17 DE AGOSTO DE 2022

80ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA e PROFESSORA BEBEL

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

3 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

4 - LECI BRANDÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

5 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

6 - PROFESSORA BEBEL

Assume a Presidência.

 

7 - CORONEL TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

8 - PRESIDENTE PROFESSORA BEBEL

Anuncia a visita dos alunos do Senac Lapa Tito.

 

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

10 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

11 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

12 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

13 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

14 - JANAINA PASCHOAL

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

15 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 18/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente na data de hoje, dia 17 de agosto de 2022.

Vamos ao Pequeno Expediente com os oradores inscritos. O primeiro orador é o deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Telhada, deputada Bebel, deputada Leci Brandão, telespectador da TV Assembleia, Sr. Presidente, em várias ocasiões, em vários momentos, eu tenho cobrado, aqui pela tribuna inclusive, também pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas, que haja a solução para uma escola estadual, um anexo da Escola Estadual Nascimento Sátiro, que fica na cidade de Iporanga.

Lá existe um anexo dessa escola, que é a escola do bairro de Bombas - inclusive, deputada Leci Brandão, que fica em um quilombo - e o acesso a essa escola é muito difícil e a Secretaria da Educação até hoje não solucionou o problema.

O estado mais rico do Brasil, que está aprovando um orçamento com a previsão de 300 bilhões de reais para o ano que vem, o maior orçamento da história de São Paulo, nosso orçamento do ano de 2022 era de 286 bilhões de reais, e a situação da escola continua a mesma e até pior.

Tenho conversado bastante com os professores, já fiz vários encaminhamentos e pedidos à Seduc para que pelo menos os professores recebam o ALE, que é o adicional de difícil acesso ao local de exercício, mas até hoje nada. Estou há dois anos cobrando da Seduc.

A Seduc se transformou em um comitê eleitoral, deputada Bebel, do Rossieli. Virou um comitê aquilo, do Rossieli, ex-secretário que é candidato a deputado federal. É isso que virou a Seduc hoje, que não resolve mais os problemas efetivos da rede estadual.

O fato é que essa escola que se chama Bombas é uma escola da rede estadual, pertence à Escola Estadual Nascimento Sátiro, essa escola está totalmente abandonada, os professores caminham horas, quilômetros, para chegar até essa escola. A merenda, presidente, é transportada em burros, em animais.

Eu tenho fotos aqui com as quais gostaria de ilustrar o que estou dizendo, olhem só, os professores caminhando na mata fechada, durante horas, para chegar até a escola, para lecionar para os alunos que vivem nessa comunidade. Vejam só a trilha dos professores.

Aqui é o burro, o animal que leva a merenda da cidade, da escola sede, escola Nascimento Sátiro, até a Escola Bombas. Aqui é o local, porque os professores dormem praticamente na escola, porque eles não podem voltar.

Eles caminham 10 quilômetros para chegar à escola na mata fechada, então o professor dorme a semana toda dentro dessa estrutura da escola, dessa maneira. São colchonetes. É no estado de São Paulo, o estado mais rico da federação.

Tem mais fotos mostrando. Aqui ainda o burro, o animal que leva a merenda, que faz essa trilha. Essa é a escola. Essa escola tem goteiras, o telhado é de zinco, chove dentro da escola. É uma escola totalmente improvisada. Há 30 anos que a escola funciona dessa maneira e nada foi feito até agora. Trinta anos de “Tucanistão” do PSDB e a escola continua da mesma forma.

Aqui uma professora fazendo a trilha no meio do barro, quando chove, até chegar à escola. Ela caminha vários quilômetros, são horas de caminhada. Aqui é o parquinho das crianças da Educação Infantil. Olha só. Isso é São Paulo, gente. Estamos em São Paulo, o estado mais rico da América Latina. Tem mais fotos, vamos passando. Aqui as trilhas dos professores. Deixe-me ver se tenho mais fotos. Enfim, é isso.

Eu já fiz essa denúncia várias vezes. Coloquei outras fotos mostrando a situação. O que mais me intriga é que nada foi feito até agora. São anos, 30 anos de PSDB no governo e a escola continua da mesma forma. Tem goteiras, a escola não tem internet, não tem infraestrutura nenhuma.

Eu já acionei o Ministério Público Estadual, já acionei o Tribunal de Contas, já levei o caso para a nossa Comissão de Educação, mas não há mais o que se fazer - não é possível - a não ser tirar o PSDB do estado de São Paulo para ver se a gente resolve essa situação.

Então, aqui da tribuna, Sr. Presidente, mais uma vez, eu gostaria de acionar o Ministério Público estadual e o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para que providências sejam tomadas imediatamente para que a escola seja reconstruída, para que haja transporte adequado para os professores, para que seja pago o ALE, porque é uma agressão à dignidade humana não só dos professores e das professoras, mas também de toda a comunidade escolar da Escola Bombas.

Eu gostaria que cópias do meu pronunciamento fossem encaminhadas ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e também à Secretaria Estadual de Educação, ao novo secretário de Educação.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Solicito à nossa assessoria que encaminhe as palavras do deputado Giannazi às autoridades que ele solicitou.

A próxima deputada é a deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. Falarei posteriormente. Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.)

Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento os assessores da Mesa Diretora de trabalhos, os assessores à esquerda, à direita, enfim, as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados.

Eu subo a esta tribuna porque, vejam bem, o deputado Giannazi trouxe aqui um exemplo quase diuturno do que ocorre nas escolas públicas estaduais e até mesmo municipais, porque, enfim, são dificuldades que os estudantes e alunos enfrentam, que é a falta de estrutura.

Nós fizemos uma pesquisa através do Instituto dos Arquitetos do Brasil que demonstra, deputado Giannazi, que não têm condições de funcionamento, as escolas públicas. Eu não tenho nenhum preconceito com cadeia, com nada disso, mas as escolas, hoje, são “cadeiões”.

Eu acho que a gente tem que trabalhar a cultura da paz. Esse é um sentido; e que paz a gente entende, de que forma a gente entende que é a paz. Agora, tentar trancafiar e já de antemão tratar como cadeião eu acho ruim. Eu penso que um próximo governador deva assumir um calendário de reformas que dê condições estruturais inclusive.

Porque quando se fala em qualidade de ensino a gente não pode pensar na qualidade de ensino somente se a ponta consegue aprender, se a ponta lá, o aluno conseguiu ter acesso. Também; mas para chegar até lá nós precisamos valorizar os profissionais da Educação.

Nós temos que ter um número adequado de alunos. E quando eu estou falando em número adequado, nós falamos em, no máximo, 25 alunos, o que é bastante. Atualmente se convive com 40, 50 alunos numa sala de aula; a gente está falando em jornada. Hoje, o professor nessa famigerada dita carreira ou subsídio, dê-se o nome que dá, está trabalhando 40 horas dentro da escola; está ganhando menos que a carreira antiga.

Essa foi a balela que foi passada aqui e que eu não votei a favor. Acredito que o deputado Telhada também não e que a deputada Janaina também não, até porque ela discutia conosco a questão do método de votação, que não poderia ser daquela forma. Nós debatemos muito mais o método do que a própria...

Porque o conteúdo nós sabíamos, cada um que defendesse o que quisesse. Mas aí, enfim, foi feito da forma... Foi o que várias vezes o próprio deputado presidente sempre dizia: “É um tapa na cara de vocês”. E era, porque tacava os dez por cento para impor a gente votar no pacote fechado.

Então não dá. Hoje, por exemplo, na carreira atual, o professor ganha R$ 26,29. Na carreira agora imposta a subsídio, R$ 25,00; está ganhando R$ 1,25 a menos. Então o que é a mais? É trabalhar mais; essa é lógica. Se a lógica é esta não precisava ter feito aquela parafernália que foi feita na vida dos professores.

Nós temos que urgentemente pedir para que o novo governador rompa com essa política de subsídio, que tem uma carreira... Abra uma negociação em torno de uma carreira atraente: que a gente possa ter a nossa jornada de trabalho, mas tempo para organizar as aulas.

Por isso que tem que ter horário de trabalho pedagógico coletivo, que acabou. O HTPL é o que nós levamos para casa. Não recebemos por isso. Temos que receber. Então as escolas PEI... A escola PEI é uma farsa que é de ensino integral. “A senhora é contra ensino integral?”. Não, não sou.

Da concepção dela eu sou, dessa aí eu sou, porque é possível ter uma escola de tempo integral em que os professores deem 26 horas/aula na sala de aula, 14 fora e você consiga fixar o professor na escola. Precisa ter concurso público. O número de professores da categoria “O” superou o número de professores efetivos.

Sabe quando foi feito o último concurso público? Depois da greve de 2013 que nós fizemos e ganhamos na rua aquele concurso de 59.000 vagas. Então por essa razão, deputado Telhada, eu acho que é importante esta Casa ter acordo. E para terminar de fato, dizer que este ano ainda, que pelo que eu sinto não se aprova nada, nós temos que ter o empenho de devolver o salário dos aposentados e pensionistas.

Ou seja, acabar com o confisco de salários e aposentadorias, porque tem acordo na Casa. O que não tem acordo é com quem quer continuar surrupiando o dinheiro dos servidores aposentados e pensionistas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. A próxima deputada é a deputada Leci Brandão. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente Coronel Telhada, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, público que nos assiste pela nossa TV Alesp, o combate ao racismo religioso e à intolerância religiosa é um assunto extremamente sério, que, para mim, é um compromisso não só da política, mas um compromisso de vida.

Eu não posso ficar calada vendo pessoas usarem essa questão por motivos eleitoreiros. Discursos de ódio contra as religiões de matriz africana não cabem mais neste País. Usaram o equipamento da Administração Pública, no caso, o Palácio do Planalto, para disseminar este ódio, como parece ter se tornado comum no atual desgoverno. Aconteceu.

Ontem, mais uma vez, assisti em vídeo um discurso de intolerância feito pela ainda primeira-dama deste país. Nesse discurso, ela falava temer que o Brasil caia na mão de inimigos, mão de inimigos, gente do mal.

Eu queria dizer que o Brasil caiu nas mãos dos inimigos do povo quando o desgoverno do qual ela faz parte assumiu. Assumiu trazendo desemprego, fome, desmatamento, genocídio, uma série de coisas ruins.

Assim como ela, eu espero, sim, que Deus dê sabedoria e discernimento ao nosso povo, para que ele se livre definitivamente de seus verdadeiros inimigos. Não ao ódio, não ao racismo e não à intolerância religiosa. Meu nome é Leci Brandão, deputada estadual do estado de São Paulo. Sou uma pessoa que respeita todas as religiões, inclusive as religiões de matriz africana.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra. Deputada Leci Brandão.

Pela Lista Suplementar, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Eu vou solicitar a presença na tribuna da deputada Janaina Paschoal. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

Deputada Bebel, a senhora poderia assumir a Presidência, por gentileza? Porque em seguida eu farei uso da palavra depois da deputada Janaina, por gentileza. Com a palavra a deputada Janaina Paschoal.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento as pessoas que nos acompanham, V. Exa., Sr. Presidente, Sras. Deputadas, colegas aqui presentes, eu queria conversar um pouquinho sobre a liberdade na Educação.

Ontem recebi o telefonema de um cidadão do interior para noticiar que mais uma família vem sofrendo perseguição por ser partidária, adepta, ao homeschooling, ou ao ensino domiciliar. Eu quero ser muito transparente aqui, não gosto de me manifestar de forma a agradar um grupo sem desagradar o outro. Eu gosto de ser muito clara conforme os meus pensamentos.

Eu não sou uma entusiasta do homeschooling. Também não sou uma entusiasta do ensino domiciliar, que é um sinônimo. Não sou. Mas sempre defendi a liberdade dos pais, como defendo a liberdade de os pais, por exemplo, escolherem se seus filhos vão aderir ao sistema integral. Aliás, é um problema que nós estamos enfrentando aqui no Estado. Eu sou uma entusiasta do ensino de tempo integral.

Mas eu ouço as mães, ouço as famílias, ouço os adolescentes, e muitos não têm condições de se adaptar a esse novo sistema. Então nós temos que trabalhar com vários modelos de Educação, atendendo as necessidades, as especificidades, das famílias, dos estudantes. Então, por exemplo: “Janaina, você é contrária ou favorável ao colégio cívico-militar?” Não é a questão de ser contrária ou favorável, é um modelo.

Tem famílias que gostam, tem educadores que gostam. “Você é contrária ou favorável ao método construtivista? Montessoriano? Tradicional?” E, assim, tantos outros. Nós temos que ter pluralidade na Educação, como temos pluralidade no nosso país, graças a Deus, graças a Deus.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Professora Bebel.

 

* * *

 

O que está me incomodando? Esses pais que estão sendo perseguidos por serem adeptos do homeschooling, do ensino domiciliar, eles já não estão mais apenas sendo notificados, apenas sendo convidados a uma reunião, ao Conselho Tutelar ou ao Ministério Público. Eles estão sendo notificados como autores de abandono intelectual.

E eu sou obrigada a dizer aqui na condição de professora de Direito Penal: a família que educa, ainda que por um modelo que não seja o modelo que o Estado entenda que é o melhor, a família que educa não pode ser enquadrada como autora de abandono intelectual, porque o crime de abandono intelectual é o não educar, é negar à criança e ao adolescente instrução, e não raras vezes crianças e adolescentes que recebem essa atenção no ensino doméstico, familiar, têm desempenho acadêmico superior até do que nas escolas.

Com isso não estou dizendo que é melhor ou pior. O que eu estou tentando dizer é que não é correto à luz do Direito o que estão fazendo com essas famílias. Isso gera pânico, isso coloca as famílias na clandestinidade.

Mesmo quem defende o ensino domiciliar ou o direito a essa escolha defende, como eu defendo, que essas crianças tenham uma vida social, que participem, por exemplo, de alguma atividade esportiva, cultural. Que isso seja registrado, que passem por provas com alguma frequência.

Se o Ministério Público, se os Conselhos Tutelares jogarem essas famílias na clandestinidade, nós tiraremos essas crianças dessas atividades. Tem famílias que estão se mudando para lugares distantes para não serem alcançadas por essas perseguições.

Então, o que eu venho pedir aqui, como fiz há duas semanas e foi uma polêmica danada com relação à liberdade religiosa, o nosso país é plural, gente, é um país de pessoas que pensam, que querem educar seus filhos, que querem viver de maneiras diferentes.

Ou nós aprendemos a conviver com essas muitas concepções de vida ou de alguma maneira as pessoas vão cair na clandestinidade. Isso gera revolta, isso gera cisão, não é o que nós queremos.

Então, eu peço encarecidamente que conselheiros tutelares, membros do Ministério Público, magistrados das varas da infância que não persigam as famílias, chamem para o diálogo, avaliem essas crianças, verifiquem se estão recebendo educação ou não, façam um acompanhamento. Isso é muito mais produtivo, saudável e seguro para as próprias crianças.

Muito obrigada, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Obrigada, Sra. Deputada Janaina Paschoal.

Eu então passo agora a palavra ao deputado Coronel Telhada pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sra. Presidente.

Saúdo todos os deputados aqui presentes, assessores, funcionários, nossos queridos e queridas policiais militares, policiais civis aqui presentes, todos os que nos assistem pela Rede Alesp na data de hoje, dia 17 de agosto de 2022, uma quarta-feira.

Hoje é uma data importante, que é a primeira data do meu nascimento. Eu já nasci várias vezes. Nasci no dia em que eu nasci mesmo, dia 10 de outubro de 61, mas ao longo da carreira de 33 anos que eu servi patrulhando as ruas de São Paulo eu nasci algumas outras vezes também, e uma dessas vezes foi no dia 17 de agosto de 1990.

Eu era primeiro-tenente, trabalhava nas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, comandava o Pelotão de Rota Matutina e naquele dia nós saímos do quartel e fomos patrulhar a zona norte da capital, onde nos deparamos com uma família que morava num quintal com várias residências, várias residências de alvenaria, e aquelas pessoas foram expulsas da sua residência por criminosos que estavam retirando as famílias das residências e colocando os parentes dos criminosos para morar naquelas residências.

Nós estávamos apresentando uma ocorrência na 45ª DP, na Brasilândia, quando fomos solicitados por essa senhora, uma família que, inclusive, o marido dela já havia até sido baleado por um dos criminosos que estava aterrorizando a região.

Eu me lembro que nós fomos ao local, eu lembro o local até hoje, R. Celestino Moreira, nº 3. Era início de noite, eram mais ou menos 18:30, 19 horas, e nós fomos para o local. Chegando naquele local, ao darmos a voz de prisão para aqueles criminosos - dois criminosos - um se rendeu e foi preso, mas o segundo indivíduo atirou contra a gente e me baleou naquela noite. No tiroteio, ele acabou sendo ferido também.

Eu fui socorrido pelo Hospital de Pirituba; ele, no Hospital João Paulo I. Ele faleceu, e eu estou aqui, graças a Deus. Nós temos até alguns recortes de jornais daquela época, tem uma imagem aí. Vagner, coloque a imagem, por gentileza. Nós estávamos no “Jornal da Tarde”.

Para os senhores e as senhoras terem uma ideia, nós estávamos dentro da viatura com o repórter do então “Jornal da Tarde”. Hoje esse jornal não existe mais. Veja como a gente está ficando velho, coisa de 32 anos, foi em 1990. Trinta e dois anos dessa ocorrência.

Nessa foto in loco o repórter estava conosco, era um repórter e um jornalista. Naquela época não havia celulares, não havia jeito de fazer vídeo, então os jornalistas acompanhavam as ocorrências. Justamente nesse dia nós tínhamos um jornalista dentro da viatura que acabou fotografando o tiroteio, inclusive eu baleado no local.

Eu agradeço, porque foi a primeira vez que eu estive nessa ocorrência. Estávamos eu, o soldado Arnaldo - que na foto aparece ao meu lado me socorrendo.  Era meu motorista, um policial excepcional, infelizmente, já falecido. Estava o hoje sargento Gimenez, que na época era cabo, sargento aposentado hoje e o saudoso Rosivaldo, que já é falecido também.

Só para a gente mostrar, porque muita gente não acredita, as pessoas ouvem as histórias, os caras nasceram depois disso e não acreditam quando a gente conta a história de que a gente enfrentava o crime, enfrentava criminosos diariamente, trocávamos tiro na rua.

Tem cara que acha que isso é ficção. O cara nunca viu um ladrão na vida e quando a gente fala que a gente enfrenta o crime, que o ladrão é perigoso, que o ladrão está armado, que ele atira na polícia, tem gente que faz aquela cara de “ué”, duvidando, até acontecer com ele. Quando acontece com ele, ele quer a polícia do lado.

Mas a realidade da Polícia Militar é essa. Pode deixar a imagem, Vagner, por favor. A realidade da Polícia Militar é essa, trocando tiro com bandido todo dia, tomando tiro, dando tiro. Graças a Deus, eu estou aqui para contar história, mas vocês veem que diariamente eu venho aqui falar de policiais militares que faleceram no cumprimento do dever.

Peço para colocar a imagem na tela, por favor. Aí, não há qualquer dúvida. Podem ver que, inclusive, na foto ali dá para ver o buraco da bala no meu braço e o sangue escorrendo. Isso não é ficção, não é montagem, não é maquiagem, é verdade isso.

Então, para aqueles que duvidam, nada como a gente mostrar as provas materiais. Não é, deputada Janaina? A senhora que é criminalista. Mostrarmos para a turma acreditar que é verdade.

Essa é a realidade que os nossos policiais militares continuam enfrentando até hoje nas ruas. Até hoje nossos policiais diariamente enfrentam essa realidade. E nós, como patrulheiros que fomos a vida toda - 33 anos de serviço ativo na Polícia Militar e agora dez anos aposentado, mas trabalhando aqui no campo político - nós continuamos zelando pela Segurança Pública, que, infelizmente, tem uma série de deficiências.

Nós estamos com uma série de fragilidades na Segurança Pública hoje. O policial ganhando um salário horrível. Nós temos que rever esse salário dos nossos policiais, do funcionalismo em geral já é horrível, dos nossos policiais então, pelo amor de Deus.

Condições difíceis para os policiais, a saúde da Segurança Pública está em uma situação decadente, nosso Hospital Militar pede socorro, o servidor público pede socorro. Então todo o funcionalismo hoje se encontra em uma situação muito difícil no estado de São Paulo.

A gente não pode deixar, de todas as vezes que nós estamos na tribuna, de pedir ao nosso governador do Estado para que olhe com bons olhos o seu funcionalismo, aqueles que fazem o estado de São Paulo funcionar, da sua Polícia Militar, da sua Polícia Civil, da sua Polícia Técnico Científica, da Secretaria da Administração Penitenciária, dos professores, da Saúde. Todos estão em uma situação muito difícil. A cada dia que passa, ao invés de melhorar, parece que piora o negócio.

Então, governador, o senhor tem uma obrigação com os seus funcionários. Somos nós que mantemos o Estado rodando, somos nós que mantemos o Estado funcionando, não é o senhor. O senhor é o governador, o senhor governa, nós trabalhamos para o povo de São Paulo.

Então é necessário reconhecimento. É necessário um salário digno. É necessária uma Saúde digna. É necessário que todos os funcionários do Estado de São Paulo - e eu falo em nome da Polícia Militar - tenham uma vida digna para as suas famílias e para também poder sustentar as suas famílias, e trazer um serviço melhor ao estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sra. Deputada.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Obrigada, deputado Coronel Telhada. Com o brilhantismo de sempre, defende a Polícia e também o funcionalismo público. Antes de passar a palavra para o deputado Carlos Giannazi, eu tenho que anunciar uma importante visita neste plenário.

São alunos do Senac Lapa-Tito, bairro Vila Romana, daqui de São Paulo, e que estão tendo conhecimento de como funciona o Parlamento. Sejam bem-vindos e bem-vindas. Uma boa tarde.

Com a palavra, deputado Giannazi. Tem V. Exa. cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidenta, deputada Bebel, deputado Telhada, deputada Janaina, quero saudar também os alunos do Senac, presentes na Casa do povo, da cidadania.

E dizer, Sr. Presidente Coronel Telhada, que, entre tantas maldades feitas por essa gestão Doria/Rodrigo Garcia, agora Rodrigo/Doria, além de todos os confiscos feitos, sobretudo o confisco das aposentadorias e pensões, que é uma das mais graves de todas as maldades, eu queria destacar ainda o PL 529, que foi aprovado pelo plenário da Assembleia Legislativa, e que foi sancionado pela Lei n° 17.293. Esse foi um dos piores projetos da História do Estado de São Paulo. Foi um x-tudo de maldades.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

Aumentou os impostos. Extinguiu a Sucen, Superintendência de Combate às Endemias do Estado. Em plena pandemia, o Doria fez exatamente isso, na contramão. Ele extinguiu um órgão, do SUS, do Sistema Único de Saúde, que combate a dengue, a zika, a malária, e tantas outras endemias que assolam o Brasil e o nosso estado.

Mas também, em plena crise climática, com queimadas em todo o estado, incêndios nas nossas florestas, com as famosas tempestades de areia no interior paulista, com a devastação ambiental da Mata Atlântica, do nosso Cerrado, e de tantos outros biomas do estado de São Paulo, o Doria teve a capacidade de, criminosamente, extinguir três institutos de pesquisa da área.

O primeiro deles, o Instituto Florestal, que existe desde 1896, que é o guardião da biodiversidade do estado de São Paulo, que realiza a conservação e a defesa do patrimônio ambiental, trabalhando também com pesquisa nessa área. Juntamente com o Instituto Geológico, com o Instituto de Botânica.

Os três institutos de pesquisa foram extintos pelo famigerado governo Doria/Rodrigo Garcia, pelo tucanato, Sr. Presidente. Agora, nós temos que trazer de volta esses institutos. Eu vejo os debates na televisão, dos governadores, todos se posicionando sobre vários temas. Mas ninguém fala sobre isso.

Então eu quero, da tribuna da Assembleia Legislativa, exigir que todos os candidatos ao Governo do Estado de São Paulo se comprometam com a volta dos institutos de pesquisa. O Instituto Florestal, o Instituto de Botânica e o Instituto Geológico.

Eles são fundamentais. Não tem como falar em defesa ambiental, no estado de São Paulo, sem falar desses três institutos, que têm pesquisadores de carreira, altamente qualificados e preparados para esse trabalho.

E nós já entramos, inclusive o nosso partido, o PSOL, já entrou com uma Adin, exatamente, questionando, na Lei nº 17.293, esse artigo que extinguiu os três institutos de pesquisa.

Então, faço um apelo aqui a todos os partidos políticos para que cobrem dos candidatos ao Governo do Estado a volta, a imediata revogação, na verdade. Nós temos que revogar, deputado Telhada, a lei inteira, essa Lei no 17.293, que acabou com a isenção do IPVA para as pessoas com deficiência, aumentou a contribuição do Iamspe, aumentou os impostos em várias áreas, sobretudo na área da Saúde.

Foi um dos piores projetos aprovados, não só nessa gestão do Doria e Rodrigo Garcia, mas talvez de todo o tucanato. Nos 30 anos do PSDB, talvez nós não tenhamos tido, eu acho, um projeto de lei tão perverso como esse, que acabou com a EMTU, com a CDHU.

Também tentou acabar com o Oncocentro, que trata da questão da construção, sobretudo, de próteses na área de cirurgias, para quem fez cirurgia na área da cabeça, do pescoço. Tentou acabar com a Furp, a Fábrica do Remédio Popular.

O projeto tentou acabar com o Itesp. Aí, através de uma ação conjunta da Assembleia Legislativa, eles não conseguiram. Mas as maldades foram feitas.

Então, um dos “revogaços” que têm que ser feitos pelo novo governo é a revogação imediata da Lei no 17.293. E também, logicamente, do Decreto no 65.021, Sr. Presidente, que é o principal de todos, que confisca as aposentadorias dos aposentados e pensionistas do estado de São Paulo.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sra. Deputada.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - PARA COMUNICAÇÃO - Só para registrar que hoje pela manhã houve um importante ato aqui na Casa, liderado pela Comissão de Relações Internacionais, que é presidida pelo deputado Fiorilo.

Eu integro essa comissão. Reuniram-se as três universidades públicas aqui de São Paulo - USP, Unicamp e Unesp - e universidades, também, da América Latina, com vários cônsules representando países da América Latina.

E foi firmado um convênio com a Alesp, vamos dizer assim, fomentando a internacionalização das nossas universidades. Então, seja recebendo docentes e discentes de outros países, enviando docentes e discentes, compartilhando pesquisas, eu entendo que é um passo importante que a Assembleia dá em prol da Educação, da Ciência e da Tecnologia.

Obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra. Deputada. Parabéns ao deputado Paulo Fiorilo, que tem feito um excelente serviço nessa área internacional junto à Assembleia Legislativa.

Deputada Bebel. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, volto a esta tribuna mais uma vez. Eu acho que a deputada Leci Brandão estava... No momento, eu estava ali com a deputada Janaina, mas eu tenho essa habilidade de ouvir dois lados. É de professor isso. E ela estava denunciando algo que me preocupa, deputada Janaina.

A senhora falou, aqui, na pluralidade das religiões existentes neste Brasil, até porque ele é plural, com as diversas concepções que nós temos. Então, todas as religiões, no meu entender, têm que ser respeitadas. E tem uma religião que está sendo duramente atacada, que é a de matriz africana.

Eu mesma tenho estado debatendo, inclusive com integrantes dessa religião, e o sentimento deles é este: “a gente é muito perseguido, inclusive no que diz respeito à nossa forma de expressar a nossa religiosidade”.

E, tratando agora desse período difícil pelo qual passamos, essa polarização que está havendo é a pior coisa que pode acontecer num processo eleitoral. Isso, para mim, pode ir para um fundamentalismo religioso que não é bom.

Eu acredito que não tem essa de um ser demônio e o outro, Deus. Não existe isso. Acho que tem candidatos com posições e projetos de Brasil de um lado e do outro. Então acredito que isso deva ser dirimido, isso tem que ser debatido com toda a população, para não entrar nessa, né?

Eu acho que o legal é a gente debater o que o Brasil precisa. Nós estamos no mapa da fome, então a gente tem que matar a fome do povo brasileiro. Isso é uma questão fundamental.

Precisa de mais Saúde, então tem, sim, que revogar a Emenda Constitucional 95, porque tem que ter mais recursos para a Saúde, para a Educação, para moradia. Porque essa Emenda Constitucional 95, embora diga que é do teto, na hora em que a coisa aperta, não tem mais teto. Então ela existe no papel, mas na prática não.

Eu não sou contra darem o auxílio de 600 reais, eu só não quero que tenha um uso político eleitoral. Agora, matar a fome do povo, 600 reais fazem parte inclusive dos impostos de todos nós.

Esses 600 reais têm uma origem, então é preciso entender isso. É preciso que a população entenda porque ela está passando necessidade. Isso é um fator muito importante. Então a Emenda Constitucional 95 tem que ser revogada.

Essa reforma do ensino médio que o Temer colocou na forma de medida provisória, desculpe, é uma farsa, e é uma farsa da pior forma, porque eu vou dizer, não é que eu defenda a ditadura militar, mas ela era coerente.

Ela dizia: “Eu vou formar mão de obra barata para trabalhar nas empresas”. Essa mente: “A gente vai dar oportunidade para que todos tenham uma sólida formação”. Não vai ter coisa nenhuma. 

Então a minha preocupação com essa medida provisória é que a juventude vai ficar sem perspectiva. E pensando na juventude é que eu entendo que tem que também ter a revogação desta medida, e tem que ser lá, não é aqui.

Se a senhora for senadora, lembre do que eu estou dizendo aqui quando a revogação for para lá. O senhor, deputado Coronel Telhada, se deputado federal - espero que se eleja, tem competência para tal -, por favor, lembre-se disso.

A gente não é contra por ser contra, é que exclui. E não é verdade que dá uma identidade. Acho que perde totalmente a identidade, porque fala em protagonismo juvenil.

Protagonismo juvenil não se resume a estudar o que gosta ou que não gosta. Aliás, para mim é antieducativo. Protagonismo juvenil é exercer cidadania, é ter responsabilidade. É outra coisa, não é isso.

Eu acredito que, quando eu estudo, quando minha filha vai para a escola, eu não quero saber se a Manu gosta de estudar. Ela tem que estudar tudo. Ela tem que ter currículo máximo, não currículo mínimo, e é isso que a medida provisória está fazendo no ensino médio. A gente quer a juventude com essa formação básica e sólida.

Muito obrigada, Sr. Presidente. E lembre-se disso que eu estou lhe falando quando o senhor chegar lá, tá bom? Esqueça o partido e vote nessa proposta.

Beijo, obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, senhora. Um beijo também. Obrigado, deputada. Deputado Conte Lopes, V. Exa. tem o tempo o regimental.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a campanha política começou ontem, o pessoal já está nas ruas e a gente fica feliz que não o João, mas o Doria está voltando para a campanha.

É importante a gente colocar que o Doria criou o Rodrigo Garcia, tirou o Rodrigo Garcia do DEM e o levou para o PSDB, e o Rodrigo Garcia é PSDB. Temos o Doria aí, por gentileza?

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

É importante colocar, porque até uma faixa que colocaram do Doria lá, “o pai da vacina”, tiraram da convenção do PSDB. Então, o Doria realmente está entrando na campanha, explicando que o Rodrigo Garcia pertence ao partido dele, e ele está apoiando. O PSDB, o Rodrigo Garcia é do PSDB. Simplesmente isso. Nós temos uma campanha política, e cada um defende os seus candidatos, não é verdade?

Nós temos aqui em São Paulo concorrendo o Tarcísio, indicado pelo Bolsonaro, Haddad pelo Lula, e também Rodrigo Garcia, e outros candidatos. É só uma colocação do candidato. Não é João. É o João Doria.

Hoje mesmo o Rodrigo Garcia estava falando na “Jovem Pan” sobre o João, que o João fez certo, tal, em fechar todo o comércio, em deixar um monte de gente desempregada.

Falou também o negócio de polícia atirar, mas não adianta, Rodrigo Garcia, que foi amigo nosso. O coitado do policial atira, mas depois ele é preso. A política sua e do general Campos é para prender o policial.

Eu dou um exemplo aqui prático e cristalino. Vossa Excelência, o governador, esteve lá no batalhão da Rota, no pátio do Tobias de Aguiar. Recebeu uma medalha, inclusive acompanhado do nosso presidente aqui da Casa. Foi lá, recebeu uma medalha, e falou: “quem levantar arma para o polícia vai morrer, não pode. Ante a vida do bandido e do policial, estamos com o policial”.

O coitado do tenente da Rota, que eu não lembro agora o nome, e mais dois cabos, Coronel Telhada, que preside esta sessão, ouviram o governador falando aquilo, e o general estava junto.

Um sequestrador, com a vítima e tudo, enfrentou uma viatura da Rota. Enfrentou um tenente e dois cabos. O tenente e os dois cabos atiraram no sequestrador de fuzil. E veja o que aconteceu. O tenente e os dois cabos foram parar na cadeia. Não é no quartel. Na cadeia, Rodrigo Garcia.

Está certa essa política? Você vai para televisão e fala isso, e depois os seus assessores de Segurança, seu secretário, o comando da PM, prendem um tenente que enfrenta, com dois cabos, um bandido com fuzil, um sequestrador, e os põem na cadeia. Não é no quartel, recolhido no quartel. É prisão mesmo, cadeia, foi para o Romão Gomes, foi para o presídio da Polícia Militar.

Então, não é assim, Rodrigo Garcia. Não minta, não fale essas coisas na televisão, porque tem soldado que acredita. Aí ele vai enfrentar o bandido e vai parar na cadeia.

Qual foi a versão que deram para os três terem ido para a cadeia? Simplesmente que os superiores daquele tenente e dos cabos, ou a Secretaria da Segurança Pública, não conseguiram ver a hora que o bandido foi baleado, e insinuaram, os comandantes, que eles teriam tapado, fechado as câmeras.

Então, a partir daí, em dúvida, ferro no policial. Então, Rodrigo Garcia, eu não posso aceitar. É a mesma filosofia do João Doria, ferro na Polícia. Dá colher de chá, faz acordo com o PCC, do PSDB. Lembra quando fizeram acordo com o PCC? Foram lá na cadeia conversar com o Marcola. O Marcola está com tudo. A mulher dele está pedindo um milhão e meio para dar entrevista.

Veja que belo Brasil que nós temos. O maior bandido, a mulher dele está pedindo: “Me dá um milhão e meio que eu faço uma série na TV e falo, dou entrevista”. Então, é isso aí.

Fizeram acordo. Foram lá, quando houve aquela guerra, que começaram a matar um monte de policiais aqui em São Paulo, em 2006, foram lá fazer acordo. Foram sim. Foi secretário, foi coronel da PM, foi delegado, e se reuniram com os bandidos. “Vamos fazer uma trégua aqui”.

E, a partir daí, nós temos até câmera para não deixar o policial atirar no bandido, como esse tenente e os dois cabos atiraram. Atiraram, reagiram em legítima defesa, o bandido com fuzil e sequestrador, e foram para a cadeia.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado. É muito triste, né? A situação de São Paulo é uma situação terrível.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sra. Deputada.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - Não havendo mais colegas para fazerem o uso da palavra, e havendo acordo de lideranças, eu peço o levantamento da presente sessão, Excelência.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - É regimental. Aproveito para saudar o deputado Douglas Garcia, que se encontra presente, e informar aos colegas que nos assistem diariamente que, amanhã, quinta e sexta-feira, eu estarei fora.

Passarei aqui para assinar o ponto, mas não participarei das sessões plenárias, tendo em vista que estaremos amanhã em missão, numa cidade do Vale do Paraíba, e sexta-feira também, aqui no ABC.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convida V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Muito obrigado a todos.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 14 horas e 55 minutos.

 

* * *