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5 DE NOVEMBRO DE 2019

58ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidência: CAUÊ MACRIS

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Abre a sessão. Coloca em votação requerimento, do deputado Carlão Pignatari, de método de votação do PL 899/19.

 

2 - EMIDIO LULA DE SOUZA

Encaminha a votação do requerimento de método de votação do PL 899/19, em nome do PT.

 

3 - CARLOS GIANNAZI

Encaminha a votação do requerimento de método de votação do PL 899/19, em nome do PSOL.

 

4 - PROFESSORA BEBEL LULA

Encaminha a votação do requerimento de método de votação do PL 899/19, em nome da Minoria.

 

5 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do requerimento de método de votação do PL 899/19, em nome do PTB.

 

6 - TEONILIO BARBA LULA

Requer que a votação do requerimento de método do PL 899/19 seja feita pelo processo nominal.

 

7 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Indefere o pedido, por estar o processo de votação já em curso. Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de método de votação do PL 899/19.

 

8 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita uma verificação de votação.

 

9 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja realizada a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

10 - GIL DINIZ

Declara obstrução do PSL ao processo de votação.

 

11 - ADRIANA BORGO

Declara obstrução do PROS ao processo de votação.

 

12 - SARGENTO NERI

Declara obstrução do Avante ao processo de votação.

 

13 - HENI OZI CUKIER

Declara obstrução do Novo ao processo de votação.

 

14 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução do PT ao processo de votação.

 

15 - SEBASTIÃO SANTOS

Declara obstrução do Republicanos ao processo de votação.

 

16 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução do PSOL ao processo de votação.

 

17 - VINÍCIUS CAMARINHA

Declara obstrução do PSB ao processo de votação.

 

18 - LECI BRANDÃO

Declara obstrução do PCdoB ao processo de votação.

 

19 - MARTA COSTA

Declara obstrução do PSD ao processo de votação.

 

20 - MARCIO DA FARMÁCIA

Declara obstrução do Podemos ao processo de votação.

 

21 - DELEGADO OLIM

Declara obstrução do PP ao processo de votação.

 

22 - ANDRÉ DO PRADO

Declara obstrução do PL ao processo de votação.

 

23 - ROBERTO MORAIS

Declara obstrução do Cidadania ao processo de votação.

 

24 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a deliberação anterior. Coloca em votação o PL 899/19, salvo emendas e substitutivo.

 

25 - TEONILIO BARBA LULA

Encaminha a votação do PL 899/19, salvo emendas e substitutivo, em nome do PT.

 

26 - PAULO LULA FIORILO

Encaminha a votação do PL 899/19, salvo emendas e substitutivo, em nome da Minoria.

 

27 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara aprovado o PL 899/19, salvo emendas e substitutivo.

 

28 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita uma verificação de votação.

 

29 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

30 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução do PSOL ao processo de votação.

 

31 - MARINA HELOU

Declara obstrução da Rede ao processo de votação.

 

32 - SARGENTO NERI

Declara obstrução do Avante ao processo de votação.

 

33 - ALEXANDRE PEREIRA

Declara obstrução do Solidariedade ao processo de votação.

 

34 - ADRIANA BORGO

Declara obstrução do PROS ao processo de votação.

 

35 - CORONEL TELHADA

Declara obstrução do PP ao processo de votação.

 

36 - GIL DINIZ

Declara obstrução do PSL ao processo de votação.

 

37 - LECI BRANDÃO

Declara obstrução do PCdoB ao processo de votação.

 

38 - ED THOMAS

Declara obstrução do PSB ao processo de votação.

 

39 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução do PT ao processo de votação.

 

40 - THIAGO AURICCHIO

Declara obstrução do PL ao processo de votação.

 

41 - HENI OZI CUKIER

Declara obstrução do Novo ao processo de votação.

 

42 - REINALDO ALGUZ

Declara obstrução do PV ao processo de votação.

 

43 - BRUNO GANEM

Declara obstrução do Podemos ao processo de votação.

 

44 - ALEX DE MADUREIRA

Declara obstrução do PSD ao processo de votação.

 

45 - MARCIO NAKASHIMA

Declara obstrução do PDT ao processo de votação.

 

46 - SEBASTIÃO SANTOS

Declara obstrução do Republicanos ao processo de votação.

 

47 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações.

 

48 - CAMPOS MACHADO

Para questão de ordem, indaga a respeito da postura do deputado Carlão Pignatari durante o processo de votação, que considera imprópria.

 

49 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Responde ao deputado Campos Machado. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a aprovação do PL 899/19, salvo emendas e substitutivo. Coloca em votação as emendas, englobadamente.

 

50 - GIL DINIZ

Encaminha a votação das emendas ao PL 899/19, em nome do PSL.

 

51 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação das emendas ao PL 899/19, em nome do PTB.

 

52 - SARGENTO NERI

Encaminha a votação das emendas ao PL 899/19, em nome do Avante.

 

53 - ENIO LULA TATTO

Encaminha a votação das emendas ao PL 899/19, em nome do PT.

 

54 - CORONEL TELHADA

Encaminha a votação das emendas ao PL 899/19, em nome do PP.

 

55 - TEONILIO BARBA LULA

Encaminha a votação das emendas ao PL 899/19, em nome da Minoria.

 

56 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Comenta o pronunciamento do deputado Teonilio Barba Lula.

 

57 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Encaminha a votação das emendas ao PL 899/19, em nome do PSOL.

 

58 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara rejeitadas as emendas ao PL 899/19, englobadamente.

 

59 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita uma verificação de votação.

 

60 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico. Convoca uma segunda sessão extraordinária.

 

61 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução do PSOL ao processo de votação.

 

62 - PAULO LULA FIORILO

Declara obstrução do PT ao processo de votação.

 

63 - ED THOMAS

Declara obstrução do PSB ao processo de votação.

 

64 - MARCIO NAKASHIMA

Declara obstrução do PDT ao processo de votação.

 

65 - SEBASTIÃO SANTOS

Declara obstrução do Republicanos ao processo de votação.

 

66 - DELEGADO OLIM

Declara obstrução do PP ao processo de votação.

 

67 - THIAGO AURICCHIO

Declara obstrução do PL ao processo de votação.

 

68 - GIL DINIZ

Declara obstrução do PSL ao processo de votação.

 

69 - BRUNO GANEM

Declara obstrução do Podemos ao processo de votação.

 

70 - FERNANDO CURY

Declara obstrução do Cidadania ao processo de votação.

 

71 - ALEX DE MADUREIRA

Declara obstrução do PSD ao processo de votação.

 

72 - SARGENTO NERI

Declara obstrução do Avante ao processo de votação.

 

73 - HENI OZI CUKIER

Declara obstrução do Novo ao processo de votação.

 

74 - JORGE CARUSO

Declara obstrução do MDB ao processo de votação.

 

75 - MARCIO DA FARMÁCIA

Declara obstrução do Podemos ao processo de votação.

 

76 - ADRIANA BORGO

Declara obstrução do PROS ao processo de votação.

 

77 - MARINA HELOU

Declara obstrução da Rede ao processo de votação.

 

78 - ROQUE BARBIERE

Declara obstrução do PTB ao processo de votação.

 

79 - LECI BRANDÃO

Declara obstrução do PCdoB ao processo de votação.

 

80 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Desconvoca a segunda sessão extraordinária. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que não atinge quórum regimental, ficando adiada a votação das emendas ao PL 899/19. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

                                                          

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

                                                          

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Votação do Projeto de lei nº 899, de 2019. Há sobre a Mesa um requerimento de método de votação. Em votação o  requerimento de método de votação.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para indicar o deputado Emidio, para falar em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público aqui presente, também os que nos assistem pela TV Assembleia. Eu quero pôr primeiro, deixe-me colocar o meu “não” ao projeto, já de cara aqui.

Eu já observei os oradores que me antecederam. Ouvi atentamente as palavras da deputada Bebel, que tem feito um trabalho brilhante em defesa dos servidores, especialmente da Educação.

Mas quero considerar apenas que, mais uma vez, o governo Doria investe contra os que menos podem. Mais uma vez, ele busca reforçar o caixa do estado metendo a mão no bolso do trabalhador e da trabalhadora. Mais uma vez. E essa é uma história que se repete a cada ano, a cada governo que o PSDB bota neste estado desde 1994, desde aquele período.

Portanto, já se vão quase 30 anos, 25 anos. Desde esse período, o PSDB tem uma política de retirar direitos. É uma política de reduzir o tamanho do estado.

Se uma pessoa reparar, reduzir o tamanho do estado é exatamente o que eles propagandeiam para poder dizer que o estado, para progredir, precisa de um estado menor. Ora, um estado menor, quando ouço falar em estado menor, o que tenho em mente, o que me vem à cabeça é menos Educação, é menos Saúde, é menos Assistência Social, é menos valorização do servidor público, é menos Segurança Pública, é menos presença na vida de quem precisa. Estado não é para resolver o problema de quem tem dinheiro, de quem tem outras possibilidades, porque esses já têm a sua forma de sobrevivência.

O estado é para igualar as possibilidades das pessoas, para socorrer aquelas que mais precisam. O estado serve para equilibrar, no mínimo, o desenvolvimento. E aqui, por diversas vezes... Ouvi também o deputado Paulo Fiorilo lembrando disso. Quando o PSDB entrou no Governo do Estado, há 25 anos, São Paulo tinha Banespa, São Paulo tinha Eletropaulo, São Paulo tinha CPFL, São Paulo tinha as estradas em nome da Dersa, São Paulo tinha outras companhias. Nossa Caixa Nosso Banco, a chamada caixa econômica estadual.

Uma a uma, o PSDB foi desmontando. E a desculpa era sempre a mesma: “Nós temos que diminuir o estado para fazer investimentos nas áreas de Educação e Saúde”. Vinte e cinco anos depois, qual é a situação da Saúde e da Educação no estado de São Paulo? A que levou esse tal de estado mínimo que o PSDB tanto propaga?

Bom, depois de perder todos esses bancos, perder a Ceagesp, a Rede Ferroviária Federal, depois de a CPTM ser transformada, linhas serem concedidas, todas as grandes estradas de São Paulo serem passadas para a iniciativa privada, hoje, o que vemos - deputada Beth Sahão, que falava isso também - é um estado pequeno e ainda o que ele tem, o que lhe resta de estado, o João Doria quer acabar.

Parece que ele não descobriu que não foi eleito para ser mercador. Ele foi eleito para ser governador de São Paulo. Tudo o que ele fala é de vender. Só nesses dez meses de governo, ele já botou a Dersa para baixo, botou a Imprensa Oficial para baixo, botou a Emplasa para baixo. Tudo o que ele podia fazer. Foi ao Zoológico, passou pelo Ginásio do Ibirapuera. Nada fica em pé.

Ele é o governador do mercado, é o governador da banca, o governador dos rentistas. Não é o governador de que São Paulo precisa para cuidar da vida de 43 milhões de paulistas. Aqui não há uma medida sequer que vise ao interesse público. Aqui, visa-se ao interesse do caixa do governo de São Paulo. Sempre foi assim.

Até quando vão fazer uma concessão de rodovia, ao invés de dar a concessão para aquele que cobra o menor pedágio, ele prefere dar a concessão para aquele que dá o maior aporte de recurso para o Tesouro do estado.

Bom, o novo projeto de lei, nº 899, é mais um ataque no mesmo sentido, no mesmo diapasão em que ele vem trabalhando. É fazer caixa com o direito que é assegurado ao trabalhador. Fico me perguntando: se ele quisesse ter preocupação com o caixa do estado, ao invés de retirar... Deputado Campos Machado, V. Exa. que é um mestre desta Casa, ao invés de retirar direito de quem tem direito assegurado pela Constituição brasileira, ele poderia rever um bocado, uma parte das desonerações fiscais. Só no ano passado, ele tirou mais de 20 bilhões de reais dos cofres do estado, empresas que a cada hora chegam aqui para diminuir o imposto que se paga, o ICMS de um setor econômico.

Agora o novo setor é a aviação. O último projeto que foi aprovado por esta Casa, encaminhado pelo João Doria, é para diminuir o ICMS sobre o querosene da aviação, ou seja, para beneficiar quem? Qual a negociação? Quanto a menos foi cobrado das tarifas de transporte aéreo no estado de São Paulo? Sabe quanto? Absolutamente nada. É por isso que nós, do PT, somos absolutamente contra esse projeto.

Eu falo na condição de quem vai votar “não” a esse projeto examinando do ponto de vista legislativo, mas quero dizer também, deputado Ataide Teruel, que eu falo como quem foi chefe do Executivo de uma das maiores cidades de São Paulo, que é a cidade de Osasco. Eu sei que o dinheiro público, a cada momento...

Eu fui prefeito duas vezes de Osasco, e eu sei que o dinheiro público... A cada momento, você tem que tomar uma decisão, e a sua decisão pode fazer justiça social ou pode aprofundar o fosso que existe entre os mais pobres e os mais ricos, do IPTU que você coloca, do imposto que você coloca, a uma política pública que você cria.

Nessa questão, se tem uma coisa em que eu não acredito nesta vida, na vida política, é governo que começa dizendo que tem que diminuir a máquina. Toda vez que ele faz isso, os de cima aplaudem, e os de baixo sofrem, porque não há medida para ser tomada. Ele não toma medida para prejudicar os interesses das concessionárias de rodovias no estado, ele toma medidas para prejudicar o funcionalismo do estado de São Paulo.

De novo, esta semana, ele faz toda uma pompa para comunicar, para anunciar com pompa e circunstância um reajuste de 5% para a Polícia Civil do Estado de São Paulo, para uma polícia que há anos não sabe o que é reajuste, uma polícia que viu o seu Doria fazer campanha anunciando que melhoraria a condição de vida desses policiais. É de dar dó, é de dar dó.

Deputado Campos Machado, é de dar pena a situação de penúria da Polícia Civil. Da Polícia Militar também, mas a Polícia Civil fica aguardando que algo aconteça em benefício dela. A coisa que eu mais ouvi nos últimos dias, deputado Campos, foi de policiais civis que estavam acreditando na promessa do Doria de melhorar a condição salarial e que, decepcionados com essa condição, começam a pedir aposentadoria do serviço público da Polícia Civil, onde já faltam mais de 15 mil homens para atuar, homens e mulheres, evidentemente. Mais de 15 mil agentes faltam, e agora vai amargar com mais falta por conta da irresponsabilidade.

Isso é a distância que tem entre um discurso visando buscar voto, como ele faz, entre o marketing absoluto que o João Doria representa e a realidade concreta de milhões e milhões de paulistas, especialmente de 600 mil servidores do estado de São Paulo. É a distância entre quem busca o interesse pessoal, ou busca valorizar o seu próprio projeto, a sua ideia megalomaníaca de sempre querer subir um degrau na vida à custa do interesse dos outros...

Hoje, novamente, o seu discurso era no sentido de que, se ele fosse presidente, já tinha privatizado a Petrobras, a Eletrobras e tinha privatizado o Banco do Brasil. É evidente! O que ele saber fazer mais além de vender patrimônio público? Provavelmente comprar patrimônio público.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Emidio.

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - É a única coisa que ele sabe fazer, que o Sr. João Doria apresentou até este momento. Com estas palavras, Sr. Presidente, eu quero dizer que nós, da bancada do PT, vamos colocar, com toda a convicção do mundo, o nosso voto contra esse projeto, que é mais um ataque aos servidores públicos do estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para encaminhar pela liderança do PSOL.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - Para uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Mecca, vou pedir de V. Exa. a gentileza, como estamos no processo de votação, para que a gente possa fazer o processo de encaminhamento e, depois do processo de votação, eu dou todas as comunicações solicitadas.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - Tá ok.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectadores da TV Assembleia, quero saudar a todos os servidores que estão aqui hoje, na Assembleia Legislativa, ocupando a Alesp, denunciando mais um golpe do governo Doria, um golpe contra os servidores.

Agora é o golpe dos precatórios. Mais uma vez o governo comete um novo ataque aos nossos servidores públicos do estado de São Paulo, aos aposentados e pensionistas, tentando aprovar esse famigerado PL 899, que representa, na verdade, o calote dos precatórios. É um verdadeiro calote o que nós estamos assistindo hoje.

Eu faço um apelo aos deputados e deputadas para que votem contra esse projeto, como nós da bancada do PSOL, que estamos em obstrução sistemática contra esse projeto. E são vários os ataques.

Estamos até atordoados porque, hoje, o Bolsonaro levou um pacote de maldades, protocolou um pacote de maldades no Congresso Nacional. O Doria anunciou que vai protocolar, aqui, a reforma da Previdência na sexta-feira, aumentando, confiscando os salários dos servidores. Haverá confisco salarial de todos os servidores do estado de São Paulo, porque ele vai aumentar o desconto da contribuição previdenciária no holerite, de 11 para 14%, como fez na prefeitura de São Paulo.

Quando era prefeito apresentou o SampaPrev e lá ele foi mais rigoroso e mais perverso, porque o aumento ia de 14 a 19%, o SampaPrev era isso, mas nós derrotamos esse projeto. Pelo menos esse percentual de até 19% através de uma ampla mobilização dos servidores municipais. Na prefeitura ficou 14%, aqui ele vai confiscar os salários dos servidores sem ao menos ter dado e cumprido a data base salarial. Não veio nada em março. Algum servidor teve reajuste, teve reposição das perdas inflacionárias de março? Ninguém. Nenhuma categoria profissional.

Só agora que o governador apresentou um índice totalmente absurdo e ridículo de 5% para os servidores da Segurança Pública, que estão indignados. Ontem houve uma grande manifestação aqui em São Paulo, no centro da cidade, com servidores da Polícia Civil, da Polícia Militar, do sistema prisional, repudiando e criticando esse reajuste, essa farsa do reajuste.

E agora, com a proposta da reforma da Previdência do Doria, na verdade, o servidor da Segurança Pública, Major Mecca, não vai receber nem 5%, porque vai ter que descontar 3% da reforma da Previdência, então seriam 2% no salário-base. Não vai ser nada. Piorou ainda a situação.

Então, a reforma da Previdência, que será protocolada na sexta-feira, como o governador anunciou, será um confisco salarial e nós vamos fazer um grande movimento contra a aprovação desse projeto.

Ao mesmo tempo, hoje, foi protocolado um pacote de maldades no Congresso Nacional que, praticamente, reduz o investimento em Saúde, em Educação. Um dos projetos apresentados autoriza os governadores e os prefeitos a reduzirem a jornada de trabalho dos servidores, com redução salarial. Um verdadeiro absurdo. Proíbe concursos públicos em municípios, estados e até mesmo na União. Um ataque frontal aos servidores e à prestação de serviços públicos para a população.

Então, nós estamos atordoados, porque são vários ataques, porém estamos mobilizados contra todas essas medidas chamadas de ajuste fiscal, essas medidas neoliberais que já estão sendo contestadas no mundo todo, na América Latina, no Chile, na Bolívia, no Equador, na Argentina principalmente, no Uruguai.

Toda a América Latina já está enterrando essa política de ajuste fiscal que está aumentando a desigualdade social e levando o povo à miséria, à fome, ao abandono e à sarjeta. Aqui, na contramão do que vem acontecendo no mundo e na América Latina, o governo Bolsonaro - e aqui em São Paulo o governo Doria - implantam essas políticas neoliberais de destruição do estado, mas, sobretudo, de destruição dos direitos previdenciários, sociais e trabalhistas.

E o projeto que estamos ainda debatendo, o 899, é um projeto que vem nessa linha, nesse diapasão também, de retirada de direitos, de atacar mais ainda os servidores. E toda essa política de ajuste fiscal, essa política neoliberal, tem um sentido único: transferir recursos do Orçamento público e dos servidores para o sistema financeiro, para os bancos nacionais e internacionais, para os especuladores e para os rentistas da dívida pública.

É disso que se trata esse ajuste fiscal, essa política neoliberal, que vai levar o Brasil a um inferno social. Se o Brasil já é campeão em desigualdade social, essas políticas neoliberais vão aprofundar ainda mais a crise social, econômica e política no Brasil. Por tudo isso é que estamos nos posicionando contrariamente a esse calote dos precatórios, que já vem de muito longe.

Na verdade, a própria existência do precatório já é uma aberração jurídica, já é um calote, já é um golpe. Agora, reduzir de 30 mil reais para 11 mil reais? Isso é um absurdo total. Isso vai penalizar os mais fracos, os mais necessitados: os aposentados, o pessoal da terceira idade, os pensionistas, os deficientes físicos. Essas pessoas serão as mais prejudicadas com a aprovação do PL 899. Por isso faço um apelo aos deputados da base do governo, para que se coloquem contra a aprovação dessa aberração jurídica.

Esse projeto é inconstitucional. Ele afronta o Art. 100 da Constituição Federal. Já fizemos exaustivos debates, apresentamos argumentações jurídicas contra esse projeto, mostrando que ele é ilegal. Ele afronta a lei. O precatório é um direito dos trabalhadores, da população e, sobretudo, no caso dos servidores. Mas podemos ainda reverter essa situação votando contra.

Sei que muitos deputados que não são de oposição, declaradamente de oposição, já estão se colocando contra o projeto. Já há uma certa dissidência de uma parte da Assembleia Legislativa. Mas é importante que os deputados, sobretudo os deputados da base do governo, que sobem aqui na tribuna para defender - pelo menos, aqui no microfone - os servidores públicos, agora chegou a hora da verdade.

O deputado que realmente defende o professor, que defende os servidores da Segurança Pública, do sistema prisional, da Fundação Casa, da Saúde, da Cultura, esses servidores, se eles votarem a favor desse famigerado projeto, eles estarão entrando numa verdadeira contradição. Então, quem defende o servidor público, quem defende os serviços públicos do Estado de São Paulo, tem a obrigação ética e moral de votar contra o PL 899, que também representa mais um confisco.

Como falei, vamos ter confisco salarial com a reforma da Previdência. É engraçado que nem houve ainda a promulgação da Reforma da Previdência, aprovada no Senado em segunda votação, e o Doria, para mostrar serviço e para dizer que ele é fiel ao mercado financeiro, ele já se antecipa e vai apresentar um projeto antes mesmo da reforma federal. Um verdadeiro absurdo.

Como tentou fazer com o SamPaprev, que era um projeto horroroso, que foi derrotado. Pelo menos uma parte do projeto foi derrotada, embora a prefeitura cobre também 14%. Ela fez, com o Bruno Covas, o confisco salarial.

E é isso que o Doria tenta fazer aqui no estado de São Paulo. Por isso que é importante a mobilização de todos os servidores do estado de São Paulo, todas as entidades, mas faço um apelo: deputado que defende servidor público tem que votar contra o 899.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Para encaminhar pela liderança da Minoria, a deputada Bebel.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra a deputada Bebel, para encaminhar em nome da liderança da Minoria.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bem, vou dispensar um pouco os cumprimentos internos, embora me dirija aos deputados e deputadas que chegaram depois. Eu já fiz uma primeira fala frente ao PL 899 e à posição contrária a esse projeto.

Antes, porém - como eu não tive oportunidade, tive dois minutos no microfone, para uma breve comunicação -, eu quero dizer claramente o que aconteceu na CPI, porque eu não aceito que as coisas sejam distorcidas e colocadas da forma como são. Eu não teria problema em votar no relatório da deputada Valeria Bolsonaro; disse isso várias vezes. Não temos convergência; isso ficou claro. Mesmo com a alteração do voto e encaminhamento, não dá link ter uma posição no relatório e o voto ser diferente.

Mas respeito. Isso foi tratado entre nós, com o devido respeito na forma de fazer esse debate interno na CPI. Por isso que não entendi muito o papel do presidente. O papel do presidente não é vir aqui colocar em dúvida ninguém. Se eu tinha um voto diferente do da deputada, é porque eu sou contrária ao dela. Primeiro, começa por aí.

Mas não bastasse, eu assinei nos autos do voto dela que eu votei contrário. Aliás, nós fazemos isso: quem é contrário vai lá e assina. Está assinado o meu e o da deputada Leci Brandão. O que não é crise para nós. Agora, o que não pode é criar dúvida nas posições das pessoas. Isso eu não admito em hipótese alguma. Se eu tivesse que votar favorável ao voto da deputada ou ao relatório, votaria - e daí? Como cheguei a votar em projeto de lei da senhora aqui. Não tenho problema, deputada. Agora, o que não aceito é fazer jogo.

E aí tem aquele tipo de coisa que eu quero lamentar. O deputado Wellington Moura pode ter habilidades, e às vezes erra na mão. E, ao errar na mão, comete equívocos. Para mim, ele cometeu um equívoco ao vir falar uma inverdade aqui nessa tribuna. Simples assim. Então, sei que minha base me respeita; está aqui presente, confia perfeitamente em mim. A bancada do PT também. Então, tenho total tranquilidade. E, qualquer dúvida, vá aos autos do processo e veja: está lá. É simples assim. Não é o que alguém vem falar aqui.

Segundo ponto que eu quero colocar, antes de entrar de novo no PL 899. Eu quero colocar, com muita tranquilidade... Aliás, essa sempre foi a minha postura na tribuna. Eu nunca me dirigi a deputado para colocar dúvidas na integridade pessoal e moral do deputado. O meu papel não é de polícia. Meu papel não é de investigador. O meu papel aqui nesta Casa é fiscalizar e representar os melhores projetos para a sociedade segundo a qual eu fui eleita.

Eu não fui eleita para vir aqui e fazer bandalheira com a vida de deputado e nem de deputadas. Tem Ministério Público para isso. Não sou eu que tenho que ter esse papel. Então, eu sou frontalmente contra essa metodologia de enfrentamento político. Política se enfrenta com política. Eu acho desta forma. É assim que eu acho que a gente tem que se postar como seres políticos que somos.

E, agora, para chegar no PL 899. Gente, eu já vim aqui, já expliquei que nós ganhamos na Justiça, que será uma injustiça, na Justiça, tirar dos servidores públicos essa conquista, que não é uma conquista de luta de classes; não é nada disso.

É uma conquista que o Poder Judiciário conferiu a nós, se não, servidores públicos, para que tivéssemos o direito de receber aqueles direitos que não foram cumpridos pelo nosso patrão, que é o Governo do estado de São Paulo.

É por isso que estão aqui professores, servidores da Saúde, enfim, servidores de toda ordem se fazem presentes neste plenário. Porque, veja bem, olha outra questão que eu não consigo entender: quanto mais pobre nós deixamos uma categoria, menos rotatividade – e, isso, eu estou, na verdade, dialogando com os setores que têm uma visão mais empresarial e economicista –, menos rotatividade nós teremos na economia.

Ora, se nós temos uma categoria pauperizada, ela não compra, ela não gasta, ela não, enfim, nós não vamos fazer crescer a economia do estado e nem, tampouco, outra forma de sobrevivência, mesmo, dessa categoria.

Eu quero dizer o seguinte: é verdade, o deputado Carlão Pignatari chegou a cobrar: “Bebel, mas vocês têm que propor”. Não é isso. O que eu disse para o senhor: deputado, não é minha a ação; é daquele servidor que foi até nós, foi ao sindicato, e falou: “Olha, eu vou entrar na Justiça”. Como é que eu posso, em nome dele, tirar de 33 e baixar para vinte e cinco?

Eu não posso outorgar algo desta forma. Eu não acho correto. A menos que cada um, de próprio punho, fizesse isso, tá certo? Então, eu quero dizer que não dá para aceitar: é “não” ao PL 899. É pedir para os nossos caros deputados e deputadas que votem contrário.

Eu acho que diferenças nós temos; mas, não pode ser uma diferença tão brutal que a gente coloque categorias inteirinhas do funcionalismo público, mais uma vez, na berlinda.

Não posso deixar de falar, também, da possibilidade, não; entrará nesta Casa para apreciação e votação a Previdência. E, o único olhar está na alíquota pular de 11 para 14 por cento.

Gente, como um professor no estado de São Paulo, no salário inicial ele ganha 2.550. Para ganhar um pouquinho melhor, 3.600, 3.700. Tirando mais três por cento dele, o que vai sobrar no holerite desse professor, dessa professora, ou dos servidores em geral?

Nós não podemos aceitar essa reforma da Previdência, porque o estado de São Paulo organizou a São Paulo Previdência. Nós estamos desde 2007 contribuindo com a nossa cota parte de 11%; o estado, não. Tanto que estava pegando dinheiro do Fundeb e pagando aposentados, por conta da insuficiência financeira, provocada até pelo descumprimento da própria lei. Porque, o que dizia a lei? A lei dizia que o servidor entra com 11% e, no caso, o governo 22%, duas vezes o que nós temos que contribuir.

Agora, não contribuiu. Vem, mete a mão no nosso bolso, de novo. Então, deputada Leci, é a pauperização da pauperização. Nós vamos ficar muito mais... Em vez de ter reajuste - entendeu? -, está tirando nosso bolso duas vezes, pelo PL 899 e, agora, pela reforma da Previdência.

Como a reforma da Previdência nós vamos apreciar, e eu tenho certeza que essa Casa vai lotar com vocês aqui presentes, para não permitir que isso aconteça, eu quero dizer que o nosso olhar hoje é para o 899. Pedir, mais uma vez, para os nossos deputados e deputadas para que votem contrários ao 899, por entender que é um direito, e direito, pela Justiça, não se cria injustiça.

Forte abraço. Muito obrigada, e aguardamos aí que os deputados votem favoráveis a nós.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o método.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para encaminhar em nome do PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra Vossa Excelência.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – Meu caro presidente, minha querida amiga, deputada Leci Brandão. Sabe, presidente, hoje não é uma simples votação, não. Hoje, meu caro amigo, deputado Gil Diniz, é a luta do bem contra o mal. É sim. Me atrevo a dizer que é o demo contra Cristo. Me atrevo a dizer.

Como é que é possível ter deputados aqui desta Casa que vão votar um projeto que vai prejudicar 600 mil servidores? Diz para mim, isso é bem ou isso é mal, deputada Leci Brandão? Isso é maldade. Tem outras maneiras de fazer maldade, mas não essa. Aqueles que vêm aqui, fazem referência a Cristo, ao nosso senhor. Será mesmo que eles são pessoas que amam a Deus?

Deputada Leci Brandão, veja se eu estou equivocado. Quem ama a Deus prejudica o pobre? Quem é adepto de Deus gosta de privilegiar os ricos em desfavor dos pobres? Essa questão a ser votada hoje, deputado Olim, o bem contra o mal. Será que o mal vai vencer?

Eu, de vez em quando, encontro aqui, deputada Beth Lula Sahão, pessoas falando em Deus, em Jesus, orando quando entram no plenário, orando quando saem do plenário. Será que eles não têm vergonha de sair do plenário e votar um projeto desses, contra os humildes?

Esse projeto é mais um conto do vigário, deputado Enio Tatto. Nós fizemos o quê? “Vamos baixar o ICMS das companhias aéreas, que os passageiros vão sentir o benefício no bolso”. Mentira. Aumentaram os preços das passagens, e nós é que votamos aqui.

Eu estava pensando, deputado Barba: um bilhão de reais, votamos aqui. Era para acertar a situação da Caoa. Aí vem: “Ford encerra produção no ABC e diz ainda negociar com a Caoa”. E vem outra notícia: “A Caoa, do empresário Carlos Alberto, ainda não conseguiu financiamento para efetivar a compra da fábrica da Ford”. Então, votamos adiantados? Demos, em confiança, o direito de ter um bilhão de reais e a Ford continua fechada. Cadê os empregos?

Deputado Barba, V. Exa. ajudou a compor a tal aglutinativa, mas, por enquanto, passado um mês e meio, nada foi feito ainda. A Ford fechou, a Ford demitiu funcionários e a Caoa não fez nada. Agora, estamos aqui.

Prestem atenção, Srs. Deputados: o momento é de reflexão. Não é um momento de conversas paralelas. Não é um momento das pessoas dissimuladas que existem aqui na Casa, dissimuladas, que sabem trair como ninguém... Aprenderam a conjugar o verbo “trair” com uma tranquilidade fantástica.

Eu indago: será que 600 mil funcionários vão ser traídos por esta Casa? Será que não vão sair daqui envergonhados? Quem vai gostar disso são os ricos, os poderosos. Mas vem alguém e diz: “Mas o governo quer”. Mas não se trata do governo aqui hoje. Não se trata de partido político, meus amigos. Não se trata de situação e oposição, nem de emenda, nem “desemenda”. Trata-se do quê? De não prejudicar 600 mil funcionários, pelo amor de Deus.

Como é que um deputado vai poder chegar à sua rua, à sua casa, aos seus amigos, e dizer que votou um projeto desses, que só prejudica quem não tem dinheiro? Só o pobre é prejudicado. “Ah, mas o governo mandou votar.” Eu ouvi direito? O governo mandou votar? Mas o governo manda na consciência das pessoas? É o governo que dirige a alma das pessoas?

Eu vou passar, de hoje em diante, a descobrir quais são os falsos arautos de Deus, aqueles que entram na igreja, oram, abaixam a cabeça, pedem bênçãos e depois vêm aqui e votam contra essa gente. Como é que vamos explicar, minha gente? “Ah, mas o governo quer.” Volto a dizer: o governo não pode comandar a alma das pessoas. O governo não tem o direito de comandar... Se eu estiver atrapalhando os senhores da Mesa, eu posso parar.

Meu amigo Gilmaci. Eu estava perguntando, deputado Gilmaci: V. Exa. é um homem de Deus. É justo votar contra 600 mil funcionários, todos humildes, pobres? E vamos privilegiar quem? Os ricos. Os ricos vão ficar mais ricos e os pobres mais pobres. Sair desta Casa hoje, de cabeça erguida para quem votar nesse projeto. Ai se eu tivesse uma guilhotina divina para cortar as cabeças de todos aqueles que, em vez de proteger o pobre, humilha o pobre e vota no rico. Pena que não tem essa guilhotina divina para fazer justiça.

Por isso, Srs. Deputados, temos um minutinho. Um minuto e meio para votar. E 20 anos para sofrer. Eu vou repetir, deputado, meu amigo Sargento Nery. Eu estava olhando o relógio, nós temos apenas 1 minuto e 14 para decidir o nosso voto. E temos dias, anos, para chorar.

Os homens de Deus desta Casa, que eu admiro muito, é que têm que comandar a votação da Casa. São os homens de Deus que têm que convencer os deputados que estão em dúvida.

Eu já disse, um dia desses aqui, citando um cancioneiro, deputado Estevam Galvão, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Eu já disse isso aqui. E essa é a nossa hora. (Manifestações nas galerias.)

É a hora desta Assembleia decidir que não é possível que ela penda para o lado.

Mas não é possível, hein? É difícil, deputado. É difícil. O meu raciocínio não é tão rápido quanto o do deputado Olim, da deputada Analice, do deputado Gilmaci. Eu tenho esse problema, sabe, presidente. Eu tenho esse problema que me aflige há anos. Eu não consegui falar com um barulhinho perto.

Já que tem silêncio e o meu tempo já está escoando, eu quero terminar dizendo, o pessoal do bem, o pessoal que tem a bandeira do bem, vai votar contra. O pessoal do mal, que tem a bandeira do sim, vai votar favoravelmente.

Por isso, deputado Roque Barbiere, está em jogo o bem ou o mal, o mal ou o bem. Com a palavra, os senhores deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu gostaria de pedir uma votação nominal, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Barba, nós já estamos em processo de votação. Neste momento não cabe o pedido de votação nominal, que deve ser elaborado antes do processo de votação.

Em votação o método de votação. Sras. Deputadas, Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para pedir uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Essa sim é regimental. A partir deste momento estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as senhoras deputadas e os senhores deputados possam tomar conhecimento da votação que se realizará, aqueles que não se encontram em plenário.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Transcorridos quatro minutos, neste momento estamos abrindo os terminais eletrônicos para que os parlamentares que queiram votar “sim”, “não”, ou registrar abstenção, peço que o façam nos terminais eletrônicos.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Para colocar o PSL em obstrução. 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em obstrução.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Para colocar o PROS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PROS está em obstrução.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para colocar o Avante em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Avante está em obstrução.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Para colocar o Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Novo está em obstrução.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para botar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Para colocar o Republicanos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Republicanos está em obstrução.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para colocar o PSOL em obstrução. 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSOL está em obstrução.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Para colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB está em obstrução.

Só lembrando a todos os deputados que nesse momento estamos votando o método de votação.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - O PCdoB em obstrução. 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PCdoB está em obstrução.

 

A SRA. MARTA COSTA - PSD - Para colocar o PSD em obstrução. 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSD está em obstrução.

 

O SR. MARCIO DA FARMÁCIA – PODE - Para colocar o Podemos em obstrução. 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Podemos está em obstrução.

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - Sr. Presidente, para colocar o Progressistas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Progressistas está em obstrução.

 

O SR. ANDRÉ DO PRADO - PL - Sr. Presidente, colocar o PL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PL está em obstrução.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - CIDADANIA - Sr. Presidente, coloco o Cidadania em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Cidadania está em obstrução.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não havendo alterações de voto, está encerrado o processo de votação. Participaram do processo 48 Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sendo 43 votos “sim”, quatro abstenções e este presidente, que não vota, quórum suficiente para aprovar o método de votação.

Em votação o projeto salvo emendas e substitutivos.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – Para encaminhar em nome da bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Tem a palavra V. Exa.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu presenciei agora a habilidade do líder do Governo fazendo a maior pressão em cima da bancada da base aliada, pedindo para alguns deputados e deputadas se absterem ou votarem “não”.

Eu alertei aqui antes, hoje, já, numa fala. Até agora foi só o método de votação, nós não votamos o mérito. E, os deputados que forem contrários não podem votar, gente. Se vai lá, dá o voto de abstenção, ou se dá o voto contrário, está ajudando o Governo. Está ajudando o Governo a aprovar o projeto.

Se é a favor do projeto, então vai lá e vota “sim”. Diga a verdade para esse povo que está aqui. Não dá para ficar dizendo para esse povo que é “não” e ir lá no microfone de aparte votar “sim”, ou se abster, ou no painel.

 Isso aqui foi um termômetro, isso aqui foi um termômetro, era a medida. O governo está operando, é obrigação do líder do Governo fazer essa operação para tentar aprovar o projeto que é a luta relatada aqui, pelo deputado Campos Machado, do bem contra o mal.

Não pode. Deputados e deputadas que são contrários ao projeto, não votem. Nós só podemos votar contra esse projeto se nós tivermos 48 votos para votar contrário a esse projeto, se não, está votando a favor do governo.

Aí, depois, não adianta subir aqui e fazer discurso. Nós conversamos, nós derrotamos esse projeto na Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho com voto de minerva do deputado Marcio Nakashima, que presidiu aquela sessão.

Como ele era o presidente naquele momento, ele pôde votar duas vezes: um voto de empate e outro para desempatar. Ou votam deputados e deputadas que não ouviram, trata de reduzir direito de 620 mil trabalhadores e trabalhadoras, ou, mesmo que não for trabalhador, vamos imaginar uma pessoa que uma ambulância está socorrendo, deputado Enio.

Você, que acabou me dizendo isso, vou te usar, parafrasear o senhor: uma ambulância invadiu uma casa de uma pessoa na tentativa de socorrer alguém, mas extraviou, invadiu a casa de uma pessoa.

A pessoa faz uma ação contra o estado, até 30 mil reais, ela recebe essa ação; passou de 31, é precatório. Se baixar para 11, o que passar de 11 é precatório. E, depois, vocês vão dizer que defendem aqui o funcionalismo público.

Então, não tem problema. Se a pessoa quiser ajudar o governo, estiver a fim de votar a favor, não é, deputado Gil Diniz, suba aqui, vote a favor, não tem problema. Mas, não vote contra, dizendo que está sendo solidário a nós. Está dando quórum para o governo.

Eu já fiz a conta aqui. Nós temos algo em torno de 35 votos. Tem 85 deputados que assinaram a lista de presença. Em tese, o governo hoje tem 50 votos aqui. Mas, diga. Diga que vota a favor do governo. Derrube a sua máscara. Não fique mentindo aqui, dizendo “não”, para dar quórum para o governo. Porque está enganando vocês.

Esse é o debate. Deputado Campos Machado, você pautou aqui hoje, três vezes, o debate do bem contra o mal. E, você estava correto, que você foi visionário, você já estava sentindo o cheiro da movimentação das forças do Palácio dos Bandeirantes.

Gil Diniz, eu fiquei surpreso com o voto que eu vi agora há pouco, e o senhor ficou muito decepcionado. Eu vi, eu vi, o senhor ficou decepcionado. Quem é comandante não pode ser comandado. E, foi comandado. Está tudo bem, porque tem patente, isso é verdade, tem acima, mas aqui não. Aqui é uma Casa política. Aqui o debate é esse. Nossa bancada aqui, ninguém vai votar. Quando eles botarem 48 votos, nós vamos lá declarar o nosso voto contra, mas nós queremos ver se o governo tem 48 votos.

Agora é o mérito. Agora eu quero ver aqueles deputados que disseram que eram contra, se não votarem, esse governo não bota 48 votos. Agora, quem é a favor, não tem problema, gente. Nos derrote. Eu não tenho problema de perder. Vocês vão perder, mas nos derrotem sem mentir para nós. Nos derrotem sem mentir para nós. Não fiquem aqui dizendo “não” lá no painel, ou se abstendo para ajudar o governo a fazer quórum.

Depois vai lá. Pode olhar. Meu voto está registrado “não”. Eu, um dia, aqui nesta tribuna, tive que pedir desculpa para o Coronel Telhada. Por que, deputado Emidio, precisei pedir desculpa? Porque o Coronel Telhada era, junto conosco aqui, contra um projeto. Então, depois que o governo fez 48 votos, ele veio e declarou o voto “não”.

Enquanto o governo não fez 48 votos, o Coronel Telhada foi firme na posição dele, e desta tribuna eu pedi desculpa para ele, porque eu vi aqui e acusei todos os deputados que votaram “não”, e o deputado Telhada me cobrou uma postura, e eu tive que fazer a correção da minha postura aqui desta tribuna, porque eu cometi um erro com o Coronel Telhada, porque quando ele declarou o voto “não” já tinha mais de 48 votos, já estava resolvido, porque aí a gente tem que registrar a posição da gente.

Mas eu quero ver. Eu quero ver a bancada da Segurança Pública votar “sim”  aqui, a favor desse projeto. Eu quero ver se vocês vão votar contra vocês mesmos. Eu quero ver, porque se votar, deputado Gil Diniz, eu vou denunciar. Vou denunciar. Falar assim “olha quem votou contra os trabalhadores, contra as trabalhadoras, olha quem votou contra o funcionalismo público do estado de São Paulo”.

E tem uma turma vendendo: “olha, cuidado que tem muito advogado no meio do funcionalismo público”, como se o advogado que trabalha para o estado não fosse um trabalhador. Eu estou muito tranquilo, porque desde a primeira vez que o pessoal me procurou para falar desse projeto, e quem me procurou para falar desse projeto foi o deputado Marcio Nakashima. Ele falou: “Barba, vamos para a comissão derrotar esse projeto”. Nós fomos lá e ajudamos a derrotar, e já citei aqui que derrotamos com voto de Minerva dele.

Agora, vocês têm que vir aqui e declarar o voto. Eu quero ver. Eu tenho elogiado aqui, Coronel Telhada a sua postura, porque você tem dito desde o começo, e se manteve firme conosco na questão desse projeto. Eu conclamei aqui hoje, aí o Gil Diniz me fez um questionamento aqui da tribuna, e eu vim lá no microfone de apartes e ratifiquei. Falei: “nós precisamos do voto do PSL para derrotar esse projeto”. Por isso que eu pedi para vocês, quando subisse um deputado do PSL aqui, não ficar vaiando, porque o deputado Carlão Pignatari, que é o líder do governo, estava provocando vocês para vocês vaiarem os deputados do PSL, para os deputados do PSL ficarem com raiva e votarem a favor do projeto.

É o jogo aqui nesta Casa, é a disputa. Faz parte, é do jogo político desta Casa. Então, aqui, hoje nós vamos ver quem é quem, realmente. Eu quero conclamar a bancada do DEM, o líder do DEM, Rogério Nogueira, declarou que vai... Porque o DEM é a favor desse projeto. Eu quero pedir para que o DEM vote contrário. Você é a base aliada, mas não precisa votar tudo que o governo quer.

Aquilo que prejudica 620 mil servidores públicos no estado de São Paulo, deputado que votar a favor disso, nós temos que denunciar. Não tem problema. Eu não estou fazendo nada de mais ao denunciar. Estamos dizendo “ele votou assim, ele votou com o governo, ele vota contra vocês”. Ele vai na hora de eleição pedir voto para vocês, mas, na hora de votar a favor de vocês, eles votam contra vocês.

E é desse jeito que estou pedindo aos deputados. Não podemos ficar dando vitória ao governo toda hora, não. O governo não é obrigado a passar todos os projetos aqui, não. Temos que cobrar responsabilidade da base aliada, dos 27 deputados que foram eleitos na chapa do João Doria e dos outros que foram fazendo adesão depois. Monta o governo, o governo vai articulando. É tarefa do governo fazer isso. Mas é tarefa nossa tentar dialogar com os deputados.

Nesse projeto, Coronel Telhada, vou observar com muita precisão o comportamento da bancada da Segurança Pública, desde a Polícia Civil até os militares. Estou aqui cobrando uma postura. Daqui a pouco, vamos discutir um projeto que o governo vai mandar para esta Casa. Nós não vamos votar contra o aumento dos militares, da Polícia Civil, da Polícia Científica, dos agentes de escolta e dos agentes penitenciários, mas vamos cobrar uma postura de vocês.

Deputado Alexandre Pereira, você é filho de um sindicalista, o Paulo Pereira, que conheço há muitos anos. Em uma hora dessas, você pode, você tem o direito de se rebelar. É para defender os trabalhadores e trabalhadoras. Tem que se indignar, tem que defender.

Tenho dito, presidente. Muito obrigado pela tolerância.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr. Presidente, para indicar o deputado Paulo Fiorilo para encaminhar pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Dou a palavra ao deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, após o deputado Paulo Fiorilo, com anuência do meu líder, quero encaminhar pelo Progressistas.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Peço que V. Exa., no momento oportuno, faça a solicitação.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pois não, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectador da TV Assembleia, assessorias das bancadas, essa é uma das votações mais importantes que esta Assembleia Legislativa vai enfrentar.

Na minha opinião, ela é importante porque pode atingir aqueles que mais precisam, aqueles que deveriam ser defendidos por esta Casa para que não tivessem os seus direitos retirados. É esse o debate que está colocado nesta noite aqui. Cada deputado sabe a importância desse debate.

Sabe, porque dialoga com a sua base, se é funcionário público, se é militante de base, se é da polícia, se não é. Cada deputado aqui sabe a importância que tem o seu voto na noite de hoje. Pode ser uma noite histórica para que a gente recoloque o debate nos trilhos, para que a gente não retire de quem precisa.

Eu queria trazer duas informações que considero fundamentais: o governo está propondo retirar dos pequenos, daqueles que recebem até 30 mil. Para falar de economia, o governo, hoje, tem em caixa 32,7 bilhões. Vou repetir: o governo tem em caixa, hoje, 32,7 bilhões.

Tem 24 bilhões aplicados nos bancos, com liquidez imediata. E tem, no Tesouro, quase seis bilhões. Fez uma proposta de 5% de reajuste para a Polícia Militar, para a Segurança Pública. Cinco por cento. Para um delegado recuperar o seu salário, para ele ter o melhor salário do Brasil, ele precisava ter 100% de reajuste.

Vamos ter aqui um projeto de lei que vai tirar dinheiro do servidor público na reforma da Previdência do estado, de 11 para 14%, como fez o município. Estamos falando de uma pauta que tem tirado recursos daqueles que mais precisam. Como é que é possível a pressão do governo demover deputados para votarem a favor? Não podemos permitir isso. Sabemos da importância que tem essa votação. Não podemos vacilar. Não podemos dizer que é um voto que vai beneficiar o governo. Esse voto vai prejudicar os trabalhadores, vai prejudicar os que mais precisam.

Eu já usei esse argumento aqui em um outro debate. Não é verdade que o estado de São Paulo paga o maior valor dos pequenos precatórios, não é verdade. Nós temos outros estados que pagam melhor que o estado de São Paulo, estados que estão em situação pior do que o estado de São Paulo.

Então, qual é o argumento? Por que tirar de quem mais precisa? Por que não se inverte essa lógica? Por que não se tira de quem tem mais? Por que o governo tem que dar benefício no combustível para a aviação aérea? Por que não deixou do jeito que estava, para não mexer no bolso dos pobres, daqueles que estão precisando do precatório?

Por que o governo resolve dar 17 bilhões de desoneração do ICMS quando poderia fazer uma política para compensar, e não dar dinheiro para grandes empresas, para não ter que tirar de quem mais precisa?

Aliás, hoje a 4ª Vara tomou uma decisão importante: é preciso dar publicidade às empresas que têm desoneração. Uma das questões que esta Assembleia debate há muito tempo é a transparência, que é o Governo do Estado dizer quais são as empresas que estão sendo beneficiadas com desoneração do ICMS, porque é uma caixa preta, ninguém sabe.

Aliás, quando nós discutimos na Comissão de Finanças, e o deputado Mellão acompanhou o debate, o secretário disse que não poderia revelar porque isso poderia trazer grandes dificuldades para as empresas. Eu diria que grandes dificuldades o secretário traz quando não dá transparência às empresas que recebem a desoneração, que estão levando dinheiro público que poderia ser utilizado nas universidades.

A deputada Bebel, que participou da CPI junto com a deputada Leci Brandão, sabe da importância que tem o repasse do ICMS para as universidades. Dezessete bilhões, ao longo destes anos, estão sendo destinados para empresas que nós não sabemos quais são. Agora o governo propõe discutir a redução de créditos a que as pessoas tinham direito, de 30.119,20 reais para 11.678,00 reais.

Como é possível um governo fazer uma mudança dessas, que vai prejudicar quem mais precisa? E aí, deputado Telhada, nós precisamos dizer não, mas nós precisamos dizer não no momento oportuno. Nós precisamos ver aqui quem serão os 48, ou 47, ou 43 votos a favor dessa decisão.

Eu sei que o governo tem pressionado, tem pressionado de várias formas. Não só eu sei como todos os deputados aqui sabem a forma de pressão que o governo tem exercido. É o papel do governo. Ele quer exercer pressão, é o papel do governo. Agora, não pode ser o papel do deputado. O papel do deputado tem que ser de altivez, tem que ser de decisão política, tem que ser para dizer não a essa retirada de um direito daqueles que mais precisam.

É essa a questão que está sendo colocada aqui, ou nós vamos fugir nesse debate? Ou nós vamos dar um voto para mexer nos que mais precisam, para não resolver o caixa do governador? O caixa do governador resolve mexendo na desoneração do ICMS, que são 17 bilhões; resolve mexendo na desoneração do IPVA, que são 3 bilhões. São 20 bilhões do Orçamento do Estado que estão destinados a empresas que nós não sabemos quais são.

Agora, com a decisão da 4ª Vara, nós poderemos saber. Mais do que isso, deputado Enio Tatto - que é um debate que a bancada do PT faz há muito tempo -, nós vamos poder analisar se a desoneração trouxe ou não vantagem para o estado, se ela foi positiva do ponto de vista de atrair mais recursos ou não, ou se ela foi para os apaniguados do PSDB, para aqueles que - muitos dizem - podem estar na relação pessoal dos que governaram este Estado.

Nós não podemos permitir isso, e acho que nós temos uma grande chance de fazer esse debate aqui, em um alto nível, para não prejudicar os que precisam. Esse é o grande desafio.

E aí eu queria pedir a todos os deputados e deputadas que pudessem aproveitar esse período que temos de debate para poder decidir o seu voto, para poder ter clareza. Só para vocês entenderem, ali, se a gente chegar a 48 votos, o projeto será aprovado, independentemente de como votaram os deputados, se a maioria votou favorável, nós vamos ter o projeto aprovado, como disse o deputado Barba.

Portanto, é preciso que a gente não tenha os 48 votos registrados naquele painel quando o presidente abrir a votação.

Para quem está assistindo a gente - para quem está aqui, todo mundo sabe qual é o procedimento – para quem está assistindo a gente, é importante entender que, se o projeto alcançar 48 votos e tiver maioria favorável, ele será aprovado. Ele será aprovado e sancionado pelo governador e, a partir daí, aqueles que estão na fila, esperando os seus 30 mil reais vão esperar mais ainda. Quem sabe se vão poder receber em vida.

Por isso, eu queria fazer um pedido. Se a gente tem que mexer em alguma rubrica econômica, que não mexamos naqueles que mais precisam. Que tiremos dos que têm mais, daqueles que são empresários. Por isso, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, é muito simples aqui. É se a gente vai estar do lado daqueles que precisam ou se a gente vai estar do lado daqueles que não precisam, daqueles que não têm problema de mexer com um valor tão pequeno.

Então, eu queria deixar aqui um desafio à base do governo, aos deputados que têm convicção de como vão votar. E espero que a gente possa dar, na noite de hoje, uma resposta para dizer ao governador: não mexa no dinheiro dos que precisam, tire dos ricos, tire daqueles que são os seus amigos.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o projeto salvo emendas e substitutivos. Os favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o projeto, prejudicado o substitutivo.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Peço uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de V. Exa...

 

O SR CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, eu pedi a palavra antes de o senhor anunciar.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não senhor, deputado Campos Machado, eu já tinha dado o comando de aprovado o projeto.

 

O SR CAMPOS MACHADO - PTB - Eu quero invocar o testemunho de um governista aqui.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, eu já tinha dado o comando de aprovado o projeto.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento, estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Declaro a obstrução do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a obstrução do PSOL.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Declaro a obstrução da Rede.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está em obstrução a Rede.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Declaro a obstrução do Avante.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Avante está em obstrução.

 

O SR. ALEXANDRE PEREIRA - SD - Declaro a obstrução do Solidariedade.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Solidariedade está em obstrução.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Declaro a obstrução do PROS.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PROS está em obstrução.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Com anuência do líder, coloco o Progressistas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com anuência do líder, o Progressistas está em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Declaro a obstrução do PSL. Obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em obstrução.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Declaro a obstrução do PCdoB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - PCdoB está em obstrução.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - Com a anuência do líder, PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB está em obstrução.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Declaro a obstrução do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução.

 

O SR. THIAGO AURICCHIO - PL - Declaro a obstrução do PL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PL em obstrução.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Declaro a obstrução do NOVO.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Novo também está em obstrução.

 

O SR. REINALDO ALGUZ - PV - Declaro a obstrução do PV.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PV está em obstrução.

 

O SR. BRUNO GANEM – PODE - Para colocar o Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Podemos está em obstrução.

 

O SR. ALEX DE MADUREIRA - PSD - Com a anuência da líder, Marta Costa, colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSD está em obstrução.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - O PDT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PDT está em obstrução.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Para colocar o Republicanos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Republicanos está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Neste momento estou abrindo os terminais eletrônicos para que os deputados possam votar “sim”, “não”, ou registrem abstenção.

 

* * *

 

- É feita a votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Para votar “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Ainda não abri os microfones de aparte, deputado Roque. Logo mais abriremos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Neste momento vamos abrir os microfones de aparte para que os deputados que não conseguiram registrar os seus votos pelos terminais eletrônicos possam fazê-lo.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Tira uma dúvida, mais uma vez: quem se abstém, conta voto?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Todos os votos contam voto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - É porque vi aí cinco votos do Novo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência quer realizar o seu voto, deputado Enio? Não? 

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Gostaria de pedir a todos os deputados e deputadas que mantenham a calma no processo de votação. Todo deputado pode realizar o seu voto da maneira como desejar. E eu vou ter toda a parcimônia. A deputada Marta Costa foi ao microfone e, com aquele tumulto do momento, não ouviram que ela registrou, já, o voto “não”. Certo? (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É uma questão de ordem sobre o processo de votação?

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Perfeitamente. O líder do Governo avançou feito um touro em cima do deputado na hora de votar. Quer dizer, nós estamos tendo uma votação viciada, Sr. Presidente. É verdade.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só um minutinho, deputado Campos Machado.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu vim votar aqui. E de mim foi tirado o microfone. Eu quero votar. O meu voto é “não”. (Manifestação nas galerias.) Tiraram o microfone aqui, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu vou garantir que todos os deputados possam votar. Deputado Campos Machado, fica inviabilizada a questão de ordem de V. Exa., porque o próprio deputado alvo da questão de ordem de V. Exa. está dizendo que quer votar. E vota “não” ao projeto. Então, está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

Pessoal, vamos ter um pouco de calma. Se não, nem o registro do painel eletrônico vão conseguir fazer.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, participaram do processo de votação 82 Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sendo 41 votos “sim”, 40 “não”, e este presidente, que não vota, quórum que aprova o projeto salvo emendas e substitutivo.

Em votação o Item 3 do requerimento de método de votação.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL – Pela ordem, Sr. Presidente, para encaminhar pelo PSL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – É regimental o pedido de V. Exa. Pode encaminhar pelo PSL, deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL – SEM REVISÃO DO ORADOR – Não tenho muitas palavras para colocar aqui, mas é uma vergonha. O que aconteceu esta noite aqui é simplesmente uma vergonha.

Vocês aplaudiram alguns deputados que no início votaram “não”; mas, vocês aplaudiram erroneamente, porque esse pessoal deu quórum. Deu quórum. Isso é uma ferramenta regimental para ludibriar vocês.

Porque a primeira votação podia ter sido derrotada. E, a minha vergonha, como líder do PSL, é que a votação foi vencida pelo governo com um voto do PSL, com o líder do PSL pedindo, rogando, implorando, para votar “não”.

Não. Não, o último voto. Agora, nessa última votação, novamente pedi para que se votasse “não”, e alguns deputados refugaram. Vocês precisam decidir. Sexta-feira da semana passada o deputado Eduardo Bolsonaro esteve aqui, e vocês falaram a favor do governo Bolsonaro, a favor do Eduardo Bolsonaro. Entregaram a condecoração, e hoje vocês estão com quem? Com o líder do Governo.

Então, escolham aí por quem vocês querem ser liderados, pelo líder do PSL ou pelo líder do governo Doria. É impressionante. Olha só a postura do líder do PSL até hoje foi de ponderação dentro da bancada, foi de convencimento, mas acabou.

Acabou a paciência. Por quê? Porque não dá. Não dá para você, dez horas da manhã, fazer uma reunião, deputado se comprometer com o voto, com a bancada... Palavra dada é palavra cumprida. Aprendi isso com meu pai. Aqui é no fio do bigode. Não precisa assinar contrato. Não precisa ir em cartório. O “sim” é “sim”, e o “não” é “não”.

Então, uma vergonha, não para o Parlamento, não para a bancada do Sr. Governador João Doria. Dessa bancada do governador, nós já sabemos o que esperar. Agora, para quem se diz independente. Olha, não têm independência nenhuma, zero, zero.

Então, parabéns novamente. Já falei aqui no outro discurso. Parabéns ao líder do Governo, porque é papel dele. Agora, a postura dentro da bancada do PSL, do líder, vai ser outra. Porque, novamente, palavra dada é palavra cumprida. Aqui não tem moleque. Aqui não tem moleque.

Os meus dois filhos, um tem dez e ou outro tem oito anos de idade. Com eles sim, é puxar a orelha, é falar “é sim”, “é não”. Agora, com adulto... E olha só, se tem compromisso com o Sr. Governador, já fala logo. Olha no olho e fala: “eu tenho compromisso com o governador, eu tenho cargo, eu tenho emenda, eu preciso me ajoelhar para o governador”.

Agora, em uma votação extremamente importante, a bancada do PSL dar voto para o Sr. Governador é uma vergonha, e tem que ser cobrado, não só dentro da bancada, quanto por vocês, por cada eleitor. Porque o que aconteceu aqui hoje, hoje o líder do Governo conseguiu liderar boa parte dos senhores deputados, mais parlamentares que se dizem independentes, mas independente é quem vota com a sua consciência. Quem fala “vou votar ‘sim’”, “vou votar ‘não’”. Não quando chega na frente do microfone e fica pensando: “ué, eu sigo quem?”.

Então. Escolham. Falo para a minha bancada. Escolham quem vocês querem de líder. Já deixo para os 15 aqui. Se quiserem, o meu cargo de líder está à disposição da bancada. Sempre falei isso. Então, se querem ser liderados pelo líder do Governo, avisem. Subam aqui à tribuna e falem, porque muitos não têm compromisso com a bancada. Têm compromisso com o Sr. Governador.

Parabéns, João Doria. Parabéns. Massacrando o funcionalismo, massacrando a Polícia Militar. Enterramos, neste final de semana, mais um policial militar, e aqueles que sobem aqui dizendo que defendem: “olha só, veja bem”. Defendem coisa nenhuma. Toda hora, olha a votação.

Estou de saco cheio. Estou de saco cheio. Então, vamos sim, vamos conversar dentro da bancada. Estou lavando roupa suja aqui do plenário, porque aqui não tem moleque. Aqui tem homem. Eu tive 214 mil votos, e represento cada um dos meus eleitores, e vou representar até o final, nem que ao final eu tenha que voltar a entregar carta nas ruas de São Mateus.

Novamente, palavra dada é palavra cumprida. Como eu falei para vocês. Não é por palma ou não de vocês, é porque é o que é justo. O “sim” é “sim” e o “não” é “não”.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para encaminhar pelo PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra Vossa Excelência.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, deputado Cauê Macris. Caro deputado Barba, o que aconteceu hoje aqui foi uma vergonha. O líder do Governo mais dois deputados saíram do lado de lá em uma correria para conseguir votos aqui. Estava no microfone o Frederico d’Avila para votar e não conseguiu votar.

É gozado, o presidente Cauê Macris. De vez em quando, ele é lento. De vez em quando, ele é rápido. Hoje ele foi mais rápido do que o vento. Infelizmente, essa vitória não foi vitória. Essa vitória foi vergonhosa. Eu não estou falando nem nas emendas. Não estou falando em emendas. Estou falando no comportamento aqui.

Meu irmão Barros Munhoz estava quietinho e, de repente, tomou fogo. Veio para cá feito um búfalo, o meu irmão deputado Barros Munhoz. De repente, as coisas complicaram e alguns votos que poderiam ser contrários ao governo foram impedidos de votar. Nunca vi tanto telefonema dado pelo líder do Governo. Acho que ele tem cinco celulares.

E o pior é que ele sabe localizar os deputados. Localiza um lá. “Deputado Edmir, Edmir, vem cá!” E o deputado Edmir está lá e vem para cá. O Marcio! O deputado Marcio, quando presidia a sessão, foi voto de minerva, contrário a esse projeto. Para que a pressão nele, então, se ele tinha posição assumida anteriormente? Você acha que isso foi vitória? Nem falo na derrota do pessoal. Falo na derrota, em uma vitória chamada derrota, aqui hoje à noite.

Não estou tratando das questões intestinas do PSL, mas, deputado Barba, temos que aprender, depois de 30 anos, temos que aprender, primeiro, a controlar a velocidade do presidente.

Segundo que os dois ou três votos aqui foram arrancados quase na marra. Não foi uma votação espontânea. Foi uma votação que não enobrece ninguém. Uma Assembleia com mais de 150 anos de história assiste a um circo como esse, uma comédia como essa? Sabe, deputado Emidio, meu prefeito, hoje foi uma peça teatral com canastrões. Nem sabem atuar, mas fizeram o que não deveriam fazer.

Os últimos votos não foram votos da consciência, foram arrancados aqui na frente. Sabe, deputado Gil Diniz, os últimos votos foram arrancados. Conversei com o deputado Frederico d’Avila. Ele estava ali no microfone e não o deixaram votar. Ou o deputado Frederico d’Avila por acaso não é deputado da Casa? É. Ele queria votar, mas não o deixaram votar. Um ficou na frente, outro de lado. E o presidente, mais do que nunca, foi rápido.

Portanto, aqueles que votaram contra esse projeto podem ir para casa de cabeça erguida. Podem voltar aos seus lares olhando por cima. Se estiver noite estrelada, olhem as estrelas. Não se envergonhem. Essa não foi uma vitória. Foi uma brincadeira de mau gosto feita nesta noite.

Para que eu não desande mais, vou encerrar por aqui. Para que não possa falar algumas verdades com as quais eu possa atingir colegas de quem gosto. Mas, Sr. Presidente, o resultado não correspondeu à realidade.

Deputado Carlão Pignatari, parabéns. Parabéns, sem cinismo, sem nada, parabéns. Você fez aquilo que o governo espera do senhor. Fez aquilo que tinha que fazer. Se os deputados não têm consciência, o problema não é seu, o problema são os deputados.

Então, parabéns, deputado Carlão Pignatari. Eu estou sendo sincero com V. Exa., temos posições diferentes, é meu amigo, temos projetos futuros juntos, mas se houve culpa aqui, foi dos deputados que são covardes. E aqui está cheio de covardes.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para encaminhar pelo Avante.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra Vossa Excelência.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE – Boa tarde, presidente, boa tarde a todos. O que eu vi aqui foi o discurso que eu fiz no primeiro dia do meu mandato. Eu coloquei aqui que qualquer “P” é “P”. Não tem diferença. O que muda são as pessoas.

Esse projeto passou por um voto. E olha só, o PSL, que tanto fala que é contra o governo, votou a favor do governo. Votou a favor do governo! Está aqui, dois votos a favor e um deputado que estava aqui e não votou, que é o Frederico d’Avila. Onde o PSL é contra o governo? Votou contra professor, contra policial militar, contra a Saúde. Eles votaram contra todos os funcionários públicos.

Podem ter certeza de que o meu partido votou a favor do funcionalismo público. E não votou contra. “Mas oito deputados votaram contra, só dois votaram a favor”. Até onde está a verdade do PSL? Até onde é o acordo do PSL? “Olha, oito votam contra e dois votam a favor para o governo”. Até onde está essa construção maquiavélica contra os funcionários públicos.

E tem coragem de falar que defendem o funcionalismo público. É vergonhoso o que o PSL fez aqui! É uma vergonha! É muito bonito ir ao palanque discursar contra o governo. É muito bonito ir ao palanque falar que é a favor do funcionalismo público, mas aqui, na votação, que muda a vida de qualquer funcionalismo público, aqui que demandamos a vida dos nossos policiais, o PSL votou contra os policiais militares que têm processo, votou contra os professores.

É muito fácil atacar outros deputados, mas na hora que a bancada tem que se fechar, na hora que a bancada tem que provar que é a favor dos policiais militares, que é a favor dos professores, faz essa patifaria!

E vou mais além. Eu vim aqui e denunciei a Previdência no âmbito federal, coisa causada pelo PSL! Hoje os nossos policiais vão pagar 9.5 de previdência. Quem causou? Com a ajuda do PSL. E agora o PSL arrancou de vocês 20 mil reais. Foi um voto de diferença, é só olhar o painel. Teve dois votos a favor do PSL e um deputado estava aqui e se absteve, não votou. É vergonhoso. É lamentável.

É bonito fazer discurso em palanque, mas trabalhar a bancada, fazer um trabalho com a bancada e pedir para que eles façam e sejam coerentes para os nossos funcionários públicos, isso ninguém faz. Aí depois vem fazer discurso bonito, que a bancada não me seguiu. Que bancada é essa? Que líder é esse? Que partido é esse, que está acabando com o nosso funcionalismo público e depois quer fazer palanque com manifestação e o raio que o parta?

É aqui na Casa, é com o voto que precisa mudar. Sabe o que o PSL fez com cada um dos senhores? Arrancou 20 mil reais de qualquer ação contra o governo. Parabéns, PSL. Parabéns para vocês. Parabéns, Gil, a sua bancada é maravilhosa para tirar direito do trabalhador funcionário público. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não vou dar comunicação. Vou fazer o processo de votação. Se for para encaminhar, vai ter encaminhamento. Comunicação, não darei. Não darei comunicação.

Tem a palavra a V. Exa., deputada Beth.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente, para indicar o deputado Enio Tatto para encaminhar pela liderança da bancada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só lembrando, deputado Gil Diniz. Não existe no Regimento. Vossa Excelência muitas vezes já subiu nessa tribuna e já atacou diversos deputados que não vieram pedir a palavra.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Tudo bem presidente. Sei que não existe. Por respeito e coerência. Já venceram. Já falou o que queria. Não pedi, mas estou pedindo, presidente. Por que não? Porque ele é governista?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Porque eu combinei.

Tem a palavra Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste de Casa, nas redes sociais.

(Fala fora do microfone.)

Posso continuar, presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Restabeleço o tempo de V. Exa. e restabeleço a palavra de Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Não precisa nem restabelecer, que não vou usar os 10 minutos. Não precisa.

Pessoal, tem um ditado popular na roça que fala que chega uma hora em que o coelho tem que sair da toca. Agora, aqui, estamos assistindo a um desses momentos.

O líder do PSL chegou e fez um discurso contundente. Sei do problema que ele está tendo e que vai ter. Porque, o que aconteceu aqui, de forma bem rápida, foi o seguinte: quando o governo precisou do PSL para votar, para aprovar o projeto, o PSL esteve presente. Precisou de quatro votos, o PSL deu os quatro votos.

É interessante que, sexta-feira retrasada, fizeram uma homenagem ao Eduardo Bolsonaro, proposta pelo deputado Douglas Garcia. Estavam presentes uns 10 ou 11 deputados do PSL. Cada um usou a palavra declarando fidelidade e lealdade ao governo Bolsonaro e ao Eduardo Bolsonaro.

E, de repente, temos três deputados do PSL que fizeram aqui discursos inflamados e votaram agora com o Doria, garantindo quórum na primeira votação para aprovar o projeto. Então, deputado Gil Diniz, fico preocupado. Porque, se fossem necessários seis votos, sete votos, ou oito, o PSL também daria. É uma questão matemática. Faltaram quatro votos, eles deram os quatro.

Tem outra coisa importante aqui, que ninguém falou, é sobre quem veio para inovar, o tal do Novo. Ninguém falou. Na primeira votação, o Novo entrou em obstrução, não deram nenhum voto. Mas o PSL deu, e ajudou. Na segunda votação, não sei o que aconteceu. Toda a bancada do partido que veio para inovar, com quatro deputados, votou “não” para ajudar no quórum. Mudaram de “obstrução” para “não”.

O que aconteceu, Novo? Como vocês vão explicar para a direção do partido de vocês? Vocês consultaram o Amoedo para poder votar? Ele deu uma ligada para vocês e falou: “pode votar que eu garanto”? Como é que é? Que troço estranho, gente. Que mudança. Na primeira votação, os quatro ficaram em obstrução. Não deram quórum. Aí, o PSL socorreu o governo.

Na segunda votação, o PSL ajudou menos o governo, mas ajudou. Foi quando entrou um outro personagem na história, um tal de partido Novo. O partido que veio para moralizar tudo. Como é que eles vão fazer, como é que vai ser explicado isso nas redes sociais para a população? No primeiro grande embate aqui, eles tiveram lado. E o lado do Doria, o lado do governo.

Então, deputado Barba, a situação é essa: o PSL garantiu uma votação, e o Novo garantiu a segunda votação. Isso é matemático, não tem como mudar. Essa é a verdade, essa é a história de hoje à noite. Resumindo: PSL e Novo são todos PSDB, Doria. Vêm aqui e fazem um discurso inflamado, mas garantiram a votação.

Repito mais uma vez: sexta-feira retrasada, os deputados fizeram aqui um baita discurso em favor do Bolsonaro e agora caíram no colo do Doria, sabe-se lá por quê.

Deputado Gil Diniz, se precisasse de mais um voto do PSL, o Doria conseguiria. Assim como o PSL deixou de dar votos; poderia ter sido o 42o voto “não”. A obstrução na primeira votação significou “não” - não deu quórum. Aí, na segunda, o cara veio e votou. Sabe que partido, Barba? PSL. Então, acho que as coisas agora começaram a ficar claras aqui.

E os telespectadores, pessoal das redes sociais, principalmente os que atuam mais: cadê o menino que vem aqui denunciar deputado numa votação tão importante igual a essa? Um tal de Arthur do Val? Está licenciado. Cadê ele? Numa votação tão importante igual a essa, cadê ele? Será que ele está publicando nas redes sociais: “eu estou ausente de uma votação importante lá na Assembleia Legislativa”? Fazer um videozinho e mandar para todo mundo. Cadê ele?

Assim a gente vai conhecendo as pessoas. O governador mandou aqui um projeto de aumento - não dá nem para falar que é aumento - dos policiais. E, na semana passada, ouvi alguns discursos aqui. O pessoal da Segurança Pública justificando que não tem dinheiro para dar aumento.

Eu estou aqui há 16 anos. Vocês têm que lembrar o seguinte: quando o estado de São Paulo estava bem economicamente porque o país ia bem com o presidente Lula , que batia recorde de arrecadação todo ano, o PSDB não deu aumento e não resolveu o problema do pessoal da Segurança Pública. Então, vir aqui agora e falar que não estão dando aumento porque não tem receita é mentira. É política do PSDB de não aumentar, de não valorizar o funcionalismo público.

Esse projeto ainda vai ser votado. Então, não venham com essa desculpa de que é porque não tem dinheiro. É porque não querem dar, como não dão para os demais funcionários do estado. Então, parabéns, PSL; parabéns, Novo. Vocês começaram realmente a mostrar a carinha de vocês. Eu imagino o que vocês vão ter que explicar para os eleitores de vocês, em casa, dando esse voto aqui.

E para mim, hoje à noite, a grande novidade, sinceramente, além do PSL, foi o Novo. Porque o Novo foi o seguinte: de uma hora para outra, os quatro deputados afinadinhos, bem orientados, na primeira votação, entram em obstrução. E, na segunda, mudam totalmente de posição e dão a vitória para o Doria.

Que coisa interessante!

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP – Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pela ordem, deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP – Para encaminhar pelo Progressistas, com anuência do meu líder.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Pergunto ao líder Olim. Ok. Tem a palavra V. Exa. para encaminhar em nome do Progressistas.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL – Pela ordem, Sr. Presidente. O senhor me permite uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB – Não permito comunicações durante o processo de votação.

Tem a palavra, Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Deputado Cauê Macris, nosso presidente, nosso líder, senhores e senhoras deputadas, eu venho a esta tribuna simplesmente para firmar uma posição aqui no seguinte aspecto: na Comissão de Administração Pública e do Trabalho nós recebemos esse Projeto 899, e nós conseguimos recusar esse projeto, com a Professora Bebel, deputado Coronel Nishikawa, deputado Marcio Nakashima, e mais alguns outros deputados.

Mas, através de um trabalho administrativo desta Casa, esse projeto veio a plenário. E, nós tínhamos até certeza, até tranquilidade, de que ele não passaria, porque, a princípio, todos os deputados foram contra.

Eu acho interessante que aqueles deputados que falam que defendem o funcionalismo foram contra na hora. Fizeram discursos e, de repente, nós tivemos um resultado como nós tivemos hoje.

Eu respeito todo mundo, respeito o voto de cada um, jamais colocaria o nome de um deputado aqui, ou de um partido, porque não é do meu feitio isso. Como policial militar, eu aprendi a respeitar todas as pessoas.

Só que eu queria mandar um recado a todos aqui: nós estamos numa situação em que estamos tirando de quem precisa. Nós, aqui, nesta Casa, aceitamos não cobrar ICMS de combustível de avião, de fabricação de automóveis. Quantos milhões foram perdidos nisso? Nós votamos nisso.

E, agora, nós estamos tirando dinheiro de precatório mínimo de funcionários. Nós conseguimos diminuir de 30 para 11 mil, que, no final, não é 11 mil: vai chegar sete ou oito mil reais, e olha lá.

São pessoas que necessitam desse direito; são pessoas que ganharam na Justiça o seu direito. E, nós estamos tirando esse direito dessas pessoas. Todos os senhores e as senhoras aqui têm votos dos humildes também, e fizeram isso, aqui, hoje.

Então, é bom nós lembrarmos que devemos uma satisfação ao nosso eleitorado. O deputado Gil Diniz veio aqui e falou que tem 214 mil votos. Eu também tenho 214 mil votos, e nós somos responsáveis por esses votos.

Nós estamos tratando mal o nosso povo, o nosso colaborador. Isso me causa muita preocupação. Eu respeito todas as opiniões, mas é muito interessante vermos, de última hora, a mudança de atitude; pessoas mudarem, de repente, no estalo.

Eu não sei se foi o Espírito Santo que soprou no ouvido. Alguma coisa aconteceu. Mas, houve uma mudança repentina. Então, meus amigos, senhoras e senhores deputados: nós temos que pensar no que estamos fazendo aqui.

Nós estamos deixando de cobrar do rico e tirando do pobre. Isso não se faz. Isso não se faz. Eu sou funcionário público há 40 anos, entrei com 17 anos na Polícia Militar, tenho precatórios para receber – mas, não me atinge, porque meus precatórios são superiores a isso.

Ou seja, a grande maioria, os precatórios são superiores a 30 mil. O que tinha menos de 30 mil é uma quantia insignificante, pequena. É uma economia que não deveria estar sendo feita, porque está prejudicando o mais humilde, o mais simples, que nós estamos desprezando aqui nesta noite.

Agora, não adianta reclamar, porque já foi votado. Então, eu vou crer que é inocência, que é inexperiência; que aqueles deputados que puseram “não” antes dos 48, ou se abstiveram antes dos 48, foi na inocência.

Mas, então, aprendam a regra do jogo; aprendam a regra do Regimento. Porque nós, hoje, conseguimos aprovar um projeto que, infelizmente, vai atrapalhar a vida de pessoas que contavam com esse dinheiro, com esse precatório.

Então, eu quero deixar bem clara aqui a minha posição. O Conte veio falar comigo, o Nishikawa, o Tenente Nascimento, o Mecca, o pessoal da Polícia Militar, vieram conversar comigo, o Danilo, e pediram para deixar bem claro que a nossa posição sempre foi “não”, e nós mantivemos essa posição até o final, tanto que pusemos o voto “não” lá depois dos 48 já concluídos.

Então, aqui é papo reto, como a gente falava na Rota. O que está firmado está firmado. Não tem meio termo. Não tem meio grávida. Ou está grávida ou não está. Não tem meio grávida para a gente. Então, se a gente firmou alguma coisa, por mais que a gente tenha aqui consideração, o meu partido é aliado do governo, mas aqui, parafraseando o Campos Machado, aliado não é alienado.

Então, nós temos que rever essas coisas, pensar no que nós fizemos aqui hoje. Então, parabéns ao governo pela vitória, mas eu deixo bem clara a minha posição aqui. Me permitam os demais policiais militares falar em vossos nomes também, e deixar bem clara a nossa posição como policial militar, como funcionário público, inclusive, o Agente Federal Danilo Balas também nesse grupo. A nossa posição foi bem clara, que nós fomos o tempo todo contra esse projeto e votamos “não”. Infelizmente, o projeto passou.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para indicar o deputado Barba para falar pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - O senhor viu que a gente fez uma inversão, para confundir o ataque.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, não. É regimental a ação e a inversão de Vossa Excelência.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Não, é regimental. É só uma inversão, para confundir o ataque.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, eu sei que está todo mundo querendo terminar logo esse debate, pelo avançar da hora, mas hoje foi um bom debate aqui. Nós combatendo aqui um bom combate, deputado Nishikawa.

Nós quase conseguimos derrotar uma proposta do governo aqui. Isso é para vocês verem... Eu estou voltando a esta tribuna para chamar atenção dos deputados, para vocês verem a importância da independência e da autonomia dos deputados. Quando se tem alinhamento ideológico, não tem problema, eu nunca fui contrário a isso. Você é testemunha, deputado Coronel Telhada. Eu sempre falei isso aqui.

A melhor coisa que nós fizemos nesta Casa foi quando nós aprovamos as emendas aglutinativas, porque antes a farra era maior ainda, quando tinha as emendas parlamentares impositivas. Então, o governo pagava para quem queria para garantir o voto. Era dessa maneira. Hoje já não tem mais isso, mas o governo exerce um poder de pressão.

Por exemplo, o presidente da Mesa, que tinha a responsabilidade de conduzir a Mesa... O deputado Edmir Chedid estava lá atrás. Ele: “vai votar o deputado Edmir Chedid”. “Vai votar o fulano de tal lá atrás”. Sabe, vinha correndo lá de trás. “Fulano de tal vai votar”, e o deputado líder do governo correndo para tomar o microfone, para querer obrigar um deputado a votar, e o deputado Márcio estava ali conferindo se podia já votar ou não, se já tinha dado os 48 ou não, para ele poder registrar o voto contrário dele.

Então, nós assistimos aqui várias cenas. E aí, o nobre deputado Heni acabou de me consultar ali. Ele falou assim: “qual a diferença do meu voto ‘não’ e do voto de vocês ‘não’?”. A diferença é simplesmente uma. O nosso voto “não” foi depois dos 48 votos, depois que deu quórum, e nós quase derrotamos o governo depois que deu quórum.

Nós botamos 36 votos, deu 40 votos, 41 a quarenta. Nós estamos cobrando a ausência de deputados. Nós vamos cobrar. Eu já cobrei. Minha bancada estava aqui. Eu fiz reunião da bancada hoje e exigi. Eu falei: “têm que estar lá as três deputadas e os sete deputados”. Os dez deputados do PT estavam aqui em toda a votação.

Agora eu liberei a bancada, porque o principal já foi votado, mas vi um deputado votar aqui, que ele se intitula Xerife do Consumidor. Votou contra 620 mil trabalhadores. O deputado Wilson, Xerife do Consumidor. O outro deputado, Frederico d’Avila, poderia ter votado “não” e deixado a bomba na mão do presidente. Ele tinha que votar “não” e botar para você decidir. É lógico. Tem coisa que é assim. Tem coisa que você tem que fazer dessa maneira, deputada Janaina.

Então, por exemplo, deputado Enio, a maioria da bancada do PSL só votou depois que deu quórum. Sou testemunha disso. Fui lá pedir ao deputado Gil Diniz e falar: “Vamos agora botar todo mundo para votar ‘não’, para ver se a gente derrota”. A bancada do DEM votou fechadinha, menos o Arthur do Val, que não está aqui. Está justificado, está em amarelo, está licenciado, tem alguma justificativa.

Na primeira, para aprovar o método de votação, quatro do PSL ajudaram. Se não votam os quatro, a gente já derrubava o método de votação. Encerrava ali. O governo iria para a segunda extra e o Carlão iria botar pressão em vocês, deputado Rogério, líder do DEM, que acabei de citar aqui agora. O deputado Edmir Chedid entrou correndo e o Cauê gritando: “Vota, vota, Edmir, vota, vota!”. Volta e vota, não é?

Então, precisamos olhar, temos que olhar isso com muito carinho, porque hoje foi um momento histórico. Alguns deputados têm que olhar. Tem limites para ser governista. Eu estou realmente surpreso com o deputado Vinícius Camarinha. O João Doria quase destruiu, no segundo turno, o candidato a governador do estado Márcio França, em quem eu votei no segundo turno para tentar derrotar o João Doria.

Mas vou te falar: o PSB está mais governista do que o PSDB. Não são todos. Três deputados do PSB votaram contrários. Eu sei, estou com a lista, com o espelho de votação na mão. Peço desculpas, com toda razão, você tem o direito de cobrar. Depois o deputado Vinícius Camarinha vai me cobrar também.

Aliás, logo, logo vai estar mudando de idade, o nobre deputado a quem respeito muito. Estou fazendo uma crítica porque acho que, em algumas votações, vocês não vão votar com o PT, mas em algumas vocês têm que pelo menos dar uma enquadrada no João Doria.

O Roque Barbiere, nossa senhora! Você é governista, você assume. Esses dias você subiu aqui para fazer uma defesa dos 5% da Polícia Militar. Tanta gente do governo para defender, você não precisava vir defender. Deixasse para os caras defenderem.

Daqui a pouco, vai haver um debate quente nesta Casa, o debate da reforma da Previdência. Eu vou assistir, de novo, ao Novo votando a favor de aumentar a tarifa de 11 para 14%, do funcionalismo público do estado de São Paulo. Estou prevendo que vocês vão fazer isso, porque vocês pensam assim. Eu conheço o modelo de vocês. Conheço o modelo. Botam na conta do trabalhador.

Botam na conta dos empresários 17 bilhões, 490 milhões de reais de renúncia fiscal. Botam lá na conta dos empresários. Vocês são a favor dos empresários, não tem problema. Digam isso. Não tem problema, mas digam: “Nós aqui votamos a favor dos empresários. Quando for contra os trabalhadores, votamos contra os trabalhadores”. Tem que dizer, não tem problema. Isso faz parte da disputa política.

Faz parte de uma bandeira de como vocês ganharam as eleições. Vocês não estão mentindo. Estranhamos essa mudança muito rápida. Na primeira, obstruíram; na segunda, quatro votos muito rápidos. Não tinha dado quórum ainda, o voto foi no terminal. O voto foi no terminal. Na primeira, vocês obstruíram junto conosco.

Mas vamos continuar, tem mais debates aqui. O que eu quero abordar com vocês, gente? Não tem problema, é tarefa do deputado Barros Munhoz, você que é um homem experiente, líder do Governo. Você nunca mentiu, você sempre gostou de ser governista. Você sempre defendeu, desta tribuna, o governo. Sempre defendeu.

O deputado Marcio da Farmácia chegou a esta Casa, primeiro mandato, o Podemos... De vez em quando, o deputado Aprigio dá uma destoada e vota uma conosco, mas o deputado Márcio vai lá tentar botar no... Sabe? Não tem problema, mas você é governista por quê? É por uma questão ideológica. Você é um cara de centro, um pouquinho para esquerda, de vez em quando, ou um pouquinho para a direita, mas sendo centro. Você é um deputado que tem uma história e eu respeito isso.

Mas o João Doria quase destruiu o Márcio França. O senhor, depois de 11 anos e anos do PSDB, deixou o PSDB, porque eu acho que não concordava com a candidatura do João Doria. Não que não pudesse ser candidato, pela questão da falta de fidelidade com o Geraldo Alckmin para presidente. Essa foi a questão - pelo menos ouvi nos bastidores, e o senhor confirma agora acenando com a cabeça. Então, tem coisas que não têm problema, mas os deputados precisam ter um mínimo de independência e autonomia.

Deputado Rafa Zimbaldi, deputado Thiago Auricchio, é um deputado só, mas um voto contrário ao João Doria, você não sabe o estrago que faz. Se tivesse votado contrário ali, eram 41 para nós e 40 para ele, ele ia ter que dialogar melhor com você. Eu sei que a pressão do Carlão é grande, o Carlão bota pressão.

Ele corre, liga, é o cara que mais usa aqui o microfone. Deve ter dado um suador na deputada Marta Costa para ela votar contra antes, para poder dar quórum. Deputado Altair Moraes, a mão do governo é pesada, e quem entra no jogo do governo, o governo bota pressão mesmo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Então, eu não podia deixar de fazer esta fala. Com todo o respeito que eu tenho pelos deputados, eu acho que vocês estão governistas demais. Precisam deixar um pouquinho de ser governistas, para a gente poder avançar nesta Casa com projetos de deputado, com outras coisas, como dobrar o valor das emendas impositivas - e nós vamos fazer esse debate -, como fazer o governo pagar as emendas. Com essa mansidão que vocês estão... É isso, muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Sr. Presidente, eu gostaria de encaminhar pela bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra Vossa Excelência. Só lembrando ao deputado Barba que, toda vez que ele pede verificação, que ele entra correndo naquele corredor lá atrás e levanta a mão, se eu não dou a verificação para ele de votação, ele questiona que eu não ouvi. Da mesma forma, os deputados que entraram no corredor ali levantaram a mão falando que eles queriam votar, e eu ouvi. Então, não posso ter dois pesos e duas medidas, deputado Barba. Com a palavra a deputada Monica.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Hoje a gente, infelizmente, aprovou um calote aos servidores públicos. Para quem não entendeu a votação, que foi uma votação bastante complicada, com até 48 votantes “sim” ou “não” não dá quórum para a votação, e a votação volta à pauta.

Por isso, a primeira movimentação foi a obstrução, impedindo que se tivesse 48 votantes.  Depois dos 48 votantes é que a gente passou a tentar então equilibrar a votação com o “não”. Por isso também a cobrança à bancada do Novo.

Eu estava aqui conversando com o Heni, com a intimidade que a gente tem. Acho que o eleitor tem que saber que, durante uma votação acirrada como essa, um voto de primeira “não” não é “não” na verdade, é colaboração para o quórum em uma maioria que a gente sabe que a gente ia perder.

Então, o Novo contribuiu, sim, por querer, para a aprovação de um calote aos credores. Pode não concordar com o serviço público, pode não ter apreço aos servidores públicos, mas aprovou um calote a todos os credores do estado de São Paulo, deixando de se tornar precatório acima de 11 mil reais.

Mas, além disso, a gente observou muitas coisas aqui hoje. A gente observou, por exemplo, que a gente chegou muito próximo de uma derrota do governador do estado de São Paulo. A gente observou os servidores públicos se organizando para vir aqui pressionar e fazendo uma pressão sobre uma base importante, que é a bancada da bala, que se diz defensora dos policiais e que, desta vez, se posicionou quase que inteira a favor dos servidores públicos, se reconhecendo como tal, mostrando que a gente pode inaugurar aqui um período de dar muito trabalho à base do governo nesta Casa.

A gente tem que observar isso e a gente também tem que observar qual é o momento da extrema-direita. A extrema-direita, que uma parte se abriga no PSL e em outros partidos, está encontrando, Gil, abrigo no PSDB. Se o senhor não sabe, mas eu tenho certeza de que o senhor sabe, tem algumas pessoas do seu partido que estão muito a fim de mudar de partido e por isso respondem mais à base do governo do que o senhor, que inclusive está muito famoso, aparecendo nos jornais toda semana.

A gente está acompanhando, infelizmente, a ascensão da sua figura nos tabloides quase que policiais. Então, a sua bancada não responde à sua autoridade porque é isso, base da extrema-direita está tentando mudar para o PSDB e o PSDB está dirigindo.

O PSDB também que sentiu, agora, o que é ter o PSL na oposição, né, Cauê? Com todo o respeito à Presidência, mas já se repetiu anteriormente, aqui, um episódio em que o Gil agiu até com mais violência contra a minha pessoa, colocou o dedo no meu nariz, gritou comigo e tumultuou aqui na frente. Foi o deputado Paulo Fiorilo que teve que separar a briga. Hoje ele tentou, ensaiou com o senhor, mas, claro, não vai medir força com o senhor como mediu comigo naquele episódio.

E, pasme o senhor, agora ele processa a deputada Erica Malunguinho pela briga que, em vídeo, eu tenho documentada que foi comigo. Então, ele tenta manipular, aqui, a informação. Mas está inaugurada, agora, no PSL, de fato, a oposição do PSDB nesta Casa, marcada pela briga entre os senhores.

E não adianta ficar bravo comigo. Quem não correspondeu foi a sua bancada. A bancada não responde à liderança do senhor. Foi uma pena, uma pena mesmo. A gente tem que assumir aqui que uma parte da bancada quer se abrigar no PSDB.

Agora, eu quero ver como o PSDB vai lidar com essa novidade que é esse grau de violência, porque é disso que se trata a postura de alguns parlamentares aqui nesta Casa, contra eles.

E, mais uma vez, Gil, já disse para o senhor que agradeço muito quando o senhor traz aqui ao palanque a briga nacional do PSL, porque a gente está assistindo com muito entusiasmo a briga interna desse partido. Eu estou querendo ver como vai se desdobrar, aqui na Assembleia Legislativa, a atuação do partido sem partido, cuja metade já está com um pezinho dentro do PSDB.

 

O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – Em votação o item 3. Emendas de 1 a 6, englobadamente. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários permaneçam como se encontram. Rejeitadas.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT – Peço verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – É regimental o pedido de V. Exa., a partir desse momento vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

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O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da primeira sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte ordem do dia: Projeto de lei 899, de 2019.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI – PSDB – Sr. Presidente, sobre a votação, quem quer rejeitar as emendas, para a gente votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – O deputado Carlão Pignatari sugere, para rejeitar as emendas, o voto “não”.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT – Oriento, depois de toda a votação, que quem é a favor das emendas, vote “sim”. Não tenham pressa.

 

O SR. MILTON LEITE FILHO – DEM – Um esclarecimento. Esse é o último item?

 

O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – Esse é o último item. Não tem mais votação depois desse item.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI – PSOL – Declaro a obstrução da bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – O PSOL está em obstrução.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO – PT – Com a anuência do líder, coloco o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – O PT está em obstrução, com a anuência do líder Barba.

 

O SR. ED THOMAS – PSB – Com a anuência do líder Vinícius, coloco o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – Deputado Vinícius Camarinha, existe anuência? Existe anuência. Está em obstrução o PSB.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA – PDT – PDT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – Está em obstrução o PDT.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS – REPUBLICANOS – Para colocar o Republicanos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – O Republicanos está em obstrução.

 

O SR. DELEGADO OLIM – PP – O Progressistas está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – Progressistas em obstrução.

 

O SR. THIAGO AURICCHIO – PL – O PL está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – O PL está em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ – PSL – O PSL está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS – PSDB – PSL em obstrução.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Para colocar o Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Podemos está em obstrução.

 

O SR. FERNANDO CURY - CIDADANIA - Para colocar o Cidadania em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Cidadania está em obstrução.

 

O SR. ALEX DE MADUREIRA - PSD - Com a anuência da líder Marta Costa, colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSD está em obstrução, com a anuência da líder Marta Costa.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para colocar o Avante em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Avante está em obstrução.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Para colocar o Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Novo está em obstrução.

 

O SR. JORGE CARUSO - MDB - O MDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O MDB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Neste momento eu desconvoco a segunda sessão extraordinária.

 

O SR. MARCIO DA FARMÁCIA – PODE - Para colocar o Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Podemos está em obstrução.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - PROS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PROS está em obstrução.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - A Rede está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A Rede está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Transcorridos quatro minutos, neste momento vamos abrir os terminais eletrônicos para que os deputados possam votar “sim”, “não”, ou registrar abstenção nos terminais eletrônicos dispostos em suas mesas.

 

* * *

 

- É feita a votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

A SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Para registrar o meu voto como “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Como não abri os microfones ainda, deputada Analice, vou pedir se V. Exa. pode registrar em alguns minutos.

E não abro ainda, deputado Roque, porque se eu abrir os microfones, o terminal eletrônico não funciona. Então tenho que esperar os votos eletrônicos.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Para colocar o PTB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PTB está em obstrução.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - PCdoB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PCdoB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Transcorrido o tempo regimental, neste momento vamos abrir os microfones de aparte para que aqueles Srs. Deputados e Sras. Deputadas que não conseguiram realizar os seus votos possam fazê-lo pelos microfones de aparte.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não havendo mais registros de votos, neste momento vamos passar à proclamação do resultado. Está encerrado o processo de votação. Participaram desse processo 42 Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sendo 41 “não” e este presidente, que não vota, quórum insuficiente para aprovar ou rejeitar o item 3, ficando a votação deste item do método de votação adiada.

Esgotado o objeto da presente sessão, está encerrada a sessão.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 21 horas e 46 minutos.

 

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- É inserido texto não lido em plenário.

 

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Excelentíssimo Sr. Presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo – Alesp.

PL 899/2019

ISADORA MARTINATTI PENNA (DEPUTADA ESTADUAL “ISA PENNA”), vem, respeitosamente à presença de V. Exa., nos termos do artigo 200 da XIV Consolidação do Regimento Interno, apresentar DECLARAÇÃO ESCRITA DE VOTO contrária à aprovação do Projeto de Lei 899 de 2014, requerendo que seja publicada na ata impressa dos trabalhos, nos seguintes termos:

O Projeto de Lei 899/2019 propõe reduzir substancialmente, a quase um terço, o valor máximo de levantamento de Requisições de Pequeno Valor, de 1.135,2885 UFESP para 440,214851 UFESPs.

A medida não deve ser aprovada por esta Assembleia, em primeiro lugar, pois viabiliza um modus operandi do Estado que deve ser veementemente combatido, qual seja esse costume de lesar os cidadãos com a segurança de que eles estarão desestimulados de buscar pela satisfação de seus direitos, diante da demora infindável de pagamento dos precatórios.

É, ainda, conveniente para os políticos que as consequências financeiras de suas ações cheguem anos após o término de seus mandatos, por isso não existe receio ao lesarem grupos populacionais e categorias profissionais (como, por exemplo, os servidores públicos).

Não é justo legalizar o prejuízo para o povo, penalizando os credores do Estado em razão de ajustes financeiros de seu Governo, que tem uma agenda nítida no sentido de manter a concentração de renda nas mãos de tão poucos.

Nesse sentido, o presente Projeto de Lei revela uma escolha econômica do Estado em prejuízo da população, favorecendo os grandes interesses econômicos – que, em contrapartida, não são sujeito passivo de medidas fiscais que os onerem.

A escolha é clara e reflete um projeto político que privilegia a manutenção dos interesses de classe atuais, utilizando-se para tanto da retirada de direitos nos diversos níveis federativos, pela a reforma da previdência, pela estipulação de teto de gastos em serviços públicos, pela redução de salários e vencimentos de servidores públicos, pela reforma trabalhista, pela precariedade dos serviços públicos, dentre diversos outros fatores.

E, como se não bastasse, trata-se de Projeto de Lei que padece de inconstitucionalidade insanável, notadamente quando confrontado com o § 4.º do art. 100, da Constituição Federal, por descurar-se da análise de proporcionalidade de pagamento de acordo com a capacidade econômica de cada Estado.

Ora, o Estado de São Paulo possui a maior capacidade econômica do país, sendo de todo descabida a pretensão de manter um padrão de pagamento tão reduzido, especialmente se considerada a sua receita.

A redução de valores se cogita apenas a Estados Federados com menor capacidade financeira, sob pena de profundo ferimento da dignidade da população paulistana, já lesada pelo Estado, composta por cidadãs e cidadãos que pretendem ver a satisfação dessas dívidas ainda em vida.

Por isso, a presente declaração de voto contrária ao Projeto de Lei n.º 899/2019.

Nesses termos, pede deferimento.

São Paulo, 06 de novembro de 2019.

Isa Penna

Deputada Estadual