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8 DE OUTUBRO DE 2021

45ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: RICARDO MELLÃO e CORONEL TELHADA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - RICARDO MELLÃO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CASTELLO BRANCO

Critica o fechamentalo de bilheterias das estações de metrô e da CPTM, em São Paulo. Afirma que esse ato dificulta o acesso de "analfabetos digitais" e idosos aos bilhetes. Questiona as possíveis economias decorrentes destes fechamentos. Exibe reportagem a respeito do tema.

 

3 - JANAINA PASCHOAL

Comenta fusão do PSL e do DEM, no partido União Brasil. Afirma estar aguardando uma definição mais clara a respeito da fusão citada, que ainda precisa ser aprovada pelo TSE. Comenta situação de líderes da CCJ caso a fusão aconteça.

 

4 - CARLOS GIANNAZI

Apoia a fala do deputado Castello Branco a respeito do fechamento de bilheterias do metrô e da CPTM. Cita possíveis malefícios causados à população em razão desses fechamentos. Comenta demissão de terceirizados por conta dessa decisão. Questiona o valor que será repassado à empresa terceirizada que realizará a manutenção das máquinas de autoatendimento. Solicita esclarecimentos à Unicamp a respeito de programa de bolsas de pós-graduação do Instituto de Artes, que dificultaria a permanência de alguns alunos.

 

5 - CORONEL TELHADA

Exibe imagens de sua participação em evento em homenagem à revolução liberal de 1842, em Sorocaba. Menciona as datas comemorativas do dia. Mostra-se contrário à CPI que pretende averiguar os trabalhos da Prevent Senior durante a pandemia. Considera mais necessário criar uma CPI para investigar os gastos do governo estadual no mesmo período. Tece críticas à CPI da Covid-19, no Senado Federal.

 

6 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

7 - RICARDO MELLÃO

Discorre a respeito do aumento do IPVA de carros usados, por conta da inflação. Afirma que a elevação do imposto prejudicará a população. Menciona projeto de sua autoria que pretende revogar o aumento citado. Comenta crescimento da previsão orçamentária para 2022.

 

8 - FERNANDO CURY

Comemora o seu retorno aos trabalhos desta Casa, após afastamento. Pede desculpas à deputada Isa Penna e aos demais parlamentares desta Casa por episódio de importunação sexual envolvendo a deputada. Diz reconhecer o erro de seus atos. Afirma não acreditar ter cometido um crime. Relata o seu desejo de trabalhar em políticas públicas que visam a melhoria na vida das mulheres.

 

9 - RICARDO MELLÃO

Assume a Presidência.

 

10 - ALTAIR MORAES

Homenageia o povo nordestino pelo seu dia. Menciona influência da cultura nordestina no estado de São Paulo.

 

11 - PRESIDENTE RICARDO MELLÃO

Homenageia os nordestinos.

 

12 - JANAINA PASCHOAL

Parabeniza os nordestinos. Discorre a respeito do processo de eleição de deputados e senadores federais.

 

GRANDE EXPEDIENTE

13 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, parabeniza os nordestinos pela data. Exalta o trabalho de Paulo Freire, nascido em Pernambuco. Lamenta os vetos do presidente Jair Bolsonaro aos projetos de internet gratuita em escolas públicas e distribuição de absorventes a pessoas carentes. Critica a redução de 87% do orçamento da pasta de Ciência e Tecnologia. Discorre sobre os efeitos dos cortes. Repudia o aumento do gás e da gasolina anunciados pela Petrobras.

 

14 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, pede que os deputados votem não ao PLC 26/21. Alerta para os prejuízos aos servidores. Afirma que a propositura não passou pelas comissões. Discorre sobre as homenagens aos professores e servidores. Clama pela aprovação do PDL 22/20.

 

15 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

16 - PRESIDENTE RICARDO MELLÃO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 13/10, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Ricardo Mellão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Pequeno Expediente, hoje dia 8 de outubro de 2021, começo aqui com a lista dos oradores inscritos. Convido a deputada Maria Lúcia Amary, para fazer uso da palavra. (Pausa.) Deputado Castello Branco. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobres deputados, ouvintes, telespectadores da Rede Alesp de Comunicação, mais uma bravata disparatada do governo do estado de São Paulo. É o fim das bilheterias da CPTM e do Metrô, num típico ato de exclusão digital, de segregação social contra o idoso, o pobre e o analfabeto.

Como vamos ver nesta apresentação, mais um erro do governo do estado de São Paulo. O processo de fechamento gradual de bilheterias de Metrô e CPTM em São Paulo começa hoje, dia 8 de outubro. O governo de São Paulo anunciou, esta semana, decisão de suspender em definitivo o funcionamento das bilheterias do Metrô e da CPTM, até o final do ano.

Próximo slide. Agora, o usuário, para adquirir seu bilhete, terá que comprar por aplicativo, chamado bilhete digital, pelo WhatsApp, por máquina de autoatendimento ou por estabelecimento parceiro, que fica fora da estação.

Próximo slide. Quem não sabe mexer no celular, quem não tem cultura “sider”? Eu conheço milhares de pessoas, principalmente de mais idade, ou pessoas que têm pouco nível de escolaridade que não têm acesso à internet ou que não têm um celular, ou uma plataforma digital compatível para esse tipo de operação. Complica, não é? “Eu não sei fazer sozinha”, disse uma usuária sobre a desativação de bilheterias.

Milhares e milhares de pessoas não sabem, inclusive algumas de bom poder intelectual. E agora ele quer limitar o uso a quem sabe mexer. Um caos. Em que pese que talvez isso seja uma boa ideia a longo prazo, mereceria, no mínimo, uma implantação gradual, segura e com orientação. Do jeito que foi feito, uma catástrofe, conforme vamos ver.

Aqui está um caso típico, professor Giannazi, de uma senhora simples, que depende do metrô para se transportar, e o que era para ser uma coisa fácil, ou ainda que tivesse uma fila, agora se torna inviável, por serem os mais prejudicados. A expectativa era da Secretaria de Transportes Metropolitanos, teoricamente, obter uma economia de 100 milhões por ano.

Ainda, segundo o governo, os funcionários das bilheterias vão ser realocados em outras funções o que, em tese, garante que não serão demitidos. Porém, eu pergunto: de onde virá toda essa economia, se os funcionários serão realocados, e não haverá, consequentemente, alteração na folha de pagamento?

Olhem só: Fim das bilheterias do Metrô e na CPTM, até o final do ano. Bonito, marqueteiro, colorido, mas não funciona.

O encerramento das bilheterias é motivo de muitas críticas dos passageiros, em razão do problema de funcionamento das máquinas de autoatendimento. Uma queixa comum, por exemplo, é que a impressão do bilhete digital borra e deixa de ser aceita nas catracas, porque não tem uma leitura correta do QR.

O governo de São Paulo já gastou - atenção, atenção, fiscais do governo - 24 milhões na compra de 150 máquinas de autoatendimento para a compra de bilhete unitário. Logo, seria uma alternativa, pois tais equipamentos não funcionam direito. Máquinas de bilhetes no Metrô e na CPTM representam muitas falhas.

Vamos a um vídeo, que uma imagem vale mais que mil palavras. Enquanto o vídeo não entra, nós alertamos o seguinte: a implantação de qualquer mudança de comportamento em massa... Vamos lá, vamos ao vídeo.

Qualquer implantação de mudança comportamental precisa ser feita de forma gradual, com orientação, com educação e com tempo de adaptação. E, acima de tudo, prever sempre o plano B. Deve existir sempre uma alternativa para aquele que não venha a se adaptar a essa cultura.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Deputado Castello Branco, de olho no governador, e a favor do povo. Juntos somos mais fortes, somos todos um só.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Castello Branco. Dando sequência à nossa lista de oradores inscritos para o Pequeno Expediente, convido a deputada Janaina Paschoal para fazer uso da palavra. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento todas as pessoas que nos acompanham, os colegas deputados, V. Exa., Sr. Presidente, os funcionários da Casa. Eu queria, na verdade, primeiro dar um esclarecimento e, depois, uma explicação.

O esclarecimento é o seguinte: ontem ocorreu, de maneira simbólica, a fusão dos partidos PSL e DEM em um novo partido, chamado União Brasil. Essa fusão ontem, como eu disse, foi apenas simbólica, ela não é uma fusão de direito.

É necessário que essa fusão seja ratificada pela Justiça Eleitoral e isso leva um tempo. Então, assim, algumas pessoas vêm mandando e-mail, mensagem perguntando o que eu vou fazer, se eu vou ficar, se eu vou sair.

Então eu nem posso, ainda que eu já estivesse decidida, eu nem poderia sair, porque nós só estamos - nós parlamentares eleitos por uma determinada legenda, então eu posso falar tanto pelos eleitos pelo PSL, como pelos eleitos pelo DEM - nós só podemos sair da sigla pela qual fomos eleitos ou na janela eleitoral ou depois de concretizada juridicamente essa fusão.

Existe um consenso da jurisprudência de que, uma vez efetivada a fusão, nos 30 dias seguintes os parlamentares eleitos podem sair sem correr o risco de perderem o seu mandato.

Eu já tinha, de alguma maneira, anunciado que eu não concorreria pelo PSL, não por ter nenhum problema com a legenda, não por ter nenhum problema com as pessoas que coordenam a legenda, mas porque, com o passar o tempo, eu venho sentindo uma incompatibilidade de ideias. O PSL findou, se transformando em uma legenda crítica, mas, com todo respeito, não vejo como crítica construtiva, vamos dizer assim, ao governo central.

Eu também teço críticas, e não são poucas, mas não existe um comportamento da minha parte de olhar para todos os atos, para todas as propostas e programas do governo federal como antecipadamente erradas. E eu venho sentindo essa linha no PSL já há algum tempo. Eu já havia anunciado que eu sairia do PSL quando veio essa notícia da fusão.

Então eu vou abordar a regularização dessa fusão, o início desse prazo de 30 dias, vou tentar entender quais são os planos para essa nova legenda, porque eu confesso aos senhores que venho conversando com as pessoas do PSL, do próprio DEM, e eu sinto uma indefinição muito grande. Aliás, entendo que este é o ano pré-eleitoral mais indefinido dos últimos tempos, tanto no que concerne ao cenário nacional, como no que tange ao cenário estadual.

Nós conversamos com dirigentes partidários das mais diversas legendas e todos estão incertos acerca dos nomes que lançarão, acerca dos quadros que apoiarão, então eu estou aguardando uma definição um pouco mais firme, não é nem do União Brasil, ao qual eu desejo muita sorte, de verdade, não é nem com relação ao partido que vai nascer, ou que já está nascendo, é com relação ao quadro eleitoral propriamente. Então eu vou aguardar um pouquinho para depois tomar uma decisão.

E acho importante a população compreender que, vamos imaginar, ocorre a fusão, abre-se o prazo para eu sair. Se eu me desligar do partido, no dia seguinte eu perco, por exemplo, a minha cadeira na CCJ. Perco a liderança, obviamente, mas perco a minha cadeira na CCJ.

Esta perda é relevante para a atuação dentro desta Casa. Muitas pessoas podem achar que é vaidade. “É status, quer ser líder. Vaidade, quer estar na CCJ.” Não é. O líder pode obstruir o trâmite de projetos de lei ruins para a população. O líder opina no Colégio de Líderes.

Agora, o mais importante. O membro da CCJ pode pedir vista de um projeto que considere ruim, inconstitucional, inadequado, que já tem parecer favorável. Pode dar um voto-vista, pode levantar uma divergência.

Muitas foram as vezes que eu, com fulcro no direito, levantei divergências. Consegui, respeitosamente, convencer os colegas. Então, as decisões com relação à filiação, elas não têm impacto apenas na eleição. Às vezes, as pessoas não compreendem isso.

Elas têm impacto na nossa atuação dentro da Casa. Por isso tem que haver uma reflexão para todos os passos a serem tomados. Então não adianta. Eu digo isso, óbvio que as pessoas podem continuar a escrever, perguntando. É que eu não tenho sequer como tomar uma decisão hoje.

Qualquer decisão da minha parte passaria pela apresentação de uma ação judicial, por um conflito. Eu não vejo necessidade disto neste momento. É isso.

Muito obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputada Janaina Paschoal. Dando sequência à nossa lista de oradores inscritos, convido o deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Roberto Morais. (Pausa.)

Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia. Inicialmente quero me associar à gravíssima denúncia que fez o deputado Castello Branco, sobre a extinção das bilheterias do Metrô e das estações da CPTM. Isso é um absurdo total. Muito estranho que isso esteja acontecendo exatamente agora.

Isso vai criar um transtorno imenso para uma parcela considerável da população, que não tem acesso à internet nos seus telefones celulares, que não tem cartão de crédito, que não tem nem conta em banco.

Como que essas pessoas vão acessar essas plataformas oferecidas, os aplicativos? É um absurdo. Porque muita gente ainda utiliza as bilheterias para comprar o bilhete. Então isso vai causar transtornos, dificuldades.

Isso vai prejudicar sobretudo os mais pobres, as pessoas mais vulneráveis da nossa sociedade, que utilizam o transporte público sobre trilhos no estado de São Paulo. Então nós somos totalmente contra essa medida. Nós estranhamos que o governo esteja dizendo que vai economizar milhões de reais. Sr. Presidente.

Primeiro que vai gerar desemprego para os trabalhadores terceirizados. Eles serão demitidos. O próprio governo já admite nas entrevistas dadas. Agora nós queremos saber, por exemplo, qual será o valor... Talvez aí esteja o segredo.

Qual vai ser o valor da empresa contratada para administrar? Porque eles vão terceirizar o serviço de QR Code. Uma empresa será contratada. Eu quero saber. Nós estamos formulando requerimentos de informação, para saber que empresa será essa, qual vai ser o valor.

Nós fazer um estudo aprofundado, mas, mesmo que não houvesse, Sr. Presidente, deputado Mellão, mesmo que não houvesse um custo muito alto em relação à contratação dessa empresa, a gente tem que entender que o transporte público é um dever do estado. É um direito do cidadão e um dever do Estado.

Não é para o estado ter lucro. O estado tem que investir em recursos. Nós pagamos impostos justamente para isso. Então, fica aqui o nosso total repúdio a essa medida antipopular e “antipobre”, “antipovo”, e que vem com desculpa da modernização, porque vai usar a tecnologia, porque uma parte pequena da população utiliza as bilheterias.

Isso não é verdade. Eu conversei agora há pouco com o Sindicato dos Metroviários, conversei com a coordenadora do sindicato, a Camila. Então, as coisas são bem diferentes do que o governo vem anunciando, Sr. Presidente.

Quero também ainda aproveitar aqui o meu tempo no Pequeno Expediente, Sr. Presidente, para fazer um apelo à Unicamp, à Reitoria da Unicamp, sobretudo o Instituto de Artes da Unicamp, referente ao programa de pós-graduação desse instituto importante de Artes, que elaborou, que publicou um edital de bolsa de estudo para a pós-graduação, para o mestrado, para o doutorado, mas é um edital que exclui, Sr. Presidente, que dificulta a permanência - olha só - de alunos negros, indígenas e em situação de vulnerabilidade, sendo que a nossa Constituição é muito clara, dizendo que Educação pública brasileira tem que garantir o acesso, a permanência e a qualidade.

Então não basta só garantir a entrada dos nossos alunos nas universidades públicas, sobretudo também através das cotas, mas a permanência deve ser garantida e um edital de uma bolsa para o curso de pós-graduação tem que contemplar, logicamente, a permanência. Isso não vem acontecendo e muitos alunos estão sendo excluídos de uma Universidade importante como a Unicamp.

Então, faço aqui um apelo à Reitoria da Unicamp, à direção do Instituto de Artes da Unicamp, sobretudo de quem organiza esse programa de Artes da Cena, do IA. Que providências sejam tomadas, e que esse edital seja alterado imediatamente, de tal forma que garanta esse princípio básico da nossa Constituição Federal e da nossa LDB, que é também a permanência, a garantia do acesso, da permanência e da qualidade de ensino.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Carlos Giannazi. Dando sequência à lista de oradores, convido a deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada, para falar o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Quero aqui cumprimentar a todos que estão presentes aqui no plenário. Quero saudar a todos que nos assistem pela Rede Alesp nesta sexta-feira, dia 8 de outubro de 2021. Saudar aqui as Sras. Deputadas e Srs. Deputados, saudar aqui a nossa Polícia Militar, na figura da soldado Figueiredo e da soldado Fontoura.

Acabei de chegar de Sorocaba. Estava em um evento lá no CPI-7, comandado lá pelo Coronel Simeira, onde foi feita a solenidade alusiva ao SesquiCentenário - inclusive foi entregue o colar do SesquiCentenário da Revolução Liberal de 1842.

Uma condecoração muito importante na Polícia Militar, que foi entregue a vários policiais. Eu estou com o subtenente Duque, que foi um dos recipiendários. Vários policiais militares, oficiais, praças, civis, prefeitos da região. Estivemos com o prefeito Manga também, lá de Sorocaba, que recebeu a sua condecoração.

Então, quero agradecer a todos pelo convite. Tive a oportunidade de fazer uso da palavra e participar, inclusive, da condecoração de vários policiais militares. Aí, no caso, o capitão Maciel, da cidade de Itapeva, junto com sua esposa.

Enfim, vários policiais militares, oficiais, praças, amigos, como o coronel Agrella, que é comandante do 7º BPM/I, de Sorocaba. Tivemos a oportunidade de rever vários amigos e conhecer alguns prefeitos, vereadores, promotores, juízes, rever vários colegas da reserva da Polícia Militar.

Então, quero aproveitar este momento e mandar um abraço a todos os amigos e amigas da querida região de Sorocaba, onde estivemos. Acabamos de chegar, chegamos faz dez minutos, mas tivemos a oportunidade de participar desse importante evento lá em Sorocaba, no CPI-7.

Parabenizo o coronel Simeira pelo comando que vem exercendo. Para quem não sabe, o CPI comanda o policiamento em 78 municípios. Olha o tamanho dessa área. Setenta e oito municípios são administrados pelo coronel Simeira, comandante do CPI-7.

Hoje também, dia 8 de outubro, é o Dia do Nordestino. Quero mandar um abraço a todos os amigos nordestinos. São Paulo não é só feita de paulistas, São Paulo é feita de nordestinos, de sulistas, de estrangeiros de várias nacionalidades, mas, sem dúvida, o nordestino é uma influência muito grande na cidade e no estado de São Paulo.

Na minha equipe, tenho também nordestinos. Quero mandar um abraço para a minha assessora Lia. A Lia é baiana também. Um abraço a ela e a toda família. E lembrar que, no Brasil, somos unidos porque somos um povo do bem. Temos que continuar trabalhando pelo bem da sociedade e pelo bem do povo brasileiro.

Mais uma vez, desta tribuna, quero me colocar contra a CPI da Prevent Senior, uma aberração, uma pouca vergonha para esta Casa. Ontem estive conversando com vários funcionários que estavam aí fora. Os funcionários estão muito preocupados, porque eles gostam do que fazem e precisam daquele emprego. Mais de 550 mil pessoas são assistidas pela Prevent Senior.

Então, sabemos que essa CPI da Prevent Senior é simplesmente um desfoque da realidade do governo de São Paulo, que tem várias coisas para informar.

Estamos aí com uma CPI já com todas as assinaturas suficientes para analisar os gastos do governador, não só na propaganda, mas também durante a pandemia da Covid, gastos que nós, do PDO, estivemos in loco investigando e constatamos várias irregularidades. Entramos com mais de 20 documentos junto ao Ministério Público, que também não dá uma resposta, que também não se pronuncia.

É estranho, parece que o Judiciário está subordinado ao Executivo. Tudo que o governador de São Paulo faz e quer, acontece no Judiciário. É muito estranho isso, porque causa preocupação.

Como é que fica a independência dos poderes? Eu não vejo isso. O Judiciário não se manifesta em toda a documentação que os deputados apresentam aqui. Parece que recebem, engavetam, dificilmente dão uma resposta. Isso nos causa muita preocupação.

Então, somos favoráveis a investigar? Sim, o governo de São Paulo, que tem muitos gastos estranhos para explicar a esta Casa. Agora, a Prevent Senior, se ela tem um problema, e talvez tenha, como muitas empresas têm, com o tempo deve ser investigada, no momento certo, mas não da maneira que ela está sendo acusada, não dos absurdos de que ela está sendo acusada.

Também a intenção dessa CPI me causa muita preocupação. Qual é o interesse dessa CPI? Alguns interesses escusos? Não sei, mas que é estranho, é.

Nós sabemos que 40 deputados assinaram essa CPI. Então, eles precisam colocar 48 assinaturas aqui no plenário, 48 votos aqui no plenário, para fazer essa CPI, pelo menos, começar a andar.

 Agora, e as outras CPIs que pedimos? A CPI da Dersa, a CPI do Detran, de vários problemas que tivemos aqui e está tudo escondido, ninguém toma providência, ninguém sabe, ninguém viu e agora, de repente, o Brasil está preocupado com a Prevent Senior. Interessante isso.

Nós não podemos entrar na linha da vergonha que o Senado está passando com aquela CPI ridícula, onde aqueles três indivíduos estão colocando o Senado brasileiro em uma posição ridícula perante a nação.

Não podemos fazer o mesmo aqui. Nós devemos ter uma postura livre, independente e, repito mais uma vez, deputados, nós fomos eleitos pelo povo. Nós não fomos eleitos pelo governador Doria. Nós não devemos nada ao governador Doria, nós devemos ao povo de São Paulo.

Então, pelo amor de Deus, parem de ser um puxadinho do governo. Larguem as calças apertadas, para não falar outra parte do governador, larguem as calças apertadas do governador.

Vamos colocar ordem nesta Casa, moralizar esta Casa, investigando, sim, o governo de São Paulo, o governador Doria, que tem muito a explicar sobre os gastos da pandemia e os gastos que ele tem feito com propaganda enquanto temos inúmeras necessidades no governo de São Paulo e para o povo de São Paulo: Saúde, Educação, Segurança, enfim, um monte de problemas para analisar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Coronel Telhada. Deputado Coronel Telhada, eu peço a gentileza, como sou o próximo orador, se puder assumir os trabalhos aqui.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito bem, assumindo a Presidência, convido para fazer uso da palavra o deputado Ricardo Mellão. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados aqui presentes, servidores e funcionários da Casa, eu subo mais uma vez nesta tribuna para fazer um alerta que farei recorrentemente aqui, porque é algo que eu sei que vai prejudicar muito o cidadão paulista se nada for feito a tempo.

Como vocês sabem, tivemos uma inflação muito grande nesse período, que atingiu muitos setores, especialmente o setor de veículos. Qual será a consequência disso? Com os veículos novos custando mais, puxa-se o preço, elevando-se o dos veículos usados e, consequentemente, isso vai se refletir na cobrança do IPVA de 2022.

Nós vimos casos de veículos que vão ter aumento de mais de 30%, ou seja, se você pagou, no ano passado, pelo seu veículo, 1.000 reais de IPVA, você pagará 1.300 reais em 2022, dependendo de qual for o seu veículo usado, que teoricamente acaba desvalorizando todos os anos, fazendo você pagar menos IPVA. No ano que vem você corre o grande risco de pagar mais.

Eu tenho recebido diversos apelos e pedidos de pessoas ligadas ao setor de veículos, ao setor de cargas, que mostram que, tanto para a pessoa jurídica... Estou falando das empresas que trabalham com isso, por exemplo, aqueles que comercializam veículos, qual o efeito disso?

Eles vão pagar o IPVA daqueles carros que eles têm em estoque e isso deve se refletir no valor desses carros nos meses de janeiro, fevereiro, março, podendo ter reflexo até o meio do ano, ou seja, gerando mais inflação ainda nesse setor.

Para as pessoas físicas, o dano é imenso. A gente sabe que o IPVA não é um imposto que você consegue parcelar em 12 vezes, você parcela no máximo em até três vezes.

E vai pesar e muito no orçamento dessas pessoas, desses paulistas, dessas famílias que estão se recuperando, hoje, dos efeitos da pandemia, efeitos que custaram vidas, efeitos que custaram empregos, que geraram diminuição de renda, geraram pobreza.

Eu fico imaginando inclusive as pessoas que dependem dos seus veículos para trabalhar, como, por exemplo, os profissionais de transportes por aplicativo. Vão ter efeito danoso, pois já estão com margens muito apertadas de ganho, e se tiverem que pagar um aumento tão expressivo desses de IPVA vão sofrer ainda mais.

E é nesse sentido que eu queria fazer um apelo ao governador, aos seus secretários, a todo o governo do estado de São Paulo que vai ter o incremento na sua arrecadação.

Inclusive o orçamento que chegou até nós trouxe um reflexo. Para vocês terem uma ideia - é bom falar sempre em números -, nós tivemos um Orçamento previsto para este ano de 246 bilhões de reais. O governo pretende gastar, no ano que vem - está previsto -, 286 bilhões de reais, ou seja, mais do que a inflação do período, se fosse feito o reajuste através da inflação.

Só de IPVA, ele estima uma arrecadação - a prevista para este ano era de 18,5 bilhões de reais - de 20,4 bilhões de reais. Por isso, eu faço esse apelo ao Governo do Estado.

Eu apresentei um projeto aqui nesta Casa, o Projeto no 603, de 2021. E o que eu coloco ali: para que, excepcionalmente, no ano de 2022, você não faça atualização da tabela que serve de base para cobrança do IPVA.

A tabela que o governo usa de referência é a tabela Fipe. Então, consequentemente, com essa inflação, a tabela Fipe de 2021, que será considerada para cobrança do IPVA em 2022, teve um acréscimo no valor desses veículos.

E devido a esse ganho de receita, a todos os recursos que o estado terá - e tem anunciado aos quatro ventos - para fazer investimentos no ano que vem, não acho razoável que se cobre esse acréscimo, esse ganho gerado por causa da inflação surreal para esse setor nesse período.

Ter esse ganho em cima de todos os paulistas, que já sofreram com essa pandemia, perderam, como eu mesmo disse... Uma pandemia que custou a eles vidas, recursos, empregos; empresas que quebraram e vão ter, ainda, que arcar com esse custo a mais no seu IPVA. E a gente sabe que vai se refletir, e muito, porque é cobrado na hora, o boleto cai ali, e você não consegue parcelar mais do que três vezes.

Então, faço mais uma vez esse apelo ao governo do estado de São Paulo para que tenha solidariedade nesse momento de recuperação econômica junto aos paulistas, que já sofreram demais nessa pandemia e não merecem pagar essa conta que tanto irá lhes atingir no ano que vem quando forem abrir os seus boletos de IPVA.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado. Próxima deputada é a deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Daniel José. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Raul Marcelo. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Fernando Cury, V. Exa. tem o tempo regimental.

Deputado Ricardo Mellão, vai assumir novamente a Presidência? Não? Eu solicito que o deputado Giannazi assuma a Presidência dos trabalhos, tendo em que vista que fará uso posteriormente da palavra. Solicito que V. Exa. assuma. E fará uso da palavra neste momento o deputado Fernando Cury.

 

O SR. FERNANDO CURY - CIDADANIA - Uma boa tarde a todos os colegas deputados, às colegas deputadas, aos assessores e servidores desta Casa, às nossas queridas amigas da Polícia Militar. Boa tarde, Sr. Presidente, e uma boa tarde especial aos nossos telespectadores da TV Assembleia.

Eu queria dizer que esta é a minha primeira fala aqui na tribuna da Assembleia Legislativa. Dizer da honra de poder voltar a esta Casa, de poder voltar para este Parlamento, de poder fazer um trabalho em defesa do nosso estado de São Paulo, mas principalmente trabalhar e servir à minha querida cidade de Botucatu, à minha região e às demais regiões nas quais eu tenho atuação.

Poder ter a oportunidade, através do nosso mandato como deputado estadual, de trabalhar realmente para melhorar a vida das pessoas, daqueles que mais precisam, através da boa política.

Mas no mesmo momento, deputado Giannazi, em que eu volto aqui com esse sentimento de honra para a Assembleia Legislativa, também volto com um sentimento difícil de explicar. Pois aqui eu vivi o momento mais triste e mais marcante de toda a minha vida.

Queria, inclusive, aproveitar esta oportunidade para, mais uma vez, me desculpar, pedir desculpas para a deputada Isa Penna, que se sentiu constrangida, que se sentiu ofendida, mas que, em nenhum momento, eu tive qualquer intenção de assediar ou de importunar.

Reconheço, sim, que foi um gesto inadequado, que foi um gesto inapropriado, inoportuno, mas que não foi um crime, que eu não cometi um crime e que eu não sou um criminoso.

Quero aproveitar esta oportunidade e pedir desculpa para todos vocês, os meus pares, os meus colegas, pelo constrangimento, pela exposição que esta Casa passou devido a todo esse episódio. Pedir desculpa, deputada Janaina, também para todas as mulheres que se sentiram ofendidas e que se sentiram constrangidas com esse episódio.

Quero, aqui, ter a oportunidade de pedir desculpas para a minha família, que sofreu tanto com isso, que sofreu tanto todo esse período, à minha mãe, a dona Helô, com seus 84 anos de idade, que foi uma fortaleza nesse tempo todo; à minha esposa, a Renata, a minha fiel escudeira, que eu amo tanto; à minha família toda, aos meus filhos, o Nando, o Fred; às minhas irmãs e aos meus irmãos.

Foi a minha família, deputada Janaina, que me carregou no colo, nesse momento tão difícil que eu passei, que todos nós passamos. Foi ainda nos braços da minha família, onde eu encontrei amor, carinho e muito afeto para que eu pudesse continuar de pé depois desse triste e marcante episódio, e nesse tempo todo, de quase praticamente um ano, desde aquela madrugada, no dia 16 para 17 de dezembro.

Eu fui julgado, eu fui condenado, sem qualquer direito de defesa. Grande parte da grande imprensa, o tribunal, o dúbio tribunal inquisitório das redes sociais, os “haters” das redes sociais, foi um verdadeiro linchamento moral.

E aqui eu me reporto ao tempo antigo, à Antiguidade onde as pessoas eram linchadas publicamente, apedrejadas publicamente quando cometiam algum erro. E foi isso que aconteceu, um linchamento, um apedrejamento moral, principalmente das redes sociais.

Mas agora é hora de olhar para frente. Agora é hora de olhar para o futuro. Eu tive, sim, e reconheço mais uma vez, uma conduta errada, um gesto inapropriado e inoportuno. Eu reconheço, mas não cometi nenhum crime, eu não sou nenhum criminoso.

Aliás, deputada Janaina, uma jurista renomada, que sempre pautou - minha reinscrição, por favor, presidente - aqui a sua atuação, sempre foi uma atuação baseada nas questões jurídicas, regimentais, que o crime de importunação sexual, para que ele aconteça, é necessário que nós tenhamos a vontade de satisfazer o nosso desejo sexual pessoal, ou satisfazer o desejo pessoal de uma terceira pessoa, o desejo sexual de uma terceira pessoa.

Proporcionar prazer sexual para nós ou para uma terceira pessoa, satisfazer a própria lascívia, e não foi isso que aconteceu aqui, naquela madrugada do dia 16 para o dia 17 de dezembro.

Eu quero muito, a partir deste momento, recomeçar a minha vida, recomeçar a minha caminhada aqui dentro deste Parlamento e da vida pública.

No dia 5 de outubro fecha, encerra esse ciclo, e todo esse período triste muito marcante. A partir de agora, é o início de um novo ciclo. A partir de agora, ainda que eu tenha sido julgado e condenado, deputada Janaina, eu já cumpri a minha pena. Eu cumpri a minha pena. Vocês, os meus colegas, os pares desta Casa me julgaram, me condenaram. Eu aceitei e cumpri a minha pena.

Agora, eu quero voltar para esta Assembleia Legislativa e para minha vida com o coração cheio de alegria, com o coração limpo. Eu quero olhar para o futuro, eu quero olhar para a frente, deputado Giannazi.

Eu não quero ficar olhando para trás, eu não quero ficar olhando para tudo aquilo que já passou, não porque eu queira colocar uma pedra em cima disso tudo, deputado Mellão, não é isso, não é esquecer, porque esse episódio triste pelo qual eu passei vai me deixar uma marca, deputada Janaina, que eu vou levar para o resto da minha vida, para o meu último dia, marca no meu peito.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Ricardo Mellão.

 

* * *

 

Eu quero olhar para o passado tendo oportunidade de ter tido um grande aprendizado. Eu não gostaria nunca de ter passado pelo o que eu passei. Eu não desejo a ninguém, deputado Giannazi, que passe pelo o que eu passei.

Eu não desejo, mas mesmo no momento das nossas piores dificuldades, nos momentos mais negativos que nós possamos ter na nossa vida é possível, sim, nós colhermos bons frutos, nós tirarmos bons aprendizados.

E foi isso o que eu fiz, eu tirei um bom aprendizado. Eu quero estar aqui olhando para a frente, como eu disse, com o coração cheio de alegria, com o coração limpo. Eu não vou, deputada Janaina, maltratar quem me maltrata, eu não vou odiar, deputado Giannazi, quem me odeia e eu não vou apedrejar quem me apedreja.

Eu quero ter a oportunidade de estar neste Parlamento de novo, de volta, para poder continuar construindo pontes em diversos temas, mas, principalmente, nesse tema que é muito sensível e que se tornou muito sensível para mim depois desse episódio, em decorrência de todo o período que eu tive, nesses seis meses de afastamento, para que eu pudesse aprender.

Eu quero ser mais um soldado nesta Casa para que eu possa defender a bandeira em defesa das mulheres, seja na violência doméstica, seja contra a violência sexual e tantas outras bandeiras em defesa da igualdade das mulheres.

Eu quero ter a oportunidade de discutir políticas importantes nesta Casa nesse sentido, mas, mais do que isso, presidente Mellão, ter a oportunidade de participar de ações efetivas e concretas que possam melhorar a vida das mulheres paulistas aqui do nosso estado.

Para encerrar, eu quero dizer a todos vocês, deputados, deputadas, assessores, servidores, Polícia Militar, mas, principalmente, aos telespectadores da TV Assembleia e, principalmente, a toda a população do estado de São Paulo, à minha família, minha mãe, minha esposa, toda a minha família, que o mal, deputado Giannazi, nunca esteve comigo.

Como eu disse, eu reconheço, sim, a minha conduta errada e o meu gesto inoportuno, mas eu não sou criminoso. Eu nunca, sequer, nos meus 42 anos de idade, tive um processo.

E depois daquele fatídico dia, daquele episódio neste plenário, vocês nunca escutarão uma vírgula sequer contra o deputado Fernando Cury no que diz respeito a um assédio ou a importunação sexual a alguma mulher.

E eu confio na justiça dos homens. Eu tenho certeza, absoluta certeza, de que a Justiça reconhecerá que não houve nenhum erro, desculpe, que não houve nenhum crime e que eu não sou criminoso. Acima de tudo, mais do que a justiça dos homens, deputado Mellão, eu acredito na justiça divina. Eu tenho a plena certeza de que é Deus que me justifica.

Muito obrigado pela atenção de todos. Que Deus abençoe a todos nós. Uma boa tarde.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Fernando Cury. Dando sequência à lista de oradores inscritos, convido para fazer uso da palavra o deputado Altair Moraes. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Sr. Presidente - tudo bem? -, nobres deputados. Hoje é um dia bacana, minha amiga, deputada Janaina Paschoal, porque hoje é o Dia do Nordestino. É o meu dia, é o nosso dia. E com muita alegria, como bom nordestino que sou, graças a Deus, comedor de cuscuz. Não fui criado com pão na chapa. Fui criado com cuscuz, com leite de cabra, com muito amor. Mas gosto de um pãozinho na chapa também.

Mas quero fazer a minha homenagem ao povo nordestino. Um povo valente, guerreiro. O que falar do Nordeste, sem poder falar de cultura, de política, de Jorge Amado, de Ruy Barbosa, de tantos cantores que existem, romancistas?

A alegria se encontra num pedacinho do Brasil chamado Nordeste. Um povo alegre, um povo feliz. Sofredor pra caramba, porque foi esquecido muitas vezes. Mas um povo que sempre teve esperança em dias melhores.

Uma coisa eu aprendi com o meu povo nordestino: que a gente não deve olhar ninguém por cima, porque ninguém é melhor que ninguém. Mas também, que a gente não deve baixar muito a cabeça, para ninguém pisar.

Nós tratamos todos olho no olho. Então deixo a minha singela homenagem ao nosso povo amado do Nordeste. Um beijo para painho, para mainha. Pernambucanos: uma professora e um policial militar. Foi dessa raiz que eu nasci.

É um povo que amo. Aprendi duas coisas muito enraizadas dentro do nordestino. Meu pai me ensinou uma coisa. “Meu filho, nunca pegue nada que não é seu. Seja macho, seja homem.” Isso eu guardo até hoje.

Meu netinho até hoje bate no peito e diz assim: “eu sou macho”. Ele tem orgulho de ser homem. Ele tem três aninhos. Há quem diga “mas isso é...”. Lá vem os outros. Sabe como que é. A esquerdalha sempre fala essas besteiras. Mas a gente valoriza isso.

E valorizamos muito. É por ser macho, por ser homem, que estou até hoje aqui. Um nordestino, deputado estadual no estado de São Paulo. Aonde muitos vieram e ficaram trabalhando na construção civil. Ajudaram a levantar esse estado maravilhoso e que nos recebeu muito bem. Hoje São Paulo tem muitos nordestinos.

A gente tira pela alegria de todos, nos lugares que a gente vai, pela cultura, pela comida maravilhosa, e temperada com coentro, que maravilha. Sei que o povo aqui não gosta muito.

Mas quem é nordestino gosta. Então deixo o forte abraço para todo o povo nordestino. Meus amados nordestinos que estão morando aqui em São Paulo. Tem muitos paulistanos que tem muitos pais que são do Nordeste.

Um dia desses eu falava com uma pessoa. E ela, conversando comigo.

Falei: “Rapaz, você é muito pirangueira”.

Falou: “Que é isso, deputado? Não sou essa coisa, não.”.

Falei: “É, você é pirangueira”.

Ela disse: “Como assim? O senhor está me ofendendo.”.

Eu falei: “Minha filha, é que você não é viajada, você não conhece o Nordeste. Pirangueira é mão-de-vaca.”.

Ela disse: “Ah, eu sou mesmo.”

Tem coisas que só a gente entende. Quem conhece bem o Nordeste, o nosso dialeto, a nossa maneira de falar, nem todo lugar é igual. Tem lugar, lá na Bahia, que diz assim, como eu diria com a deputada Janaina. “Deputada Janaina, a senhora é barril dobrado.” E a pessoa: “barril dobrado?”. Barril dobrado quer dizer uma pessoa valente, aguerrida. Vai entender!

Lá no Ceará, eu atendi uma senhora uma vez, e ela falou, eu como pastor, atendendo.

Ela falou: “Pastor, o meu marido quer botar boneco comigo.”.

Eu falei: “Mas não é bom, não? Não é seu marido?”

Ela falou: “Não! Não é bom!”

Eu não sabia, nordestino.

Uma pessoa me falou: “Pastor, botar boneco é brigar.”

Falei: “É brigar?”.

Olha, que coisa do Nordeste! Então tem coisas que a gente não sabe falar. Como bulir. Fulano buliu comigo: mexeu comigo. Arrodear: dar volta. E assim o povo nordestino vai vivendo: alegre, feliz. Um povo guerreiro e trabalhador. Então fica aqui a minha homenagem a todos os nordestinos.

Muito obrigado, povo nordestino. Muito obrigado pela cultura do Nordeste. Porque a cultura nordestina invadiu todo o nosso Brasil. Um beijo para o nordestino. Como bom nordestino, hoje vou comer um cuscuz e uma carne de charque, que o pessoal coloca o nome aqui de carne seca.

Beijo, povo nordestino. Feliz Dia do Nordestino.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Altair Moraes. Aliás, grande pernambucano. Aproveito para parabenizar todos os nordestinos do Brasil e do mundo na pessoa do deputado Altair Moraes. Um povo extremamente caloroso, receptivo, aguerrido, batalhador que tanto contribuiu para a construção do nosso Estado, estado de São Paulo, e temos aqui um grande representante da região no nosso Parlamento.

Dando sequência à lista de oradores inscritos, gostaria de chamar a deputada Janaina Paschoal para fazer novamente o uso da palavra, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Fala de nordestino eu fico emocionada, porque eu passei grande parte da minha infância com meus avós, também pernambucanos. Então, é uma alegria muito grande ouvir essas palavras todas, que só a gente entende. Isso faz lembrar muito a infância, e meus avós, infelizmente já falecidos.

Então, fica aqui também o meu amor pelo Nordeste, um amor muito grande, um amor de saudade boa, vamos dizer assim. Muitos parabéns aos nordestinos de São Paulo, e do país inteiro.   

Eu falei, na primeira oportunidade, sobre o União Brasil. Expliquei toda essa questão burocrática que nós vamos atravessar. Nós, eleitos pelo PSL, os que foram eleitos pelo DEM também. E tem acontecido algo curioso nos últimos dias, e esse acontecimento fez com que eu percebesse que eu precisaria dar uma explicação.

É o seguinte. Muitas pessoas de outros estados vêm mandando e-mail, dizendo que querem muito me ver em Brasília, e que vão votar em mim, seja para deputada federal seja para senadora. Eu percebi que as pessoas acham...

Algumas, e não tem mal nenhum nisso, porque o nosso sistema eleitoral, o nosso sistema federativo é complicado. Mesmo quem está na política tem dificuldade de compreender essas regras todas, essas reformas todas, o fato, além das leis, dos tribunais poderem baixar normas para aquela eleição.

Então, as pessoas ficam mesmo confusas, mas eu achei que era importante explicar que, mesmo quando o deputado é federal, e mesmo quando Senador fica lá no Senado, que, de certa forma, trabalha pelo país inteiro, porque os projetos passam pela Câmara Federal, e os projetos passam pelo Senado, e todos os deputados federais avaliam e votam, e todos os senadores também avaliam e votam.

Mesmo sendo algo federal, a eleição dos deputados federais e dos senadores ocorre nos estados. Então, o deputado federal representa a população de um estado, e o senador representa o estado.

Então, existe uma proporcionalidade, no que concerne à eleição dos deputados federais, e os estados têm direito a três senadores, independentemente da população.

Então, eu agradeço muito amor o carinho, a vontade que os brasileiros de outros estados... Não são todos, mas, assim, alguns escrevem dizendo que têm vontade de votar em mim.

Eu agradeço, e recebo esse voto de maneira carinhosa e simbólica, nossa, com todo amor. Só que é o seguinte, o cidadão de Pernambuco vai votar em um dos candidatos a deputado federal por Pernambuco, e um dos candidatos a senador por Pernambuco.

Um cidadão do Rio de Janeiro, que tem seu título emitido no Rio de Janeiro, vai votar em um candidato a deputado federal do Rio de Janeiro, em um candidato a senador do Rio de Janeiro. Eu sou cidadã aqui, nascida, crescida e nunca saída do estado de São Paulo. Meu título é daqui. Eu sou eleitora em São Paulo. Então, eu vou me candidatar por São Paulo.

Então, só pode votar em mim, e nos colegas aqui, quem for eleitor em São Paulo. Porque assim eu percebi que muitas pessoas confundem esses conceitos, por ser federal. Mas o nosso sistema não permite. Achei importante dar essa explicação.

É óbvio que quem for eleito deputado federal, no final, trabalha pelo país; quem for eleito senador, no final, trabalha pelo país, porque os projetos que viram leis vão impactar o país, mas, para fins de voto, não existe essa possibilidade.

Nas eleições municipais - vereador, prefeito - só quem é daquela cidade vota; nas eleições estaduais - governador, deputado estadual - só quem é daquele estado, mas também vai votar no deputado federal que representa o povo daquele estado e no senador que representa aquele estado.

A gente fica com dificuldade, às vezes, de enxergar, mas o único cargo eletivo em que se recebe voto do país inteiro é o presidente da República. Interessante como muitas vezes não temos clareza disso.

Apenas o presidente da República é votado por cidadãos de todos os estados da federação, ou seja, por brasileiros do país inteiro. Os outros cargos são eleitos de maneira segmentada.

Para muitos, essa explicação é básica, mas eu senti a necessidade de trazer essa informação, para que as pessoas compreendam essa dinâmica. Eu acredito de verdade que, quanto mais informação o eleitor tem, melhor ele escolhe, melhor ele se prepara para decidir o futuro da nação.

É isso, Sr. Presidente. Muito obrigada. Eu acredito que outros colegas falarão, mas eu já aproveito para desejar um bom final de semana a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputada Janaina Paschoal. Encerrado o Pequeno Expediente, abro agora o nosso Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Dando sequência à lista de oradores inscritos...

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Pela ordem, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de utilizar a tribuna pelo Art. 82 do Regimento Interno.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - É regimental o seu pedido.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, olha, o deputado Altair levantou aqui a questão, fez uma homenagem aos nordestinos.

Eu queria dizer, deputado Altair, que quero parabenizar também todos os nordestinos, na figura, na pessoa de um dos maiores educadores do mundo, Paulo Freire, pernambucano. Estamos comemorando, inclusive, por coincidência, o centenário de Paulo Freire.

Então, rendo minhas homenagens ao povo nordestino através desse grande pernambucano que faria 100 anos agora em setembro. Viva Paulo Freire. Paulo Freire vive.

Quero, Sr. Presidente, dizer que estou perplexo, porque o governo Bolsonaro, não contente em ter vetado a internet gratuita para as escolas públicas, para os alunos e professores das escolas públicas... O projeto foi aprovado no Congresso e o governo Bolsonaro vetou, Sr. Presidente.

Olhe que absurdo, que crueldade, como isso demonstra que o governo Bolsonaro é um governo antipovo, antipobre, antieducação. Não contente com isso, ontem ele vetou também a distribuição de absorventes para alunas das escolas públicas, alunas pobres que não têm condições de comprar os absorventes, das escolas públicas brasileiras, e também para mulheres em situação de vulnerabilidade.

Ele vetou ontem, Sr. Presidente, quando sancionou um projeto de lei. Ele vetou dois artigos, se não me engano, vetando essa possibilidade. Olha só o absurdo. Então, ele declara guerra contra a educação, impedindo que os alunos tenham acesso à internet, e isso em plena pandemia, quando os alunos mais precisam do ensino remoto.

Depois, veta o acesso das nossas alunas das escolas públicas e das mulheres em situação de vulnerabilidade ao absorvente feminino e agora, Sr. Presidente, ele retirou mais de 87% das verbas da Ciência e Tecnologia. Olhe só.

É um governo contra a Educação, contra as mulheres, contra a Cultura e também contra a Ciência e a Tecnologia. O governo reduziu 87% do orçamento, Sr. Presidente, da Ciência e Tecnologia.

E isso tem um impacto tenebroso na produção, por exemplo, de remédios para câncer. Os remédios que são produzidos pelo Ipem, que é o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares.

Esse corte vai comprometer a produção desses remédios. Esse corte de 87% no orçamento da Ciência e Tecnologia vai comprometer a produção científica e a inovação do Brasil. Esse é o governo Bolsonaro, é o governo da destruição nacional, Sr. Presidente. É um absurdo o que está acontecendo em nosso País.

Queria aqui manifestar o nosso total repúdio a esse tipo de ataque ao povo brasileiro. Quando a população mais precisa do estado, do orçamento público, principalmente a população mais necessitada, a população pobre que está desempregada, passando fome, comendo osso.

Sem contar que amanhã haverá, já foi anunciado, Sr. Presidente, o aumento da gasolina e do gás. Amanhã nós teremos o aumento de 7% do gás e da gasolina. A imprensa toda já está anunciando, o governo já disse que amanhã haverá esse aumento.

O povo brasileiro está sendo massacrado pela carestia, pelo desemprego, pela fome, pela falta de esperança, Sr. Presidente. E o governo atacando os mais vulneráveis, impedindo que as meninas, que as mulheres, tenham acesso a absorventes.

Não há nível de crueldade tão profundo como esse, Sr. Presidente. Nunca vi na história do Brasil um presidente tão cruel e desumano com as populações mais carentes. Então fica aqui o nosso total protesto. Logicamente que nós, a nossa bancada em Brasília está mobilizada para fazer os enfrentamentos e derrubar os vetos, Sr. Presidente, sobretudo da distribuição dos absorventes. Essa é a nossa grande luta hoje, a derrubada imediata do veto.

Gostaria, Sr. Presidente, de usar também o Art. 82, agora pela vice-liderança da Minoria, só para concluir aqui uma outra intervenção.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - É regimental o seu pedido. Pode continuar fazendo uso da palavra.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Muito obrigado, deputado Ricardo Mellão. Sr. Presidente, eu quero aqui fazer um apelo a todos os deputados e deputadas para que, na semana que vem, no próximo dia 13, véspera, praticamente, do Dia do Professor, que vai ser dia 15 - e mais à frente nós teremos o dia 28, o Dia do Funcionário Público Estadual - para que os deputados e deputadas da base do governo votem contrariamente ao PLC nº 26.

Esse projeto do Doria, na prática, significa uma declaração de guerra e de horror às professoras, aos professores, às enfermeiras, aos médicos, aos policiais civis e militares, aos servidores do sistema prisional, enfim, a todos os trabalhadores dos serviços públicos.

O governo Doria declarou guerra aos servidores do estado de São Paulo. Ao bombeiro, ao professor, ao médico, à enfermeira, ao policial. Agora, a Assembleia Legislativa não pode se associar a isso, a esse ataque.

Se a Assembleia Legislativa votar no PLC, cada deputado, Sr. Presidente Mellão, que votar a favor do PLC, estará, também, declarando guerra ao policial, à professora, ao agente de organização escolar das nossas escolas, ao escrevente do Tribunal de Justiça, ao oficial administrativo do Ministério Público, à enfermeira que atende a população nos hospitais, aos médicos, às médicas. É disso que se trata o PLC 26.

Então, a Assembleia Legislativa não pode ser cúmplice. Depois, como que os deputados e deputadas vão parabenizar, no dia 15, os professores? Tenho certeza de que muitos vão subir aqui na tribuna para falar da importância do professor: “parabenizo todos os professores”.

Mas seria uma grande hipocrisia, porque no dia 13 ele vota contra o professor e no dia 15 ele sobe na tribuna ou vai às suas redes sociais elogiar os professores. Ou no dia 28 de outubro, dia do servidor público estadual, também. No dia 13, o deputado ou deputada da base do Governo vota contra os servidores, declara guerra ao servidor público; no dia 28, vai fazer homenagens ao servidor público.

Quem faz isso, quem se mantém com essa postura cínica e hipócrita é o Doria. Ele massacra, ele ataca, ele retira os direitos e ataca a dignidade dos servidores, mas ele é o bolsodoria, é o João Pinóquio Doria.

Ele vai fazer as homenagens, porque ele não tem compromisso nenhum com a verdade, com a ética, muito menos com os direitos dos servidores, e muito menos com a prestação de serviços públicos, Sr. Presidente.

Então, eu faço aqui um apelo para os deputados que têm algum compromisso, de fato, com os servidores e com as áreas essenciais do nosso Estado, para que votem contrariamente ao PLC 26 na próxima semana. O projeto deve voltar à votação no dia 13; foi o que ficou estabelecido.

É um projeto, Sr. Presidente, que altera mais de 23 leis estaduais. Olha que absurdo: um projeto que não teve debate, não passou pelas comissões permanentes da Assembleia Legislativa, veio em regime de urgência, não teve audiência pública, não teve nada. É o rolo compressor do governo, atropelando e querendo passar a qualquer custo esse projeto.

Mas repito: os parlamentares que votarem a favor do PLC 26 estarão também se associando à guerra, declarada pelo Doria, contra os profissionais da Educação, professores, agentes de organização escolar, gestores, diretoras, supervisoras de ensino; declarando guerra aos policiais civis e militares, aos agentes penitenciários, aos escreventes, oficiais de Justiça, a todos os servidores do estado de São Paulo, aos servidores da Saúde.

Sr. Presidente, todos serão atacados, porque o projeto ataca o abono de permanência, acaba com a pecúnia da licença-prêmio, acaba com a falta abonada e diminui as faltas injustificadas, para facilitar as demissões. Na prática, vai acabar também com os reajustes salariais, com as reposições inflacionárias, porque vai estabelecer a farsa das bonificações, prejudicando ainda mais os aposentados e pensionistas, Sr. Presidente. É um projeto criminoso esse.

Então, fica aqui o nosso apelo. E para concluir, Sr. Presidente, fica aqui também o nosso apelo para que a Assembleia Legislativa faça justiça com os aposentados e pensionistas, votando, em caráter de extrema urgência, o nosso PDL 22, para revogar o criminoso confisco feito pelo governo Doria, que está literalmente matando os nossos aposentados e pensionistas, que, repito, estão com dificuldade de sobrevivência por conta desses descontos.

Não conseguem mais, Sr. Presidente, sobreviver, fazer o tratamento médico, comprar o remédio, sustentar as famílias, comprar o alimento. Sr. Presidente, eu estou recebendo notícias, já, de pessoas à beira do suicídio por conta desse desconto. É grave a situação, e a Assembleia Legislativa tem que reverter essa situação, porque ela também foi cúmplice quando aprovou a reforma da Previdência.

E repito, só para concluir, Sr. Presidente: o PLC 26, que será aprovado, vai representar também um golpe dentro do golpe contra os aposentados e pensionistas. Porque quando o PLC institui a farsa da bonificação, que não será incorporada ao salário-base e automaticamente não vai para a aposentadoria, acaba a paridade.

E os aposentados e pensionistas sofrerão duplamente: com o confisco do Decreto no 65.021, que nós estamos lutando para revogar através do PDL 22, mas serão vítimas também do fim da paridade, do fim das incorporações.

É o fim, Sr. Presidente. Então, nós temos uma missão importante: na semana que vem, a Assembleia Legislativa não pode se associar à guerra declarada, do Doria, contra os servidores e as servidoras.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - RICARDO MELLÃO - NOVO - Muito obrigado, deputado Carlos Giannazi. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, a Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de quarta-feira, dia 13 de outubro, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quinta-feira.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 46 minutos.

 

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