18 DE MAIO DE 2022
40ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, CARLOS GIANNAZI e FREDERICO
D'AVILA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
4 - CORONEL TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Comenta possíveis atrasos nos pagamentos dos funcionários da
Rede Alesp.
6 - FREDERICO D'AVILA
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Endossa o pronunciamento do deputado Frederico d'Avila.
8 - CORONEL NISHIKAWA
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - FREDERICO D'AVILA
Assume a Presidência. Endossa o pronunciamento do deputado
Coronel Nishikawa.
10 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
12 - PRESIDENTE FREDERICO D'AVILA
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 19/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente na data de hoje, dia 18 de maio de 2022,
uma quarta-feira.
Vamos iniciar o Pequeno Expediente com
os seguintes oradores inscritos: deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Paulo
Fiorilo. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo.
(Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.)
Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.)
Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Alex de
Madureira. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada -
eu falarei posteriormente. Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Gil
Diniz. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni.
(Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Coronel Telhada, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, público aqui presente e telespectador da TV Assembleia.
Quero, aqui da
tribuna da Assembleia Legislativa, repudiar e, ao mesmo tempo, denunciar uma
inovação que está sendo feita pela Prefeitura de Poá, um município aqui da
Grande São Paulo, que vai agora reduzir o valor do vale-refeição dos seus servidores,
Sr. Presidente.
Em plena crise
econômica, com desemprego, com as pessoas passando fome, com a miséria
aumentando no País, a Prefeitura de Poá está reduzindo o valor da alimentação,
do vale-refeição dos seus servidores e das suas servidoras, que já estão com os
salários arrochados e defasados há muitos anos.
Como se não
bastasse, também, a redução do valor do vale-refeição, e esse debate está sendo
feito agora na Câmara Municipal de Poá, através do Projeto de lei nº 64, de
2022, que foi encaminhado pela própria prefeitura ao Legislativo municipal...
Mas, além do valor da redução, o projeto da prefeitura, da prefeita da cidade,
também restringe esse valor, que já vai ser diminuído, a apenas uma parte do
funcionalismo público municipal.
Então, ela vai
excluir uma parte; uma parte não vai receber e a outra parte que receber vai
ter uma diminuição. Isso é um absurdo total. É uma inovação, né? É uma inovação
das maldades feitas por prefeitos aqui do estado de São Paulo.
Muitos deles
não estão dando reajuste salarial corretamente, muitos deles criminalizando as
manifestações e as greves, acionando, inclusive, a Justiça contra qualquer tipo
de movimentação, mas essa aqui inovou, porque ela está atacando a alimentação,
a sobrevivência dos seus próprios servidores.
Então, fica
aqui, Sr. Presidente, o nosso total repúdio a essa iniciativa da prefeita de
Poá e, também, ao PL 64, de 2022. Espero que os vereadores e as vereadores
votem contrariamente, porque não é possível que uma Câmara Municipal se curve, se
ajoelhe aos interesses da prefeitura, atentando contra os seus próprios
servidores.
Quero ainda,
Sr. Presidente, aproveitando a oportunidade aqui do Pequeno Expediente, mais
uma vez denunciar a imposição autoritária do programa de educação integral na rede
estadual de Ensino, conhecido como PEI, que é a farsa da escola de tempo
integral que eu tenho denunciado exaustivamente, quase toda semana na
Assembleia Legislativa.
Sr. Presidente,
eu recebi mais duas denúncias de duas escolas que estão tentando impor o PEI de
forma autoritária, manobrando inclusive a opinião da comunidade escolar,
sobretudo dos pais. Eu me refiro à Escola Estadual Professora Neusa Marçal.
Inclusive eu
tenho aqui, Sr. Presidente, veja só como eles tentam impor esse projeto sem
debate, sem nada, apenas fazendo uma pesquisa, sem explicar o que é o PEI, esse
programa, para os pais. Os pais não sabem em que contexto vai acontecer com os
alunos que não ficarão no programa, onde eles serão matriculados, nada disso.
É só uma
pesquisa, como eles estão decidindo no estado de São Paulo. Tem o formulário
aqui, “pesquisa de intenção”. “Há interesse em ter esta unidade escolar como
PEI? Sim ou não”. Só isso, não tem debate nenhum, não tem consulta, não tem o
contexto, as pessoas não sabem o que é o PEI.
Logicamente que
elas acabam colocando “sim”, porque escola em tempo integral todo mundo quer,
mas sem saber como funciona uma escola de tempo integral, Sr. Presidente, como
eles querem implantar nessa Escola Estadual Professora Neusa Figueiredo Marçal.
Se ela se
tornar PEI, uma boa parte, mais da metade dos seus alunos não serão
matriculados exatamente nessa escola, porque a escola reduz drasticamente o
atendimento.
Então uma
escola com mil alunos que vira integral só vai atender 300 ou 400 alunos no
período integral. Se ela tinha dois ou três turnos, ela terá um turno único,
300 ou 400 alunos. Os outros alunos serão matriculados em outras escolas,
distantes, muitas vezes, da residência do aluno, sobrecarregando essas escolas
e superlotando salas.
Então a
implantação está sendo feita de forma extremamente autoritária. Essa escola,
Escola Estadual Professora Neusa Figueiredo Marçal, que é da Diretoria de
Ensino de São Bernardo do Campo, Sr. Presidente, aqui do ABC, que fica no
bairro de Assunção, é mais um exemplo dessa implantação, dessa imposição
autoritária de um modelo de escola excludente e que faz parte de um projeto
eleitoreiro. É disso o que se trata esse modelo de PEI.
Nós não somos
contra escola de tempo integral, nós somos defensores de escola de tempo
integral, mas não nesse modelo PEI. Esse modelo PEI é uma verdadeira farsa. Eu
já acionei o Ministério Público Estadual, já entrei com uma ação popular no
Tribunal de Justiça pedindo a suspensão desse programa e uma investigação
profunda sobre esse método autoritário de implantação sem consulta real de toda
a comunidade escolar, inclusive, impedindo que os professores conversem com os
alunos e com os pais.
Apenas a
direção da escola que é orientada a conversar com os pais e tentar ganhá-los
para o projeto, sem contextualizar o projeto e sem falar das consequências
nefastas e cruéis que é a exclusão de mais da metade dos alunos da matrícula
naquela escola.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. Próximo deputado é o deputado Edmir Chedid. (Pausa.)
Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputado Roberto
Morais. (Pausa.)
Deputada Carla Morando. (Pausa.)
Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado
Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputado
Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Márcia Lia.
(Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Neste momento, eu passo a Presidência
dos trabalhos para o Sr. Deputado Carlos Giannazi.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, chamo agora o deputado Coronel
Telhada, que fará uso regimental da tribuna. Já entramos na suplementar, na
verdade. Desculpe-me.
Então, com a palavra o deputado Léo
Oliveira. (Pausa.) Com a palavra o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Sargento Neri. (Pausa.) Com a palavra o deputado Enio Tatto.
(Pausa.)
Com a palavra o deputado Itamar Borges.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos.
(Pausa.) E agora sim, com a palavra o deputado Coronel Telhada.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP -
Muito obrigado, Sr. Deputado Carlos Giannazi. Saudando a todos aqui no
plenário, os deputados presentes, assessores e funcionários, os nossos e nossas
queridos policiais militares, nossos colegas da Polícia Civil aqui também
presentes.
Ontem dei
parabéns para o Nico, pela bela cana naquele canalha que matou o rapaz.
Parabéns. O Nico está fazendo a diferença, trabalhando forte. Hoje, dia 18 de
maio de 2022, é uma quarta-feira. Eu quero começar hoje fazendo uma homenagem à
minha família. Porque hoje, dia 18 de maio, eu e minha esposa estamos
completando 37 anos de casados. Então eu não posso deixar passar essa data em
branco, senão não volto para casa hoje.
Então eu quero
mandar um beijo para minha esposa, para a Ivania. Aproveitando, para toda a
minha família: meus filhos, genro, nora e netos. Há 37 anos, a essa hora, a
gente estava correndo que nem um doido para fazer o casamento, à noite, lá no
Clube da Saudade, na Lapa.
Então eu mudei
um pouquinho só. Não mudei muito, não. Acho que quase nada. Quem vê, fala que é
meu filho Rafael. Aí você... como o tempo é ingrato, o que o tempo faz com a
gente. Mas a Ivania continua linda até hoje. Então, um beijo, Ivania. Obrigado
por esses 37 anos. Valeu a pena, e continua valendo a pena.
Voltando ao
assunto parlamentar, quero dizer aos senhores e senhoras que ontem nós fizemos
uma homenagem a várias autoridades civis e militares, junto com o pessoal das
forças brasileiras internacionais de paz, o meu amigo, doutor Walter de Mello
Vargas.
E nessa foto
pode ser mostrado o momento que tirei foto com vários guardas civis, de várias
cidades do interior. Nós estávamos com guardas civis de Estiva Gerbi. Nós
estivemos com guardas civis de Poá, de Araras, de São Paulo, várias guardas
municipais aqui ontem. Inclusive Uberaba, Minas Gerais, também. Foram
agraciados com várias condecorações.
É um motivo de
orgulho a gente poder homenagear esses homens e mulheres que trabalham nas
nossas forças de Segurança municipal, estadual e federal, fazendo a diferença
no dia a dia, cuidando da população. Parabéns a todos que foram homenageados
ontem.
Hoje nós temos
uma notícia muito triste. Quem acompanha, na rede social, as ocorrências de
polícia, já viram que hoje houve uma desgraça. Podemos dizer desgraça onde, em
Fortaleza, dois policiais rodoviários federais foram mortos a tiros por um
andarilho.
Eles foram
atender uma ocorrência, na rodovia, onde esse andarilho estaria no meio da
pista, promovendo desordem e até colocando a vida dele em risco, tumultuando o
trânsito. Esses homens, da Polícia Rodoviária Federal, na BR-116, no bairro
Cidade dos Funcionários, em Fortaleza, foram retirar o indivíduo.
O indivíduo
entrou em luta corporal contra os policiais federais Márcio Hélio Almeida de
Sousa e Raimundo Bonifácio do Nascimento Filho. Nessa luta corporal, ele acabou
roubando a arma de um dos policiais e matou os dois policiais federais, ali na
pista mesmo. Não vou colocar a foto dos dois caídos no solo porque é uma foto
que choca demais. Apesar que, por mim, eu colocaria.
Porque a
população tem que ver a realidade: os policiais mortos, sangrando no chão.
Porque depois, quando mata o bandido, a gente é violento. Graças a Deus foi
morto, o maldito. Espero que esteja no inferno a essa hora. Matou dois pais de
família, dois trabalhadores que estavam cuidando da população. Ele foi morto
por um agente policial penal que passava, de folga, no momento, acabou
interferindo na ocorrência e matou esse maldito.
Infelizmente,
essa é a realidade da Polícia. Então, os meus sentimentos aos amigos da PRF -
da Polícia Rodoviária Federal - pelo passamento, e às famílias do Márcio Hélio
Almeida de Sousa e do policial Raimundo Bonifácio do Nascimento Filho.
Os dois ainda
são jovens. Eu creio que o Márcio deve ter no máximo 40 a 45 anos. Então nós
notamos que são pessoas jovens que, infelizmente, perderam a vida defendendo a
população. Meus sentimentos.
Hoje também,
dia 18 de maio, também é o Dia de Combate ao Abuso Sexual e à Exploração Sexual
Infantil. É um assunto importante. Inclusive, ontem, nós, com 73 votos,
cassamos o mandato do deputado Arthur do Val, devido a um problema referente a
isso: exploração, não infantil, mas exploração sexual - escrava, turismo sexual
-, falando de refugiados de guerra.
Uma situação
muito triste em que ele acabou cometendo vários crimes, no meu entendimento, e
acabou, ontem, cassado por esta Casa. Aliás, parabéns à Casa, parabéns aos
deputados, que não ficaram em cima do muro, tomaram uma postura com relação a
esse crime tão grave cometido por esse cidadão que hoje deixou, já, de ser
deputado.
Hoje, 18 de
maio, também é aniversário de dois municípios aqui em São Paulo: Guaíra e
Piratininga. Então, abraço a todos os amigos de Guaíra e Piratininga, por mais
esse aniversário do seu município.
E fechando, Sr.
Presidente, o senhor outro dia falou nisso, deputado Giannazi... Nós temos
aqui: “por favor, Sr. Presidente da Assembleia, a Rede Alesp passa por um
momento difícil. Os salários estão atrasados com frequência, todo mês.”
Esse mês também
atrasou o vale-refeição e o vale-transporte - que não foi pago integralmente -
dos funcionários da Rede Alesp. Pelo que me passaram aqui, a Fundac - é isso,
Giannazi? - é a fundação responsável, que eu duvido que não esteja recebendo.
Eu tenho
certeza de que está recebendo, mas não está repassando adequadamente o salário
aos funcionários. Também não creio que seja problema da Assembleia; creio que
seja problema dessa Fundac aqui. Os radialistas estão há cinco anos sem
reajuste salarial. Então, nós aqui valorizamos todos os profissionais não só da
Segurança Pública, que é a nossa área, mas da Saúde, Educação; todas as áreas,
inclusive da imprensa.
E
principalmente da imprensa que cuida de nós, está conosco diariamente, o
pessoal da Rede Alesp. Então vai aqui a nossa denúncia, a nossa reclamação para
que a Fundac atenda aos seus funcionários e valorize os seus funcionários,
porque recebendo eles estão. E, aliás, recebendo bem.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito
obrigado, deputado Coronel Telhada. Quero me associar à denúncia gravíssima que
V. Exa. acabou de fazer agora. Inclusive, nós recebemos um ofício dos dois
sindicatos dos radialistas e dos jornalistas, fazendo essa denúncia.
E quero ainda dizer, deputado Coronel
Telhada, que nós fizemos o levantamento do orçamento da Fundac: ela já recebeu,
só até o mês de maio, mais de 1.500.000 reais. Então, não falta dinheiro lá.
Nós somos totalmente aliados aqui, estamos associados a essa luta em defesa dos
funcionários da TV Alesp.
Dando sequência, agora, aos oradores
inscritos na Lista Suplementar do Pequeno Expediente, com a palavra o deputado
Frederico d'Avila.
O
SR. FREDERICO D'AVILA - PL - Sr. Presidente,
deputado Giannazi, prezados colegas, eu venho aqui hoje, por incrível que
pareça, fazer até um... Não é elogio, mas agradecer o bom senso do governo do
estado, principalmente no que se refere ao secretário de Agricultura, Sr.
Francisco Matturro, que eu conheço há muitos anos.
Deputados
Coronel Nishikawa, Coronel Telhada e Giannazi, que preside esta sessão: foi
decretado, pelo governador, o Decreto n0 66.634, que dizia o
seguinte: “são vedadas aos açougues as seguintes atividades: I - a transformação de produtos de origem animal, tais como
produção de empanados, embutidos, salgados, defumados, preparações à base de
carne moída (quibe, cafta, almôndega, hambúrguer e similares); II - a
manipulação de frios ou outros pratos prontos, como produtos de rotisseria, na
sala de manipulação de carnes e na área de venda do açougue, a fim de evitar a
contaminação cruzada...”.
Ou seja... O
Coronel Nishikawa conhece, o professor Giannazi também deve conhecer. Nós temos
aí no interior, principalmente, e em alguns bairros da capital, tradições de
defumados: a linguiça bragantina - deputado Edmir Chedid aqui, que é da região
- próximo da minha cidade, temos a linguiça de Ribeirão Grande, que é famosa. E
tantos outros rincões do estado em que nós temos especialidades de carne que
são temperadas, são confeccionadas, concebidas a partir da carne.
A minha região,
ainda, que é uma região tropeira... Esta aí adentrando agora o deputado Carlos
Cezar, que é também lá da nossa Sorocaba.
A região
tropeira é uma região muito rica na sua culinária, principalmente, Coronel
Nishikawa, no que diz respeito a esses derivados de carne. Aí, algum iluminado,
de um gabinete com ar condicionado ali na Secretaria da Agricultura me propõe
um decreto desse.
Para quem não
sabe, todos os dias vai uma pilha de documento desse tamanho para o secretário
e para o governador assinarem. E aí assinam uma barbaridade dessa. Agora, o que
mais me admira é que isso não passa aos olhos da ATL, da Assessoria
Técnico-Legislativa do Palácio dos Bandeirantes, e nem da CJ, que é a
assessoria jurídica do Palácio, da secretaria, a fim de que isso não seja
assinado pelo secretário e pelo governador.
Aí eu queria
aqui, de pronto, agradecer ao bom senso do Sr. Secretário Chiquinho Matturro,
que disse que vai revogar o decreto. Porque ontem eu coloquei um PDL, projeto
de decreto legislativo, para sustar os efeitos dessa barbaridade aqui, mas
agora já perdeu o efeito, uma vez que o Chiquinho Matturro disse que vai
revogar esse decreto.
Não é possível.
Depois de anos, três anos e três meses de ataques do governo do estado à
produção rural, ao produtor rural, aí ataca também o comerciante de produtos
agrícolas, no caso, o açougueiro.
Imagine só
aquele açougueiro tradicional do bairro, da cidade, que faz ali um produto
especial, um hambúrguer, uma carne, uma linguiça, um embutido, um defumado,
ficar proibido de fazer aquilo que o seu cliente quer.
É a intervenção
do estado abusiva no dia a dia das pessoas. Então aqui, em que pese a minha
oposição ao governo do estado, eu quero dizer aqui que eu agradeço ao
secretário Chiquinho Matturro por ter tido esse bom senso, e não é porque nós
temos oposição ao governo que nós vamos criticar tudo invariavelmente, mas nós
não podemos deixar de falar.
O Coronel
Telhada reclamou agora de pagamentos aqui da Casa que estão sendo atrasados.
Também tem outra, professor Giannazi, o senhor que preside esta sessão, e
também está aqui diariamente conosco, em que pese as nossas diferenças
ideológicas, há serviços públicos que não podem ser preteridos. É o caso dos
IMLs do Estado inteiro, Coronel Nishikawa.
IMLs como o da
cidade de Itapeva, que tem 90 mil habitantes, e o IML, no papel está aberto,
mas, na prática, todos os corpos que precisam ser periciados têm que ser
levados à Sorocaba, que fica a praticamente 200 quilômetros de distância. Não é
possível que os concursandos que tenham sido aprovados até hoje, nas mais
diversas áreas, não tenham sido convocados para desempenhar suas funções.
E aí, o cofre
do estado abarrotado, e ficam distribuindo caminhonete da Secretaria da
Agricultura, como diz o outro, “não sei para quem dirigir”. Quem vai dirigir
aquilo ali? Aí quando eu ouvi outro dia, dizendo que quem vai dirigir é o
policial militar que está na operação delegada.
Eu queria aqui,
para finalizar a minha fala, dizer que outro dia eu consultei os quadros da
Polícia Militar, e o quadro da Polícia Militar hoje, Coronel Nishikawa, o
senhor me corrija se eu estiver errado, é o mesmo quadro de 1996, 82 mil
homens, enquanto nós chegamos a ter, em 2011, se eu não me engano, 102 mil
homens.
Ou seja, nós
estamos defasados em 20 mil homens em relação a dez anos atrás, e estamos com o
mesmo quadro de policiais que nós tínhamos em 1996, ou seja, quase 30 anos
atrás.
Então, faltam profissionais
do serviço público em várias áreas, que precisam ser chamados. E eu não sou
contra o serviço público, por mais que tenha gente que diga que a gente não dá
o devido valor ao serviço público, eu dou.
Eu quero que a
burocracia seja enxuta e muito bem paga, como é no caso de vários países da
Europa, ela é enxuta e muito bem paga. É assim que a gente tem um serviço
público de qualidade.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Quero só
também dizer a V. Exa. que houve uma redução drástica, realmente, no número de
policiais militares, mas houve o aumento drástico da população do estado de São
Paulo, de 96 até agora.
Estamos com 46 milhões de habitantes no
estado de São Paulo. O mesmo acontece com a Polícia Civil, que tem um déficit
de 15 mil, faltam 15 mil servidores na área da Polícia Civil, um verdadeiro
absurdo o que está acontecendo no estado de São Paulo, na gestão do PSDB.
Dando sequência à lista de oradores
inscritos na lista suplementar, com a palavra o deputado Coronel Nishikawa.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, assessorias, Sr. Presidente, colega
deputado Giannazi. Hoje houve a passagem de comando do Corpo de Bombeiros.
Todo mundo sabe
que nós atuamos por um período grande na instituição e, com isso, estivemos
presentes na passagem de comando, quando assumiu o coronel Pavão e o coronel
Silva está se aposentando.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Frederico d’Avila.
* * *
Eu gostaria que
passassem um vídeo bem rapidinho e falar sobre a importância desse evento.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Para
complementar essa fala, deputada Frederico d’Avila, o Rodrigo Garcia, o
governador, esteve no evento. Como você mesmo falou aqui na tribuna, às vezes a
gente tem que agradecer as ações que o governo do estado tem. Nem sempre aquilo
que a gente não gosta, mas eu fui obrigado a ir agradecer ao governador por ter
atendido às nossas demandas.
Nós estamos
tendo uma ampliação da atividade Corpo de Bombeiros para mais 20 cidades, sendo
programado para 41 cidades. Em um primeiro plano 20 cidades terão a atuação dos
bombeiros nas suas cidades. Estão sendo comprados, paulatinamente, 110 viaturas
de resgate e também 84 autobombas.
Como foi dito
aqui, a defasagem da Polícia Militar, que reflete no Corpo de Bombeiros, é
muito grande. Nós temos um pedido de contratação de bombeiros temporários, como
existia e como o exército utiliza no Rio de Janeiro e em outros estados para
que a gente possa dar atendimento decente para a população.
Queira ou não,
o Corpo de Bombeiros como instituição é uma das mais bem avaliadas. Há também
defasagem no Magistério, há defasagem na Polícia Civil, na Polícia Militar. O
Corpo de Bombeiros é uma atividade em que não adianta ter tecnologia. O homem
tem que estar lá na ponta da linha para apagar incêndio.
Ou seja, se
alguém não segurar a mangueira não tem como apagar o fogo. A não ser que
inventem drones que façam esse tipo de serviço, mas a intervenção humana é de
suma importância na atividade de bombeiros.
Estou falando
isso porque trabalhei tanto no policiamento - eu comandei batalhão -, como
atuando no Corpo de Bombeiros. Aqui na Capital, trabalhei no serviço de
salvamento.
Antigamente era
1ª Grupamento de Busca e Salvamento e 2º Grupamento de Busca e Salvamento.
Trabalhei nos dois grupamentos. A gente saía com uma viatura C14 para resgatar
pessoas presas em ferragens, pessoas em risco na rua, atropeladas.
Hoje, graças a
Deus, existe a Unidade de Resgate, que tem feito um trabalho magnífico. Eu diria
que, em termos de socorro de rua, primeiros socorros, primeiro atendimento, é
um dos melhores serviços existentes no mundo.
Existe
tecnologia aliada ao nosso sistema, tem o francês, tem o japonês, tem o
canadense, tem o americano, ou seja, nós trouxemos todas as tecnologias de
outros países para aplicar em nosso País.
O nosso resgate
é considerado um dos melhores do mundo, com essa miscigenação de tecnologias.
Com isso, tenho o maior orgulho de ter pertencido ao nosso Corpo de Bombeiros.
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FREDERICO D’AVILA - PL - Parabéns,
Coronel Nishikawa, por representar aqui o Corpo de Bombeiros do Estado de São
Paulo. Parabéns a toda a corporação e que tenha um futuro brilhante como teve
no passado e que continue prestando esse belíssimo serviço à sociedade.
Continuando a lista de inscritos,
queria chamar agora o professor Carlos Giannazi para fazer uso da palavra.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Frederico d’Avila, Srs. Deputados
e Deputadas, de volta à tribuna no dia de hoje, eu gostaria de manifestar o
nosso repúdio e a nossa contrariedade ao Projeto de lei nº 173, que
provavelmente será pautado hoje na Câmara Municipal de São Paulo.
Esse projeto é
do Partido Novo, que de novo não tem nada, absolutamente nada. Esse projeto
pretende terceirizar a Educação pública, entregar a gestão das escolas da Rede
Municipal de Ensino para as organizações sociais de caráter privado - olha só
que absurdo, Sr. Presidente -, de tal forma que elas possam influenciar até
mesmo na contratação de professores e na construção do projeto pedagógico da
escola, afrontando toda legislação de ensino, afrontando a LDB, a Constituição
Federal, a Lei Orgânica Municipal, o Estatuto do Magistério Municipal, o Plano
Municipal de Educação.
O projeto está
sendo debatido e talvez seja pautado hoje. A rede municipal está mobilizada e
totalmente contra a aprovação desse projeto, que é um projeto que trata da
privatização, da destruição da escola pública. Eles já fizeram isso com a
Saúde, já fizeram com a Cultura, com a Assistência, e querem introduzir esse
modelo também na Educação.
Aqui em São
Paulo eles tentaram, também pelo Partido Novo, através do projeto de lei do
deputado Daniel José, que não é mais do Novo, é ex-Partido Novo. Agora ele é do
Podemos, mas apresentou um PL, o Projeto de lei nº 45/19, que não há acordo
para que seja aprovado, porque é uma excrescência total.
A Educação tem
que ser pública. Temos diretores concursados, temos gestores nas escolas. A
escola tem um caráter público. Agora querem terceirizar tudo, até mesmo a
Educação pública. Onde a gente vai parar com isso? Então, todo o nosso repúdio
à tentativa de terceirizar, de privatizar, de entregar a gestão da escola
municipal às organizações sociais de caráter privado.
Isso seria um
grande retrocesso, mas eu tenho certeza que através da ampla mobilização das
entidades representativas da Educação, dos seus servidores, dos vereadores
combativos que estão obstruindo a tentativa de aprovação desse projeto, não
haverá êxito nessa tentativa, como nós obstruímos aqui esse PL 4509 aqui, na
Assembleia Legislativa. Esse projeto não vai ser aprovado nunca e esperamos que
também na Câmara Municipal não ocorra o mesmo.
Sr. Presidente,
aproveito ainda aqui no final do meu pronunciamento para dizer da nossa
indignação com o que aconteceu ontem na Comissão de Finanças quando o PDL 22
estava pautado como o primeiro item da pauta da Comissão de Finanças, em regime
de urgência, e mais uma vez o governo sabotou, obstruiu a votação da emenda ao
PDL 22, que acaba com o confisco das aposentadorias e pensões, esvaziando a
comissão, não deixando que os seus membros, que os membros do governo dessem
quórum. Eles estão fazendo um joguete.
Cada dia é um
que entra e um que sai. Eles ficam revezando o boicote. Essa base do governo
está revezando o boicote, a sabotagem à votação da emenda ao PDL 22, com medo
que o PDL chegue ao plenário e seja aprovado, colocando definitivamente o fim no
confisco, no roubo, no assalto às aposentadorias e pensões de milhares e
milhares de pessoas que já contribuíram com o sistema previdenciário do estado
de São Paulo, que são credores do estado, mas estão sendo agora saqueados por
conta do Doria.
O ex-governador
Doria/Rodrigo Garcia editou o Decreto nº 65.021 confiscando as aposentadorias e
pensões no meio da pandemia. No auge da pandemia, em 2020, iniciou-se esse
grande roubo patrocinado, repito, pelo ex-governador Doria e pelo atual
governador Rodrigo Garcia, que nada faz para revogar o decreto, que é cúmplice
desse crime contra a dignidade humana, repito, de mais de 500 mil pessoas no
estado de São Paulo, que estão passando necessidade, que não conseguem mais
comprar o remédio, fazer o tratamento médico e sustentar as suas famílias.
Então é isso,
Sr. Presidente. Nós queremos que na próxima reunião da Comissão de Finanças
seja cessado esse boicote e essa sabotagem do governo.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - FREDERICO D'AVILA - PL - Obrigado,
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, não havendo mais nenhum
orador inscrito, eu solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - FREDERICO D'AVILA - PL - Pois não.
Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a
realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos.
Está levantada a presente sessão.
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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 43
minutos.
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