar em 50% - o salário do governador,
vice-governador, secretários e diversas outras categorias que hoje batem, e
ganham no teto, que subiriam também consequentemente os seus salários, nessa
ordem e nessa dimensão.
A pergunta que
eu faço a todos nós deputados: é justo isso? É justo com quem paga imposto? É
justo que ele tenha o seu rendimento médio caindo nesse período e as altas
autoridades, o Estado e os altos servidores do Estado terem um aumento muito
acima, inclusive da inflação, enquanto o seu rendimento médio nem acompanha a
inflação, ele caiu? É justo isso, gente?
Eu entendo que
não é adequado. Então, nós devíamos fazer esse tipo de discussão de uma forma
muito mais racional e considerando aquele que paga o salário de todos nós aqui,
para analisarmos justamente isso, que é a população, que é o pagador de
impostos.
Como eu digo e
reforço: não sou contra que a gente faça, em períodos, a discussão dos
salários. Muitos se encontram defasados, a gente pode discutir, infelizmente,
servidores que ganham pouco - pouquíssimo pelo trabalho que exercem - e não vão
ter vantagem nenhuma com esse aumento. Eles não são atingidos por isso, é preciso
deixar bem claro.
Então seria
justo aqueles que ganham muito, ganharem ainda mais - mais que a inflação - e
às custas de você que, como eu mostrei aqui com dados e números do IBGE, teve
redução na sua renda per capita familiar.
Então, o que eu
queria deixar aqui bem claro é isso: a posição do Partido Novo não é contra um,
não é contra outro, é contra o aumento. Não, a posição do Partido Novo é a
favor de uma razoabilidade, colocando em primeiro lugar aquele que trabalha,
produz, justamente para sustentar toda a máquina estatal e toda essa estrutura
que nós temos aqui hoje para poder fazer esse tipo de discussão, e por eles
somos escolhidos.
É natural que
nós coloquemos eles em primeiro lugar aqui nesta discussão, e colocando eles em
primeiro lugar, eu concluo aqui que não é razoável fazer esse reajuste, e dessa
dimensão, neste período.
Não é razoável.
Afinal, como eu mesmo afirmei aqui, quem está pagando essa conta não teve nem
acompanhamento da inflação, teve redução da sua renda média. Não faz sentido
nenhum que ele pague a mais por isso.
É aquela coisa,
muita gente pode tentar argumentar que “ah, não, mas a arrecadação cresceu”.
Mas cresceu por quê? Nós não tivemos aumento de impostos aqui? Nós não tivemos
uma inflação absurda nesse período, que atingiu todo eles, inclusive nos itens
mais básicos e essenciais de cada um?
Então, não faz
sentido nenhum, gente. Não vamos penalizar ainda mais a população que trabalha,
que acorda cedo, que rala. O paulista, que é um trabalhador, tem esse espírito
do empreendedorismo, o trabalho por natureza.
Seria um
péssimo exemplo que os seus representantes aqui, que foram eleitos para
defendê-los justamente aprovem aqui um projeto desses. E, detalhe, gente, sem
que o futuro governador tenha sido eleito ainda, que seria o beneficiado por
esse ajuste, e venha aqui opinar, pelo menos, se ele deseja isso para ele e
para a equipe dele ou não.
Não seria mais
conveniente fazer uma discussão racional, e considerando a opinião daquele que
será eleito governador, se ele deseja ou não esse aumento? Por que a gente vai
aumentar assim, do nada, e, como coloquei muito claramente aqui, sem ter um
critério justo com a sociedade?
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado,
deputado Mellão. Em votação. As
Sras. e Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram.
(Pausa.) Aprovado o requerimento de urgência, com o voto contrário...
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Para pedir
verificação de votação.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Verificação de
votação. É regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder à
verificação de votação pelo sistema eletrônico.
A partir deste momento, estamos fazendo
soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e
Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação
que se realizará.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, Sr. Presidente. União Brasil em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - União Brasil em
obstrução.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - PRTB em obstrução,
Excelência.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PT em obstrução,
Excelência.
O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB
- PRTB em obstrução, PT em obstrução, Novo em obstrução.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Novo em obstrução.
O
SR. DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Sr. Presidente, Cidadania em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Cidadania em
obstrução. Deputada Marta.
A
SRA. MARTA COSTA - PSD - PSD em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PSD em
obstrução.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presidente,
Republicanos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Republicanos em
obstrução.
O
SR. DELEGADO OLIM - PP - Pela ordem, Sr. Presidente. Progressistas em
obstrução. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Ok.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Progressistas
em obstrução. Pois não, deputada Monica.
A
SRA. MONICA DA MANDATA ATIVISTA - PSOL - PSOL em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PSOL em
obstrução.
A
SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não.
A
SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Só para colocar
o PSDB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PSDB em
obstrução. Tendo transcorrido os quatro minutos, o sistema eletrônico ficará
aberto para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados votem “sim”, “não” ou
registrem “abstenção” nos terminais dispostos em suas mesas.
O
SR. BRUNO GANEM - PODE - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputado Bruno Ganem.
O
SR. BRUNO GANEM - PODE - Colocar o Podemos em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Podemos em
obstrução.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputada.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - PCdoB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PCdoB em
obstrução. A partir deste momento, está encerrada a votação eletrônica e
abertos os microfones para quem quiser computar o seu voto “sim”, “não” ou
“abstenção”.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sr. Presidente,
pela ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pois não,
deputado Gilmaci.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Só para
anunciar e agradecer também aqui a presença do deputado eleito republicano Rui
Alves. Está aqui visitando o plenário nesta tarde.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Nós estamos em
processo de votação, deputado. Depois que terminar, nós fazemos as...
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tá bom.
Obrigado, obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado,
deputado.
O
SR. MARCOS DAMASIO - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem,
deputado Damasio.
O
SR. MARCOS DAMASIO - PL - Eu posso colocar o PL
em obstrução?
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pode.
O
SR. MARCOS DAMASIO - PL - Então, coloco o PL em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PL em
obstrução. Ele é vice-líder, não? É.
O
SR. JORGE CARUSO - MDB - Sr. Presidente, para
manifestar obstrução do MDB.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - MDB em obstrução.
Mais algum deputado gostaria de votar?
*
* *
- Verificação de votação
pelo sistema eletrônico.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não havendo
mais deputados, está encerrado. Quórum insuficiente para aprovar a urgência:
seis deputados, cinco votaram “sim”, mais este presidente.
O
SR. DELEGADO OLIM - PP - Pela ordem, Sr.
Presidente. Queria pedir o levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Havendo acordo
de lideranças, está levantada a presente sessão. Havendo acordo de
lideranças...
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Já levantou, Sr.
Presidente? Dá para fazer um comunicado?
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Já levantou.
Sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia, lembrando
ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término
desta sessão.
Está levantada a presente sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 17 horas e um
minuto.
*
* *