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7 DE AGOSTO DE 2019

32ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidência: CAUÊ MACRIS

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Abre a sessão. Coloca em votação o substitutivo ao PL 435/19.

 

2 - ERICA MALUNGUINHO

Para comunicação, considera desonesto não trazer números para esta discussão. Diz serem os mesmos essenciais. Afirma que os números apresentados pela deputada Leticia Aguiar são sensacionalistas. Critica o pronunciamento da deputada Dra. Damaris Moura, que apesar de ter defendido a igualdade e a isonomia, admitiu hoje em reunião de comissão, um projeto que exclui pessoas trans no esporte. Demonstra tristeza pelo projeto da deputada Janaina Paschoal não ter sido adequado após diversas discussões.

 

3 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Encaminha a votação do substitutivo ao PL 435/19, em nome do PSOL.

 

4 - MARINA HELOU

Encaminha a votação do substitutivo ao PL 435/19, em nome da Rede.

 

5 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do substitutivo ao PL 435/19, em nome do PTB.

 

6 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, esclarece que o presidente Cauê Macris está cumprindo o que foi combinado no Colégio de Líderes, antes do recesso parlamentar. Informa que, de acordo com o combinado, nas quartas e quintas-feiras seriam pautados projetos de deputados da Casa.

 

7 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, critica o excesso de tempo para a discussão do projeto da deputada Janaina Paschoal. Questiona quantas sessões extraordinárias seriam necessárias para discutir projetos dos 94 deputados. Pergunta se há algum tipo de privilégio para a deputada Janaina Paschoal. Diz ser contrário à posição do presidente Cauê Macris. Fala que não entende o porquê de tanta atenção para um único projeto.

 

8 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Afirma que a tradição desta Casa não está sendo quebrada. Lembra de projeto de deputado, que em seu mandato passado, foi pautado em 14 sessões extraordinárias, paralisando a Casa por quatro meses. Cita a instituição de comissão para construir consensos nos projetos dos deputados, liderada pelo deputado Vinícius Camarinha. Diz que nunca conseguiu instituir um novo modelo de votação de projetos de deputados. Explica o novo modelo instituído para trazer a plenário os projetos de deputados. Lembra que no final do primeiro semestre faltaram os projetos dos deputados Janaina Paschoal, Leci Brandão e Enio Lula Tatto, deixados para apreciação em plenário na primeira semana após o recesso parlamentar. Diz ser o critério objetivo.

 

9 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, questiona o longo tempo de discussão do projeto da deputada Janaina Paschoal. Discorda do método estabelecido pelo presidente Cauê Macris. Considera que o projeto da deputada Leci Brandão não terá nem dez minutos de discussão. Diz estar a Casa toda em função de um único projeto.

 

10 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Esclarece que este projeto tem mais divergência e polêmica, por isto o maior tempo de discussão. Diz que o projeto da deputada Leci Brandão também teria discussão, caso não tivessem buscado entendimento entre os assessores da deputada e as lideranças da Casa.

 

11 - BETH LULA SAHÃO

Encaminha a votação do substitutivo ao PL 435/19, em nome do PT.

 

12 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, responde o pronunciamento do deputado Teonilio Barba Lula sobre o governador João Doria. Menciona post da presidente do PT, direcionado ao governador, a respeito da transferência de Lula para presídio em São Paulo.

 

13 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, critica a última frase da fala de João Doria. Afirma que ninguém tem moral para dizer que o ex-presidente Lula nunca trabalhou. Ressalta que o deputado Carlão Pignatari, ao dizer que os presídios têm segurança, não conhece a realidade dos presídios paulistas.

 

14 - SARGENTO NERI

Para comunicação, afirma que nenhum deputado tem moral para falar da polícia de São Paulo. Considera a mesma legalista. Diz ter a polícia paulista moral e competência.

 

15 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, afirma ter falado sobre o governador João Doria e não sobre a polícia paulista.

 

16 - BARROS MUNHOZ

Encaminha a votação do substitutivo ao PL 435/19, em nome do PSB.

 

17 - MÁRCIA LULA LIA

Encaminha a votação do substitutivo ao PL 435/19, em nome da Minoria.

 

18 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara aprovado o substitutivo ao PL 435/19, restando prejudicado o projeto.

 

19 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita verificação de votação.

 

20 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

21 - DANIEL SOARES

Declara obstrução da bancada do DEM ao processo de votação.

 

22 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução da bancada do PT ao processo de votação.

 

23 - BRUNO GANEM

Declara obstrução da bancada do Podemos ao processo de votação.

 

24 - ANDRÉ DO PRADO

Declara obstrução da bancada do PL ao processo de votação.

 

25 - DELEGADO OLIM

Declara obstrução da bancada do PP ao processo de votação.

 

26 - SARGENTO NERI

Declara obstrução da bancada do Avante ao processo de votação.

 

27 - ALTAIR MORAES

Declara obstrução da bancada do PRB ao processo de votação.

 

28 - GIL DINIZ

Declara obstrução da bancada do PSL ao processo de votação.

 

29 - HENI OZI CUKIER

Declara obstrução da bancada do Novo ao processo de votação.

 

30 - MARINA HELOU

Declara obstrução da bancada da Rede ao processo de votação.

 

31 - FERNANDO CURY

Declara obstrução da bancada do PPS ao processo de votação.

 

32 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Declara obstrução da bancada do PSOL ao processo de votação.

 

33 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, que não atinge número regimental, ficando adiada a votação.

 

34 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, agradece os deputados, a Presidência e os funcionários que permaneceram nesta sessão extraordinária para apreciar este importante projeto para a população.

 

35 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em discussão o PL 226/17.

 

36 - GILMACI SANTOS

Para questão de ordem, questiona se a votação do projeto da deputada Janaina Paschoal ficou adiado.

 

37 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Responde o questionamento do deputado Gilmaci Santos. Encerra a discussão do PL 226/17. Coloca em votação requerimento de método de votação para o PL 226/17.

 

38 - GIL DINIZ

Para comunicação, questiona o momento no qual pode ser pedida a verificação de votação.

 

39 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Responde o questionamento do deputado Gil Diniz. Suspende os trabalhos por dois minutos, por conveniência da ordem às 23h11min; reabrindo-a às 23h13min. Coloca em votação o requerimento de método de votação do PL 226/17.

 

40 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças.

 

41 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido e suspende a sessão às 23h14min; reabrindo-a às 23h15min.

 

42 - CARLÃO PIGNATARI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

43 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Indefere o pedido em razão da não concordância do deputado Roque Barbieri. Coloca em votação e declara aprovado requerimento de método de votação do PL 226/17.

 

44 - GIL DINIZ

Solicita uma verificação de votação.

 

45 - CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

46 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução da bancada do PT ao processo de votação.

 

47 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Declara obstrução da bancada do PRB ao processo de votação.

 

48 - ROQUE BARBIERE

Declara obstrução da bancada do PTB ao processo de votação.

 

49 - DELEGADO OLIM

Declara obstrução da bancada do PP ao processo de votação.

 

50 - DANIEL SOARES

Declara obstrução da bancada do DEM ao processo de votação.

 

51 - CARLA MORANDO

Declara obstrução da bancada do PSDB ao processo de votação.

 

52 - HENI OZI CUKIER

Declara obstrução da bancada do Novo ao processo de votação.

 

53 - MARTA COSTA

Declara obstrução da bancada do PSD ao processo de votação.

 

54 - SARGENTO NERI

Declara obstrução da bancada do Avante ao processo de votação.

 

55 - DRA. DAMARIS MOURA

Declara obstrução da bancada do PHS ao processo de votação.

 

56 - FERNANDO CURY

Declara obstrução da bancada do PPS ao processo de votação.

 

57 - ANDRÉ DO PRADO

Declara obstrução da bancada do PL ao processo de votação.

 

58 - BRUNO GANEM

Declara obstrução da bancada do Podemos ao processo de votação.

 

59 - GIL DINIZ

Declara obstrução da bancada do PSL ao processo de votação.

 

60 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Declara obstrução da bancada do PSOL ao processo de votação.

 

61 - ALEXANDRE PEREIRA

Declara obstrução da bancada do Solidariedade ao processo de votação.

 

62 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, que não atinge quórum regimental, ficando adiada a votação.

 

63 - CARLÃO PIGNATARI

Solicita o levantamento da sessão.

 

64 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Indefere o pedido por desacordo entre as lideranças. Encerra a discussão e coloca em votação o PL 511/17, salvo emendas.

 

65 - GIL DINIZ

Encaminha a votação do PL 511/17, em nome do PSL.

 

66 - CARLA MORANDO

Para comunicação, defende o governador João Doria. Afirma que o mesmo está na China, buscando investimentos para o estado de São Paulo. Lembra que o governador trabalha incansavelmente desde às seis horas da manhã, inclusive finais de semana e feriados. Lamenta o posicionamento do deputado Gil Diniz.

 

67 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara aprovado o PL 511/17, salvo emendas.

 

68 - GIL DINIZ

Solicita uma verificação de votação.

 

69 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

70 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução da bancada do PT ao processo de votação.

 

71 - ROQUE BARBIERE

Declara obstrução da bancada do PTB ao processo de votação.

 

72 - CARLA MORANDO

Declara obstrução da bancada do PSDB ao processo de votação.

 

73 - ANDRÉ DO PRADO

Declara obstrução da bancada do PL ao processo de votação.

 

74 - ALTAIR MORAES

Declara obstrução da bancada do PRB ao processo de votação.

 

75 - DANIEL SOARES

Declara obstrução da bancada do DEM ao processo de votação.

 

76 - GIL DINIZ

Declara obstrução da bancada do PSL ao processo de votação.

 

77 - MARTA COSTA

Declara obstrução da bancada do PSD ao processo de votação.

 

78 - FERNANDO CURY

Declara obstrução da bancada do PPS ao processo de votação.

 

79 - BRUNO GANEM

Declara obstrução da bancada do Podemos ao processo de votação.

 

80 - DRA. DAMARIS MOURA

Declara obstrução da bancada do PHS ao processo de votação.

 

81 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Declara obstrução da bancada do PSOL ao processo de votação.

 

82 - DELEGADO OLIM

Declara obstrução da bancada do PP ao processo de votação.

 

83 - ALEXANDRE PEREIRA

Declara obstrução da bancada do Solidariedade ao processo de votação.

 

84 - HENI OZI CUKIER

Declara obstrução da bancada do Novo ao processo de votação.

 

85 - SARGENTO NERI

Declara obstrução da bancada do Avante ao processo de votação.

 

86 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, que não atinge quórum regimental, ficando adiada a votação. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o substitutivo apresentado pelo Congresso de Comissões.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Com anuência do líder, eu gostaria de encaminhar pela bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para encaminhar em nome da liderança do PSOL, a deputada Monica.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - Para concluir minha comunicação, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir sua comunicação, V. Exa. tem um minuto, com a anuência da oradora na tribuna.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL – PARA COMUNICAÇÃO - É que eu estava falando sobre o discurso da deputada Damaris e da Leticia, que eu acho desonesto a gente não trazer números para uma questão tão importante que diz respeito a políticas públicas. Os números são essenciais. Em relação ao discurso da Leticia, que trouxe alguns fatos, enfim, da mortandade infantil nos partos normais, eu considero sensacionalista. A gente poderia também pegar inúmeros outros casos de partos cesáreos que foram malsucedidos. Então, acho que as coisas não partem exatamente desse lugar. E no mais, o discurso da Damaris, ela falou tanto de igualdade, isonomia, sobre equidade, enfim, e hoje, logo cedo, na Comissão de Constituição e Justiça, ela admitiu um projeto que tece sobre a exclusão de pessoas trans no esporte. Então, quem são as pessoas que têm direito ou não de escolha?

Então, na verdade isso parte de um processo que nós já sabemos muito bem do que se trata. É uma questão de um apoio, Janaina, que muitas vezes não leva em consideração discussões importantes que aconteceram nesta Casa por parte de especialistas, que você teve a oportunidade de presenciar e que inclusive acolheu algumas considerações e, no entanto, não adentrou no projeto. Acho isso triste porque isso rompe com os princípios e pressupostos da democracia, de todos os discursos, enfim, que nós tentamos pautar aqui neste plenário.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra a deputada Monica.

 

 A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Hoje a gente está votando o Projeto de lei nº 435, que parte de um diagnóstico muito correto de que uma a cada quatro mulheres no Sistema Único de Saúde é vítima de algum tipo de violência obstétrica, ou negligência médica. Esse diagnóstico eu já disse diversas vezes que está correto, que é uma realidade, mas o encaminhamento para a solução dele é completamente equivocada. A gente teve aqui meses de debates sobre o assunto, inclusive, se for para falar sobre risco à vida da mulher mãe ou do bebê, a gente poderia trazer aqui outras inúmeras notícias também alarmantes e sensacionalistas como “mulher morre após cesariana não sucedida com grampo enferrujado na barriga”, “mulher morre por cortes de outros órgãos durante cesariana”, “mulher tem, como sequelas, depois de costuras e pontos maus feitos, costurados com a placenta.”

Ou, para avançar, se a gente for querer falar dessa temática especificamente, a gente pode falar da recente notícia da semana passada de que um bebê, na Bahia, teve 25 pontos na cabeça ao ser cortado durante uma cirurgia cesariana. Episódios como esse também não são esporádicos. Ou seja, mulheres e bebês estão sendo vítimas de violências, negligências e erros médicos no momento do nascimento.

É importante a gente falar aqui que analgesia no parto já é um direito constituído. Contudo, assim como todos os outros direitos constituídos na hora do nascimento, eles também são negligenciados. A gente precisa debater profundamente qual é a atual situação do SUS e qual é a atual situação do nascer.

Usa-se de má-fé quando a gente vai falar sobre a autonomia da mulher, quando a gente está falando restritivamente de uma publicidade a uma cirurgia que nada garante que mulheres e bebês terão a hora do nascimento mais segura.

A gente tentou aqui avançar quando é para falar sobre direito das mulheres. A gente tentou aqui falar sobre garantia de tratamentos não farmacológicos para diminuição da dor. A gente tentou aqui avançar no acompanhamento de doulas. A gente tentou aqui avançar no debate da garantia de outras posições na hora do nascimento. A gente tentou aqui avançar no debate sobre quais são os direitos primários já constituídos que nós, como legisladoras, deveríamos fiscalizar e garantir a essas mulheres, como, por exemplo, acompanhamento na hora do parto, mas a gente não conseguiu avançar uma linha no debate que diz respeito à autonomia e segurança das mulheres.

Então a gente está vivendo aqui, de fato, um debate exaustivo, que tem como plano de fundo se apropriar da luta histórica de uma nova onda do feminismo, das mulheres pelo seu próprio corpo, pelo direito de nascer. É essa disputa que está posta. Como sempre, há uma camada da sociedade que disputa a partir de, como a Erica Malunguinho que me sucedeu disse, de desonestidades intelectuais, leva a decisões ruins e inconclusas.

Neste momento a gente precisaria avançar muito no sentido do debate da Saúde, do financiamento público, até da política federal, para garantir o combate à violência e à negligência nos hospitais, mas a gente está aqui tratando de satisfazer uma pauta corporativa.

E não, a gente não acha que os médicos são grandes vilões, a gente não acha que os médicos querem apenas ganhar mais dinheiro ou fazer um parto que seja simplesmente mais fácil para eles. O que a gente tem é um país que treinou os médicos para realizarem partos em 30 minutos. O que a gente tem aqui no País é uma fila industrial de nascimentos. O que a gente tem aqui é falta de estrutura, falta de salas, falta de maternidades, falta de UTIs neonatais que colocam esse regime de urgência imposto.

Aprovar aqui uma publicidade à cirurgia cesariana significa que a gente está chancelando esse momento, esse sentimento, essa cultura. A gente está dizendo “é isso mesmo”. Para a hora do nascer das crianças e para o parto de mulheres, nós queremos reservar apenas 30 minutos. É essa publicidade que está posta e é a isso que a gente está se opondo.

Na atual situação do SUS, do Sistema Único de Saúde, eu já disse isso milhões de vezes aqui, erros médicos acontecem o tempo todo. Quando a gente leva para a questão cirúrgica, e a cesariana é uma cirurgia, a gente aumenta muito as chances de complicações após as cirurgias, a gente aumenta muito as chances de infecções e a gente vai aumentar muito a demanda por UTI neonatal, que, mais uma vez, eu preciso lembrar os senhores que aqui no estado de São Paulo a gente não tem.

Então, diante de tanta desinformação, diante de tantos desdobramentos ruins, diante de tanta dificuldade para avançar, diante de tanta falta de disposição para entender o que é de fato a autonomia das mulheres, nós chegamos ao triste dia de hoje, em que esse PL está em pauta sem nenhuma alteração.

Enquanto isso, nós tratamos, aqui embaixo, aqui embaixo, onde o microfone não pega, onde as câmeras não gravam etc, com a maior naturalidade do mundo, a alteração do projeto de lei da deputada Leci Brandão, que não está aqui porque sua mãe faleceu e ela está no Rio de Janeiro.

A gente está tentando, com a maior naturalidade do mundo, alterar o seu projeto, que trata de providências para a discriminação religiosa. Artigos, por exemplo, que proveem que discriminação religiosa contemplam atos de violência e de constrangimento se tornam um absurdo aqui neste plenário, porque para algumas pessoas constranger as pessoas e colocá-las em situação vexatória por conta da sua religião é um completo absurdo.

É mais importante, é mais motivo de trabalho de alguns setores nesta Casa, esta frase, se ocupar para que as pessoas tenham o direito e não possam ser punidos por constranger as pessoas por caráter de religião, do que a gente se desdobrar em cima da situação em que nascem crianças e pelas quais as mulheres têm infarto no Brasil.

Outro artigo que incomoda nesse Projeto de lei que está sendo discutido agora aí embaixo, no plenário, que diz respeito que veículos de comunicação não podem praticar discriminação religiosa.

A gente sabe que alguns setores e algumas religiões possuem até televisões. E a gente sabe que algumas dessas igrejas até praticam e foram historicamente, recentemente, punidas por esse ato; uma decisão histórica.

E a gente lida com a maior naturalidade do mundo, nas costas da Leci, que não está aqui neste momento, de alterar o projeto de lei dela, que é um projeto necessário, importante e que tem relevância, sim.

Então, a gente não pode dizer, colocar a cabeça no travesseiro hoje e dizer que a gente está lutando contra a violência, contra a liberdade ou contra a autonomia de mulheres, quando a gente não está disposta a entender a diferença que existe culturalmente, de classe e de raça entre as mulheres.

Se no SUS mulheres negras, mulheres pobres são mais vítimas de negligência e erros médicos, nas ruas, as mulheres da umbanda, as mulheres do candomblé, as mulheres de religião de matriz africana, as mulheres de religiões racializadas, também vão continuar sendo violentadas, vão continuar sendo expostas a situações vexatórias.

E isso aqui é um sinal de alerta e alarde para este plenário. Então, eu quero lamentar o dia de hoje e, mais uma vez, chamar à nossa responsabilidade. As decisões que a gente toma aqui e as decisões que a gente vai tomar hoje sobre o PL de publicidade à cesárea terão impacto imediato sobre todas as secretarias municipais de Saúde.

Decisões como esta terão impactos imediatos nos municípios. E o Governo do Estado de São Paulo, como a gente vem discutindo a situação dos hospitais, das maternidades, das maiorias que ainda são Santas Casas neste estado de São Paulo, do Caism, e etc, vão continuar tendo que lidar com a emergência do aumento drástico do número de cirurgias sem que a gente tenha debatido a situação do SUS para atendê-las.

É isso. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação...

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputada Marina Helou.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Gostaria de encaminhar pela bancada da Rede, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - V. Exa. tem a palavra.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, caros colegas. Boa noite a todas as pessoas que nos assistem hoje na tribuna e que nos assistem pela TV Alesp.

Eu já subi nesta tribuna outras vezes para falar contra o Projeto 435, de 2019. Hoje, subo para falar brevemente sobre três pontos principais, e trago alguns depoimentos para embasar minha fala.

O primeiro ponto que eu trago é que reconheço, já disse para a deputada Janaina que eu reconheço que a intenção do projeto é positiva, que, sim, existe um problema grave de violência obstétrica no SUS e que a intenção da deputada no projeto é positiva na tentativa de ajustar esse problema, que muitas mulheres realmente não podem ter uma cesárea quando necessitam. Porém eu discordo, respeitosa e veementemente, da solução. O PL em questão não resolve o problema e piora, incentivando as cesáreas, na minha visão.

Quero dizer também que eu concordo e respeito a fala da deputada Damaris quando ela traz o depoimento dela, porém o que ela traz, uma história triste no final, eu também me solidarizo. Só que as estatísticas mostram que as cesáreas têm um índice muito maior de mortalidade materna e infantil do que parto normal. Cesáreas desnecessárias, como esse projeto estimula, muito maior. Isso traz uma questão séria que uma estatística é uma somatória de vários casos tristes como esse, vários casos que infelizmente têm um desfecho horroroso para um momento tão especial como o do nascimento, a maioria dos casos em cesáreas desnecessárias, como esse projeto estabelece.

Terceiro ponto que eu gostaria de colocar, e esse é bem importante, é que essa não é uma questão ideológica, essa não é uma questão de direita contra a esquerda. Essa é uma questão importante de defesa à vida das mulheres e dos bebês, defesa e segurança e cuidado nesse momento tão especial como o nascimento. Na verdade a gente não está falando de direito à escolha, porque isso depende de várias outras coisas que o PL  não enfrenta. A gente está se enganando e se iludindo, falando que é de direito à escolha quando, na verdade, a gente está falando de morte e vida, a gente está falando de preservar a vida das mulheres e dos bebês, trazendo mais segurança em um olhar médico. Mas isso não sou eu que estou dizendo, são diversos especialistas na área de todas as esferas, que eu trouxe aqui alguns depoimentos.

E para provar que essa não é uma questão ideológica, o primeiro vídeo que vou apresentar é da secretária-adjunta do ministro da Saúde do governo Bolsonaro, do ministro Mandetta, que concorda com ela e se coloca contrário ao projeto. O governo Bolsonaro, do PSL, a secretária-adjunta, que fez bastante campanha para o PSL, se coloca contra o projeto, provando que essa não é uma questão de direita e esquerda, mas é uma questão, sim, de olhar estatísticas, evidências e construir políticas públicas baseadas em dados, em fatos, e não em algumas histórias pontuais.

Então, peço agora que a gente assista, possa assistir aos depoimentos que a gente trouxe.

 

* * *

 

- É feita a apresentação.

 

* * *

 

Essa é a secretária do ministro da Saúde do governo Bolsonaro. O que traz com clareza que essa não é uma questão ideológica, mas é uma questão complexa, que fala realmente da condição, do que é a real escolha da mulher. Hoje, ela não existe, e do jeito que está colocado, a gente simplesmente aumenta o risco para as mulheres.

Eu trouxe vários pontos aqui. Já falei, já trouxe os estudos, já trouxe dados, já trouxe os números, já mostrei uma apresentação, já falei diversas vezes os pontos que embasam o nosso posicionamento. Então, levando em consideração que, ainda que a intenção seja positiva, o projeto prejudica as mulheres, a segurança e a vida dos bebês, que essa é uma questão, sim, de estatística, de evidências, e não ideológica, eu encaminho meu voto contrário, e peço para que a gente continue assistindo diversas especialistas na área que corroboram com esse ponto.

Enfim, são 12 minutos de vídeo. A gente vai assistir dois.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Essas são as comissões da OAB que se colocam contrárias à constitucionalidade do projeto. Eu recebi centenas de depoimentos. A gente poderia ter um vídeo superlongo. A gente colocou o que deu para colocar. Acho que meu tempo acabou, para a gente continuar, mas a gente pode disponibilizar eles nas redes sociais, para quem tiver interesse em assistir outras visões sobre o projeto.

Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB -  Para encaminhar em nome do PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, primeiro quero mostrar, uma vez mais, a minha estranheza: a Presidência, pela primeira vez - e estou aqui há 28 anos -, pautar um projeto de deputado em uma sessão extraordinária. Imagine se fizer isso com todos os 94 deputados. E mais do que isso: pautou na segunda também.

Eu nem vou discutir se esse Projeto nº 435 é constitucional ou não, se gera custo ou não. Segundo a opinião de alguns advogados, é inconstitucional, mas não vou entrar nesse campo, não.

Sabe qual é a minha dúvida, deputada Márcia Lia? O que levou a esta aliança entre Governo e PSL? Uma aliança “jaconça”. O que é aliança “jaconça”? É jacaré com onça. É isso que está acontecendo aqui. O governo encantou os olhos de parte do PSL. Todos estão apaixonados. Ainda bem que o deputado Barros Munhoz falou hoje de um poeta que caminhava com a bandeira do amor, da paixão, o Paulo Bomfim. Não entendo o que aconteceu para o presidente abrigar essa loucura desse projeto. Pela primeira vez, um deputado - neste caso, a deputada Sra. Paschoal - foi beneficiado, em 30 anos, como o único deputado ou deputada que teve um projeto pautado em sessão extraordinária.

E o que disse o presidente, o deputado Cauê Macris? “Acordo.” Que acordo foi feito - diz para mim, deputado Carlão Pignatari - para romper todas as tradições desta Casa, para fazer com que um deputado...

Eu agora vou querer também que eventualmente o meu projeto, deputado Cauê Macris, se V. Exa. não estiver muito atrelado aí... Eu quero que V. Exa. paute também o meu projeto em duas extraordinárias. Por que não, deputado Barba? Por que só a Sra. Paschoal? Por quê?

Alguma coisa existe lá nos céus que eu não sei. As estrelas estão brilhando. Eu não sei qual é o caminho. Não sei se o deputado Carlão Pignatari tem esse encanto todo, de um galã global. Pode ser, pode ser que eu veja o deputado Carlão e veja alguém com 1,90m de altura, olhos verdes... Pode ser que eu esteja maluco. Que encanto tem o deputado Carlão Pignatari? (Fala fora do microfone.)

Onde eu levantei? A senhora está louca, Sra. Paschoal? O que eu falei demais, diz para mim? O que eu falei demais? O que eu falei, deputada? (Fala fora do microfone.) Presidente, presidente. Sr. Presidente, olha o meu tempo correndo. Presidente, se eu, por ventura, ofendi a honra da Sra. Paschoal, peço que seja excluído do meu pronunciamento. Não foi essa a intenção, porque não sou leviano. Não sou leviano.

Sabe, deputado Barros Munhoz, eu costumo, de vez em quando, refletir, meditar e buscar lá no fundo do meu coração o que eu poderia fazer diante de um quadro dantesco como esse. Pensei: “Vou fazer um requerimento ou um projeto proibindo os médicos de darem opinião seja em qual procedimento for”. Aí eu resolvo a questão. Chega lá o paciente e diz: “Eu não quero operar o coração.” E está com todas as válvulas entupidas. A opinião é dela. E o médico? O médico...

Presidente, eu gostaria que V. Exa. sinalizasse essa minha solicitação verbal, mas eu vou textualizar. Para que serve um médico? Eu gostaria que os médicos não participassem mais. Chegassem lá os pacientes e dissessem: “Quero isso, quero operar o fígado”. “Mas você não tem fígado”. “Quero operar o rim”. “Mas você tirou faz dois anos”.

É na linha do projeto da deputada, Sra. Paschoal. É um absurdo. Ninguém está atentando para isso. Estamos caminhando para o ridículo. Ou, como dizia o pensador, tudo, menos o ridículo. O ridículo que nós estamos fazendo aqui. Discutindo o quê? Tirando o sagrado direito do médico.

Então, olha o absurdo, a paciente vai lá, a parturiente, e diz: “Eu quero fazer uma cesariana” ou “quero um parto normal”. O que faz o médico? É bandeirinha do jogo? Juiz já não pode ser. E nós assistimos covardemente a votação deste projeto. Não me venham dizer que é o sagrado direito da mulher. O sagrado direito dela é ter a opinião de um médico, a assistência de um médico. Não é deixar que ela escolha, deputado Sargento Neri, o procedimento. Ela não é médica.

As pessoas mais humildes, lá da zona leste, da minha zona leste, são pessoas humildes. Guaianases, Cidade Tiradentes, o que é que essa gente humilde, ganhando menos de um salário mínimo, sem conhecimento, vai a uma maternidade, a um hospital, e diz que quer fazer cesariana, pouco importa a opinião do médico. É isso o que estamos votando hoje aqui.

Mas o milagre não é esse. O milagre é como este projeto chegou ao plenário. Essa é a grande indagação, deputado Roque Barbiere. Como esse projeto está sendo discutido em segunda extra? Deputado Barbiere, V. Exa. tem o tempo que eu tenho aqui. Já viu alguma vez um projeto de algum deputado ser pautado em extra?

O que a Sra. Paschoal tem que nós não temos? Eu vou fazer um curso para tentar desvendar, deputado Barros Munhoz. Vossa Excelência tem um discurso aqui, para lá, para cá, eu entendo V. Exa., que é um político na acepção da palavra. Agora, V. Exa. não vai explicar para mim por que esse projeto está sendo discutido hoje, em uma quarta-feira, na segunda extra. O que aconteceu? O que teria acontecido? Aos senhores e senhoras, essa indagação.

O que aconteceu? O que fez com que o deputado Cauê Macris, presidente, rompesse todas as tradições e pautasse um projeto de deputado em duas sessões extraordinárias.

Peço que os senhores e as senhoras meditem. Não é hora de errar. Está em jogo não o projeto da Sra. Paschoal, está em jogo esta Casa.

E desculpe, deputada Valeria, V. Exa. veio aqui e falou o que quis. O sorriso da senhora eu não sei se é franco ou sarcástico, mas deixa para lá. O que me comove é perder esse seu sorriso. Sarcasmo à parte, é o seu sorriso.

Encerro, Sr. Presidente, tentando caminhar para a minha casa. E, chegando a noite, vou tentar falar com as estrelas lá da minha varanda. Quem fez o deputado, presidente, pautar esse projeto em sessões extraordinárias? Qual é o motivo? Qual é a razão? Com a palavra, o Sr. Presidente.

Não duvido da sua honestidade, da sua lealdade aos seus princípios e do seu caráter, se o deputado Carlão Pignatari deixar que eu termine, o seu caráter, a sua dignidade, a sua honra, eu assino em qualquer momento.

Eu não sei o critério político que V. Exa., de mãos dadas com o deputado Carlão Pignatari, conseguiu fazer ao pautar este projeto em duas extras. Deus proteja esta Assembleia Legislativa.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente, para encaminhar em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Vejo o deputado Campos Machado, dizendo dos acordos que estão ocorrendo aqui na Assembleia. O presidente está apenas cumprindo o que foi combinado no Colégio de Líderes. Antes do recesso de julho, nós combinamos de pautar os projetos da deputada Janaina, do deputado Enio Tatto e da Leci, nas extras.

Então, foi combinado isso. Foi só isso que foi combinado. Não estou entendendo qual acordo que foi feito, de mãos dadas, o presidente ou não presidente. Não é isso. A única coisa que foi feita é isso. Foi muito fácil a fala do presidente Cauê, dizendo que na quarta-feira, nas extras, e na quinta-feira, nas extras, seriam pautados projetos dos deputados desta Assembleia.

O que eu não consigo entender é que, primeiro, só vota projeto do Governo. Quando vota projeto de deputado, também reclama que vota projeto de deputado. Até agora não consegui, deputado Campos, o grande orador que o senhor é, a pessoa que a gente tem um respeito enorme... Mas nós temos que ter esse tipo de conhecimento, porque isso foi combinado no último Colégio de Líderes.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, confesso, sinceramente, que eu não entendi uma palavra do deputado Carlão. Foi feito um acordo de votar projetos, estou dizendo projetos de deputados, não um projeto, que está na segunda extra.

Como o deputado Carlão Pignatari explica que um projeto de deputado esteja em duas extras? Eu volto a perguntar, deputada Bebel, quantas extras vão precisar para discutir os projetos dos 90 e poucos deputados? Eu ainda não tive projeto aprovado. Será que o meu projeto vai ter essa regalia toda, esse encanto todo? Ou a Sra. Paschoal é privilegiada? Não vai ser fácil um projeto meu ser pautado. Agora, duas extras, só se eu receber as bênçãos de Deus. Não há hipótese.

Parabéns, Sr. Presidente, pela sua posição, que eu sou frontalmente contrário. Nós estamos aqui, numa quarta-feira, na segunda extra, discutindo um projeto totalmente contrário à realidade, da Sra. Paschoal, e o deputado Carlão Pignatari quer dizer que não tem nada no ar? 

Sr. Presidente, a dúvida é a pior das doenças que existe. Vou deixar este microfone, vou sentar na minha poltrona, vou começar a meditar. Que dúvida cruel que nunca ninguém desta Casa vai me explicar por que tanta atenção para um projeto só. Permita-me, presidente, encerrar antes do tempo, porque eu quero ter tempo de consultar a minha consciência, voltar ao passado. Eu tenho que encontrar uma saída, me desculpe, Sr. Presidente, vou encerrar o meu tempo antes para poder meditar e refletir.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Peço licença à deputada Beth.

Deputado Campos, com todo o respeito que tenho a V. Exa., mas, na verdade, nós não estamos quebrando nenhuma tradição. No mandato passado, V. Exa. estava aqui, eu já presidia a Casa, nós tivemos um projeto que foi pauta de um deputado da Casa, que foi pautado em 14 sessões extraordinárias e travou a Casa. Parou a Casa durante pelo menos quatro meses, deputado André? O projeto do deputado Feliciano?

Quatro meses por conta de um projeto de um deputado. Nós instituímos, com o acordo de todos os líderes, inclusive de V. Exa., uma comissão para poder construir consensos nos projetos dos parlamentares. Historicamente, sempre se votava, por baciada, os projetos de deputados no fim de semestres, no primeiro semestre e no segundo semestre.

Na minha primeira gestão como presidente, sempre tentei instituir um novo modelo de votação de projetos de deputados. Nunca consegui. Na gestão passada, não consegui. No segundo biênio, não consegui. Nesta gestão com novos deputados, conseguimos criar um novo critério. Esse critério leva em consideração o quê?

O apoiamento das lideranças parlamentares para trazer os projetos para o plenário. Esse é o critério que foi estabelecido. Quem tiver o maior número de apoiamentos, trazemos para o plenário. E uma novidade que não tínhamos até então na Assembleia: projetos de deputados vindo para o plenário, deputado Barros, não têm obrigatoriamente de serem aprovados. Porque no passado, para vir para o plenário tinha acordo, não tinha discussão e tinha votação.

Ponto, sempre foi feito assim e nós conseguimos quebrar isso. Pela primeira vez, nós estamos trazendo para o plenário projetos que não têm acordo, que deputados votam contra, votam favoráveis, com verificação. Essa é a primeira vez. Tanto é verdade que eu, Barros, a contragosto do líder do Governo, dividi a semana.

Das seis sessões extraordinárias possíveis - terça, quarta e quinta - nas três primeiras da semana, discutimos projeto de governo; nas três últimas da semana, discutimos projetos de parlamentares.

No primeiro semestre, fechamos uma lista. Todos os projetos daquela lista apresentada pela comissão que trabalha, coordenada pelo deputado Vinícius Camarinha, que tivessem acima de 60 apoiamentos de parlamentares, de lideranças que apresentavam um número de parlamentares, viriam a plenário. Todos que tiveram mais de 60 apoiamentos vieram a plenário.

Faltaram três: o da deputada Janaina, o da deputada Leci Brandão e o do deputado Enio Tatto. Foram os três únicos que ficaram remanescentes daquela primeira lista que tinham acima de 60 apoiamentos. Todos os outros foram votados, 100% deles. Os únicos que ficaram foram esses três.

O que nós fizemos no final do semestre? Eu deixei claro para fazer o entendimento que nós não levaríamos mais no primeiro semestre esses três projetos à votação; que eu traria no segundo semestre à votação esses projetos na primeira semana. É exatamente o que nós estamos fazendo.

No Colégio de Líderes desta semana, eu deixei claro - V. Exa. não estava presente, eu reconheço - mas nenhum líder foi contra a posição que eu coloquei que nas três sessões extraordinárias - quarta e quinta - nós colocaríamos os projetos em votação quantas vezes fossem necessárias até virem à votação. Ficou claro isso, Campos. Essa posição foi uma posição clara.

Se tiver algum líder que estava lá e eu esteja falando alguma coisa que não condiga com o que aconteceu, por favor, fale no microfone. Nenhum líder foi contra. Inclusive o próprio líder do PT mesmo, que é contra o projeto, falou: “Não, não tem problema. Nós temos um compromisso. Se conseguir discutir o tempo que discutiu, vai a voto”.

Foi exatamente essa posição. Não tem privilégio nenhum a nenhum deputado, no que pese o meu respeito à deputada Janaina. Não é ela. Se fosse o projeto do deputado Enio eu estaria fazendo a mesma coisa. Se fosse o projeto do deputado Neri eu estaria fazendo, ou qualquer outro projeto que atenda a esse critério.

E é um critério que não é subjetivo. É um critério que é objetivo. Ele tem clareza para que todo mundo entenda da maneira que quiser - em que pese eu não precisar disso para eu poder trazer a plenário aqueles projetos que eu entenda que sejam bons para a Assembleia. Estou tentando democratizar da melhor maneira possível para que a gente consiga fazer a votação.

Deputado Campos, eu acho que eu tentei em poucas palavras esclarecer um pouco de como nós estamos conduzindo, para ficar claro que não é deputado A, B ou C que vai ter qualquer tipo de privilégio diante de outro deputado, perfeito?

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – PARA COMUNICAÇÃO - Eu não entendo a democracia de Vossa Excelência. Nós teríamos pelo menos três projetos de deputados pautados hoje. Nós estamos às 22 horas e 25 minutos só tratando de um único projeto, o projeto da deputada Paschoal. Eu não acho correto.

Desculpem-me os demais líderes, eu não falo para agradar ninguém. Eu não preciso agradar ninguém. Não tenho que provar mais nada para ninguém. O que estou dizendo é que não posso concordar com esse método. Eu não estava aqui, por exemplo. Já aceitei a tal da uma hora e meia. Estamos aqui desde as 19 horas para tratar de um único projeto de deputado. E a coitada da deputada Leci Brandão, que está lá doente, enferma, com depressão aguda, o projeto dela, acho que não vai ter minutos da discussão que teve.

E me permitem estranhar esse acordo entre o PSL e o governo? É o direito que tenho. Ou não posso nem falar isso nesta Casa? Ninguém em sã consciência pode admitir que a gente esteja numa quarta-feira, quase chegando à meia noite, discutindo o projeto de um deputado. Meditem, meus caros deputados e deputadas. Reflitam. Verifiquem se isso é normal. Com todo o respeito a V. Exa., por quem tenho o maior carinho, você sabe disso.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É recíproco.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Não concordo com esse método. Acho que estamos, hoje, a Casa inteira, em função de um único projeto, de uma única deputada. Isso não é coerência. Quero ver se isso vai acontecer em relação aos projetos de todos os demais deputados desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só para registrar, deputado Campos. No que pese esse projeto específico, diante dos demais, é um projeto que tem mais divergência. É natural que todo projeto que tenha divergência, tenha polêmica. E a polêmica gera o tempo de discussão. Isso é uma coisa extremamente natural dentro do processo do Parlamento.

O projeto da deputada Leci, há até 15 minutos atrás, ia ter polêmica. Conseguiram construir um entendimento com o deputado Wellington Moura, com a equipe da assessoria da deputada Leci, com a líder da Minoria, com o líder do PT, conseguiram buscar um entendimento. Esse é o papel nosso, do Parlamento. É por isso que temos que avançar e ir buscando novos horizontes.

A deputada Beth Sahão tem a palavra.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR - Bem, Sr. Presidente, indo um pouco ao encontro daquilo que o deputado Campos falou, acho que, em determinados momentos, realmente V. Exa. se referiu ao projeto do transporte de cargas vivas, que debatemos de uma forma insistente na legislatura passada. Mas não é comum. Não é comum projetos de deputados tomarem todos esses meses de debates. Não é uma prática que é tão usual aqui na Casa.

Não é uma prática tão usual, aqui na Casa, projetos de deputados tramitarem em Regime de Urgência. Estou no meu quinto mandato. E é difícil a gente ver isso. Sempre foi difícil ver isso. Aliás, sempre foi muito difícil aprovar projetos de deputados aqui. Então, a iniciativa de V. Exa., de organizar os projetos de deputados através de um debate prévio antes de eles chegarem aqui no plenário, é importante. Claro, não estou dizendo que não.

Só que a gente também pode ter algumas desconfianças. É natural que tenhamos. Isso faz parte do Parlamento. Se houve um acordo prévio, não cabe a nós questionarmos. Podemos ter as nossas suspeitas, mas isso faz parte das relações do Parlamento, entre o Executivo e o Legislativo.

Pois bem. Então vamos continuar nas nossas discussões sobre o projeto. Mas quero fazer uma referência antiga de um programa que se chamava PAISM - chama, ainda - que foi instituído logo após a Constituição Federal de 1988, que é o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher.

Ele foi decorrente de uma luta muito grande do movimento de mulheres que resultou naquele programa que, pela primeira vez, fazia com que a rede pública de Saúde oferecesse um atendimento minimamente razoável para as mulheres. E de uma forma mais integralizada, contemplando a questão da gravidez, do pré-natal, da prevenção do câncer de colo de útero, da prevenção do câncer de mama.

Depois veio o exame de papanicolau, que passou a ser obrigatório em todas as consultas ginecológicas para as mulheres. Enfim, foram avanços importantíssimos. E isso assim se sucedeu.

Eu fiquei muito contente quando a deputada Marina Helou colocou aqui a manifestação de uma das secretárias do Ministério da Saúde, porque o Ministério da Saúde é composto por várias secretarias. E a maneira como ela se posicionou, de uma forma lúcida, com compromisso com a saúde das mulheres. É isso que é importante. Ela não está preocupada se o governo que ela representa está defendendo coisas que já fizeram parte de um passado nosso e que a gente esperava que fôssemos evoluir. A preocupação está centrada na saúde da mulher.

E, nesse sentido, a gente tem que levantar, deputado Barros Munhoz, V. Exa. que fez aqui a defesa do projeto... Nós temos que levantar que a cesárea - e às vezes é desconhecimento de muitos - provoca mais infecções - e não sou eu que digo isso, é a Organização Mundial de Saúde - do que o parto vaginal. A possibilidade de as mulheres terem infecção durante o exercício da cesárea é muito maior, como também as hemorragias.

As hemorragias, principalmente na segunda cesárea em diante, são muito mais fáceis de acontecer nas mulheres que são submetidas à cesariana. E as hemorragias provocam a morte das mulheres, porque nem todas as hemorragias conseguem ser controladas. Às vezes, as mulheres têm que ir para a UTI e nem sempre elas conseguem, nem os médicos que as assistem também conseguem impedir que isso ocorra.

Então, nós temos que problematizar essas questões. A cesárea não é a salvadora do mundo. Muito pelo contrário. Ela é muito mais... São esses números que foram cobrados, aqui, pela deputada Monica. Quando a gente pega e faz a defesa de algo, é importante que a gente faça com base numa argumentação consistente com aquilo que nós estamos defendendo. Quando a gente fala que já tem 43% de cesáreas realizadas na rede pública - e isso é dado do Ministério da Saúde, não é nosso -, quando a gente fala que tem 88% de cesáreas realizadas na rede particular e nos convênios, isso também é dado do Ministério da Saúde.

O Brasil é o segundo país que mais realiza cesárea no mundo. E agora nós estamos, aqui, discutindo um projeto de lei que vai fazer esse número aumentar ainda mais. Nós vamos, certamente, num curto espaço de tempo, ocupar a primeira colocação dos países do mundo que mais realizam cesárea. Vai ser o país da cesariana. E a Organização Mundial de Saúde, há anos - aliás, há décadas -, vem chamando a atenção das autoridades brasileiras no que diz respeito à saúde, pelo excessivo uso da cesariana que se faz aqui no Brasil. E isso é feito por falta de informação. Isso é feito por falta de orientação. Isso é feito porque as faculdades de medicina precisam, também, colocar isso nas grades curriculares. Os médicos precisam sair com essas formações, capazes de fazer uma humanização. É isso que está em jogo.

É a humanização do parto. Que uma lei aprovada por esta Casa em 2015, do deputado Carlos Bezerra, inclusive do partido do presidente da Casa, do líder do Governo, do governador do estado... E até hoje... Uma lei que foi amplamente discutida aqui, discutida com movimentos de mulheres, discutida com movimentos de direitos humanos, discutida com profissionais liberais. E que não é da nossa autoria. A gente defende porque ela é completa, ela é importante.

Caso essa lei passe aqui, esse projeto de lei seja aprovado, eu espero o mínimo: que os técnicos da Secretaria Estadual de Saúde possam fazer uma regulamentação capaz de ter uma redução de danos. É isso que eu espero. Capaz, inclusive, de contemplar, nessa regulamentação, aspectos importantes que foram aprovados na lei de 2015 do deputado Carlos Bezerra.

Então, é isso que está em jogo. Eu sei que eu não vou convencer ninguém aqui. As pessoas já estão convencidas da maneira como elas vão votar. E também não posso me responsabilizar pelo voto de ninguém. Mas nós podemos ser responsabilizados, sim, porque daqui a alguns anos nós podemos ver, infelizmente, as consequências desse tipo de prática no Sistema Único de Saúde. Isso que eu lamento; infelizmente. E nós vamos ter a oportunidade, certamente de debater sobre esses assuntos aqui, num futuro bem breve, bem breve.

Então, esse cuidado com a autonomia da mulher, esse cuidado com a liberdade da mulher, esse cuidado com a saúde da mulher nós vamos ter.

E por falar em mulher, eu não poderia deixar hoje de fazer uma referência lamentando, lamentando profundamente a declaração do ministro da Justiça, Sr. Moro,  que mais uma vez poderia ter ficado quieto, ao invés de falar aquilo que ele falou quando ele se refere às mulheres. Dizendo que as mulheres são agredidas porque os homens ficam intimidados com as mulheres. Puxa vida. Imagina que o ministro Moro inverteu a lógica. Hoje ele fez essa declaração. Coitadinho dos homens, tão inocentes, aqueles que agridem as mulheres. Não estou aqui generalizando. Aqueles que cometem o feminicídio, aqueles que são violentos, aqueles que estupram as mulheres. Imagina, eles fazem isso porque eles estão sendo intimidados pelas mulheres.

E hoje saiu um dado que a cada dois minutos, a cada dois minutos a Justiça autoriza medidas protetivas para as mulheres que são vítimas de ameaça. A cada dois minutos no Brasil.

Portanto, há coisas que as pessoas deveriam primeiro se informar, deveriam aprender, deveriam ter o mínimo de sensibilidade para depois se manifestarem. Manifestações como estas, sinceramente, seria melhor, mais uma vez o ministro Sergio Moro ficar calado, porque falar isso que ele fala só ofende as mulheres, principalmente aquelas que são vítimas da violência masculina e deste País tão misógino, tão machista que ainda é o Brasil. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Para encaminhar durante pouquíssimos minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  Vossa Excelência tem a palavra.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Carlão Pignatari.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Com a anuência do orador, quero 30 segundos, apenas, para fazer um comentário sobre a fala do deputado Barba.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra, deputado.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Ele estava dizendo das falas do governador Doria, que está na China, atrás de investimentos para o Brasil. As pessoas às vezes contam meia história, não é? A presidente do PT escreveu “a segurança e a vida do presidente Lula estarão em risco sob a polícia de João Doria”.

Não é justo ela dizer isso. A melhor Polícia do Brasil é a Polícia paulista. Essa é a primeira coisa. Segundo, a resposta foi muito tranquila: “fique tranquila deputada, ele será tratado como todos os outros presidiários, conforme a lei. Inclusive, o seu companheiro Lula, se desejar, terá a oportunidade de fazer algo mais que jamais fez na vida: trabalhar.” Quer dizer, a resposta só foi dada pela fala dura que a presidente dos trabalhadores fez criticando a Polícia de São Paulo, que é a melhor Polícia que nós temos no Brasil.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente, com a anuência do orador.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Tem a anuência.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, se o deputado Carlão Pignatari tivesse prestado atenção, essa parte que você leu que a presidenta falou eu li e li a resposta dele. O que eu estou tratando ao final é a última frase da fala dele.

A última frase da fala dele, ele não tem moral, nenhum deputado nesta Casa, nenhuma deputada, para falar que o presidente Lula nunca trabalhou. O presidente Lula trabalhou com carteira de trabalho registrado, não foi com uma empresa sugando o dinheiro do Poder Público, como a empresa do governador João Doria para fazer eventos pelo estado de São Paulo a fora, pelo Brasil a fora.

Quer privatizar, mas mamou na teta do governo quando era empresário. Então, eu disse que a atitude dele foi canalha em função disso. Agora, deputado Carlão Pignatari, dizer que os nossos presídios aqui tem segurança, você não conhece a realidade dos presídios paulistas.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu entro pouco em briga ideológica, partidária, tudo mais, mas como o deputado Barba falou que nenhum deputado tem moral para falar do presidente Lula, nenhum deputado, nenhum presidente do PT, Barba, tem a moral para falar da Polícia de São Paulo. É uma das melhores polícias do Brasil, isso se não for do mundo.

Somos uma polícia estritamente legalista. Se tiver que fazer a escolta do ex-presidente, será feita. Então passo aqui para deixar registrado que a nossa polícia tem moral, a nossa polícia tem competência para, se for o caso, para fazer a custódia do ex-presidente. Pode ser certeza disso. 

Obrigado, presidente.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, presidente. Trinta segundos, com anuência do orador.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vou pedir para ser a última comunicação, depois vou passar a palavra para o orador. Pedir licença ao deputado Carlão. A última comunicação, depois passar a palavra para o orador. Depois que o orador encerrar...

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Só para ceder o tempo da liderança do Governo para o deputado Barros Munhoz.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O deputado Barros vai falar em nome da liderança do PSB.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Só para deixar claro para o deputado Neri: você também não prestou atenção na fala. Eu ataquei o governador, disse que a atitude dele foi canalha, da forma, olhe bem o que eu disse, a atitude canalha da forma como ele tratou o caso de maneira jocosa, sem respeito, como se o presidente Lula fosse um vagabundo e nunca tivesse trabalhado. Jamais eu falei da polícia. A presidenta falou na fala dela e ele respondeu de forma jocosa como tratar o presidente. Então para deixar claro isso.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra Barros Munhoz.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, colaboradores da Assembleia, cidadãos e cidadãs que nos honram com suas presenças, telespectador da TV Assembleia, eu gostaria, antes de mais nada, Sr. Presidente, de procurar fazer justiça e repor as coisas nos seus devidos lugares.

Eu fui presidente quatro anos desta Casa. O drama, toda terça-feira, para mim, era um martírio. Esse Colégio de Líderes é martirizante para todo mundo que participa e para todo mundo que não participa, porque tem que ficar esperando, prorroga a sessão, vai começar, não vai começar. É uma coisa realmente complicada, principalmente quando se tem 22, 23, 25 partidos.

Bom, sempre foi um problema definir como se colocar projeto de deputado em pauta. O lógico é o seguinte, cada deputado escolhe o projeto que quer que vote. Não dá tempo de votar 400 projetos de deputados em um ano, então se institui, nós chegamos a estabelecer dois por ano, ou então um por ano, e assim vai. Então eu quero esse e veio.

Por que não se adotou essa prática e se fez um consenso para trazer o projeto à pauta e aí ele seria aprovado? Para não acontecer o que está acontecendo, porque quando não há consenso e vem o projeto, aí fica esse jogo, eu jamais diria do troca-troca, mas eu diria que é o toma lá, dá cá. Você vota no meu e eu voto no seu.

Isso começou sabe quando? Na Constituinte de 1989, aqui nesta Casa. Então tínhamos 7.200 emendas ao anteprojeto da Constituição. Eu fui o presidente da Comissão de Sistematização e precisava, então, analisar essas 7.200 emendas. Depois foi feito o projeto. Aí o projeto tinha mais duas mil e tantas emendas. Rodrigo, que está aqui, lembra bem disso, o deputado Campos Machado também.

Muito bem, o que acontecia quando você levava então o projeto ao plenário, discutindo emenda por emenda que se desejasse discutir? Era isso, você vota na minha, eu voto na sua, você vota na minha, eu voto na sua. Foi um martírio também.

Então, lamentavelmente, nós temos que estabelecer um critério mais correto. Esse que o deputado Cauê Macris, na Presidência, corajosamente está tentando é o caminho desejado pela maioria. Todo mundo dizia isso, todo mundo queria. “Eu quero votar o meu projeto, eu quero mostrar, nem que ele seja derrotado. Eu quero mostrar na minha cidade que eu apresentei o projeto, eu quero mostrar na minha comunidade que eu apresentei o projeto, mas foi derrotado.” Então nós tentamos fazer isso, deputado Cauê, e demos com os burros n'água. O Rodrigo lembra bem. Quem viveu esta Casa lembra bem. Você não colocava o projeto, ficava assim.

E eu lamento, deputado Cauê. Torço para não dar errado. Mas, acho que vai dar errado esse método, mais uma vez, como deu na minha gestão. Sabe por quê? Porque cada projeto vai demorar o tempo que está demorando do projeto da querida, respeitada e admirada deputada Janaina Paschoal.

Você entendeu? Vai ficar assim. Entenderam a situação? Então, nós temos que encontrar um caminho, ou estabelecer um tempo máximo de discussão, ou então nós vamos ficar assim.

Agora, vem o da Leci, vai ficar duas ou três semanas. Sabe quanto tempo chegou a demorar quando nós fizemos essa experiência? Dois meses para votar um projeto. Eram oito projetos por semestre a produtividade da Assembleia.

Então, deputado Cauê, eu sou um admirador de V. Exa., todo mundo sabe disso. E V. Exa. é um político emergente da melhor estirpe, esperança muito grande para quem acredita na política.

Torço para dar certo. O senhor foi corajoso de adotar. Tem uma comissão fazendo isso. O deputado Camarinha. Poxa, ele já está exausto, porque é um trabalho insano. Nós temos que encontrar um meio, minha gente.

Então, em primeiro lugar, não houve barganha alguma. V. Exa. explicou corretamente. Votaram todos aqueles que a comissão entendeu com mais de 60% de deputados, com o número de líderes assinando, que era para ser votado. Os que não foram votados V. Exa. está colocando em votação.

Agora, com relação ao projeto propriamente dito, eu vou falar menos de um minuto. Quando eu ouço as opiniões contrárias, eu falo: "Meu Deus do céu, será que eu li o projeto errado?"

Porque eu vejo aqui, olha: "Na eventualidade de a opção da parturiente pela cesariana não ser observada, ficará o médico obrigado a registrar as razões em prontuário".

Quer dizer, ele indaga. Aqui diz, olha: "A parturiente tem o direito à cesariana a pedido". Quem decide, obviamente, é o médico. Agora, sabe? Parece que nós estamos querendo achar cesariana um retrocesso.

Poxa, quando eu nasci não tinha cesariana, como muita coisa que não tinha na medicina, e passou a ter, passou a existir. A primeira esposa do meu pai, mãe dos meus irmãos por parte de pai, morreu por pneumonia.

Depois que inventaram o antibiótico, acabou esse tipo de morte, quase. Não é?

Então, desculpa ter me estendido demais, deputado. Eu já vou concluir.

Eu quero dizer o seguinte: ninguém está obrigando ninguém a fazer cesariana. A pessoa tem o direito de escolher, e quem decide é o médico. Só isso.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação. Com a palavra...

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Vou encaminhar pela liderança da Minoria, com a sua aquiescência.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra a deputada Márcia Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Respeitável deputado Barros Munhoz, e estimado, no coração, se a vossa fala final fosse de fato correta, nós não precisaríamos do projeto, porque assim já é.

Então, se nós estamos votando um projeto, é para modificar uma situação que se encontra hoje. A situação hoje é: o médico que decide. A persistir o médico decidindo, para que esse projeto? É o médico.

Sim, ele é obrigado a fazer parto normal. Bom, deputado Barros Munhoz, demais deputados, eu, há 39 anos, convivo com um médico cirurgião. Dois anos de namoro e noivado, e 37 anos de casamento. Trinta e sete anos que o meu marido é médico-cirurgião. E como médico-cirurgião eu ouvi a minha vida inteirinha ele dizer: “Só tome injeção se for estritamente necessária. Só faça uma cirurgia, mesmo que seja uma cirurgia reparadora no olho, se for estritamente necessária. Você só se submeta a qualquer procedimento invasivo se for extremamente necessário.”

Então, para quê permitirmos que as mulheres se submetam a cirurgias de parto cesariana que são desnecessárias, e não sou eu que digo. É a Organização Mundial de Saúde, são os médicos, muitos deles, Conselho Regional, o Coren, Conselho Regional de Enfermagem. Quem diz também são os médicos, a maioria dos médicos obstetras, e o Ministério da Saúde. Não sou eu quem digo. Nós, no Brasil, extrapolamos a quantidade de cirurgias de cesariana. Nós somos o segundo país do mundo que mais faz cesariana, e também somos o maior país do mundo em número de mulheres que morrem por cesariana, que têm seus filhos lesados por cesariana. Não sou eu quem digo, é a Organização Mundial da Saúde, é o Ministério da Saúde que faz campanha pedindo para que as mulheres façam parto normal. Não sou eu quem digo, está aqui, está escrito. Entrem no site do Ministério, entrem no site da Organização Mundial da Saúde e lá vocês vão ver os números; a realidade brasileira é trágica. Qualquer invasão no nosso corpo dentro de um hospital pode significar nossa morte por infecção hospitalar. E vocês sabem disso. Quantas pessoas não morrem nos hospitais por infecção hospitalar. Eu tive uma prima que morreu em decorrência de infecção hospitalar, porque ela fez uma cesariana em Araraquara. Chamava Maria Isabel Lia Tedde, 25 anos, morreu por uma cesariana, minha prima. É disso que se trata, é disso que nós falamos, é disso que nós estamos contraditando. E aí tem uma plaquinha no projeto que você deixa lá exposta num hospital dizendo que toda mulher tem direito a fazer cesariana. Vamos discutir a placa então, vamos discutir o que dizem as comissões da Ordem dos Advogados do Brasil. Vamos discutir o que dizem as mulheres da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Vamos discutir o que disse a secretária, não é do governo do PT, é uma secretária do governo que está aí dizendo que é muito grave a gente fazer cirurgia desnecessária.

Portanto, a gente tem um índice de 55,5% de mulheres no Brasil, sendo 88% na rede privada e 43% na rede pública de cesarianas. É um absurdo, porque a organização Mundial de Saúde preconiza de 10 a 15%, no máximo 15 por cento. O Brasil faz quase 60 por cento. Onde é que está o erro? Onde está o erro, eu pergunto aos Srs. Deputados e Deputadas. A Organização Mundial de Saúde está errada? O Ministério da Saúde está errado? Quem está errado? O meu marido, que a vida inteira falou para eu não me submeter a uma cirurgia, mesmo que fosse a extração de uma unha encravada, porque dali decorre infecção hospitalar e eu posso morrer? Vamos discutir isso. Vamos discutir. É disso que se trata, e os índices, deputados e deputadas, de mulheres e de crianças que são lesadas durante a cesariana são infinitamente maiores, eu já disse esses números aqui, não vou repetir. Mas nós estamos diante de uma situação extremamente delicada onde profissionais extremamente capacitados, como vários que declinaram suas opiniões aqui, na fala da deputada Marina Helou, como vários dos médicos, dos enfermeiros, das doulas, das obstetrizes que estiveram aqui nas nossas audiências públicas, e que tentaram demover esta Casa de votar um projeto que, com certeza, aumentará ainda mais a quantidade de mulheres mortas, e de crianças lesadas por cirurgias desnecessárias.

São desnecessárias. É desnecessário o número aviltante, exorbitante, horrível, de mulheres que são submetidas a cesáreas desnecessárias. Então, eu digo para vocês. “Mas os hospitais não estão preparados”. De fato. Vamos discutir então a melhoria das condições dos hospitais públicos, para que as mulheres possam fazer o parto humanizado. É disso que se trata. É da melhoria das condições de atendimento dos hospitais, porque muitas vezes - isso também eu acompanho de perto -, o cirurgião não tem fio cirúrgico para fechar a cirurgia, não tem luvas, não tem gaze.

Pois é. Então, o que nós temos que discutir é a melhoria nas condições de Saúde. O que nós temos que discutir é a humanização do parto. O que nós temos que discutir é o respeito às nossas mulheres. O que nós temos que discutir são os números que são trazidos pelo Ministério da Saúde, que são trazidos pela OMS, que são trazidos pelos médicos. A experiência do dia a dia dos médicos, a experiência do dia a dia daqueles que trabalham na área da Saúde, e que dizem que qualquer lesão invasiva no corpo humano pode fazer com que a gente tenha uma septicemia e que a gente vá a óbito.

É disso que nós estamos falando, da gravidade, da abertura para que, de forma indiscriminada, o médico não possa mais decidir sobre o procedimento que ele vai tomar em determinados casos, e que isso fique a critério de quem não entende de medicina, de quem nunca estudou medicina, de quem não sabe qual é o melhor procedimento, de quem não tem a menor condição de fazer avaliação técnica do caso.

É a mesma coisa, deputado Campos Machado, que alguém que não entende nada de advocacia chegasse para V. Exa. e dissesse: “Olha, não é uma ação civil pública, mas é um processo de reparação por danos”. Como que alguém que não tem conhecimento jurídico vai chegar e vai dizer para você o que você tem que fazer?

Não é possível. Nós não podemos aceitar dessa forma a condução desse processo. Portanto, votaremos contrariamente a esse processo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o substitutivo apresentado pelo Congresso de Comissões. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de acordo, queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado. Prejudicado o projeto... Aprovado

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para pedir a verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de V. Exa. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento, vamos fazer soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tendo transcorrido os quatro minutos, o sistema eletrônico ficará aberto para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados votem “sim”, “não” ou registrem abstenção nos terminais postos em suas mesas. Peço a gentileza para os deputados: por favor, utilizem os terminais eletrônicos.

 

O SR. DANIEL SOARES - DEM - Sr. Presidente, para colocar o Democratas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Democratas está em obstrução.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para botar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Sr. Presidente, para colocar o Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Podemos está em obstrução.

 

O SR. ANDRÉ DO PRADO - PL - Sr. Presidente, para colocar o PL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PL está em obstrução.

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - Sr. Presidente, o Progressistas está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Progressistas em obstrução.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Sr. Presidente, Avante em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Avante está em obstrução.

 

O SR. ALTAIR MORAES - PRB - Sr. Presidente, colocar o PRB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PRB está em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente, para colocar o PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em obstrução.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Sr. Presidente, para colocar o Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Novo está em obstrução.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Sr. Presidente, gostaria de me colocar em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A Rede está em obstrução.

 

O SR. FERNANDO CURY - PPS - Sr. Presidente, gostaria de colocar o PPS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PPS está em obstrução.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSOL está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Participaram deste processo 36 Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sendo 34 votos “sim”, uma abstenção e este presidente que não vota, quórum insuficiente para aprovar a matéria, ficando ela com votação adiada.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Sr. Presidente, um segundinho.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Janaina Paschoal, para uma comunicação, V. Exa. tem a palavra.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu gostaria de agradecer imensamente aos colegas que ficaram até este momento, apesar de toda a dificuldade que está sendo criada para aprovar esta lei importante para a população. Agradeço aos colegas que ficaram até este momento para apoiar este importante projeto.

Eu sei que é difícil, todos trabalharam o dia inteiro. Chegamos cedo, encontrei com vários já na parte da manhã, então meu mais profundo agradecimento e reconhecimento não só como colega, mas como cidadã paulista e cidadã brasileira. Agradeço também à Presidência da Casa e a todos os funcionários que ficaram conosco até este momento. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Item 2 - Em discussão o projeto de lei.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente, qual o projeto?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É o Projeto de lei 226, de 2017, de autoria da nobre deputada Leci Brandão.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Sr. Presidente, para discutir.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O deputado Barros Munhoz se inscreve para discutir favoravelmente ou contrariamente?

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Favoravelmente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Favoravelmente ao projeto da deputada Leci Brandão. Tem a palavra o deputado Barros Munhoz.

 

O SR. GILMACI SANTOS - PRB – PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, uma dúvida: esse projeto da nobre deputada Janaina Paschoal teve a votação adiada. Ele é o item 1 da Ordem do Dia de amanhã?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não senhor, porque ele não está aditado à Ordem do Dia. O item 1 é o projeto n° 4. Nós vamos ter que trazê-lo em uma sessão extraordinária para realizar a votação.

 

O SR. GILMACI SANTOS - PRB - Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito. O deputado Barros Munhoz tem a palavra.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Sr. Presidente, eu  queria, muito rapidamente, e encerrando a minha participação sobre o projeto, ainda, 435, dizer o seguinte.

Acho que vou deixar para uma próxima oportunidade, Sr. Presidente. Sinceramente, acho que perdeu a oportunidade. Em momento propício eu falarei. Desisto da palavra.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Abre mão.

Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Há sobre a mesa, um requerimento...

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Queria me inscrever para a discussão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Agora não cabe mais inscrição da discussão. Cabe encaminhamento no momento da votação, se V. Exa. assim o desejar.

Só lembrando aos deputados que a inscrição de discussão é feita aqui na mesa, no requerimento de discussão.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Ainda tem um orador na...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É que ele abriu mão, não tinha mais oradores e eu dei por encerrado o processo de discussão, deputado Gil.

Então, ficou muito claro e evidente nesse sentido. Vossa Excelência pode encaminhar o processo de votação.

Há sobre a mesa requerimento de método de votação. Em votação o requerimento de método de votação.

Pela ordem, o deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL – PARA COMUNICAÇÃO - Só uma pergunta, presidente. Em qual momento podemos pedir a verificação? Só na votação?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Primeiro a Presidência dá por registrado o comando de aprovado ou rejeitado, pós o comando, neste momento, é o momento de pedir a verificação de votação.

Só lembrando que ainda estamos votando o método, não estamos votando o projeto em si.

Em votação.

Pergunto ao plenário, estou vendo que existe muita dúvida ainda no plenário, aqui, do que está acontecendo. Vou suspender os trabalhos por dois minutos, para que todos compreendam, de maneira clara, o que está acontecendo, para não ficar nenhuma dúvida no ar.

Estão suspensos os nossos trabalhos por dois minutos.

 

* * *

 

- Suspensa às 23 horas e 11 minutos, a sessão é reaberta às 23 horas e 13 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Reaberta a sessão, explicado a todos o andamento do que está acontecendo, em votação o requerimento de método de votação.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Peço a suspensão dos trabalhos por um minuto.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Por mais um minuto.

Havendo acordo de lideranças, estão suspensos os trabalhos.

 

* * *

 

- Suspensa às 23 horas e 14 minutos, a sessão é reaberta às 23 horas e 15 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Havendo acordo de lideranças, eu gostaria de pedir o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Questiono todos os líderes se concordam com o levantamento da presente sessão.

 

O SR. ROQUE BARBIERI - PTB - Ninguém pediu nada para mim, então, por não terem pedido, eu não concordo. Se me pedirem, eu concordo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o requerimento de método de votação.

As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado. 

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente, uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a partir deste momento, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento, vamos fazer soar o sinal intermitente, por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontrem em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para colocar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - PRB - Para colocar o PRB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PRB está em obstrução.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Para colocar o PTB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PTB está em obstrução.

 

O SR. DELEGADO OLIM – PP - Para colocar o PP em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PP está em obstrução.

 

O SR. DANIEL SOARES - DEM - Para colocar o DEM em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O DEM está em obstrução.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Para colocar o PSDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSDB está em obstrução.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Para colocar o Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Novo está em obstrução.

 

A SRA. MARTA COSTA - PSD - Para colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSD está em obstrução.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para colocar o Avante em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Avante está em obstrução.

 

A SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PHS - Para colocar o PHS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PHS está em obstrução.

 

O SR. FERNANDO CURY - PPS - Para colocar o PPS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PPS está em obstrução.

 

O SR. ANDRÉ DO PRADO - PL - Para colocar o PL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PL está em obstrução.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Para colocar o Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Podemos está em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Para colocar o PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em obstrução.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Para colocar o PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSOL está em obstrução.

 

O SR. ALEXANDRE PEREIRA - SD - Para colocar o Solidariedade em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Solidariedade está em obstrução.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Participaram deste processo 12 deputados: 11 votos “sim”, este presidente que não vota, quórum insuficiente, ficando a proposta com votação adiada. Item 3.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Conversei com o deputado Roque Barbiere, como líder do PTB e os outros líderes. Se tiver a anuência de todos os líderes, eu gostaria de pedir o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto se existe anuência de todos os líderes para o levantamento da presente sessão.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Não existe.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não existindo, em discussão o item 3 - PL 511/2017. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação o projeto, salvo emendas.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Dá tempo de encaminhar?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sim, senhor. Vossa Excelência pode encaminhar em nome da liderança do PSL. Tem a palavra.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Orientar a bancada do PSL a encaminhar para votar “não”. Vamos colocar em obstrução, vamos votar “não”. Mas eu subo a esta tribuna neste período para mostrar a você que está em casa, que assiste a TV Assembleia, que está aqui na galeria, que muitas vezes tem a celeridade em alguns projetos. Mas, em outras vezes, há a obstrução, e a gente tem que aprender muito com a bancada do PT, do PSOL, a fazer essa obstrução.

E novamente subo à tribuna para falar para a minha bancada. Vamos verificar quem estava presente, quem não deu quorum. Quando a gente vai lá e vota por acordo alguns projetos, até com um bom coração, quando a gente pede verificação e depois tira a verificação para não atrapalhar o andamento. A gente precisa verificar isso.

Temos 30 e poucos aqui. A gente podia ter um quorum de 40. Não ia dar para chegar ao quorum que precisaríamos para aprovar o projeto da Janaina. Mas estamos aqui conversando com todos os parlamentares, de todas as bancadas, a todo tempo, tentando construir esse acordo.

Então, no momento que a gente precisa (já discutimos por muitas horas o projeto dela) acho que já está maduro para votar “sim” ou “não”. E não para ficar só na obstrução, para ter o adiamento, para ter a protelação. Vale a ferramenta de obstrução. Mas tudo bem.

Eu queria falar... O deputado Carlão veio mais cedo e falou da questão do Doria, que ele comentou sobre o ex-presidente Lula. Agora, acho que sou suspeito para falar. Porque geralmente venho a essa tribuna para criticar o governador, como sempre critiquei.

A primeira fala depois do recesso foi justamente criticando o Sr. Governador que está pensando já em 2022. Nas eleições de 2022 está deixando o estado de São Paulo para o Rodrigo Garcia governar. Nós criticamos. Agora, não dá para aceitar uma fala da presidente do PT, senhora Gleisi, dizendo que a “polícia do João Doria” não daria segurança ao ex-presidente Lula.

Primeiro: respeitem a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Não é a “polícia do João Doria”. O Sr. Governador não tem uma guarda bolivariana como alguns ditadores aqui na América Latina têm. Respeitem as nossas forças de Segurança. O deputado Conte Lopes sabe bem.

É triste ver o ataque às nossas instituições. Desde a Justiça, e chegando lá na ponta, dos nossos policiais, policiais militares, policiais civis. Nesse caso, também, os agentes penitenciários, a Polícia de São Paulo, a SAP.

Hoje foi um dia histórico na Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários. Nivaldo Restivo, ex-comandante geral da Polícia Militar, hoje secretário na SAP - Secretaria de Administração Penitenciária - estava conosco esclarecendo vários assuntos. E, sim, a SAP tem condições de garantir a segurança do ex-presidente Lula. Então respeitem os nossos policiais, os nossos agentes de Segurança, os nossos agentes penitenciários, que, sim, estão lá, nas cadeias. Acho que a gente não precisa discutir.

A bancada de esquerda, ela faz o entendimento de que é uma prisão política. Nós não: foi julgado, foi condenado, e está cumprindo a sua pena. Em Tremembé, continuaria cumprindo a pena que lhe é devida. O STF decidiu, celeremente.

É engraçado. Tem um autor que fala, se não me engano, em “A Revolução dos Bichos”, o George Orwell, que ele fala que todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais aos outros. Então, a celeridade que a Justiça tem com o ex-presidente Lula é incrível de ver. É incrível de ver. Mas vamos respeitar a Justiça. Agora eu me pergunto: a bancada de esquerda é a favor ou contra a decisão do STF? É a favor ou contra a Justiça?

O Lula está preso. O meu presidente está no Planalto. O governo que eu defendo, o presidente que eu defendo, está governando o Brasil.

Estava, ontem, em Itapira, com o deputado Barros Munhoz. Foi chamado lá na cerimônia e foi aplaudido. Por minutos, ali, foi aplaudido o ex-prefeito de Itapira. Mais cedo, estivemos na Fenabrave.

Talvez, para alguns, seria até mais fácil ter o ex-presidente Lula em Tremembé, porque ficaria mais fácil, não precisaria pegar uma ponte aérea para Curitiba. Iria, de repente, com seu carro da Assembleia Legislativa fazer a sua visita. Se viesse, deputada Carla, para o sistema penitenciário paulista, onde nós tínhamos líderes de uma facção criminosa que foram transferidos - aí, eu tenho que dar parabéns ao governador, que teve peito e foi firme, Carlão, para mandar para os presídios federais -, mas seria tratado como qualquer outro preso é tratado: cabelo cortado, barba feita, vestindo bege; como qualquer outro condenado no Brasil, que cumpre pena no estado de São Paulo, é tratado.

Defendem, sim. Você, cidadão brasileiro, você que tem algum parente na cadeia: defendem, sim, privilégios. Porque eu tenho certeza de que o seu parente não tem privilégio. Nós precisamos deixar claras, aqui, as nossas posições. E a posição do PSL, a minha posição é muito clara. O ex-presidente de vocês está preso. E o presidente que eu defendo, o governo que eu defendo, está em Brasília, no Palácio do Planalto, governando o Brasil, governando esse país através do voto democrático.

A tropa “Lula Livre” se retira em debandada. O Lula está preso, hein. O Lula está preso. (Manifestação nas galerias.) Presidente, para garantir a palavra.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pedir para os militares acompanharem os convidados a saírem da galeria, preservando o tempo do deputado Gil Diniz. Devolvo a palavra a Vossa Excelência e restituo o tempo que V. Exa. perdeu com o inconveniente.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Obrigado, presidente. Só para finalizar, como eu falei anteriormente, antes do recesso, sobre a obstrução que alguns parlamentares, algumas bancadas fazem aos projetos do PSL, repito: mantenho. Nós também vamos manter essa postura. Talvez não da forma como o PT faz. O PT é faixa preta nesse sentido. Nós estamos aprendendo, deputado Barba. Mas vamos, sim, dentro da nossa possibilidade, fazer obstrução, sim.

Estava discutindo aqui com... Até discuti com a Márcia Lia na Comissão de Segurança Pública, fiz uma piada. Talvez tenha sido indelicado, Márcia. Até te peço desculpas se te ofendi. Não era a intenção. Fiz, ali, uma piada com graça para alguns, para outros, de mau gosto. Então, se te ofendi, peço desculpas aqui, publicamente. Não era a intenção no momento. Ali, no calor do momento, na comissão, a gente teve nosso embate, faz parte. Não tem problema nenhum, nada pessoal.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Desculpas aceitas.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Obrigado, deputada. Novamente, falo para a bancada do PSL: vamos prestar atenção, justamente, em quem vem aqui, faz o bom debate, aqueles que nós apoiamos, aqueles que nós olhamos para o projeto e votamos pelo mérito. Muitas vezes com boa vontade, com bom coração. Mas que na hora de votar um projeto tão importante como o da deputada Janaina Paschoal, muito discutido aqui da tribuna, há meses aqui na Casa, hoje, em duas sessões extraordinárias, com o Campos Machado questionando. Quando nós precisamos de um quórum, nem que fosse para votar “não”, para dar quórum, obstruem. E, mesmo estando presentes aqui no plenário, não dão quórum. Então, peço para cada deputado do PSL pegar o espelho de votação e analisar para que nós tenhamos uma postura e que possamos aprender pelo menos no possível, com a bancada do Partido dos Trabalhadores a fazer esse tipo de obstrução. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria de colocar aqui para o deputado Gil que, desse governo, é uma das coisas que você jamais poderá falar que ele não está trabalhando para o estado de São Paulo. Hoje ele está na China buscando investimentos para o nosso estado.

Por esse motivo o nosso estado foi o que mais cresceu a economia, durante esse período. É um governo que trabalha incansavelmente desde a primeira hora da manhã, seis da manhã, até onze e meia, meia noite, durante todos os dias, não tem sábado nem domingo. Nem feriado.

Então, eu venho aqui dizer da injustiça que você fez,  dizendo que o nosso governador João Doria, que hoje a gente pode dizer que é o melhor governador que este estado já teve, falando uma coisa dessas, uma atrocidade dessas.

Eu tenho somente a dizer que eu lamento o seu posicionamento quanto a isso, apesar de toda admiração,  quanto a isso eu lamento.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o projeto salvo emendas. As Sras. Deputadas, e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Solicito verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.   

           

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Barba.

           

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para botar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  PT está em obstrução.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  Pela ordem, deputado Roque Barbiere.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Para colocar o PTB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  O PTB está em obstrução.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Para colocar o PSDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSDB está em obstrução.

 

O SR. ANDRÉ DO PRADO - PL - O PL está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  O PL está em obstrução.

 

O SR. ALTAIR MORAES - PRB - Para colocar o PRB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  O PRB está em obstrução.

 

O SR. DANIEL SOARES - DEM - Para colocar o DEM em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O DEM está em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Para colocar o PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em obstrução.

 

A SRA. MARTA COSTA - PSD - PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSD está em obstrução.

 

O SR. FERNANDO CURY - PPS - PPS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  O PPS está em obstrução.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Podemos em obstrução.

 

A SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PHS - PHS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -  PHS em obstrução.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - O PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - PSOL em obstrução.

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - O Progressista em obstrução.    

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Olim coloca o Progressista em obstrução.

 

O SR. ALEXANDRE PEREIRA - SD - Solidariedade em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Solidariedade está em obstrução.

 

O SR. HENI OZI CUKIER - NOVO - Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Novo em obstrução.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - O Avante em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Avante está em obstrução.

 

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- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Participaram do processo de votação 20 Sras. Deputadas e Srs. Deputados: 18 votos “sim”, um “não” e este presidente, que não vota, quórum insuficiente para aprovar a matéria, ficando a matéria com votação adiada.

Esgotado o objeto da presente sessão, está levantada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 23 horas e 43 minutos.

 

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