16 DE ABRIL DE 2019
7ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CAUÊ MACRIS
Secretaria: WELLINGTON MOURA, FERNANDO CURY, TENENTE
NASCIMENTO e MARINA HELOU
RESUMO
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Abre a sessão.
2 - CAMPOS MACHADO
Para questão de ordem, afirma ter sido instaurada uma das
mais importantes comissões desta Casa, a de Ética. Questiona o prazo para
eleger o presidente da mesma. Cumprimenta o presidente Cauê Macris pela decisão
de reestruturar a Comissão de Prerrogativas desta Casa, o que considera muito
importante.
3 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Esclarece que o deputado Campos Machado é o responsável pela
convocação do Conselho de Ética. Pede que o faça o mais rápido possível.
4 - CAMPOS MACHADO
Solicita uma verificação de presença.
5 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de
verificação de presença, interrompida pela constatação visual de quórum. Coloca
em discussão o PL 1/19.
6 - CAMPOS MACHADO
Discute o PL 1/19.
7 - PROFESSORA BEBEL LULA
Discute o PL 1/19.
8 - CAMPOS MACHADO
Solicita uma verificação de presença.
9 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de
verificação de presença.
10 - WELLINGTON MOURA
Para questão de ordem, pede que a deputada Marina Helou diga
"presente" após a confirmação de presença de cada deputado na sessão.
11 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Anuncia o resultado da verificação de presença, que não
atinge número para a continuidade dos trabalhos. Levanta a sessão.
*
* *
- Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.
* * *
-
Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente número regimental
de Srs. Deputados, Sras. Deputadas, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos
trabalhos.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Presidente,
inicialmente uma Questão de Ordem.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
PARA
QUESTÃO DE ORDEM - Eu não pude terminar naquele momento porque...
Sr.
Presidente, nós instalamos, hoje, uma das mais importantes comissões desta
Casa, que é a Comissão de Ética. Vossa Excelência tem um prazo para que possa
marcar reunião, possa eleger o presidente, já tem um acordo nesse sentido de
quem vai ser o presidente? Porque pelo jeito vou ser eu que vou ter que
convidar, aliás convidar não...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Convocar.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Convocar.
Perfeito, é que eu estou com os verbos afiados aqui. Eu vou ter que convocar
essa reunião para saber quem vai ser o presidente. Eu não tenho participação,
não quero discutir quem é o presidente, eu não quero discutir nada. Quero saber
se nós já temos um caminho para escolher o presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - O deputado Campos Machado está com a palavra.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
E ao mesmo
tempo, Sr. Presidente, eu quero...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Gostaria de pedir ao deputado Heni, ao deputado Arthur, que estão aí numa
pequena reunião aqui atrás do deputado Campos Machado, que se sente incomodado
com a sua fala. Por favor, se V. Exas. quiserem continuar a reunião, por favor
a façam no Café dos Deputados atrás do plenário.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Eu gostaria
de cumprimentar V. Exa. também, Sr. Presidente, porque hoje tomamos uma decisão
também muito importante: é a reestruturação da Comissão de Prerrogativa da
Casa. Isso é fundamental, quero deixar nas mãos de V. Exa... nada de sugestão,
Sr. Presidente. Acho que V. Exa. tem que escolher aqueles deputados, todos são
capazes, mas escolha deputados que vão ter mais tempo, mais condição,
presidente.
Queria
aproveitar para pedir também uma verificação de presença.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Só antes da verificação, permita-me responder a V. Exa.: gostaria de
pedir a V. Exa., que é a pessoa responsável diante do Regimento Interno por
convocar o Conselho de Ética, se V. Exa. puder fazer o mais rápido possível
seria importante para a Assembleia Legislativa que o conselho escolha o seu
novo presidente o mais rápido possível. E vamos, o mais rápido possível também,
dar encaminhamento ao Conselho de Prerrogativas da Casa.
O
pedido de V. Exa. é regimental. Convido o deputado Wellington Moura e também o
deputado Fernando Cury para auxiliar esta Presidência na verificação de
presença, lembrando ao deputado Carlão que nós não temos sessão, então nem
questões de ordem cabem mais neste momento.
O SR. CARLÃO PIGNATARI -
PSDB - Como
é que pede verificação sem ter sessão? Já começou a sessão...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Na verdade nós já abrimos. Já abrimos. Opa!
O SR. CARLÃO PIGNATARI -
PSDB - Ah,
está aberta a sessão.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Está aberta a sessão.
Só
lembrando que agora estaríamos em discussão, aí sim, do Projeto 01 de 2019. Até
então nós estávamos discutindo apenas a licença do deputado Castello Branco,
que tem uma viagem marcada a Portugal, sem ônus para este Poder.
* * *
- É
iniciada a verificação de presença.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - Constatado quórum regimental, em discussão e votação o Projeto 01 de
2019.
Está
inscrito para falar contra o deputado Paulo Fiorilo. (Ausente.) Deputada Isa
Penna. (Ausente.) Deputado Vinícius Camarinha. (Ausente.)
Deputado Campos Machado. Tem a palavra para falar contra.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Questão de ordem, Sr.
Presidente. Queria só registrar a minha presença. Eu estava no café.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Todos os
deputados. Como constatou quórum, todos estão presentes. Tem a palavra o
deputado Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr.
Presidente, eu lamento muito a maneira como está ocorrendo o assédio neste
plenário. Assédio. O Governo, de uma maneira toda especial, está subvertendo,
encampando e subestimando deputados desta Casa que haviam assumido um
compromisso anteriormente e, hoje, como se fosse um passe de mágica, voltaram
atrás.
Já dizia um
velho pensador: posição tomada é flecha lançada; não volta mais. Mas uma
simples conversa governamental musicou os ouvidos de parlamentares que eram
contra. Deputados que não estavam aqui na última sessão hoje se encontram
sentados, aguardando os clarins no horizonte, onde o Morumbi os convoca para
uma reunião.
Sempre tive uma
posição firme na minha vida. Prefiro perder qualquer combate, mas prefiro ficar
do lado certo. Ganhar do lado errado não tem sentido. E o que está acontecendo
aqui é exatamente isso: parlamentares que tinham outra visão mudaram. Ficaram
no plenário, deram número. E não era essa a posição que anteriormente tinham. O
que devo eu pensar?
Isso me faz
contar uma pequena história aqui nesta noite, se as meninas permitirem que eu
conte. Essa conversa está me atrapalhando. Se as meninas permitirem, vou contar
uma pequena história.
Há muitos anos,
existia um reino. Nesse reino, havia um sábio, um sábio que sabia de tudo.
Sabia de tudo. Era o homem mais inteligente e culto do mundo. Aí um canastrão
resolveu testar a sapiência desse sábio. Disse aos seus amigos: “Esse sábio não
sabe nada. Vocês querem ver como ele não sabe nada? Vou desafiá-lo em praça
pública”.
Me permite,
deputado Carlão Pignatari? Eu posso continuar, se V. Exa. me permitir. Estou no
meio do conto de uma velha lenda.
E o que fez o
canastrão? “Vou desmoralizar o sábio. Vou pegar um passarinho e vou esconder
atrás. Vou perguntar a ele: ‘Sábio, me responda: o passarinho está morto ou
está vivo?’. Se ele responder que está morto, eu solto o passarinho. Se ele
responder que está vivo, eu mato o passarinho.”
E lá vai de
novo o canastrão e reúne todo mundo na praça: “Sábio, quero ver se o senhor é
inteligente. Diz para mim, sábio. É só uma pequena palavrinha simples, uma
historinha simples. Fala para mim, tem um passarinho aqui na mão, atrás. Está
morto ou está vivo?”. Respondeu o sábio: “A resposta está nas suas mãos”. E a resposta
desta Casa está nas nossas mãos. Nós temos que responder, e nós não estamos
respondendo, nós estamos cedendo aos clarins governamentais. Não é assim que se
porta um parlamentar.
Diz
a Bíblia que há tempo para tudo. Eu concordo, há tempo de rir, de chorar, de
cantar, de odiar, há tempo de amar, de plantar, há tempo para tudo, mas há
tempo também de a gente consultar a gente mesmo. Eu consulto, ou, usando a
palavra que o deputado Carlão Pignatari usa, faço a minha reflexão. Eu não
disse que vou ter esse comportamento neste momento? E eu posso até mudar na
frente, mas, neste momento, eu tenho este comportamento.
É
com muita tristeza que eu vejo que nesta noite muitos deputados não tiveram o
comportamento que eu esperava que tivessem, mas vamos, deputado Gilmaci, vamos
atacar o cerne: esse projeto maroto, esse projeto que demonstra que a vaidade
está acima de tudo. O governador... Eu quero que preservem o meu tempo, Sr.
Presidente, até que eu possa concatenar os meus pensamentos, porque é
impossível eu concatenar alguma coisa com este recreio aqui na minha frente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB -
Preservado o tempo do deputado Campos Machado, vou pedir aos deputados, por
favor, àqueles que queiram ficar no plenário, que prestem atenção ao orador na tribuna.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Eu volto a dizer: não quero atenção, eu
quero educação. Um projeto que é enviado por vaidade... Ele acha que este
plenário, que esta Assembleia é quintal do Morumbi, é a favelinha do Morumbi, é
a Paraisópolis do Morumbi, e mandou para cá um projeto que, de uma vez só, nós
temos que decidir sobre o futuro de cinco, de seis empresas. Não está
explícito. Ele diz que pode vender, ele diz que pode fundir, extinguir, incorporar,
ele diz tudo.
Aí,
na reunião de líderes hoje, o presidente, que é um magistrado, resolveu dar uma
mãozinha. Incorporou-se no seu papel de ex-líder do Governo e fez sugestões
diabólicas. Ele pegou um fato aqui, outro fato aqui, e fez uma espécie de jaconça
- jacaré com onça. Começou a dizer que pode ter um destaque aqui, um destaque
ali.
O
projeto é uno, é claríssimo o projeto. O Governo mandou um projeto claro, nós
não temos o direito de fracionar esse projeto. Podemos votar um. Nós é que
vamos escolher, deputado Conte Lopes, qual é a empresa que vai ser extinta? Nós
não discutimos nada, é tudo no atropelo. Olha a sessão de hoje, é tudo no atropelo,
é tudo goela abaixo, e o Governo já está mandando mais três projetos. É ginásio
de esporte, é Zoológico, é Botânico, é tudo.
E
aqui todo mundo parece esperar o chamado morumbiano. Se os clarins do horizonte
tocarem, nós corremos o risco de ver aprovado esse monstrengo, esse projeto
destituído até de boa-fé. Não estamos dando, eu digo sempre, apenas um cheque
em branco, estamos dando um talão de cheque em branco para o governador.
Aí o
presidente, travestido de líder do Governo, diz que pode retalhar o projeto.
Vamos destacar tal coisa, destacar outra, nós que somos do Legislativo é que
vamos dizer que pode fazer isso e aquilo sem conhecer as empresas? Quem é que
conhece as empresas? Quem é que já estudou profundamente cada empresa? A
situação econômica e financeira.
Eu dizia há
pouco da Dersa. A Dersa tem um rombo de 3 bilhões de reais. Alguém sabe o ativo
da Dersa? Alguém sabe quantos imóveis a Dersa tem? Faz uma estrada,
desapropria, vai uma gleba, quantos imóveis tem? Ninguém sabe e ninguém vai
saber.
A Emplasa, uma
empresa de planejamento, está ameaçada de extermínio pela vontade do imperador
do Morumbi. E esta Casa, como se fosse ovelhas caminhando em direção ao
matadouro, assina, se compromete a votar um monstrengo desses.
Nós vamos até o
fim. Não importa a vitória ou a derrota. A derrota e a vitória são irmãs
gêmeas. Uma não existe sem a outra, deputado Gil. É como a alegria e a
tristeza. Para eu saber como é boa a alegria, tenho que conhecer a dor da
tristeza.
E ao Sr.
Presidente eu quero fazer um apelo. Seja presidente, só presidente. Seja
magistrado, só magistrado. Não tome parte, presidente. Não faça o que o senhor
fez hoje no Colégio de Líderes, não faça aquilo porque aquilo não ficou bem.
Pergunte para qualquer líder que estava presente lá. O senhor acabou
convencendo algumas pessoas de que Jesus e Jené são a mesma coisa, Sr.
Presidente. Não é correto isso.
Enquanto isso...
Meu tempo tem que ser preservado porque aquela conversa... Desculpem, Srs.
Deputados, mas vocês têm que respeitar quem está na tribuna. Qual é o problema,
Dra. Janaina? Você não para de falar, minha querida, deixe-me terminar de falar
aqui. Vocês pensam que não me atrapalha, mas atrapalha sim. É uma conversa para
lá, uma para cá, eu estou imaginando que a música do Carlão está chegando, como
se fosse o Carlos Gardel, do tango, influenciando todos vocês. Que é isso?
Nós temos que
ser responsáveis, deputados. Nós não podemos assistir passivamente o que está
ocorrendo aqui. Hoje eu vi a deputada Janaina defendendo ardorosamente os seus
pontos de vista. Defendendo aquilo que ela acha correto, mas há 15 dias ela
também achava incorreto apreciar um projeto que traz com seis empresas, sem
saber a vida econômica e financeira de cada uma.
O líder do
Governo hoje fez o quê? Ameaçou veladamente que o Governo poderia,
segunda-feira, se quisesse, demitir os funcionários. E qual foi a reação dos
líderes? Nenhuma. Eu vou cobrar sim, deputado por deputado desta Casa que
manifestou, inicialmente, recebendo as visitas dos funcionários e do povo, que
ia tomar posição.
Quais foram os
ventos que mudaram as posições desses deputados, meu caro deputado Paulo? Que
ventos são esses? Que ventos misteriosos e milagrosos são esses que estão
alterando antigos pensamentos e antigos sentimentos? Por isso, Sr. Presidente,
eu volto ao encerramento da minha fala.
Eu acho que os
dois deputados, se quiserem conversar, conversem no café. O que não pode é
atrapalhar aqui. Vão ao café os dois conversar. E não adianta esse sorriso
sarcástico, isso não bota medo em mim. Nem bigode.
Por isso, meus
amigos, eu quero deixar claro - eu vou terminar, presidente -, ajam como
magistrados. Na próxima reunião, tenho certeza de que V. Exa. vai conduzir o
Colégio de Líderes com a imparcialidade com que V. Exa. se elegeu. Sr.
Presidente, a bem da verdade desta Casa e da justiça e da dignidade eu tenho
certeza de que V. Exa. vai ter um comportamento diferente na próxima reunião de
líderes. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para continuar
a discussão do projeto, para falar a favor do projeto o nobre deputado Cezar.
(Ausente.) O nobre deputado Olim. (Ausente.) A nobre deputada, para falar a
favor do projeto, Bebel. A deputada Bebel é a favor ou contra o projeto? Só
lembrando que se falar a favor, depois... Ela é contra o projeto. Mas ela tem
que falar a favor do projeto. Se ela se inscreveu a favor, ela precisa ser a
favor. Ela precisa retirar a inscrição aqui e falar a favor. Para falar a
favor, nobre deputada Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Deputado, eu sou novata, mas não sou tonta. Duas
semanas me deram experiência suficiente para ver os espertinhos que falavam
antes e a gente ia lá para o fim da lista. Mas agradeço, presidente, o
entendimento. Eu pus a favor, mas eu sou contra.
Por que contra?
Porque, na verdade, é um desmonte do Estado. A minha razão, a razão segundo a
qual eu sou contra, é diferente da do deputado Campos Machado, que entende que
tem que fatiar ponto a ponto. Na verdade, eu não entendo dessa forma. Tanto
fatiado ou junto, o conjunto de seis empresas, eu quero dizer que eu sou
contra. Por que eu sou contra? Porque não há como aceitar a privatização de
empresas que têm sido rentáveis para o Estado.
Eu tive uma
aula naquele plenário. Mais do que isso, eu recebi um diretor da Dersa na minha
sala. Ele expõe claramente o papel da Dersa no desenvolvimento do estado de São
Paulo, a importância que foi para construir estradas. Veja bem, a Tamoios, que
hoje está duplicada, e que espetáculo está, foi construída através da Dersa.
Então, como privatizar? Está dando certo.
Também, nós
estamos caminhando para o seguinte: o governo, no caso o governador Doria, tem
uma visão de que tudo tem que ser privatizado. Hoje é a Dersa, a Emplasa, a
Prodesp, a Imprensa Oficial do Estado, a Codesp, mas os próximos podemos ser
nós, porque eu também já disse na audiência, os professores fazem parte do
aparato estatal. Teve o tal de contrato de impacto social, que caminhava na
linha da privatização da Educação e que nós tivemos que fazer muitas
mobilizações.
Então, num
conceito de Estado que o PSDB tem, que é o Estado mínimo, veja bem, desde quando
o Mário Covas começa aqui no estado de São Paulo, com todo o respeito aos
adeptos dele, foi sempre essa ideia de que, se privatizar, vai otimizar,
portanto, isso vai ser usado em Saúde e Educação e serviço público.
Nós não
queremos utilização de recursos para Saúde e Educação Pública à custa do
fechamento ou da privatização de empresas que estão dando certo. Nós queremos o
financiamento da Saúde e Educação como um financiamento de direito, e tem que
ser atendida toda a população.
É difícil fazer
esse debate num contexto em que as pessoas veem de forma muito simplista a
privatização. “Não, olha, vai parar de dar prejuízo.” Não, não tem prejuízo.
Veja bem, uma empresa desta que faz o planejamento como a Emplasa, a própria
Prodesp, que cuida do processamento de dados, é o coração de uma empresa. O
planejamento é o cérebro. Como é que vai passar para terceiro? Isso é um risco
para o Estado.
Quer dizer: o que
vai sobrar para o Estado? Nada! Então, quero dizer para os senhores e para as
senhoras, que são valentes, estão aí na bancada, lutando, terminantemente. É
assim que a gente vence. A gente vence fazendo isso que vocês estão fazendo, porque
nós, professores, daqui a pouco, também vamos ter que vir para cá. Hoje, são
vocês, amanhã seremos nós.
Então, por
isso, eu não aceito a privatização sob hipótese alguma, nem fatiada, nem de
conjunto, nem modelo, porque o modelo que vocês, segundo o qual vocês estão,
está dando certo. Por que vai mexer no que está dando certo? Por que não mexe
nos erros administrativos que o Estado faz? Tipo, deixar de pagar os
funcionários, por exemplo, são erros administrativos, deixar de pagar as
universidades e deixar de pagar professores das universidades são erros
administrativos.
Não, vai mexer
exatamente com o que está dando certo. Agora, por detrás dessas privatizações,
tem pessoas, funcionários, tem famílias. Porque tem os empregos, mas também tem
aqueles que são usuários desse serviço. Como é que fica? Privatiza? Eu sempre
fiz um debate, deputado Campos
Machado.
Por concepção,
é verdade, nós do PT somos contra a privatização. Nós defendemos que o Estado
tem que estar a serviço da população. Por isso, o Estado, no caso, os serviços
públicos, têm que ser de qualidade. E quem é que oferece serviço público de
qualidade? São os servidores públicos. Nós somos servidores. Também o Sr. Governador
é servidor, não é porque ele é governador. Não, ele está lá para servir uma população
que está no estado. Aí todo mundo fala: “não, ele é o governador”. Não, ele
apresentou um projeto, e a sociedade aprovou. “Ah, mas ele...”.
Não! A
sociedade não aceita a privatização. É simples de entender. Quando você pega
serviço direto como Saúde e Educação, se privatizar, tem que pagar. Pergunte se
a população quer pagar? Ela não quer pagar, porque ela já paga impostos. Por
isso, tem que ser oferecido.
Então, quando a população paga impostos, ela, de certa maneira, está dizendo
o seguinte. “Eu estou pagando para alguém gerir”. Quem é que gere? É o estado.
Então, a gente tem que ter um entendimento muito claro do que é o serviço
público, o papel do estado, e a quem o estado atende.
Agora, me
desculpe, se for fatura de campanha, como de resto. Não é a primeira vez que a
gente vê. Acabam as eleições, vem privatização. Ou vem isenção de pagamento de
impostos. Eu pego, por exemplo, o governo anterior, o governo Alckmin. Isentou
ao ponto de começar a enxugar a máquina, fechar, dar zero de reajuste para
todos os servidores públicos.
Foi a fatura de
campanha feita naquele momento. A fatura de campanha agora é a privatização.
Tem que atender os senhores empresários que investiram nessa eleição, neste
candidato, e isso não é problema nosso, não pode ser. (Manifestação nas
galerias.)
Então, nós
temos, meus senhores e minhas senhoras... Eu acho que essa galeria... Eu sei
que a gente falar para vocês “tem que estar lotada”... Várias vezes eu ouvi
isso, mas eu também lotei. Nós lotamos, estou falando como o sindicato dos
professores, a Apeoesp. Lotamos aqui e foi passado o rolo compressor. Aí você
fala: “mas de que adianta?”. Vai adiantar.
Nós temos que
fazer gestão junto a cada um dos deputados, e não tem essa de modelo de
privatização, ou se é fatiado ou de uma vez. Não, nós não podemos aceitar essa
privatização. Eu acho que, por bem, a gente tem que entender que há muito o que
se fazer em termos de serviço público. O que não pode é a gente ficar pagando
campanha de candidatos que prometem e depois querem que a gente pague o preço
disso.
Eu quero me ater
de novo a uma questão. O PL 1, de 2019, eu quero dizer o seguinte. Como disse o
deputado Campos Machado, a mudança de comportamento foi muito estranha nesta
Casa. Semana passada a gente conseguiu até nem pautar. Entrou e saiu da pauta.
Vocês viram que esta semana nós estamos aqui desde a da abertura da sessão
ordinária, o tempo foi esticando, e isso está me cheirando vencer pelo cansaço,
e eu não gosto de ser vencida pelo cansaço. Aliás, eu não costumo ser vencida
pelo cansaço, eu costumo inverter. Eu costumo...
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente, com anuência da oradora.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL LULA - PT - Só
um instantinho, deputado.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Por questão de
ordem eu preciso dar, professora Bebel. Deputado Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Eu requeiro uma
verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Convido o deputado Tenente Nascimento e a deputada
Marina Helou para auxiliarem nesta verificação de presença.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente. Ele estava lá
fora já. Estava lá fora do plenário.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, deputado.
Deputado Nascimento, V. Exa. está convidado aqui para a verificação.
* * *
- É iniciada a chamada.
* * *
O
SR. WELLINGTON MOURA - PRB - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É sobre o
processo de verificação? Não temos sessão em andamento.
O
SR. WELLINGTON MOURA - PRB - Seria uma questão de
ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pois não.
O
SR. WELLINGTON MOURA - PRB - PARA QUESTÃO DE ORDEM
- Eu gostaria de saber se quem está fazendo a oratória, em cima da chamada,
quando o deputado está presente no plenário, ela tem que dizer que o deputado
está presente?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sim.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - Acabei de aprender,
Excelência.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É que é a
primeira vez que a deputada Marina faz a chamada.
O
SR. WELLINGTON MOURA - PRB - O importante é a
gente saber quem está presente. Poderia começar de novo, por gentileza?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu gostaria de
pedir à deputada Marina que, por favor, dê continuidade e registre os
presentes. À chamada, deputada Marina.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - Vou registrar os que
estão presentes. Vou fazer assim: vou contar quem está presente, e depois
continuo. Vossa Excelência Adriana Borgo, V. Exa. Alex de Madureira e V. Exa. Analice
Fernandes registraram presença.
* * *
- É feita a chamada.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto à Mesa
quantos Srs. Deputados e Sras. Deputadas responderam à chamada.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - Vinte e um.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vinte e um Srs.
Deputados e Sras. Deputadas responderam à chamada, quórum insuficiente para dar
continuidade à sessão.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 22 horas e 28
minutos.
*
* *