11 DE JUNHO DE 2019
60ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, SARGENTO NERI, GILMACI SANTOS e
CAUÊ MACRIS
Secretaria: PAULO LULA FIORILO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a vista de
alunos da Escola Estadual Maria Augusta Siqueira, da Vila dos Remédios,
acompanhados pela professora Izabel de Azevedo e o professor Thiago Crespo
Adomaitis, a convite do deputado Carlos Giannazi; e dos vereadores mirins do
município de Presidente Alves, acompanhados do prefeito Valdeir dos Reis e do
vereador Lucimar Antonio da Silva, do mesmo município, a convite do deputado
Major Mecca.
2 - PAULO LULA FIORILO
Faz comentários sobre a revelação de conversas entre o então
juiz federal Sérgio Moro e o promotor Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site
The Intercept Brasil. Exibe vídeo de entrevista do ex-juiz e atual ministro da
Justiça Sérgio Moro ao jornalista Pedro Bial. Esclarece que a relação entre um
magistrado e a acusação com o intuito de prejudicar um réu é ilícita.
3 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Comunica sua visita à Secretaria de Estado da Habitação para
tratar da aplicação do programa Cidade Legal, no município de Ferraz de Vasconcelos,
no Alto Tietê. Considera que, de 64 núcleos que tinham inscrito no programa,
apenas quatro haviam sido priorizados. Comunica seu trabalho em mais de uma
centena de loteamentos e ocupações que precisam de regularização.
4 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Anuncia a presença da vereadora Vanusa Coelho, da Câmara
Municipal de Presidente Alves.
5 - SARGENTO NERI
Assume a Presidência.
6 - CORONEL TELHADA
Informa que no dia 11/06 comemora-se o 154º aniversário da
Batalha Naval de Riachuelo. Destaca que recebeu Medalha da Ordem do Mérito
Naval no grau oficial, concedida pela Marinha do Brasil. Lamenta a morte do
policial militar cabo Rodrigo Queto Sardinha, no Rio de Janeiro, em confronto
com criminosos. Apresenta imagens de acidente na rodovia Floriano Rodrigues
Pinheiro, que dá acesso a Campos do Jordão, neste domingo, dia 09/06, em que
ônibus de turismo colidiu com outros cinco veículos. Lembra projeto de lei, de
sua autoria, que propõe a instalação de câmeras de vigilância em transportes
coletivos intermunicipais, o que poderia auxiliar nesta investigação. Comenta o
aumento de caso de suicídios entre policiais militares.
7 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
8 - ISA PENNA
Destaca a revelação de conversas entre o então juiz federal
Sérgio Moro e o promotor Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site The Intercept
Brasil. Critica a reforma trabalhista e a proposta de reforma da Previdência
por retirarem direitos do povo brasileiro. Lembra que em 14/06 deverá ocorrer
greve geral dos trabalhadores.
9 - RODRIGO GAMBALE
Defende maiores investimentos no Hospital Regional do Alto
Tietê, que atende principalmente a cidade de Ferraz de Vasconcelos. Cita
diversos problemas estruturais do hospital. Lamenta a ocorrência de roubo de
três equipamentos de porte grande da instituição de Saúde. Cobra a abertura da
UTI pediátrica do hospital regional, bem como o funcionamento adequado da ala
psiquiátrica. Cobra atenção do governador João Doria e do secretário da Saúde
José Henrique Germann Ferreira, sobre o caso.
10 - CONTE LOPES
Considera pouco significativas as conversas entre o então
juiz federal Sérgio Moro e o promotor Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site
The Intercept Brasil, sobre o processo do ex-presidente Lula. Defende a reforma
da Previdência.
11 - CAIO FRANÇA
Faz comentários sobre acidente ocorrido na rodovia Floriano
Rodrigues Pinheiro, que dá acesso a Campos do Jordão, neste domingo, dia 09/06,
em que ônibus de turismo, saindo da Baixada Santista, colidiu com outros cinco
veículos, causando a morte de dez cidadãos da região da baixada. Informa que a
Baixada Santista é a região do Estado que tem menos leitos por habitantes nos
hospitais públicos. Comunica que foi aprovada na Comissão de Saúde desta Casa a
convocação da Sra. Sônia Alves, responsável pela Cross - Central de Regulação
de Ofertas e Serviços de Saúde, para prestar esclarecimentos sobre a realização
de exames na Baixada Santista.
12 - DOUGLAS GARCIA
Manifesta-se contrariamente à ideologia de gênero praticada
em escolas públicas. Comenta prova aplicada por professor de sociologia em
escola estadual do município de Sorocaba, que considerou ofensiva aos valores
cristãos.
13 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Saúda o investigador Alcides, bem como demais membros da
Polícia Civil. Suspende a sessão às 15h28min até as 17 horas, por conveniência
da ordem.
14 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h59min.
15 - RICARDO MELLÃO
Solicita a suspensão dos trabalhos até as 17 horas e 30
minutos, por acordo de lideranças.
16 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido e suspende a sessão às 17h.
17 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h41min.
18 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, expressa apoio ao PLC 34/18. Opõe-se ao PL
183/19. Comenta manifesto do Sindicato de Especialistas de Educação do
Magistério Oficial do Estado de São Paulo, que critica medidas tomadas pelo
governo estadual na área da Educação. Combate o que vê como criminalização dos
professores.
19 - MÁRCIA LULA LIA
Pelo art. 82, opõe-se ao PL 435/19. Apresenta dados
relacionados ao parto cesariano no Brasil. Propõe a realização de audiência
pública para discutir o assunto. Argumenta que a propositura fere o direito de
escolha das mulheres. Defende que o SUS receba maiores investimentos.
20 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Solicita comportamento regimental dos presentes nas galerias.
Convoca uma sessão extraordinária, a ter início dez minutos após o término da
presente sessão. Suspende os trabalhos por cinco minutos, por conveniência da
ordem, às 17h52min, reabrindo-os às 17h57min.
21 - BETH LULA SAHÃO
Pelo art. 82, cumprimenta manifestantes contrários ao PL
435/19, presentes nas galerias. Recorda a aprovação, nesta Casa, de uma lei
referente ao parto humanizado. Avalia que a rede pública de Saúde precisa ser
melhor equipada para atender adequadamente as gestantes. Sugere a realização de
audiência pública.
22 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, questiona o apoio das bancadas de esquerda
desta Casa ao aborto. Afirma que as mulheres devem ter a liberdade de optar
pelo parto cesariano, como estipulado pelo PL 435/19, de sua autoria.
23 - CAMPOS MACHADO
Pelo art. 82, tece críticas ao ministro da Justiça, Sérgio
Moro, e ao promotor Deltan Dallagnol, por conta de mensagens eletrônicas
divulgadas na imprensa. Lembra ação judicial que cancelou o pagamento de
auxílio-moradia a parlamentares, sendo que magistrados continuaram recebendo o
mesmo benefício.
ORDEM DO DIA
24 - BETH LULA SAHÃO
Para comunicação, rebate o pronunciamento da deputada Janaina
Paschoal, a quem acusa de leviandade. Observa que não mencionou a questão do
aborto em seu discurso anterior.
25 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Solicita comportamento regimental dos deputados e dos
presentes nas galerias.
26 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA
Para comunicação, explica as razões pelas quais o PSOL
pleiteia o direito ao aborto. Argumenta que a aprovação do PL 435/19 aumentaria
o número de mortes de mulheres.
27 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovados
requerimentos de urgência aos seguintes projetos: PL 325/19, PL 1113/15 e PL
965/16. Coloca em discussão o PLC 4/19, salvo emendas.
28 - BRUNO GANEM
Para comunicação, manifesta sua oposição ao PL 435/19.
Declara ser contrário ao aborto e sempre favorável à vida. Cita estatísticas
relacionadas ao parto cesariano no Brasil.
29 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, responde ao deputado Bruno Ganem. Põe em
dúvida a metodologia usada na obtenção de estatísticas concernentes às mortes
por parto cesariano.
30 - EMIDIO LULA DE SOUZA
Encaminha a votação do PLC 4/19, salvo emendas, em nome do
PT.
31 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, responde ao deputado Emidio Lula de Souza.
Desculpa-se por excesso em pronunciamento feito na sessão de 07/06. Defende sua
emenda ao PL 491/19.
32 - CAMPOS MACHADO
Encaminha a votação do PLC 4/19, salvo emendas, em nome do
PTB.
33 - CORONEL NISHIKAWA
Para comunicação, anuncia a presença do embaixador do Quênia,
Isaac J. Ochieng, acompanhado de outras autoridades do país.
34 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Dá boas-vindas aos visitantes apresentados pelo deputado
Coronel Nishikawa.
35 - DOUGLAS GARCIA
Encaminha a votação do PLC 4/19, salvo emendas, em nome do
PSL.
36 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Lembra que, durante os encaminhamentos de votação, não é
permitida a projeção de material sem relação com a propositura em tela.
Solicita comportamento regimental dos presentes nas galerias.
37 - JOSÉ AMÉRICO LULA
Para comunicação, expõe seu posicionamento contrário ao PLC
4/19.
38 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para comunicação, relata encontro de mulheres em que foi
debatido o PL 435/19, de autoria da deputada Janaina Paschoal. Alega que a
propositura não tem, a seu ver, embasamento técnico.
39 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 12/06, à
hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização de uma sessão
extraordinária, prevista para as 19 horas e 10 minutos de hoje. Encerra a
sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e convida o nobre deputado Paulo Fiorilo para ler a resenha do
expediente.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - A resenha do
expediente é a seguinte: “Indicação. Indico nos termos do Art. 159 e seguintes,
do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, ao Exmo.
Sr. Governador do Estado de São Paulo, que determine aos órgãos e secretarias
competentes a realização de estudos e adoção das providências necessárias para
custear a reforma e manutenção do prédio, colocação de uma pia na sala de
curativos e de um equipamento de ultrassom na Unidade de Saúde Mista de
Araçoiaba da Serra, localizada na Rua Antonio Antero de Oliveira, s/nº, Centro,
Araçoiaba da Serra, CEP 18190-000”.
Outra indicação: “Indico, nos termos do
Art. 159, da XIV Consolidação do Regimento Interno, ao Exmo. Sr. Governador do
Estado de São Paulo, que determine aos órgãos competentes a adoção de
providências em caráter de urgência e prioridade com a finalidade de liberar
recursos financeiros para as obras de infraestrutura da Escola Estadual 16 de
Julho, localizada no município de Santo André”. Esta é do deputado Thiago
Auricchio e a outra do deputado Douglas Garcia.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Antes de
iniciarmos o Pequeno Expediente, quero fazer menção à Casa que nós temos dois
grupos de visita hoje. O primeiro grupo é dos alunos da Escola Estadual
Professora Maria Augusta Siqueira, da Vila dos Remédios. Sejam bem-vindos. É um
prazer recebê-los. Os responsáveis são a professora Izabel de Azevedo e também
o professor Tiago Crespo Adomaitis. A todos os alunos, sejam bem-vindos. É um
prazer recebê-los na Assembleia.
Também temos o grupo de vereadores
mirins do município de Presidente Alves/SP. Sejam bem-vindos, é um prazer
recebê-los. Os responsáveis são o Sr. Valdeir dos Reis, prefeito de Presidente
Alves - prefeito, seja bem-vindo, é um prazer receber o senhor e toda a comitiva
- e também o vereador de Presidente Alves, o Sr. Lucimar Antonio da Silva.
Vereador, seja bem-vindo. É um prazer recebê-lo também.
O solicitante desta visita é o deputado
Major Mecca e o solicitante da visita da Escola Professora Maria Augusta
Siqueira é o deputado Carlos Giannazi. Sejam todos bem-vindos. É um grande
prazer recebê-los.
O primeiro deputado inscrito é o
deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado
Paulo Fiorilo, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, público presente, os alunos da escola
da Vila dos Remédios e também os vereadores mirins de Presidente Alves, sejam
bem-vindos. Quero aproveitar o Pequeno Expediente para tratar de um assunto que
tem sido o principal tema a partir de domingo, quando foram reveladas conversas
por um site chamado “The Intercept Brasil”, que trouxe conversas entre o
ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores do Ministério Público Federal, em
especial o procurador Dallagnol.
Eu acho que
cabem algumas observações antes de entrarmos no aspecto central. A primeira é
que a Constituição brasileira diz que quem acusa, quem se defende, não pode ter
uma relação de interferência com o juiz. Aliás, o juiz deveria se portar e se
postar como uma autoridade, porque vai julgar determinado caso. Ele não pode
orientar o Ministério Público, ele não pode orientar os procuradores, como ele
não pode orientar a defesa. Isso é constitucional.
Portanto,
quando o juiz comete um erro desse tipo, ele incorre em uma pena. Ele pode ser,
inclusive, retirado a bem do serviço público da magistratura. O que nós vimos
ou pelo menos o que nós lemos e vimos até agora, parece que é só a ponta de um
grande iceberg, porque quem recebeu toda a documentação, todas as gravações,
disse que tem muita coisa ainda por vir.
É
interessante, porque a primeira reação dos que foram pegos com a boca na botija
foi de dizer que não viam absolutamente nada de mais em um juiz conversar com o
promotor. O próprio hoje ministro diz que as conversas não revelam
absolutamente nada. É estranho, porque, quando a gente vai ver as conversas, é
o juiz cobrando do promotor por que não tinha ações; é o juiz discutindo com o
promotor se revelava ou não o áudio ou os áudios que envolviam uma conversa
captada de forma ilegal entre a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, ou
mesmo quando eles decidem, depois de um diálogo, liberar as conversas da
ex-primeira-dama Marisa Letícia.
Isso
tudo na época foi considerado normal. Era possível ter feito um grampo ilegal,
ter divulgado, e ninguém foi punido. Aliás, o Moro pediu desculpas de forma
envergonhada, ou pior, de forma absolutamente desprezível. Eu queria pedir para
a gente ver aqui um vídeo de uma entrevista que o Moro deu para o Pedro Bial.
Vamos ver se a gente consegue ver, porque eu queria fazer um comentário
exatamente sobre isso. Temos a entrevista? Se a gente não tiver, eu sigo aqui
com o meu...
* * *
- É apresentado
o vídeo.
* * *
O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Reparem só: ele disse que pediu
escusas, não sei se deu para perceber. Ele pediu desculpas da forma mais
humilhante para ele, reconhecer que pediu desculpas. É impressionante, porque
agora eles estão dizendo que foram grampeados, coitadinha da operação Lava
Jato, e o então juiz, hoje ministro, disse que não tinha nenhum problema
divulgar, porque o problema ali era mostrar uma relação que podia ser promíscua
entre poderosos.
Bom, o que fez
quem gravou? Deu publicidade de gravações entre poderosos, entre uma
instituição que não podia se envolver com o Judiciário e o Judiciário, que não
podia se envolver com a instituição. Agora eles querem dizer que é tudo normal,
que não tem nenhum problema. Tem sim. Ali eles armaram o tempo todo, e eles não
armaram só contra o PT, contra o Lula, eles armaram contra todos. Eles
dialogaram o tempo todo para armar um verdadeiro teatro para pôr o Lula na
cadeia, para inviabilizar partidos, para tentar virar aquilo que hoje é a Lava
Jato.
E pior - e eu
termino, Sr. Presidente -, se a gente acompanhar os jornais, a televisão, assim
por diante, a gente vai ver que a “Folha” tem mantido uma linha de cobrança. O
Estadão fez um editorial duro, dizendo que, por menos, ministros já foram
retirados; e a Rede Globo faz o papel de defender o Sérgio Moro, o Dalagnol, a
Lava Jato.
É importante
para quem é aluno, para quem é vereador mirim, começar a observar o que está
acontecendo neste país, para a gente não perder o bonde da história enquanto há
tempo. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado inscrito é o deputado Castello
Branco. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Leci
Brandão. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal.
(Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do Carmo.
Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Obrigado, Sr. Presidente. Boa tarde a todos, boa tarde aos
colegas deputados, ao pessoal da galeria. Quero cumprimentar o público aqui
presente, os nossos assessores. Quero cumprimentar também o público da TV
Alesp.
Sr. Presidente,
venho a esta tribuna mais uma vez para falar de uma demanda das nossas cidades,
das cidades do interior de São Paulo, das cidades da Grande São Paulo e da
região metropolitana.
A Secretaria de
Habitação do Estado criou um programa denominado “Cidade Legal”. Ontem eu fui à
Secretaria de Estado da Habitação porque no município de Ferraz de Vasconcelos,
no Alto Tietê, o secretário de obras e de habitação de lá havia me falado que,
de 64 núcleos que tinham inscrito, se cadastrado para o programa “Cidade
Legal”, apenas quatro haviam sido priorizados.
E, pasmem, a
preocupação, de 64 apenas quatro, sendo que o estado está regularizando,
através desse programa “Cidade Legal”, em 590 municípios, eu entendi que era
uma demanda de tamanha importância, mas de muito pouco investimento.
Por isso eu fui
pedir uma reunião com o secretário de Habitação e o secretário nos informou - a
assessoria técnica e política dele - de que, na verdade, não é... As
informações lá da Prefeitura Municipal de Ferraz de Vasconcelos não são um
tanto verdadeiras. Não é que dos 64 apenas quatro estavam no programa e os
outros haviam saído. Na verdade, o município havia priorizado apenas quatro
núcleos para a regularização.
Também
verifiquei que toda a região do Alto Tietê tem muitos núcleos habitacionais que
demandam, que têm essa necessidade, que têm essa preocupação e essa questão da
regularização pendentes e que precisam de investimento.
Essa semana eu
também fui ao município de Bom Jesus dos Perdões, na sexta-feira passada, e lá
também verifiquei que esse problema da regularização é um problema do estado,
não é um problema só da Grande São Paulo. E assumi um compromisso com ele de
verificar, também, de consultar, de requerer da Secretaria da Habitação do
Estado quais são os núcleos e em que fase estão também naquele município.
Então, essa
demanda da regularização nas cidades da Grande São Paulo e no estado é uma
demanda que requer e precisa de investimentos. Então, ontem, na reunião com os
técnicos da Secretaria... Havia dito para eles que a cidade não estava legal,
era preciso que a cidade ficasse legal do ponto de vista da legalidade, do
ponto de vista jurídico, mas verificando que falta, também, o empenho do
município, ou dos municípios.
Então, semana
que vem, vou falar com a Secretaria e com o prefeito da cidade de Ferraz de
Vasconcelos para que a gente una esforços. E vou falar também com a
administração de Itaquaquecetuba, de Poá, de Suzano, daquela região do Alto
Tietê, para que a gente uma esforços para tentar buscar mais recursos para esse
programa, que, a meu ver, é um programa legal. É um programa que dá dignidade
às pessoas.
Agora, se não
houver investimento, se não houver uma priorização, de fato, ele fica só no
papel. Como eu havia falado. De nada adianta lançar um programa e não ter
investimento para ele. E, para ter investimento, é necessário que tenha,
também, o esforço dos técnicos do município, de cada município, para trabalhar
essa questão.
Por isso, eu
havia, também, me comprometido, lá em Ferraz de Vasconcelos, a ajudar no
levantamento topográfico, no levantamento planialtimétrico cadastral, para que
a gente pudesse ir agilizando, para que esse programa, de fato, alcançasse os
objetivos.
Quais são os
objetivos: garantir a posse e a propriedade para as famílias que têm essa
demanda e que têm essa reivindicação há muitos anos. Por isso quero colocar o
meu mandato à disposição e dizer que o mandato do deputado estadual é um
mandato compromissado com essa bandeira, porque é uma bandeira de luta, uma
bandeira que dá dignidade às famílias. E, só aqui na cidade de São Paulo,
trabalhamos em mais de uma centena de loteamentos e ocupações. As pessoas
clamam e precisam da sua regularização.
Por isso, quero
concluir aqui dizendo do meu compromisso, do compromisso deste deputado com
essa bandeira, que é uma bandeira importante para a cidade, para a família que
adquire o seu lote e não tem a regularização, porque não conseguiu ter
investimento da prefeitura ou dos órgãos públicos para melhorar sua qualidade
de vida.
Então, meu
mandato, o mandato do deputado estadual Dr. Jorge do Carmo, vai estar sempre à
disposição dessa bandeira, porque eu entendo que é uma bandeira importante, que
dá dignidade às famílias.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado.
O próximo deputado é o Sr. Deputado
Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Carla
Morando. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. Deputada
Analice Fernandes. (Pausa.) Deputada Isa Penna. Deputado Douglas Garcia.
(Pausa.)
Na lista suplementar, deputado Rafa
Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Vinícius
Camarinha. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto.
(Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado
Edmir Chedid. (Pausa.) Emidio Lula de Souza. (Pausa.)
Solicito ao deputado Sargento Neri que
assuma a Presidência dos trabalhos.
Antes, porém, eu quero dizer também que
nós temos a presença da vereadora Vanessa Coelho - quem é a vereadora? Vanusa
Coelho, perdão. A letra da minha assessoria é letra de médico. Vereadora Vanusa
Coelho, de Presidente Alves. Seja bem-vinda, vereadora. É um prazer recebê-la
aqui.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Sargento
Neri.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - SARGENTO NERI - AVANTE - Seguindo a
lista, o Coronel Telhada fará uso da palavra.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP -
Muito obrigado, Sr. Presidente. Srs. Deputados, assessores e funcionários aqui
presentes e todos que nos assistem do plenário da Assembleia, sejam muito bem
vindos. Os que nos assistem da TV Assembleia também. Quero cumprimentar, na
figura do cabo Júlio César, toda a nossa assessoria da Polícia Militar da nossa
Assembleia Legislativa.
Hoje, dia 11 de
junho, é uma data histórica para a história militar brasileira. É o dia em que
se comemora o aniversário da Batalha de Riachuelo. A Batalha de Riachuelo, para
quem não sabe, foi uma batalha naval na guerra do Paraguai, em que o Brasil
participou ativamente. Graças à ação dos seus marinheiros, houve uma vitória
retumbante nessa batalha. Portanto, é o dia de comemoração da Marinha.
Nós estivemos
hoje pela manhã no 8º Distrito Naval para comemorar os 154 anos da Batalha
Naval de Riachuelo, data magna da Marinha. Eu quero agradecer ao
contra-almirante Eduardo Machado Vazquez, secretário do Conselho da Ordem de
Mérito Naval, e a todos os demais membros pela honraria. Eu fui indicado e
recebi hoje no 8º Distrito Naval a Ordem do Mérito Naval no grau oficial. Quero
agradecer especialmente ao almirante Mello, Claudio Henrique, vice-almirante
Claudio Henrique Mello de Almeida, pela indicação e pela concessão da medalha
Ordem do Mérito Naval. Eu e demais pessoas acabamos recebendo essa
condecoração. Muito obrigado. É motivo de grande honra para mim, para minha
carreira, poder receber tal condecoração.
Infelizmente,
policiais militares continuam sendo mortos. Nós temos mais um policial militar
morto. A foto está aqui. Desta vez, no Rio de Janeiro, mais uma vez no Rio de
Janeiro. O cabo Rodrigo Queto Sardinha, 33 anos - jovem, idade do meu filho -
morreu após ser atingido por um tiro na cabeça ao reagir a um roubo na Estrada
do Rio do Pau, na Pavuna, norte do Rio de Janeiro. Ele tinha 33 anos, era
lotado na unidade de Polícia Pacificadora da Providência, no centro.
Ele estava a
caminho do trabalho, com o irmão, que também é policial militar. Quando saiu do
veículo, ele estava próximo à Igreja de Santo Antônio. Criminosos armados
anunciaram o roubo e houve confronto entre os militares e os bandidos. Rodrigo,
que é o policial Rodrigo Queto Sardinha, cabo da Polícia Militar, foi baleado
na cabeça e levado ao Hospital Estadual Carlos Chagas, mas infelizmente não
resistiu ao ferimento.
Esse policial
militar era solteiro e estava na corporação desde 2012. É uma grande pena. Mais
um policial militar morto em serviço, a caminho do serviço, no Rio de Janeiro.
Outra coisa que
eu queria comentar aqui, Sr. Presidente, é a respeito desse acidente horrível
que ocorreu na estrada de Campos do Jordão, no último dia nove, domingo, em que
um ônibus acabou se chocando - nós temos uma foto aqui -, um ônibus de turismo
acabou colidindo contra outros cinco veículos. Nesse acidente acabaram morrendo
10 pessoas e 51 pessoas foram feridas. Vejam bem que absurdo, gente, 51 pessoas
feridas, 10 mortos em um acidente de trânsito.
Os mortos,
todos jovens. Nós temos a lista dos mortos. Infelizmente, nessa lista nós temos
duas pessoas conhecidas, que são da minha igreja. São lá da região de Barueri,
São Paulo, que é o Sr. Jaziel Dourado, 33 anos, e a filha dele, Manoella Maciel
Dourado, de apenas 4 anos de idade, que faleceram nesse acidente. Nós temos
oito pessoas aqui, também... São 10 pessoas, ao todo, mortas nesse acidente
absurdo.
E por que estou
falando disso aqui, deputado? Porque eu tenho um projeto de lei, o 556/16, que
foi aprovado por essa Assembleia e, infelizmente, o então governador Geraldo
Alckmin vetou. Era um projeto que previa justamente a instalação de câmeras de
videomonitoramento dentro do ônibus, nas laterais do ônibus, justamente porque
as notícias, hoje, até falam das causas de acidentes, que é difícil prever a
causa. Enfim, se essa lei estivesse em uso, com certeza nós teríamos uma
resposta do que ocorreu nesse acidente.
O que houve,
realmente, foi culpa de quem, do motorista do ônibus? Foi culpa de outro
veículo? Enfim, o que aconteceu? Então, isso vai demandar um baita de um
inquérito, uma perda de tempo, uma perda de energia, sendo que se a nossa lei
tivesse sido sancionada pelo governador, nós não teríamos evitado o acidente,
mas pelo menos tal investigação já estaria resolvida. Então, aqui, eu quero
mais uma vez pedir aos amigos, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, o apoio no
sentido de derrubarmos o veto do Projeto 556, de 2016, que dispõe sobre a
instalação de câmeras de vigilância em transportes coletivos intermunicipais e
similares no estado de São Paulo.
E, para fechar,
Sr. Presidente, vou falar, numa próxima oportunidade, sobre o número de
suicídios na Polícia Militar. É uma situação aterradora. Infelizmente, o
suicídio não é exclusividade da Polícia Militar, mas a cada dia aumenta o
número de policiais militares da ativa e aposentados que se suicidam. Eu estava
vendo, aqui, um estudo que foi feito em todo o Brasil. Só para os senhores
terem uma ideia, para fechar o assunto: de 18.007 policiais entrevistados em
todo o Brasil, 650 tentaram suicídio - ou seja, quase 30% -, 3.225 cogitaram
tirar a própria vida e 43% tentaram se matar e não contaram a ninguém.
Então, é um
número absurdo. Nós temos que ver o que está acontecendo. A nossa Polícia
Militar está doente. E eu tenho certeza de que o principal motivo dessa doença
é a falta de valorização do profissional de polícia. E nós estamos aqui
diariamente pedindo e lembrando ao Sr. Governador que ele prometeu, no início
do seu governo, valorizar os policiais militares e trazer um aumento para nossa
categoria. Então, Sr. Governador, veja o que está acontecendo com a nossa
polícia e lembre-se dos seus policiais. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - SARGENTO NERI - AVANTE - Bem lembrado,
coronel.
Seguindo a lista suplementar, a
deputada Isa Penna.
*
* *
- Assume a
Presidência o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
A
SRA. ISA PENNA - PSOL -
Boa tarde a todas e todos, a todos os colegas, ao Sr. Presidente, e
principalmente àqueles que me assistem hoje da TV Assembleia. Nós estamos,
hoje, vivendo um cenário político absolutamente deprimente. Nós vimos,
recentemente, como o mito da imparcialidade, do herói, do honesto, do bom moço,
construído em torno de Sérgio Moro, caiu. Era mentira. Uma mentira muito bem
construída por quem tem muito dinheiro, mas era uma mentira.
Era uma
mentira, porque fica evidente nos diálogos - eu sou advogada, portanto sei
muito bem do que estou falando - que houve uma tentativa... Aliás, uma
tentativa, não. Houve diversas intervenções do Poder Judiciário, que deveria
ser um Poder que tem como princípio a imparcialidade, num processo judicial
para interferir no resultado eleitoral. E aí eu pergunto a vocês: isso
justifica todo o terrorismo feito contra os comunistas, todo o terrorismo feito
contra a Venezuela? Eu estava lá na Câmara Municipal, e o pessoal não queria
falar de Brasil, de São Paulo, não. O pessoal queria falar da Venezuela mesmo.
E por quê? Para
implementar uma agenda inédita, na história do Brasil, de uma retirada de
direitos do povo brasileiro. Uma retirada de direitos que tem três pés
fundamentais: o primeiro deles é a reforma da Previdência. Dizem: “todos vão
fazer parte”. Não é verdade, porque já foram feitos ajustes da carreira de
militares e os militares de alta patente não vão participar da reforma
Previdência, ao contrário dos policiais militares, que estão inclusos na
reforma da Previdência. Por isso eu quero dialogar com os policiais, os praças,
aqueles que correm perigo todos os dias. Que procurem em que o seu deputado vai
votar, se é a favor ou se é contra a reforma da Previdência, porque essa
reforma vai te afetar.
O segundo ponto
desse programa nefasto, nojento, de maldade contra o povo brasileiro, foi a
reforma trabalhista, que jogou a CLT, a Consolidação das Leis Trabalhistas, no
lixo, que pressupõe que não existem mais trabalhadores, existem agora
colaboradores. Então, patrão e empregados sentam em posição de igualdade, em
tese, para dialogar sobre um contrato de trabalho, como se essa fosse a
realidade dos trabalhadores.
Você,
trabalhador, trabalhadora, que está me assistindo em casa, sabe que, quando
você vai assinar o seu contrato de trabalho, você não está em pé de igualdade
com o seu empregador. Isso é evidente.
O terceiro pé
desse programa nefasto é o pacote anticrime do Moro, que nada mais é que um
passe livre para o encarceramento ainda mais em massa da população jovem negra.
A cada 23 minutos, morre um jovem negro, seja ele policial ou não. A maioria
dos policiais que morrem é negro, a maioria dos jovens que morrem no Brasil é
negro.
É por isso que
nós vamos às ruas, exercer um direito garantido pela Constituição Federal de
88, que é o direito de greve, é o direito de desobediência civil, é o direito
de ocupar as ruas e de fazer pressão, é o direito de construir o poder popular
de participar da deliberação dos rumos da política brasileira.
É por isso que
no dia 14 de junho é greve geral. Eu quero saber se o presidente desta Casa e
se o governador do estado de São Paulo vão repetir o que eles fizeram na última
greve geral que nós fizemos, e cortar ponto dos servidores que exercerem o seu
direito efetivo de greve, porque nós vamos comprar essa briga até o final.
Diante das
revelações abomináveis de que Sérgio moro é um golpista, é um infiltrado na
política brasileira, nós não vamos recuar. O 14 de junho vai ser ainda maior.
Todos às ruas. Mulheres negras, negros, LGBTS, juventude, professores,
policiais, todos às ruas, porque tem a ver com todos nós, tem a ver com o
futuro dos nossos filhos. É por isso, Sr.
Presidente, que com muito orgulho que a nossa “mandata” vai estar nas
ruas, lado a lado com o povo trabalhador, com as trabalhadoras, para garantir o
exercício do direito de greve, porque nós consideramos que esse é o verdadeiro
papel dos parlamentares, garantir os direitos da população.
Muito, muito
obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Próximo
deputado, deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.)
Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia
Amary. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale, tem V. Exa. o tempo regimental de
cinco minutos.
O
SR. RODRIGO GAMBALE - PSL – SEM
REVISÃO DO ORADOR - Presidente, boa tarde, os deputados presentes aqui no plenário. Bom, como, na minha última
fala, eu já havia anunciado, venho mais uma vez aqui falar sobre o Hospital
Regional do Alto Tietê, mais precisamente da cidade de Ferraz de Vasconcelos.
É um hospital
que, enquanto ele não tiver um atendimento decente e digno, do tamanho da
estrutura que ele representa, e o tamanho da importância que ele representa
naquela cidade, eu não me cansarei.
Eu estou
aguardando que o secretário cumpra com a sua promessa no mês de janeiro, da
qual eu até gravei ele dizendo que a próxima reunião dele na Condemat, onde
envolvem todos os municípios do Alto Tietê, seria dentro do Hospital Regional,
porque nós conseguimos transmitir para ele a mensagem de que não dá para falar
em Saúde no Alto Tietê se não tratarmos do Hospital Regional de Ferraz de
Vasconcelos.
Nove andares
construídos, milhões de reais investidos. E tem o quarto andar, que nunca foi
inaugurado. O quinto andar, a pediatria não funciona porque tem uma goteira. No
sexto andar, que é a psiquiatria, também está fechado. Isso não é projeto de um
ano. Já há oito anos que a pediatria não funciona. Há cinco anos que a ala
psiquiátrica não existe.
Os doentes psiquiátricos
ficam internados junto com homens e mulheres numa ala mista. Já foram pegos
alguns doentes com facas e materiais cortantes nas mãos, que poderiam gerar um
problema muito maior a essas pessoas. Não digo nem ao Estado, porque parece que
o Estado realmente não tem se preocupado, mas às pessoas que estão internadas.
É impossível
aceitar que em um hospital daquele tamanho, daquela estrutura, tenham sido
roubados três equipamentos enormes: um broncoscópio, um colonoscópio e um
endoscópio. Eram três exames que funcionavam no Hospital Regional. Já levei a
documentação ao secretário, pedi a reposição.
Mas estamos
levantando boletim de ocorrência para instaurar um inquérito, porque até agora
não aconteceu nada. Como se roubam três equipamentos desse porte em um hospital
e, até agora, não se acham culpados? Um hospital que é cheio de câmeras de
segurança. Então, isso é inexplicável, Presidente. Isso é inexplicável.
Entendo que o
governador João Doria começou seu mandato em janeiro. Mas o PSDB está nesse governo
há quase 30 anos. E precisamos cobrar melhorias do Hospital Regional. Não é um
hospital que há décadas não funciona. Ele existe lá por volta de 12 anos. Foi
referência. Foi o primeiro hospital do Estado a ter cirurgia bariátrica por
vídeo. Entre outros grandes sistemas de cirurgia e operações que hoje já não
existem mais.
A endoscopia,
colonoscopia, exames gastro que eram feitos nesse hospital, não são feitos mais
porque roubaram os equipamentos. Então, cobro o secretário. Mais uma vez, o
secretário de Saúde, que se comprometeu a fazer uma reunião dentro das
instalações, com todos os prefeitos do Alto Tietê, para que possamos conhecer
de perto os problemas.
Do jeito que
cobrei o secretário, parece que ele respondeu uma coisa que não tinha nada a
ver. Cobrei dele a abertura da UTI pediátrica que fica no andar térreo, e do
pronto-socorro infantil, que também fica no andar térreo, ao lado do
pronto-socorro. E ele veio falar para mim do quarto andar, que estava com uma
goteira. Secretário, mais uma vez: converse com a sua equipe, que esteve em
dezembro, janeiro e fevereiro no hospital.
A sua equipe
fez a vistoria, sabe dos problemas, já tem orçamento, sabe o quanto tem que
investir. E até agora o problema continua. Oito anos sem um médico pediatra
naquele hospital. Há cinco anos que não temos psiquiatras no hospital, que a
ala psiquiátrica não funciona, e todos os pacientes são internados numa ala
mista.
Me torno até
repetitivo, porque a intenção é essa. Enquanto não resolver... Porque parece
que quanto mais me alongo, mais dificuldade gera. Enquanto não resolver, vou
utilizar o meu tempo, utilizar esta tribuna, para cobrar o secretário de Saúde.
É uma obrigação desse governo.
Só para
terminar, presidente, 15 dias atrás, em um sábado, havia 80 pessoas para serem
atendidas no hospital, com apenas um clínico. Um clínico para 80 pessoas. É
natural que já é previsto o caos numa noite como essa. E o pior: algumas
especialidades, das poucas especialidades que o hospital atende, têm médico
fazendo rodízio. O plantão é uma vez por semana, e em uma semana tem, na outra
não.
Então, por
favor, secretário. São 2 milhões de pessoas que moram no Alto Tietê. Mais
Guarulhos, dão mais de 3 milhões. Por favor, vamos olhar com atenção e carinho
para essas pessoas que tanto têm sofrido com a deficiência do Hospital Regional
de Ferras de Vasconcelos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado.
O próximo deputado é o deputado Carlos
Giannazi. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.). Deputado Conte Lopes. Tem
V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CONTE LOPES - PP - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, povo que nos acompanha aqui da
tribuna da Assembleia, parece que realmente a imprensa e alguns partidos aí não
estão querendo aceitar o resultado das eleições; principalmente a imprensa.
Agora resolveram esse problema do Moro e o Dallagnol se eles conversaram. Eu
sempre estive respondendo alguns processos na Justiça, não é? Não por corrupção; nenhum. Mas, por trocar
tiro com bandido; um monte - obrigado pelos aplausos. E sempre o promotor falou
com o juiz, Coronel Telhada, que preside esta sessão.
Ora, o cara vai
fazer o quê? Ele entra na sessão e sai correndo, entra o promotor o juiz sai
correndo? Ora, os caras conversam. Sempre conversaram entre eles. Até as
decisões às vezes que o juiz vai tomar ele decide com o advogado de defesa, com
o promotor, a pena que vai ser estipulada. Parece que é coisa do outro...
“olha, o cara mandou um recado, o cara falou não sei o que...”. Mas espera aí,
eles trabalham tudo na área jurídica: promotor, juiz, advogado. Então, não sei
por que essa briga toda. Vai anular o quê? Vai anular a eleição? Meu Deus do
céu. Primeiramente, ninguém acreditava que o Bolsonaro ia ganhar a eleição.
Primeiro ponto. Porque o Bolsonaro - vou dizer aqui de novo - ele não ganhou do
PT. Ele ganhou do PT, do PSDB, ele ganhou do PP. Quero ver o partido que ele
pertencia, quando ele foi lá e falou que
ia ser candidato a presidente pelo PP e o PP não aceitou.
De acordo com o
que o Bolsonaro falou para mim é que o PP, o Partido Progressista, tinha acertado
com o PSDB o problema de horário de televisão.
“Então, Comandante Conte, não adianta eu ficar aí que eles não vão me
dar nada”. E ele saiu sozinho. Vocês vão ter que engolir isso aí, queiram ou
não. O cara ganhou a eleição sozinho contra a Globo, contra Estadão, Folha. Ele
ganhou a eleição, sozinho. Vamos assumir isso aí. Até o Lula falou da cadeia
para pensar para frente. Aliás, o único que está pensando para frente é o
Doria. O Doria está olhando para a frente, está pensando no futuro, não é? E o PT
está pensando para trás. “Ah, vamos fazer uma greve geral”. Greve geral por
quê? Contra a Previdência? Está falindo tudo, gente. Rio Grande do Sul faliu,
Minas Gerais faliu, Rio de Janeiro faliu. Nordeste, tudo falido. Não tem como
pagar funcionário. Essa é a grande verdade. Vai ter que dar um jeito. É melhor
ganhar pouco e ganhar. Como a gente falava na PM, pinga, mas ganha, não é?
Agora, não adianta nada falar que vai pagar e depois não conseguir pagar
funcionário, como está acontecendo em Minas Gerais, como está acontecendo no
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul.
Está na hora de
alguma providência tomar. O presidente quer tomar uma atitude, vem todo mundo
contra. E aí? Resolve-se como isso aí?
Então, é bom se
colocar os pingos nos is. Agora, quer votar a campanha? Fazer uma “ah, greve
geral”. Greve geral contra quê? Contra a Previdência? Para alguém pagar tem que
ter o dinheiro, não é verdade? Se você for a um almoço
lá, tem que pagar o almoço, não é? Senão, não tem jeito.
Agora, as
pessoas querem o quê? Fazer uma nova eleição? Começaram com o Moro. O Mourão
vai tirar o lugar do outro. Agora que isso acabou entraram com o Moro agora o
ministro. É evidente que o Moro, quando decidiu juridicamente, não foi só ele.
Foram outros juízes que decidiram também, os desembargadores as condenações. E
não cabe a mim dizer se é bom ou se é ruim. Isso não cabe a mim; cabe à
Justiça. Por isso existe o Poder Judiciário. Agora, querer reverter o quadro é
o fim do mundo. Parece que não querem que o Brasil não vá para frente mesmo.
Parece que querem que o povo sofra. Parece que não querem progresso. Parece que
querem que vá para trás; no meu modo de ver. Eu quero que São Paulo vá para
frente, que o Brasil vá para frente. É bom para o povo. A gente tem que lutar
para melhorar as coisas no Brasil. Para ter emprego, ter condições de vida.
Porque, se não,
quanto pior, melhor. Vamos lutar dessa maneira. Então, cada vez inventa. Agora,
que uma conversa entre promotor e juiz acaba com o processo?
Volto a dizer:
todos os inquéritos que respondi e que fui à Justiça - em tiroteio com bandido,
vamos colocar aqui, nenhum por corrupção -, sempre, eles conversaram. Aliás,
tinha vara em que ficava o juiz e o promotor na mesma vara. Eles trabalham
juntos.
Então, como é
que faz, não conversam os dois? O advogado não conversa? Então, fica aí a minha
colocação. Eu acho que está na hora de a gente torcer para um Brasil melhor,
né?
Agora, por quê?
Vai querer volta na época das eleições? Então, até aí, eu sou obrigado a bater
palma para o Doria, porque ele está indo para a frente, enquanto o resto está
retroagindo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é o deputado Caio França.
Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco
minutos.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB
- SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, nossos servidores
desta Casa, aos amigos que nos acompanham aqui das galerias, Sr. Presidente,
subo a esta tribuna aqui no dia de hoje primeiro para trazer uma notícia muito
triste ocorrida anteontem, na rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, rodovia que
liga até Campos do Jordão.
E um ônibus que
saiu da Baixada Santista colidiu com cinco carros mais uma moto. Um ônibus que
tinha 30 pessoas, na maioria delas a população de Cubatão, lá na Baixada
Santista, mas também de outras cidades e acabou causando a morte de dez
pessoas: quatro de Cubatão, quatro de São Vicente, duas de Barueri.
Foi no
quilômetro 31 daquela rodovia, que a gente também já aproveita para poder
reforçar a importância da duplicação daquela rodovia. Eu sei que tem toda uma
questão que envolve a regularização e a liberação ambiental, mas é fundamental
que a gente consiga garantir isso, porque é uma rodovia que tem muito
movimento, em especial, pela questão do turismo. Mas, obviamente que o tema
principal é para mostrar que a Baixada Santista, inclusive, já está decretado
três dias de luto na cidade de Cubatão e na cidade de São Vicente, também.
Sem dúvida, uma
semana muito triste para a gente. Dentre as pessoas que faleceram havia
crianças, jovens, enfim. E outras pessoas que se encontram ainda no Hospital
Regional de Taubaté e outras no Hospital de Pindamonhangaba, algumas, na UTI,
ainda.
Então, as
prefeituras, tanto de Cubatão, quanto de São Vicente, que foram as mais
atingidas, têm telefones à disposição; deixaram até veículos para que as
famílias possam visitar os seus parentes queridos que se encontram nesses
hospitais.
Então, trazer
essa notícia muito triste aqui para a Baixada Santista, mas deixar nossos
sentimentos, as nossas condolências às famílias, que foram vítimas de um
episódio triste. As famílias foram a Campos do Jordão, como muitas fazem, para
poder passar um dia do seu fim de semana e retornarem no mesmo dia.
Aí, à noite,
por volta das vinte e uma e trinta, acabou que aconteceu essa colisão entre o
ônibus e os carros. A polícia está investigando ainda para avaliar se teve
alguma imprudência do motorista. A empresa estava legalizada, portanto, não dá
para ainda colocar a culpa na empresa, porque ela estava documentalmente com
tudo em dia.
Porém, há
alguns relatos de passageiros que o motorista corria muito. Mas, isso tudo será
ainda avaliado pelos órgãos competentes.
Falado sobre
isso, presidente, eu queria aqui falar sobre a questão da Saúde Pública. Eu vi
alguns deputados aqui que me antecederam também falando sobre outras regiões do
Estado. Na Baixada Santista, também, a situação não é diferente.
A gente tem,
primeiro: falta de leitos. Eu fiz um cálculo sobre as demais regiões do Estado,
e a Baixada Santista é a que tem menos leitos por habitante. A gente sabe que
tem um número da OMS que a cada mil habitantes é importante que tenha dois
leitos. E no caso da Baixada Santista a gente não chega nem a um e meio.
Então, já
demonstra uma falta de leitos. Além disso, um outro problema sério que tem é a
questão da regulação de vagas. E isso acontece em todas as regiões. É um
sistema ainda pouco acessível, pouco transparente e que a gente tem muitas
dúvidas.
Às vezes, a
gente sabe de pessoas que têm contato com um médico aqui, outro médico lá, que
pode passar na frente, que sabe isso, que sabe aquilo. Vejam: eu sempre
aprendi, desde cedo, que quando tem regras, tem regras; a gente tem que obedecer
as regras. O que não dá é para uma pessoa passar à frente da outra porque
conhece esse ou conhece aquele. O
sistema tem que ser transparente, o sistema tem que ser tecnicamente capaz de
dar vazão aos problemas que a região tem.
Por isso mesmo,
convidamos a Sra. Sonia Alves, responsável pelo Cross, que é o Controle de
Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo, para estar na
Comissão de Saúde, da qual eu faço parte. Acabamos de aprovar, na Comissão de
Saúde, o convite para que ela possa vir aqui. Ela entra de licença nos próximos
dias e ficará um mês fora; portanto, só em agosto nós vamos recebê-la. No dia 6
de agosto, vamos recebê-la. Eu sei que é um tema que interessa a todos os
deputados, para que entendam melhor, para que possam ter noção.
Para concluir,
Sr. Presidente: na Baixada Santista, tivemos a ida do Corujão da Saúde, um
programa muito divulgado pelo Governo do Estado que, por meio de parceria com a
iniciativa privada, oferta exames de endoscopia, mamografia e ultrassonografia.
Para a região de Rio Preto: 45 mil exames. Para a região de Bauru: 25 mil
exames. Para a região da Baixada Santista: 980 exames. E aí fui questionar o
secretário aqui na Comissão da Saúde e ele me disse que as nove cidades da
Baixada não alimentam o sistema de maneira correta.
Vejam, eu fui
falar com os secretários e todos eles me mostraram a caderneta deles com todos
os exames necessários. Uma conta rápida demonstrou que mais de 40 mil pessoas
aguardam esses três exames na Baixada, ou seja, alguma coisa está errada e não
dá para a população pagar esse pato.
Por isso, a
vinda da Sra. Sonia será muito pertinente, para que a gente possa, se for o
caso, adequar os sistemas municipais de regulação de vagas com o sistema da
rede estadual, o que é fundamental para garantir não só o Corujão, mas outros
programas. Imagino que, depois do Corujão, tenha que vir um programa de
cirurgias. Não adianta ter o programa dos exames e a população ficar com os
exames na mão sem conseguir fazer a sua cirurgia.
É isso,
presidente, agradeço mais uma vez aos deputados, em especial aos deputados da
Comissão de Saúde, que aprovaram o nosso convite.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, deputado. O próximo é o deputado Douglas Garcia. Tem V. Exa. o tempo
regimental de cinco minutos.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa
tarde a todos. Sr. Presidente, caros pares aqui presentes, público que nos
assiste da galeria da Assembleia Legislativa e também pela TV Assembleia, é motivo
de muita alegria para mim voltar a esta tribuna representando o povo paulista,
em um momento extremamente triste.
Tivemos, na
semana passada, o assassinato da criança, do Rhuan. Eu sou um dos parlamentares
que mais brigam nesta Assembleia Legislativa contra a questão da ideologia de
gênero e sempre vou brigar. Sempre vou brigar, pois, enquanto existirem, dentro
da sala de aula, enquanto existirem em qualquer espaço público pessoas que
utilizam do aparato estatal para disseminar essa doença chamada ideologia de
gênero, eu não vou me calar.
É por isso que
hoje, senhores, venho trazer outra denúncia que recebi. Isso aconteceu aqui no
estado de São Paulo, na cidade de Sorocaba, na Escola Estadual Arthur Cyrillo
Freire, no terceiro ano do ensino médio. Foi aplicado pelo professor, na prova
de sociologia. Deputados estaduais desta Assembleia, prestem atenção: foi uma
prova de sociologia, um professor chamado Danival Silva. Por gentileza, podem
colocar a imagem.
Isso foi
aplicado, é uma questão de sociologia: “Se um teste de DNA determinasse que um
bebê nascerá gay, os cristãos seriam contra ou a favor do aborto?”. É uma prova
de sociologia! O que os estudantes estão aprendendo com isso? E ainda continua
o texto: “A charge apresenta condições que levam a pensar nas condições de
direito fundamental de direito à vida. Em que medida a defesa ao direito à vida
ainda se encontra limitada a questões religiosas? Como os cristãos responderiam
a essa questão? Qual seria o papel do estado nessa condição? Ele mantém as condições
morais e éticas ou sustenta condições laicas? Argumente”. É esse o nível de
educação que o estado de São Paulo está aplicando nas escolas, colocando: “Se
um teste de DNA determinasse que um bebê nascerá gay, os cristãos seriam contra
ou a favor do aborto?”. Aí depois vai para a rua querer protestar por mais
educação. Vamos investir, vamos investir.
Abre as portas
do paraíso, desce dinheiro goela abaixo em cima de doutrinadores para eles
quererem fazer o quê? Criminalizar a conduta cristã? Criminalizar o Cristiano
em cima de mentiras? O cristianismo não assassina ninguém por ser gay. O
cristianismo não assassina ninguém por ser lésbica. Mas sim, o movimento
esquerdista e principalmente o movimento feminista assassina crianças, tira o
direito delas à vida, tira o direito delas de virem ao mundo. Os cristãos não
são assassinos.
Assassinos são
aqueles que defendem que as pessoas não podem escolher vir ao mundo, uma pessoa
inocente. À medida que defendem o assassinato de crianças não falta uma
Comissão de Direitos Humanos para ficar defendendo bandido e ainda querem
criminalizar a conduta cristã.
Respondo a esse
professor de igual para igual que, primeiro, o senhor foi covarde ao utilizar a
audiência cativa de estudantes, de alunos, de adolescentes, para tentar descer
goela abaixo desses alunos, dessas crianças, a característica de que o
cristianismo é cruel.
Segundo, eu
exijo que a Comissão de Educação traga, sim, no mínimo, o diretor dessa escola
para vir explicar esse absurdo que foi aplicado na cidade de Sorocaba, já que
nós estamos tratando de uma escola estadual.
E terceiro,
finalmente respondendo, os cristãos não assassinariam essa criança caso
descobrissem que possivelmente ela seria gay, porque isso não é uma conduta
cristã.
Isso é uma
conduta de pseudorrevolucionários, de pessoas eugenistas que se colocam acima
da vida, do direito da criança nascer. Esse tipo de conduta veio e sempre virá
dessa esquerda nojenta que existe no Brasil, que quer criminalizar
comportamentos cristãos, conservadores; que quer criminalizar o pensamento da
maioria da população, mas não vai conseguir.
Nós elegemos
Jair Bolsonaro como presidente porque ele vem brigando contra isso já faz muito
tempo e entramos nas Casas Legislativas para acabar com esse tipo de coisa. E não
importa o tempo que demore, isso vai ter um fim.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sr. Deputado. Quero aproveitar este momento para mandar um abraço para o
investigador Alcides e aos amigos da Polícia Civil, que nos mandaram um recado
que estão acompanhando a nossa sessão ordinária nesta tarde.
Não havendo mais deputados inscritos,
portanto, eu vou suspender a presente sessão até as 17 horas.
Está suspensa a sessão.
*
* *
- Suspensa às 15 horas e 28 minutos, a
sessão é reaberta às 16 horas e 59 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci
Santos.
*
* *
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Sr. Presidente, peço
a suspensão da sessão até as 17 horas e 30 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Está suspensa a sessão até as 17 horas e 30
minutos.
*
* *
- Suspensa às 17 horas, a sessão é
reaberta às 17 horas e 41 minutos, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.
*
* *
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, eu
gostaria de usar a palavra pelo Art. 82, mas cedo para a deputada Janaina.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A deputada
Janaina já estava no microfone antes de Vossa Excelência. Eu peço licença.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Excelência, eu só
iria pedir verificação de votação, caso V. Exa. trouxesse o 04.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Ah, perfeito.
Então, pelo Art. 82, V. Exa. tem a palavra pela liderança do PSOL.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO
ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui
presente, telespectador da TV Assembleia, quero saudar todos os presentes aqui
na Assembleia Legislativa, saudar os cirurgiões-dentistas que estão na defesa
da aprovação do PLC 34, que estamos defendendo aqui.
É importante a aprovação desse projeto que
valoriza uma categoria profissional importante e estratégica para o estado de
São Paulo na área do atendimento odontológico, sobretudo para a população mais
carente. Temos aqui vários setores organizados.
Vejo aqui
também os servidores e os defensores do Zoológico, do Instituto de Botânica. Já
manifesto o nosso voto contrário ao PL 183, contra a privatização do Zoológico,
contra a privatização da pesquisa. (Manifestação nas galerias.) É um verdadeiro
absurdo. Faço um apelo para que os deputados e deputadas votem contrariamente
ao PL 183.
Nós vamos
entrar nesse debate daqui a pouco, mas eu gostaria de fazer um registro de um
manifesto da Udemo, que é o sindicato dos diretores das escolas da rede
estadual. Acho que todos os deputados e deputadas receberam esse manifesto
ontem ou hoje.
É um manifesto
importante, denunciando o governo Doria, denunciando a Secretaria da Educação,
que está contratando, que está fazendo convênios com empresas privadas de
assessoria de educação, fazendo uma parceria com essas fundações, com esses
institutos que têm caráter privado, que tentam implantar na gestão pública da
Educação os princípios da administração privada, do mercado, nas escolas
públicas. É um verdadeiro absurdo o que eles estão fazendo.
Com isso, estão
criminalizando e penalizando os profissionais da Educação, dizendo que a escola
estadual está em crise porque não tem gestão, porque os professores não são
preparados, não têm formação.
O documento é
muito certeiro, muito exato, porque faz uma análise mostrando as contradições
dessa afirmação do governo estadual, porque as escolas estão abandonadas porque
o governo não investe. Faltam professores, que não são contratados, faltam
agentes de organização escolar nas escolas da rede estadual, faltam recursos,
falta até material de limpeza, falta papel higiênico nas escolas estaduais, que
estão há muito tempo, há muitos anos, principalmente nas gestões do PSDB,
sucateadas, degradadas e precarizadas.
Então, o
próprio governo está jogando a rede estadual nessa crise e isso há muitos anos.
Isso tem se intensificado com a gestão Doria, que não investe em Educação e
ainda criminaliza os profissionais da Educação. Quero fazer coro, me associar
ao documento da Udemo que desmistifica isso e mostra para a população as reais
causas da crise na Educação. Nós não vamos aceitar que os professores, que os
agentes de organização escolar, que os diretores, que os supervisores, sejam
criminalizados e sejam apresentados para a população como os culpados da crise
na Educação pública do estado de São Paulo.
A
Educação é a falta de investimento, o governo não investe em Educação. Há um
sucateamento, tanto da rede física das nossas escolas sucateadas e degradadas,
com centenas de escolas de lata, centenas de escolas sem quadras para as aulas
de Educação Física, com os servidores tendo salários extremamente baixos.
Em
São Paulo, para se ter uma ideia, o governo estadual do estado mais rico do
Brasil não paga nem o piso nacional salarial, que é de R$ 2.557,00. É um
absurdo isso. Por isso que a Educação está em crise. Eu quero me associar, me
filiar ao documento da Udemo e pedir para que ao final do meu pronunciamento o
documento da Udemo, o manifesto seja publicado no Diário Oficial para que toda
a população saiba o que realmente está acontecendo nas nossas escolas.
* * *
-
É inserido texto não lido em plenário.
* * *
“MANIFESTO DA UDEMO
EXIGIMOS RESPEITO !
Colega Carlos Giannazi,
Os profissionais do Quadro
do Magistério da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo estão passando
por uma das piores crises, desde 1984, com destaque para a questão salarial.
Mas a esse problema, que é grave, acrescenta-se outro, gravíssimo: a falta de
respeito com esses profissionais por parte do Governo que insiste em confundir
escolas públicas com empresas privadas. Por mais que defendamos eficiência na
gestão das escolas, elas - que visam educação escolar - são diferentes de
empresas privadas, que visam lucros!
Diretores de Escola,
Supervisores de Ensino e Dirigentes Regionais estão sendo tratados como se
fossem incompetentes, negligentes, preguiçosos, e responsáveis únicos pela
situação “pré-falimentar” em que se encontra a rede pública estadual. Mas, ao
contrário, essa rede ainda não “faliu” graças ao trabalho, o empenho e a
dedicação dos gestores e dos professores.
Regra geral, falta tudo
nas nossas escolas: professores, funcionários, verbas, infraestrutura, merenda,
merendeira, material de apoio, limpeza, papel higiênico etc. Essa combinação de
carências nas escolas com a violência instalada na sociedade geram uma
bomba-relógio que vai explodir, a qualquer momento: é apenas uma questão de
tempo. Foi o que aconteceu numa escola de Carapicuíba, apesar do excelente
trabalho que a Diretora faz com a comunidade.
Falta tudo nas nossas
escolas. Parece que, para a Secretaria e o Governo, a CULPA É DO DIRETOR!!
Algumas Diretorias de
Ensino já publicaram vários Editais de Convocação de Professores para
Atribuição de Aulas/Classes, e não apareceu nenhum interessado. Começa a faltar
professor inclusive nas escolas que têm o Programa Ensino Integral (PEI), onde
os docentes recebem uma gratificação de 75% sobre os salários! A CULPA É DO DIRETOR E DO
DIRIGENTE??
Várias Diretorias de
Ensino não estão conseguindo fazer a capacitação dos professores, porque esses
profissionais não existem. A capacitação dos gestores está sendo prejudicada,
porque Integrantes do núcleo de gestão (Vice-Diretores e Professores
Coordenadores) estão sendo obrigados a assumir funções docentes, por falta de
professores! A CULPA É DO DIRETOR, DO DIRIGENTE E DO SUPERVISOR DE ENSINO??
Recentemente, saiu na
imprensa que uma escola estadual oferecia como merenda aos alunos apenas
bolacha e leite, por falta de merendeira. Por ter saído na imprensa,
imediatamente a SEDUC tomou as medidas “urgentes e necessárias”. Por meio de
Resolução – fato inédito – a SEDUC determinou a apuração preliminar dos fatos
reportados pela imprensa, através de uma Comissão constituída por servidores
indicados pela Chefia de Gabinete da Pasta.
Como se eles não soubessem
que a falta de merendeiras nas escolas não é culpa da Direção, da Supervisão ou
do Dirigente, mas sim do Governo, que ainda não conseguiu equacionar esse
problema. Portanto, não era necessário constituir uma “Comissão de Elite” para
apurar os fatos. Esses fatos constituem o que se convencionou chamar de
“verdade sabida” e comprovada.
Mas, já que a “Comissão”
foi constituída, “e é pra valer”, sugerimos que ela inicie os trabalhos pelo
Palácio dos Bandeirantes, passando pela FDE e o Gabinete da SEDUC. Se o
problema não estiver ali, então que se desça à DER e à escola!
Para a imprensa parcial e
para o público desavisado, a medida funciona: “A SEDUC não deixa nenhuma
denúncia passar em branco! Manda apurar, imediatamente”! E desvia-se o foco do
problema, transfere-se e terceiriza-se a culpa para o Diretor da Escola e o
Dirigente de Ensino. Que interesse teria um Diretor de Escola em não servir a
merenda adequada aos alunos, se ela existisse?
E não é apenas isso. Se
fôssemos elencar todos os problemas que as escolas estão enfrentando, teríamos
muito mais o que falar: sem funcionários e ainda tendo de ceder os poucos que
têm para outras escolas em piores condições! Por que o Governo não nomeia os
novos funcionários e não preenche o módulo das escolas?
Não nos dão salários nem
condições de trabalho! Não nos ouvem! E agora nos desrespeitam!
Anuncia-se e publica-se um
calendário de remoção para Diretores e Supervisores, criando expectativa em
milhares de profissionais, seres humanos, pais e mães de família, muitos deles
com a vida desestruturada. Dois meses depois, chegado o momento de iniciarem-se
os procedimentos, calam-se. Sem nenhuma explicação para os interessados, sem
nenhuma publicação, tornam sem efeito – oficiosamente – o calendário da
remoção.
Colegas que conseguiram
conversar com o pessoal do Gabinete da SEDUC sobre o assunto declararam ter
ouvido deles algo como: “a remoção não é prioridade e fica a critério da
administração”. Se a remoção não é prioridade, se ela fica a critério da
administração, por que foi anunciada e publicada?
Aquela resposta, se
verdadeira, passa uma imagem terrivelmente negativa: “fazemos o que queremos,
quando queremos, e não temos de dar satisfação a ninguém”! Tudo na contramão
dos princípios constitucionais da Administração Pública. Mesmo que não seja a
intenção da fala (assim esperamos!), é essa a imagem que ela passa!
Colegas relatam que em
reuniões com o pessoal do Gabinete da SEDUC ouvem expressões do tipo: “o
Diretor vai ter de se virar”; “a Diretoria de Ensino vai ter de se virar”; “o
problema é que há Diretores meia-taça”. Esperamos que isso também não seja
verdade, porque essas expressões implicam um total desrespeito para com esses
profissionais, e não estão à altura de educadores; menos, ainda, de gestores de
um sistema estadual de ensino.
Além do desrespeito, essas
expressões denotam inabilidade política, descompromisso, vaidade e arrogância.
Além do mais, não há como o Diretor, ou o Dirigente, “se virar” para conseguir
professores onde ninguém quer ser professor, por causa dos baixos salários, das
condições de trabalho, da violência e da indisciplina. Em resumo, por serem
desvalorizados.
Hoje, nas escolas públicas
estaduais, falta tudo. Nos últimos anos, pelo menos, os profissionais da
educação tinham o respeito dos governos. Agora, esse respeito também vai
faltar?
Com essa política, o
Governo tem pouco a ganhar e muito a perder!
Com relação aos Diretores,
mais especificamente, “eles são um dos principais fatores que mais fazem diferença no
aprendizado dos estudantes. Não há nenhuma escola que apresente melhora em seus
índices que não tenha por trás uma boa liderança; isso é uma evidência
fundamental” (Jose Weinstein Cayuela, ex-secretário de
Educação e Ministro da Cultura do Chile). A Secretaria não pode perder a
oportunidade de trabalhar com eles, de tê-los como parceiros e não como
inimigos.
Senhores do Governo e da SEDUC, nossas escolas não necessitam de mais projetos e
programas; isso elas já têm em excesso; elas precisam, com urgência, de
professores, funcionários, verbas, infraestrutura, merenda, merendeira,
material de apoio, limpeza, papel higiênico etc.
Essa política de tentar
culpar Diretores e Dirigentes pelos problemas e carências das escolas pode
funcionar apenas na grande imprensa, e por pouco tempo. Ninguém consegue
enganar todo o mundo o tempo todo! Os problemas só se acumulam e se agravam; a
ingovernabilidade se avizinha!
Senhores do Governo e da SEDUC, façam o que precisa ser feito! Não nos culpem por aquilo
que os senhores não podem ou não conseguem resolver!
E, principalmente, respeitem-nos, para que sejam
respeitados!
Obs.: texto
votado e aprovado por unanimidade na reunião da Diretoria Executiva e do
Conselho Deliberativo da Udemo, dias 9 e 10 de junho de 2019.”
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Para falar pelo Art. 82 pela liderança da Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência tem a palavra.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT
- PELO ART. 82 - Muito boa tarde a todos, a todas, aos deputados, às pessoas que
nos acompanham pelo plenário. Dizer que nós estamos numa luta contra o PL 435,
em defesa das mulheres, em defesa do direito de escolha das mulheres, em defesa
do corpo das mulheres, em defesa da autonomia das mulheres escolherem o parto e
a forma como querem ter os seus filhos e nós discordamos completamente da
possibilidade da gente ter esse Projeto nº 435 aprovado.
O debate sobre
o direito sexual e sobre o direito reprodutivo das mulheres é um assunto
importantíssimo para a vida das nossas mulheres. Hoje, o Brasil é o país que
mais faz cesariana no mundo. E, pasmem, desse índice alarmante de cesáreas que
são feitas no Brasil, nós temos que dizer que há estatística de que três vezes
mais mortes ocorridas por conta de partos se dão no caso de mulheres que
fizeram cesariana. Três vezes mais!
Foi feita uma
CPI há alguns anos atrás e os dados são estarrecedores quando a gente tem que
52% das mortes maternas foram causadas por cesariana e 23% das mortes só por
parto normal. A gente vai discutir a vida das mulheres: como é que essas mulheres
querem fazer os seus partos, como é que essas mulheres querem cuidar dos seus
filhos, como é que essas mulheres têm o direito de decidir sobre o seu próprio
destino, a escolha das nossas mulheres.
Porque, diga-se
de passagem, que a cesariana é uma cirurgia, é invasiva. É uma cirurgia, é
grave, é séria e as nossas mulheres estatisticamente morrem muito mais de
cesariana do que de parto normal, porque o parto normal é algo natural.
O que nós temos
que garantir, deputados e deputadas, é que o SUS, é que os planos privados de
saúde garantam que as mulheres serão atendidas de forma humanizada, que haja
recurso suficiente para que as nossas mulheres possam ser bem atendidas e não
fazer defesa demagógica de que as mulheres precisam ter o direito de fazer
cesariana. As nossas mulheres morrem de cesariana, e nós, mulheres, somos
contra esse retrocesso que está sendo feito aqui na Assembleia Legislativa. Nós
estamos retrocedendo... (Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB -
Espera aí, deputada Márcia. Reservado e preservado o tempo de V. Exa., eu
gostaria de lembrar aos nossos convidados que não é lícita a manifestação de
nenhum dos convidados na galeria. Todos vocês são bem-vindos... (Manifestação
nas galerias.) Se vocês fizerem isso, eu vou ter que suspender a sessão, e nós
não vamos dar continuidade aos trabalhos. Não é dessa maneira, desrespeitando
os deputados que estão aqui, inclusive a deputada Márcia Lia...
Gostaria
de pedir àquela policial, se puder conversar com aquela senhora ali, por favor.
Quero pedir à Polícia Militar, se puder coversar com aquela senhora ali, que
está com o celular vermelho na mão. É, a senhora mesma. Eu gostaria de pedir
para conversar com ela que não é lícito, não é lícito, não é lícito, sob pena de
eu ter que esvaziar a galeria, e não é isso que eu gostaria de fazer.
(Manifestação nas galerias.)
Vocês
não estão respeitando o Parlamento. Estão suspensos os nossos trabalhos. Antes,
porém, eu vou convocar a sessão extraordinária.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos
termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. Para a
sessão extraordinária a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da presente
sessão, ou às 19 horas, caso a sessão não atinja o seu tempo limite, com a
finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei 183, de
2019, e projeto de lei 494, de 2019.
Estão
suspensos os nossos trabalhos por cinco minutos, para que a Polícia Militar
possa conversar com os integrantes da galeria e explicar para os integrantes
que aqui é um parlamento e que nós precisamos e merecemos o respeito de cada um
dos presentes.
* * *
- Suspensa às
17 horas e 52 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 57 minutos, sob a
Presidência do Sr. Cauê Macris.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Reaberta a sessão, espero
compreensão da galeria. Devolvo a palavra à oradora, Márcia Lia.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Continuando minha fala, quero
dizer que esse projeto de lei estimula a cesariana, desrespeita o direito
reprodutivo das nossas mulheres. Ele é um retrocesso na sociedade brasileira,
vai contra o que se está debatendo no SUS, vai contra o que se está debatendo
no Conselho Regional de Medicina, vai contra o que se debate no Conselho
Federal de Medicina, vai contra o que se debate dentro das associações de
médicos, vai contra o que nós, mulheres, queremos fazer das nossas vidas. Nós
não queremos que as nossas mulheres morram. Nós queremos que as nossas mulheres
tenham um atendimento de saúde de qualidade.
Portanto, precisamos
debater aqui, nesta Casa, sim, mais dinheiro, mais orçamento para a Saúde. Que
o Estado participe da melhoria das condições dos hospitais públicos para que as
mulheres periféricas, negras, mais pobres, possam ter direito a um atendimento
humanizado.
Queremos que a
lei do parto humanizado seja implementada em sua integralidade. É isso que nós
queremos. A lei do parto humanizado funcionando integralmente. E não há esse
respeito.
Portanto, o
debate que paira nesta Casa tem que ser o debate de nós conversarmos. Queremos
propor uma audiência pública. Queremos propor que as nossas mulheres possam
convidar autoridades na questão da cesárea ou parto, o que é melhor para as
nossas mulheres.
Vamos convidar
técnicos, vamos convidar especialistas, vamos convidar médicos. Temos aí na
galeria médicas, pessoas que estão acostumadas a fazer esse debate. Então, é
isso que nós queremos, que nós sejamos respeitadas. Que nós e nossos corpos
sejam respeitados.
Portanto, não
ao PL 435. (Palmas.)
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente, para falar pelo Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência tem a anuência do líder. Em nome da liderança do PT, V. Exa. tem a
palavra.
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT -
PELO ART. 82 - Saúdo a todos os presentes, principalmente o pessoal do
movimento das mulheres, que representam vários segmentos. Saudar o pessoal do
Instituto Biológico, do Instituto de Botânica, que estão aqui já faz tempo
lutando contra essa concessão que tem sido proposta pelo governo do governador
João Doria.
Queria, antes
de mais nada, dizer para a deputada Janaina que esse pessoal não foi andar
pelos gabinetes nem pelos corredores da Assembleia por indicação nossa, nem
minha, nem da deputada Márcia Lia. Eles têm autonomia, têm independência. Aqui
é a Casa do povo, então eles vão aonde eles acham que podem ir. (Palmas.)
Fizeram isso de
forma respeitosa, fizeram isso de forma civilizada, apresentaram placas,
apresentaram cartazes, apresentaram todos esses dizeres das suas faixas, enfim,
porque é o direito que nós temos. Nós estamos fazendo um debate respeitoso, um
debate organizado. Nós vamos usar tudo aquilo que nós podemos usar para dizer o
seguinte: parto, para nós, tem que ser o parto humanizado.
Já tem uma lei
que esta Casa aprovou em 2015, uma lei de autoria do deputado Carlos Bezerra.
Portanto, é isso que tem que ser implementado cada vez mais. Nós temos o PAISM,
que é o Programa de Atendimento Integral à Saúde da Mulher, do Ministério da
Saúde, e seus subprogramas, que colocam os cuidados a serem tomados, a serem
implementados e a serem praticados na rede pública de Saúde.
Nós não
precisamos de projeto para incentivar a cesariana. Nós já somos os campeões.
Nós só perdemos para a China, porque a China tem muito mais habitante que o
Brasil.
O que nós
queremos aqui é discutir sabe o quê? É discutir um pré-natal de qualidade, é
apresentar para as mulheres todo um planejamento que elas podem fazer de parto,
o que elas podem fazer durante os nove meses de sua gestação. As parturientes
têm o direito de que sejam ditos para elas quais os cuidados todos que precisam
tomar. A rede pública de Saúde precisa ter educador físico, precisa ter
psicólogos, precisa ter assistentes sociais, precisa ter enfermeiros que saibam
lidar, e médicos, claro.
Essa construção
do parto da mulher é uma decisão dela, que ela vai discutindo com esses
profissionais, que ela vai discutindo com o seu médico durante o acompanhamento
dos nove meses de gravidez. Ela precisa ter todas as informações necessárias.
Não pode
colocar uma placa e falar “isso aqui é parto cesariano”. Não dá. “Vamos ter uma
analgesia”. Não dá. É muito tempo para fazer isso.
Os exercícios
físicos nós sabemos como são importantes para poder promover a dilatação, para
ajudar a mulher no momento do parto natural. Nós sabemos também para a saúde da
criança quando ela nasce. Quantas e quantas lutas foram feitas para se obter o
alojamento conjunto? Quanto tempo demorou a colocar o alojamento conjunto no
Sistema Público de Saúde? Agora a gente tem. A criança nasce, vem no peito da
mãe. É solicitado para que não se corte o cordão umbilical imediatamente,
porque a criança sai de um mundo de calor humano, juntinho ali, escuro, e entra
nesse nosso mundo de forma abrupta.
Então, essa
transição tem que ser feita de forma humana, tem que ser feita de forma
delicada, tem que ser feita de forma que provoque tranquilidade no bebê e na
sua mãe. É isso o que nós queremos. Nós não queremos mais violência obstétrica.
A gente sabe que a violência obstétrica hoje está presente, infelizmente, em
boa parte dos atendimentos e na rede pública de Saúde. É isso que nós temos que
combater. Projetos como esses que têm que ser apresentados.
E vamos fazer,
sim, audiência pública no próximo dia dezenove. Vamos trazer profissionais
especializados para fazer esse debate com dados concretos, argumentados,
estatísticos. Quero que alguém aqui venha nos provar que o parto humanizado é
pior que a cesárea. Não é possível isso. Então, todas as teses de saúde estão
equivocadas, todas elas, em sua maioria, pelo menos.
Portanto, quero
dizer que nós vamos usar de todos os procedimentos...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputada.
A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Vou concluir, Sr. Presidente. De
todos os instrumentos que estiverem ao nosso alcance, como deputadas, na nossa
bancada do Partido dos Trabalhadores, para podermos encaminhar esse projeto da
melhor maneira possível. E a melhor maneira possível para que ele seja
encaminhado é a rejeição do projeto por essa Casa. Por isso, eu peço a
sensibilidade de deputados e deputadas para que a gente faça esse
enfrentamento. Faça esse enfrentamento com argumentos. Não quero fazer esse
enfrentamento de forma autoritária, arbitrária.
Nós queremos a
discussão: a discussão à luz do dia, a discussão de por que um projeto desse
entrou nessa Casa em caráter de urgência. (Manifestação nas galerias.) Estou no
meu quinto mandato. Eu gostaria de saber por que nenhum dos meus projetos - e
são igualmente importantes - foi colocado nesta Casa em caráter de urgência,
Sr. Presidente. Muito obrigada.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Pelo Art. 82., pela bancada do PTB.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pelo Art. 82.,
deputado Campos Machado. Enquanto isso, cedo uma comunicação à deputada
Janaina.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA
COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, Sr. Presidente. Na verdade, eu gostaria de saber,
de todos os presentes do PT, PSOL e Rede, por que consideram que a mulher tem
autonomia para abortar, mas não tem autonomia para escolher se quer ter seu
filho por parto normal ou por cesárea. (Manifestação nas galerias.) Por que o
PSOL...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Janaina, peço que V.
Exa. fale voltada para a mesa.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Por que o PSOL, na ação que visa
legalizar o aborto perante o STF, questiona o serviço de aconselhamento dos
países em que o aborto é permitido. Um serviço de aconselhamento... Dizendo que
as mulheres não precisam disso, que elas são livres, são capazes de decidir
matar seus bebês! (Manifestação nas galerias.) Mas entendem que as mulheres são
incapazes de decidir querer ter seu filho por parto normal ou por cesárea. Eles
querem legalizar o aborto. Por isso, eles não querem que a experiência do
nascimento seja algo prazeroso, indolor. Vocês são abortistas! (Manifestação
nas galerias.)
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
A
SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Para uma
comunicação. Para um aparte, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A palavra está
com... Eu peço, por favor, que os deputados se acalmem. A palavra, pelo Art.
82., está com o deputado Campos Machado. Deputado Campos Machado, a palavra
está com Vossa Excelência.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, eu não
tenho condição de falar assim.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu gostaria de
pedir... O deputado Campos Machado está com a palavra. Depois... Agora não, deputada
Beth Sahão. A palavra está com o deputado Campos Machado, para que ele possa
fazer a sua consideração pelo Art. 82.
Deputado Campos, eu peço para V. Exa.
utilizar a palavra. E eu peço uma gentileza, deputada Monica. Depois da fala de
V. Exa., eu concedo as comunicações. Até, nesse tempo, para que os deputados
reflitam sobre suas falas. Deputado Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO
ART. 82 - Sr. Presidente, Srs.
Deputados. Sabe, deputado Barros Munhoz, é velho ditado, lá em Cerqueira César,
em Itapira: “Quem anda descalço não pode plantar espinhos.” Um tempo atrás, o
Ministério Público Estadual, até corretamente, entrou com uma ação contra essa
Casa proibindo que deputados que morassem no interior, a 400, 500 quilômetros,
como mora o deputado Mauro Bragato, tivessem auxílio-moradia. Eles conseguiram.
Justo.
Mas eu fui
investigar: o ex juiz e atual ministro Sérgio Moro, lá em Curitiba, morava em
casa própria e recebia auxílio-moradia. (Manifestação nas galerias.) Como é que
é possível isso? O procurador, chefe da Lava Jato, Dr. Dallagnol: bela casa
própria e auxílio-moradia. (Manifestação nas galerias.) Eu pergunto: como é que
essa gente tem moral para falar de coisas que eles não seguem?
E ainda tem uma
coisa: Dr. Sérgio Moro e Dr. Dallagnol, com a fama que alcançaram, deputado
Barros Munhoz, começaram a fazer palestras, recebendo dinheiro. Esse é o
exemplo que eles deram, e agora surge esse áudio, essas conversas entre o Dr.
Sérgio Moro e o Dr. Dallagnol. O que é que quer que eu pense? Eu penso o quê,
deputado Gilmaci? Um dizendo para o outro “amanhã tem que ter operação”, e o
outro dizendo para o outro “amigo, você tem que deferir aquele pedido”.
Aí eu fico
perguntando: em quem nós podemos acreditar? Em quem? Em quem nós podemos acreditar,
Sr. Presidente? Eu fiquei
impressionado, deputada Márcia Lia, com esse áudio. Isso não é papel de um
homem que se dizia o espelho da Justiça e o chefe do Ministério Público. O
corregedor federal abriu um procedimento para apurar o que realmente aconteceu
com o Dr. Dallagnol, o novo galã nacional.
Sabe, deputado
Barros Munhoz, quanto cada um cobrava para dar uma palestra sobre a Lava Jato?
Quanto ganhava? É que todo mundo anda com medo. A gente tem medo da sombra, não
é possível. Política não é lugar para covarde. Como eu posso, acreditando
nisso, não vir a esta tribuna? Aí dizia o meu assessor: “Mas chefe, este é um
assunto polêmico”. Mas que polêmico? Não tem polêmica quando não se tem razão.
E agora? Como é
que as ações judiciais vão ser cerceadas? Vão pulular no Judiciário, deputado
Barros Munhoz? Você conhece algum delator pobre, deputado Barros Munhoz? Algum
delator que não tem uma casa com piscina, com mordomo? Quem conhece algum
delator? Não, não existe. O que existe é que nós estamos encurralados.
Nós temos que
mostrar coragem. Nós, por exemplo, vamos votar daqui a pouco contra o Projeto
nº 183, porque nós acreditamos que esse projeto faz mal para o estado. Para que
nós vamos votar a favor? Nós vamos votar contra. Eu pergunto. Por que vou votar
a favor, se eu acredito que esse projeto é maléfico?
Portanto, Sr. Presidente, deixo aqui o meu
repúdio a esse áudio gravado, em que o ministro da Justiça, ex-magistrado
Sérgio Moro, que ganhava mais 80 mil reais por mês, e o Sr. Dallagnol, que, com
casa maravilhosa em Curitiba, recebia auxílio-moradia... Srs. Deputados, meditem, reflitam e vejam o
que está acontecendo no nosso querido Brasil.
A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT -
Para uma comunicação, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Antes de
passar uma comunicação a V. Exa., Ordem do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
*
* *
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para uma comunicação, V. Exa. tem a palavra, deputada
Beth Sahão.
A SRA. BETH LULA SAHÃO
- PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Eu quero dizer para a
deputada Janaina. Deputada Janaina, com todo o respeito, a senhora não coloque
nunca mais palavras na minha boca que eu não disse. Eu jamais disse nada a
favor do aborto. Nós estamos discutindo aqui a humanização do parto. Vamos
elevar os nossos debates, vamos elevar as nossas discussões. Vamos fazê-lo com
argumentos, vamos fazê-lo com pesquisas, com aquilo que dizem os especialistas,
as pessoas que acompanham, que trabalham nessa realidade no seu dia a dia.
Portanto, a
senhora ocupar o microfone de apartes e dizer que a bancada do PT e a bancada
do PSOL vieram aqui porque somos abortistas. Ora, por favor. Não, não falte com
a verdade, deputada Janaina. Não falte com a verdade. Defender parto
humanizado? Desde quando defender parto humanizado é defender o aborto,
deputada Janaina? De onde a senhora tirou essa barbaridade? De onde?
Eu sou a favor
do parto humanizado, sou a favor. E sou contra a cesariana que a senhora quer
aumentar.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu gostaria de pedir para a
galeria não se manifestar neste debate.
A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Só para concluir, deputada
Janaina. Só para concluir, deputada Janaina. O aborto não está em discussão.
Podemos até fazer uma discussão do aborto. Podemos fazer. Vamos chamar os mais
diferentes setores.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Preservado o tempo da deputada
Beth, quero pedir, à deputada Janaina: enquanto um deputado está com a palavra,
não se pode fazer o debate não estando no microfone. (Palmas.)
A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Exatamente. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu gostaria de pedir à galeria:
por favor, não se manifeste. Não se manifeste, tá certo? A palavra está com a
deputada Beth Sahão. Vou garantir a palavra da Beth Sahão.
A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Para concluir. Não vamos aceitar
que nenhum deputado desta Casa faça afirmações levianas sobre algo que não está
em debate, sobre algo que não saiu das nossas discussões: nem minha, nem da
deputada Márcia Lia, e de ninguém da bancada do Partido dos Trabalhadores, que
é uma bancada pela qual posso falar.
Portanto é
preciso, primeiro, compreender o contexto do debate que estamos fazendo. Faça
os seus argumentos. Defenda-os. Defenda com tudo aquilo que a senhora pode
conhecer. Quando peço essas estatísticas, essas estatísticas não aparecem.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Para concluir, deputada Beth. Para concluir.
A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Quando pergunto por que o parto cesárea
é melhor que o parto normal, também não aparecem.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Para concluir, deputada Beth. Para concluir.
A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Então é isso que quero dizer.
Agradeço a V. Exa. por ter nos permitido essa comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para uma comunicação, agora sim, deputada
Monica.
A
SRA. MÔNICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, Cauê. Acho que a gente tem que
se ater ao debate, sim. A gente está debatendo as condições de nascimento e a
autonomia das mulheres. Mas, como a senhora joga tudo... A gente sabe que é uma
prática do júri, jogar contra a opinião pública o que você acha que é sensível.
Defendemos, na
bancada do PSOL, o direito ao aborto legal. Pelo mesmo motivo que a gente
defende o parto humanizado: a vida das mulheres. A cada dois dias, uma mulher
morre por conta de abortos clandestinos. E as mulheres vão morrer no SUS se a
senhora não tomar o cuidado de, antes de fazer incentivos à cesárea, preparar
orcamentariamente o Estado para receber esse “boom” de cirurgias.
As mulheres vão
morrer de infecção. As crianças vão ter problemas respiratórios. As crianças
podem ser cortadas em partos cesarianos mal feitos. Quer dizer, em cirurgias,
que não é nem uma modalidade de parto. Em cirurgias cesarianas mal feitas.
Então a gente não se envergonha das nossas posições. A gente tem as nossas
posições pelos mesmos motivos.
Estamos
defendendo a vida das mulheres: tanto pelo parto humanizado quanto pelo acesso
ao aborto. E a gente não retira as nossas posições. É uma pena a gente não
estar discutindo, de fato, a autonomia das mulheres. Não é isso que está em
jogo.
A gente está
falando de violência obstétrica com a mesma equipe médica. A mesma equipe
médica que vai subir em cima da barriga da mulher para empurrar é a mesma
equipe médica que vai fazer a cirurgia. Não tem efeito prático de proteger a
vida delas.
E, para
proteger a vida delas, a gente está dizendo que projeto tramitando em regime de
urgência, que diz respeito à vida das mulheres, é uma cesariana. Porque é
interromper o debate antes dele estar pronto para nascer. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Há sobre a mesa requerimento de urgência do
Projeto de lei nº 325, de 2019, de autoria do nobre deputado Marcio Nakashima.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento de
urgência do Projeto de lei nº 1.113, de 2015, de autoria do nobre deputado
Wellington Moura.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento de
urgência do Projeto de lei nº 965, de 2016, de autoria do nobre deputado
Fernando Cury.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Item 1...
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem,
deputado Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para indicar o
deputado Emidio para encaminhar pela bancada do Partido dos Trabalhadores.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o
item 1, Projeto de lei nº 4, de 2019, salvo emendas.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para indicar o
deputado Emidio para encaminhar em nome da bancada.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Emidio tem a palavra para encaminhar, em nome da bancada do PT.
Deputado Bruno, deseja uma comunicação?
Tem a palavra enquanto o deputado Emidio se encaminha para a tribuna.
O
SR. BRUNO GANEM - PODE - PARA COMUNICAÇÃO - Em
relação a essa questão do projeto da cesárea, eu queria colocar uma posição
muito clara. Deixei isso na minha primeira fala. Respeito a deputada Janaina.
Mas quero expressar o meu voto. O meu voto é contrário dentro das minhas
convicções. Eu também sou contra o aborto. Entendo os argumentos, mas sou
contra o aborto e também por uma questão de convicção, por uma questão de
coerência a minha defesa é sempre pela vida. Na vida, não flexibilizo em
relação a esse aspecto. Isso vale para segurança viária versus fluidez. Isso
vale para qualquer outra questão.
A cesárea tem uma taxa de mortes de 2,2
mortes a cada 100 mil nascimentos. O parto normal tem a taxa de morte de 0,2;
ou seja, é muito menor.
Em que pese questões outras, questões
aí de conforto, etc., eu gostaria aqui de registrar o meu voto por coerência em
defesa da vida contra o projeto, mas respeitando Vossa Excelência. Muito
obrigado.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Vossa Excelência me
permite uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto ao
deputado Emidio se permite a comunicação. Havendo permissão do deputado Emidio,
concedo a palavra para uma comunicação à deputada Janaina.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA
COMUNICAÇÃO - Queria fazer, respeitosamente, um esclarecimento ao deputado
Bruno. Deputado Bruno, todas as medições referentes aos números de mortes em
partos normais e em cesarianas são feitas de maneira universal. Ou seja, não se
separam as cesarianas eletivas, aquela que a mulher escolhe fazer, e as
cesarianas que são determinadas no meio do parto normal mal sucedido.
Hoje, no sistema
público, todas as mulheres são obrigadas ao parto normal. Não existe a
possibilidade de uma mulher escolher fazer cesariana. Tenta-se o parto normal
por horas a fio. Quando esse pardo normal já se mostra inviável, com o bebê com
o coraçãozinho praticamente parando, se determina a cesariana. Aí vem a morte
ou da mãe, ou do bebê, ou a paralisia cerebral, que é um fato no Brasil. O
número é computado como decorrência da cesárea porque não tem uma medição
separada. A prova de que eu não estou mentindo é que esses resultados, morte e
paralisia cerebral, acontecem aos montes na rede pública, onde praticamente se
faz parto normal. Só vira cesárea quando já está para morrer.
Se o senhor
levantar os números de mortes na rede privada e na rede conveniada, verificará
que é muito, muito, muito menor, porque lá prevalece a cesárea eletiva. Eu não
estou dizendo que a cesárea é melhor. Eu estou dizendo que já que tem tanto
risco nesse parto forçado é um direito da mulher escolher. O meu projeto é pela
vida.
Se V. Exa.
quiser, eu sento com V. Exa. e mostro os casos concretos de morte de bebê tendo
que ser degolado porque passa a cabeça e não passa o corpo. A criança morre
asfixiada. Tem que cortar a cabeça do bebê. Essa é a realidade nos hospitais
públicos do nosso País. A realidade das mulheres que trabalham fazendo faxina,
das mulheres que não têm como ficar aqui com faixinha porque elas estão
trabalhando. Mulheres que pegam o ônibus e pedem pelo amor de Deus para poder
fazer uma cesárea eletiva às 40 semanas de gestação, como as mulheres na rede
privada. E elas não têm esse direito. Elas estão morrendo. O meu projeto é
pró-vida.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra o deputado Emidio.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, queria
cumprimentar todo o público aqui presente, os que vêm lutar contra as
privatizações, os que vêm lutar em defesa dos direitos das mulheres, os que vêm
protestar aqui o que acham que têm que protestar, os que vêm defender o meio
ambiente, os que vêm, enfim, exercer o seu direito de cidadania, não porque não
têm o que fazer, deputada Janaina, mas porque não querem permitir que outros
absurdos continuem acontecendo.
Tem uma atitude
que os deputados têm que ter sempre, independente de quem vem aqui a este
plenário, que é ter respeito com o público presente.
Sr. Presidente,
se é verdade que o público não pode ofender os deputados, muito menos os
deputados podem ofender o público.
Eu pedi ao
deputado Barba e ele, gentilmente, concedeu que eu falasse em nome do PT nesse
encaminhamento. E eu vou falar para debater com a deputada Janaina e não vou
falar apenas sobre o projeto da questão das cesarianas, que eu já tive a
oportunidade de falar da vez passada.
Eu vou gastar
um minuto para falar disso, que é o fato de que não há uma só entidade médica,
não há uma só entidade de mulheres, não há uma entidade que congregue médicos
parturientes, não há sociedade de pediatria, não há CRM Conselho Federal de
Medicina, não há uma entidade, nem nacional, nem regional, nem internacional,
que defenda o ponto de vista da Janaina. Nenhuma: ele é exclusivo. Ele é
exclusivo, e ela se coloca aqui como dona dessa verdade. Eu quero dizer,
deputada, que nós temos muita coisa para nos preocupar. Eu fui prefeito de
Osasco. Criei o Centro de Parto Humanizado, e foi uma das decisões mais
acertadas que eu fiz.
Nós vamos ter
problemas sempre num país como o Brasil, problemas de pobreza. Mas, é preciso
que a sua indignação alcance outras coisas: alcance as mulheres que não
conseguem fazer sequer pré-natal, porque o único médico que tinha, às vezes,
num rincão do País foi embora porque era do Mais Médicos, e teve que ir porque
o teu governo mandou embora.
Então, a sua
indignação precisa alcançar outras áreas, e não querer falar que aqui é
proteger a vida. Alguém aqui é contra a vida? A senhora acha que tem a senhora
e 93 deputados contra a vida aqui? Não se admite outro ponto de vista? Eu vou
falar nisso, deputada. Eu vou me dedicar a V. Exa. hoje.
Vossa
Excelência ocupou esse microfone na última sexta-feira. E, na minha ausência,
fez uma crítica a mim - desculpe a palavra - covarde.
Covarde, porque
V. Exa. pegou um projeto da deputada Erica Malunguinho, que está em tramitação
na CCJ, da qual eu faço parte - um projeto que nem chegou ao plenário -, e V.
Exa. veio aqui contar inverdades sobre a minha posição, e me acusar de posição
que eu quero te responder. A senhora veio aqui.
O projeto da
deputada Erica Malunguinho é um projeto que trata da transcidadania e
estabelece o direito das mulheres, das pessoas que querem fazer, cria política
pública para essa situação, a transcidadania, que é uma realidade concreta.
Não adianta
discutir aqui quem é a favor, quem não é a favor. Diga-se aqui que é uma realidade
concreta com a qual nós temos que lidar. Muito bem. Vossa Excelência veio aqui
reclamar que eu dei parecer a favor do projeto dela e contra sua emenda. Muito
bem, é seu direito, poderia tê-lo feito na CCJ, antes de o projeto chegar aqui.
Mas, V. Exa.
preferiu, na minha ausência, falar coisas que não são da minha convicção. Vossa
Excelência disse aqui, ao final do seu pronunciamento, V. Exa. disse aqui que:
“Na CCJ o deputado Emidio do PT deu parecer favorável ao projeto da Erica, mas
deu parecer contrário à minha emenda. Então, o povo tem que saber que o
deputado do PT quer tratar nossas crianças com hormônio, para que elas sejam
transformadas em transsexuais quando crianças e adolescentes.”
Deputada, eu
tenho o maior respeito pela senhora, como tenho por todos, mas não tente
inventar coisa nem colocar coisas nas minhas convicções, certo?
Eu não defendo
que se estimule criança nem adolescente a nada. A única coisa que V. Exa.
precisa ter, vamos dizer, se for para fazer uma discussão séria dessa situação,
a emenda de V. Exa. era no sentido de que proibia as pessoas de menos de 18
anos de fazer a chamada hormonização: ter acesso a hormônios.
Muito bem. O
que diz o meu parecer? Meu parecer diz exatamente isso: "No que diz
respeito à Emenda nº 1", que é a de V. Exa., "entendemos que a mesma
se mostra inconveniente, pois repete o conteúdo já previsto na legislação
federal, que é a portaria do Ministério da Saúde".
Nós temos
portaria no Ministério da Saúde, deputada. Portaria que já trata desse tema,
que já estabelece a idade mínima para hormonização. Não compete a você, uma
coisa que é tipicamente de procedimento médico, que os estudos científicos
estão aí o tempo todo avançando para dizer que tem que ser fixado, que queira
se fixar em lei o que o Ministério da Saúde tem que fazer.
O que V. Exa.
está fazendo, e a emenda, eu propus rejeitar e vou defender a rejeição porque
V. Exa. só quer repetir uma coisa que já é prevista na norma do Ministério da
Saúde. Só isso, mais nada.
Vossa
Excelência, com esse argumento, chegar aqui e falar que sou a favor de
hormonizar as crianças com menos de 18 anos... Tenha a santa paciência,
deputada. Para brilhar, a senhora não precisa querer apagar a luz de ninguém.
Para defender seus pontos de vista, não precisa inventar ponto de vista sobre
ninguém, mesmo porque aqui não há pessoas de moral e pessoas sem moral; todos
nós temos a nossa moral. A minha nem sempre vai ser igual à de V. Exa., mas
pode ter certeza de que tenho tanta dignidade quanto Vossa Excelência. Tenho
família, tenho cinco filhos, tenho respeito na minha comunidade, tenho votos
para chegar aqui, represento um partido político e não vou admitir que sejam
colocadas sob a minha responsabilidade palavras e muito menos convicções que
não expressei.
Acho que o
debate político precisa ser feito com qualidade, com tranquilidade, com
argumento e não com esse tipo de acusação. É desrespeitoso. Se V. Exa. está
descontente por conta da rejeição da sua emenda no meu parecer, debata, fale
porque ela tem que ser, convença. Convença os membros da CCJ e depois convença
o Plenário como um todo, para virar lei. Esse é o procedimento que se faz em
uma casa legislativa como essa.
Eu lamento
muito, porque uma coisa é a gente querer legislar sobre vácuos, vácuos legais
que existem. Aqui não tem vácuo. O Ministério da Saúde... Quando se trata de
Saúde, porque constituímos o Ministério da Saúde, que tem comitês de tudo? Tem
comitê da saúde da mulher, da saúde da criança, para as normas que precisam ser
fixadas. E as normas mudam, porque a pesquisa científica avança. Ou avançava,
antes do Bolsonaro. Por conta de tudo isso, temos que ter cautela com a fixação
de critérios legais. Esses critérios devem ser de natureza técnica, fixadas por
órgãos técnicos. Foi por isso que exarei meu parecer no sentido de que compete
manter o que o Ministério da Saúde já fixou, e não o que V. Exa. quer fixar em
lei.
Então, eu quis
deixar isso claro, porque me aborreceu. Eu não estou aqui para ser agradado,
mas tenha mais elegância no trato. Não me acuse de coisas que não sou, como
acabou de fazer chamando as pessoas de abortistas ou de tal.
Olha, deputada,
nós não vamos nos assustar com esse tipo de argumento. Os problemas serão
debatidos, sim. Todos eles, sem ficar nenhum. Somos um país em que mais de
cinco milhões de crianças vivem sem um lar, sem família, sem pai e sem mãe. E
vem falar que o problema real é o problema da sexualidade das pessoas? O
problema são os milhões de crianças que não têm onde ficar, que não têm acesso
à Educação, que não têm acesso à Saúde. São as mulheres que morrem por falta de
assistência. É a juventude que não tem acesso a emprego. E V. Exa. vem falar
que o problema é a juventude ter acesso a hormonização?
Pergunte com o
que a juventude do Capão Redondo, de Osasco, de São Bernardo ou de Guarulhos
está preocupada! Está preocupada com seu emprego, com sua profissionalização,
com seu futuro, com seu acesso à universidade. O ProUni, com o qual vocês estão
acabando, o Fies, com o qual vocês estão acabando, esses são os problemas reais
da juventude. Falta de emprego, falta de cultura, falta de lazer, falta de
esporte. Esse é o problema real, não o problema de ter acesso a isso ou a
aquilo.
Vamos debater
as coisas com a transparência necessária, com a tranquilidade necessária,
respeitando os colegas e respeitando, principalmente, o público, o povo que nos
elegeu e que está presente na Assembleia hoje. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para
encaminhar em nome do PTB.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência tem a palavra. Com a palavra a deputada Janaina para uma comunicação
enquanto o deputado Campos se dirige à tribuna.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - Muito rapidamente, eu só queria dizer ao deputado Emidio que
peço desculpas pelo eventual excesso ou até pelo excesso.
Nesse dia, os
colegas trouxeram para o Plenário o caso do menino cuja mãe, que queria ter uma
menina, cortou o pênis da criança antes de matar essa criança. (Manifestação
nas galerias.) É fato, é fato. Então, a discussão veio à tona quando comentei
do parecer de Vossa Excelência.
Peço desculpas
pelos excessos, mas insisto que, muito embora haja a regra administrativa, essa
emenda seria importante porque, infelizmente, apesar da norma do Ministério da
Saúde, existem situações que eu considero experimentais envolvendo a
administração de hormônios para crianças, inclusive de tenra idade, crianças
pré-púberes. E me parece um processo perigoso porque, inclusive clinicamente, é
muito difícil de reverter. É o que a gente chama em Bioética daquelas decisões
sem volta.
Nesse
sentido, eu insisto na importância de emenda, farei essa discussão na CCJ. Se
me excedi, peço desculpas a Vossa Excelência. Só gostaria de deixar claro que
não foi algo contra Vossa Excelência. É que foi um caso muito revoltante que
foi trazido à tona e eu acabei falando sobre a situação do PL. Obrigada, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra o
deputado Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr.
Presidente, vou mudar radicalmente de assunto. Queria que vocês da galeria se
lembrassem do Art. 288 do Regimento Interno. Respeitem os deputados, me deixem
falar. Sr. Presidente, dizia eu, vou mudar radicalmente de assunto. Estou me
lembrando, deputado Paulo Correa, de Martin Luther King, que dizia: “O que me
preocupa não é o grito dos maus; o que me preocupa é o silêncio dos bons”.
É isso que me
preocupa, o silêncio dos bons. Eu venho a esta tribuna agora para manifestar a
minha posição que é a mesma, eu não mudo de lado. Eu queria ver o líder do
PSDB, aliás, do Governo, vir defender o projeto do governo, o PLC 4. Não é meu
projeto não, deputado Enio Tatto. É projeto do governador João Agripino Doria
Filho. Ele que mandou esse projeto do PLC 4 para a Casa. Aí dizem alguns: “Mas
deputado, já não chega aquela baita encrenca com o deputado Arthur?”.
Eu estou dizendo da minha posição. Eu ficaria
mal se eu me silenciasse. Eu quero conclamar a bancada do PSDB, o líder do
Governo. Eles que têm a obrigação de vir aqui e defender esse projeto, que é
justo. Se eu for querer que todos tenham a mesma opinião que a minha, deputado
Enio Tatto, eu estou no lugar errado. O que é impossível, o que não dá para
admitir - se eu não estiver atrapalhando a conversa dos ilustres membros do
PRB...
Se eu não
estiver atrapalhando a conversa dos meus irmãos do PRB, eu ia continuar e
continuo, deputado Enio Tatto, do mesmo jeito que eu estou há um mês e meio
cobrando do governo a responsabilidade para aprovar esse projeto, o PLC 4. “Ele
é injusto”. É injusto com quem? Com quem arrecada recursos para a Educação,
para a Saúde, para o Transporte?
De onde pensam
as pessoas, minha doce deputada Maria Lúcia Amary, a princesa de Sorocaba...
Diga para mim, deputada. De onde vem o recurso, deputado Emidio, quando V. Exa.
fez uma grande administração na doce, na querida Osasco? Do IPTU, dos tributos.
Vossa Excelência foi um dos maiores prefeitos da história de Osasco. O deputado
Cezar foi um grande prefeito em Santana do Parnaíba. Tem que ter os recursos.
Não é possível administrar sem ter recursos.
Do céu não cai
nada, a não ser orvalho de madrugada. É só o que cai do céu e de vez em quando
chuva. Para mim, seria muito mais cômodo ficar sentado esperando que o PSDB venha
para cá, que o governo venha aqui, não é minha responsabilidade. Dizer que eu
tenho respeito pelos fiscais de renda? Eu tenho sim. Respeito pelos
professores? Eu tenho sim. Pelos policiais militares? Tenho sim, major, muito
respeito. Pelos policiais civis? Tenho sim. De tal modo que estou defendendo
aqui a proposta de emenda constitucional que estabelece o mesmo salário para os
delegados, o mesmo salário para os defensores públicos.
Um defensor
público entra na carreira ganhando 21 mil reais iniciais. Entra ganhando 21 mil
reais. O delegado de polícia entra ganhando 6.5 ou 7 mil reais. Veja quanto
ganha um major da Polícia Militar, um capitão, um tenente. Verifiquem se é
justo que um defensor público já entre na sua carreira e caia na sua conta ao
final do mês 21 mil reais, deputado Danilo.
E a Polícia
Federal? Nós lutamos muito, no Brasil todo, para que os policiais federais
ganhassem o mesmo que os procuradores. Passeatas nas ruas, gente na porta da
minha casa contra o fato de eu querer equacionar essa grande diferença que
existe. Por que um delegado da Polícia Federal tem que ganhar menos do que um
procurador? Por quê? Qual o critério?
Então, eu
defendo, deputado Enio Tatto, de maneira ardorosa, deputado Rogério Nogueira,
de maneira ardorosa, veemente, que os delegados de polícia recebam o mesmo
salário dos defensores públicos. Que não trabalham aos sábados. Tem um projeto
aqui nesta Casa, deputado Cauê Macris, deputado Heni, que estabelece que eles
vão ganhar horas extras se trabalharem aos finais de semana.
Vá propor ao
policial militar, vejam um PM dizer ao comandante: “Sábado eu não trabalho”.
Mande ele dizer isso. Mande um policial dizer ao delegado que não vai
trabalhar. Aí, deputado Barros Munhoz, um projeto para estabelecer diárias para
os defensores públicos sábados e domingos.
É contra isso
que eu me ponho, Major Mecca, é contra isso. Não posso aceitar essa situação
dos fatos. E quero reiterar uma vez mais, deputado Barros Munhoz, quem tinha
que vir aqui não era eu, deputado Barros Munhoz, era o líder do governo, o
líder do PSDB, para defender o projeto do governador, que não é meu. Não é de
nenhum deputado, é do governo.
Onde se
encontra o líder do Governo, meu amigo, deputado Carlão Pignatari? A digna
deputada Carla Morando? Não estão aqui para defender o projeto do governador?
Onde estão? Quem sabe onde se encontra o deputado Carlão Pignatari, líder do
Governo? Autor da emenda aglutinativa que vamos ter que votar daqui a pouco.
Que acaba com o zoológico, que quer destruir o Jardim Botânico. É daqui a
pouco. Vocês vão assistir, daqui a pouco, essa emenda aglutinativa, em nome do
enxugamento da máquina.
O que é isso,
deputado Conte Lopes? O enxugamento da máquina. A Casa é uma lavanderia? E as
pesquisas? Quem é que vai cuidar das pesquisas? Eu? Alguém da iniciativa
privada? Que só visa ao lucro, que só quer o lucro?
É como,
deputado Conte Lopes, a ameaça que está no horizonte. A privatização dos
presídios. Está chegando aqui, deputado Conte Lopes. Está chegando aqui. Lá em
Manaus teve 57 mortos. E a mesma empresa que administra lá em Manaus vai
administrar aqui em São Paulo. Está entrando na concorrência.
Srs. Deputados,
eu até tusso, tamanha a minha indignação em imaginar que nós vamos poder
discutir aqui essa aberração da natureza. Privatizar presídios é abrir a porta
para o crime organizado. Alguém tem dúvida disso? Como disse o nobre deputado
do Podemos, meu amigo de Taboão da Serra, que colocou aqui a sua posição firme,
sólida, franca, sincera de indignação sobre essa ameaça que paira sobre todos
nós.
Eu queria
terminar, Sr. Presidente, citando uma vez mais Martin Luther King. O que me
preocupa não é o grito dos maus, o que me preocupa é o silêncio dos bons.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - Para encaminhar o
deputado Douglas Garcia.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra
o deputado Douglas Garcia para encaminhar em nome do PSL. Concedo uma
comunicação ao Coronel Nishikawa.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO -
Nós temos hoje a presença do embaixador do Quênia, Sr. Isaac Oshink, e do
secretário Stanley Kimany. Estão presentes na tribuna ali.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em nome da
Assembleia Legislativa peço uma salva de palmas dos nossos deputados. Agradeço
a presença dos senhores aqui no nosso Legislativo.
Com a palavra o deputado Douglas
Garcia.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente, caros pares aqui
presentes, público que nos assiste na galeria da Assembleia Legislativa e na TV
Alesp.
Senhores, hoje
eu gostaria de falar sobre a vida. Não existe nada no mundo mais precioso
do que a vida. A vida é um presente de Deus para o homem e a vida
deve ser defendida desde a sua concepção.
Então eu
gostaria de começar o meu discurso parabenizando a deputada Janaina Paschoal
por esse projeto de lei que ela traz a esta Casa. É um projeto de lei
essencial, deputada Janaina Paschoal. É um projeto de lei que mexe muito
comigo, porque eu tive muitos irmãos. Eu sou o primeiro em uma linha de
sucessão de quatro. Eu gostaria de parabenizar a senhora, pois foi o parto
cesariano que salvou a vida dos meus irmãos. A minha mãe teve quatro filhos e
os quatro filhos foram cesarianos. Então, em nome da minha mãe, D. Cilene
Garcia, e em nome de todas as mulheres que querem ter a liberdade para poder
escolher, eu gostaria de agradecer-lhe e parabenizá-la por esse projeto de
lei.
Eu entendo,
deputada Janaina, quando a senhora fala a respeito da questão do aborto e
relaciona ao projeto de lei que a senhora trouxe aqui. É muito curioso.
Inclusive foi uma curiosidade que eu trouxe a esta Assembleia Legislativa. A
esquerda, que é contra o seu projeto, de trazer às mulheres a liberdade para
que elas escolham entre o parto natural e o parto cesariano, também é a mesma
esquerda que é a favor do aborto, também é a mesma esquerda que quer assassinar
as crianças ainda no ventre da mãe. Ou seja, eles não querem dar a garantia de
um parto seguro e, paralelo a isso, defendem o assassinato de bebês.
Qual a lógica a
que a gente chega com essa conclusão, ao colocar uma coisa em uma balança e a
outra em outra? Significa que eles não querem pensar na vida da criança,
não querem pensar na vida do bebê, única e exclusivamente em cumprimento de uma
agenda assassina.
Meu Deus, o SUS
não tem condições de poder fazer uma cesariana com qualidade, mas é nesse mesmo
SUS que eles querem fazer o aborto, é nesse mesmo SUS que elas querem abortar
os bebês, assassinar as crianças ainda no ventre da mãe. Não tem lógica
nenhuma. Não existe lógica nenhuma, principalmente se tratando de um projeto
que garante às mulheres o seu direito à livre escolha.
Essa mesmo
esquerda que está detonando o seu projeto, Dra. Janaina Paschoal, é a esquerda
que fica aplaudindo países do Oriente Médio, onde, se as mulheres abrirem a
boca para falar, elas são apedrejadas até a morte. Essa mesma esquerda que é
contra o seu projeto age com hipocrisia, porque elas não querem defender a
liberdade de as mulheres poderem escolher entre o parto natural e o parto por
cesariana.
E digo mais.
Não é apenas através de se contrapor ao parto seguro. Elas querem envenenar a
mente das pessoas, também, com esse discurso hipócrita, como vem sendo feito,
principalmente, dentro das escolas, Dra. Janaina.
Hoje, no
Pequeno Expediente, eu trouxe um caso a essa Casa e gostaria de relacionar
aqui, porque estamos falando também de gestação. Gostaria que, por gentileza,
fosse colocado no telão. Deem uma olhada nisso; prestem atenção. Uma escola
estadual, na cidade de Sorocaba, colocou isso numa questão de prova de sociologia
hoje pela manhã: “se um teste de DNA determinasse que um bebê nascerá gay, os
cristãos seriam contra ou a favor do aborto?” Isso foi colocado numa escola
estadual, numa prova de sociologia hoje, na cidade de Sorocaba, deputados! Os
senhores entendem que isso é uma tentativa de criminalização?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Douglas, preservando o
tempo de V. Exa.: só lembrando que nós estamos no encaminhamento do Projeto 4.
E o Regimento é claro ao não permitir projeções de assuntos que não são
relacionados ao projeto. Então, pedir para que retire a projeção. Vossa
Excelência tem o direito de projetar qualquer tema no assunto relacionado.
Então, quando a gente for debater o projeto, V. Exa. terá o direito de fazer
essa projeção, ou nos encaminhamentos. Vossa Excelência tem a palavra.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Peço desculpas ao presidente.
Entretanto, isso não desqualifica em nada a continuidade do meu discurso. Isso
foi colocado em uma escola estadual na cidade de Sorocaba. Então, o que eles
querem com isso, Dra. Janaina? Eles querem criminalizar o comportamento da
população; criminalizar aquilo que a população tem por princípios, por valores.
Além, é claro, de tirar da mulher a sua liberdade de escolha, eles querem impor
goela abaixo uma ideologia nefasta, nojenta, assassina, que condena as nossas
crianças, mas defende os bandidos. Que condena, que diz que um bebê que está
dentro do ventre da mãe não tem o direito de nascer, e pior ainda: se for ter
que nascer, tem que nascer sem segurança nenhuma.
Porque nós não
vamos dar o direito à liberdade à mulher, de poder escolher se ela quer um
parto natural ou se ela quer um parto por cesariana. Essas pessoas estão
tentando nos colocar como se nós não fôssemos pessoas humanistas, como se nós
não fôssemos pessoas que pensam nas mulheres. Ora, nós estamos defendendo a
liberdade de escolha das mulheres. Nós estamos defendendo a vida das crianças.
Nós estamos defendendo a integridade, tanto da mãe como da criança. Nós estamos
defendendo, dentro de um sistema democrático, que as mulheres tenham o seu
direito de escolher.
Qual é o
problema nisso? Se quer fazer parto natural, faça! Não estamos impedindo. O
projeto da Dra. Janaina Paschoal não impede a mulher de fazer parto natural.
Ele apenas proíbe que, caso a mulher queira fazer um parto por cesariana... Ela
não seja proibida. É uma coisa simples.
Agora, nesse
tipo de projeção que eu fiz aqui, é óbvio: está clara a tentativa de
criminalizar a conduta das pessoas, o comportamento das pessoas, principalmente
o comportamento cristão, que defende a vida da mulher, que defende a vida da
criança, que defende a vida de todos nós. E respondendo ao professor que fez
essa pergunta: não, os cristãos não apoiariam o aborto caso soubessem que a
criança seria gay. Quem faz isso não são cristãos. Quem apoia o aborto, quem
apoia o assassinato é, sim, o movimento esquerdista, que inclusive resolveu
tomar conta dessa Casa hoje para promover a cultura da morte! (Manifestação nas
galerias.) Para promover a cultura do assassinato!
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu gostaria de pedir, preservado
o tempo do deputado Douglas Garcia, que não exista mais manifestação da
galeria. Não é lícito. Todos são convidados, todos são sempre bem-vindos.
Agora, se a gente começar esse processo de manifestação, impedindo o deputado
de utilizar da palavra, eu vou ter que tomar medidas que eu não gostaria de ter
que tomar. Então, peço, por favor, a compreensão de todos vocês, para que eu
não tenha que tomar medidas mais duras em relação à presença de vocês aqui no
plenário. Está Certo? Devolvo a palavra ao deputado Douglas Garcia.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Quem tem condições, hoje, de poder
escolher fazer um parto por cesárea ou natural são mulheres que possuem
dinheiro. A filha da então presidente Dilma Rousseff tinha dinheiro. Pôde fazer
o seu parto cesariano. De qual partido? Partido dos Trabalhadores. Legal. Por
que não foram cobrar então a filha da petista para que ela fizesse o seu parto
natural? Tem que ter um mínimo de coerência, se for ter que cumprir a sua
agenda.
A doutora
Janaína Paschoal está protegendo as mulheres que não têm condições, aquelas
mulheres que acordam cinco horas da manhã, entram no ônibus para trabalhar,
chegam em casa meia-noite, para poder sustentar os filhos - algumas que não têm
marido -, para poder ajudar o marido em casa.
São essas
mulheres. Não esse pessoal da elite intelectual, que acha que fala pelas
pobres, que acha que fala por todas elas, que acha que fala pelas negras, que
acha que fala pelas LGBTS, que acha que fala por todo mundo, quando não têm
representatividade nenhuma, absolutamente nenhuma.
Parabenizo,
deputada Janaina Paschoal, por esse excelente projeto, e apelo aos deputados
desta Casa: votem favorável, tanto ao Requerimento de Urgência como no projeto
em si, pois esse é um projeto que defende a vida, e é responsabilidade dos
deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo defenderem a
vida até o fim.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - Sr. Presidente, pela ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência tem a palavra para uma
comunicação, deputado José Américo.
O
SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - É uma comunicação
que faz parte desse debate que, na verdade, praticamente, não aconteceu e que
diz respeito ao Projeto nº 4, que fala da divisão por meses da gratificação dos
funcionários da Receita. Não é isso?
Pois bem, eu
fiz questão de falar na comunicação porque eu tenho uma posição diferente da maioria da minha bancada. Eu sou
contrário à aprovação desse projeto, porque eu acho, Sr. Presidente, que, embora seja alguma coisa, digamos assim,
aparentemente generosa, aparentemente sem grande impacto, o fato de você
transformar essa gratificação por mês, se nós imaginarmos o que pode acontecer
daqui para frente, ela vai poder ser aumentada, e ela tem mais dificuldade...
Quer dizer, é menos provável que ela atinja o teto. Quando são três, por
trimestre, atinge o teto com mais facilidade. Se for mensal, ultrapassa o teto
com mais dificuldade. Tem mais dificuldade para ultrapassar o teto.
Eu acho assim,
não é uma coisa de grande impacto, mas essa proposta está associada ao Projeto
nº 5, que é uma tentativa da categoria de criar aquilo que a gente chama de
penduricalho, para compensar o projeto do subteto, que está preso lá em
Brasília, através de uma Adin. Foi feita uma Adin para suspender o subteto.
Então, eles estão criando um penduricalho.
Eu acho
totalmente legítimo que a categoria batalhe por isso, só que o problema é que
nós estaremos sendo incoerentes, eu em particular, que critico o Ministério
Público, critico a Justiça, que está cheia de penduricalhos e que favorecem o
aumento do seu salário, ultrapassando o teto. Então, nesse sentido, eu gostaria
de me posicionar aqui contrário a esse projeto, assim como sou contrário ao
Projeto nº 5.
Eu votei no
subteto, mas me arrependo de ter votado. Infelizmente, me arrependo de ter
votado no subteto.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT
- Para uma comunicação, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência tem a palavra para uma comunicação, Professora Bebel, por dois
minutos, que é o tempo remanescente da sessão.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, Sr. Presidente. Para dizer que hoje à
tarde nós tivemos um encontro com mulheres, que debateu o projeto de lei de autoria da deputada Janaina Paschoal,
e eu tenho muita preocupação com a aprovação desse projeto por duas razões.
A primeira é central, é que nós, na
luta das mulheres, na luta feminista que temos, já temos essa liberdade de
escolha. Nós já fazemos essa escolha, na medida em que a mulher que vai dar à
luz escolhe por ser parto normal ou se é cesariana. Já fazem isso.
Agora, o que me preocupa é a
justificativa do projeto de V. Exa., porque eu não vejo uma sustentação técnica
muito... Então, eu acredito que precisaria de sustentação técnica, de
sustentação que demonstre que os números que se apresentam... Porque, vejam
bem: 56% das mulheres - o país é o campeão em cesariana - fazem cesariana.
Destas, 90% na iniciativa privada.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Professora
Bebel, preciso interromper Vossa Excelência. Não temos mais sessão. Peço
desculpas.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
esgotado o tempo da presente sessão. Antes de dar por encerrados os nossos
trabalhos, esta Presidência convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã,
à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje. Lembrando-os ainda da
sessão extraordinária a realizar-se hoje, 10 minutos após o término desta
sessão.
Está encerrada a sessão.
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- Encerra-se a
sessão às 19 horas.
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