22 DE AGOSTO DE 2022

83ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CARLOS GIANNAZI e CORONEL TELHADA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CORONEL TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

3 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

4 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

5 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

6 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

7 - ENIO LULA TATTO

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

8 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

10 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

11 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 23/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Iniciamos a lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente. Com a palavra, o deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Presidente, todos os deputados aqui presentes, assessores, funcionários, todos os que nos assistem pela Rede Alesp, senhoras e senhores policiais militares e policiais civis aqui presentes, muito obrigado pela presença e pelo trabalho de vocês.

Hoje, segunda-feira, dia 22 de agosto de 2022, quero iniciar falando da nossa agenda deste final de semana. Como todos sabem, estamos em campanha, todos os deputados, mas não deixamos - não é, deputados? - de estar aqui nesta Casa cumprindo a nossa obrigação junto à Assembleia Legislativa. É uma pena que não haja mais eventos aqui, mais motivação nesta Casa para estarmos aqui mais vezes, mas a nossa obrigação está sendo cumprida.

Quero começar: no sábado, dia 20 de agosto, estivemos com os veteranos do Quarto Batalhão da Polícia Militar, 4º BPM/M, batalhão em que servi durante vários anos. Meu filho, capitão Telhada, serviu junto a esse batalhão também.

Estivemos lá no encontro anual de veteranos e acabamos encontrando vários veteranos, não só do 4º Batalhão, como do 18º e de outros batalhões de Rota, de Bombeiros, enfim, todos se encontram nesse evento.

Nessa foto, estamos junto aos veteranos. Quero mandar um abraço ao tenente Gallardo, que é o responsável pelo evento - queria que colocasse a foto -, ao Sá, ao Rodrigues, a todos os amigos que estão aí, ao tenente Waltinho, enfim, a todos os amigos, coronel Zacara, que está comigo nessa foto.

Aí meu filho, capitão Telhada, também que está conosco nesse dia a dia e também é veterano do 4º Batalhão. Atualmente ele se encontra no 16º, apesar de estar afastado para campanha, mas também é veterano do 4º Batalhão. Então, queridos amigos do 4º Batalhão, veteranos e também os que estão na ativa, um grande abraço. Obrigado pelo trabalho de todos os senhores.

Ontem, domingo, dia 21, nós participamos do encontro de veículos antigos realizado no Mooca Plaza Shopping, onde nós estivemos com o amigo Luiz Gisondi, que é diretor da Associação de Proprietários de Veículos Antigos do Estado de São Paulo, e tivemos aí a participação de muitos veículos antigos, carros maravilhosos, verdadeiras obras de arte.

Eu fui com a minha Brasília 74, que não é aquele carrão, mas é um carro também antigo. Nós temos não só a Brasília, como temos a caminhonete também, a C-15, e participamos junto aos amigos - eu e o meu filho também, o capitão Telhada - desse evento.

Fomos muito bem recebidos pelas pessoas. Parabéns ao amigo Luiz Gisondi e a todos da diretoria da Associação de Proprietários de Veículos Antigos do Estado de São Paulo.

E obrigado também aos amigos do Mooca Plaza Shopping por terem liberado o estacionamento para mais esse encontro de veículos antigos. Muito obrigado, foi muito bom estar com todos os senhores.

Eu quero aqui, infelizmente, lamentar a morte de mais um herói brasileiro, mais um veterano da 2ª Guerra Mundial, o ex-combatente Raimundo Nonato Ximenez, que faleceu dias atrás. Estava com quase 100 anos de idade - salvo engano 99 anos de idade - o Sr. Raimundo Nonato Ximenez, que nos deixou nesta última semana. Descanse em paz, guerreiro.

Parabéns pelo seu trabalho. Eu sempre lembro aqui que os meus heróis não morreram de overdose. Meus heróis são heróis de verdade, de carne e osso, que combatem pela liberdade do Brasil e pelo bem de toda a Nação livre deste Planeta. Um abraço aos veteranos, verdadeiros heróis brasileiros, da Força Expedicionária Brasileira.

No dia 18 de agosto, nós tivemos aqui o aniversário das cidades Cajuru e Guarani D'Oeste. Um abraço a todos os amigos. No dia 20, sábado, foi aniversário da cidade de Rincão, São Bernardo do Campo - aqui pertinho - e Tambaú. Um abraço a todos os amigos e amigas dessas cidades.

E hoje, 22 de agosto, é aniversário da cidade de Araraquara - um abraço aos amigos de Araraquara, em especial a Patrícia Lafuria, que é minha assessora na cidade -da cidade de Arco-Íris, da cidade de Brodowski, da cidade de Inúbia Paulista e da cidade de Taquaral.

Um abraço a todos os amigos e amigas dessas cidades que faz mais um ano da sua emancipação, mais um ano de aniversário. Contem com o nosso trabalho. Nós estamos diariamente na Assembleia Legislativa, diariamente nas ruas, trabalhando forte pelo bem-estar do estado de São Paulo.

Tenham certeza de que do que depender de mim aqui e da minha equipe nós faremos o máximo possível para bem atender as pessoas e dar mais segurança, mais saúde, mais educação ao povo de São Paulo, apesar de que nós estamos numa situação muito difícil, mas é necessário o nosso trabalho.

Sr. Presidente, eu quero falar aqui hoje sobre um post que andou rodando na semana passada e que já é fruto de muitas coisas que vêm acontecendo com a Justiça brasileira.

Na semana passada, o STJ - essa matéria é do dia 18 de agosto, que salvo engano foi quinta-feira - a matéria aqui: “Guarda municipal não atua como força policial, decide o STJ.

O Supremo Tribunal de Justiça reafirmou na quinta-feira, 18, o entendimento de que a guarda municipal não pode atuar como força policial. Para a 6ª Turma da Corte, somente em situações excepcionais a guarda pode atuar como força policial, fazendo a abordagem de pessoas e busca pessoal”.

Pois bem, tecnicamente não há o que discutir, mas aqui vem uma discussão de moralidade, de segurança das pessoas. A quem interessa ter menos policiais na rua? A quem interessa não ter policiais na rua? Não entendo, para mim, só interessa ao crime; só o crime está ganhando com isso.

Quando nós aqui descaracterizamos qualquer tropa que esteja à disposição para ajudar, nós estamos fortalecendo o crime e aqui é um exemplo claro disso. O STJ aqui, a 6ª Turma, diz que somente em situações excepcionais a guarda pode atuar como força policial.

Pergunta que não quer calar, Srs. Deputados e Sras. Deputadas: o que é uma situação excepcional? Isso é subjetivo, vai depender da cabeça do juiz. Se ele achar que é uma situação excepcional, tudo bem; se ele achar que não é, vamos prender o guarda, vamos liberar o preso, etc. e tal?

Então é um absurdo isso, gente. É que no Brasil, em vez de a gente trabalhar pelo cidadão, a nossa Justiça trabalha pelo bandido. Todas as decisões aqui estão sendo em favor do crime.

Nós temos várias decisões aqui que minha assessoria me trouxe: juiz manda soltar traficante preso pela GCM, isso em 2021, afirmando que a prisão teria que ser feita pela Polícia. E por aí vai. São decisões sempre a favor do criminoso e contra as guardas municipais, principalmente contra a Guarda de São Paulo.

Então eu queria colocar um vídeo de 30 segundos. Pode colocar, Vagner, para mostrar o que é a atuação de um patrulheiro na rua. Pode colocar em tela aberta, por favor.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O indivíduo está sendo roubado lá, dois vagabundos roubando o indivíduo. Um dos bandidos já sentou na moto tentando fugir. A viatura que chega quem é? Uma viatura da Guarda Municipal. Eles desembarcam e efetuam a prisão dos dois criminosos.

E aí, Sr. Juiz? É uma situação excepcional? Ou não? Ou vai liberar também esses dois vagabundos que estavam roubando a moto do cidadão? Se não fosse a ação dessa viatura da Guarda Municipal e desses dois guardas, esse cidadão, além de perder a sua moto, poderia ter sido morto. E aí, eu pergunto a S. Ema., o juiz que teve a ideia maravilhosa de ir contra, sempre estão indo contra as guardas municipais: é uma situação excepcional ou não?

Isso é um absurdo, gente. É um absurdo nós trabalharmos contra as forças policiais. Eu sempre digo aqui: eu sou a favor da Guarda Municipal, de trabalhar forte pela Guarda e transformar a Guarda em polícia municipal, sim. Eu sou a favor de ter mais gente na rua trabalhando pela população do que pelo crime.

Todo cidadão que está em uma situação de emergência, ele não quer saber a cor da farda, se é azul-marinho, se é cinza-bandeirante, se é preta; ele quer ser socorrido pela polícia, e é disso que nós precisamos: polícia na rua.

E aqui lembrando, a Constituição Federal, no Art. 144, no ano de 2019, ela já foi alterada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019, onde colocaram o item nº 5 aqui colocando também na Segurança Pública, dever do estado e direito e responsabilidade de todos, Art. 144, as polícias penais federal, estadual e distrital.

Então a Polícia Penal foi colocada no Art. 144. Eu não vejo por que não colocarmos as guardas municipais no Art. 144. É uma realidade. Os municípios têm guarda municipal. Eles têm trabalhado forte contra o crime, e a nossa Justiça sempre trabalhando contra a polícia e, nesse caso, trabalhando contra as guardas municipais.

É um absurdo. Eu estou do lado das guardas municipais e tenho certeza: se, futuramente, numa missão federal, ou num cargo federal, tenham certeza de que nós trabalharemos para incluir as guardas municipais no Art. 144, porque é necessário nós termos mais e mais policiais na rua.

Quanto mais e mais policiais na rua, menos bandido. Menos bandido. É disso que o povo precisa, segurança; não, de uma Justiça que fique trazendo aqui várias atuações contra a guarda, contra a PM. Nós temos aí várias situações, a PM de agir na Cracolândia, aqui em São Paulo, a PM proibida de subir o morro lá no Rio de Janeiro, e por aí vai.

Então o que nós queremos, polícia na rua ou bandido na rua? Polícia na cadeia ou bandido na cadeia? Eu quero polícia na rua e bandido na cadeia. E, se ele atirar no polícia, o bandido tem que ir para o saco. Simples assim.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, tem a palavra o deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Tem a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Tem a palavra o deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Tem a palavra o deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Tem a palavra a deputada Marta Costa. (Pausa.) Tem a palavra o deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Tem a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Tem a palavra o deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Tem a palavra a deputada Janaina Paschoal.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento todas as pessoas que nos acompanham, V. Exa., Sr. Presidente, colegas deputados, funcionários da Casa.

Eu, já há algum tempo, fiz um Requerimento de Informações solicitando maiores detalhes sobre algumas obras em rodovias aqui no estado de São Paulo. Todos lembram, quando da discussão do Orçamento, que eu fui muito crítica à liberação de quatro bilhões a mais para obras em rodovias.

Eu fui crítica não por ser contrária às obras, não por entender que as obras não seriam necessárias, mas porque - lembro bem de ter dito - durante três anos obras muito importantes não foram realizadas, e eu não acreditava, infelizmente não acredito, que sejam no último ano de mandato, em especial num ano eleitoral, como é este que nós estamos vivenciando.

Pois bem, eu fiz vários requerimentos de informação. Referente, por exemplo, à estrada que leva para Jarinu; referente à duplicação da M’Boi Mirim, e um dos requerimentos diz respeito à Rodovia Bunjiro Nakao, que é a SP 250, que leva ali para a cidade de Ibiúna.

Eu conheço bem aquele percurso. Entendo que é um percurso perigoso, em determinados trechos não tem acostamento, não tem passarela, não tem calçada. É uma estrada que passa em área urbana, as crianças andam praticamente no meio dos carros.

Então, eu fiz esse requerimento de informações, o requerimento foi respondido, e o que que disseram? Que foram separadas as obras em três lotes, e que um andou e os outros três lotes não.

A informação trazida foi a de que, devido à demora na liberação das áreas em desapropriação nos locais onde estavam previstas as implantações de dispositivos de passarelas, as redes das concessionárias não puderam ser removidas, causando a suspensão temporária das obras neste segmento, sendo necessária a prorrogação contratual inicialmente prevista.

Aí justificam que no período de pandemia ficou muito difícil seguir com as obras. Em resumo: esta obra importantíssima, já licitada, está parada, e isso não acontece apenas com as obras na SP 250, acontece com outras tantas obras.

Eu recebi aqui um vereador de Ibiúna, acompanhado por lideranças locais, que disseram, com todas as letras, que está tudo parado. Então, agora eu vou fazer um outro requerimento de informações para saber o que é que foi pago já com relação ao previsto para esta obra, porque o que tem me incomodado nessa temática é o seguinte, em regra funciona da seguinte forma: é feita uma licitação, ganha a proposta mais barata, ou seja, mais em conta, que é natural, depois demora-se por alguma razão.

Aqui eles estão dizendo que é a pandemia, eles estão dizendo que foi a desapropriação. Por força da demora, o preço que ganhou fica defasado. Aí é necessário fazer uma recomposição, um reequilíbrio econômico. Quando faz esse reequilíbrio, as concorrentes que perderam lá no início do processo dizem assim: “Poxa, eu fiquei prejudicado, porque se eu soubesse que o preço final seria esse, eu já teria feito uma oferta. Eu teria ganhado.”

Não sei se os senhores estão acompanhando. Ganha o menor preço, só que depois se arruma uma justificativa para elevar o preço, mediante aditivos. Aí os concorrentes que perderam dizem assim: “Não, mas se era esse o valor, eu teria que ter ganhado.” Aí embargam ou impugnam a obra.

 

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Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

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Se isso acontecesse numa única cidade, numa única rodovia, numa única localidade, seria admissível. Entretanto, senhores, praticamente todas as licitações do Estado passam por isso. E o que eu venho recebendo é e-mails de cidadãos aqui do estado de São Paulo dizendo: “Doutora, estão trocando o asfalto bom aqui na porta da minha casa, na porta do meu trabalho ou na estrada perto aqui da minha cidade.

Colocam a placa que estão fazendo uma obra e estão trocando asfalto bom.” Tem gente que diz que estão passando asfalto em cima de asfalto, e as obras que são necessárias, e esta Casa contra o meu voto liberou quatro bilhões a mais neste ano, as obras que são necessárias não estão acontecendo.

Então o que a gente quer saber é: como pode, no estado mais rico da Federação, um governo que deve contar com assistência técnica, com assessoria, sempre cometer o mesmo erro?

Sempre tem equívoco na hora de escolher a licitante, nunca se faz uma análise das dificuldades e dos aumentos que acontecerão no meio do caminho, sempre as obras são embargadas. Não tem uma equipe de procuradores, de advogados para orientar?

Eu peço, Sr. Presidente, que encaminhe esta minha manifestação ao DER, em um primeiro momento. Se o DER não for competente, para quem seja. Eu quero saber quanto já se gastou nessa obra da SP-250, porque chegar em Ibiúna continua sendo perigoso e a resposta que me foi dada não traz de maneira precisa o dinheiro que já foi dispendido, só diz que tudo ficou obsoleto, ou seja, tudo o que já foi gasto é perdido.

É necessário cobrar esse tipo de informação e é necessário que as respostas aos requerimentos que nós formulamos sejam claras, objetivas e completas. É isso, Sr. Presidente.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Próximo deputado é o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente e telespectador da TV Assembleia, volto novamente ao debate sobre a importância da aprovação do nosso PDL nº 22, que acaba com o confisco das aposentadorias e pensões, que não é mais um confisco, é um roubo, é um assalto, que viola, ataca a saúde, a vida e a dignidade humana de milhares de aposentados e pensionistas no nosso Estado, fruto do Decreto 65.021, editado pelo ex-governador João Doria/Rodrigo Garcia.

Sr. Presidente, praticamente em quase todos os debates e entrevistas feitos até agora com os candidatos ao governo do estado de São Paulo o tema tem aparecido, e com muita força. Há muitos questionamentos para os candidatos, em geral, sobre o compromisso com a revogação, com o fim desse confisco.

Em vários, no ICL, no debate do Roda Vida, da TV Cultura, nas sabatinas, nas entrevistas da TV Bandeirantes, da CBN, enfim, o tema é pertinente, eu digo que ele é transversal, ele atravessa todos esses debates, todas essas discussões, entrevistas e sabatinas.

Por que, Sr. Presidente, isso vem acontecendo? Porque há um forte movimento do estado de São Paulo, que é construído todos os dias, primeiramente, pelos coletivos de aposentadas e aposentados em redes de WhatsApp, na internet, que tem feito “tuitaços” toda semana, o tempo todo, principalmente quando tem debate, pela grande mobilização feita também pelas entidades representativas dos servidores, a maioria delas congregadas e organizadas hoje na Frente Paulista em Defesa do Serviço Público, e tantas outras, as da Educação, a Apeoesp, a Udemo, a Apase, uma menção honrosa, especial, para a Apampesp, que é a Associação das Professoras Aposentadas do Estado de São Paulo.

Enfim, toda essa mobilização mostra que esse movimento é o mais ativo hoje do estado de São Paulo e talvez o mais forte hoje do Brasil. Ele tem mobilizado bastante o debate. Eu queria até mostrar para ilustrar o que eu estou dizendo, como a força desse movimento é fundamental e pertinente o tempo todo, o quanto há uma organização, uma capilaridade, eu gostaria de dizer, desse movimento, no estado de São Paulo, que está acompanhando os candidatos, mas acompanhando também a Assembleia Legislativa, pressionando a Assembleia Legislativa a votar o PDL 22.

Que já está pronto para ser votado em Regime de Urgência, com 53 assinaturas no requerimento para que ele seja pautado, que já está com o presidente da Alesp, com as mais de 350 moções de apoio de câmaras municipais, que foram debatidas e votadas.

Então nós já temos os votos, é só pautar. O projeto está em Regime de Urgência, mas graças a toda essa mobilização, toda essa capilaridade que há, desse movimento, em todo o estado de São Paulo. Eu quero mostrar aqui só algumas imagens, mostrando a capilaridade e a força do movimento das aposentadas e aposentados do estado de São Paulo.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Então, aqui, só algumas cenas desses debates e dessas colocações. Uma jornalista falou: “Sempre que nós entrevistamos os candidatos, as nossas caixas são entupidas de mensagens dos aposentados e das aposentadas”. Então é isso, Sr. Presidente.

É a capilaridade do movimento, é a força desse movimento, que é organizado, sobretudo, por mulheres, pelas aposentadas do estado de São Paulo, que estão fazendo um “tuitaço” jamais visto neste estado.

Então é por isso que temos que revogar, em caráter de extrema urgência, o confisco das aposentadorias e pensões. Nós continuamos lutando, na Assembleia Legislativa, e pressionando o governador, Rodrigo Garcia, a fazer essa revogação. Porque ele pode revogar também através de um outro decreto, que ele pode publicar a qualquer momento.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado é o deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, também seguindo a colocação do Coronel Telhada, que esteve em encontro com veteranos do 4º Batalhão, nós também, na última quinta-feira, tivemos encontro com os veteranos da Rota.

Lá estavam o Jair, Esquerdinha, o agente Santana, vários amigos. E o coronel Hermógenes, um grande comandante da Rota, que uma vez falou que a última coisa que ele ia fazer na Polícia era me promover por bravura. E o fez, pelo meu trabalho que eu fazia na época, não que eu tenha pedido a ele. Estava lá também o Afanásio Jazadji, que foi deputado desta casa por vários mandatos.

Em 86, quando me elegi pela primeira vez, ele teve 550 mil votos, o deputado Afanásio Jazadji. O Marco Antonio, o Jairo Paes de Lira, meu colega de turma, que foi deputado federal.

Então, um abraço a todos os amigos de uma Rota, numa época que bandido não mandava, que bandido não tinha nome, que bandido não aterrorizava a população - pessoal de uma época diferente. Depois foi tudo mudando, né? Infelizmente, infelizmente.

Até vi a colocação do deputado Telhada sobre a proteção a bandidos. É uma realidade. Um dia, vindo para esta Casa, na ferradura, ali na 23 de Maio, eu vejo dois caras enquadrando um cidadão para roubá-lo, sequestrá-lo, sei lá o quê.

Eu saí do meu carro, deputado também na época, lógico, e devo ter dito para eles: “É polícia, para!”. O que eles fizeram foi encher o meu carro da Assembleia de bala, e passei a trocar tiros com os bandidos, correndo às 7 horas da noite pela 23 de Maio, eu à paisana.

Lá em cima, um foi baleado por mim, e a primeira viatura que chegou para me ajudar, Coronel Telhada, que está trabalhando para ir para Brasília, para mudar as leis, foi uma viatura da Guarda Civil Metropolitana.

Eu, no meio da rua com uma arma na mão, à noite, enfrentando bandidos, dei graças a Deus que os guardas municipais foram me ajudar naquele dia, né? É evidente, para mim foi uma satisfação ter o apoio dos guardas municipais.

Então eu também não entendo como as pessoas fazem leis que só protegem os bandidos, contra a Polícia Civil, contra a Polícia Militar, até criando lei que policial civil, militar, promotor, juiz não podem mais concorrer a eleição. É o fim do mundo essas coisas. Então infelizmente é isso aí, mas nós continuamos a luta aqui do dia a dia, e haverá eleição.

Estava até falando com o deputado Carlos Giannazi, grande defensor da Educação, que defende a Educação contra o PSDB de Rodrigo Garcia, como nós defendemos a Segurança Pública contra o PSDB de Rodrigo Garcia e Doria. O Rodrigo Garcia é do PSDB, não podemos esquecer isso, e está gastando muito dinheiro por aí. É trator para todo lado, uma dinheirama para todo lado, está um Deus nos acuda.

Mas é isso aí, eleição se ganha no dia, e eu estou falando isso por quê? Porque tem gente ainda falando em golpe. A Globo e a CNN ficam o dia inteiro: “porque o golpe”. Mas que golpe? Onde estão arrumando golpe? Em quê? O Datafolha fez uma pesquisa para ver quem era a favor da ditadura e deu 93% a favor da democracia, os outros 7% acho que foi lá no hospício.

Quem é a favor da ditadura? Alguém conhece alguém que é a favor da ditadura? E, se alguém for a favor da ditadura, se alguém que está me ouvindo for, quem vai ser o ditador? Você que está falando que é a favor da ditadura? Só se for você.

É bom colocar que eu disputo eleição desde 86, e o presidente Bolsonaro, desde oitenta e oito. Foi vereador do Rio de Janeiro, e depois ganhou várias eleições como deputado federal, como nós ganhamos, perdemos. Nós estamos aqui para isso.

Dia 2 de outubro, quem ganhou vai ficar feliz, e quem perdeu vai chorar na cama, como eu falo sempre. Eleição é assim. Agora ficam procurando golpe. Que golpe que estão procurando? Que golpe? Eleição é eleição.

O seu Lula já ganhou eleição duas vezes, o seu Lula ganhou. Está aqui o Enio Tatto, que é testemunha, o deputado Enio Tatto. A Dilma ganhou duas vezes. Alguém viu... Alguém está esperando que vai ter uma revolução, as Forças Armadas vão pegar em armas. Ora...

Agora, o que tem que pôr na rua é o Exército de eleitores, ir para a rua pedir voto. Tem que ir para a rua pedir voto, como eu estava pedindo, como o próprio Enio Tatto estava pedindo voto lá outro dia na zona sul, correndo na zona sul.

Então não tem essa guerra que estão procurando, minha gente. Pesquisa quem é a favor da ditadura. Acho que quem está aqui, como o próprio Bolsonaro, que disputou a eleição e ganhou, como o Lula sempre disputou eleição e ganhou, perdeu. Qualquer um é assim.

Agora o que tem que pôr é o Exército nas ruas de eleitores para conseguir voto, porque, depois do dia 2, não adianta chorar. Até o pessoal nosso vai trabalhar, trabalhar politicamente, vai lá pedir voto para os amigos, vai lá, vai para a rua, arruma voto, conquista voto. É assim que se ganha a eleição, não é na internet xingando os outros não, isso não adianta porcaria nenhuma. Conquista voto, tem que conquistar voto.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.)

Pela Lista Suplementar, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, deputado Telhada, presidindo a sessão, deputada Janaina e deputado Carlos Giannazi. Gostaria de cumprimentar todos os funcionários da Casa.

Sr. Presidente, eu estava ouvindo o deputado Giannazi falar do decreto do Doria, de número 65.021, de 19/06/2020. Giannazi, é verdade, Doria e Rodrigo Garcia, do PSDB, vão pagar caro por conta desse decreto. Cheguei a falar pessoalmente com o governador, no dia que ele estava inaugurando o “Bom Prato” lá da Cidade Dutra, que você já estava nessa luta, e eu entrei também, viajando o estado de São Paulo, com as audiências públicas, onde a gente ouvia falar o tempo todo contra o decreto. A gente se comprometia para tentar derrubar esse decreto aqui na Assembleia Legislativa. 

E aí, a pergunta que eu faço para os demais deputados desta Casa, mesmo aqueles que sobem aqui na tribuna e se colocam favoráveis à derrubada, à revogação, à eliminação desse confisco dos aposentados e pensionistas do estado de São Paulo. Vocês já falaram com os candidatos de vocês ao governo do estado de São Paulo? Vocês já conversaram com eles qual que é a atitude deles ganhando o Governo do Estado, a respeito desse decreto 65.021?

Eu já falei com o meu, Fernando Haddad, e falei mais uma vez, hoje de manhã, lá no Jardim Ângela, na Estrada do M’Boi Mirim. Ele se comprometeu na frente de todas as pessoas que estavam lá para assistir, os comerciantes, os funcionários, que, na primeira semana, ele vai se reunir com os aposentados, pensionistas, as categorias envolvidas, para discutir e revogar esse decreto.

Então, o que a gente precisa, pessoal, é assumir responsabilidades, e os candidatos ao governo do estado de São Paulo chegarem claramente e falarem o que eles pensam disso. Porque não adianta um deputado pregar uma coisa, e apoiar um candidato que pensa de outra forma. 

É isso que a gente precisa, deputado Carlos Giannazi, e eu falei com todas as letras para ele. Se a Assembleia Legislativa não derrubar... Aqui parece que é uma unanimidade, só que não pauta. A gente derruba esse decreto, revoga esse decreto, inclusive com seu PDL, tem outros PDLs aqui também. Pode até juntar todos. O importante é acabar com esse confisco.

Tem que ter o comprometimento dos candidatos ao governo do estado de São Paulo para se fazer isso. Caso contrário, é só promessa, é só conversa de campanha. Conversa de campanha como aconteceu hoje na Estrada do M’Boi Mirim, que estão fazendo propaganda que vão alagar, duplicar Já faz dois meses e meio que fizeram uma grande festa, e eu mostrei aqui a festa, que estava lá o governador, o prefeito, deputados daquela região, e que iriam começar as obras. 

Já se passaram dois meses e meio, e não tem um trator lá para mexer com a obra. Não tem um proprietário de comércio, ou que mora na beira da estrada do M’Boi Mirim, que foi procurado para tratar da desapropriação e indenização, deputado Telhada. Como é que você vai alargar, como é que você vai tirar as pessoas, se você não foi nem conversar com a população?

Então, é uma mentira que persiste já há mais de dez, 15 anos, e tiveram quatro anos para começar as obras, e agora, dois meses antes da eleição, faltam 41 dias, você chega lá e tem gente na rua, nos faróis, placas nos pontos de ônibus, falando: “a M’Boi Mirim vai ser duplicada”. Ué? Passaram quatro anos, e eles não conseguiram duplicar um metro. 

Fomos verificar com o secretário que é responsável pela obra, e também pelo DER. Tem licença ambiental para fazer? Não tem, deputada Janaina. Tem projeto executivo? Não tem. Vocês conversaram com a população para a desapropriação e indenização? Também não. Como que vai começar uma duplicação? Mas, na época da campanha, chegam lá e vendem essa promessa. 

Uma promessa que fizeram quando ganharam as eleições. Passaram-se quatro anos e não tem nada de início. Sabem o que tem lá? Uma grande placa do Governo do Estado falando que vai duplicar a estrada do M'Boi Mirim. Só isso, só isso. 

O meu candidato, o Haddad, falou lá: “Não, eu dupliquei a estrada do M'Boi Mirim na parte da prefeitura, no município”. Parou ali no Menininha, perto do Hospital M'Boi Mirim. Dali para a frente, é uma SP; pertence ao Estado e o Estado não fez a parte dele. Então, ele se comprometeu e vai duplicar. 

A mesma coisa: para finalizar, vocês já me ouviram falar muitas vezes - e vocês ouviram também a população de lá reclamando - sobre as estações da Linha 5 – Lilás, do Metrô, do Capão Redondo até o Hospital M'Boi Mirim, Jardim Ângela, onde a gente estava agora, de manhã. 

Duas estações; faz 15 anos que prometem e não conseguiram fazer. Dá para acreditar em um Governo desse, que vai fazer? Não dá para acreditar. Tanto o alargamento, a duplicação da M'Boi Mirim, como o Metrô do Jardim Ângela são uma enganação, são uma mentira do Governo PSDB - Doria, Garcia, não é? -, mentindo para a população. 

Pior de tudo: as pessoas vão com faixa, pirulitos, como se fosse uma campanha eleitoral já, enganando a população, mais uma vez. Se você passa lá, em todos os faróis, têm as pessoas já segurando a faixa: “O início das obras da M'Boi Mirim”, ou do Metrô do Jardim Ângela. Passaram-se quatro anos; não colocaram um quilo de cimento, uma pá de areia, um metro de ferro lá para fazer a duplicação. 

Então, a população tem que ficar atenta, mais uma vez, porque estão mentindo e a gente sabe que eles não vão fazer a duplicação e não vão levar o Metrô até lá, a não ser que entre um outro governo, que eu espero que entre. 

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado é o deputado Coronel Telhada. Eu não farei o uso da palavra mais. Deputada Janaina Paschoal. Fará o uso da palavra? Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, presidente. Queria só aproveitar esta oportunidade para tentar trazer alguns esclarecimentos para a população, porque eu recebo muitos e-mails, muitos WhatsApps, muitas mensagens nas redes sociais. Não tenho condições de responder a todos, mas procuro ler, por exemplo, os e-mails todos.

Eu tenho percebido, assim, algumas dúvidas que precisam ser sanadas. Por exemplo, muitas pessoas não sabem que o único cargo para o qual todos os brasileiros - obviamente, eleitores - podem votar é o cargo de presidente da República.

Eu percebo, pelos comentários, pelas mensagens, que muita gente acha que, se o deputado é federal, ou se é senador, os eleitores do Brasil inteiro podem votar, mas não é assim que funciona, tá?

 Então, por exemplo, os eleitores em São Paulo votam para o governador de São Paulo; votam para os deputados estaduais no estado de São Paulo; votam para os deputados federais, ou seja, os candidatos a deputados federais, que, lá na Câmara Federal, vão representar o povo de São Paulo; votam nos candidatos ao Senado que, lá no Congresso, vão representar o estado de São Paulo.

Por mais que um cidadão da Bahia, do Espírito Santo, do Rio de Janeiro goste de um candidato ou candidata aqui do estado de São Paulo, não pode votar. Cada cidadão vai ter que entender, buscar os candidatos no seu estado da Federação. Isso é muito importante.

O único cargo para o qual todos nós, brasileiros, votamos é o cargo de presidente da República. Eu sei que, para alguns, é uma informação até básica, mas, haja vista as perguntas que eu tenho recebido, as mensagens que eu tenho recebido, eu penso ser importante esclarecer isso.

Também em virtude de muitas mensagens que eu tenho recebido - e eu não tenho condições de responder todas, tá? Não tenho condições.  Eu quero esclarecer o papel de um deputado, porque deve acontecer com V. Exa. também: “Ah, eu votei na senhora, escrevi lá no início do mandato e a senhora não me ajudou.” Aí, quando a gente vai resgatar qual era a ajuda, na verdade, a pessoa quer um atendimento, vamos dizer assim, diferenciado do restante da população.

Então, acontecem coisas muito intrigantes. A pessoa escreve e diz: “Olha, eu votei na senhora, eu falei para os meus familiares votarem na senhora, eu arrumei tantos votos, agora quero um emprego”.

Deve acontecer com todos os colegas, mas eu não estava preparada para isso. Ou a pessoa tem uma situação de saúde e quer porque quer que o “seu deputado” - essa é a frase em regra utilizada - peça que ela seja atendida na frente dos demais.

Então, por exemplo, já aconteceu de entrarem em contato com o gabinete e ter um aparelho de radiografia, um raio-x quebrado. Aí a gente oficia, entra em contato com a ouvidoria da Secretaria da Saúde, porque é uma demanda que atende uma coletividade.

Neste final de semana mesmo recebi uma denúncia de que, em uma determinada UPA, havia muitos pacientes com câncer grave esperando para serem removidos sem nenhuma notícia para os familiares. Já estamos acionando a ouvidoria. Então, são pleitos coletivos.

Esse papel o deputado tem, mas o deputado não pode favorecer pessoas individualmente, por mais que goste dessas pessoas, por mais que essas pessoas tenham pensamentos parecidos. É muito interessante, é uma frase que se repete: “Para que eu tenho um deputado se ele não faz nada por mim?”.

O último email mais inusitado que recebi foi de um senhor dizendo que precisava muito da minha ajuda. Quando fui entender o que era, ele estava pedindo que eu depositasse na conta dele 35 mil reais.

Então, é muito importante a população entender o que faz - e a gente está em ano eleitoral -, até para poder tirar das opções candidatos que prometam essas coisas, porque um candidato que promete dar dinheiro, que promete um emprego no gabinete, está prometendo para todo mundo. Como é que vai cumprir? É impossível.

Então, esses esclarecimentos de cidadania precisam ser dados. Deputado não pode dar dinheiro, depositar dinheiro na conta de eleitor. Inclusive, neste período seria até crime. Esses esclarecimentos têm que ser dados.

O papel do deputado é apresentar projetos de lei, é obstruir projeto ruim, é fiscalizar o Executivo, é participar de CPI, participar das comissões temáticas. É fazer requerimentos de informações, utilizar todos os instrumentos do Regimento, da Constituição e da legislação para trazer benefícios em prol do coletivo, em prol da sociedade, conforme as pautas que abraça, as pautas com as quais se comprometeu.

O deputado não é um despachante. Outra coisa: tem grupos, tem pessoas, representantes, que acham que vão fazer um projeto e vão entregar para o “seu deputado”, para o “seu deputado” fazer o protocolo, como se fosse despachante. Então, é necessário que a população compreenda. Aí ficam bravos quando eu não respondo. É que tem emails que fica difícil até de responder.

Então, estou dando aqui um esclarecimento público e amplo, pois são pleitos que a gente não pode atender. Até fazer o pleito é algo problemático. Os candidatos que prometem esse tipo de coisa estão desrespeitando a lei e estão, muito provavelmente, enganando o eleitor, porque não é papel de parlamentar.

Eu lembro... Vou só encerrar com isso, presidente: eu fui eleita, veio um povo aqui com um projeto de lei pronto. Eu achei que era uma sugestão. Eu li, marquei uma reunião, sentei e fui discutir. O pessoal se revoltou: “Não, mas o projeto é só para a senhora fazer o protocolo”. Eu até achei que era piada.

Falei: “Como assim fazer o protocolo?”. “Não, não, eu apoiei a senhora e isso aqui está pronto, a senhora tem que fazer o protocolo.” Eu falei: “Então o senhor apoiou errado, porque eu nunca me comprometi a protocolizar projeto sem ler. Aliás, isso é um atentado ao papel de um parlamentar.

Então por que eu estou dizendo tudo isso? Porque os emails que eu recebia no início do mandato intrigantemente eu passei a receber com muita frequência agora, perto do final do mandato. E entendi adequado não só por mim, mas por todos os colegas e todos os parlamentares, fazer esses esclarecimentos.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Todos nós passamos por isso; tenha a certeza, viu? O próximo deputado é o deputado Carlos Giannazi. Fará uso da palavra, deputado? Então V. Exa. tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, eu tenho denunciado exaustivamente aqui na Assembleia Legislativa a política de ódio que o governo do PSDB tem contra os servidores em geral, mas contra os profissionais da Educação, contra os professores.

Sr. Presidente, eu apresentei um projeto de lei há um bom tempo atrás autorizando que os professores e os agentes de organização escolar, o pessoal do QAE, do QSE, pudessem também se alimentar com a alimentação dos alunos, porque isso inclusive é até recomendado do ponto de vista pedagógico.

Mas o governo estadual, através da Seduc, proíbe, baixa normas, orientações para que os professores não possam, Sr. Presidente, se alimentar com a mesma alimentação dos alunos, o que é um verdadeiro absurdo, porque o fato é que há uma quantidade sempre dessa alimentação que é jogada fora e nós estamos recebendo muitas denúncias nesse sentido.

E eu quero lembrar que os salários dos profissionais da Educação são salários defasados, arrochados e sobretudo que o vale-refeição de um professor, por exemplo, é de apenas R$ 12,00, conhecido como o famoso vale-coxinha da rede estadual, porque é impossível um professor se alimentar com esse valor. Então há toda uma luta que a gente tem travado para que ele seja aumentado.

No entanto, Sr. Presidente, nós temos um advento também na rede estadual, que foi a privatização, a terceirização da merenda escolar. O fato é que essa orientação, essa decisão da Secretaria da Educação contra os profissionais da Educação tem causado uma grande revolta, principalmente num momento como este, mas sobretudo porque uma boa parte ou uma parte dessa merenda escolar é jogada fora, Sr. Presidente.

Eu recebo fotos aqui de escolas que os professores me encaminham, os agentes de organização escolar. Eu tenho aqui uma delas mostrando o que acontece com a alimentação de muitas escolas com a merenda escolar: vai para o lixo, Sr. Presidente. Eu tenho aqui as fotos mostrando claramente o que vem acontecendo. Agora, o que custa para o Estado autorizar, como isso já existia no passado?

Essa é uma decisão nova, sobretudo da gestão Doria/Rodrigo Garcia, que ampliou e intensificou essa política de ódio. No entanto, nós temos um projeto de lei tramitando aqui na Assembleia Legislativa resolvendo essa situação, autorizando. O professor não pode nem comer uma fruta, Sr. Presidente. Isso é um absurdo! É uma humilhação! É um ataque à dignidade dos nossos profissionais da Educação!

Então nós vamos continuar trabalhando aqui pela aprovação do projeto que eu apresentei e vamos continuar pressionando a Secretaria da Educação a autorizar que todos os profissionais da Educação possam se alimentar juntamente com os nossos alunos. Como eu disse, existe recomendação pedagógica para que isso ocorra.

E quero, Sr. Presidente, antes de encerrar o meu pronunciamento no dia de hoje, dizer que acabei de ver trechos, assistir trechos da sabatina do “Estadão” agora com o governador Rodrigo Garcia, e ele levantou duas questões que eu quero aqui repudiar. A primeira delas é que ele não vai aumentar o investimento nas universidades públicas; ele disse que o estado já está no limite.

Quando ele foi indagado se ele tinha a intenção de cobrar mensalidades nas universidades públicas, ele desconversou um pouco. Eu entendi que não, ele não foi claro, mas...

No entanto, ele disse que o estado já está no seu limite de investimento nas nossas três universidades públicas em relação à cota-parte do ICMS, aqueles 9,57, que nós queremos aumentar pelo menos para 11%, porque esse percentual vem lá dos anos 90 ainda, Sr. Presidente: as universidades não tinham o tamanho e a estrutura que têm hoje. Então esse percentual tem que ser aumentado necessariamente, para que nós possamos garantir a ampliação das vagas, o auxílio aos estudantes, a contratação de novos professores e de novos funcionários.

Mas ele disse que não, que está no limite o Estado e que ele não vai aumentar esse percentual. Então todos os anos nós lutamos aqui, na LDO e na LO - a Lei Orçamentária - para que haja, sim, o investimento nas universidades estaduais.

E outro ponto que ele levantou também é sobre a privatização da Educação, na área do ensino médio, onde ele deixou claro que ele vai comprar vagas no ensino profissionalizante das escolas particulares para o ensino médio. Ele disse isso, Sr. Presidente.

Nós temos uma rede de Etecs e Fatecs no estado de São Paulo; no entanto, ele vai comprar - ele foi bem claro, ele vai comprar - vagas de escolas particulares, para oferecer cursos profissionalizantes para os nossos alunos, canalizando dinheiro público da Educação pública do estado de São Paulo sobretudo para esses grandes grupos econômicos educacionais.

Então nós vamos denunciar isso para a população, porque o estado de São Paulo tem o maior Orçamento da América Latina e tem condições de oferecer cursos profissionalizantes na própria rede pública de ensino.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Não havendo mais nenhum orador inscrito e havendo acordo entre as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. É regimental. Agradeço a todos os deputados que participaram hoje. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Obrigado a todos.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 3 minutos.

 

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