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21 DE OUTUBRO DE 2019

129ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA e TENENTE NASCIMENTO

 

Secretaria: LECI BRANDÃO

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CARLOS GIANNAZI

Critica política pública de privatização, levada a efeito pelo governo Doria. Repudia proposta de terceirização da merenda escolar. Assevera que deve tomar providências. Lembra tentativa de implantação da farinata, na rede municipal de ensino, quando João Doria fora prefeito da capital. Comenta a operação policial Prato Feito. Lembra contratação, pelo governo estadual, de frigoríficos vetados pelo Ministério da Agricultura.

 

3 - LECI BRANDÃO

Faz coro ao pronunciamento do deputado Carlos Giannazi. Lembra ocupação deste plenário por estudantes, por questões relacionadas à merenda escolar. Afirma que não se manifesta em desfavor de siglas partidárias. Comenta crise no estabelecimento da liderança do PSL, na Câmara dos Deputados. Elogia discurso da deputada Janaina Paschoal, a respeito do tema.

 

4 - TENENTE NASCIMENTO

Assume a Presidência.

 

5 - CORONEL TELHADA

Lista e parabeniza cidades que aniversariaram no final de semana. Comenta visita a Igaraçu do Tietê, na sexta-feira. Lamenta e comenta falecimentos de quatro bombeiros militares, em incêndio no Rio de Janeiro. Discorre acerca da amizade entre dois dos vitimados, sepultados no mesmo túmulo. Lembra PEC 7/19, que defende a emancipação do Corpo de Bombeiros.

 

6 - PRESIDENTE TENENTE NASCIMENTO

Endossa o discurso do deputado Coronel Telhada.

 

7 - JANAINA PASCHOAL

Faz coro ao pronunciamento da deputada Leci Brandão. Defende deputadas do PSL, nesta Casa, por posição contrária a projeto referente à presença masculina, em creches, durante intimidade de crianças. Acrescenta que pais e mães estão desconfortáveis e que sua intenção é favorecer a tranquilidade das famílias. Defende o trabalho íntimo com crianças restrito a mulheres. Argumenta que não deve se render a pressões ou a constrangimentos. Conclui que criança é prioridade.

 

8 - GIL DINIZ

Manifesta apoio ao deputado federal Eduardo Bolsonaro por pleitear a liderança do PSL na Câmara dos Deputados. Critica gravação de áudio e respectiva divulgação de fala do presidente Jair Bolsonaro. Mostra-se constrangido com o teor de manifestações contra o governo federal.

 

9 - CONTE LOPES

Reitera cobrança, ao governo estadual, de valorização salarial para policiais militares. Lembra promessas sobre o tema, durante campanha eleitoral. Transmite condolências aos familiares dos quatro bombeiros falecidos em incêndio no Rio de Janeiro. Comenta suicídio de policial militar, após assassinar sua mulher. Sugere assessoramento psicológico, para evitar ou dificultar novos casos.

 

10 - MAJOR MECCA

Informa visita ao Major Moreira, que trabalhara em ocorrência de roubo no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Lista integrantes da equipe que se depararam com criminosos em caminhão de lixo. Comenta atendimento hospitalar do policial alvejado por munição de fuzil. Defende a presença de helicóptero para auxiliar policial ferido. Parabeniza as equipes de Segurança Pública presentes na ocorrência. Critica a audiência de custódia. Repudia a falta de amparo do governo estadual à citada categoria. Lamenta o afastamento de policiais, de suas atividades, em razão da natureza do desfecho de operações.

 

11 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz coro ao pronunciamento do deputado Major Mecca. Repudia pronunciamento de advogada que criticara decisão policial de abater criminoso em roubo no aeroporto de Viracopos. Parabeniza a Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

12 - MAJOR MECCA

Para comunicação, lamenta a falta de assessoria jurídica para policiais militares. Lembra que sargento fora levado como refém e como escudo.

 

GRANDE EXPEDIENTE

13 - GIL DINIZ

Pelo art. 82, exibe e critica vídeo com pronunciamento de advogada contra a atuação policial em ocorrência de roubo no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Elogia a Guarda Municipal da citada cidade. Discorre acerca da bandidolatria, o culto ao criminoso. Defende profissionais da Segurança Pública. Afirma que o meliante assumira o risco pelo cometimento do crime.

 

14 - CORONEL TELHADA

Para comunicação, lembra operação Ethos, que prendera advogados envolvidos com o crime organizado.

 

15 - CORONEL TELHADA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

16 - PRESIDENTE TENENTE NASCIMENTO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 22/10, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão solenes a serem realizadas: dia 21/10, às 20 horas, para "Homenagem ao Governador Franco Motoro", e dia 22/10, às 10 horas, para "Prestação de Menção Honrosa ao Dia do Aviador e à Força Aérea Brasileira e Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Tenente-Brigadeiro do Ar Paulo João Cury, ao Deputado Federal General de Divisão Roberto Paternelli e ao Brigadeiro Engenheiro R1 Maurício Pazini Brandão". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e convida a nobre deputada Leci Brandão para ler a resenha do expediente.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, temos aqui uma indicação do nobre deputado Tenente Coimbra, indicando para que o Excelentíssimo Sr. Governador do Estado tome providências quanto à implantação de um hemonúcleo no município de Praia Grande, e também um requerimento do nobre deputado Gil Diniz, para que seja registrado nos Anais desta Casa um voto de congratulações com a população de Mogi Mirim, pelo aniversário do município, a ser comemorado no dia 22 de outubro. Requer ainda que desta manifestação, dê ciência ao Sr. Prefeito, Carlos Nelson, e ao senhor presidente da Câmara Municipal.

Está lida a resenha, Sr. Presidente.

 

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, senhora deputada. Pequeno Expediente.

Oradores inscritos. Nós temos dez oradores inscritos. O primeiro deputado é o Sr. Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu queria fazer aqui mais uma denúncia contra o governo Doria. O governo Doria, que tem uma sanha privatista, porque a única coisa que ele sabe fazer como governador é privatizar, é terceirizar, é entregar o patrimônio público para o empresariado, para as empresas privadas; o tempo todo. A gente vota projetos aqui, todos, quase, privatizando, ou desmontando o Estado, atacando setores importantes de serviços públicos para a população.

A última, agora, do governador Doria é privatizar a merenda escolar da rede estadual de ensino. O governo está anunciando que amanhã fará uma audiência pública, acho que na Secretaria da Educação. Eu não fui convidado para nenhuma audiência pública aqui na Assembleia Legislativa, acho que a deputada Leci Brandão, que também é da Comissão de Educação, não foi convidada. Mas, pela imprensa, ficamos sabendo que, amanhã, a Secretaria da Educação fará uma audiência pública, acho que talvez seja com empresários, mas não com a população, não com a comunidade escolar.

Parece-me que já decidiu: vai terceirizar, vai entregar a merenda escolar para os empresários administrarem. Os empresários vão não só entregar a merenda escolar, mas administrar todo o processo, toda a gestão da merenda escolar da rede estadual de ensino.

Pela proposta, agora o aluno da rede estadual de ensino, para ter acesso à merenda escolar, vai ter um cartão digital. É um absurdo, um controle desnecessário. Nós, que trabalhamos em escolas públicas, sabemos como funciona. Sou diretor de escola, conheço toda essa sistemática de entrega, de logística da merenda escolar. É um absurdo. O aluno vai ter que ter um cartão magnético e a empresa terceirizada vai controlar. A escola não vai ter mais nenhuma ingerência, nem a direção da escola, nem os servidores da Secretaria da Educação, os servidores da escola. Todo o processo será feito por uma empresa privada, inclusive com a instalação de câmeras nas cozinhas, para controlar, e no pátio da escola.

É um verdadeiro absurdo o que o Doria está fazendo com a merenda escolar, o mesmo Doria que, quando prefeito da cidade de São Paulo, tentou implantar a “farinata”, a ração humana, na merenda escolar das crianças da rede municipal. Houve uma revolta geral, não só das escolas, mas da sociedade toda, e ele voltou atrás, pois foi pressionado. Mas ele queria entregar ração humana, “farinata”, na rede municipal de ensino, na merenda escolar. Isso foi rechaçado, porque a população criticou e se organizou e ele teve que voltar atrás.

Agora, está fortalecendo algo que tem a ver com corrupção, com propina, com superfaturamento. No ano passado - e ele sabe disso -, teve uma operação da Polícia Federal em relação a isso. Foi a operação “Prato Feito”, que indiciou e prendeu prefeitos aqui de São Paulo, empresários, pessoas ligadas à máfia da merenda escolar. Justamente, essas empresas, através de seus lobistas, convencem prefeitos a terceirizarem a merenda escolar, para depois organizarem o processo de pagamento de propinas, de superfaturamento, de ajuda em campanha eleitoral.

A Polícia Federal está investigando isso e o governador vai potencializar esse processo no estado de São Paulo, que tem a maior rede de ensino da América Latina, com mais de cinco mil escolas, com mais de quatro milhões de alunos. Envolve muito dinheiro. E ele vai entregar todo esse processo para essas empresas.

Fico extremamente preocupado com isso, até porque, em São Paulo, já tivemos, na própria rede estadual, a famosa máfia da merenda escolar, inclusive que foi fruto de uma investigação aqui na Assembleia Legislativa, foi fruto de uma investigação feita por uma CPI, que foi controlada pelo governo, mas foi instalada aqui na Assembleia Legislativa.

E recentemente tivemos também uma decisão nefasta do governador Doria, ainda na parte de merenda escolar, quando ele contratou frigoríficos que tinham sido vetados pelo Ministério da Agricultura. Ele contratou esses frigoríficos para distribuir carne na rede estadual de ensino. Eles tinham sido vetados por conta de carne estragada. Ainda hoje, um desses frigoríficos ainda mantém o contrato com a rede estadual de ensino.

Então, tudo isso é um verdadeiro absurdo. Entregar a merenda escolar da rede estadual de ensino para os empresários administrarem e entregarem nas escolas é um verdadeiro absurdo. Nós vamos tomar providências. Vamos ao Ministério Público e já estamos acionando a nossa Comissão de Educação aqui da Assembleia Legislativa.

O Doria foi o prefeito da farinata, queria primeiro colocar ração humana na merenda escolar da rede municipal. No início do ano, contratou frigoríficos vetados pelo Ministério da Agricultura e agora vai potencializar, através dessa terceirização, dessa privatização da merenda, um processo enorme de corrupção no estado de São Paulo, porque vai terceirizar tudo.

As empresas vão fazer cartel, a Polícia Federal está dizendo isso. A Polícia Federal prendeu secretários de Educação, prendeu prefeitos, prendeu lobistas e empresários por conta dessa máfia, e então ele vai potencializar isso ainda mais. Isso é um verdadeiro absurdo, sem contar os prejuízos para os nossos alunos, que serão agora controlados com cartão digital, um absurdo total. Nós somos totalmente contra e vamos reagir veementemente contra essa proposta.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA – PP - Obrigado, Sr. Deputado. A próxima deputada é a Sra. Deputada Leci Brandão. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente Coronel Telhada, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Tenente Nascimento, deputada Janaina Paschoal, assessores, público que nos assiste pela TV Alesp, eu tinha dito ainda há pouco ao presidente que hoje não iria falar, mas eu achei que tinha que fazer um comentário também sobre essa questão que o deputado Giannazi acabou de expor para a gente, essa questão de privatização.

Eu acho que a gente não é contra nenhuma atitude de nenhum parlamentar, nenhum governador, nenhum prefeito, mas existem fatos para os quais a gente tem que chamar a atenção. O que é que deixa as pessoas tão enlouquecidas quando se trata de privatização? Fazer privatização com a merenda é uma coisa muito doida, porque nós já tivemos problemas no passado por causa de merenda, pessoas foram inclusive apontadas como responsáveis.

Os estudantes tomaram esta Assembleia, ninguém vai se esquecer disso. Ela foi ocupada realmente por estudantes durante algum tempo, e a gente inclusive teve uma participação muito ativa, porque, como a Assembleia foi trancada e cortaram a água, cortaram tudo, nós trouxemos não só camisetas para a garotada poder trocar uma roupa, material de higiene pessoal... Então tudo isso aconteceu por causa dessa questão da merenda, e de repente vem novamente esse assunto à baila.

É importante que a gente faça uma reflexão, porque não é que a oposição esteja sempre contra o governo, não é isso, é uma questão de bom senso. A gente sabe que a democracia permite que haja oposição, situação, centrão, enfim, tudo isso, mas, do jeito que as coisas estão indo, a gente não sabe nem o que vai responder mais para o povo.

Eu ouvi atentamente o discurso da deputada Janaina Paschoal outro dia sobre a questão do partido dela, do PSL. Eu nunca me manifestei aqui em relação ao PSL, como eu não me manifesto em relação a nenhum partido que seja contra a forma como eu penso. Eu tenho uma forma de pensar politicamente, e existem outras pessoas que têm o direito de seguir o seu caminho, mas eu ainda há pouco fiquei vendo que tinha um líder ontem, tinha outro líder do partido hoje de manhã, e agora parece que vai ter outro, porque estão apresentando lista lá em Brasília de meia em meia hora.

O povo está atônito, o povo não está entendendo o que aconteceu. Afinal de contas, o presidente da República foi eleito de forma correta, de forma transparente, licitamente, e a gente não pode discutir isso. Ele foi eleito presidente da República, muito bem. O que se pensava? Que esse partido iria, na verdade, mudar o País, enfim, inovar, limpar de corrupção, de tudo isso, mas o que a gente está vendo está deixando a gente espantada.

Eu, por exemplo, que não sou uma pessoa que foi formada na política - muito pelo contrário, a política entrou na minha vida porque Deus quis, e então a gente está aqui já neste terceiro mandato -, a cada dia me surpreendo mais com as novidades ruins. Não sei qual é o entendimento, não sei se as pessoas estão querendo um superar o outro, não sei se as pessoas estão querendo cargos de coisas para o que não têm competência, mas querem ter de qualquer forma, de forma autoritária. Isso não é bem-vindo para a democracia.

Acho que a sua fala, na semana passada, foi muito interessante, porque V.Exa.  observou que temos que chegar a um entendimento, vamos arrumar a Casa, vamos fazer uma assepsia em tudo o que está acontecendo, porque senão o povo vai ficar decepcionado, se já não está ficando, porque ninguém entende nada.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Tenente Nascimento.

 

* * *

 

Perguntaram ao presidente, antes de ele viajar, como vai ficar o partido. “Ah, eles que vão resolver”. Então, a coisa está desse jeito. Eu acho que não é impossível que o presidente da República saia do partido também, porque do jeito que a coisa está indo, eu acho que ele também vai jogar a toalha e dizer: não vou ficar aqui, que não é isso que eu quero, não foi isso que eu pretendia para o País.

Apenas isso, Sr. Presidente. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO – PSL – Seguindo a lista dos oradores inscritos, quero convidar à tribuna o deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP – Senhores e senhoras aqui presentes, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessores e funcionários aqui presentes, a todos que nos assistem pela TV Assembleia, aos dois únicos cidadãos que estão na arquibancada, sejam bem-vindos, é um prazer recebê-los, inclusive um é da minha igreja, Flávio, seja bem-vindo.

Quero começar aqui saudando as cidades aniversariantes. Hoje não temos nenhuma cidade, dia 21 de outubro, segunda-feira. Mas no sábado, dia 19 de outubro, tivemos as cidades de Nova Guataporanga, Ribeira, Itápolis e Tarumã. E no domingo tivemos as cidades de Dolcinópolis e Igaraçu do Tietê.

Quero fazer uma ressalva aqui quanto a Igaraçu do Tietê. Estive sexta-feira nessa querida cidade. Fomos recebidos pelo vereador Pena, que nos indicou para o título de Cidadão Igaraçuense. Quero agradecer ao vereador Pena, a todos os vereadores e também ao prefeito Bucho, pela recepção que tivemos. Muito obrigado, um grande abraço a vocês, amigos e amigas da querida cidade de Igaraçu do Tietê. Retornaremos com mais tempo, para poder desfrutar do carinho dessa cidade e da amizade de todos. Muito obrigado pela recepção, e muito obrigado pelo título que foi conferido a mim na sexta-feira, dia 18 de outubro.

Eu sempre vim aqui falar sobre morte de policiais militares. É uma situação muito difícil. E hoje, infelizmente, não temos que falar da morte de policiais militares, de um policial. Vamos falar da morte de quatro policiais militares. Quatro bombeiros militares faleceram em um incêndio que ocorreu lá no Rio de Janeiro. Foi um incêndio que aconteceu numa whiskeria. Segundo as informações, quando já estava praticamente dominado o incêndio, já estava no rescaldo, houve um vazamento de gás e acabou acontecendo uma explosão, que vitimou vários bombeiros.

No jornal de ontem, temos aqui a confirmação do quarto bombeiro. Foi do primeiro-sargento Rafael Magalhães F. Alves. Ele estava internado desde sexta-feira, e ontem ele faleceu. Foi o quarto bombeiro a morrer nessa ocorrência de incêndio, que atingiu a whiskeria Quatro por Quatro, na sexta-feira passada.

Após ser resgatado de dentro do imóvel, o primeiro-sargento Magalhães foi socorrido para o Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio. Passou por uma traqueostomia e horas depois foi transferido para a CTI. Infelizmente não resistiu aos ferimentos e faleceu.

No sábado foram enterrados os três bombeiros militares. O segundo sargento Geraldo A. Ribeiro, o cabo José Pereira de S. Neto e o cabo Klerton G. de Araújo. Infelizmente é até uma história triste, porque os dois cabos, tanto o cabo José Pereira de S. Neto e o cabo Klerton G. de Araújo, foram criados juntos, entraram nos Bombeiros juntos, entraram na ocorrência juntos e morreram juntos. O jornal até fala que “ainda mais, temos dois capitães que foram feridos, um deles já recebeu alta, o capitão Tiago Agostinho, e o capitão David Montserrat V. da Cunha está internado em estado estável.” Quadro de saúde estável. Portanto, ainda gera uma certa preocupação.

Eles falam aqui que os dois cabos foram criados juntos e morreram, inclusive, nessa mesma ocorrência e foram sepultados na mesma sepultura. O cabo José Pereira Neto e o cabo Klerton de Araújo foram velados na Sulacap, na tarde de sábado. Moravam em Bangu, na zona oeste do Rio. A amizade e o companheirismo deles, ambos de 35 anos, foram lembrados pelos amigos que compareceram ao cemitério Jardim da Saudade para prestar as últimas homenagens. Os dois, inclusive, foram enterrados na mesma sepultura.

A dupla cresceu em ruas próximas do bairro onde residiam. De acordo com o tio de José Pereira, eles entraram no Corpo de Bombeiros no mesmo ano, no concurso de 2008, e atuavam juntos no Batalhão Central do Corpo de Bombeiros. Moravam em ruas próximas, e esse convívio criou um grande nível de amizade e confiança entre os dois. Morreram juntos por um mesmo objetivo. Entraram juntos e saíram mortos como heróis. “Os nossos heróis altivos duram para sempre”, afirmou, emocionado, o senhor arquiteto Roberto da Luz, parente de um dos policiais mortos.

Então, é uma situação muito triste, mas é a realidade da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros; enfim, de todos aqueles homens e mulheres que trabalham pela Segurança. Nós temos hoje, infelizmente, a lamentar a morte de quatro bombeiros militares do Rio de Janeiro.

Quero lembrar aqui que nós temos uma PEC nessa Casa, a PEC 07/19, que fala da emancipação do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, porque só São Paulo e Paraná têm o Corpo de Bombeiros subordinado à Polícia Militar. E nós temos uma PEC para emancipar o Corpo de Bombeiros, porque no mundo todo o Corpo de Bombeiros é uma coisa, Polícia Militar é outra. São duas situações diferentes. Mas, aqui em São Paulo, o Bombeiro sempre foi subordinado à Polícia Militar.

Está na hora de se fazer essa emancipação, não só para se trabalhar com mais profissionalismo... Não que eles não tenham; têm muito, inclusive. Mas melhorar, ainda, a atuação do Corpo de Bombeiros de São Paulo, com valorização salarial, valorização profissional, valorização na carreira, valorização nos equipamentos.

E o Corpo de Bombeiros emancipado com certeza trará muito mais profissionalismo e trabalho à população do estado de São Paulo, porque vai englobar não só o Corpo de Bombeiros militares, como o Corpo de Bombeiros civis e o Corpo de Bombeiros voluntários dos municípios. Então, haverá um acréscimo muito grande no efetivo do Corpo de Bombeiros.

Então, eu quero lembrar a todos da nossa PEC 07, que é assinada por vários deputados aqui também. Peço que as minhas palavras sejam encaminhadas ao Sr. Governador do estado de São Paulo, pedindo celeridade nos trabalhos, para que se monte uma comissão para a emancipação do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

Quero agradecer a todos os presentes aqui. Mais uma vez, agradecer sempre à nossa assessoria policial militar. Estão aqui a cabo Ana, o soldado Thiago, o soldado Monteiro, sempre presentes cuidando de nós. Viva a Polícia Militar, viva o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, viva esses quatro heróis que infelizmente deram sua vida em holocausto, em sacrifício à Segurança da população daquele Estado. Deus abençoe e ampare essas almas e dê muito consolo a essas famílias.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista de oradores inscritos, queria convidar à tribuna a deputada Janaina Paschoal.

Eu quero pedir também, se possível, que as notas taquigráficas sejam encaminhadas ao comando do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, com a homenagem, para que de fato as famílias que estão lá tenham os nossos sentimentos. E que Deus possa realmente confortar esses quatro heróis que bravamente deram suas vidas, conforme foi relatado brilhantemente pelo nosso deputado Coronel Telhada.

Deputada Janaina.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., os colegas presentes, os funcionários da Casa, as pessoas que nos visitam hoje e quem nos acompanha pela TV Assembleia.

Primeiramente, com relação à fala da deputada Leci, eu só posso concordar, porque quando uma pessoa tece uma consideração acertada, por mais que a consideração nos desagrade, nós temos que nos curvar à realidade, porque, na verdade, o que desagrada não é a consideração, mas sim a realidade.

Então, realmente gera perplexidade que pessoas adultas, eleitas para nos representar - porque nós também somos representados -, estejam numa briga que, por mais que nós nos esforcemos para vislumbrar algum benefício para o País, parece mais uma briga de natureza pessoal. Então, a deputada Leci Brandão. Não posso falar nada diferente do que ela falou aqui nesta tribuna.

  Eu gostaria de aproveitar essa oportunidade para meio que me defender e defender também minhas colegas de bancada, Valeria Bolsonaro e Leticia Aguiar, porque nós estamos sofrendo severos ataques em virtude de um projeto de lei que foi  apresentado aqui nesta Casa, que é justamente aquele projeto que resguarda as atividades de cuidados íntimos com as crianças nas creches municipais a profissionais do sexo feminino.

  Todas as pessoas têm direito a pensar de maneira diversa, têm direito a manifestar esse mesmo pensamento. Mas o que está acontecendo com relação a este projeto infelizmente já aconteceu em outras oportunidades, mas eu estou me sentindo um pouco mal porque eu trouxe as colegas para o meu lado nesse projeto e agora elas também estão sendo atacadas. O que está acontecendo nesse projeto eu sinto que passa um pouco da divergência e até da crítica, porque as pessoas que estão contra o nosso posicionamento querem porque querem nos submeter às suas próprias convicções.

  Eu conversei sobre o projeto com várias pessoas. Algumas se manifestaram educadamente contra, entendem que é um retrocesso porque existe uma luta de anos e anos para que homens e mulheres dividam as funções com relação às crianças em casa e nós temos argumentado que essa luta é para o cuidado em relação aos próprios filhos. 

  Tem quem diga que é um retrocesso porque passa pelo pressuposto de que todo homem é abusador. E nós temos tomado cuidado, escrevemos isso na justificativa que não é essa a nossa premissa, de jeito nenhum. Jamais acusaríamos previamente nenhum ser humano, seja homem, seja mulher, porém, como dissemos e dizemos, as mães, os próprios pais, os genitores, os homens estão desconfortáveis com o fato de homens, pessoas do sexo masculino estarem cuidando dos seus bebês, higienizando os bebês, dando banho nos bebês, trocando fraudas dos bebês, e nós decidimos trabalhar para conferir tranquilidade para essas famílias.

Então, não é presumir que os homens sejam abusadores, não é isso, mas as famílias que deixam seus bebês nas creches elas fazem isso porque precisam trabalhar; os homens, as mulheres. De que adianta ter a creche para deixar a criança se essas famílias não ficam tranquilas com relação à segurança das crianças?

O projeto vem sendo distorcido. Muita gente está dizendo por aí que nós queremos tirar os homens das creches. Isso não é verdade.

As leis que norteiam os concursos públicos para ocupar essas vagas são leis muito extensas. São muitas as atividades atribuídas a esses profissionais: no campo do esporte, da arte, da própria pedagogia, da conservação da sala de aula, dos instrumentos utilizados em aula, do próprio prédio, da segurança na entrada, da segurança na saída. Então, nós só estamos dizendo que as atividades referentes ao trato íntimo com as crianças ficam restritas às profissionais do sexo feminino. Não estamos dizendo que os homens não poderão trabalhar nas creches. Eles poderão. Porém, em outras atividades. É disso que a lei trata.

Quero deixar muito claro que não adianta. Não que nós sejamos pessoas impermeáveis a argumentos contrários; não é isso. Mas existe uma convicção firme em torno da necessidade desse projeto. E vamos, inclusive, pedir para tramitar em caráter de urgência, porque a situação é urgente.

Portanto, não adianta procurar familiares nossos para poder nos constranger, não adianta entrar, ligar nos gabinetes e intimidar os funcionários, não adianta querer fazer nenhum tipo de pressão emocional, psicológica, psicológica, física, este projeto será mantido. Nós temos essa convicção. Estão tentando fazer aí leituras ideológicas, que na verdade seríamos umas esquerdistas travestidas de direitistas, porque só feministas para apresentar um projeto dessa natureza. Desculpem; quando a gente trata de proteção à criança, não tem esquerda, não tem direita, não tem feminismo, não tem machismo. Criança é prioridade. Podem xingar, podem fazer o que quiser. Eu estou fazendo esse pronunciamento um tanto quanto contundente para que fique claro que nós não vamos retirar o projeto. Nós não vamos retirar o projeto. A crítica é bem-vinda. Se essa crítica passar dos limites, como parece que está passando, nós teremos que tomar providências.

É isso, Sr. Presidente.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Prosseguindo aqui a relação dos inscritos, quero convidar à tribuna o deputado Sargento Neri. (Pausa.)

Agora vamos entrar na Lista Suplementar, chamando aqui na seguinte ordem: deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Gil Diniz.

Deputado Gil Diniz na tribuna com o tempo regulamentar.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, boa tarde a toda Mesa, aos deputados presentes aqui no Pequeno Expediente, boa tarde ao público presente aqui na galeria, aos nossos assessores, aos policiais militares e civis desta Casa, e quem nos acompanha pela Rede Alesp.

Presidente, gostaria de deixar consignado meu apoio, mais uma vez desta tribuna, ao nosso deputado federal Eduardo Bolsonaro. Quem está acompanhando aí as discussões do Senado, em Brasília, está vendo aí uma discussão enorme entre quem será o líder, ou não, da bancada federal do PSL. Então, eu deixo aqui todo o nosso apoio ao deputado federal Eduardo Bolsonaro.

Acompanhei, no início do ano, as discussões da bancada onde a maioria queria que ele fosse o líder, e ele não quis. E ele não quis, ele abriu mão. Agora, agora boa parte da bancada entende que o líder, o deputado Delegado Waldir, não os representa e, conforme ali o Regimento da Casa, assinam ali listagem para que o Eduardo assuma, deputado Olim. Hoje apresentaram uma nova lista com 29 assinaturas.

A Casa colocou ali que as 28 eram verídicas. Então, foi colocado que o Eduardo é o novo líder. O Delegado Waldir, inclusive, fez um vídeo já assumindo aí que vai fazer essa transição, que está repassando a liderança, mas já consta também uma outra lista. Então, a gente fica nessa, nessa indefinição. Mas é muito bom, é muito bom, deputado Telhada, que isso aconteça para a gente saber também quem é quem, porque gravar, Delegado Olim, o presidente da República...

Imagine só: o presidente liga, alguém vai lá grava e divulga isso, e deputados comemorando isso. “Olha, quem que gravou o presidente? Quem foi que gravou o presidente? Eu quero dar um abraço nessa pessoa.” E olhe que nós não estamos tratando da oposição; nós estamos tratando com aqueles que se aproveitaram, sim, da imagem do presidente, daqueles que só chegaram ao cargo que está graças ao presidente, que hoje, deputado Conte, está na Ásia, está no Japão representando mais uma vez o Brasil, fora com a sua comitiva.

O presidente já deixou bem claro: 28 anos na política, nunca teve um cargo em liderança, nunca teve um cargo importante, e chegou onde chegou. E esse pessoal, menos de 10 meses brigando por cargo, brigando por liderança. Meu Deus do céu. Eu fico com vergonha. Eu fico constrangido, deputada Janaina, porque não era isso que essa galera pregava para a gente. Não é isso que eles falavam para gente. Muitos ali... Eu fiz vídeos, pedi voto para a pessoa, a pessoa pediu votos para mim, tirei fotos, acompanho na rede social.

Então, uma coisa é ela se blindar, dizendo: “Olha, eu sou eu sou apoiadora do presidente, eu o defendo com unhas e dentes”, e, quando você vai ver, ali... É lógico, eu não defendo que fique se gravando também conversas. Às vezes você está em uma sala, em uma reunião mais informal, e você fala alguma coisa que, às vezes, não deve, que pegaria mal. Mas, quando você começa a ver a chacota que fazem, o nível que essas pessoas colocam ali. Principalmente ao falar da figura do nosso presidente, que, sim, elegeu boa parte daquela bancada.

Mais de 50 deputados federais, boa parte ali, a sua grande maioria, deve, sim, a sua eleição ao trabalho do presidente Jair Messias Bolsonaro. Agora não é mais o federal do Bolsonaro, agora é o federal de São Paulo, de Pernambuco, da Paraíba. Falei aqui da tribuna semana passada que o ex-líder, ou líder, sei lá como é que está agora lá em Brasília, parecia uma cadela no cio, nos tempos... De tanto que ele tentava uma foto, um vídeo. Era impressionante, e agora diz que vai implodir o presidente, porque tem áudio.

Pessoal de Brasília, principalmente do PSL, tome um pouquinho de vergonha na cara. Ponham a mão na consciência, e, se realmente você defende o presidente Jair Messias Bolsonaro, defenda sim, porque o seu eleitor confiou o voto dele em você justamente por isso, porque você disse que defenderia o governo do presidente Jair Messias Bolsonaro.

É lógico você tem todo o direito de discordar, mas sabotar um governo que vem dando certo, você vai ter que prestar contas, não só ao seu eleitor, mas à sua consciência também. Então, deixo novamente registrado aqui todo o apoio ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, líder natural da bancada federal, e não imposto aí por “x” ou “y”, como algumas candidatas à prefeitura em 2020 já se lançaram e perderam o seu posto.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista de oradores inscritos na suplementar, quero convidar à tribuna o deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. Enquanto o deputado Conte Lopes se desloca à tribuna, quero pedir também que as notas taquigráficas sejam enviadas ao gabinete do, então, líder deputado federal Eduardo Bolsonaro.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha pela TV Assembleia, está aqui o nosso líder, Delegado Olim, nosso vice-líder, Coronel Telhada, e nós temos cobrado constantemente do governador do estado, João Doria, o aumento das Polícias Civil e Militar e da Polícia Técnico-Científica. Não resta a menor dúvida, e nós temos trabalhado para isso. E às vezes a gente vê muitos xingamentos nas redes sociais, como se alguns tivessem virado heróis de celular.

Na verdade, na política, está certo, Delegado Olim e Coronel Telhada, a gente tem que conversar, tem que procurar. Quer dizer, a gente nem sabia, ou não sabemos, se havia quebra de paridade, e nós já vimos manifestações contra a quebra de paridade. Quer dizer, parece que estão dando ideia ao governador, para que mude.

Então é uma ideia. Eu estou dando uma ideia aqui: “Muda”. Então, eu espero que isso não aconteça. Nós estamos aqui cobrando, realmente, que o governador cumpra o que ele prometeu, que ele venha dar o melhor salário do Brasil para a polícia de São Paulo - Civil, Militar, Técnico-Científica. Essa é a nossa obrigação. Inclusive, nós que o apoiamos na campanha, e foi prometido na campanha isso.

Nós não estamos reverenciando ninguém, apenas colocando uma situação, realmente, que tem que ser cobrada, e estamos cobrando. Queria também dar os meus pêsames, como falou o Coronel Telhada, aos quatro bombeiros do Rio de Janeiro que acabaram perdendo a vida em um incêndio. Realmente, é uma situação muito triste, essa que aconteceu no Rio de Janeiro.

Queria falar também a respeito de uma notícia que veio via rede social, de um policial militar que espera a mulher levar os filhos para a escola, mata a mulher e depois se suicida.

Estou na Polícia Militar há 52 anos, 52 longos anos. Entrei na Polícia Militar como soldado, fui cabo da Polícia Militar. Eu também não consigo entender como, nas próprias redes sociais, alguém acha que isso é normal. Espera aí. Não estou dando uma de psicólogo aqui, de idiota, me perdoem, mas acho que esse pessoal tem que abrir um pouco a cabeça.

Qualquer um que tiver dificuldades financeiras ou problemas com a mulher e com os filhos, sei lá o quê... E deixa três crianças aí? Mata a mulher, se mata e deixa três crianças? O que se ganha com isso? É bom alertar a tropa sobre o que está acontecendo.

Eu já falei aqui e volto a repetir: realmente, a solução para o policial está pertinho, está na cintura, para resolver os problemas. Não é por aí que se resolvem os problemas. Se começarmos a aceitar... “Realmente, o cara o fez porque tinha que fazer”. Perdoem-me, mas não é bem isso. É um alerta que temos que dar, não sei de que forma isso tem que chegar até a tropa, que isso não adianta nada, que isso não leva a coisa nenhuma. Perdendo a vida, você ajuda em quê? Larga os filhos, larga a família?

Se não está contente com a polícia, vai embora, ué. É um direito que o cara tem de entrar e sair, de pedir baixa. Perdoem minha colocação, mas é um negócio muito estúpido, não dá para entender isso. Todo dia, constantemente, na Capital, no interior, há policiais se suicidando. Pelo amor de Deus, alguma coisa deve ser feita.

Tem os psicólogos... Não sou eu, eu só estou falando sobre o que estou vendo. Com 52 anos na polícia, acho que alguma coisa está errada. Talvez até, como estou dizendo, como divulgam isso aí... Eu não sei se até falam: “Tudo bem, então vou resolver meu problema. Estou com problema no banco, dou um tiro na cabeça e vou resolver meu problema”. E aí? O que acontece com os filhos, com a mulher, com a família? Outros já estão levando a mulher junto, não é a primeira vez.

Meu Deus do céu, está na hora de a gente pensar. Estou alertando. O deputado fala pela tribuna da Assembleia. Não tenho outro lugar para falar, então tenho que falar daqui. Os psicólogos, a Polícia Militar, têm que analisar esse quadro de tantos suicídios, às vezes matando a própria esposa. É um absurdo o que está acontecendo.

Fica um alerta aqui, nobre deputado Coronel Telhada, Tenente Nascimento, que também é pastor. Alguma coisa está errada nessa história. Estou citando aqui porque não dá para entender. Espero que se faça... Até ouvi a deputada Adriana Borgo fazendo um trabalho nesta Casa, uma reunião com esse pessoal, fazendo um estudo sobre isso. Então, acho que deve ter um alerta mesmo. No meu modo de ver, alguma coisa está errada.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Seguindo a lista suplementar, quero convidar à tribuna o deputado Major Mecca. Tem o seu tempo regulamentar para o seu pronunciamento.

 

 O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, integrantes da Mesa, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nossos funcionários da Assembleia Legislativa que nos dão suporte, amigos que estão nas galerias, é uma satisfação estar com todos os senhores.

No último sábado, fizemos uma visita, em uma cidade do interior, ao major Moreira. O major Moreira estava com sua tropa na última quinta-feira, quando houve o roubo no Aeroporto de Viracopos. Vários indivíduos armados de fuzil tentaram roubar um carro-forte que se encontrava no aeroporto. Policiais militares que estavam no aeroporto fizeram o primeiro embate e não permitiram que o roubo fosse executado.

Na fuga, a equipe do major Moreira - ele inclusive pediu para que citasse o nome do sargento Tarso e do cabo Rodrigues, que integravam a equipe dele -, se deparou com aquele caminhão de lixo com vários indivíduos armados de fuzil e uma ponto 50. A viatura dele virou uma peneira, deputada Janaina, e ele foi alvejado na perna, tomou um tiro na coxa. O major Moreira, Olim, tomou um tiro na coxa, de fuzil.

No momento em que eles se depararam com o caminhão, os indivíduos abriram fogo contra a viatura e eles tiveram que abandonar a viatura e foram para a retaguarda para se proteger. Um tiro de fuzil bateu no asfalto, ricocheteou e entrou na coxa dele. Foi quando ele caiu, e o cabo Rodrigues o puxou pelo colete para a parte traseira da viatura, senão ele teria morrido, alvejado por mais disparos. O cabo Rodrigues e o sargento Tarso são heróis, homens que abriram fogo com vários criminosos empunhando fuzil e uma ponto 50.

 Chama a atenção e nos preocupa um detalhe que o major Moreira citou: ele foi socorrido em um hospital onde, segundo ele, a situação era extremamente precária. As primeiras medidas foram tomadas ali em cima de uma maca, em um corredor. Na sequência, ele acabou sendo levado ao HPM no banco da frente da viatura. Fizeram isso de maneira célere, até mesmo pelo alto risco de uma infecção.

Isso nos chama a atenção porque, num estado como São Paulo, numa situação como essa, nós sabemos que um mínimo de estrutura para um policial alvejado numa ocorrência é ter um helicóptero em condições de socorrê-lo e levá-lo a qualquer hospital, seja público ou privado, às expensas do estado.

Isso é o mínimo de suporte e estrutura que um policial deve ter numa situação dessa, um helicóptero no local para socorrê-lo e levá-lo não ao PS mais próximo, mas sim ao melhor hospital, que tenha a melhor estrutura para dar assistência ao policial.

Então a nossa fala é para parabenizar o major Moreira e os policiais do 47º Batalhão do Interior, os policiais do Gate, as equipes do Baep, da Polícia Civil, da Polícia Federal que estiveram lá. A gente está sempre mostrando aqui a disposição que os operadores de Segurança Pública demonstram para combater o crime, uma disposição fora do comum diante do cenário que a gente vive, tanto em relação à legislação que favorece o criminoso, começando pela audiência de custódia, e inúmeras outras pautas que poderíamos citar aqui, a falta de apoio e amparo do estado.

Hoje mesmo conversei com policiais de São José do Rio Preto, do Baep, que, na semana passada, em um confronto com a quadrilha do Primeiro Comando da Capital, em troca de tiro, seis indivíduos entraram em óbito como resultado desse confronto, e policiais lá estão sendo afastados da rua por conta desse confronto. Então, o afastamento de policiais por conta de resultados em ocorrências ainda acontece no estado de São Paulo.

Muito obrigado a todos. Uma ótima segunda-feira e uma ótima semana a todos nós.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Presidente, antes de pedir o levantamento da sessão, se tiver acordo entre as lideranças, só para uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - É regimental.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - De tudo o que o Major Mecca colocou dessa ocorrência em Campinas, me chamou muito a atenção, Major Mecca, claro, a gravidade da ocorrência, mas também um vídeo que circulou nas redes sociais de uma advogada chorando a morte do marginal que foi alvejado pela Polícia Militar, deputado Nascimento.

Ela dizia: “pelo amor de Deus, não me esperaram; o coitadinho estava na linha comigo, dizendo que iria se entregar. Ele só entrou na casa da mulher e do neném; ele só fez ela de refém. Mas ele estava no telefone comigo. Ele ia se entregar. A polícia malvadona o executou”.

Olha só: para quem viu as imagens, são cenas de guerra, Major Mecca. Ponto 50, policial alvejado. O marginal sequestrou a mãe e um bebê. E a advogada chorando uma ação legítima da Polícia Militar. Aí, o jornalista perguntou para ela: “como era o nome dele”. Ela não sabia.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - João.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - É, depois ela fala “João”. “João do quê?”. “Não sei”. Ela não sabia, Coronel Telhada, o nome do “cliente” dela, o que me leva a pensar, Delegado Olim, que parece que tem uma banca de advogados já aguardando esse tipo de ocorrência para defender o marginal.

Porque como ela vai de São Paulo a Campinas e não teve o cuidado de pegar o nome do cliente? E acusando a polícia de execução. Não foi execução. Legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal. Um absurdo uma advogada acusar a Polícia Militar do Estado de São Paulo de execução, numa ação muito mais do que legítima.

Então, fica registrado aqui o meu repúdio à fala dessa “advogada” desse marginal. E parabéns à Polícia Militar do Estado de São Paulo pela brilhante ocorrência. E ficou muito simbólica também, Major Mecca, aquela foto que o nosso governador tentou tirar com a tropa depois, aqueles sorrisos efusivos da nossa tropa naquela foto. Obrigado, Sr. Presidente.

 

 O SR. MAJOR MECCA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Só para complementar, deputado Gil Diniz: no organograma do Primeiro Comando da Capital, em São Paulo, tem a árvore lá - “sintonia dos gravatas”. O crime tem total assistência jurídica. Quem não tem é o policial. Se o policial precisar de amparo jurídico, ele normalmente vende o carro dele, faz um empréstimo. Nós fazemos vaquinha nos quartéis para poder ajudar o policial que precisa de um amparo jurídico. O criminoso tem. Viu que o negócio é rápido.

Eu não citei, nessa ocorrência, o sargento que foi feito refém. O sargento foi amarrado no capô de um dos veículos dos criminosos, levado como refém. Utilizaram o sargento como escudo. E, no momento da troca de tiros com a equipe do major Moreira, o sargento encontrava-se dentro do caminhão de lixo, feito refém, com os demais criminosos. Tamanha a complexidade dessa ocorrência. Muito obrigado.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem, presidente. Não sei se é regimental. Tem um vídeo aqui. A gente pode passar rapidamente o vídeo no telão? Ou posso pedir os cinco minutos da tribuna? Eu falo pelo Art. 82, pela liderança do PSL, só para passar o vídeo para o pessoal que assiste de casa ter ciência.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Encerrado o Pequeno Expediente, concedo a V. Exa. a palavra pelo Art. 82.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, mais uma  vez aqui da tribuna, só para exemplificar para quem nos assiste pela Rede Alesp, os nossos deputados e público aqui presente, para ver a fala dessa advogada que saiu  de São Paulo para defender seu cliente, em Campinas e, sequer sabia o nome do bandido,  do marginal. Vou pedir para que seja exibido o vídeo.

 

* * *

 

-  É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Seria cômico, Major Mecca, se não fosse trágico. Olha a tragédia. E me fala aqui, Coronel Telhada, que o nome dele não é João. O nome do marginal foi abatido ali na ocorrência legitimamente é Lúcio. “Qual é o nome dele?” Ela não sabia “é João”. “João do que?” “Não sei”. Daí o jornalista fala “qual era a profissão dele?” Ora, invadir aeroporto com ponto 50, roubar carregamento, carro forte, matar policial.

E eu esqueci de falar também da valorosa Guarda Municipal de Campinas também que deu pronto combate ali também com os nossos policiais militares de Campinas, o Baep, primeiro de Choque, A Rota também se deslocou para lá. Mas é isso que nós denunciamos todos os dias desta tribuna: é a bandidolatria, o culto ao bandido no nosso País. Isso não pode acontecer. “Ah, mas ele ia se entregar”.

O cara, depois de roubar o aeroporto, você imagina, ele tem a ousadia de roubar um aeroporto onde tem vigilância, segurança armada, troca tiro com a polícia, um major foi ferido ali também, tomou tiro, ele invadiu a casa de uma senhora e a fez refém. E ela “coitadinho, não me esperaram, ele ia se entregar”.

Novamente, parabéns à Polícia Militar do Estado de São Paulo. É isso que o pagador de imposto espera de vocês.  É justamente isso. Fizeram o que tinha que ser feito. Que pena; infelizmente nosso policial ficou ferido; que pena. Mas a gente precisa mudar essa realidade, a gente precisa apontar esse tipo de fala que vocês acabaram de ouvir. 

E precisamos defender, sim, a nossa força de segurança. O policial não executou aquele marginal. Ele não saiu de casa, Coronel Telhada, falando “olha, eu vou matar um bandido”. Não; a opção foi dele. Não se entregou.  Se tivesse se entregado estaria vivo. Era melhor não ter optado pela vida do crime. Ele assumiu o risco de roubar um aeroporto, o Viracopos.  Ele assumiu o risco de entrar naquela casa que tinha um bebê de colo ali, poxa. E a polícia fez o que tinha que fazer. Legítima defesa, estrito cumprimento dever legal e o vagabundo teve o destino que ele mesmo procurou.

Novamente desta tribuna, nós precisamos mudar essa mentalidade onde todo tipo de bandido é aplaudido, é defendido da maneira mais absurda, como se fosse um coitadinho, uma vítima da sociedade, e não são.

Parabéns à Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Se houver acordo entre as lideranças...

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, só quero uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - É regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Para ilustrar o comentário do deputado Gil Diniz, o envolvimento de advogados no crime organizado é uma coisa já tão sabida, que inclusive no ano passado nós presidimos uma CPI referente à Operação Ethos. A Operação Ethos foi desencadeada pelo Gaeco, e no final nós tivemos de 30 a 40 advogados presos, condenados, envolvidos.

Inclusive, um deles era o vice-presidente do Condepe, que aliás nem advogado era. Era tão charlatão que nem advogado era. No final, descobriu-se que nem advogado ele era, o famoso 171, mas era... enfim, é do crime. E outros advogados, inclusive, foram presos, como o Mecca falou da sintonia da gravata, etc.

E nós, policiais, cansamos de ver, não é Mecca, Conte? Chegávamos com vagabundo preso no distrito, o senhor também, Tenente Nascimento. Chegávamos com bandido preso e já estava o advogado aguardando. E a família. E o policial, como vocês falaram, tem que vender carro, vender casa.

O Brasil precisa mudar muita coisa.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - PSL - Esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia o Projeto de lei 683, de 2016, que foi vetado, e o Projeto de lei nº 1.061, de 2019, que tramita em regime de urgência.

Havendo acordo de lideranças, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de quinta-feira, com os aditamentos ora anunciados.

Lembrando-os ainda da sessão solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o governador Franco Montoro, grande líder deste Estado, e da sessão solene a realizar-se amanhã, às 10 horas, com a finalidade de prestar menção honrosa ao Dia do Aviador e à Força Aérea Brasileira, com outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, e ao Tenente-Brigadeiro-do-Ar Paulo João Cury, ao deputado federal general de divisão Roberto Peternelli, e ao brigadeiro-engenheiro Mauricio Pazini Brandão.

Está levantada a presente sessão.

 

                                         * * *

            - Levanta-se a sessão às 15 horas e 32 minutos.

           

                                                            * * *