30 DE AGOSTO DE 2022
89ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA e CARLOS GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - LECI BRANDÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
5 - CORONEL TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
7 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
9 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 31/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr.
Coronel Telhada.
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-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior, e
recebe o expediente na data de hoje, dia 30.08.2022.
Quero iniciar aqui mandando um “boa
tarde” exclusivo para a minha amiga, deputada Leci Brandão, que já ficou brava
comigo, porque eu cheguei no plenário e não a cumprimentei. Um prazer ver a
senhora, deputada. Bom ver a senhora deputada. É isso aí, a gente começar com alegria,
porque os dias não estão fáceis. Temos que deixar o mau humor de lado aqui.
Vamos lá, vamos começar o Pequeno
Expediente nesta tarde, com os oradores inscritos. O primeiro deputado é o Dr.
Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa.
(Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.)
Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa
Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Telhada,
deputada Leci Brandão, telespectador da TV Assembleia, como sempre faço, hoje
novamente, Sr. Presidente, venho
aqui pedir para que a Assembleia Legislativa vote o nosso PDL 22, que acaba com
o confisco das aposentadorias e pensões.
Tenho feito
isso praticamente todos os dias, outros deputados também, deputadas também,
como a deputada Leci Brandão, o deputado Telhada, que, inclusive, foi o relator
do PDL 22, deu parecer favorável.
Mas nós estamos
agora, Sr. Presidente, dando voz
também aos aposentados aqui na Assembleia Legislativa, para que eles falem
também para os deputados, para o presidente da Assembleia Legislativa, no
sentido de que o PDL seja pautado, ou que o governador Rodrigo Garcia faça a
revogação, porque ele pode revogar a qualquer momento esse criminoso e cruel
confisco, que está literalmente matando os nossos aposentados e pensionistas.
E hoje eu
trouxe aqui, Sr. Presidente, um
vídeo com uma intervenção muito importante, de um aposentado, um servidor
aposentado da Segurança Pública, da Polícia Civil, lá de Rio Preto, São José do
Rio Preto. Ele está sofrendo com esse cruel e criminoso confisco. O nome dele é
Paulo Dimas. Eu vou colocar o vídeo, para que ele fale hoje da nossa tribuna da
Assembleia Legislativa.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Então, Sr.
Presidente, como terminou o nosso tempo, eu deixo aqui a voz dos aposentados,
das aposentadas, fazendo uso aqui do espaço da Assembleia Legislativa, da nossa
tribuna, para que o confisco seja revogado em caráter de extrema urgência, ou
através da aprovação do nosso PDL 22, que já está pronto para ser votado em
regime de urgência, com 53 deputados e deputadas assinando o requerimento para
que ele seja pautado, ou através de um decreto que pode ser assinado a qualquer
momento pelo Rodrigo Doria, o atual governador do estado de São Paulo, e a
gente possa colocar fim, de fato, a esse, repito, criminoso confisco das
aposentadorias e pensões.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado.
O próximo deputado é o Coronel Telhada.
Eu falarei posteriormente. Deputado Adalberto Feitas. (Pausa.) Deputado Luiz
Fernando. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento.
(Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.)
Pela Lista Suplementar, deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Deputada Leci Brandão. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente, Coronel Telhada, eu
apenas quis fazer uma brincadeira com V. Exa., porque V. Exa. chegou aqui um
pouco apressado e aí não me viu ali no canto, por isso eu fiz essa brincadeira,
mas V. Exa. é sempre muito gentil e atencioso com a minha pessoa.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
Deputado Carlos
Giannazi, eu o parabenizo por sua atitude com relação aos aposentados do nosso
estado, essa luta já é uma luta antiga, V. Exa. já tomou todas as providências
que são necessárias, mas depende do nosso presidente para poder pautar esse
projeto, que é um projeto necessário. É necessário que ele seja aprovado.
Sr. Presidente,
os trabalhadores da Cultura foram duramente atingidos pela pandemia e, mais uma
vez, foram boicotados pelo desgoverno federal, que só sabe atacar a cultura
brasileira. Ele segue firme no propósito de deixar à míngua o setor cultural.
Lançou uma
medida provisória que adia os repasses aos setores da Cultura e de eventos previstos
pelas leis Aldir Blanc 2, Paulo Gustavo e Lei do Programa Emergencial de
Retomada do Setor de Eventos.
Eu acho que,
quando houve aquela mobilização de trabalhadores, parlamentares e organizações
sociais, essa medida foi derrotada e o veto acabou sendo derrubado. A gente vai
precisar, vai necessitar que haja novamente a derrubada desse veto para que a
gente não deixe a nossa cultura ficar abandonada, morrer à míngua, os projetos
culturais.
Eu sempre digo
que a Cultura e a Educação são os dois pilares que fazem com que um país possa
ser desenvolvido, com que um povo possa ficar forte. Cultura e Educação são
coisas que não podem ser ignoradas. Infelizmente, o caminho que está sendo
tomado pelo “desgoverno” federal é outro caminho.
As três leis -
a Lei Paulo Gustavo, a Lei Aldir Blanc e o Programa Emergencial - buscam
viabilizar a sobrevivência dos trabalhadores da Cultura. Apenas isso. E eles
foram duramente atingidos. Uma vez mais, o boicote do “desgoverno” federal
atinge o setor cultural. Eles estão querendo que a execução desses recursos só
seja feita em 2023 e 2024.
Quer dizer, a
gente vai ter que esperar mais um bocado para poder realizar o nosso sonho, que
é ver todos os eventos culturais, todas as medidas culturais serem realizadas
no nosso país, mas eu espero em Deus que esse tempo não demore, afinal de
contas, professores, atores, enfim, todos os trabalhadores ligados à Cultura
são pessoas que só querem o bem, só querem o desenvolvimento do povo
brasileiro, nada mais do que isso.
Eu quero saber
o seguinte: quando é que essa gente vai entender que o setor da Cultura também
emprega trabalhadores e esses trabalhadores e trabalhadoras também estão
passando necessidades? Eles têm filhos, têm família para sustentar e não podem
esperar mais para receber esses recursos. São recursos necessários, são
recursos merecidos.
Vamos nos unir
para, mais uma vez, derrotar esse “desgoverno” e fazer com que os parlamentares
deste país também derrubem esse veto. A Cultura não pode desaparecer do nosso
país. Os trabalhadores da Cultura merecem respeito, merecem atenção.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputada Leci Brandão. Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a
palavra, na lista suplementar, o nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com
a palavra agora, o deputado Coronel Telhada.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP -
Obrigado, Sr. Presidente. Boa tarde a todos. Cumprimento a Sra. Deputada Leci
Brandão, todos os assessores e funcionários aqui presentes, as Sras. Policiais
Militares, o Sr. Policial Militar e todos os que nos assistem pela Rede Alesp.
Hoje é dia 30
de agosto de 2022. Já estamos fechando praticamente o mês de agosto, o final do
ano se aproxima, mas nós estamos aqui trabalhando na Assembleia. Apesar de
estarmos em campanha, estamos aqui pelo menos procurando fazer a nossa
obrigação, à disposição de todos os paulistas. A batalha não para por aqui.
Quero começar
hoje saudando a cidade aniversariante. Hoje a cidade aniversariante é a cidade
de Itaí. Você não tem vídeo, não, Wagner? Não sei se veio desta vez. Nós
chegamos correndo hoje, mas hoje é aniversário da querida cidade de Itaí. Está
aí. Itaí está aí. Um abraço a todos os amigos e amigas da querida cidade de
Itaí. Contem com o nosso trabalho aqui na Assembleia Legislativa. Futuramente,
Deus proverá. Entenderam, né?
Vamos lá. Final
de semana, sábado. Nas nossas andanças, batalhando, estive com meu filho,
capitão Telhada, e também com minha esposa e mais alguns amigos, estivemos em
Laranjal Paulista, onde fomos a um jantar tradicional. Todo ano fazemos o
jantar da Apae. Estávamos parados por conta da pandemia.
É um jantar
beneficente, onde são arrecadados fundos para a Apae também. Graças a Deus,
colaboramos com a Apae de Laranjal Paulista e estivemos lá. Nesta foto, eu e
minha esposa. Um abraço ao Márcio, que é o diretor lá da Apae, que coordena
toda a parte de trabalhos da Apae, e a todos esses homens e mulheres
trabalhadores da Apae de Laranjal Paulista e também de todas as Apaes de São
Paulo, que é um trabalho muito bonito que fazem. Deus abençoe o trabalho de
vocês.
No sábado, nós
estivemos em vários locais e também em Laranjal Paulista. No domingo, nós
estivemos aqui no Ginásio do Ibirapuera; nós participamos do Militar Day. É o
primeiro evento que houve aqui em São Paulo patrocinado pelo Ipmil - Instituto
Padrão Militar. Quero mandar um abraço ao meu amigo Henrique e a Edinéia pelo
trabalho que realizam junto a esses jovens. Estávamos lá eu e o meu filho
capitão Telhada também.
Mais de 5.000
jovens no local, muita gente. Foi muito bom o evento. Várias palestras sobre o
ingresso na carreira militar; inclusive nós palestramos também como ingressar
na Polícia Militar.
Então um abraço
a todos os jovens meninos e meninas do Ipmil, que tem feito a diferença, e a
todos os colaboradores dessa valorosa instituição também que tem feito a
diferença. Um abraço ao pessoal do Ipmil.
Na
segunda-feira, nós estivemos aqui em São Paulo. Fomos dar um abraço em todos
amigos que se formaram como policiais penais, agentes de segurança
penitenciário, ontem, na segunda-feira, dia 29. E nós estivemos lá com o meu
amigo coronel Nivaldo Restivo, nosso secretário de Administração Penitenciária.
Estivemos lá com o Penido também, secretário de Estado. Nós participamos da
formatura de mais de 600 homens e mulheres.
Inclusive nessa
foto comigo e com o capitão Telhada está o policial penal Ricardo Fonseca,
irmão do Manga, aquele meu assessor que faleceu aqui na Assembleia. O Ricardo é
nosso colaborador e um querido amigo. Ele e a esposa dele estão na foto
conosco. Um abraço a toda família Fonseca.
Parabéns,
Ricardo, pela sua formatura. Deus o abençoe e a todos os demais formandos nesse
trabalho tão difícil, que é o trabalho do policial penal. Um trabalho que exige
muito preparo psicológico, muito preparo físico também. Deus abençoe vocês e
contem conosco aqui na Assembleia Legislativa.
Só mantenha
essa foto, porque o deputado Giannazi e a deputada Leci também trabalharam pela
posse desses candidatos.
Esses aí são
remanescentes dos concursos de 2014, 2016, 2017 que vinham falar conosco e
todos nós aqui, deputados, que estamos a favor do funcionalismo, pedimos ao
governador, fizemos indicação, viemos ao plenário, batalhamos por essa posse
desses 600 policiais penais.
Eu quero aqui -
a gente critica muito - agradecer ao governador Rodrigo Garcia por ter dado
posse a esses homens e mulheres, porque a Secretaria de Administração
Penitenciária está precisando muito de efetivo, e também por ter passado aqui a
PEC dos policiais penais; ter colocado essa categoria tão importante como o
policial penal no estado de São Paulo.
Só lembrando
aqui, nós fizemos a indicação em 2021. Uma das indicações foi a de nº 615,
justificando aqui a chamada dos concursos de 2017, o Concurso 57 e 58 para o
cargo de agente de segurança penitenciária Classe I e Classe II. Muito obrigado
ao governo por ter atendido o nosso pedido.
Mas,
infelizmente, mais um cidadão morto aqui. Ele morreu na semana passada, um
herói brasileiro, o 2º Tenente Francisco Conceição Leal. O Leal foi veterano da
Força Expedicionária Brasileira. Lutou pela liberdade do mundo, das nações, lá
na Itália durante a 2ª Guerra Mundial.
Era um herói
brasileiro em todos os sentidos da palavra. Faleceu aos 100 anos de idade.
Morreu na sexta-feira, dia 26, aos 100 anos de idade o 2º Tenente Francisco
Conceição Leal. Ele estava internado no Hospital Santa Cecília. Ele foi um
homem que participou da 2ª Guerra e trabalhou firmemente pela vitória não só do
Brasil, mas das forças aliadas contra as forças nazifascistas no solo italiano.
Ele morava em
Volta Redonda desde 1952. Um abraço a família do 2º Tenente Francisco Conceição
Leal. Parabéns pela sua história maravilhosa de vida. Sempre lembro aqui que os
nossos heróis não morreram de overdose.
Quero lembrar
que no dia 27 de agosto, último sábado, foi o aniversário dos municípios de
Americana, de Itobi e de Matão. Também no domingo, dia 28, foi o aniversário
das cidades de Itararé e de Tupi Paulista. E ontem, dia 29, nós não tivemos
plenário por causa do evento que houve aqui na Assembleia, foi o aniversário
dos municípios de Leme e Mineiros do Tietê. Sr. Presidente, para encerrar,
quero lamentar infelizmente a morte de mais um policial militar no estado de
São Paulo. Faleceu hoje em acidente de trânsito um jovem policial, um capitão
da Polícia Militar, o capitão Cláudio César Capelari.
* * *
- É exibida a
fotografia.
* * *
Ele estava
conduzindo a viatura de rodoviária 02010 sentido Rio Preto-Capital, quando ele
colidiu com a traseira de um caminhão carregado de cana. Ele ficou preso nas
ferragens, foi socorrido em estado gravíssimo, mas infelizmente o capitão
Capelari faleceu jovem ainda, um brilhante oficial da Polícia Militar. Nós
estivemos a última vez juntos lá no evento na posse do novo comandante do
Comando de Policiamento Rodoviário. Hoje infelizmente venho lamentar a morte
desse jovem oficial, o capitão Cláudio César Capelari. Quero mandar um abraço a
toda a família dele, a esposa, os filhos; lamentar a morte desse querido
policial militar. Um abraço a todos os amigos da Polícia Militar Rodoviária e
da Polícia Militar. Infelizmente, mais um que cumpre o juramento perdendo a sua
vida trabalhando em prol da sociedade. É muito triste, mas é a nossa realidade.
Então aqui a
gente não pode deixar de mais uma vez solicitar e pedir ao nosso governador o
devido reconhecimento às forças policiais, o devido reconhecimento a todos os
funcionários públicos, à Saúde, à Educação, à Assistência Social, enfim, a
todos os funcionários públicos, aos policiais penais, à SAP; a todos os que no
seu dia a dia se sacrificam pela sociedade. Infelizmente às vezes nós temos um
resultado tão desagradável como a perda do capitão Capelari, que foi um grande
baque para a Polícia Militar. Deus o receba e que lhe dê descanso eterno. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de
chamar V. Exa. para continuar presidindo esta sessão plenária do Pequeno
Expediente, já na lista suplementar.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Coronel
Telhada.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
deputado Carlos Giannazi. Já reassumindo a Presidência, eu solicito que o
deputado Carlos Giannazi faça uso novamente da palavra, V. Exa. tem o tempo
regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, olha, é inacreditável, é inusitado o que
a denúncia que eu recebi na noite de ontem do “Diário PCD”, do jornalista
Abraão Dib, e também do nosso colega do movimento em defesa dos direitos e da
dignidade dos PCDs, o Henrique, que é lá de Pindamonhangaba.
Presidente,
olha, acompanhamos, V. Exa. também, e vários deputados, a luta para restituir a
isenção do IPVA para os PCDs, que foi duramente golpeada pelo ex-governador
Doria/Rodrigo Garcia no PL nº 529, contra o qual nós votamos e que obstruímos.
Porém a base do governo aprovou esse projeto, resultando na sanção da Lei nº
17.293, que foi sancionada em 2020, uma famigerada lei que, entre tantas outras
maldades, acabou, praticamente, com a isenção do IPVA para milhares de pessoas,
de PCDs, pessoas com deficiência, no estado de São Paulo.
Houve toda uma
mobilização, uma luta, comissão 48, enfim. Nós conseguimos avançar um pouco
nessa direção, e o governador Rodrigo/Doria, Rodrigo Garcia, Rodrigo/Doria, é a
mesma coisa, por conta da eleição, logicamente, ele anunciou agora, Sr.
Presidente, através de um Twitter, que estaria acatando uma Adin, porque tem
ação contra essa maldade do Doria e do Rodrigo Garcia na Justiça, ação civil
pública do Ministério Público, da Defensoria Pública, tem uma Adin do PSB. E
essa Adin foi vitoriosa, porque o Tribunal de Justiça aqui de São Paulo disse
que a lei é inconstitucional. Está lá, nós ganhamos. Aí o governo disse que vai
respeitar, não vai recorrer.
E
ele soltou agora esse Twitter, o Rodrigo Garcia. Ele diz - esta semana, é
agora, dia 27 de agosto -: “Esta semana liberei a restituição do IPVA de 2021
para todas as pessoas com deficiência que pagaram este imposto. A isenção para
PCD é muito justa, e por isso quem não teve a isenção agora será reembolsado.”
Em tese ele reconhece.
Tem
também uma provocação feita pelo jornalista que eu citei, em nome do PCD,
Abraão, na Procuradoria. Olha o que diz a Procuradoria Geral do Estado. Essa é
a nota da assessoria: “O governo de São Paulo vai liberar a restituição do IPVA
2021 para pessoas com deficiência. O calendário e todos os detalhes de
devolução serão divulgados assim que a Procuradoria, a PGE, for notificada pelo
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que julgou inconstitucional a Lei
Estadual 17.293 sobre a cobrança do Imposto. Está aqui na nota da PGE e a
propaganda do Rodrigo/Doria, do Rodrigo Garcia no dia 27.
Porém,
Sr. Presidente, aí que vem a bomba, bomba atômica: a Assembleia Legislativa de
São Paulo, através da sua Mesa Diretora, está recorrendo, está entrando com
uma... com recurso extraordinário contra essa liberação, dizendo, questionando
a decisão do Tribunal de Justiça, ou seja, a Mesa Diretora da Assembleia
Legislativa, Sr. Presidente, está sendo mais realista do que o rei.
O
governo está dizendo: “Tudo bem, vocês ganharam, PCDs. Nós não vamos cobrar e
vamos reembolsar vocês”. A Assembleia Legislativa, que aprovou a lei, está
dizendo não, que vai questionar, está questionando através desse recurso
extraordinário que foi protocolado agora, Sr. Presidente. É o recurso extraordinário
do dia 19 de agosto. Veja só o absurdo, a que ponto chegou a Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo.
É
uma decisão da Mesa, não é nossa, nós não fomos consultados, e nós somos
totalmente contra essa decisão que tem que ser questionada pelos deputados e
deputadas aqui. Um absurdo, Sr. Presidente, que a Assembleia Legislativa, a
Mesa Diretora seja mais realista do que o rei. E o projeto não é de nenhum
deputado, é do Executivo. Se o Executivo não está recorrendo, está abrindo mão,
por que a Assembleia Legislativa, Sr. Presidente?
Então,
que ter alguma explicação: ou o governador combinou isso aqui com a Assembleia
Legislativa - é um jogo combinado, o governador dá um de bonzinho porque tem
eleição, ele não quer se queimar com os PCDs, e combinou - ou não sei o que
está acontecendo, ou a Assembleia Legislativa realmente perdeu totalmente a
razão. Ela enlouqueceu, não é possível.
Então,
Sr. Presidente, eu quero aqui questionar essa decisão que não representa a
vontade nem a posição aqui, repito, e tenho certeza que a maioria da Assembleia
Legislativa, principalmente quem votou contra esse PL 529, que colocou em curso
várias maldades, não só contra servidores, PCDs, mas contra toda a população do
estado de São Paulo.
Então,
nós exigimos explicação, Sr. Presidente, e a anulação desse recurso
extraordinário. A Assembleia Legislativa não pode ser mais realista do que o
rei. Então, nós queremos também uma explicação. O governador aparece como
bonzinho, o bom moço que diz que vai resolver isso, está reconhecendo que a lei
é inconstitucional, e a Assembleia Legislativa, sem consultar o Plenário, sem
consultar o Colégio de Líderes toma uma decisão pela Mesa Diretora, através de
apenas três deputados, Sr. Presidente. Isso é uma vergonha, isso depõe contra a
Assembleia Legislativa.
Mas deixo claro
aqui que essa não é a nossa posição, não é a minha posição. Nós vamos exigir,
Sr. Presidente, que providências sejam tomadas no sentido de que esse recurso
seja anulado, porque isso afronta, Sr. Presidente, a credibilidade, a imagem da
Assembleia Legislativa, que já não anda muito boa por ser considerada sempre,
historicamente falando, um puxadinho dos Bandeirantes, do Palácio dos
Bandeirantes, um departamento, um cartório que apenas homologa as decisões do tucanistão,
do gabinete do governador do Estado.
Mas agora ela
extrapolou, agora não é mais puxadinho, agora, na verdade, ela se sobrepõe ao
próprio Poder Executivo nas suas maldades, porque para isso ela tem autonomia,
Sr. Presidente, ela vem e entra com recurso, mesmo o governo não tomando essa
decisão.
Agora, para
revogar o confisco das aposentadorias e pensões através do mecanismo que já
está pronto para ser colocado em curso aqui, que é o PDL 22, pronto para ser
votado, aí não, aí o presidente da Assembleia Legislativa puxa o freio de mão,
ora diz que é inconstitucional o PDL, ora diz que existe a lei eleitoral, cada
hora tem uma desculpa para não pautar o PDL 22. Agora, quando é para prejudicar
as pessoas com deficiência, aí sim o governo recorre, com recurso extraordinário.
Sr. Presidente,
tenho certeza de que V. Exa. está irmanado nessa luta e fará gestões, junto com
tantos outros, para que a Assembleia Legislativa não participe desse atentado
aos direitos e à dignidade das pessoas com deficiência no estado de São Paulo.
Sr. Presidente,
quero ainda, mas no meu próximo pronunciamento, dizer que eu estou recebendo
muitas denúncias dos professores da categoria “O”, professores da rede estadual
admitidos pela Lei 1.093, de 2009, que são aquelas contratações precarizadas,
em que esses nossos colegas professores não têm direito a nada, eles têm
direitos reduzidos em todos os sentidos.
Esses
professores estão sendo, em muitas regiões, em muitas diretorias de ensino,
perseguidos, Sr. Presidente, exonerados, com os contratos rompidos. Está sendo
um verdadeiro massacre em cima dos professores da categoria “O”, que já eram
vítimas de uma contratação precarizada. Isso já era grave.
Por isso nós
sempre lutamos contra essa Lei 1.093, que foi aprovada ainda na gestão do
ex-governador Serra. Eu votei contra, inclusive eu obstruí. Ela instituiu a
quarentena, a duzentena, reduziu todos os direitos para esses importantes
professores. São mais de 70 mil na rede estadual, mas a situação piorou agora
com a sanção da Lei 1.374, fruto do projeto do ex-secretário Rossieli Soares,
que agora está em campanha para deputado federal.
Esse secretário
mandou esse projeto, através da Casa Civil, para a Assembleia Legislativa, e a
situação ficou pior, porque agora os professores da categoria “O” que estão
trabalhando nas escolas do Programa de Ensino Integral, que é outra farsa
também que nós estamos denunciando exaustivamente aqui, esses professores podem
ser exonerados a qualquer momento, sem nenhum tipo de justificativa. Então a
situação piorou. A Lei 1.093 já era grave, era precarização das contratações.
Agora, com a Lei 1.374 também.
Então nós
queremos, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, exigir que o governo tome
providências, porque ele está mandando embora os professores da categoria “O”.
Não tem mais professor na rede estadual por conta desse processo de perseguição
a todos, mas sobretudo aos professores da categoria “O”.
Assédio moral,
perseguições, constrangimentos, pressão, desvio de função são as reclamações
que mais nós estamos ouvindo dos professores, sobretudo dos professores da
categoria “O” e mais ainda dos professores que trabalham nas escolas PEI, das
escolas de tempo integral.
Que é uma
verdadeira farsa, que é um projeto eleitoreiro, um projeto autoritário,
implantado de cima para baixo, extremamente excludente. Porque ele exclui os
alunos do processo educacional. Ele promove a exclusão e a evasão escolar no
estado de São Paulo. Porque ele diminui o número de vagas. Se uma escola tem
1.000 alunos, e entra nesse programa de período integral, só vai atender
trezentos. Os outros 700 serão matriculados em outras escolas, superlotando
outras escolas.
Acontece que o
governo vai implantar esse projeto em 3 mil escolas. Isso significa que uma
parte das nossas crianças e dos nossos adolescentes vão ficar sem estudar, ou
estarão estudando em condições mais precarizadas ainda. Então isso tem que ser
revisto. Por isso nós propomos um “revogaço” de todas essas maldades, de todas
essas leis aprovadas. Sobretudo, nessa gestão do Doria e do Rodrigo Garcia.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Não havendo mais
nenhum orador aqui presente, nem inscrito, eu solicito o levantamento desta
sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. É importante o que o senhor traz, sobre a isenção para
o PCD. É uma coisa que nós brigamos aqui. Infelizmente, o famigerado Projeto
529 acabou tirando esse direito das pessoas.
Mas é interessante que o pessoal me
mandou uma fala, dizendo que o próprio Rodrigo Garcia falou que ele restituiria
o IPVA de 2021 para quem havia pago indevidamente. Agora a nossa Mesa entra com
uma documentação no sentido até de atrapalhar dos que já tanto atrapalhamos,
dos PCDs.
Então nós estamos à disposição de todos
os nossos amigos que tinham essa necessidade desse desconto de impostos,
através do PCD. Tenham certeza de que nós estaremos juntos nessa batalha.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia. Muito obrigado a todos. Está levantada a
sessão.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 14 horas e 37 minutos.
*
* *