7 DE OUTUBRO DE 2022

25ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO DIA DO REPRESENTANTE COMERCIAL

 

Presidência: CASTELLO BRANCO

 

RESUMO

 

1 - CASTELLO BRANCO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - EMANUELLE MARIZY

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

 

3 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO

Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene em "Homenagem ao Dia do Representante Comercial", por solicitação deste deputado.

 

4 - EMANUELLE MARIZY

Mestre de cerimônias, convida o público a entoar, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia a exibição de vídeo institucional sobre o Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Estado de São Paulo - Core-SP.

 

5 - JOSÉ LUIZ ABRANTES PEREIRA

Representante comercial, lê texto acerca do Dia Estadual do Representante Comercial.

 

6 - EZIO ODORISSIO JÚNIOR

Diretor da Ezio Representações e representante comercial, profere palestra com o tema "O representante de alta performance".

 

7 - SIDNEY FERNANDES GUTIERREZ

Diretor-presidente do Core-SP, faz pronunciamento.

 

8 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO

Tece considerações sobre a importância dos representantes comerciais para a economia. Relata o período em que se dedicou à profissão citada. Lembra que a atividade de representação comercial foi regulamentada durante o governo Castello Branco. Presta homenagem ao Core-SP, com a entrega de uma placa a Sidney Fernandes Gutierrez, diretor-presidente da entidade.

 

9 - EMANUELLE MARIZY

Mestre de cerimônias, informa a prestação de homenagem, por parte do Core-SP, ao setor de atendimento da sede da instituição, com a entrega de placa ao coordenador do setor, Fabrício Santos. Anuncia a entrega de placa do Core-SP em homenagem a Francisco Clemente, representante comercial e conselheiro da entidade no triênio 2019-2022; e a exibição de vídeo sobre a trajetória pessoal do homenageado.

 

10 - FRANCISCO CLEMENTE

Representante comercial e conselheiro do Core-SP no triênio 2019-2022, faz pronunciamento.

 

11 - EMANUELLE MARIZY

Mestre de cerimônias, anuncia homenagem do Core-SP ao deputado Castello Branco, com a entrega de um diploma.

 

12 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO

Agradece pela homenagem recebida.

 

13 - EMANUELLE MARIZY

Mestre de cerimônias, anuncia a entrega de troféus e diplomas a diversos representantes comerciais registrados no Core-SP.

 

14 - MANUEL RODRIGUES DE FREITAS

Representante comercial, faz pronunciamento.

 

15 - LUCIANO EDUARDO

Representante comercial, faz pronunciamento.

 

16 - MARCIO BALLAS

Palhaço, improvisador, apresentador e diretor, faz apresentação com o tema "Improviso e criatividade".

 

17 - EMANUELLE MARIZY

Mestre de cerimônias, anuncia a entrega de lembranças a Lucimare Ferreira Vilarino e Cáritas Benitez, eleitas para o conselho do Core-SP no triênio 2022-2025, que agradecem pela homenagem.

 

18 - SIDNEY FERNANDES GUTIERREZ

Diretor-presidente do Core-SP, faz pronunciamento.

 

19 - CASTELLO BRANCO

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Castello Branco.

 

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O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Sob a proteção e a bênção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos legislativos desta noite, nos termos regimentais. Esta Presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Senhoras e senhores, queridos convidados do Conselho Regional de Representantes Comerciais do Estado de São Paulo, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de leis, o nobre deputado Carlão Pignatari, atendendo a solicitação deste deputado, Castello Branco, com a finalidade de homenagear o Dia Estadual do Representante Comercial do Estado de São Paulo, Core-SP.

Declaro aberta esta nobre sessão solene.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Convidamos a todos para, em posição de respeito, cantarmos o Hino Nacional Brasileiro.

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- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Agradecemos ao maestro da sessão, do corpo musical da Polícia Militar, primeiro-sargento PM, Sr. Geziel. Hoje é um dia muito especial em que comemoramos o Dia Estadual do Representante Comercial. Para você, que está acompanhando esta sessão solene, convido para conhecer um pouco mais sobre a história do Core-SP no vídeo que será apresentado agora.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Convidamos o Sr. José Luiz Abrantes Pereira para a leitura do texto alusivo ao Dia Estadual do Representante Comercial. O Sr. José Luiz Abrantes Pereira é representante comercial há muitos anos, com ampla experiência no segmento de motopeças.

 

O SR. JOSÉ LUIZ ABRANTES PEREIRA - Boa noite a todos. Excelentíssimo deputado Castello Branco, proponente deste ato; RC Sidney Fernandes Gutierrez, diretor-presidente Core-SP, na pessoa do qual cumprimento todas as demais autoridades presentes; Paulo Naoiaki, na pessoa do qual cumprimento os demais integrantes desta mesa, RCs e demais convidados.

O dia primeiro de outubro foi declarado como o Dia Pan-Americano do Representante Comercial, em um congresso realizado entre os dias 25 de setembro e 2 de outubro de 1937, na cidade de Buenos Aires, na Argentina.

Nesse evento, além dos vários delegados pertencentes às diferentes organizações na Argentina, em conjunto participaram representantes do Brasil, Chile, México e Uruguai, todos com o intuito de analisar e intercambiar suas experiências com as problemáticas trabalhistas da América Latina.

Foi justamente nesse evento que ocorreu o fortalecimento e o direcionamento para uma regulamentação legal, para proteger, enaltecer o trabalho dos representantes comerciais.

Nada é por acaso. Quis o destino que hoje estivéssemos aqui reunidos para comemorar o Dia Estadual dos Representantes Comerciais, cujo PL 17.407, de 2021, que institui essa data no calendário oficial do estado de São Paulo, tem como autor o excelentíssimo deputado Castello Branco, sobrinho-neto do presidente Castello Branco, que, em 09.12.1965, sancionou a Lei 4.686, que deu início à regulamentação dessa antiga e importante profissão, primeiros desbravadores.

Conhecidos como mascates, tiveram papel fundamental no desenvolvimento das relações comerciais e foram responsáveis por levar os produtos desenvolvidos nas indústrias paulistas por esse Brasilzão de proporções continentais.

Abasteciam-se de produtos e retornavam seguindo roteiro realizado anteriormente, gerando vínculos comerciais e de amizades que perduraram pela vida toda, até mesmo por gerações.

Com o passar do tempo, surge a figura do caixeiro-viajante, que, diferente do mascate, que vendia um produto adquirido de forma prévia, o caixeiro-viajante passa a receber uma comissão pelos pedidos que retira e envia à indústria.

Se no passado o mascate abriu as portas do desenvolvimento comercial, o caixeiro-viajante surge para ser o elo entre a indústria, o comércio e o consumidor.

Hoje o representante comercial desempenha um papel que vai muito além do que simplesmente tirar um pedido. Com a evolução tecnológica, nossa profissão se tornou cada vez mais técnica e específica, para atender um consumidor cada vez mais informado e exigente.

O representante comercial é um empreendedor nato, que investe e espera colher os frutos da sua parceria, sempre realizada a quatro mãos.

Somos a personificação da palavra resiliência, pois nos reinventamos a cada dia, a cada semana, a cada mês. Quantos aniversários, eventos escolares, apresentações em clubes deixamos de nos fazer presentes porque estávamos em viagem ou atendendo um cliente?

Não podemos nos esquecer dos heróis anônimos que foram à luta de forma corajosa e responsável, garantindo que a cadeia de abastecimento fosse mantida. As indústrias, os comércios e os serviços foram equipados por conta da ação direta dos representantes comerciais, que não fugiram da luta e se mantiveram firmes.

Aos colegas que perdemos para a Covid-19, meus sentimentos aos familiares e meu respeito pela coragem, dedicação e empenho à profissão.

Senhoras e senhores, finalizo agradecendo a oportunidade de pertencer a uma profissão tão plural e dinâmica, que me permite evoluir mês a mês. Somos o progresso e o desenvolvimento deste País. Deus, pátria, família e liberdade.

Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Vamos dar início à nossa primeira palestra. Convidamos o Sr. Ezio Odorissio Junior para proferir a palestra “O representante de alta performance”.

Currículo. Um jovem filho de empresário que decidiu sair da zona de conforto e da empresa do pai para seguir carreira solo e optou pela maravilhosa carreira de vendedor, hoje orgulhosamente representante comercial.

Com o passar dos tempos, se aprofundou nos mercados de atuação e identificou as dificuldades e necessidades dos clientes em preparar, desenvolver e treinar suas equipes.

Buscou, no ano de 2010, buscar alternativas, cursos, livros e formações para atender gratuitamente sua carteira de clientes. Com o passar do tempo, a procura por seu trabalho aumentou. Trabalha com desenvolvimento pessoal dos líderes e equipes comerciais de vendas.

Por favor, Sr. Ezio. (Palmas.)

 

O SR. EZIO ODORISSIO JUNIOR - Boa noite. Esse pessoal vai ficar todo nas minhas costas? Que beleza.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Fiquem à vontade, as mesas compostas, para ocupar seus lugares aqui embaixo. Depois da palestra, podem ocupar novamente.

 

O SR. EZIO ODORISSIO JÚNIOR - Porque senão eu fico de costas, não é? Falta de educação, cheio de campeão, cheio de modelo, e eu de costas para os caras. Preciso do apoio, da energia dos meus colegas representantes comerciais. Ficar de costas, ali, complica.

Eu vou falar do representante comercial de alta performance. Mas me chamou atenção que a gente tem várias áreas nesse ambiente, temos o deputado - muito obrigado pelo seu trabalho - tem o pessoal da técnica, tem fotógrafo, tem um monte de gente aqui dentro, um monte de profissional, os trabalhadores da Casa.

Então o que eu for falar aqui eu vou direcionar para o representante comercial, mas eu peço que vocês entendam para a profissão de vocês. O nosso cameraman ali, sensacional, Brutos ou Pavarotti, os fotógrafos. Então levem para a profissão de vocês também essa dica que eu vou dar. Vamos em frente. Está bom?

Como a Manu falou - muito obrigado, Manu, pela apresentação - eu comecei com 16 anos na empresa do meu pai, no meio do carnaval. Eu estava lá preparando o meu arsenal de... Deixe-me tentar ver um pouquinho da idade do pessoal aqui.

Bico de chupeta e bexiga. Eu estava enchendo-as para a guerra de água na minha cidade, São Carlos, e meu pai falou: “Está bom o carnaval?”. Falei: “Está ótimo, pai, está uma beleza”. “Então aproveita, segunda-feira você começa a trabalhar”. Falei: “O que, pai? É carnaval, espera até quarta-feira.”. “Segunda-feira, às sete horas, na empresa”. A casa caiu.

Eu tinha feito aquele curso maravilhoso do Senac. Quem frequentou... Senai. Senac foi depois. Curso de datilografia ASDF. Tem muita gente aqui que não vai entender o que estou falando. E lá tinha também o curso de auxiliar de escritório e loja. Então esse era todo o meu know-how para começar a trabalhar.

“Pai, mas como eu vou rápido assim?” “A menina, a secretária vai ter neném, você vai substituí-la”. Poxa, secretária, naquela época, fazia tudo, não eram várias para cada setor. E eu fui assumir o lugar da Josiane.

Graças a Deus, tinha apostila do Senai, porque eu fiquei três, quatro dias com ela, e ela foi embora, e aquela apostila não saía da minha gaveta. Meu pai: “Você precisa fazer nota.”. Eu fazia nota. E para descobrir os códigos das notas? “Agora você tem que preencher cheque com duas vias”.

Enfim, aí foi a minha carreira. Só que eu sempre fui muito de pesquisar, buscar, ter informação. Meu pai era o administrador da empresa, o sócio dele era mais comercial e produção.

Eram escritórios separados, a fábrica ficava embaixo, o escritório em cima. Eu sempre descia para ver o que estava acontecendo, ia lá aprender com o pessoal da produção, ia conhecer a galera lá embaixo.

Lá embaixo tinha quem? Os representantes comerciais, os vendedores. Então ali começou o meu contato, ali que eu comecei a ter contato com essa classe. O curso de auxiliar de escritório e loja era durante o dia.

À noite, tinha loja do Senai, que tinha curso de cabeleireira, manicure, esses negócios, e quem quisesse poderia participar, ficar na loja fazendo exercício prático, atendendo as mulheres.

Então comecei a vender a bobe, laquê, cortador de unha, esses negócios todos. E era uma delícia, não era obrigado, mas eu ia. Aquilo, depois, foi juntando, juntando. Falei, acho que esse é o caminho.

Meu pai era administrador, eu não gostava. Aí comecei a encostar mais no sócio do meu pai, que tinha mais contato com os representantes, e essa paixão veio. Aí se foram 30 anos.

Talvez eu me lembre de falar alguma coisa ali, na hora em que eu estiver no quadrante, de voltar a falar da empresa, porque eu saí de lá, eu vou tentar usar o exemplo do quadrante ali.

Pode trocar o slide, por favor? Então eu vou perguntar para vocês, quem começou, não é quem pegou isso andando, quem começou como representante comercial ou vendedor que tinha esses equipamentos? Notebook, tablet, smartphone. Quem começou a carreira nessa época? Dois, três, tem umas crianças aqui. Bacana. Próximo slide, por favor.

E quem começou nessa época aí? Fax, aquele negócio dos capetas, em que você punha o papel do lado, só tinha um fio no negócio e saía papel do outro lado. A gente ficava olhando atrás do fax, “como esse negócio sai lá do outro lado?”. O fax, o tal do Palm e o PT950, essa desgraça de celular, que aí começou a nossa vida.

Acho que o Sidnei me cobrou, lá na apresentação de Ribeirão, o bipe. Eu me esqueci do bipe. Eu passei pouco tempo pelo bipe, porque aquilo também atormentava a vida da gente. Aqui começou a velocidade da coisa.

Esse PT950, quando eu comprei isso aí, paguei 1.200 dólares. Tinha fila de espera e era raríssimo quem tinha. Então era muito bom, porque custava caro. O cliente ou o nosso gerente ia ligar para a gente, era muito cara a ligação, então era bem objetivo.

Fala, fala, resolve, vamos embora, senão vai ficar mais caro que o pedido. Bateria, para aguentar, você comprava um celular e uma bolsa de acessórios, que eram 50 baterias. É, a verde aguentava mais. Quinze carregadores, 150 baterias para você trabalhar o dia inteiro. Era isso aí.

Só que antes de eu comprar esse celular, eu achei muito engraçado, eu estive na Europa, acho que foi em 94 isso. Na entrada do Vaticano, chamou-me a atenção que os camelôs e as lojinhas em volta, tinham bastante, todos os camelôs tinham celular.

Nas lojas, eu estava olhando, aquilo ali estava na faixa de 100 dólares. Falei, a hora em que isso chegar no Brasil vai acabar o mundo. E hoje a gente vive isso, não tem como escapar. Próximo slide, por favor.

Quem começou a trabalhar nessa época? Não tenha vergonha de levantar. Lá em Ribeirão também me chamaram a atenção porque eu me esqueci do Telex. O Telex eu não peguei. Mas ali, para explicar para as crianças que começaram com smartphone, estava a tecnologia da época.

Aquele negócio compridinho ali é o teclado, mais conhecido como caneta. Certo? Quando você a usava, você digitava e aparecia naquela tela branca que é o talão de pedido.

Essa era toda a tecnologia. O tal do papel carbono, que se alguém trabalhou em banco, a galera de banco era muito malvada, mandava os novatos lavarem carbono, quem pegou isso, era muita sacanagem. Então você punha o papel carbono entre as duas folhas, assinava a via do pedido, a original ficava para o cliente, a cópia era nossa.

Quando a tecnologia começou a chegar, a gente achava algum hotel, ou uma estação, ou um correio, pagava um real, sei lá o que, que era a moeda da época, para passar o fax para o pedido ser mais rápido.

Senão nós fazíamos todo o setor, chegávamos à empresa na sexta-feira ou na outra segunda-feira, entregávamos todos os pedidos, ninguém estava te cobrando até isso. Você tinha prometido 30, 60, 90 dias de entrega, todo mundo esperava. Vocês se lembram disso? Todo mundo esperava e acontecia normal.

Então era esse monte de equipamento e para substituir aquela, para substituir não, deu origem àquela maleta de bateria do PT950, era a nossa pasta daquela fichinha ali, que era ficha de telefone público.

Então era dali que nós tínhamos comunicação com a empresa, achava aquele negócio que chama telefone público, orelhão. Existem alguns perdidos por aí.

Você tinha que ter uma cartela, um monte dessa ficha, porque durava, se eu não me engano, um minuto e meio, uma coisa assim, aí você ficava ligando, falando e aquilo só caindo. Aí, você ia comunicando a empresa, o que estava acontecendo, o que era urgente ou não. Então aí começou.

Atrás da gente vieram - pode mudar, por favor, acho que tem a foto dele ali; não, tem o meu currículo - os representantes comerciais, os caixeiros-viajantes que foram citados aqui. Achei maravilhosa essa estátua, antes da gente veio esse pessoal, o que muito me honra e muito me deixou feliz este convite.

Mais uma vez, obrigado, Manu, obrigado, Sidnei, toda a bancada aqui pela honra de estar à frente de vocês, os guerreiros desta profissão maravilhosa. Eu não tenho dúvida nenhuma de que essa profissão é a locomotiva da economia de qualquer país.

Tudo o que acontece aqui, todos os materiais que estão por aí passaram pela mão de um vendedor, de um representante comercial. Então, se não fossem vocês, não estaria acontecendo. Então uma salva de palmas para todos vocês. (Palmas.)

A Manu falou do meu currículo, só que o meu currículo, na minha cabeça, é assim, desde lá de trás, dos nossos pais, até como eu falei um pouco da tecnologia, ela vem melhorando.

Às vezes a gente se incomoda, porque não se adequa a isso, mas ela vem melhorando. Você sabendo usar tudo o que tem, ela vem para ajudar e vem para melhorar.

Então nós, como seres humanos, também temos a obrigação de deixar um legado, deixar alguma coisa melhor para trás quando a gente partir daqui. Então, o meu currículo é justamente isso: eu deixar tudo que eu puder do que eu estudei, do que eu li, do que passei fazendo as apresentações ou passando para quem precisa, quem solicita.

O bom de ser palestrante é que eu preciso estudar mais o tema que eu me proponho a falar e quando eu estou falando, a minha boca está mais perto do meu ouvido, então eu escuto primeiro que vocês; escuto dobrado, esse é o lado bom.

Mas eu tenho que trazer para o mundo aqueles “serezinhos” ali melhores que eu. Esse é o meu currículo: deixar o meu filho Thales, que é o maiorzão de barba; e a Laurinha que é a de preto embaixo.

A Amanda é a nora; e a maravilhosa esposa, que conheci na faculdade de educação física. Eu chegava de viagem cansado, depois do dia inteiro, encostava o carro, e como a faculdade era só 100 metros da minha casa, eu falei: “eu vou fazer essa faculdade.”

Então, estava sendo preparado por alguém que eu fosse para a faculdade estudar um curso - porque eu sempre gostei de esporte - e conheci minha esposa maravilhosa lá, e ela é meu diploma de educador físico. Eu já era vendedor antes, acabei me formando, a gente se formou junto, foi uma festa muito gostosa.

E estão ali a Laura e o Thales. O Thales hoje formado em engenheiro de materiais e diretor de uma empresa, melhor que o pai dele; a Laura se formando em medicina, entrando para o quinto ano de medicina, melhor que o pai dela. A minha missão está quase cumprida, ainda tem um pouquinho. Então, esse é o meu currículo. Pode trocar, por favor.

E ali, o caixeiro-viajante. Esse camarada que desbravou, vendedor de porta a porta. Não sei se vocês já assistiram esse filme, é maravilhoso. Tem um filme do vendedor de porta a porta, sensacional. Esse cara começou, desbravou, e assim começa o processo de vendas, dentro do meu entendimento.

Nós começamos a trabalhar onde o nosso trabalho era focado nos produtos. O que nós tínhamos que dar? Total atenção, maximizar tudo que nós tínhamos para entregar o produto. Por quê?

Porque a concorrência era menor, tinham poucos vendedores, poucas indústrias. Todo mundo comprava quase que qualquer coisa. Então, a gente precisava focar nos nossos produtos, nas características do produto, para que o nosso cliente comprasse.

Passada essa época - começando a aumentar o processo, começando a aumentar tudo isso - nós entramos nessa fase em que o foco já era o cliente. Começou a aumentar a nossa concorrência, então nós escolhíamos o cliente: “esse eu vou vender, esse eu não vou vender. Esse eu quero, esse eu quero, esse eu quero.” Nós começamos a colocar - nós, indústria; nós, vendedores - o foco no cliente.

E vem a outra fase - outro slide, por favor - que eu imagino que é essa que nós estamos agora. Passamos do foco do produto, para o foco no cliente, e agora nós entramos no foco do cliente.

Agora o poder está na mão deles. Certo? Não sei se todos concordam comigo, ou não. Mas, agora, é ele que enxerga a sua empresa, o seu produto ou você, profissional: se você faz parte do que ele quer para o negócio dele, se o seu produto faz parte do que ele quer para o negócio dele.

Agora, mudou. Por isso, não dá mais para a gente ficar parado, não dá para a gente ser o mesmo de sempre porque a gente agora tem que encantar esses caras; mais ainda, e mais, e mais, e mais. Então, agora está lá o foco sob o ponto de vista dele cliente. Pode trocar, por favor.

Esse quadro explica totalmente o que eu estou falando para vocês. O pintor é o nosso cliente, o rinoceronte, e eu estou enxergando aquela árvore maravilhosa com o meu olhar.

Como que eu vou discutir com ele que não é daquele jeito que ele está vendo? Olha o desgaste que eu vou ter de falar para ele, que a visão dele daquela árvore está errada.

Olha quanta energia que eu vou demandar, o atrito que eu vou ter, sendo que essa é a visão dele. Está ali o chifrão dele na frente, e eu vou querer provar isso ao contrário? Então, isso sintetiza o momento que nós estamos vivendo. Está joia? Então, muita atenção. Por isso que eu vou brincar um pouco com vocês, puxar um pouco a orelha para o quadrante que vai entrar agora, por favor.

Por que da concorrência? Por que está desse jeito? Por que o poder voltou para a mão dele? Porque hoje o que mais têm no mercado é isso: empresas similares, empregando pessoas similares, que tiveram uma educação similar, exercendo funções similares, tendo ideias similares, produzindo coisas similares, com preços similares e ideias similares. Ou seja, está tudo igual.

Eu peço para vocês olharem para essa foto e verem quem vocês são ali: o laranjinha ou o azulzinho? Quem é você? Onde você quer estar? Você vai esperar o quê? Vai esperar o Palmeiras ter mundial? O que vocês vão esperar para ser o azulzinho? É agora, gente! É agora, não dá mais! Esperar já foi, está bom? Troca lá, por favor.

Deputado, o senhor é palmeirense? Eu também, eu também. Volta uma teclada, por favor, deixa tudo em branco. Por isso que o deputado é sábio. Estamos juntos, deputado.

Ali tem duas linhas - perfeito, brincadeiras à parte - a linha horizontal dos nossos resultados; a linha vertical, o desenvolvimento técnico e pessoal. Não se separa mais, querendo ou não querendo.

Então, se você se encontra... E eu tenho total certeza de que numa sexta-feira, sete horas da noite, vocês virem aqui escutar o Ezio, vocês não estão no quadrante nem um, nem dois, nem três. Aqui não é para qualquer um. Talvez se fosse outro dia isso aqui estivesse lotado, mas aqui só tem quadrante quatro, é certeza disso.

O que é o quadrante um? Se você pegar as duas linhas é de 0 a 100, certo? Onde o meio ali é cinquenta. O quadrante um - não tecla nada não. Deixa em branco, por favor - é o profissional que não fecha meta e não se desenvolve, é aquele monte de laranjinha lá. Ele não faz o trabalho dele e também não busca saber o que fazer.

E o Brasil passa por um apagão de talento assustador, gente! Assustador! Dentro da nossa realidade, vamos falar no seguinte: quem de nós... Eu usei esse exemplo, vou usar ali de novo.

Eu tenho as tabelas que a empresa manda para a gente - em PDF ou Excel, qualquer coisa - e eu tenho um sistema que eu passo para o cliente usar, um sistema que está totalmente configurado dentro da política dele. Certo?

 Eu vou lá com o comprador, explico a tabela, assim: “se você não gostar do meu sistema, a tabela é essa.” “Você compra no Mercado Livre?” “Compro.” “Você compra na Americanas?” “Compro.” “Você compra na Shopee?” “Compro.” “Meu sistema é igual.

Entra aqui para fazer um pedido.” E o cara entra: “Uau! Que legal, Ezio! Nossa, facilitou a minha vida.” Beleza, viro as costas - eu vou ser bonzinho, vou falar três dias - três dias, esse comprador me liga: “Ezio, quanto custa aquele negócio?”

 É só comigo que acontece isso, gente? São só os meus? É isso gente, é quadrante um de monte. É que nem falar: “vamos matar um leão por dia?” Matar o leão é fácil, o duro está em desviar das antas. Está fácil matar o leão, está fácil.

Você pula para o quadrante dois. O quadrante dois é aquele camarada que está ali, ele dá resultados, ele fecha suas cotas, suas metas, mas ele não se desenvolve mais. “Está bom, já sei tudo. Já faz 30 anos que eu sou representante comercial. Eu comecei aqui antes do gerente. Eu sou amigo do dono da empresa.”

É o quadrante dois. Quem tem desses caras na equipe? Está ali o quadrante dois, está tudo certo. Se a empresa for igual a ele - se a empresa só quer bater a meta, fechar os números dela e não busca - vai acontecer o mesmo com os dois.

A gente pula para o quadrante três. O quadrante três é aquele camarada que está vendo a necessidade, ele se desenvolve, ele busca, ele está buscando curso, ele está aqui, ele ouviu que tem o curso do Core. O Core está fazendo um trabalho sensacional, oferecendo um monte de coisa. Parabéns pelo site. Eu entrei no site, está lindo o site novo.

Então, o Core está oferecendo um monte de coisa, esse cara está indo buscar. Só que ele se esquece de trabalhar, ele se esquece de pôr para acontecer, esquece-se de buscar, está faltando um pouco da parte técnica, está faltando a mão na massa. Então, ele se desenvolve, mas ele não está dando resultado.

E vamos falar de nós: nós estamos no quadrante quatro. A gente está fechando meta, está buscando se desenvolver, a gente não para! A gente está cada vez mais, por quê? Porque está atrás da gente.

Quando virou a pandemia, quem achou que a profissão de representante comercial iria acabar? Eu fui um. Eu falo: “Agora vai acabar.” Eu tinha quase certeza, falei: “Esses raios de internet, esse negócio, agora vem com tudo. Agora vão acabar com a gente.” Eu tinha certeza disso.

Fui lá, catei todos os meus livros de venda. Falei: “vou tacar fogo em tudo isso aqui, serve para mais nada agora.” Tinha meus cursos ali, falei: “agora o que eu faço? Como que eu vou rever? Eu não vou sair de casa, estou preso. Como é que vai acontecer o negócio.”

Alguns segmentos sofreram assustadoramente, no meu segmento, graças a Deus, não aconteceu isso. Pelo contrário, jogou a gente numa zona de conforto maravilhosa. Nós vendemos para caramba assistindo sessão da tarde: Rocky 1, 2, 3, 20, 25, 30; Lagoa Azul e tudo mais; e pedido, pedido, pedido, pedido. Nossa Senhora! Viramos até Masterchef, todas as receitas da Ana Maria Braga a gente assistiu.

Falei: “agora ficou linda a nossa profissão. Não vou sair de casa, não pago pedágio, não faço revisão no carro. Nossa Senhora!” Eu, particularmente, sofri um acidente em novembro de 20... e agora?

Eu acho que foi novembro de 21. Eu sofri um acidente, deu perda total no carro. Graças a Deus não aconteceu nada. E eu lá no carro, não abria as portas, não abria nada. Eu rodei no meio da Bandeirantes e fui para o barranco.

O carro não abria as portas e o cliente me ligando: “Ezio, quanto custa isso?” Falei: “Acabei de sofrer um acidente, eu preciso falar com o seguro.” “Não, mas tudo bem, Ezio. Quanto custa isso?” Cara, isso aconteceu.

Falei: “Vim me socorrer você não quer vir, não é?” Mas aconteceu, e até o seguro resolver - foi uma chatice isso - eu fiquei quatro meses sem carro. Falei: “eu não vou comprar mais carro. Não estou precisando sair, não vou sair, vou só alugar carro.” Então, vai mudar tudo.

Peguei meus livros... até estava hoje vindo para cá escutando um “audiobook” de um dos livros que eu li, acho que uns 25 anos atrás: O maior vendedor do mundo”, Og Mandino.

Quem não leu isso, leia! É sensacional. Então, foi esse e o “Bíblia de Vendas” que eu falei assim: “Vou jogar fora. Isso aqui vou tacar fogo, não dá nem para dar para ninguém.” E numa repassada ali... sensacionais, muito atual! E vocês vão ver ali na frente do que eu estou falando.

Mas agora, os colegas de outras profissões que se conseguirem levar para a profissão deles, é a mesma coisa: tem que se desenvolver, nós temos que acompanhar. Tecnologia está aí, as gerações x, y, z estão aí voando; ou a gente fala a mesma língua deles, ou a gente fica sem falar com ninguém, porque são eles que estão consumindo, eles que são os consumidores do futuro.

Então, eu peço agora uma pausa. Que essa fala, que esse quadrante, vocês levem para a vida pessoal de vocês, está bom? Filhos, todos são. Quem aqui é pai? Quem aqui é mãe? Quem não for, é namorado, noivo, juntado, amasiado, companheiro, companheira; quem aqui também tem alguém que divide as dores, as alegrias, as tristezas?

É com você que eu estou falando agora, acho que ninguém ficou sem levantar a mão: como que você é com a sua esposa? Em que quadrante você está? Não está nem cumprindo a meta e nem se desenvolvendo?

E você esposa, você está onde? No quadrante dois, ali? “Complemento, mas não me desenvolvo. Não sou uma boa ouvinte.” “Não sou um bom ouvinte.” “Está tudo bom, a gente está junto há 20 anos, 30 anos.”

Não está fazendo mais nada: não se leva flor, não precisa mais fazer aquela comidinha que ele gosta quando chega. Como é que você está? Ou você está indo buscar alta performance? Cara, nós estamos vivos. A vida não para em qualquer área da nossa vida, em qualquer área é quadrante quatro sempre.

Quem é pai? Quem é mãe? Onde você está? As crianças nascem, elas estão no nosso colo, elas não sabem que caminho vão tomar da vida, quem são eles. A educação, a tratativa, é de um jeito. Eles começam a engatinhar, começam a andar, começam a se espelhar em nós. Que exemplo você está dando?

Eles começam a correr, eles levantam voo, viram adolescentes. Eles estão percorrendo todos os quadrantes e você está indo atrás? Você foi adolescente, você foi criança, você esqueceu? Você se esqueceu disso?

Você tem que acompanhar, saber a linguagem deles. Você beija, abraça, acolhe quando ele chega? Para tudo, desliga essa desgraça de celular. Pare de atender cliente para atender sua esposa, seu marido, seu filho, sua filha.

Você vai deixar que um traficante tome conta? Você vai entender o que está acontecendo no mundo do seu filho e vai deixar que um bandido tome conta? Então é para isso gente, isso aqui serve para tudo na vida. Está bom?

Então, vamos lá, uma tecladinha só que o quadrante um tem um verbo ali. O verbo é “encaminhar.” E serve também para a gente, tá? Se eu não estiver cumprindo metas, se eu não estiver me desenvolvendo, minha mulher vai me encaminhar. Entendeu?

Mesma coisa a empresa: você pode encaminhar - e falando sério agora - esse profissional para uma outra área, para um outro líder; talvez ele não se adeque a você, ele não está entendendo você e essa pessoa está no cargo errado.

E você transferindo ele, encaminhando para um outro setor, ele vai se desenvolver e vai embora. Ou você encaminha para o RH: “vejam o que vocês fazem, porque comigo não trabalha mais”.

Não sai do lugar e não fecha meta. O que é legal? Quando aquele amigo seu concorrente liga e fala: “Você tem alguém para me indicar?”. Dá-lhe quadrante um, dá-lhe.

E é a mesma coisa quando eu falo: “Você está na empresa. A sua empresa é quadrante um, quadrante dois, quadrante três, quadrante quatro?”. Ô representante, aquela empresa não desenvolve, não troca produto, não acompanha mercado?

Encaminha ela, gente, pelo amor de Deus. Não fica sofrendo queimando a sua imagem. É o seu nome, é a sua cara que está ali. Encaminha ela. Não perde tempo, não fica brigando, não desgasta não.

Mais uma teclada - por favor aí, companheiro. Desacomodar, o que é o desacomodar? É o cara, é o amigo do dono há 30 anos no mercado, eu conheço todos os clientes, eu conheço todo mundo, só que aquele cara que eu visitava lá não está mais no comando. Agora é o filho dele, é o sobrinho dele, é o neto dele. Mudou tudo.

Então se eu me acomodar, um abraço. Ele está comprando do concorrente, está comprando de outro, porque eu fui lá visitar ele de terno e gravata, o cara foi lá com a camisa, o tênis novo lá do Jordan, não sei o quê: “Ah, mas eu vou comprar daquele velho lá? Vou comprar do moleque do Jordan aqui”. Mudou tudo. E aí? Bora lá, gente, desacomodar.

Mais uma teclada, por favor. Quadrante três. O quadrante três, né? O cara está aprendendo, ele está se desenvolvendo e tal, só que o que falta para ele buscar resultado, né?

Quando a gente tem o “a” na frente de uma palavra, significa “não”, né? Vamos brincar um pouco com isso. Então é uma pessoa normal, certo? Ou uma pessoa anormal, não é normal? Então aprender ali seria não prender.

Não se prenda ao que você sabia. Estudou, aprendeu, desenvolveu? Bota para usar. Vamos lá, tem um monte de gente estudando. Mais do que nunca, ciências entraram em vendas. Eu estava lendo esses dias um livro falando sobre o efeito dos hormônios na hora da venda.

Os Estados Unidos talvez até lançaram, não sei, está para ver a dilatação da pupila quando a pessoa olha o produto que ela quer. Olha o nível da coisa. Então neurociência, PNL, tudo entrando na nossa técnica de venda. Está tudo entrando aí. Então a coisa está voando.

Então não dá para se apegar ao que a gente fez lá atrás, quando eu comecei lá com meus 18, 19 anos. Não dá mais, já foi. E aí o quadrante quatro, que são vocês que estão em uma sexta-feira aqui.

Mais uma tecladinha, por favor. Esse é o cara que a empresa quer. Ele dá resultado, ele está se desenvolvendo, ele exige da sua liderança algo melhor, ele exige da sua empresa algo melhor e ele leva tudo de melhor para o cliente dele.

Aí o cliente dele quer que você vá lá, ele quer que você atenda ele. É isso que ele quer, porque você é diferente. Mais uma teclada, por favor, ou duas, porque o quadrante quatro é o talento. É o Neymar. É esse cara que o mercado quer. Não dá mais.

Aí como eu falei e brinquei com vocês sobre pessoa, vamos falar que um ente querido nosso está precisando de um médico neurologista. De qual quadrante você vai pegar o médico? Do um? Né?

E aí você quer que o vendedor atenda quem, o do um ou do quatro? Você quer que o vendedor dê preferência, o comprador dê preferência para quem? A empresa, na hora de selecionar, vai buscar quem?

É disso que eu estou falando, gente. Não dá mais para parar. Por favor, muda ali. Só volta, só volta no quadrante, eu lembrei de uma história agora. Eu estava no aeroporto esperando um colega chegar de viagem, e aí me chamou a atenção que eu estava parado ali - quando chega no aeroporto que desce um pessoal ali, para pegar ele e já ir embora, sair para trabalhar -, tinha uma família. Uma mãe, duas crianças - uma criancinha de colo e uma criança no chão, maiorzinha.

E aquela molecada, aquela família, sabe aquela euforia, aquela ansiedade, aquela coisa gostosa de ver, bonita, eu falei: “Nossa, que legal, né, cara? O que será que está acontecendo com essa família? Acho que vai chegar alguém - o pai, imagino eu - que deve estar há uns três meses fora viajando, trabalhando fora, alguma coisa assim, né?”.

E fui me aproximando, aproximando, fiquei perto ali, e ele chegou no mesmo voo do colega que eu estava esperando. E aí chegou, eu vi, abraçou, os filhos correram, pai, mãe, pai, e beijo e abraço.

Aí falei: “Que gostoso”. Aí eu peguei e não me aguentei. Eu virei e falei: “Parabéns, que gostoso, cara, ver a família te recebendo assim”. E eu falei: “Deve ser vendedor, né? Está chegando de viagem”.

Aí falei: “Que bacana”. Ele falou: “Obrigado”. Eu falei assim: “Então, faz quanto tempo que você está fora, cara?”. “Dois dias”. Eu: “Han?”. Dois dias. Falei: “Nossa, que coisa linda, cara. Parabéns. Eu queria que a minha família fosse assim”. Sabe o que eu ouvi? “Não queira. Decida”. Em que quadrante você está? Decida para qual você vai. É disso que a gente está falando.

Pode mudar, por favor. Recentemente, fiz um curso na Escola Superior de Propaganda e Marketing, e eles soltaram isso aqui. Mais uma teclada, por favor. Aí, muito obrigado.

Isso aqui foi uma pesquisa feita com 180 empresas, em que eles ouviram como que você, comprador, como que você, empresário, considera um fornecedor ali, um fornecedor-chave, um case supplier.

Como você considera, o que você quer que ele faça? Olhem as coisas que eles pediram ali, que eles falaram que gostariam de ter: que eles me eduquem com ideias ou perspectiva. Ou seja, cara, me traz coisa nova. Mais do mesmo não dá, né? Traga-me informação, me traz produto, me traz técnica, traz coisa nova.

Colaborem comigo. Não venha só vender. Você só quer meu dinheiro, cara pálida? Todo mundo quer. Colabora um pouco, vamos fazer acontecer, vamos andar juntos, né? Demonstre-me que alcançaremos resultados superiores. Poxa, você está comprando isso, mas não está dando certo?

Vamos fazer daquele jeito, vamos trocar esse produto por outro, vamos usar uma outra técnica, um outro método, vamos falar com sua equipe, vamos ver as dificuldades, né? Então vamos fazer acontecer. E olha lá os maridos e as esposas. “Eu gostaria de que o meu fornecedor me escutasse... me ouça, me escute”. Sabe a escuta ativa?

Vocês já ouviram falar de escuta ativa? É de parar tudo, olho no olho, agora escuta. Escutou o que eu quero? Agora me entrega. Acabou, só isso, coisa mais fácil que tem. Escutou o que ele quer comprar, você entrega o que ele quer vender, muito obrigado, vamos tomar café e vamos embora - é o que ele está pedindo.

Entenda as minhas necessidades. Para de vender o que você quer, para de vender o que a empresa mandou você socar aqui para dentro do meu estoque. Se ela não vende, não sou eu que vou vender. Para com isso, não dá mais joelhada, acabou, não tem mais jeito. Ajude a evitar possíveis armadilhas. A mesma coisa: não venda mico para mim, não venda mico.

Hoje eu conversando agora com um gerente aí, eu falei: “Cara, eu preciso ir para lá para entender isso”. Ele me falando do número de vendas de resistência de chuveiro na Bahia. Eu falei: “Não, aí não. Vamos ter que estudar isso aí. Leve-me junto que eu quero ver o que esse camarada faz para...”. Mas tem mercado? A gente acha que não.

“Ah, minha região, pior que tem”. “Ah, minha região é região da fome”. “Ah, todos os concorrentes estão na minha região”. É o que a gente faz, a gente inventa desculpa e mentira para nós mesmos, isso que é o pior. E acreditamos nela. Que elabore uma solução atraente.

Solução: eu tenho um problema, me traz solução, por favor. Você quer me ajudar, vamos andar juntos, vamos crescer juntos?  Traga-me solução. Problemas, tem um monte aí. Perfeito?

Processo de compra representado com precisão. Cara, você vende dez por mês, eu vou te vender dez, só que está atrasando a minha entrega, vamos por dois a mais só para não ter um probleminha? Pronto, acabou.

“Ah, vendo dez por mês”. Tá, mas você tem que comprar 150 para ter 1,5% de desconto a mais. “Cara, mas vai ficar três anos sem vender. Eu não vou comprar durante três anos”.

Ah, mas não tem importância, preciso fechar minha cota lá. Problema, problema, toda vez que o cara olhar aquele produto, ele vai lembrar de você negativamente.

Conectado comigo pessoalmente. Ele não quer só um CNPJ lá, ele quer um CPF, ele quer entender que ele está fazendo negócio com pessoas. Ele quer olhar no olho senão a nossa profissão teria acabado mesmo na pandemia. Mas ele quer olho no olho, ele quer sentir o calor, ele quer sentir a emoção. Ele quer desabafar com você.

Como eu tenho certeza que muitos de vocês têm, ele quer só desabafar com você de um problema que ele tem fora da empresa. E não quer nem comprar naquele dia, no dia seguinte ele te passa um pedidão, mas não fala de pedido, só me escuta hoje. Ele quer essa relação pessoal. Ele não ser sentir ali: “Ó, você veio aqui para abrir o meu cofre, né?”. Entendeu?

E o valor geral da empresa é superior às outras opções. O valor da sua empresa, sua empresa, sua empresa, Ezio Representações, vale mais do que qualquer outra. A sua empresa, o produto que você vende vale mais que qualquer outro.

E a sua loja, meu cliente, vale mais do que qualquer outro, você é o cara. É isso que eles estão pedindo. É simples assim. Então a gente faz...

Até estava conversando com a Malu lá atrás, ela falou assim: “Está fácil, né? A gente pergunta para o cliente o que ele quer, ele responde para a gente traduzir em português”. Olha que beleza. Então só faça a pergunta: meu cliente, o que você está precisando? E atenda ele. Mais uma, por favor, DJ. Mais um... Ih, pulou. O que será que está por vir? Será que o mercado parou? Volta um, por favor. Aí.

Realidade aumentada na prática: como pode ser usada nos negócios? Está aí já. Tem um monte de corretor de imóvel já fazendo negócio, o cara nem sai da casa dele, compra apartamento, compra fazenda, compra aras.

Recentemente um amigo meu vendeu um aras, o cara nem pisou lá mas ele viu tudo, tudo de que precisava estava na realidade aumentada, já está aí.

Próximo, por favor: 5G, o que representa nos nossos negócios? Tudo, gente. Está aí a velocidade, né? Mostrei lá o fax, não tem tempo mais, é 5G agora, não vai dar mais nem para enrolar o gerente de que está sem sinal, sem não sei o quê. Não dá para tirar foto do ponto de venda? “Ah, estou sem sinal aqui”. Não tem mais jeito. É a velocidade.

Um médico dos Estados Unidos vai estar operando um paciente aqui em São Paulo usando o 5G. Aí por que não vai vir para a área comercial? Está aí. Mais uma. Vendas no Metaverso. Quinta-feira que vem vai ter uma palestra sobre isso, um cara sensacional - acho que vai ser no Orkut - vai falar sobre o Metaverso.

Vendas no Metaverso: como os negócios B2B vão participar dessa tendência? Opa, perdão, Orkut não, Linkedin. Eita, quer falar que é velho, fala logo, né? Linkedin. Orkut, só tem uma conta lá. Vai ter no Linkedin, perdão, do Adriano, professor da ESPM.

Então, o Metaverso está aí, uma loucura aquilo, né? Comprando roupa que não existe, tênis que não existe, terreno que não existe, empresa que não existe, pagando fortuna.

Caramba, velho. Mas é verdade? É, está acontecendo. Então o que a gente tem que fazer, gente? Para o quadrante quatro, vamos ver o que eu vou fazer com tudo isso aí e vou usar. Porque senão, foi para o um, voltamos para trás.

Hoje não dá mais para ficar parado esperando. Hoje não dá mais, tá bom? E para terminar, coloca o último slide, por favor, que é a frase de um CEO da Coca-Cola: Se você pensa que terá sucesso em conduzir o seu negócio nos próximos dez anos - eu falaria três ou quatro anos -, do mesmo modo que você fez nos últimos dez anos, você está perdido.

Para ter sucesso, você tem que perturbar o presente. Chega, chega, acabou, gente. Não dá tempo mais, não dá para esperar, não dá para esperar a empresa mudar, não dá para esperar o produto mudar, não dá para esperar o Palmeiras ser campeão mundial, tem que fazer acontecer.

Vamos lá, vamos para frente, vamos buscar informação, vamos ver o que tem. E é isso que eu queria falar para vocês. Muito obrigado pela paciência de vocês, pelo ouvido de vocês.

Muito obrigado pelo convite, Sidney.

Gratidão, uma ótima noite para vocês.

Aperta mais um, por favor, e muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. EMANUELLE MARIZY - MESTRE DE CERIMÔNIAS - Momento do uso da palavra. Convidamos o Sr. Sidney Fernandes Gutierrez, diretor-presidente do Conselho Regional dos Representantes Comerciais no Estado de São Paulo, para fazer o uso da palavra.

 

O SR. SIDNEY FERNANDES GUTIERREZ - Muito boa noite a todos e a todas. Evento de homenagem ao Dia do Representante Comercial. Prezados representantes comerciais, seus familiares, autoridades, funcionários do Core-SP e demais presentes.

Hoje é um dia festivo, pois nos reunimos para homenagear aqueles que tanto contribuem para o desenvolvimento do nosso Estado.

O Dia Estadual do Representante Comercial, comemorado em primeiro de outubro, é um merecido reconhecimento do trabalho incansável de profissionais que conectam a indústria ao comércio e aos consumidores finais, movimentando toda a economia nacional.

Como diretor-presidente do Core-SP, quero expressar meu orgulho de ser representante comercial, além de renovar meu compromisso, firmado no início da atual gestão, de trabalhar em prol da categoria.

Em 2022, após dois anos de pandemia, o Core-SP retomou eventos presenciais em diversas cidades paulistas, com o objetivo de estar mais próximo do representante comercial.

Encontros com a presidência, com a fiscalização, e o plantão jurídico tiveram, por finalidade, informar e orientar a respeito das necessidades de registro, esclarecer quanto aos direitos e deveres previstos na Lei nº 4.886, de 1965. Também foram mantidas as lives iniciadas na pandemia, com assuntos de interesse dos profissionais.

Em relação aos direitos dos representantes comerciais, buscamos o apoio dos deputados federais paulistas, para fins de aprovação de dois projetos de lei relevantes para a categoria.

O primeiro é o PLP 99, de 2022, que modifica o enquadramento dos representantes comerciais no Simples Nacional, de forma a incluir a atividade desses profissionais em uma tabela de tributação com alíquotas menores do que as praticadas atualmente. O projeto atualmente aguarda a apreciação por parte do plenário da Câmara dos Deputados.

O segundo é o PL 981, de 2019, que isenta os representantes comerciais do imposto sobre produtos industrializados, o famoso IPI, incidente sobre a aquisição de veículos automotores de fabricação nacional.

O projeto foi aprovado recentemente pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Câmara dos Deputados, e aguarda apreciação conclusiva das demais comissões.

Estejam certos de que o Core-SP está ao lado dos representantes comerciais, na luta de seus direitos. Agradeço ao nobre deputado Castello Branco, que em 2020, na procura do nosso pleito, abraçou a causa do representante comercial, e implementou a lei do Dia Estadual do Representante Comercial. Isso é um marco histórico. Porque, há 56 anos, a categoria tem a sua regulamentação.

E nós, normalmente, como o José Luiz disse anteriormente, comemorávamos o Dia Pan-americano do Representante Comercial. Então, desde a minha ascensão no Core-SP, era um projeto de lei que eu buscava essa aprovação.

E nossos quadrantes se encontraram, deputado. Então nada é por acaso nas nossas vidas. Agradeço muito o apoio que o senhor tem dedicado à nossa categoria.

Muito obrigado, deputado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Convidamos o excelentíssimo deputado estadual Castello Branco, presidente deste ato solene, para o uso da palavra. Por gentileza, os conselheiros retomem os seus lugares na mesa.

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Senhoras e senhores, muito boa noite. É uma grande honra e um privilégio recebê-los hoje em nossa Casa de Leis, Palácio Nove de Julho, Assembleia Legislativa de São Paulo, para esta sessão solene. Começo agradecendo à figura do presidente, Sidney Fernandes. É uma honra ter trabalhado contigo. Já te considero um amigo. Muito obrigado pela oportunidade de fazer parte dessa história.

Ao vice-presidente do Core Santa Catarina, Orivaldo Besen, muito obrigado pela ilustre presença. O presidente do Core Paraná, Paulo Nauiack. Aos conselheiros Dante Orefice Junior, Francisco Clemente, José Luiz Abrantes. Milton Alves, Fábio Kalil, Jorge Peretti, Maurício Pereira, Fábio Lofrano. Em especial, ao José Luiz, pelo brilhante texto lido em homenagem ao Dia do Representante Comercial. E ao Ézio, palestrante, pela palestra.

Depois eu faço questão de conhecê-lo melhor. Pena que eu não te conheci antes. Porque a minha equipe, do meu gabinete parlamentar, precisava da sua palestra. Você já tem um cliente aqui.

Eu considero o evento do Conselho Regional de Representantes Comerciais do Estado de São Paulo um dos mais importantes do calendário da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Dos 39 eventos, ou homenagens, que nós prestamos por ano, nesta Casa, apenas no meu gabinete, como, por exemplo, Forças Armadas, Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Maçonaria, Sociedade Brasileira de Eubiose, Ordem dos Advogados do Brasil, Ordem dos Economistas do Brasil, Sindicato dos Contabilistas e Contadores, a dos representantes comerciais hoje ocupa um local de destaque.

Graças ao esforço do Sidney que, no final de 2019, começo de 2020, levado pelo Bruno Zambelli para uma reunião histórica, nasceu o embrião do que hoje é esse evento. Cinquenta e cinco anos depois daquela data, estamos realizando um grande sonho. Para mim é muito importante o evento. Porque eu fui representante comercial.

Eu entrei no Exército muito cedo, com 14 anos, impulsionado e motivado pela minha mãe, cujo pai era irmão do presidente Castello Branco, a entrar no Colégio Militar, e depois seguir carreira na Escola de Cadetes e na Academia.

Que ironia do destino! Tantos anos depois, nunca imaginava ser deputado, e estando nesta Casa, sou contatado para fazer o Dia do Representante Comercial. O universo e o tempo conspirando a nosso favor. Sem dúvida, a força do destino.

Eu sei das dificuldades da profissão. E como! Porque, depois de muitos anos de Forças Armadas, e com uma carreira brilhante, o destino me prega uma peça: eu sofro um acidente de helicóptero gravíssimo. Eu trabalhava com ações especiais, na Amazônia, no combate ao narcotráfico, na Cabeça do Cachorro, fronteira com a Colômbia. Numa dessas missões, o meu helicóptero sofreu uma queda. Quase vim a falecer e fiquei dois anos no hospital, quase tetraplégico.

Desse drama, ainda jovem, com 34 para 35 anos, eu me recupero, começo a voltar a andar, milagrosamente. E precisava trabalhar. O Exército já não podia me aceitar, porque eu não atendi os requisitos operacionais básicos para o exercício da profissão.

E vou trabalhar como representante comercial, vendendo asfalto,  pavimentação, produtos de engenharia. Eu admiro muito a profissão de vocês. Se não fosse o salário que eu tinha, do Exército, eu tinha morrido de fome, porque eu não conseguia vender.

Aliás, eu não tinha sido preparado para isso. As virtudes que foram aqui narradas, persistência, determinação, resiliência, não desistir e, principalmente, paciência, porque, entre você apresentar o produto e finalizar a venda, às vezes passava um tempo enorme. Eu aprendi a valorizar muito a profissão de vocês.

Agora faço um resgate histórico interessante. Porque o marechal Humberto de Alencar Castello Branco, quando assume a Presidência da República, o primeiro presidente do governo militar, no dia 15 de abril de 1964, ele tinha uma série de demandas reprimidas. Uma delas era a regulamentação de várias profissões. Na verdade, 65 profissões não tinham regulamentação.

Logo em dezembro do ano seguinte, imagina o esforço que foi feito, porque a gente sabe o trabalho que dá para fazer o decreto, ele regulamenta a profissão de representante comercial.

E por que ele escolheu essa? Tinha tantas outras. Ele tinha dois irmãos que ele gostava muito. Um era auditor da Receita, que ficou famoso por causa da história do Simca Chambord. O outro era representante comercial.

E o irmão dizia para ele: “A gente tem uma das profissões mais antigas do mundo, e uma das mais importantes. E a gente não tem regulamentação trabalhista nenhuma”.

E aí nasce um decreto que, para a época, foi muito bem feito. Tanto que chegou até os dias de hoje. Agora sim, sendo modernizado, adaptado, enfim.

O interessante da história é que o presidente Castello Branco tinha uma visão aguçada do futuro. E aqui eu me permito um parênteses político. Porque, na verdade, ele não queria passar para o Costa e Silva. Esse assunto é delicado. Ele queria que o Juscelino Kubitschek assumisse novamente, que fossem abertas eleições. O clima era difícil na época, e ele acabou sendo vencido.

Eu conheci o Castello Branco. Eu estive com ele, e acho que agrego valor na cerimônia de hoje com essa história. Eu tinha cinco anos. Ele foi padrinho de casamento da minha tia, Moema, aqui em São Paulo. Eu era o pajem, aquele menininho que leva a aliança, junto com as madrinhas e as menininhas.

Muito bem. A festa foi na casa do vovô Oscar, esse, que também era representante comercial. E naquela ocasião, aquelas fotos de família, eu acabo tirando uma foto com o presidente Castello Branco. Papai era médico, e se tornou médico dele. Conversava bastante com o Castello.

O fato é que isso aconteceu em 26 de maio de 1967. Ele tinha deixado a Presidência da República no dia 15 de março de 1967. Curiosamente, ninguém se pergunta por que ele não completou os quatro anos. Porque ele não queria. Ele queria realmente abrir para eleições gerais naquela ocasião. Ele foi voto vencido. (Palmas.) Obrigado.

E aí, o que acontece? Cinquenta e seis dias depois desse casamento, onde eu fui o pajem, ele morre num acidente misterioso. Aliás, para a nossa família, não foi acidente. Mas isso fica para outro dia. Mas eu deixo registrado, para os anais da Alesp, considerando que estamos em rede de comunicação aberta, esse testemunho. E aí nós nos despedimos do Castello Branco dessa forma trágica.

Mas ficou o seu legado: o legado de reconhecer a profissão mais antiga do mundo, ou uma das. E, 55 anos depois, aliás, hoje, 57 anos depois, 55 quando nós começamos o projeto, nós realizamos o nosso primeiro ato solene aqui no auditório Franco Montoro. E agora, no plenário Juscelino Kubitschek, que é o mais nobre desta Casa, as comemorações desta primeira sessão solene oficial.

É uma tradição que eu espero que se perpetue, que viva nesta Casa. Legado esse que eu passarei para o Bruno Zambelli que, quis o destino, agora será deputado estadual.

Vai estar nesta Casa, e vai dar continuidade ao reconhecimento, ao prestígio e à nobreza de trabalhar com essa profissão maravilhosa dos representantes comerciais.

Muito obrigado, Emanuelle. Você, que esteve junto conosco nessa caminhada. Mais uma vez, Sidney, minha gratidão a todos vocês, heróis anônimos do Brasil, que lutam bravamente pela nossa Economia. Um elo importantíssimo entre a indústria, o comércio e o consumo. Eu, particularmente, reconheço e enalteço.

Parabéns à sua gestão, Sidney, que criou, o “Departamento de Relações Institucionais”, que conversa com o Congresso Nacional, conversa com a Assembleia Legislativa, com as câmaras municipais.

Porque, sem dúvida nenhuma, a profissão de representante comercial ainda tem pela frente enormes desafios a serem vencidos. Conte sempre comigo e com a minha equipe.

Eu termino a minha fala com uma frase do querido mestre Henrique José de Souza: “A esperança da colheita reside na semente”. A gente só pode esperar colher aquilo que vai plantar. Parece óbvio, mas não é. Assim, hoje, nós estamos plantando, mais uma vez, boas sementes que vão colher bons frutos. Estamos colhendo bons frutos das suas boas sementes.

Muito obrigado a todos.

É uma noite gloriosa.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Iniciamos neste momento as homenagens.

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo homenageia o Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Estado de São Paulo, em comemoração ao Dia Estadual do Representante Comercial, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao desenvolvimento humano e econômico.

O Core-SP, Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Estado de São Paulo, é uma autarquia federal, fiscalizadora do exercício profissional, criada pela Lei nº 4.886, de 1965. Trata-se de um órgão consultivo, orientador, disciplinador e fiscalizador do exercício da profissão do representante comercial.

É uma entidade dotada de direito público, com autonomia técnica, administrativa e financeira, e não recebe nenhuma subvenção do governo federal, tendo todo o seu recurso alicerçado nos recursos pagos pelos representantes comerciais.

As principais atribuições do Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Estado de São Paulo são:

Promover o registro profissional.

Fiscalizar o exercício da profissão.

Zelar pelo cumprimento da Lei nº 4.886, de 1965, esclarecendo os representantes comerciais e as empresas representadas sobre os direitos e deveres inerentes à profissão.

Também são atribuições do Core-SP:

Expedir carteiras profissionais.

Organizar e manter o registro dos representantes comerciais.

Julgar infrações e impor penalidades, conforme a legislação que regula a categoria.

Convidamos o Sr. Sidney Fernandes Gutierrez, presidente do Core-SP, para receber a homenagem da Assembleia Legislativa de São Paulo ao Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - “Ao Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Estado de São Paulo, Core-SP, pelos seus relevantes serviços prestados ao Brasil, em particular ao desenvolvimento humano, econômico e financeiro da população do estado de São Paulo.

A esperança da colheita reside na semente, professor Henrique José de Souza. São Paulo, sete de outubro de 2022, sexta-feira. Assina esta Casa.”

Obrigado, Sidney. (Palmas.)

 

* * *

 

- É entregue a homenagem.

 

* * *

 

O SR. SIDNEY FERNANDES GUTIERREZ - Mais uma vez, deputado, nós que somos gratos, nós representantes dos comerciantes aqui presentes, seus familiares, nossa diretoria aqui composta. A gratidão será sempre o reconhecimento do teu trabalho perante a nossa categoria. Muito agradecido, sempre. Obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - O Core-SP tem a honra de homenagear o setor de atendimento da nossa sede em São Paulo.

Para receber a homenagem, convidamos o coordenador do setor de atendimento, Sr. Fabrício Santos. Para realizar a entrega da placa, convidamos os conselheiros Sr. Dante Orefice Junior e o Sr. Fabio Calil. (Palmas.)

Senhores, por favor fazer a leitura da placa.

 

O SR. FABIO CALIL - “Homenagem. O Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Estado de São Paulo tem orgulho em reconhecer o empenho de todos os colaboradores que integram seu setor de atendimento na nossa sede em São Paulo, tanto pela excelência com que atende aos representantes comerciais, como pelo encaminhamento das demais demandas inerentes ao seu dia a dia.

Obrigado pela disposição, transparência, ética, empatia e outras boas práticas aplicadas ao trabalho. Com respeito e gratidão, da diretoria do Core-SP.” (Palmas.)

 

* * *

 

- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Dando sequência, o Core-SP tem a honra de homenagear o Sr. Francisco Clemente, que, além de atuar por 52 anos como representante comercial, integra o quadro de conselheiros no triênio 2019 a 2022. Conheçam um pouco mais sobre a história deste profissional. (Palmas.)

 

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- É exibido o vídeo.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Convidamos, além do nosso presidente, Sr. Sidney Fernandes Gutierrez, o nosso conselheiro, José Luiz Abrantes, para realizarem a entrega da placa ao Sr. Francisco Clemente.

 

O SR. JOSÉ LUIZ ABRANTES - “Homenagem. O Conselho Regional dos Representantes Comerciais no Estado de São Paulo tem a honra de homenagear a trajetória profissional do Sr. Francisco Clemente, que, além de atuar por 52 anos como representante comercial, integrou o quadro dos conselheiros no triênio 2019-2022.

Obrigado por exercer a atividade profissional de maneira ética, transparente e atenta às boas práticas. A diretoria do Core-SP deseja cada vez mais prosperidade e bons resultados em todos os âmbitos da vida.” (Palmas.)

 

* * *

 

- É entregue a homenagem.

 

* * *

 

O SR. FRANCISCO CLEMENTE - Boa noite a todos. Agradeço a presença de vocês, e agradeço também o Sr. Presidente do Core-SP, porque essa mudança que o senhor vem fazendo no Core de São Paulo, principalmente nessa gestão, essa mudança, essa transformação no Core e no representante...

Por intermédio do Core, eu tenho visitado cidades no interior. Têm pessoas, representantes com mais de 20 anos, que não conheciam, que tinham uma categoria dessa, não tinha o Core.

Então, foi isso, e eu, como representante, eu comecei pequeno, vendedor. Porque a gente era vendedor, e hoje a gente continua sendo vendedor representante, com as dificuldades, mas hoje eu acho que não posso também falar, do tempo que eu comecei, e até pouco tempo, a mudança que teve.

Eu peço para o senhores representantes e senhoras representantes. A presença nossa é muito importante nos seus clientes, porque hoje você está só digitando. Então, eu estou notando que está perdendo.

Eu sou representante, porque têm pessoas que me conhecem porque eu fiquei em uma empresa 39 anos. Chamam-me pelo nome da empresa. Nem falam “Clemente”. Até vou falar o nome da empresa que eu trabalhava. Protin. “Ô, Protin, vem cá!”. Mesmo agora.

Então, é isso aí. Eu quero que vocês... É o presencial que é o importante, porque o comprador - a gente fala comprador - tem que sentir a confiança em você. Então, é isso, meus amigos. Com noventa, a minha pilha já está acabando.

Então, muito obrigado a vocês.

Não sei se eu servi de exemplo, mas estamos aí.

Fiquem com Deus. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Agora chegou o momento mais especial. Os representantes comerciais paulistas agradecem ao Excelentíssimo Sr. Deputado Estadual Castello Branco, por seu envolvimento e empenho na defesa de causas importantes para toda a sociedade civil e pela categoria profissional, incluindo a celebração do Dia Estadual do Representante Comercial, instituída a partir da sanção da Lei nº 17.407, em 15 de setembro de 2021, e comemorada anualmente em primeiro de outubro.

Convidamos os representantes, Sr. Fábio Lofrano e Jorge Pieretti, para fazerem a entrega do diploma ao deputado Castello Branco.

 

O SR. FÁBIO LOFRANO - “Homenagem. Os representantes comerciais paulistas agradecem ao Excelentíssimo Deputado Estadual Castello Branco, pelo envolvimento e empenho na defesa das causas importantes para toda a sociedade civil e por nossa categoria profissional, o que inclui a celebração do Dia Estadual do Representante Comercial, instituído a partir da sanção da Lei nº 17.407, em 15 de setembro de 2021, e comemorado anualmente em primeiro de outubro.

São Paulo, 01.10.2022.”

Assinam os representantes comerciais do estado de São Paulo, e tem uma frasezinha aqui para ele. “Há para todas as coisas um tempo, determinado por Deus. Eclesiastes 3.”

 

* * *

 

- É entregue a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Olha, eu queria deixar registrada mais uma dessas maravilhosas coincidências do destino. O número 17.407 é um número importante na minha vida.

Foi uma “coincidência”, que eu nunca imaginei, e o dia 15 de setembro é o dia de nascimento do professor Henrique José de Souza, que é um dos nossos principais baluartes aqui no mandato. E a frase não poderia vir mais a calhar, viu? Para a gente resistir bem às provações do tempo.

Eu queria aproveitar a oportunidade e registrar a presença do Maurício e da Carmem, representantes comerciais, meus amigos há quase 30 anos, que conviveram comigo na época em que eu fui educador. Acabei pulando essa parte da minha história.

Muito obrigado, e com certeza esse diploma vai ocupar um local de destaque na minha galeria.

Obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Entrega de troféus e diplomas aos representantes comerciais. O Core-SP, por meio da Resolução nº 3, de 2020, instituiu a honraria ao mérito em representação comercial no estado de São Paulo, constituída pelos diplomas de honra e o Troféu Representante Comercial Paulista.

Foram indicados e escolhidos, neste exercício de 2022, na categoria profissionais com mais de 25 anos e 50 anos. São, no total, 34 homenageados pelos anos de contribuição.

Dois deles confirmaram presença. Então, chamo à frente o Sr. Alcides Emygdio, por 54 anos de registro no Core-SP. Senhor Manuel Rodrigues de Freitas, por 53 anos de contribuição.

Presidente Sidney, por favor, acompanhe os senhores na foto.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. MANUEL RODRIGUES DE FREITAS - Eu queria muito agradecer a vocês, e a toda a sociedade de São Paulo que está aqui. Eu sou pernambucano. Comecei, vim para cá com muita dificuldade e cinco filhos.

Nasceu mais um aqui, seis. Todos trabalharam comigo, aí duas filhas saíram porque foram tomar conta das filhas do casamento delas, e meus quatro filhos continuam comigo. Está ali o Arlindo, que hoje praticamente administra toda a empresa sozinho.

Muita dificuldade. Eu vi pessoas falando aqui sobre venda. Eu só queria falar uma coisa para vocês. Às vezes, o representante, a gente pega marca de produtos de boa qualidade, mas os preços são diferentes. Então, você tem, às vezes, dificuldade. Eu vou mostrar para vocês uma coisa que aconteceu comigo.

Eu vendia, e até hoje vendo, moto esmeril. E um dia eu cheguei em um cliente, o De Meo, na Florêncio de Abreu, quase todo mundo conhece. Os vendedores falaram comigo: “Sr. Freitas - porque todos me conhecem como Freitas - nós não podemos comprar o seu moto esmeril porque ele é o mais caro que tem”. Isso o vendedor falando comigo.

Eu falei: “espera um pouquinho. Você vive de salário ou de comissão?” Ele disse: “as duas coisas. Eu tenho um pouco de salário e um pouco de comissão”. Eu falei: “pois é, você vende um moto esmeril - naquela época - por 10 reais, e vende o meu por quinze. Qual é o percentual maior de comissão que você vai ter?”

Ele disse: “poxa, eu nunca parei para pensar nisso”. Aí ele mesmo induziu a empresa a comprar quase só moto esmeril Ferrari, que é a minha marca. Então, gente, a gente trabalhava com muitas coisas diferentes.

Eu tenho um orgulho muito grande da minha família. Eu me emociono muito de falar, e nós viemos de uma família muito pobre, uma pobreza incrível, incrível. Vocês nem sabem a dor que eu tive.

Quando eu cheguei aqui, com cinco filhos, eu não tinha nem uma mala. Minhas roupas vieram em dois sacos de farinha de trigo, porque eu não tinha mala.

Hoje, minha família está toda estabilizada, com a profissão de representante, que eu acho que, não desrespeitando as outras profissões, mas é uma das mais lindas da história da humanidade, porque nós somos respeitados pelas empresas, somos respeitados pelos clientes e pela família também. Teve gente aqui que falou da família, a família é a melhor base de tudo.

Porque, por exemplo, meus filhos, todos eles se formaram. Consegui formar todos os meus filhos, mas nenhum quis sair do meu escritório. Tá vendo? Então, é o maior presente da minha vida, meus filhos. Acho que hoje, com a tecnologia de hoje, eu não tenho condições de administrar meu escritório e as empresas, porque nós estamos representando nove empresas. Eu tenho empresa comigo há 52 anos já.

Então, meus filhos hoje que administram tudo. Agora, eu não sou inútil. Sabe por quê? A minha vida profissional, e a prática que eu tive nesses 53 anos de carreira, ela ainda está aqui. Então, toda dificuldade que têm para as empresas... eu participo das empresas.

Um dia eu fui em uma convenção. Quando chegou lá, o diretor da empresa falou assim: “Sr. Freitas, depois eu quero falar com o senhor”. Eu disse: “tá bom”. Aí nós entramos na fila do café.

Daqui a pouco, quando eu cheguei na fila do café, tinham uns 15 representantes, do Brasil inteiro. Eu disse: “o que houve?”. Ele disse: “é que todo mundo já escutou falar do seu nome, Freitas, todo mundo quer conhecer o senhor”.

Então, gente, respeitar, não importa a profissão que for, principalmente, o ser humano. A gente tem que ter muito cuidado, e respeitar as pessoas, e ter muito privilégio. O privilégio que nós criamos, que nós produzimos, para transferir para as nossas famílias e para os nossos profissionais.

Eu vou terminar com uma mensagenzinha que eu vi em um livro, porque eu leio muito, que falou que nós vivemos a primeira, a segunda e a terceira idade. Eu estou na terceira idade.

Eu já estou com 85 anos. Quando você está na terceira idade, você vive e escuta o que você produziu na primeira e na segunda. Estou dizendo isso principalmente para quem é mais jovem, para preparar a terceira idade de vocês, porque o maior presente na nossa vida é eu estar aqui, com 85 anos, ativo. Eu estar aqui junto com vocês é o maior presente da minha história.

Muito obrigado.

Que Deus abençoe todos vocês.

Obrigado.

 

O SR. ALCIDES EMYGDIO - Pessoal, eu tenho orgulho de ser representante comercial há muito tempo, e vou chamar o meu filho, que é um dos meus sucessores, que está aqui para falar em meu nome. É o Sr. Luciano Eduardo. Esse é um grande sucessor, viu?  

 

O SR. LUCIANO EDUARDO - Aqui está um grande professor que eu tive durante toda a minha vida. É um legado de mais de 30 anos de sucessão, em que eu aprendi com ele muitos valores, muito conhecimento, que eu continuo colocando em prática.

Graças a Deus, está sendo uma jornada de muito sucesso. Tenho muito a agradecer a este mentor, professor, pai, e é um orgulho poder estar aqui com ele, compartilhando este momento nesta noite de comemoração.

Parabéns, pai. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Seguindo com a lista de homenagens da noite, não puderam estar presentes os senhores: Ademar Trevisan; Alberto Fernandes Martins; Hans (Inaudível.); José Basilio de Souza; Nelson Rabuske; Samuel Gregorn; Alcides Emides... Alcides Emides está. Carlos Pereira Molina; Carlos Roberto Peloto; Sírio Marino Moroto; Domingos Della Monica; Donato Umehara; Edson Bernal; Hélio Caruso. Ezio Norio Sodeyama; Flavio José de Toledo. José da Silva Afonso; Leonildo Borachini; Marcelino dos Anjos Cordeiro; Miguel Cedera Pardo; Nelson Schnem; Henrique da Costa; Nelson Stradiotto; Olivio Del Bel; Renato Soller; Sergio Benacchio; Takuro Yoshida; Valdir Pereira de Oliveira; Centro Sul Representações; Parabor Indústria e Comércio de Produtos; Rema Comércio e Representações.

Todos os homenageados receberão suas honrarias em dia e hora posteriormente marcados, na sede do Core-SP, respeitando todos os protocolos.

Próxima palestra. Em homenagem a todos os representantes comerciais do estado de São Paulo, apresentamos agora a segunda palestra da noite, “Improviso e criatividade”, proferida pelo palestrante Marcio Ballas. Marcio Ballas viveu por três anos em Paris, onde estudou na École Internationale de Théâtre Jacques Lecoq.

Apresentou-se com os Palhaços sem Fronteiras numa expedição para Madagascar e outra em campos de refugiados durante a guerra de Kosovo. Formou-se no Institut du Clown Relationnel, na Bélgica, com Christian Moffarts.

No Brasil, foi integrante, durante quatro anos, do Doutores da Alegria. É um dos diretores e criadores, com César Gouvêa, do “Jogando no Quintal”, de 2002, o espetáculo de improviso em cartaz mais antigo do Brasil, já visto por mais de 500 mil pessoas.

Participou de festivais de improviso na Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Peru e Uruguai. No campeonato internacional de Bogotá, sagrou-se campeão mundial representando a seleção brasileira.

É diretor e ator do “Caleidoscópio”, um dos primeiros espetáculos long form de improviso no Brasil. Foi diretor improvisacional do espetáculo “Improvável”, da Companhia Barbixas de Humor, onde também atua como mestre de cerimônias e jogador convidado.

Foi apresentador do programa “É tudo improviso”, na Rede Bandeirantes, em reapresentação no Canal TBS. Foi apresentador do programa “Cante se puder”, no SBT, com a Patrícia Abravanel. Participou do programa “Os incríveis”, no canal National Geographic. Apresentador do programa “Esse artista sou eu”, no SBT. Apresentador do programa “Americans Video Brazil”, no Canal TBS.

Está em cartaz há três anos no Comedians Club dirigindo e atuando no espetáculo “Noite de improviso”. Diretor artístico e professor da Casa do Humor, espaço de cursos de improviso, palhaços e stand up. Seja bem-vindo, Marcio Ballas. (Palmas.)

 

O SR. MARCIO BALLAS - Obrigada. Boa noite, boa noite, boa noite.

 

TODOS - Boa noite.

 

O SR. MARCIO BALLAS - Muito prazer. Para quem não me conhece, eu sou o Marcio Ballas. Para quem me conhece, eu sou o Marcio Ballas também, né? É um prazer estar aqui, agradeço o convite.

Eu não sei se algum de vocês já me assistiu fazer um programa na Band que se chamava “É tudo improviso”. Era um programa que durou uns dois, três anos. Depois, eu fui para o SBT e fiz um outro programa, com a Patrícia Abravanel, filha do Silvio Santos. Depois, fiz alguns outros programas de TV e tal.

Uma coisa que começou a acontecer... Depois, quando eu voltei aos teatros, eu voltei a me apresentar depois da televisão. O que acabou acontecendo é que, normalmente, assim, quando eu entro e chego nos palcos, a plateia levanta, bate palmas, grita, faz barulho, o que não aconteceu hoje aqui, né? Então, eu queria pedir um favor para vocês, para a gente começar, assim, um pouco mais lá em cima.

Eu queria, assim, sair - e eu vou me apresentar - e eu queria que, quando eu voltasse, vocês fingissem estar muito felizes com a minha presença. Posso pedir esse favor para vocês?

Aí, batam palmas, aplaudam, gritem umas coisas. Como é que é seu nome? Você. Vinicius, você pode gritar um “Maravilhoso”? Pode ser? Dá? Não tem problema. Posso pedir um favor? Você, como é que é o seu nome? Adriano, você pode gritar “Supimpa”, que é uma coisa que falavam antigamente? Pode ser? Fechou.

Então, vamos voltar. Finjam que nada disso aconteceu e a gente recomeça. Senhoras e senhores, com vocês, o incrível, inenarrável, inexorável, imprestável Marcio Ballas.

 

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- É feita a apresentação.

 

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Agora, uma perguntinha, para entrar no nosso assunto aqui: quem de vocês aqui acha que é criativo? Quem acha que é criativo? É Gustavo, né? O Gustavo levantou a mão com tudo.

Ótimo, adorei; vai ser nosso exemplo de hoje. Teve uma pessoa que levantou, ficou meio em dúvida, depois outra, mas não sei... Então, é disso um pouco que eu quero falar hoje aqui para vocês.

Eu andei pesquisando esse assunto nos últimos 20 anos e eu queria compartilhar um pouco do que eu andei aprendendo. Eu quero começar pelo princípio, porque tudo sempre tem um princípio.

Então, eu quero mostrar para vocês: o meu princípio é aquele ali. Eu sou, para quem não reconheceu, aquele que nadou, nadou, nadou. Em 1971, eu vim para este mundo. Eu sou de São Paulo, eu fiz ESPM, que é uma faculdade de propaganda e marketing, e, dos 17 aos 27 anos, eu trabalhei na papelaria do meu pai.

As pessoas acham que eu sou artista desde pequeno e tal; não. Eu comecei a fazer teatro bem tarde mesmo, porque, quando eu tinha 17 anos, o meu pai faleceu subitamente. Foi de uma hora para a outra, então, eu tive que começar a trabalhar na papelaria dele com dezessete.

Assim foi durante dez anos, até que eu resolvi mudar de carreira, porque, nestes anos todos, eu costumo dizer que eu era uma pessoa normal. Eu tinha um salário normal, um horário normal, uma rotina normal. Eu era todo normal, até que eu decidi que eu queria ser palhaço. É, profissional, de verdade. Eu queria trabalhar com isso.

Na época, a minha mãe ficou desesperada. Ela não achou graça nenhuma, mas eu queria tentar fazer isso. Como todas as profissões, palhaço é uma profissão em que você tem que estudar também, e eu acabei indo atrás de escolas. Eu acabei achando uma escola fora do Brasil, na França, onde eu fiquei três anos em Paris, estudando para ser palhaço.

Lá, eu tinha que me virar. Eu não tinha grana, então eu cuidava de um menininho de quatro, cinco anos; fazia mudança; trabalhava de garçom; fazia shows na rua, passando o chapéu para angariar dinheiro, fundos e tal.

Lá na França, eu recebi o convite para a apresentação mais difícil que eu já tive na minha vida: eu fui convidado para trabalhar junto com os Palhaços sem Fronteiras. Vocês já devem ter ouvido falar.

Sabem os Médicos sem Fronteiras, Repórteres sem Fronteiras? Existem também os Palhaços sem Fronteiras, que fazem expedições para lugares em guerra, lugares em conflito.

Então, quando eu recebi o convite da associação para participar dessa viagem com eles, imediatamente eu disse “Sim” e fiquei muito feliz, muito, muito feliz. Eu me lembro de que eu desliguei o telefone e fiz: “Yes, vou viajar. Yes, que legal, que legal, que legal”.

À medida que a adrenalina foi baixando, assim, eu comecei a sair desse estado de felicidade. Começou a bater uma apreensão e eu me vi, pela primeira vez, com medo de me apresentar.

Eu tinha sido convidado para me apresentar durante a guerra do Kosovo. Para quem é mais velho - que nem eu, do outro século -, talvez se lembre: em 99, rolou a guerra do Kosovo e, por conta dessa guerra, formaram-se campos de refugiados. A gente ia fazer espetáculo no meio da guerra, no meio desses campos de refugiados.

Foi a primeira vez na minha carreira que me veio a seguinte pergunta: será que é possível criar em qualquer lugar?  Será que dá para fazer espetáculo no meio da guerra?

Foram três semanas com essas minhocas na cabeça, até que chegou o dia da partida. Então, a gente pegou um avião; fomos para a Albânia, fronteira com o Kosovo. Chegamos lá, deixamos as coisas na sede e fomos fazer o primeiro espetáculo.

Eu me lembro de eu sentadinho na van, indo em direção ao primeiro espetáculo. A gente passou por uma estrada sinuosa. No caminho, a gente via postos de controle, casas totalmente destruídas e em escombros, tanques de guerra, até que a gente chegou no primeiro lugar.

Assim que a gente chegou nesse primeiro campo, o nosso chefe - a gente tinha um chefe - falou: “Cada um vai ter uma hora para se aprontar”, e a gente marcou um ponto de encontro.

Nesse momento, eu achei um cantinho lá, onde não tinha ninguém, e fui fazer a primeira coisa que a gente tem que fazer quando a gente quer entrar em um estado criativo, quando a gente quer estar lá para valer, que é conectar com a gente.

Então, eu fui para o meu cantinho, fiz minhas respirações. Eu estava muito nervoso, né? Olhar para o corpo, perceber - coração batia forte, mãos suadas. Eu estava tenso, tenso, tenso mesmo.

Então, eu fiz meu alongamento, fiz meu aquecimento, coloquei minha maquiagem, o meu figurino, chapéu, nariz vermelho e, uma hora depois, eu estava pronto.

Fui encontrar com os meus parceiros. Assim que eu cheguei, já estava quase todo mundo lá e, aí, o nosso coordenador pediu para a gente fazer uma roda, darmos as mãos e ficarmos em silêncio, olhando uns para os outros, porque, quando a gente quer criar junto, a gente tem que conectar com o outro, seja o outro nosso parceiro, nosso colega, nosso companheiro.

A gente tem que estar junto, então a gente precisa se conectar.

Então a gente ficou de mãos dadas, ficamos olhando uns para os outros, olho no olho. Fizemos então o nosso grito de guerra e fomos fazer o espetáculo. Será que eles vão entender? Será que eles vão gostar?

Lá eles falavam em outra língua, eles falavam albanês, uma língua diferente de qualquer língua que eu sabia falar. E lá fomos nós fazer o espetáculo.

Então o espetáculo começou. No início, logo no início, a gente fazia o aquecimento da plateia.

A gente ia para as crianças pequenas, nesse tête-à-tête, encontrar eles um a um, para depois começar os números do espetáculo. Então, neste outro slide, vocês veem as plateias, muito grandes. Este de vermelho sou eu. Eram plateias de 1.200, 1.300 pessoas. À esquerda o trapézio, o Jaime, trapezista, voando pelos ares. Depois disso a gente fazia um número de mágica e fazia um número de malabares.

Na sequência, a gente vê a cara das crianças, e desta foto eu gosto muito porque não é só que elas estão rindo, elas estão lá prestando atenção, conectadas naquele espetáculo, naquele instante, esquecendo um pouco aquela dura realidade que estavam vivendo lá.

Do outro lado, na outra foto, você vê uma coisa que eu também nunca tinha tido contato que é pessoas com metralhadoras durante o espetáculo, trazendo uma tensão a mais para aquele momento.

Até que terminou esse dia, esse primeiro espetáculo. Assim que acabou, eu lembro da plateia bater palma, assobiar, gritar umas palavras que eu nem entendi o que estavam falando, mas neste instante eu percebi que, sim, é possível criar em qualquer lugar, desde que a gente tenha alguns pré-requisitos por trás dessa criação. E é isso que eu quero contar na segunda parte para vocês.

Para terminar a minha história, a gente fazia uma distribuição de narizes vermelhos. A gente deixava um nariz vermelho com cada um, tanto com as crianças quanto os adultos, porque era uma maneira de o espetáculo durar mais tempo e era uma maneira de a gente ficar lá mesmo depois de a gente ter ido embora.

Bom, terminei esse período de três anos na França, voltei ao Brasil e tinha que tentar trabalhar como palhaço aqui. Eu acabei indo atrás de grupos que trabalhavam com palhaços, passei em uma seleção e comecei a trabalhar como palhaço em hospital, nos Doutores da Alegria, que trabalham com palhaços em hospital. Vocês já ouviram falar ou conhecem? Levante a mão quem já ouviu falar. Legal.

Então eu fiquei muito feliz. Foi o meu primeiro trabalho como palhaço. Eu podia contar para a minha mãe. Os Doutores são uma associação. Não é um trabalho voluntário, é um trabalho profissional, remunerado, então você tem um salário para trabalhar toda semana no hospital. Então eu fiquei muito feliz, porque foi o meu primeiro salário da vida nesse novo campo artístico.

Então foram dois meses de treinamento até que chegou o dia da minha primeira visita ao hospital. Eu lembro de estar acordando de manhã, acordando mais cedo, que nem o Gustavo no dia do aniversário, que acorda mais cedo, nem precisa esperar o despertador. Ele fez “É verdade”. E lá fui eu feliz para o meu primeiro dia de trabalho. Então eu lembro de estar sentadinho indo para estação Jabaquara, que é a última do metrô, para quem conhece o metrô da Linha Azul.

À medida que as estações foram passando, passando, e eu feliz, feliz, feliz... De novo, eu me vi com essa sensação meio estranha, e de novo eu me vi com medo. E me voltou aquela mesma pergunta lá de trás: será que é possível criar em qualquer lugar? Será que dá para fazer interação, graça, humor no meio do hospital, um lugar cinza, duro, tenso?

Quem tem filho sabe. Eu tenho três filhos, e o pior lugar do mundo que você quer levar o seu filho é o hospital. Mesmo que seja uma coisa simples, a gente não quer estar lá. Então, mais uma vez, de novo, eu me vi com medo.

Bom, cheguei lá e fui recebido pelo meu chefe. Ele falou: “Olha, Ballas, esta é a salinha dos médicos, é aqui que a gente se troca. Você vai ali naquele canto, eu te espero aqui”.

Ele me deu um jaleco branco, desses de médico, e falou: “Em 40 minutos, eu quero você pronto aqui”. Mais uma vez fui lá eu para o meu cantinho fazer minhas respirações, minha meditação, aquecimento, alongamento, maquiagem, figurino, jaleco branco. Quarenta minutos depois, eu estava pronto.

Quando eu estava pronto, fui encontrar com ele. Ele já estava totalmente paramentado, me estendeu a mão e falou: “Doutor João Grandão - sou eu - seja bem-vindo. Lembre-se de que nós estamos juntos, e a partir de agora você também é médico, um médico besteirologista. E lá fomos nós para o trabalho.

No hospital, você trabalha com todo mundo, com o médico, a enfermeira, a nutricionista, o rapaz da limpeza. As crianças estão passando no corredor, como esse menininho - a gente estava ali e cruzamos com ele, fizemos uma interação. Então foi um dia superlegal, supercheio de coisas.

Curiosamente, o quarto de que eu mais me lembro foi logo o segundo quarto, porque foi o mais difícil. Nesse quarto, assim que a gente abriu a porta e olhou para dentro, o menino que estava deitado na cama era mais velho, adolescente, sabe?

Quatorze, quinze anos. Então, assim que viu a gente, ele se deitou, se cobriu. A mãe atrás fez “Não, obrigada. Obrigada, não precisa. Obrigada”. E a gente entendeu, ele disse “não”.

O palhaço joga com aquilo que lhe acontece, o improvisador joga com aquilo que acontece. Imagino que é como vocês, representantes. Vocês têm que jogar com aquele cliente, com aquele momento, com aquela pessoa, com aquela situação, porque não dá para prever e tem que atuar frente aquilo que acontece.

Então, quando ele disse esse “não”, a gente foi indo embora, não sem antes falar “tchau” para ele, de várias maneiras. Então a gente abria a porta, fazia “tchau” e saía. Abria a porta, fazia “tchau, tchau, tchau”, e saía. Abria a porta, fazia “tchau, tchau, tchau, tchau” e saía.

O último “tchau” que a gente deu foi em câmera lenta: “Tchau”, e o menino riu. Yes, ele riu. A gente foi embora com aquela sensação de missão cumprida. Transformamos aquele instante.

Quando a gente estava entrando no próximo quarto, alguém chama a gente. Era a mãe do menino, e ela vem até perto da gente e começa a chorar. Ela conta para gente que o menino estava internado há dois dias.

Há dois dias ele maltratava os médicos, as enfermeiras, nem com os irmãos ele estava falando, mas, depois de dois dias, ela tinha visto o filho dela sorrir. Então ela abraçava a gente e chorava, ria; abraçava e chorava, ria.

A gente pegou um copinho de plástico e ficou recolhendo as lágrimas dela. Estava com falta de água naquela época em São Paulo. Fizemos então um brinde de lágrimas e seguimos o nosso trabalho.

Mais uma vez, gente, nesse dia eu entendi que, sim, é possível criar em qualquer lugar, desde que a gente tenha uns pré-requisitos por trás desse trabalho, e é isso que eu quero falar agora na segunda parte final da minha fala. Que pré-requisitos são esses que podem servir para vocês no dia a dia de vocês representantes no dia a dia de vocês na vida, etc. e tal.

Bom, na sequência, acabei fazendo televisão, como eu falei para vocês. Fui para o SBT, para a Band TV, internet, YouTube, etc. e tal. Uns anos atrás me convidaram para fazer um Ted Talk, aquelas falas de 15 minutos, e foi isso que me obrigou a pensar no que era a essência do meu trabalho, que poderia servir para qualquer pessoa, não só alguém que quer fazer teatro ou palhaço, qualquer pessoa em qualquer trabalho.

O que é que tem por trás do nosso mundo artístico? As pessoas, quando acaba o espetáculo, dizem: “Ballas, parabéns, você tem o dom, não é mesmo?”. Eu falo: “Não”. Quando eu comecei, lá atrás, eu era iniciante, eu era ruim, e a gente vai melhorando, vai aprendendo e vai ficando melhor, não é? Vocês sabem muito bem disso. Com o tempo, a gente vai ficando melhor.

Está aí o Vandi, que está começando. Vai ficando, vai melhorando, vai trabalhando. A Nerina já pode dar aulas de representante de representantes. Enfim, então eu fiquei pensando qual é, e cheguei à conclusão de que tem um elemento que a gente trabalha no palhaço e no improviso que não pode faltar em ninguém que quer ter uma cabeça criativa, um mindset criativo, um olhar criativo, que é o que a gente chama de “sim”, o “sim”. Ai, gente, vocês estão ótimos. Vou falar de novo: o “sim”. Sensacional. Vinícius, você está ótimo.

O “sim” é nosso elemento central, o “sim” é nosso mestre Yoda, o “sim” é nosso senhor Miyagi, para quem é da época do Karatê Kid. Conhecem? O “sim” é o nosso elemento central, e eu queria explicar um pouco para vocês o que é esse tal de “sim” que a gente trabalha. Eu gosto de começar falando pelo inverso, que é falando do “não”. Para explicar o “sim”, a gente fala do “não”, porque o “não” é mais fácil de visualizar.

Todo mundo tem no seu time, na sua equipe, no seu entorno, na sua família uma pessoa que é aquela pessoa que eu chamo de “pessoa não”, o “mister no”. Sabe aquela pessoa que qualquer coisa que você fala que é um pouco diferente para ela, qualquer novidadezinha, ela fala: “Não, acho que não”?

E se a gente fizer tal coisa? “Não, prefiro não”. E se a gente fosse comer numa pizzaria diferente? “Não, vamos sempre na mesma pizzaria”. E se a gente fizesse uma reunião? “Não, é melhor fazer sempre do mesmo jeito”. 

Localizam alguém assim na vida de vocês? “Vários”, alguém falou. Sempre tem alguém assim. Se não tem, cuidado, porque pode ser você essa pessoa. Muitas vezes esse “não” mora na nossa cabeça.

E por que isso acontece? Porque a gente muitas vezes tem medo do novo, tem medo do desconhecido, tem medo do que vai acontecer, então a gente quer sempre fazer do mesmo jeito.

Só que, se a gente quer começar a pensar um pouco de um jeito diferente, atuar um pouco de um jeito diferente, como um pouco do exemplo que a gente viu na nossa palestra anterior, que a gente começar a entender as diferenças. Olha como o representante trabalhava muitos anos atrás e olha como ele trabalha hoje. É muito diferente, e vai mudar e cada vez mais.

Então, para isso, a gente precisa mudar um pouquinho a nossa cabeça e se abrir. Se abrir quer dizer a gente olhar para outros mercados e ver como fazem; olhar para outros tipos de representantes, de outros lugares, para ver como eles trabalham; ver como a moçada jovem faz e associar isso com a coisa que vocês sabem fazer, porque vocês têm experiência; e assim criar de um outro jeito.

Então, para fechar a minha fala sobre o “sim”, basicamente tem três “sins” que a gente trabalha, e eu queria deixar com vocês, para vocês matutarem e levarem para o dia a dia de vocês, começando pelo primeiro, que é o que a gente chama de “dizer sim para mim”.

A primeira coisa importante que a gente precisa entender quando fala de criatividade é que a gente cria a partir da gente, e cada um é de um jeito. Um é melhor com finanças, o outro é melhor com gente, o outro é melhor para fazer tal coisa, e o outro é melhor no crochê.

Cada um é de um jeito, e a gente tem que aceitar que a gente é do nosso jeito e a gente vai ter o nosso jeito para criar também. Quando a gente quiser estar nesse estado criativo... O que é estar nesse estado criativo? Você vai precisar apresentar alguma coisa importante.

De repente você vai a uma reunião em que é você que tem que mostrar um produto para clientes muito importantes, ou você é representante de uma empresa e a diretoria quer falar com você, quer que você se apresente. É importante você conectar com você antes de você entrar ali em cena.

E o que é conectar com você? É você tomar alguns minutinhos para você. Antes de entrar em cena no teatro, a gente faz uma preparação para a gente se preparar para entrar no teatro.

Lembram que eu falei dos Palhaços sem Fronteiras? A gente não chegava ao campo de refugiados e saía apresentando. Tinha esse momento em que eu vou para o meu cantinho, respiro.

Então isto é muito importante: quando vocês quiserem entrar nesse estado criativo, tomem um tempo para vocês. Façam três respirações profundas, fechem o olho, deem uma alongada, façam o seu axé.

Cada um ache o seu ritual para fazer, porque cada um vai achar o seu jeito, mas conecte com você em primeiro lugar. Então isso é o que a gente chama de “dizer sim para você”, “dizer sim para mim”.  Legal?

Para a gente fazer deste capítulo um exemplo, eu queria saber se eu posso contar com um voluntário ou uma voluntária que tope... Olha, eu adoro as crianças. Pode ser? Vamos experimentar fazer com crianças, vocês topam? Sim? Então vem para cá. Uma salva de palmas para o nosso super volunteer. (Palmas.) Sensacional.

 

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- É feita a apresentação.

 

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O SR. MARCIO BALLAS - Senhoras e senhores, uma salva de palmas para o Gustavo. (Palmas.) Sensacional, sensacional. Olha os pais orgulhosos. Muito bom.

Vocês viram que quando a gente vai para o “sim”, a cena acontece entre dois? O que é o “sim” nessa cena? Ele foi dizendo “sim” para as minhas propostas. Eu tinha que dizer “sim” para a proposta dele. Vocês tiveram que dizer “sim” e a gente, juntos, fez uma cena acontecer.

Outro “sim” que é muito importante e que aconteceu é que as crianças são melhores que a gente. Lembra que eu falei: “Quem é voluntário aqui?” “Eu!” Ele nem sabia o que era, mas ele se dispôs a participar sem saber o que era.

Tem um risco aí? Tem um risco aí, é óbvio que tem, mas quanto mais a gente se coloca, se joga, experimenta, maior a possibilidade de a gente criar algo novo e algo diferente.

Bom, para a gente ir para o nosso segundo, penúltimo ponto e se despedir, o segundo “sim” com que a gente trabalha é o “sim para o momento”, o “sim para o instante”, estar no momento presente, no aqui e agora. É muito importante, quando a gente quer estar naquele instante, como ele estava aqui comigo, a gente conectar.

Isso parece simples, porque a gente fala: “Eu sempre estou no momento”. Não, porque a gente é capaz de estar em muitos lugares da nossa cabeça ao mesmo tempo, viajando e pensando em outras coisas. Exatamente.

Quem às vezes já não esteve em um papo, alguém te contando um problema importante e falando “Ai, poxa...” E você pensando: “Nossa, preciso pagar o boleto; nossa, preciso passar naquele cliente; nossa, preciso levar o Gustavo para a escola”. “Ah, é verdade, difícil, né?”

Porque a gente, adulto, consegue fazer isso. Só que quando a gente quer estar lá, totalmente presente, a gente tem que estar no momento. Estar no momento é estar ali onde a gente está, olhando, escutando com os olhos, percebendo o que está acontecendo.

Então, para dar um exemplozinho do “sim”, eu queria mostrar um trechinho bem curtinho de uma cena do hospital para vocês darem uma olhadinha.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Muito bom, né? Vocês veem que a gente vai jogando com ela. Ela não é tão pequena que foi entrando logo na brincadeira de que a gente era médico.

Então, à medida que a gente vai jogando, vai percebendo o que vai vindo e jogando junto, que é um pouco o que o representante faz quando está na frente do cliente.

Ele propõe alguma coisa, vê qual é a ressalva, propõe algo diferente, vê qual é a objeção. Ele tem que estar lá olhando para o outro, percebendo o outro naquele momento para fazer aquela conexão acontecer. Legal?

A gente termina com o terceiro e último ponto, que é o “sim para o outro”. Então a gente tem o “sim para mim”, que é o conectar comigo, conectar com o momento, para, depois, conectar com o outro. Aí a gente entra nessa cocriação, que eu chamo, de a gente criar juntos.

A cocriação é feita por várias pessoas. Quando eu falo em cocriação, é entender que cada um de nós vem de uma história, de uma experiência, de uma visão, de uma cidade, de Potirendaba... Potirendaba! Cada um vem de um lugar.

Quando a gente junta com outra pessoa que vem de outra história, outra vivência, isso aumenta a nossa capacidade criativa. A gente fica mais criativo quando a gente se junta com o outro. Então, isso, às vezes, é o que se chama de trabalho em equipe.

Agora, para ser um trabalho em equipe mesmo, de verdade, cocriador, não adianta só estar junto. Precisa entender que cada um é protagonista. Não é você que tem que matar no peito e fazer a coisa acontecer, ao mesmo tempo você está junto com o outro. O objetivo é comum. A responsabilidade é compartilhada, mas o objetivo tem que ser o mesmo desse time que está junto.

Por quê? Porque se der alguma coisa errada, não adianta falar: “Não, eu fiz a minha parte”. “Não, eu fiz.” “Não, eu fiz o meu.” Não serve. A gente tem que entender que é um espírito de grupo, de time, de verdade. No improviso, a gente trabalha sempre assim.

Então, nunca tem “a minha cena foi boa”. É sempre “a nossa cena foi ótima”. “Hum, aquela nossa cena não funcionou.” É sempre “a nossa”. Quando dá errado, a gente, juntos, tenta consertar e criar.

Então, é por isso que eu digo que, em um trabalho de cocriação, tem que estar todo mundo envolvido e junto. Saber que a gente é diferente. A gente tem que aceitar que o outro é diferente da gente e isso é bom para o processo criativo.

É bom ter pessoas diferentes no mesmo time, no mesmo grupo, porque pessoas diferentes vão vir com ideias diferentes, com inputs diferentes, com insights diferentes e aí a capacidade de a gente processar é maior e a possibilidade de sair algo novo é melhor mesmo. Está bom?

Então, no “sim para o outro”, eu queria terminar fazendo uma cocriação, pedindo para vocês alguns inputs para eu devolver para vocês.

 

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- É feita a apresentação.

 

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O SR. MARCIO BALLAS - Quem for de São Paulo, aproveitando, eu estou no teatro. Então quem quiser vá no meu Instagram @marcioballas e me mande uma mensagenzinha. Eu vou mandar até um cupom de 50% de desconto porque o Core é parceiro e vocês também ou peçam para a Manu ou para o pessoal ou me mandem lá.

Às terças-feiras, à noite, quem quiser vir assistir ao vivo no teatro. E de verdade, obrigado.

Muito obrigado.

Obrigado, pequeno Gustavo, pela participação e uma salva de palmas para vocês.

Obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Estamos quase chegando no fim, mas peço atenção de todos. O Core-SP realizou no dia 12 de agosto de 2022 a eleição para o triênio 2022-2025.

Na ocasião, pela primeira vez na história do conselho foram eleitas duas mulheres, que farão parte da diretoria desta autarquia, reforçando a brilhante atuação da mulher na profissão e a importância da participação delas nos processos de decisão do Core-SP.

Convido as Sras. Lucimare Ferreira Vilarino e Karita Benitez para receberem uma singela lembrança, desejando as boas-vindas neste conselho.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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A SRA. LUCIMARE FERREIRA VILARINO - (Inaudível.) para compor o conselho do Core-SP. Sei que esse é um papel muito difícil porque o Sr. Clemente é uma pessoa muito ativa e eu jamais estarei no Core junto com os conselheiros no intuito de ocupar o lugar do Sr. Clemente, porque ele realmente é insubstituível nesse caso, mas eu estarei à disposição de todo o conselho, de todo o Core de São Paulo e pela primeira vez como as primeiras mulheres a ocupar um cargo desse.

Então eu só tenho a agradecer. Tenho muito o que aprender. Tenho já 18 anos no segmento comercial e há quatro anos eu abri a minha representação comercial. E venho crescendo muito e venho aprendendo muito também desde que eu me afiliei ao Core.

E é só gratidão e gratidão ao Sr. Clemente. (Pausa.)

 

A SRA. KARITA BENITEZ - Boa noite a todas e a todos. Eu já sou representante há 30 anos. (Inaudível.), Seu Freitas, quando eu comecei, o Arlindo ali. Sou representante de material de construção e também de produtos sustentáveis. É um desafio muito grande para nós, mulheres.

Quando eu comecei nas recepções não tinha mulher, presidente; só eram homens. Tivemos muitas barreiras, mas hoje nós somos respeitadas e nós queremos que as mulheres e homens...

Porque, assim, o presidente marcou a história em muitas situações no Core. Eu vim para cancelar a minha inscrição no Core, de verdade - não sei se o senhor sabe disse.

E aí quando eu cheguei o Sr. Clemente ali me chamou de lado e falou: “Menina, você não sabe o que está acontecendo aqui”, e ele me falou das mudanças, e parte dessas mudanças é nós estarmos aqui. “E nós queremos fazer história, nós queremos que o Core seja participado por todas vocês”.

É o sonho dele que todos aqui participem, porque ele abriu mão de muitas coisas e ele lutou muito para que a mulher tivesse espaço no Core. É uma barreira que foi vencida e nós juntos, mulheres e homens, temos que fortalecer nossa categoria. Ele já conseguiu muitas conquistas; são muitas.

A gente tem que estar aqui comemorando sim. Foram conquistas que outras direções que estiveram aí não lutaram e não fizeram nada pela nossa categoria. Simplesmente estavam lá cumprindo as exigências da lei, mas quando esse homem chegou ele veio para mudar e ele foi reeleito. “Ganhou, não teve outra chapa”. É claro que não teve, porque a categoria reconheceu o trabalho dele e ele merece uma salva de palmas. (Palmas.)

Reconheceu o que o senhor fez por nós e a gente sabe que essa direção... Eu quero que meus colegas que foram nessa direção com ele levantem, porque todos deram a sua energia, o seu amor, a sua participação para que ele fizesse essas conquistas.

A Manu esteve com ele em todos os momentos. Foi para Brasília, andou Brasil afora para convencer as pessoas que representante tem que ser reconhecido.

E nós temos duas leis que ele lutou junto aqui com eles para que fossem conquistadas e são importantes para nós, não é, Fábio?

São importantes, mas ele só vai conseguir conquistas muito mais se tiver a participação de todos aqui, porque o Core não é dele, não é nosso. O Core é de todos nós, não é, Manu?

E a gente fica triste. Às vezes tem palestra, alguma situação no Core e que não tem a participação do representante. E a gente só vai ser uma categoria forte, reconhecida e respeitada, se nós dermos as nossas mãos e juntos participarmos com ele para vencer cada obstáculo.

Porque ele abriu mão de tanto sonho, de tantas coisas para estar aqui e ele merece que vocês fiquem de pé e reconheçam a luta desse homem honesto, guerreiro. E tem brio, gente, podem acreditar. Ele defende a categoria, ele vestiu a camisa da nossa categoria e junto com ele nós vamos avançar muito mais.

Então muito obrigada, presidente, pela oportunidade. Agradeço meus amigos também, porque se esses homens não falassem “não” para as mulheres, nós, mulheres, não estaríamos aqui. Então vocês estão de parabéns também por abrir oportunidade, para fazer história. Demorou 55 anos, Manu?

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Um pouquinho mais, cinquenta e sete.

 

A SRA. KARITA BENITEZ - Cinquenta e sete para que o Core tivesse mulheres na diretoria. Olhe só, gente, quanto tempo. Então que nós juntos, homens e mulheres, possamos lutar pela nossa categoria. Muito obrigada. Parabéns a todos.

Muito obrigada, presidente. (Palmas.)

 

O SR. SIDNEY FERNANDES GUTIERREZ - Vou ser breve. Quem esteve na Assembleia no evento que a gente fez logo nos meus primeiros três anos, eu realizei um sonho. Eu comentei lá que eu gostaria que tivesse numa próxima eleição pelo menos uma mulher na diretoria.

Então esse triênio está terminando, encerrando-se, findando em 22 dezembro de 2022 e a partir daí vai iniciar um novo triênio, compondo duas mulheres dentro da nossa diretoria. É uma visão diferente; é uma visão mais centrada. O homem é um pouco mais disperso e a mulher tem um outro olhar, uma outra visão.

E é com esse intuito que eu hoje na última eleição convoquei-as para assumir essa breve mudança. A gente considera que é um passo para, quem sabe amanhã, uma presidente estar sentada lá também. Então são inovações, são mudanças, são leis que a gente tem que estar propensos à alteração, atualização da nossa lei e grandes conquistas virão.

Muito obrigado.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EMANUELLE MARIZY - Antes do encerramento, alguns avisos importantes. Primeiro, que esses materiais que estão nas mesas são de muita informação.

Então levem para a casa a cartilha do representante. Tem também aí sobre os programas de incentivos e o livro lei que vai te orientar muito dentro da profissão.

Quando sairmos, ainda tem um café. Então nós gostaríamos de que você ficasse mais um pouco lá fora e aproveitasse esse café também.

E dentro do programa de incentivos do Core-SP nós temos o programa de benefícios que concede descontos para os representantes. Duas empresas credenciadas neste programa estão aqui hoje, que é o Senhor Contábil e a Ravi Seguros.

As duas empresas que vocês conhecerão um pouco lá fora trouxeram alguns brindes para serem sorteados aqui nesta noite. Então nós temos uma mochila, temos um vinho, temos “bags”.

Então eu vou chamar aqui os conselheiros para me ajudarem. Venham aqui, José Luiz, Fábio Calil, Maurício, para a gente conseguir sortear rapidamente esses presentes.

Então primeiro de tudo vamos sortear os do Senhor Contábil, que é uma contabilidade online para representantes comerciais por R$ 68,00 ao mês e tem outras vantagens. Você tem que entrar em contato com eles lá. O site é senhorcontabil.com.br. Gente, só um minutinho.

Antes disso, a gente não pode ter dentro do ato solene o sorteio, então o deputado vai encerrar e a gente continua o sorteio, está bom?

 

O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Antes de encerrar a sessão, gostaria de lembrar que a Rede de Comunicação Alesp tem uma visualização de mais de 500 mil pessoas por semana e convidamos vocês a conhecerem as nossas redes sociais: castellobrancosp e Rede de Comunicação Alesp.

Esgotado o objeto da presente sessão solene, a Presidência desta Mesa de trabalho parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo agradece a todas as autoridades presentes, ao público presencial e virtual, à equipe do gabinete Castello Branco e a todos os servidores e técnicos desta Casa Legislativa paulista que nos deram a honra de ficar até o momento.

Minha gratidão.

Parabenizamos todos os representantes comerciais do estado de São Paulo e assim declaro encerrada esta sessão solene em homenagem ao Dia do Representante Comercial do Estado de São Paulo.

Deus abençoe o Core-SP.

Deus nos abençoe e Deus abençoe o Brasil.

Boa noite.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 19 minutos.

 

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