16 DE AGOSTO DE 2022

79ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA e JANAINA PASCHOAL

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - JANAINA PASCHOAL

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

3 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

4 - JANAINA PASCHOAL

Assume a Presidência.

 

5 - CORONEL TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

6 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

7 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Endossa o pronunciamento do deputado Conte Lopes.

 

8 - CONTE LOPES

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

9 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 17/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente na data de hoje, dia 16 de agosto de 2022.

Vamos para o Pequeno Expediente chamando os deputados inscritos. O primeiro deputado é o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal, V. Exa. tem o tempo regimental.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento todas as pessoas que nos acompanham, V. Exa., Sr. Presidente, colegas deputados, funcionários da Casa. Eu queria conversar aqui sobre um projeto de lei que nós elaboramos e que eu quero convidar quaisquer colegas que assim desejam para subscrever o projeto.

E até a minha assessoria vem conversando com a assessoria do deputado Giannazi, porque sei que também o gabinete do deputado foi visitado pela comissão de concurso que traz esse pleito, mas trata-se de um pleito antigo. Hoje esse pleito é da Polícia Civil. Na verdade, de candidatos da Polícia Civil, candidatos para se tornarem policiais civis.

Porém, essa pauta já chegou aqui na Casa por meio de policiais militares, policiais penais e outras tantas carreiras. Do que se trata? Trata-se da tal cláusula de barreira.

Seja a cláusula de barreira para ser chamado efetivamente, convocado para tomar posse para um determinado cargo, seja a cláusula de barreira para passar de uma fase para outra. Para quem está nos acompanhando e não tem familiaridade com a situação, é o seguinte.

O que acontece muitas vezes? O Estado para um determinado cargo abre, por exemplo, 300 vagas; faz um concurso. Concurso em regra custa, porque tem que contratar a banca para preparar a prova, para aplicar a prova, para corrigir a prova, tem que ter um espaço. Então tem toda uma organização que custa. Os candidatos pagam uma taxa.

Então também tem um dispêndio por parte dos indivíduos que participam desse concurso. E vamos imaginar: no edital se abrem 300 vagas. São aprovados 3.000 candidatos - estou dando aqui um exemplo aleatório.

Chamam os 300 que foram aprovados nos termos do edital. E hoje quem foi aprovado, porém está acima daquelas 300 vagas, ou seja, passou daquelas 300 vagas, não vai ser convocado.

Então não raras vezes nós temos claros, ou seja, tem vaga, tem demanda, tem necessidade de gente nos cargos, tem gente aprovada em concursos válidos, mas esses aprovados não são chamados porque o edital propôs apenas 300 vagas. E não raras vezes concursos são abertos quando ainda estão pendentes esses aprovados.

Então este projeto que eu pretendo protocolizar - e convido os colegas a assinarem em conjunto - prevê que havendo aprovados, havendo vagas, estes aprovados devem ser chamados, ficando vedado abrir um novo concurso nessas circunstâncias, porque os candidatos que pagaram a taxa e foram aprovados e veem outro concurso sendo realizado, se sentem prejudicados.

O Estado é prejudicado porque já tem gente aprovada, tem pressa em ocupar as vagas, mas vão se aguardar meses, até anos, para se realizar um novo concurso. Neste projeto nós também prevemos que as pessoas aprovadas numa etapa têm direito de fazer a segunda etapa, porque hoje, de uma maneira absolutamente arbitrária, faz-se uma prova, estabelece-se um mínimo.

Muitas pessoas atingem aquele mínimo, seis, sete, a depender do critério. Porém, colocam um número de pessoas que vão passar para a segunda fase. Então espera aí; eu tirei sete ponto dois, o mínimo era sete.

Mas eles só vão deixar trezentos passarem para a segunda fase. Isso gera uma frustração. Isso faz com que as pessoas sejam, vamos dizer assim, mal aproveitadas. Às vezes, a gente está terminando um concurso e já está abrindo outro.

Então é um projeto que eu pretendo protocolizar. Nós vínhamos conversando com o deputado Giannazi, que está aqui presente. O deputado elaborou uma outra versão. Não é uma questão de melhor ou pior.

Eu entendo que o colega - acho que - visou mais a Polícia Civil, que, vamos dizer assim, é o pleito do momento. Mas como eu atendi várias comissões relativas a várias carreiras, eu decidi preparar uma minuta de um projeto mais amplo, para todas as carreiras e para a chamada final, ou seja, para já tomar posse do cargo, e também para essas etapas.

Aí fica o convite. O deputado Giannazi - quero aqui ser muito transparente - me convidou para assinar a minuta que ele preparou. Eu convido o colega também. Já tentamos sentar para conciliar um texto comum. Não é questão de um ser melhor que o outro, é a percepção do momento.

O colega foi muito gentil; além de me convidar, convidou outros vários colegas, todos, independentemente de partido, ficam convidados a ler - eu encaminho na tarde de hoje - e a subscrever também.

Eu acho que é um pleito de justiça para os candidatos aprovados e é também uma medida de economia porque, por exemplo, eu lembro bem da comissão de escreventes aprovados no TJ, o tempo que eles ficaram vindo aqui pedindo para serem convocados, e às vezes já tinha um concurso em andamento, e eles ali aprovados sem serem chamados. Então acho que é justo e econômico. Fica o convite para todos.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra. Deputada. Conte com o meu apoio também, se necessário. O próximo deputado é o deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.)

Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada - falarei posteriormente. Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.)

Pela lista suplementar, deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, em primeiro lugar eu gostaria de mais uma vez apelar à Assembleia Legislativa para que seja votado em caráter de extrema urgência o nosso PDL nº 22, que acaba com o confisco das aposentadorias e pensões.

Aqui eu sempre lembro que o nosso PDL está em Regime de Urgência, já tem 53 deputados assinando o Requerimento para que ele seja pautado, nós já temos mais de trezentas moções de apoio de Câmaras Municipais que debateram e aprovaram essas moções para que o PDL seja votado e para que a Assembleia Legislativa coloque fim, um fim definitivo, a esse assalto, a esse crime de lesa-humanidade, que é o Decreto nº 65.021, do ex-governador Doria, que tem a complacência, o apoio, infelizmente, do atual governador, Rodrigo/Doria.

Sr. Presidente, olha, eu queria primeiro... eu estou chocado aqui porque nós estamos acompanhando pela imprensa, e hoje saiu na “Folha de S. Paulo”, inclusive é uma matéria de capa da “Folha de S. Paulo”, dizendo o seguinte: que o Hospital A.C. Camargo deixará de atender pelo SUS, pelo Sistema Único de Saúde.

É um hospital importante, é uma referência, em toda a América Latina e no mundo, de tratamento de câncer. Tem mais de três mil pessoas na fila esperando para serem atendidas pelo A.C. Camargo, que até então atendia também pelo SUS e pela Prefeitura de São Paulo, mas por conta da não renovação da tabela do SUS, o hospital entra em crise financeira e deixará de atender.

É uma notícia extremamente preocupante, porque o hospital é referência. Mas o que mais me incomoda, Sra. Presidente, deputada Janaina Paschoal, deputado Telhada, é que eu não vejo aqui os governos tomando alguma atitude.

Onde está o governo estadual para fazer aporte orçamentário para esse hospital? Onde está a Prefeitura de São Paulo, o governo federal? Eles estão abandonando, na verdade, não o hospital, mas a população que precisa fazer o tratamento de câncer.

Não vejo; a notícia é só essa: olha, o hospital não vai mais atender. Três mil pessoas estão na fila de espera do A.C. Camargo. Isso é um absurdo também, é outro crime de lesa-humanidade.

O governo estadual vai aprovar um Orçamento de 300 bilhões de reais para o ano que vem. A cidade de São Paulo tem um Orçamento de aproximadamente quase 80 bilhões de reais, sem contar o Orçamento do governo federal. Não é possível que nem um ente federativo invista nesse importante hospital que trata as pessoas com câncer.

Então, faço aqui um apelo, nós vamos aqui pedir a convocação do secretário da Saúde na Comissão de Saúde para que ele se posicione em relação a isso. O estado de São Paulo não pode abandonar esse hospital.

Quero ainda, Sra. Presidente, no pouco tempo que me resta aqui, rapidamente dizer da minha indignação desse projeto de lei que foi protocolado pelo governo, o PL 424, que é um projeto que vai mudar.

Ele vai estabelecer novos critérios para a distribuição do ICMS na área da Educação para os municípios do estado de São Paulo, contemplando exatamente só os municípios que têm bons índices de aprendizagem. Os que não tiverem não vão, vão receber valores menores, quando na verdade nós teríamos que inverter essa situação.

Mas o que me preocupa é que ontem, na entrevista que o Rodrigo/Doria deu na TV Bandeirantes, na TV Bandeirantes não, minto, na CBN, ele disse que vai municipalizar o ensino fundamental, custe o que custar.

Ele falou exatamente isso. E isso vai ser drástico e vai prejudicar ainda mais a Educação, porque os nossos municípios não têm condições de absorver as escolas da rede estadual. Eles estão com o pires na mão.

Aqui mesmo na Assembleia Legislativa todos os deputados sabem disso. Todos os dias temos prefeitos e vereadores buscando, peregrinando pelos corredores, pelos gabinetes pedindo emendas parlamentares para financiar as áreas sociais e as políticas públicas. Agora, empurrar as escolas de ensino fundamental para os municípios é um crime contra a educação, contra os nossos alunos.

As redes não terão condições de bancar, até porque as redes municipais são obrigadas a atender a educação infantil, em primeiro lugar, nas creches e na pré-escola. E elas não conseguem - a maioria delas - e também o ensino fundamental, que é compartilhado com o Estado. Mas o Estado é que tem o dinheiro, o Estado é que transfere os recursos.

Agora, fazer uma transferência ainda com esse projeto de lei que eu estou vendo aqui, o 424, que é um projeto extremamente excludente, vai excluir os municípios que estão com dificuldades. Olha o absurdo.

Então, nós vamos voltar a esse debate. Quero já antecipar a minha contrariedade em relação a esse PL 424. Quer dizer, em pleno final de governo, o governo encaminha mais um projeto que vai prejudicar a Educação de todo o estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

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- Assume a Presidência a Sra. Janaina Paschoal.

 

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A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, Sr. Deputado. Quero unir forças com V. Exa. nessa questão do Hospital A. C. Camargo. Realmente é muito preocupante. Conheço várias pessoas que se trataram e se curaram nesse hospital. Não podemos perder esse centro de excelência. Professores universitários atendem ali, orientam residentes.

Então é necessário fazer uma força-tarefa de deputados estaduais, deputados federais, vereadores, por que não, e atuar junto ao governador e junto ao presidente da República, porque me parece que é um tema suprapartidário, que envolve todas as esferas.

Seguindo com a lista de oradores inscritos de forma suplementar, chamo à tribuna o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Presidente. Saúdo a senhora, todos os presentes aqui no plenário, deputados, assessores, funcionários, nossos policiais militares e policiais civis presentes também. Saúdo a nossa galeria lotada hoje, está só o soldado Almeida assistindo a gente. Obrigado, Almeida, pela presença. Antes um do que nenhum.

Eu conversava há pouco com a deputada Janaina, juntando forças ao que o deputado Giannazi falou sobre o A. C. Camargo. É uma coisa muito grave. A gente vê que esta Casa não faz forças para resolver os problemas. Eu me tratei no A. C. Camargo, estou em tratamento de câncer ainda lá, a minha esposa se tratou.

Como o deputado falou, são mais de três mil pessoas na fila de espera. É uma situação gravíssima. É um hospital maravilhoso, que merece o nosso apoio, mas nós sabemos que a tabela do SUS é uma vergonha, não tem condição de nenhum hospital trabalhar pela tabela do SUS, porque os valores estão abaixo do normal, não só de consulta, mas de resultados de exame. É um absurdo a tabela do SUS.

E o governo nada faz. A gente está aqui, 94 deputados, e ninguém nem ouve o que está acontecendo. Hoje nós começamos a campanha, é até aceitável que nós estejamos trabalhando na campanha, mas nós estamos falando em salvar vidas.

A gente falava com a deputada Janaina justamente isso, era caso de nós juntarmos 30, 40, 50 deputados desta Casa e irmos conversar com o Sr. Governador do estado a respeito desse aporte ao A. C. Camargo e a outras entidades que estão necessitadas.

E levar o nosso pleito ao governo federal também, com o grupo de deputados. Por que não? Mas é difícil. A gente vê que são sempre os mesmos aqui, e infelizmente a gente não tem apoio da maioria.

Mas eu quero unir forças e pedir à nossa assessoria que encaminhe as minhas palavras e, permita-me, até as do deputado Giannazi também, apesar da ausência dele, por ter saído para outra missão, que sejam encaminhadas ao Sr. Governador do estado, ao secretário da Saúde, para que seja dada atenção a esse assunto.

Eu falo muito nos meus discursos, em morte, infelizmente, porque a gente, que é policial militar, vive essa realidade. Nós combatemos o crime diariamente e nós estamos perdendo homens e mulheres diariamente, em todo o Brasil, não só no estado de São Paulo.

E a gente fala de morte, mas parece que não está acontecendo nada. Todo dia morre policial. Todo dia. Morre mais policial aqui do que na guerra do Vietnã. Acho que lá na Rússia não morre tanta gente como morre no Brasil, lá na Ucrânia não morre tanta gente como está morrendo no Brasil.

Os nossos governos fazem ouvidos de mercador, não tomam atitude nenhuma, nada é feito, não se melhoram as condições de saúde do policial, nosso HM está abandonado, não se melhoram os valores, os salários dos policiais, estão todos abandonados.

E os policiais nossos continuam morrendo. Eu vou falar aqui de dois policiais que morreram no Dia dos Pais. O primeiro é um policial do Rio de Janeiro, sargento, estava trabalhando na viatura, foi fazer uma abordagem. Durante a abordagem os vagabundos atiraram contra a guarnição, contra a equipe.

No domingo, dia 14, no patrulhamento em Irajá, zona norte do Rio de Janeiro, o sargento Nelcir de Paula Jacobino foi atingido na cabeça ao realizar uma abordagem na Rua Guiraréia. Ele tinha 53 anos de idade, prestava serviço no 41º Batalhão de Polícia Militar. Ele estava na Polícia Militar do Rio desde 1999. Era casado e deixa esposa e dois filhos. Dia dos Pais quando ele foi morto. Mais um policial militar.

Eles foram abordar uma Tracker branca e, no momento da abordagem, eles foram recebidos a tiros e ele acabou sendo atingido na cabeça. Nossos sentimentos à família do sargento Nelcir de Paula Jacobino e aos colegas do Rio de Janeiro.

Outro policial militar morto, desta vez em Santa Catarina, foi o também policial militar Manoel Jailson Adriano, de 49 anos, sargento também da Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina.

Ele foi atropelado no dia 28 de julho. Ele estava numa operação policial, quando dois motociclistas, em alta velocidade, praticando racha, um deles até deitado na moto, numa posição conhecida como “Superman”, vinham em alta velocidade.

Os policiais tentaram fazer a abordagem. Um dos indivíduos, 16 anos, o canalha, perdeu o controle da moto, atingiu o sargento. Desde o dia 28 de julho, o sargento estava internado. No domingo, dia 14, ele faleceu.

No Dia dos Pais, ele faleceu no hospital. Sargento Manoel Jailson Adriano, 49 anos, 29 anos de serviço na Polícia Militar. Ou seja, estava em vésperas de se aposentar. Ele deixou esposa e três filhas. Mais um morto no Dia dos Pais.

Quem se preocupa com isso? Ninguém. A vida do policial militar, ninguém está preocupado com a vida do policial militar. Se fosse um bandido, estaria os Diretos Humanos gritando, estariam queimando pneu, as emissoras estariam reclamando por justiça, que “a Polícia é violenta”. Mas, quando nós somos as vítimas, ninguém se preocupa. Dane-se, a vida do policial militar não vale nada. É isso que pensa a imprensa.

Uma outra situação que trago aqui, também no Dia dos Pais, foi a morte de um cidadão chamado Sandro Schons. Ele era dono de um bar chamado Adventure Bar, lá no Maranhão.

Ele, no bar dele, tinha uma cortesia, uma brincadeira, um equipamento, que era aquele paragliders. Você sai voando, parece um paraquedas, tem um motor, você levanta voo. Ele fazia esse voo, no domingo, dia 14, quando o equipamento dele acabou sendo cortado por uma linha chilena.

Para quem não sabe, a linha chilena é pior do que cerol. Ela tem um corte quatro vezes maior que a linha de cerol. Então é uma linha usada para empinar pipa. Mais uma vítima das linhas cortantes.

Aqui em São Paulo, nós temos uma lei proibindo as linhas cortantes. É a Lei nº 17.201, de 2019, uma lei de nossa autoria, do nosso gabinete. Foi o Projeto de lei nº 765, de 2016, do deputado Coronel Telhada. Acabou se transformando na Lei nº 17.201.

Essa lei revoga outra lei que só falava do cerol. E também proibiu a fabricação e comercialização de mistura de cola e vidro moído, usada nas linhas para pipa. E também proibiu o uso do cerol, e qualquer produto semelhante, que possa ser aplicado em linha de papagaio ou pipa, e dá nova distribuição à matéria.

Então proíbe a fabricação, a comercialização, o uso e a importação desse tipo de linha, que é uma coisa muito grave, usada nas pipas, e que está ceifando vidas, trazendo muito prejuízo. Eu também quero colocar o meu apoio, junto com o projeto de lei que a deputada Janaina está apresentando. Não tem número ainda, Janaina?

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Não, deputado. Vou esperar os “de acordo”, para poder subir.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Conte com o meu apoio. Também quero assinar o projeto de lei, com a permissão de V. Exa., com relação aos concursos públicos. Realmente, esse negócio do concurso público precisa mudar. A gente tem pessoas aprovadas, em condições. Essas pessoas não são chamadas. As vagas ficam em aberto.

É dinheiro público jogado fora. As pessoas, querendo trabalhar. Aí, se abre um novo concurso, gasta-se um absurdo novamente. Ou seja, além do prejuízo dessas pessoas, é dinheiro público sendo jogado fora. Conte com o meu apoio. Eu gostaria de assinar com Vossa Excelência.

Para fechar, hoje, dia 16 de agosto, só uma curiosidade. Para quem não lembra, se completam 45 anos da morte de Elvis Presley, quem curte rock, que nem eu. A senhora ainda não tinha nascido ainda, deputada? Ele morreu no dia 16 de agosto de 1977. Eu me lembro daquele dia como se fosse hoje. Eu estava no colegial ainda. Hoje completam 45 anos da morte de Elvis Presley, uma lembrança para a gente.

Dia 16 de agosto, hoje é dia de aniversário dos municípios de Santa Gertrudes, São Bento do Sapucaí, São Roque aqui pertinho, Taquaritinga, e Taquarituba. Um abraço a todos os amigos desses cinco municípios que aniversariam na data de hoje.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Aproveitando, Sra. Presidente, como não há mais deputados no plenário, nem deputados inscritos, solicito de V. Exa. o levantamento da presente sessão.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - É regimental, Sr. Deputado. Quero agradecer o fato de V. Exa. subscrever comigo o projeto. Toda a união de forças em prol das boas causas é importante. Então agradeço.

Temos aqui mais um colega. Vossa Excelência vai fazer uso da palavra? Vai? Então, imediatamente chamo à tribuna o nobre deputado Conte Lopes. Vossa Excelência terá o prazo regimental de cinco minutos. E solicito à assessoria que encaminhe a fala do deputado Telhada, conforme requerido, ao secretário da Saúde e ao governador.

A palavra é de V. Exa., deputado Conte.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, começou a campanha política. E eu acho que está na hora, realmente, de colocar o exército na rua. A gente já disputou 11 eleições. O exército de eleitores. Tem que começar a pedir voto. Como vai pedir o PT, o pessoal do Lula, tem que pedir também o pessoal do Bolsonaro e dos outros candidatos.

Não adianta ficar esperando uma revolução, como muita gente está falando. “Vai ter uma guerra”. Não vai ter guerra nenhuma. Não sei o que é essa guerra que estão arrumando; não existe nada disso. Dia dois, quem ganhar a eleição, leva.

A única coisa que a gente quer é que realmente as eleições sejam honestas. E quem votou possa escolher seus candidatos. Acho que ninguém quer mais do que isso. E errado está quem fica inventando, né. “Vai ter uma revolução, as Forças...”. As Forças Armadas estão cumprindo o dever delas, como está a polícia também.

Ganha quem ganhar a eleição; obviamente, tem que se aceitar o resultado das eleições, como sempre se aceitou. O Seu Lula ganhou duas vezes e elegeu a Dilma duas vezes. O Bolsonaro ganhou em 2018.

Agora, eu acho isso, nobre Coronel Telhada: até o pessoal nosso mesmo, em vez de ficar xingando, criticando a nós mesmos, Coronel Telhada, tem que ir para a rua pedir voto, tem que trabalhar. “Vamos votar em tal cargo”. Os seus candidatos, é óbvio. É isso que tem que fazer.

Não adianta ficar esperando o que alguém vai fazer, do militarismo. Não vai fazer nada. E não pode fazer, também. Então, o que precisa fazer é o exército eleitoral; é o pessoal pedir voto, ir para a rua, apresentar suas propostas. Não é verdade? Esse é o jogo da política.

Então, não sei o que estão inventando. A imprensa fala todo dia: “porque não sei o quê, ditadura, uma lista de quem vota em tal”. Não tem nada disso. Não falamos nada disso.

Agora, o que precisa fazer, a partir de hoje, em que se pode trabalhar politicamente, é ir para as ruas mesmo, dentro dos seus limites, e trabalhar pelos seus candidatos. Não resta a menor dúvida.

E, a partir daí, a gente vê o que vai acontecer. Essas conversas idiotas eu escuto desde quando a Erundina ganhou de nós aqui, com o Maluf. A eleição estava ganha, estávamos todos reunidos para ganhar a eleição, no outro dia a Erundina ganhou. “Agora não vai assumir, por causa do comunismo, o PT”. No outro dia, a Erundina assumiu, acabou. Ainda foi lá na Rota, pegou um monte de policiais da Rota para serem seguranças dela. Então, foi isso o que aconteceu.

Então, a gente está trabalhando aqui para isso. Acho que é hora de sair para as ruas. Não tem nada mais do que isso, como é a democracia, fala-se. Não pode ter é trambicagem de urna mesmo, acho que não vai ter, né?

Tem que fiscalizar e se trabalhar em cima disso. Não tem problema nenhum. Agora, cada um que lute pelos seus candidatos, que vá para a rua, que batalhe, não fique procurando ficção: “vai ter uma revolução, porque se alguém ganhar, se o B ganhar, se o A ganhar...”.

Ganhou, vai levar. E lugar de chorar é na cama, porque é um lugar quente, né. Aquele que perde... Já ganhei muito, já perdi também. É triste perder. Mas não fica inventando. Agora, o trabalho político é buscar voto mesmo. É correr na rua, é buscar o seu time e ir para cima. Essa é a jogada. Não existe... “Ah, a pesquisa...”.

Pesquisa que vale é a do dia. Não interessa se é Ibope, se é Datafolha, se é não sei o quê, se o cara fez por telefone. O que vai valer é a do dia, não resta a menor dúvida. O que vale é a pesquisa do dia.

Então, não vamos ficar inventando coisa, inclusive o nosso time, como falei para o Coronel Telhada. O nosso fica... Um quer matar o outro, nós mesmos. Nosso exército mata a nós mesmos.

Ao invés de tentar trabalhar o contrário, nobre deputada candidata ao Senado Janaina Paschoal, o pessoal faz o contrário. Ao invés de ir em cima dos outros, vai em cima de nós mesmos. É o contrário.

Então, não é nada disso. Eu acho que tranquilidade para todo mundo. E não sei o que a imprensa está falando, não sei o quê. Não tem nada disso aí. Ora, tem que pedir voto. Em política se pede voto.

Há mais de 30 anos eu disputo eleição. O grande exercício é pedir voto, e é lógico que depois quem perdeu vai chorar e quem ganhou vai vibrar pela vitória. Não vai mudar nada mais do que isso aí.

Então é isso que eu queria colocar, Sra. Presidente.

Obrigado e um abraço.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, deputado. Ouso dizer que V. Exa. dá um importante recado, uma importante orientação, porque realmente se criam narrativas, e essas narrativas nada ajudam, apenas atrapalham. Então a experiência de V. Exa. é muito importante neste momento.

Eu indago aos colegas se alguém mais fará...

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Chegou um novo colega. Professor, vai fazer uso da palavra? Não? (Voz fora do microfone.) Pois não, deputado.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pedir o levantamento da sessão, havendo acordo de lideranças.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pois não, é regimental. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo, esta Presidência, antes de dar por levantados os nossos trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia, desejando a todos uma excelente tarde. 

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 36 minutos.

 

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