2 DE MAIO DE 2019
32ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS
Secretaria: CORONEL TELHADA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a presença de
alunos do curso de Direito da Faculdade Campos Salles, em São Paulo,
acompanhados da Profa. Dra. Irineia Braz Pereira Senise.
2 - CARLOS GIANNAZI
Critica posicionamento do presidente Jair Bolsonaro contrário
à inclusão das disciplinas de filosofia e sociologia no currículo escolar.
Combate o corte de 30% das verbas destinadas às universidades federais no
Brasil. Destaca que o PSOL entrou com representação na Procuradoria Geral da
República contra esta medida. Manifesta indignação à criminalização e
perseguição de professores em sala de aula em razão de seus posicionamentos
ideológicos.
3 - CORONEL TELHADA
Informa que em 01/05 comemorou-se o aniversário do município
de Murutinga do Sul, e, em 02/05, foi celebrado o aniversário das cidades de
Guapiara e Macaubal. Comunica que hoje comemora-se o Dia Nacional do
Ex-Combatente. Parabeniza o capitão da Polícia Militar Hallison Luiz Pontes por
vitória no Campeonato Nacional da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu, na
categoria master 3, pesado, e o sargento Danilo, do 22º Batalhão do interior,
por vitória na categoria master 2, faixa branca, peso leve. Parabeniza o Corpo
de Bombeiros pela atuação em Moçambique, após o ciclone Kenneth. Defende a
emancipação do Corpo de Bombeiros em relação à Polícia Militar do Estado de São
Paulo. Informa sua presença no Batalhão de Polícia de Choque Tobias de Aguiar
para prestigiar o novo comandante da Rota, tenente-coronel Mário Alves.
Parabeniza a Polícia Militar pela realização da operação "Rodovia Mais
Segura" e lista seus êxitos.
4 - JANAINA PASCHOAL
Informa que participou de debate no CRM e reuniu-se com o
secretário da Saúde, Sr. José Henrique Germann, para tratar de projeto de lei
de sua autoria que defende a possibilidade de escolha da parturiente pelo tipo
de parto. Demonstra preocupação com incentivos econômicos estimulando a
realização do parto normal em detrimento de cesáreas, além da ameaça de descredenciamento
de convênios dos médicos que realizarem mais de 30% de cesáreas.
5 - CONTE LOPES
Comunica sua presença no Batalhão de Polícia de Choque Tobias
de Aguiar para prestigiar o novo comandante da Rota, tenente-coronel Mário
Alves. Demonstra indignação por seu nome e de outros parlamentares não terem
sido mencionados durante a cerimônia. Defende a valorização do Poder
Legislativo.
6 - CARLOS GIANNAZI
Parabeniza a Defensoria Pública do Estado de São Paulo pela
realização, nos dias 29/04 e 30/04, nesta Casa, de mutirão para conseguir vagas
em creches na Capital. Critica o posicionamento do Governo Bolsonaro a favor da
retirada das disciplinas de filosofia e sociologia no currículo escolar.
Lamenta redução de verbas às universidades federais. Registra sua indignação
com fala do presidente sobre retirar do educador Paulo Freire o título de
Patrono da Educação Brasileira. Lamenta que entre 2014 a 2018 houve redução de
56% de investimentos na Educação brasileira.
7 - PROFESSORA BEBEL LULA
Faz comentários sobre divergências ocorridas em reunião da
Comissão de Educação desta Casa. Explica que ser presidente da Apeoesp não é
incompatível com seu cargo de deputada estadual. Pede posicionamento da
deputada Janaina Paschoal sobre o assunto.
8 - JANAINA PASCHOAL
Responde a fala da deputada Professora Bebel, considerando
que há instrumentalização sindical da Comissão de Educação desta Casa. Lamenta
que cerca de 50 membros da Apeoesp tiveram comportamento inadequado em seu
gabinete constrangendo seus assessores.
9 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para comunicação, responde pronunciamento da deputada Janaina
Paschoal. Defende a Apeoesp como instrumento de representação dos professores.
Menciona seu currículo como educadora.
10 - CARLOS GIANNAZI
Comunica a realização de ato no Anhaganbaú do movimento
sindical unificado contra a Reforma da Previdência. Critica a proposta de
reforma. Defende a importância da Apeoesp em defesa dos professores estaduais.
Lembra que a Apeoesp entrou na justiça em defesa de que o piso nacional
salarial fosse cumprido em São Paulo.
11 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, critica comportamento de membros da Apeoesp
em constranger funcionários de seu gabinete.
12 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para comunicação, defende a presença de professores nesta
Casa. Rebate o pronunciamento da deputada Janaina Paschoal.
GRANDE EXPEDIENTE
13 - DELEGADO BRUNO LIMA
Para comunicação, defende a atuação de policiais militares
contra manifestantes não educados, a seu ver. Corrobora o discurso da deputada
Janaina Paschoal.
14 - TENENTE COIMBRA
Para comunicação, faz coro ao pronunciamento do deputado
Delegado Bruno Lima. Defende o controle no acesso a esta Casa.
15 - TEONILIO BARBA LULA
Tece considerações sobre a representatividade da democracia,
no Brasil. Afirma que há no Parlamento o encontro de conflitos. Defende a
deputada Professora Bebel. Clama por respeito entre seus pares. Comenta acordo
financeiro a respeito do encerramento das operações na Ford. Parabeniza
centrais sindicais por manifestações contra a reforma da Previdência. Discorre
sobre fontes de receita da Previdência. Critica a proposta de capitalização pleiteada
pelo governo federal. Defende debate acerca do tema, nesta Casa.
16 - DOUGLAS GARCIA
Para comunicação, critica o incentivo da violência contra
parlamentares e a invasão de gabinetes, por manifestantes.
17 - LETICIA AGUIAR
Para comunicação, afirma que visitara delegacias de Polícia
Civil, no Vale do Paraíba. Informa que a partir de julho deve ser iniciada a
reestruturação das dependências policiais, pelo Governo do Estado, a favor da
dignidade dos profissionais do setor.
18 - GIL DINIZ
Anuncia que estivera na Agrishow, em Ribeirão Preto,
juntamente com o presidente Jair Bolsonaro. Afirma que demandas do povo de São
Paulo foram apresentadas ao governo federal. Anuncia que visitara o Batalhão
Tobias Aguiar, para mudança de comando, nesta data. Defende o trabalho de
profissionais da Segurança Pública, segundo o estrito cumprimento do dever
legal. Parabeniza policial militar que intervira em ocorrência de roubo, na
qual falecera um meliante. Defende a emancipação do Corpo de Bombeiros. Clama
ao Governo do Estado que cumpra o compromisso de valorização das polícias.
Comenta tentativa de invasão do gabinete da deputada Janaina Paschoal. Assevera
que faz-se necessária a resposta devida, inclusive contra incentivadores da
prática. Lamenta a agressão e assédio moral a assessores da parlamentar.
Manifesta-se a favor da reforma da Previdência.
19 - ADALBERTO FREITAS
Discorre acerca da relevância do diálogo nesta Casa.
Corrobora o pronunciamento do deputado Gil Diniz. Critica a postura da deputada
Professora Bebel. Afirma que se invadirem seu gabinete a resposta deve ser
imediata.
20 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Suspende a sessão por dois minutos, por conveniência da
ordem, às 16h05min, reabrindo-a às 16h10min. Convoca os Srs. Deputados para a
sessão ordinária do dia 03/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a
sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e convida o nobre deputado Coronel Telhada para ler a Resenha
do Expediente.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, nós
temos aqui uma indicação da prezada deputada Leci Brandão, indicando, nos
termos regimentais, ao governador do Estado, que viabilize custeio e
investimento na Fundação Santa Casa de Misericórdia de São José dos Campos.
Temos também uma indicação do prezado
deputado Rafa Zimbaldi, indicando ao senhor governador liberação de verbas no
valor de 100 mil reais, que serão destinados à área da Saúde no município do
Igarapava, verba essa que será utilizada para o custeio de Saúde. É somente
isso, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Muito
obrigado, nobre deputado Coronel Telhada. Vamos iniciar, nesse momento, nosso
Pequeno Expediente. Convidamos, para fazer uso da palavra, o nobre deputado
Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Nobre deputado Emidio Lula de Souza. (Pausa.) Deputado
Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Luiz
Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.
(Pausa.) Deputado Marcio da Farmácia. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. o tempo regimental no Pequeno Expediente.
Nobre deputado, antes de o senhor
começar a sua fala, esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar que
estão visitando, neste tarde, na Assembleia Legislativa, os alunos do curso de
direito da Faculdade Campos Salles, em São Paulo. Responsável Profa. Dra.
Irineia Braz Pereira Senise. Sejam todos bem-vindos a esta Casa para acompanhar
os nossos trabalhos no dia de hoje. Muito obrigado pela presença de vocês.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público
aqui presente, telespectador da TV Assembleia. Quero saudar os alunos e
professores presentes, público que veio assistir à nossa sessão.
Sr. Presidente,
quero aqui manifestar a nossa indignação com o que vem acontecendo com a
Educação brasileira, não só aqui no estado de São Paulo, mas em todo o Brasil.
As últimas medidas tomadas pelo governo Doria e pelo governo Bolsonaro. Aqui em
São Paulo, por exemplo, na semana passada, o governador Doria anunciou a
repartição das férias da Rede Estadual de Ensino, uma medida totalmente fora da
realidade, que afronta o funcionamento das nossas escolas, que vai prejudicar
famílias, alunos e todos os profissionais da Educação. Inclusive, eu já falei
sobre isso aqui na semana passada, duas vezes.
Nós também
fomos surpreendidos por anúncios feitos pelo governo federal, pelo governo
Bolsonaro. Um deles é em relação a um ataque brutal às ciências humanas,
inclusive, ameaçando a retirada, do currículo escolar, da Filosofia e da
Sociologia, que são duas disciplinas importantes, que compõem o currículo
escolar do Ensino Médio e que foram aprovadas na LDB - Lei de Diretrizes da
Educação Nacional, a famosa Lei 9.394, de 96.
Então, o
Governo ameaça a retirada dessas duas disciplinas, que tem a ver com o
desenvolvimento do pensamento crítico. São disciplinas importantes para que os
alunos possam compreender, sobretudo, o funcionamento da sociedade, as
principais causas das desigualdades sociais, da miséria social, da miséria
humana, quando o aluno entra em contato com o pensamento filosófico, com o
pensamento sociológico, com as correntes, com as escolas da Filosofia e da
Sociologia.
Então, essas
duas disciplinas foram ameaçadas, recentemente, pelo governo federal, tanto
pelo Bolsonaro, como pelo ministro da Justiça. Os militares fizeram isso quando
teve o golpe em 64. Os militares tinham medo da Filosofia e eles retiraram
também do currículo escolar a Filosofia e a Sociologia. O governo Temer tentou
fazer o mesmo agora, quando fez a reforma do Ensino Médio.
Além disso, o
que é muito grave, nós tivemos também o anúncio inconstitucional - e vou dizer
por quê - do corte de 30% do orçamento das universidades federais. O Governo
ataca as nossas principais instituições de ensino, de pesquisa e de extensão,
que são as universidades federais do Brasil.
Inicialmente,
ele ameaçou três, que era a UNB - Universidade de Brasília, a Universidade
Federal Fluminense e, se não me engano, uma de Juiz de Fora. Três foram
ameaçadas inicialmente. O nosso partido PSOL entrou com uma representação na
Procuradoria-Geral da República. Imediatamente, o Governo estendeu esse corte
para todas as universidades.
Ele apostou em
mais cortes ainda, vai cortar o orçamento de 30% das universidades federais. É
um brutal ataque à universidade pública brasileira, que já vem sofrendo com a
falta de recursos, mas, além disso, como se não bastasse a tentativa de retirar
a Filosofia e a Sociologia e o corte orçamentário de 30% das universidades
federais, o próprio presidente da República está estimulando uma perseguição
aos professores das escolas brasileiras, ao Magistério.
Ele está
estimulando a gravação, estimulando que os alunos filmem as aulas dos
professores, instituindo, na marra, sem nenhum amparo constitucional, o Escola
sem Partido, jogando alunos contra professores, criminalizando o trabalho
profissional de milhões de professores e professoras do Brasil, inclusive,
pegando um vídeo feito num cursinho pré-vestibular, em que uma aluna, que é do
PSL, uma aluna que foi candidata à deputada, que pertence aos quadros do
partido, foi lá e armou uma cilada para uma professora.
A professora
fez críticas, mas era num cursinho, não era numa escola pública, mas um
cursinho pré-vestibular, que nem é regido pela legislação. Então, a professora
fez algumas críticas a esse filósofo, que se diz filósofo, mas é astrólogo,
Olavo de Carvalho, que nem intelectual é.
O vídeo foi
apresentado, e o presidente da República publicou o vídeo, e disse que pode,
sim, gravar aulas, e o ministro da Educação também referendou essa orientação.
Isso aí é
perseguição, é criminalização. O governo Bolsonaro elegeu também o professor
como inimigo, o inimigo do Brasil. O professor hoje está criminalizado pelo
governo. Os professores estão sendo vigiados, os alunos filmando, mas o
presidente não falou nada, deputado Gilmaci Santos, sobre o professor que foi
morto agora em Goiás.
Nenhuma palavra
sobre o professor que foi morto dentro de uma escola, sobre a violência nas
escolas, sobre a superlotação de salas, sobre o piso nacional salarial. Um
professor ganha R$ 2.557,00, que é o piso nacional, por 40 horas semanais, uma
exploração sem precedentes, em uma área fundamental, estratégica, para o
desenvolvimento social, econômico e humano do nosso País.
Eu vou voltar
ainda, tenho outras denúncias para fazer em relação aos ataques que a Educação
no Brasil está recebendo, do governo Bolsonaro e do governo Doria.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre
deputado habilitado. Continuando aqui
com o nosso Pequeno Expediente, convidamos agora o nobre deputado Vinícius
Camarinha. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputada Isa Penna.
(Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.)
Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Nobre deputado Coronel Telhada, tem V. Exa. o
tempo regimental.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, funcionários, assessores, senhores deputados aqui desta Casa, senhora deputada, ao pessoal que está
aqui presente, sejam todos bem vindos, é um prazer recebê-los, aos que nos
assistem pela TV Assembleia, quero começar saudando a nossa assistência
militar, aqui na figura do Cabo Porto, do cabo Sergio e do Capitão Pontes, que
se encontram aqui, agradecendo, mais uma vez, o empenho e o trabalho de todos
os senhores.
Quero saudar
aqui as cidades aniversariantes, ontem, dia primeiro de maio, nós tivemos o
aniversário do município de Murutinga do Sul. O município de Murutinga do Sul,
ontem, dia primeiro de maio, fez aniversário. Um abraço a todos os amigos de
Murutinga do Sul. Hoje, dia dois de maio, é o aniversário dos municípios de
Guapiara e Macaubal. Um abraço a todos, amigos e amigas dessas duas queridas
cidades.
Também hoje,
para nós, que somos militares, é comemorado o Dia Nacional do ex-Combatente,
para aqueles que combateram na Segunda Guerra Mundial, os veteranos da Força
Expedicionária Brasileira da Marinha e da FAB, do famoso “Senta a Pua”. Hoje é
comemorado o Dia Nacional do ex-Combatente da Segunda Guerra Mundial. Um abraço
a todos. Nós temos, infelizmente, pouquíssimos sobreviventes hoje, e os que
estão vivos já passam dos 95 anos de idade. Então, toda honra a esses heróis,
que lutaram contra o nazifascismo na Segunda Guerra Mundial.
Eu quero aqui
saudar o capitão Pontes. O capitão Pontes é da nossa assistência militar e no
último sábado, dia 27 de abril - os senhores deputados talvez não saibam disso
- ele competiu... Ele luta jiu-jitsu, e ele participou e foi campeão do
Campeonato Nacional da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu, na categoria
master 3, pesado. É isso, não é, capitão.
Então, parabéns
ao capitão Hallison Luiz Pontes. O evento foi realizado aqui no Ginásio Mauro
Pinheiro, no Ibirapuera, e eu estou sabendo que o capitão Pontes agora estuda
um projeto para participar de campeonatos internacionais. Sucesso na carreira,
capitão, que o senhor tenha o mesmo sucesso que o senhor tem na Polícia
Militar, pelos serviços prestados. Aqui nós temos uma foto do capitão sendo
consagrado campeão do torneio dos pesos pesados. Pode deixar um pouquinho mais
perto, por favor?
Então, capitão
Pontes, sucesso, parabéns pelo esforço do senhor. Conte conosco nessa modalidade,
e o senhor vai honrar muito nosso país ainda, como faz pela Polícia Militar, e
também no campo dos esportes. Parabéns, capitão Pontes.
Além do Capitão
Pontes, outro policial militar sagrou-se campeão no dia 29 de abril. É o
sargento Danilo, do 22º Batalhão do interior, lá da região de Itapetininga. Ele
também competiu na categoria master 2, faixa branca, peso leve, e, após três
lutas, conquistou o título brasileiro de jiu-jitsu na sua categoria.
Ele é aluno da
equipe Checkmat, de Tatuí, com o professor Ivan Turek. Então, parabéns ao
sargento Danilo, do 22º BPM/I. Eu também quero trazer os parabéns ao nosso
Corpo de Bombeiros. Não sei se os senhores e as senhoras acompanharam na
imprensa. Lá em Moçambique, onde houve aquele furacão terrível, que infelizmente
ceifou muitas vidas, temos inúmeros bombeiros militares trabalhando nas vítimas
do ciclone Kenneth. Mais de 100 pessoas foram salvas pelos bombeiros
brasileiros. São dezenas de bombeiros militares que trabalharam em Brumadinho,
Minas Gerais. Parabéns ao nosso Corpo de Bombeiros.
Lembrando,
sempre, da nossa PEC 07, de 2019, que fala da emancipação do Corpo de Bombeiros
da Polícia Militar do Estado de São Paulo. É o único Corpo de Bombeiros do
mundo que é subordinado à Polícia Militar. Precisamos emancipar o nosso Corpo
de Bombeiros.
Quero, também,
homenagear a nossa... Estivemos, hoje pela manhã, dia 2 de maio, no Batalhão
Tobias de Aguiar, onde o coronel Mário assumiu o comando do Batalhão de Polícia
de Choque Tobias de Aguiar. O coronel Mello Araujo passou o comando, tendo em
vista que foi para a reserva. E o tenente-coronel Mário Alves assumiu a Rota. É
o comandante a partir desta semana.
Então, parabéns
ao coronel Mário Alves, parabéns a todos os homens da Rota, que fazem a
Segurança e fazem a diferença no estado de São Paulo.
Finalmente,
nesses poucos segundos que me restam, quero dar ciência, aos senhores
deputados, que ontem foi realizada a Operação Rodovia Mais Segura pela Polícia
Militar. Começou à zero hora do dia 30 e perdurou até a zero hora do dia
seguinte – foram 24 horas. Só para os senhores terem uma noção do efetivo
empregado, foram empregados 18.285 policiais, 8.568 viaturas, mais 12
aeronaves, 12 helicópteros. Foram abordadas 35 mil pessoas - 35.107 pessoas.
Só para
completar, Sr. Presidente. Foram presas 192 pessoas; menores apreendidos, 23;
procurados - ou seja, foragidos, presos que foram recapturados - 75. Perfazendo
um total de 290 pessoas presas. Foram apreendidas 21 armas. A gente não sabe
dizer quantas vidas foram salvas ou quantos roubos foram evitados com a
apreensão dessas armas, 21 armas. E 81 quilos de droga apreendida em
ocorrências diversas.
Então, parabéns
à Polícia Militar por mais essa operação, Rodovia Mais Segura, realizada na
data de ontem.
Agradeço a
todos. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
Coronel. E parabéns, também, ao nosso capitão. Sucesso.
Convidamos, agora, o nosso deputado
Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.
(Pausa.) Deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo.
(Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Professor Kenny. (Pausa.)
Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada
Professora Bebel Lula. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado
Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputada Erica Malunguinho. (Pausa.) Deputada Beth Lula
Sahão. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.)
Passamos, agora, à lista suplementar. E
convidamos a nobre deputada Janaina Paschoal.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL –
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento todos os
parlamentares presentes, os servidores da Casa, os estudantes que vieram nos
visitar - muito obrigada pela honra - e aqueles que nos acompanham pela TV
Alesp.
Eu queria
primeiro noticiar que, na segunda-feira à noite, como ontem não teve
expediente... E terça-feira foi um dia bastante assoberbado, porque a minha
bancada foi em comitiva encontrar o presidente da República. E eu fiquei
representando, juntamente com alguns poucos colegas, a bancada na Casa. Então
também não consegui participar na terça-feira.
Então eu queria
noticiar que na segunda-feira à noite eu fui ao CRM para participar da reunião
da Câmara Técnica de Ginecologia e Obstetrícia. Justamente para debater o PL
referente ao parto cesariano e ao direito que as mulheres têm à analgesia.
Na terça-feira
o secretário da Saúde veio aqui, dar um plantão na Casa. Eu consegui me
inscrever e fiz uma reunião diretamente com ele, justamente para tratar do
nosso PL, explicar que a situação do Estado é insustentável, porque essa
obstinação pelo parto normal está levando mulheres e bebês à morte. Muitos
bebês têm ficado sequelados pelo tempo em que se tenta o parto normal, só
partindo para o parto cesariano quando a situação já é de emergência. Também na
terça-feira, como eu tive que ficar aqui para a reunião com o secretário da
Saúde, para participar da própria Comissão de Saúde, e depois representar a
bancada na reunião de líderes, uma das minhas assessoras, a Dra. Taís, foi
participar de uma audiência pública no TRF da 3ª Região, junto com magistrados,
representantes do Ministério Público Federal e representantes de diversas
associações que se dedicam ao tema.
Os trabalhos
ainda estão em andamento, junto ao TRF 3, mas eu gostaria de já deixar expressa
uma preocupação muito grande com a linha que vem sendo tomada nestes mesmos
trabalhos. O pleito do Ministério Público Federal, a sentença de primeira
instância e os grupos que estão debruçados, lá na Justiça Federal, sobre essas
questões do parto cesariano e do parto normal todos eles se orientam no sentido
de que o parto normal é melhor e que não só o sistema público de Saúde, mas
também o sistema conveniado e até o sistema particular devem prestigiar o parto
normal.
Até aí tudo
bem. É uma orientação. Porém, existem medidas efetivas no sentido de estimular
o parto normal e desestimular o parto cesariano. E essas medidas são de ordem
financeira. E aí eu fico muito preocupada. O Ministério Público queria que o
pagamento fosse feito no triplo para os partos normais. Nessa parte não foi
contemplado.
Entretanto,
está em andamento a proposta de descredenciar aqueles médicos que realizem mais
de 30% dos seus partos na modalidade de
parto cesariano.
Vejam, antes
havia um incentivo com pagamento a maior, que já ainda acontece no sistema
público, por meio das várias OSs. Eu tive acesso a essa informação por meio de
vários processos. É muito difícil conseguir documentação, mas as autoridades
não negam que há um incentivo econômico para a realização de parto normal. Eu
já oficiei o Ministério da Saúde e o próprio Secretário da Saúde para ter
comprovação documental disso. Mas, além do incentivo econômico existirá agora a
ameaça do desemprego. Muito se fala na autonomia do médico, porém, se o médico
souber que em realizando mais do que 30% de procedimentos na modalidade parto
cesariano ele vai ser descredenciado dos convênios, por óbvio, ele vai dar
preferência a realizar partos normais.
Com isso eu não
estou dizendo que os médicos, de maneira consciente, colocarão suas pacientes
em risco. Mas, essa mentalidade que vem se construindo, não só com fulcro em
ideologia, mas em dinheiro, e agora, em uma espécie de ameaça velada de desemprego,
essa mentalidade acaba criando caldo de cultura para que as crianças e as
mulheres sejam, sim, colocadas em risco.
Eu gostaria de
chamar atenção - estou finalizando, Sr. Presidente - da comunidade médica. O
meu PL tem sido muito debatido, eu fico muito honrada com isso, uma pessoa
humilde que acha que a gente pode sempre melhorar o próprio trabalho, mas ele
vem sendo questionado porque alguns membros da comunidade médica entendem que
esse PL lhes retira a autonomia, dado que confere à gestante o direito de pedir
a cesariana. Mas eu pergunto, o que retira mais a autonomia: a paciente
solicitar e haver a possibilidade de um diálogo entre médico e paciente, um
respeito mútuo, ou a ameaça dos convênios descredenciarem os profissionais que
não poderão fazer mais do que 30% da modalidade de parto cesariana? Então, eu
não sei até que ponto esse movimento todo na Justiça Federal. É de conhecimento
da comunidade médica. Eu não tinha esses dados tão detalhados quando fui ao
CRN.
Mas, quis fazer
esse pronunciamento respeitoso aos grupos que estão trabalhando. Sei que têm
boa vontade, mas o resultado não será bom, nem para a saúde das crianças, nem
para a saúde das mulheres, nem para a Saúde Pública.
Eu tenho outros
temas a tratar. Ainda tem tempo aqui? Estou vendo que tem um minuto. Não? Mas
eu volto, ou no Grande, ou no oitenta e dois.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Já passou um minuto, deputada.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Convidamos
agora o nobre deputado Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PP
- Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público que me acompanha aqui na Assembleia Legislativa, da tribuna,
hoje, nós tivemos, pela manhã, lá no batalhão da Rota, o Batalhão Tobias
Aguiar, na Avenida Tiradentes 440, onde servimos muito tempo, e há muito tempo.
Chegamos lá em
74; fizemos muita história naquele batalhão. E hoje foi a mudança do comando, o
coronel Almeida Araújo saiu, e entrou o coronel Mário. É óbvio que a gente vai
lá, tem contato com a tropa, e inclusive com a população, que gosta da Rota,
gosta da Polícia Militar e acompanha essas solenidades.
A gente fica
satisfeito com isso. Vários companheiros deputados estavam lá: Frederico
d'Avila, o Telhada, o Danilo Balas, o Mecca, o Coronel Nishikawa também esteve
lá, e pode haver algum outro que eu tenha esquecido. Mas, estávamos todos lá.
Não fomos
citados pelo secretário da Segurança, nem pelo comando. E eu acho que esta Casa
ultimamente anda meio caída, a figura do deputado. Vamos colocar que nós temos
três poderes: um é o Judiciário, o outro é o Executivo e o outro é o
Legislativo, que é este aqui, que faz as leis, que fiscaliza o Poder Executivo.
É a nossa função.
Também já fui
ao Palácio no dia do policial nota 10. O Mecca estava hoje lá. Até, inclusive,
protestando: policial nota 10, salário nota zero. Então, já fui também ao
Palácio, com o governador Doria.
Parece que o
Executivo está deixando um pouco a figura do deputado de lado. Estão esquecendo
que o deputado tem que votar aqui na Casa os seus projetos, que é interesse do
governo.
Porque na
política, a nova ou a velha, a política é uma só. Se o governo não tiver
maioria, ele não aprova nada. E, se não tiver maioria, também, acontece o que
está acontecendo com o Crivella lá no Rio de Janeiro: está prestes a ser
cassado. Porque no Brasil é assim. No Brasil é assim.
A gente sabe
que a dona Dilma foi cassada porque ela não conseguiu arrumar 30 deputados
tendo 40 ministérios. Veja como é ruim a Dilma. Conseguiu por o Lula na cadeia
ainda, a Dilma. Conseguiu enfiar o Lula.
Os caras não
gostam que falem, mas é verdade. Ela conseguiu. É o que eu já falei aqui: é a
criatura e o criador. Nunca deu certo, até agora. Volto atrás: estava nesta
Casa quando o Orestes Quércia era um grande governador, fez um grande governo.
E, como ele
mesmo falou: fali o Banespa, mas elegi o Fleury governador, um promotor público
colega meu da Polícia Militar. Mas, Fleury virou mais promotor público do que
governador. Porque foram fiscalizar o próprio Quércia, que acabou ali.
Depois, veio
mais uma criatura e o criador. Quando o Paulo Maluf, que tinha quase 90% de
aprovação como prefeito, da população de São Paulo, tinha que escolher um
sucessor. Escolheu o Celso Pitta, que nunca foi político, como o Fleury - nunca
foi vereador, nem deputado. Escolheu, também, o Pitta, que nunca foi político,
não é?
E a colocação
do Maluf: "Se ele não fizer um bom governo, não vota mais em mim. Tinha
vários candidatos aí: Reinaldo de Barros, Salim Curiati, e outros. Mas, foram a
escolha do Maluf. Também não se elegeu mais o Maluf.
Depois, nós
tivemos aí o problema do Lula também, que escolheu a Dilma. Até no mesmo
governo foi bom. No segundo, ela quis continuar presidente, e deu no que deu,
criatura e criador.
Na área do PSDB
também nós acompanhamos lá da Câmara Municipal. O Andrea Matarazzo era o candidato do PSDB,
queria ser candidato a prefeito. Queria. Geraldo Alckmin foi lá no bolso do
colete e falou: “Não, meu candidato é Doria, meu candidato é Doria”. E foi o
Doria.
Então, a gente
não sabe a história como ocorre, como se sucede. Só estou dizendo isso porque
eu acho que a figura do deputado deve ser mais reconhecida. Pequeno ou não,
qualquer projeto do governo, nesta Casa, tem que passar por esta Casa. Tem que
passar, e tem que ter aprovação dos deputados. E com velha ou nova política,
precisa de voto para aprovar qualquer projeto. Não resta a menor dúvida. Não
sei se esse é o caminho direto, o não reconhecimento, ou total desconhecimento
de todos os deputados, hoje, que estavam lá num palanque. Não por mim, já estou
meio antigo, mas a gente sente, como ouvi muita gente falar: “Pô, nem para
falar o nosso nome? Nem para falar o nome de quem está lá?” Pessoas da Polícia,
pessoas que comandaram o Batalhão, acabaram de comandar o batalhão, saíram há
pouco tempo de lá. É um negócio, realmente...
Fica aqui a
nossa indignação. Mas estamos acostumados com isso. Vi muitas vezes a Polícia
Militar formar guarda. O Zé Dirceu, quando eu cheguei aqui com o Zé Dirceu, eu
ficava na porta da espera esperando o comando me atender, mas o Zé Dirceu não.
A Erundina também, recebia medalha, punha a tropa em forma. A gente está
acostumado com isso, Coronel Telhada, infelizmente. Mas é assim mesmo.
Obrigado. Boa
sorte a todos.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre
deputado Conte Lopes.
E
convidamos mais uma vez o nobre deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
de volta a esta tribuna, acabei de fazer um pronunciamento, alguns minutos
atrás, falando do desmonte da Educação brasileira, dos ataques que estão
destruindo a nossa Educação, tanto a educação básica como também o ensino
superior.
Mas no meio de toda essa... todos esses
ataques, desse desmonte, eu gostaria aqui de registrar uma boa notícia na área
da Educação, que vem da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. A Defensoria
promoveu, nos dias 29 e 30, aqui na Assembleia Legislativa - que tem um posto,
tem um núcleo, uma espécie de um posto avançado da Defensoria Pública -, um
mutirão para conseguir vagas em creches na capital, até porque, hoje, a
educação infantil compõe a educação básica brasileira, e toda família tem o
direito de matricular uma criança de zero a quatro anos, numa creche, e de
quatro a cinco anos, numa pré-escola, ou seja, a educação infantil é um direito
também subjetivo de crianças, nessa faixa etária que eu citei. Só que a
Prefeitura de São Paulo não respeita isso. Nós temos milhares de crianças fora
das creches e das Emeis, da pré-escola. E a Defensoria Pública promoveu um
mutirão, aqui, e recebeu quase 100 pessoas. Vieram 100 famílias, estiveram
presentes na Assembleia Legislativa, na Defensoria Pública, para reivindicar um
direito constitucional, um direito fundamental.
Então, parabéns, Defensoria Pública.
Parabéns, Dr. Rafael, que coordena aqui o núcleo da Assembleia Legislativa.
Mas,
voltando ao assunto que eu estava falando, Sr. Presidente, na minha primeira
intervenção, dos ataques à Educação, falei aqui das férias dos professores, que
foram repartidas em quatro vezes: uma semana no mês de abril; 15 dias no mês de
julho; mais sete dias, uma semana, no mês de outubro; e 30 dias entre dezembro
e janeiro. Isso é um atentado contra a Educação, contra os professores, contra
os nossos alunos, porque isso vai prejudicar, por exemplo, acúmulo de cargo;
professores trabalham nas duas redes de ensino. O professor ganha tão mal na
rede estadual, que ele é obrigado a trabalhar também em outras redes de ensino,
na rede particular, na rede municipal, que não seguem o calendário estadual. E
mesmo famílias. Existem famílias que têm um filho matriculado no segundo ano do
ensino fundamental da Prefeitura, e o outro filho que está matriculado no
ensino médio da rede estadual. Então, é um projeto, uma proposta nefasta para a
Educação.
Falei também
ainda dos anúncios feitos pelo presidente Bolsonaro e pelo seu ministro da
Educação em relação à retirada das disciplinas de Filosofia e Sociologia do
currículo escolar. Isso já aconteceu no Brasil no governo militar, quando houve
o golpe empresarial-militar no Brasil. A mesma coisa aconteceu. O Fernando
Henrique Cardoso dificultou a introdução dessas duas disciplinas no currículo
escolar e o Temer tentou retirá-las também, na reforma do Ensino Médio. Essa
história é velha e nós já conhecemos.
Agora, o
governo Bolsonaro ameaça retirar as duas disciplinas. Vai ser difícil, porque
ele vai ter que aprovar um projeto de lei na Câmara dos Deputados, no Senado
Federal, no Congresso. Vai ter que alterar a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
Também anunciou
o corte de 30% nos orçamentos das universidades federais. Isso vai inviabilizar
o ensino, a pesquisa e a extensão em nossas universidades federais.
Falei também do
comportamento nefasto e perverso do governo federal de estimular a gravação das
aulas dos professores, na verdade, para intimidar o trabalho de professores e
professoras no Brasil. Citei aqui o caso de uma militante do PSL, que inclusive
foi candidata a deputada, que faz parte do diretório do PSL. Foi no cursinho
pré-vestibular: ela gravou a fala de uma professora e esse vídeo foi
repercutido pelo presidente em suas redes sociais, jogando, logicamente, a
população contra a professora, contra todos os professores do Brasil.
Por fim, Sr.
Presidente, só para concluir a minha intervenção, registro ainda a minha
indignação com essa fala do presidente de tentar retirar o título de patrono da
Educação do grande educador Paulo Freire. Paulo Freire foi um dos maiores
educadores do mundo, do planeta, reconhecido internacionalmente. Já foi
aprovado um projeto de lei, já é lei, ele é patrono da Educação brasileira
desde 2013.
O Governo tem
medo do Paulo Freire. O Paulo Freire ameaça, porque ele tem uma filosofia de
educação libertadora, emancipadora, libertária, e isso assusta qualquer
governo, sobretudo governos autoritários que não têm compromisso com a
democracia e com a formação crítica dos nossos alunos. Por isso, querem tirar
dele o título de patrono da Educação nacional.
Então, quero
manifestar mais uma vez nosso total repúdio a esses anúncios feitos pelo
presidente e pelo seu ministro, ao corte de 30% do orçamento das universidades
federais, ao estímulo para que haja censura e mordaça nas escolas, perseguição
aos professores.
Por fim, Sr.
Presidente, essa notícia que saiu hoje na imprensa: de 2014 a 2018 houve uma
redução do investimento em Educação de 56%. Perdemos nesse período mais de
quatro bilhões de reais na área da Educação. Então, é inconcebível o que está
acontecendo, esse desmonte, esse ataque à Educação brasileira.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
nobre deputado. Convidamos agora a nobre deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Srs. Deputados, público
presente. Cumprimento também as assessorias do lado direito e do lado esquerdo,
assim como também cumprimento o presidente e os componentes da Mesa.
Faço a fala
neste momento um pouco... O deputado Giannazi estava comigo na Comissão de
Educação na última terça-feira. Agradeço, deputado, a atitude que o senhor teve
de recolocar a pauta com o pedido de vistas conjunto. Isso de certa forma
recoloca a discussão do Plano Estadual de Educação, mas quero lamentar muito,
mas muito mesmo, deputado - não o senhor.
Eu
acho que as questões que estão envolvendo a Comissão de Educação estão tomando
dimensões que na minha opinião não poderiam ser tomadas por esta Casa e me
dirijo à deputada Janaina Paschoal. Eu pergunto para a senhora, deputada. Num
estado que tem dois milhões de desempregados; num estado em que nós temos que
conjuntamente resolver o problema da Saúde, da Educação; num estado em que a
infraestrutura das escolas...
Eu
não tenho nem palavras para descrever. A gente entra numa escola e vê os fios
desencapados e o risco de uma criança ser morta, eletrocutada ali porque,
enfim, a infraestrutura está muito ruim nas escolas públicas estaduais. Um
estado em que foi palco de violência, a tragédia de Suzano está aí para
explicitar na escola.
Deputada
Janaina, a senhora se preocupar com a presidenta da Apeoesp não é algo fora do
controle da senhora? A senhora tem algum controle sobre o estatuto da Apeoesp?
Eu pediria mais ainda que isso. Pediria que a senhora lesse - e deve ter lido
já - a Constituição do Estado de São Paulo. Está claro quem pode e quem não
pode ser deputado. É nesta condição que sou e continuo presidenta da Apeoesp,
porque não colide uma coisa com a outra. Eu não sou público-público. Eu sou
público e disso eu já me desincompatibilizei, que é a escola pública estadual
onde eu dava aula, mas o sindicato não colide. Nós temos aqui o Claudinho
Fonseca que é vereador e é presidente do Sinpeem.
O
Paulinho da Força até pouco tempo era deputado federal e presidente lá da Força
Sindical. Não estou entendendo. Eu gostaria que a senhora explicasse melhor
essa preocupação com a Apeoesp. Isso até me deixa lisonjeada. A Apeoesp é um
instrumento de luta muito forte mesmo, não é, deputado Giannazi?
Quando
é um instrumento de luta forte aí a gente quer usar golpe, tipo o que foi dado
na presidenta Dilma. Mas lá não lá, lá na Apeoesp a senhora não tem como dar
golpe. Ali, quem dirige, deputada, são os professores, os professores elegem
seus dirigentes. Eu fui eleita quatro vezes acima de 50% dos votos e lá tem o
estatuto da proporcionalidade.
Não
é só uma corrente que dirige aquilo. Aquilo lá é dirigido por três ou quatro
correntes políticas. É um exemplo de democracia. Então, eu quero dizer para a
senhora que eu estou muito à vontade, mas muito à vontade para que a senhora
entre na Justiça contra mim porque eu vou fazer a minha defesa com muita
tranquilidade.
Aliás,
eu já estou buscando um parecerista de porte. Quem sabe a senhora se convence
de que não pode se meter com a Apeoesp. A senhora aguarde eu terminar de falar,
por favor. Eu não vou dar aparte.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - É que a senhora pediu para eu me
explicar. Me concede um aparte?
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - A senhora fala depois.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS -
PRB - Deputada
Janaina, não cabe aparte neste momento, a senhora é a próxima a falar. A
senhora vai poder falar daqui a pouco.
A SRA.
JANAINA PASCHOAL - PSL - Pois não.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT -
Então, desta forma eu lamento porque no Colégio de
Líderes em vez de fazer o debate do Plano Estadual de Educação, de um monte de
coisa, se preocupou com a presidenta da Apeoesp. Isso é lamentável.
Muito
obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre
deputada Professora Bebel. Convidamos agora a nobre deputada Janaina Paschoal.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Olha, Sr.
Presidente, muito me admira a fala da deputada Bebel, porque ela é professora
de português. Em nenhum momento eu questionei a presidência da Apeoesp, de
maneira nenhuma. Nem naquela sessão pública que ficou registrada na TV Alesp,
nem na sala do Colégio de Líderes, em nenhum momento, Excelência. Eu questionei
V. Exa. ser presidente da Apeoesp.
O
que eu questionei, e falei de maneira muito clara, e V. Exa., como professora
de português, deve ter compreendido, é que não é possível que a presidente da
Comissão de Educação instrumentalize esta mesma comissão para o seu sindicato,
inclusive colocando em pastinhas com a marca CUT para distribuir para todos os
membros. Foi isso que eu disse, Excelência, e reitero.
A
Comissão de Educação é um órgão da Casa. Para que bem trabalhe, é necessário
ter alguma imparcialidade, alguma neutralidade, respeito à democracia. Quando
V. Exa. traz um encarte com a capa CUT e distribui, acreditando... Apeoesp CUT, pode pegar, eu mostrei, ficou
registrado.
Então,
Excelência, V. Exa. quer aparecer. Desculpa, não tem outra explicação, porque
em nenhum momento eu falei que quereria intervir na Apeoesp. Vossa Excelência
levou essa notícia distorcida para o seu público, V. Exa. utilizou a frase
aqui, que eu vou tomar de V. Exa., então não quero ofender ninguém: “aquilo
lá”. Vossa Excelência falou aqui “aquilo lá” se referindo à Apeoesp.
Depois
do que o seu público fez na terça-feira nesta Casa, eu realmente compreendo que
V. Exa. fale “aquilo lá”, porque 50 pessoas da Apeoesp vieram a esta Casa na
terça-feira, com o conhecimento de V. Exa., porque V. Exa. estava na Casa, e
ficaram gritando aqui. É inconcebível que professores, educadores possam ter
aquele comportamento. Saíram daqui gritando.
Eu
estava aqui conversando depois da nossa reunião, e eles gritando “vai para o
gabinete que eu quero esfregar um papel na sua cara”. Isso eu ouvi de professores
liderados por Vossa Excelência. É isso que V. Exa. ensina, é esse o exemplo de
Vossa Excelência. Então esses mesmos educadores foram ao meu gabinete
constranger os meus funcionários, que não têm filiação partidária, que são
técnicos, que foram convidados para trabalhar porque são mestres e doutores
pela USP, porque não têm envolvimento nenhum com política, porque são bons
técnicos. Eles foram humilhados.
Os
professores - que se dizem professores -, liderados por V. Exa., destrataram um
funcionário meu por ele ser agente de Segurança, disseram que com agente de
Segurança eles não falariam. Filmaram e fotografaram, tentaram invadir o
gabinete de maneira violenta. Nós precisamos chamar a polícia para conter os
educadores liderados por Vossa Excelência. Esse é o exemplo de V. Exa.,
desculpa, por isso que é necessário fazer uma reforma significativa na
Educação. A Educação foi tomada por sindicalistas, sem generalizações, no nível
de V. Exa., que não consegue compreender uma frase.
Então
eu reitero: a Apeoesp, “aquilo lá”, pode ser presidido pelo que os seus membros
decidirem, agora a Comissão de Educação não será instrumentalizada por V. Exa.,
e tenho dito.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - O próximo orador
inscrito é o deputado Carlos Giannazi.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT -
Sr.
Presidente, peço a palavra para fazer uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - É regimental. Tem V.
Exa. o tempo regimental de dois minutos.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu sou professora de português e das
boas, viu, deputada Janaina Paschoal? Eu tenho dúvidas sobre se a senhora é
jurista das boas, essa é a minha dúvida também. Se é para botar dúvida em
questão de qualificação, vamos lá. Eu não sei de ato de violência. As
pessoas foram lá e entregaram um panfletinho de que eles discordam que a
senhora fique falando da Apeoesp, sendo que é um assunto que diz respeito à
Apeoesp.
A
senhora questionou a Presidência, sim. Ou eu estou enganada? Foi falado aqui
publicamente que eu não poderia presidir a Apeoesp e, ao mesmo tempo, ser
deputada e estar presidindo a Comissão de Educação. A senhora questionou,
deputada. A senhora fez esse questionamento. Vamos pegar as fitas. A senhora e
o deputado Douglas Garcia questionaram. Se isso aconteceu, aconteceu. Não
retiro uma linha.
Agora,
não venha rebaixar o nível da Apeoesp, não. A Apeoesp é interlocutora dessa
categoria. Ela tem dirigentes muito bem formados. Eu não sou de baixar
currículo, mas eu não sou também qualquer presidente. É bom que a senhora saiba
que, além da minha formação inicial, eu também tenho mestrado. Eu fui
membro duas vezes, deputada, do Conselho Nacional de Educação.
Então,
acho que respeito é bom entre nós. A senhora não tente me colocar para baixo,
não. Não venha dizer questão de professor de português, porque se for para
questionar, eu a questiono como jurista. E aí? Eu não acho a senhora tudo
isso. Simples assim. Eu também bato os ombros para a senhora. A senhora
não foi lá e botou para baixo as coisas? Eu quero dizer que eu também não estou
me preocupando se a senhora é boa ou ruim, mas não se intrometa com a Apeoesp.
Lá, nós damos conta.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, ontem nós participamos de vários atos aqui em São Paulo de luta
contra o desmonte do Estado, contra a retirada de direitos dos trabalhadores,
direitos previdenciários, direitos trabalhistas, direitos sociais.
Teve um
grande ato no Anhangabaú, com praticamente todas as entidades sindicais. Todas
as centrais sindicais estavam unidas para fazer essa luta. Hoje há uma
unificação do movimento sindical contra a reforma da Previdência.
Ocorreram
outros atos também em outras regiões do Estado, do Brasil, na periferia de São
Paulo. A deputada Bebel participou. Eu a vi ontem. Não deu para a gente
conversar, mas eu vi que V. Exa. estava chegando - eu estava saindo - àquele
grande ato. Um ato importante, principalmente um ato contra a reforma da
Previdência ou contra a deforma da Previdência, contra o desmonte da
Previdência Social, contra a PEC 6, a PEC da morte.
Nós já
tivemos uma PEC da morte, que foi aprovada. Eu me refiro à Emenda
Constitucional nº 95, que já foi aprovada no governo Temer, que congelou os
investimentos nas áreas sociais por 20 anos.
Agora
vem uma segunda PEC da morte, que acaba com a Previdência Social, acaba com a possibilidade
da aposentadoria no Brasil. Essa PEC, se ela for aprovada, ninguém mais se
aposenta no Brasil.
Na área
em que nós atuamos, que é a área da Educação, os prejuízos serão
imensos. Nós conquistamos com muita luta, com muito suor a aposentadoria especial,
que está escrita na Constituição Federal. Ela será minada, ela vai desaparecer
se a PEC 6 for aprovada, porque se hoje uma professora se aposenta com 50 anos
de idade, 25 anos de contribuição e se aposenta com a integralidade do seu
salário, na proposta do Bolsonaro, na PEC 6, a PEC da morte, a professora vai
se aposentar com 60 anos de idade, ou seja, ela trabalhará dez anos a mais, e
para que ela tenha integralidade, ela vai trabalhar 40 anos, não mais 25 anos.
É um
atentado contra o Magistério, contra a aposentadoria especial, contra o
trabalhador rural, contra os deficientes. Ou seja, é uma reforma da Previdência
que ataca os mais fracos, os mais pobres, as pessoas que já estão
desfavorecidas na nossa sociedade.
Tudo
isso porque não há muito tempo para debater com profundidade essa proposta da
PEC 6, tudo isso para beneficiar os rentistas, os especuladores da dívida
pública, banqueiros nacionais e internacionais e ainda mais as empresas
privadas de Previdência. O dinheiro público da Previdência, nós temos lá um fundo bilionário, que é um
fundo público, um fundo dos trabalhadores. Ele será transferido para esses
setores.
Então, não tem
reforma da Previdência; tem, sim, destruição da Previdência Social. Sem contar,
ainda, que o projeto traz também, em um de seus artigos, a capitalização, que é
uma proposta mortal para a Previdência e para a seguridade social. Então, por
esse e por outros motivos, nós estamos nos manifestando contra, as nossas
bancadas de oposição no Congresso Nacional estão fazendo oposição nas comissões
permanentes. Enfim, no Brasil, hoje, há um movimento de rua e no Congresso
Nacional também.
E quero fazer
coro, antes de encerrar o meu tempo, Sr. Presidente, com a deputada Professora
Bebel em relação à Apeoesp. A Apeoesp é um instrumento importante de luta dos
profissionais da Educação, do Magistério. É o principal sindicato da Educação
hoje no Brasil, que leva as lutas em defesa da categoria. E a Apeoesp tem a
legitimidade, sim, para estar presente aqui na Assembleia Legislativa, porque
ela é um instrumento, deputada Janaina... Eu vi que V. Exa. estava fazendo o
debate com a Professora Bebel. Eu quero defender aqui a Apeoesp.
É um
instrumento importante de luta dos trabalhadores, um instrumento que foi
construído coletivamente pelos professores do estado de São Paulo, professores
que lutam através da entidade para que nós tenhamos um piso nacional salarial
que não existe aqui ainda. Professora Bebel, a Apeoesp ganhou a ação no TJ, mas
a ação foi congelada pelo Supremo Tribunal Federal. Então, o estado mais rico
da federação, deputada Janaina, não paga o piso nacional salarial, que é de
apenas R$ 2.557,00. É uma vergonha total.
A Apeoesp tem
várias lutas que nós defendemos; uma entidade séria. Eu diria que é a principal
entidade hoje, no Brasil, na luta em defesa do Magistério. E a deputada Bebel é
a presidente eleita pela categoria.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu quero deixar claro. Parece que realmente está havendo um
problema de compreensão nesta Casa, um problema de cognição. Por óbvio, a
Apeoesp tem direito de defender suas causas, suas pautas, fazer suas
requisições, eu concorde ou não com elas. Defender os trabalhadores que
representa. Mas não tem o direito de entrar aos berros aqui, de dizer que quer
esfregar um papel na minha cara, de invadir o gabinete e maltratar
trabalhadores. Os assessores nesta Casa não são trabalhadores respeitáveis? São
trabalhadores. Duas das minhas assessoras entraram em pânico. Eu precisei
acionar a polícia da Casa.
Então, direito
é uma coisa. Constrangimento, agressividade - isso não pode. Eu precisei
acionar a polícia da Casa, porque eram dezenas de pessoas constrangendo os meus
funcionários. Inclusive, começaram a gritar que o gabinete estava vazio.
Fizeram um levantamento do nome das pessoas, quando constataram - e ficaram
chocados - que eu só tenho sete assessores. E todos trabalham todos os dias, o
dia inteiro. Humilharam os meus funcionários. Olharam para um deles e disseram:
“você é apenas um agente de segurança”. Que educadores são esses? Que
professores são esses? Que valores morais são esses?
Então, não vão
fazer baderna aqui dentro. Não vão constranger. Vossa Excelência está rindo
porque V. Exa. mudou o comportamento assim que ganhou a presidência da Comissão
de Saúde. Estava educada, boazinha, porque queria apoio. Mas V. Exa. não me
engana, como o partido de V. Exa. não me engana. Vossa Excelência continue na
Apeoesp fazendo o seu trabalho. Se cometerem crime aqui, a polícia vai agir. E
V. Exa., se quiser instrumentalizar a Comissão de Educação, nós vamos para o
Ministério Público sim. Se V. Exa. quer aparecer em cima de mim, o problema é
de V. Exa., mas os funcionários nesta Casa serão respeitados.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Sr.
Presidente, pela palavra.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Só um
minutinho, nobre deputada. Nós, nesse momento, esgotamos o tempo do Pequeno
Expediente e vamos entrar agora no Grande Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - A senhora quer
a palavra para uma?
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Para falar pelo
Art. 81.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Nobre deputada,
nós temos uma lista de oradores inscritos, inclusive, a senhora está prestes a
falar. Então, eu pediria a V. Exa. que respeitássemos essa lista.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Então, quero fazer uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Uma comunicação, tem
Vossa Excelência.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada. Eu
conversei com as pessoas, depois que saíram do gabinete da deputada Janaina. É
praxe - mas é praxe - protocolar documentos. É uma inverdade dizer que o grupo
que ali estava invadiu. Não, eles diziam que queriam falar com a deputada
Janaina. Foi isso que eles me relataram, e protocolaram um documentinho que
deixaram lá para ela, e foram até a minha sala.
Agora,
esta Casa, deputada, sempre teve professores, e vai ter mais. Ontem havia
pouco, a senhora falou em 50? Nós vamos encher essa bancada, porque a gente
quer ver o posicionamento. E eu não fiquei boazinha para ser eleita presidenta
da Comissão da Educação, não. Não, deputada. Eu tenho muita personalidade. Sou
marcada pela minha personalidade.
Não
quero me aparecer em cima da senhora. Eu não preciso, eu já tenho a Apeoesp, o
maior sindicato da América Latina. O que mais eu preciso para aparecer,
deputada? Mais nada. Eu não precisava nem ser eleita deputada, eu já aparecia
deputada. Antes de ser deputada estadual, eu já era, eu já tinha nome.
Então,
não se preocupe, porque, sem dúvida nenhuma, eu não quero crescer em cima da
senhora, até porque tenho muito pouco o que crescer em cima da senhora. Se
tiver que crescer, quero crescer com um companheiro como o deputado Carlos
Giannazi, com os meus companheiros da bancada. Vou crescer com eles, deputada,
e não com um partido que dá golpe em presidentes, por exemplo.
Não
aceito isso.
O
SR. DELEGADO BRUNO LIMA - PSL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Eu vou dar mais uma
comunicação, pela ordem. Depois eu gostaria de...
O
SR. DELEGADO BRUNO LIMA - PSL - Uma comunicação,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Sim, só um minutinho.
Eu gostaria de entrar, então, no Grande Expediente. Nós temos aqui vários
oradores inscritos, mas tem V. Exa. dois minutos para uma comunicação, Delegado
Bruno Lima
O SR. DELEGADO BRUNO LIMA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu vou ser bem
breve. Terça-feira eu estava na Casa e fiquei perplexo com o que a minha colega
de bancada me noticiou. A nobre deputada Bebel falou que vai ter vários
professores no interior da Casa. Nós ficamos muito felizes.
Na
proporção de baderneiros que entrarem dentro desta Casa, vai ter proporção de
policiais para lutar contra baderna. Ninguém aguenta meliante em gabinete de
deputada, ameaçando. Vá ao meu gabinete, 1108. Peça para o seu pessoal ir ao
meu gabinete para ver o que vai acontecer. Tentem encostar um dedo em alguém da
nossa bancada. Tentem amedrontar alguém da nossa bancada, e a resposta vai ser
direta e imediata, se for preciso repelir na violência que a Janaina quase
sofreu.
É
fácil ir à doutora advogada. Vá até o meu gabinete. Fica o convite para todos
os seus amiguinhos. Passem no meu gabinete, 1108, passem no gabinete dos
policiais militares para vocês verem o que vai acontecer. Nós não somos
violentos. Não toleramos violência. Só que, se for preciso, para defender
qualquer um dos deputados desta Casa, nós vamos utilizar de violência, sim,
dentro da nossa legítima defesa, dentro da nossa integridade física e da nossa
colega.
Então,
toda vez que 50 professores vierem, serão bem-vindos, desde que educadamente.
Se forem fazer algazarra, vai ter 150 policias para fazer a nossa segurança.
Está bem? É só isso que eu queria falar, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Convidamos, então, o
nobre deputado Sargento Neri. (Pausa.) Nobre deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Nobre
deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Nobre
deputada Erica Malunguinho. (Pausa.) Nobre deputada Janaina Paschoal. Desiste
da Palavra. Para uma comunicação, nobre deputado Tenente Coimbra.
O
SR. TENENTE COIMBRA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Só reiterando o
que o deputado Bruno acabou de colocar, convido a todos que vierem a também
visitar o meu gabinete, assim como os dos policiais civis e militares. Já está
na hora de esta Casa ter um controle de acesso.
A Câmara Municipal tem
um controle de acesso. A Câmara Federal tem um controle de acesso, e aqui é uma
baderna, entra quem quer, ninguém é registrado, ninguém é catalogado, não tem
uma câmera, não tem um detector de metal. Até quando essas ações desordeiras
vão continuar, podendo vir a se tornar até um crime? Porque a gente não sabe
quem está entrando, não sabe o que está portando.
Então, precisamos sim desse controle de
acesso e reforço o meu convite. Se tiver que invadir gabinete de alguém do PSL,
pode procurar o meu.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre
deputado.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Pela ordem.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - Para pedir uma cessão
do tempo do deputado Paulo Fiorilo, como líder da bancada, no Grande
Expediente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - O nome do deputado não chegou aqui ainda. Assim que
chegar, na Mesa, V. Exa. terá o tempo então. Convidamos agora o nobre deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Frederico d'Avila. (Pausa.) Nobre
deputado Paulo Fiorilo. Por cessão de tempo, nobre deputado Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
Gilmaci Santos, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, primeiro, eu acho que querer
ameaçar deputados e deputadas aqui não tem cabimento. Tenho certeza, e falei
para a deputada Valeria e para a deputada Janaina, na terça-feira, que a
deputada Bebel jamais mandou fazer isso. Eu conheço a professora Bebel.
As pessoas
podem ter ido lá por livre iniciativa, mas a deputada Bebel jamais vai mandar
fazer isso com qualquer deputado ou deputada. Eu tenho recebido aqui, deputada
Janaina, Delegado Bruno, mas o deputado do PSL que falou agora, o jovem
deputado... Ninguém aqui vai ameaçar deputados
e deputadas, ninguém vai em gabinete ameaçar ninguém.
É que a Casa...
A gente tem que entender o processo de democracia que nós vivemos. Se vocês não
entendem isso, vocês precisam estudar e entender. A democracia no Brasil é por
representação. Cada um de nós aqui fomos eleitos representando um segmento.
O Carlão, por
exemplo, é um empresário do agronegócio, tem um pessoal do agronegócio que
apoia ele. A deputada Janaina é uma jurista, então, ela milita no meio
jurídico, seus seguidores, que, com certeza, a elegeram. Isso vale para
delegados, para majores, para delegadas.
Eu sou
sindicalista na minha origem. Então, eu milito lá no meio, e aqui nós temos o
encontro de vários conflitos, mas olha o respeito com que a gente trata o outro
aqui nesta Casa, que é muito importante. Então, eu estou aqui defendendo a
presidenta da Apeoesp, que tem 230 mil trabalhadores na área da Educação no estado de São Paulo, e
tenho certeza e confio muito na Bebel, porque eu liguei para ela, Janaina. Ela
falou “Barba, deputado, líder, eu não mandei fazer isso e jamais vou mandar
fazer”.
Nossos
enfrentamentos serão aqui no plenário. Agora, a Casa em que nós vivemos é uma
Casa onde nós representamos o povo, e o povo tem o direito de vir aqui e ir em
cada gabinete nos cobrar. É lógico que nós vamos exigir que esse povo nos
respeite. Lógico que nós vamos exigir isso, mas aqui, se for uma turma do PSL
no meu gabinete, eu não vou acusar a deputada Janaina, nem o deputado Gil
Diniz.
Como aqui no
plenário, na semana passada, uma pessoa que me xingou. Não estou preocupado.
Por quê? Porque aquela pessoa que estava no plenário me xingando, eu sei que
jamais eu representaria ele, e que ele jamais votaria em mim. Isso não me
preocupa.
Tem um artigo
nesta Casa, no Regimento Interno, que eu sou contrário, que é o Art. 280, que
diz que quando o povo tiver no plenário e um deputado estiver falando, ele não
pode se manifestar. Não pode se manifestar enquanto o deputado estiver falando.
Na hora que o deputado acabar sua fala, o povo tem todo direito de vaiar. Eu
não tenho medo de vaias. O povo tem o direito de aplaudir. Isso faz parte da
democracia.
Democracia
representativa é isso. Então, quero combater aqui essa ideia de que a
professora Bebel... Bebel, eu confio plenamente em você. É uma deputada de
respeito, e nós jamais, deputada Janaina, vamos instrumentalizar a Comissão de
Educação, ou qualquer comissão. Agora,
qualquer categoria organizada de trabalhadores e trabalhadoras tem o direito de
ir às Comissões e levar seus pleitos. Isso aqui nós precisamos entender. A
democracia é isso, gente. A democracia tem conflitos, mas ainda é o melhor
instrumento que existe para organizar uma sociedade. Ainda é o melhor instrumento
que existe. Não acredito no totalitarismo, nem no autoritarismo. Nem de
esquerda. E eu sou de esquerda.
O meu partido
entrou numa luta institucional. Se quisesse, poderia fazer luta armada. Não,
abrimos mão de fazer luta armada e fomos para uma luta institucional, que é a
luta de disputar os mecanismos de democracia que existem nos municípios, no
estado e na nação. Por isso concorremos a todas as eleições, disputamos todas
as eleições.
Então, para
deixar claro de vez: aqui tem uma disputa entre nós e o PSL. E vai fazer parte
da nossa história, essa disputa. Não adianta. Eu falo que o PSL é um partido de
direita. Algumas pessoas do PSL já reclamaram comigo: “Eu não sou tão à direita
quanto o senhor está falando”. Tem uns que são mais à direita, outros que são
menos. Faz parte da nossa disputa aqui. Então eu queria deixar registrada essa
posição.
Tenho certeza,
deputada Janaina, tenho um conflito muito grande e uma divergência profunda.
Não vou debater ela hoje, ainda. Em algum momento, vamos debatê-la. Vamos
debatê-la com esse respeito que estou exigindo de todos nós, deputados e
deputadas.
Não adianta um
deputado ao microfone: “Vai no meu que eu quero ver”. Não é isso que vamos
fazer, gente. Não vamos fazer isso, não precisamos disso. Somos adultos,
pessoas responsáveis. E quem nos elegeu, nos elegeu acreditando em cada um de
nós, com a responsabilidade que votaram em nós, é porque acreditam na gente.
Então essa é a primeira coisa.
A segunda
coisa, é parabenizar os trabalhadores e as trabalhadoras da Ford e o Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC que, em função do anúncio do fechamento da Ford, estão
há um mês negociando. Na terça-feira resolveu a primeira parte do acordo, que é
um acordo financeiro do encerramento das operações da Ford. Teve um acordo financeiro
de um PDV que vai de 110 mil reais até 550 mil reais para cada trabalhador e
para cada trabalhadora, a depender do tempo de casa.
Entra numa
segunda fase da negociação, que é a negociação do investidor que vai investir
lá, que vai comprar. Para ver quantos trabalhadores e trabalhadoras a gente
consegue aproveitar.
E, por último,
quero parabenizar as centrais sindicais. As 10 centrais sindicais, ontem,
fizeram um ato grande, neste País, pelo país afora, contra a maldita reforma da
Previdência.
Quero chamar a
atenção de vocês, deputados e deputadas do PSL. A fonte de financiamento da
Previdência, hoje, são sete fontes de receita. Uma sou eu, empregado, que pago
uma parte. E o empregador paga outra. São duas fontes de receita.
Tem mais três
fontes de receita. Uma é o Pis-Pasep, que já existia lá no início da década de
70. Mais a Cofins, que foi criada com esse objetivo, para financiar a
Previdência. Mais a contribuição social sobre o lucro líquido. São essas outras
três fontes de receita.
E tem mais duas
fontes de receita da Previdência. Que é o imposto cobrado sobre jogos de
prognósticos. Sobre todas as loterias deste País, 18% de todas as loterias vai
para financiar a Previdência. E mais impostos sobre produtos e serviços
importados.
Então são essas
sete fontes de receita. E o que propõe a reforma do Paulo Guedes, do banqueiro?
Botaram um banqueiro para cuidar da vida dos trabalhadores. E vale para os dois
regimes. Vale para o regime próprio dos servidores públicos - dos militares é
outro regime - e vale para o regime geral de Previdência Social. A proposta
dele acaba com essas fontes de financiamento. Cria só uma fonte, chamada
capitalização.
O que é a
capitalização? Se hoje eu fosse um jovem de 45 anos de idade, entrasse no
mercado de trabalho e trabalhasse por 20 anos consecutivos, eu teria uma conta
própria minha, da Previdência, onde eu vou depositando, mês a mês, para poder
financiar eu no futuro.
Essas outras
sete receitas que citei, elas acabam. Acaba com o sistema de solidariedade e
acaba com o sistema de repartição. Então, no final dos 65 anos, eu tive 20 anos
de contribuição e o direito de me aposentar. Aí tem uma expectativa de vida,
que eu vá viver até os 78 anos. Então, teria 13 anos vezes 12 meses, dá 156
meses. Se eu recolhi - como eu próprio estou financiando a minha previdência -
200 mil reais, são 200 mil reais divididos por 156 meses, o que dá algo em
torno de 1.210 reais por mês. Durante 156 meses eu vou receber isso; estão
prevendo que eu vou viver só até 78 anos. Mas se eu passar dos 78 eu não tenho
mais previdência para receber. Isso o Paulo Guedes não explica. Isso o
Bolsonaro não explica. E foi o que aconteceu no Chile. Esse é o mesmo modelo de
capitalização do Chile, onde os idosos estão se suicidando, porque superou a expectativa
de vida, ou os idosos estão indo morar na rua porque não têm o regime de
previdência que nós temos no Brasil.
Aqui no Brasil,
por exemplo, deputado Conte Lopes, principalmente no estado de São Paulo e nas
cidades do interior, é difícil você ver um idoso andando na rua, pedindo alguma
coisa na esquina, porque ele tem, minimamente, o um salário mínimo de
aposentadoria que garante para ele um sustento, que não é muita coisa. São 998
reais, mas tira esse idoso da rua e ele consegue viver com algum mínimo de
dignidade.
A proposta de
Reforma da Previdência que eu vou debater pedaço por pedaço nesta Casa, falando
contra ela, vou lutar contra ela, eu vou debater aqui neste plenário no nosso
dia a dia aqui, e mostrando o equívoco que tem. Na verdade, o que o Bolsonaro e
o Paulo Guedes querem fazer é acabar com Previdência Pública para os idosos e
para os mais pobres deste País. Dos 32 milhões de aposentados que tem hoje,
deputado Conte Lopes, 53% já são aposentados por idade: 65 anos, o homem na
cidade, 60 anos, a mulher na cidade, 60 anos, o homem no campo, 55 anos, a
mulher no campo.
Esses 53%
representam 16 milhões e 700 mil aposentados. Eles ganham um salário mínimo.
Estão falando que querem acabar com o privilégio desse povo. Esse povo é
privilegiado, ganha um salário mínimo. Como é que pode num país alguém ganhar
um salário mínimo e falar que está sendo privilegiado?
Para encerrar,
Sr. Presidente, agradecendo desde já a tolerância, para encerrar esse debate da
previdência, nós vamos fazer desta tribuna, e eu quero desafiar todos os
deputados e deputadas de todos os partidos, a gente fazer esse debate de quem é
a favor e quem é contra a reforma da previdência. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Eu vou dar a
palavra a V. Exa., antes porém, quero convidar para já ocupar a tribuna, no
Grande Expediente, o deputado Gil Diniz.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Com
anuência do orador, eu gostaria de fazer uma comunicação, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem V. Exa. o
tempo regimental.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL – PARA
COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente.
Sr. Presidente,
eu gostaria de coadunar com as palavras dos meus colegas aqui da bancada do
PSL. É um verdadeiro absurdo esse incentivo à violência contra parlamentares,
contra políticos eleitos pelo povo, representantes do povo que vieram para esta
Casa para trabalhar pela população do estado de São Paulo. É uma verdadeira
demonstração de intolerância, uma verdadeira demonstração de incapacidade de
viver numa democracia o que aconteceu durante uma audiência pública aqui na
Assembleia Legislativa contra a Reforma da Previdência. Aliás, eu nunca vi uma
audiência pública contra qualquer tipo de projeto. Você não chama uma audiência
pública para ser contra projeto “x” ou “y”. Você chama uma audiência pública
para saber qual é a opinião da população a respeito desse projeto. E o
incentivo à violência a parlamentares, principalmente de direita nesta Casa, é
um absurdo que não se pode deixar passar batido.
É uma
hipocrisia, Sr. Presidente. Esse povo que tanto prega tolerância, que tanto
fala que o pessoal que é do Bolsonaro, que é de direita, que é conservador, são
pessoas que defendem o ódio, que têm o discurso de ódio, que defendem a
violência quando eles mesmos fazem esse incentivo.
Então, para
ficar registrado aqui o meu repúdio a essas pessoas que, é claro, têm o meu
total apoio, caso a bancada do PSL venha representar. Sr. Presidente, que nós
consigamos viver em uma Casa onde o debate seja, acima de qualquer outra coisa,
prioridade, e não esse incentivo à invasão de gabinetes como tem sido feito.
Alguns partidos políticos acham que aqui os nossos gabinetes são como as
propriedades privadas que os terroristas do MTST e MST invadem. Não; aqui não é
desse jeito, não. Aqui tem ordem e isso é para ser cumprido. Aqui não é o
diretório de nenhum partido de esquerda para eles atuarem da forma que melhor
entender. Aqui é a Assembleia Legislativa do estado de São Paulo. E agora nós
temos, sim, uma bancada de conservadores que defendem a lei e a ordem. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra
o nobre deputado Gil Diniz.
A
SRA. LETICIA AGUIAR - PSL - Pela ordem. Com a
anuência do nosso orador, nosso líder, uma breve comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Vossa
Excelência tem o tempo regimental.
A
SRA. LETICIA AGUIAR - PSL
- PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria de deixar registrado aqui, hoje, aos nossos
amigos da Polícia Civil: recentemente, eu estive visitando algumas delegacias
da Polícia Civil na região do Vale do Paraíba, e a gente sempre ouvia falar da
dificuldade que os policiais civis têm de estrutura de trabalho.
Mas, quando nós
fomos “in loco” conhecer de perto, essa realidade é de fato muito além. É uma
realidade assustadora: falta estrutura, faltam equipamentos adequados para o
trabalho de investigação, para o combate ao crime.
E até a
estrutura adequada deles como servidores, que são. Então, hoje nós estivemos
com o governador do Estado de São Paulo, o governador João Doria; levamos para
eles algumas demandas. Entre elas, essa necessidade de reestruturação da
Polícia Civil, das delegacias de todo o estado de São Paulo.
E, é com
alegria que eu trago essa notícia aqui para toda a Polícia Civil do estado de
São Paulo: que a partir de julho, agora vai ser iniciado todo um processo de
nova estruturação das delegacias, reformas, e, inclusive, também, uma sugestão
que eu dei para o governador que a parte de informática, de tecnologia e
inovação, possa ser feita uma parceria com a iniciativa privada.
E ele falou
que, de fato, isso vai ser, dessa maneira que vai ser encaminhado. Então, nós
teremos, aí, muito em breve, a partir de julho, o início dessas reformas,
ampliação dessas delegacias da Polícia Civil, começando aqui pela Capital,
região metropolitana, e, depois, para o interior.
Então, a gente
vai estar junto ao Governo do Estado, acompanhando, para que isso de fato seja
concluído e que os nossos policiais civis tenham um mínimo de dignidade e
estrutura para trabalhar.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
nobre deputada.
Com a palavra o deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PSL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, boa tarde toda a Mesa, aos
deputados presentes aqui no plenário, aos nossos assessores, pessoal aqui na
galeria, que nos assiste em casa, aos nossos policiais militares e civis aqui
em plenário também.
Vou começar
falando que alguns sentiram nossa falta nesses últimos dias. Na segunda-feira
estivemos na Agrishow, em Ribeirão Preto, junto com o presidente da República
Jair Messias Bolsonaro.
Estivemos com
ele no ano passado, então deputado federal, e voltamos, agora, com ele
presidente da República. Então, fomos lá prestigiar o pessoal do agro, aqueles
que levam aí essa produtividade, que leva aí a essa nossa balança comercial
superavitária no Brasil.
Então, nosso
abraço ao pessoal de Ribeirão Preto, da Agrishow, e a todos os produtores
rurais do nosso estado e do nosso País.
Ato contínuo,
na terça-feira, a nossa bancada se reuniu na Presidência da República com o
presidente. A maior parte dela, da nossa bancada, esteve lá. Levamos várias
demandas do povo de São Paulo, da nossa bancada.
Mas, falamos
lá, Leticia, por exemplo, da fosfoetanolamina sintética, uma pauta do deputado
Madalena, e de outras mais, de vários outros deputados. E, fica aqui meu
compromisso de marcar uma nova agenda, deputado Altair, aí, sim, para levar às
outras bancadas, fazer o convite, estender esse convite às outras bancadas,
para ter essa proximidade, essa ponte, com o governo federal, para que não haja
esses interlocutores que, muitas vezes, nós não sabemos o que querem vender aí
para o governo federal, para mostrar que o Poder Legislativo em São Paulo é
realmente um Poder atuante.
Então, mais à
frente vamos marcar essa agenda. Eu não tenho dúvida de que a Presidência da
República vai abrir as portas para a Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo.
Hoje, pela
manhã, estivemos no 1º Batalhão de Choque, Batalhão Tobias Aguiar. O coronel
Conte Lopes estava lá conosco. Passagem de comando, ali, do tenente-coronel
Melo Araújo para o tenente-coronel Mário.
E é sempre
emocionante estar nesse batalhão, que é o símbolo vivo da Polícia Militar do
Estado de São Paulo. É incrível voltar a esse batalhão, como eu já disse várias
vezes aqui à tribuna, e tenho muito orgulho.
Fui soldado PM
temporário; aprendi a marchar no solo sagrado do 1º Batalhão de Choque; aprendi
a Ordem Unida, a cantar o Hino da PM. E, hoje, tenho a honra, tive a honra, de
voltar, como deputado estadual, representando 214.037 votos, e podendo dar meus
parabéns ao comandante coronel Melo Araújo e, agora, ao comandante que assume,
colocar o nosso mandato e a nossa bancada à disposição.
E, 1º Batalhão
de Choque, a todo o Choque também, 2º, 3º,
4º, COE, policiais militares que me ouvem: façam o que tem que ser
feito. Façam o que tem que fazer. Dentro do cumprimento, do estrito cumprimento
do dever legal façam o que tem que ser feito. Se tiver que atirar para matar
vagabundo, atirem para matar vagabundo. O resultado morte não depende do
policial. Nenhum policial sai de casa para matar ninguém. Agora, se se
entregar, vai ser preso, Coronel Nishikawa. Se não se entregar, é cemitério. É
cemitério. Recebi imagem, ontem, Guaianazes, Guaianazes: dois infelizes foram
roubar o coitado do carteiro. Fui carteiro também, cinco anos. O menino foi
entregar o Sedex, ali na Cohab, e dois marginais esculacharam o pobre do
carteiro, e foram levar ali a viatura, o carrinho do Sedex. O que aconteceu?
Policial militar, à paisana, que passava por lá, armado e devidamente treinado,
Conte, prendeu um e mandou para o inferno o outro.
Parabéns
a esse policial militar. Policiais militares, contem com nosso apoio. Viemos
agora do Palácio dos Bandeirantes, a bancada do PSL, pela primeira vez, lá com
o Sr. Governador. Agradeço a boa vontade do governador. Ficamos lá cerca de uma
hora, e os primeiros 20 minutos com o Sr. Governador foi falando da Polícia
Militar do Estado de São Paulo, foi falando dos policiais civis, agentes
penitenciários, o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, Coronel Nishikawa, que
nós defendemos aí a sua emancipação. E tivemos aí o aceno do governador. Que
venham boas notícias nos próximos meses para os nossos heróis bombeiros.
Então, a bancada da bala ou a bancada da
Segurança Pública realmente tem esse compromisso, e não compromisso para me
promover, para ganhar eleição, para ganhar voto. Não, é um compromisso pelo
povo de São Paulo; é um compromisso para os brasileiros que moram em São Paulo.
E nós não podemos fugir disso. O governador colocou várias questões
orçamentárias, explicou, mas sempre fica aquela questão, Coronel Nishikawa, do
explica, mas não justifica. As nossas tropas estão sendo massacradas aí pelo
PSDB, nas últimas duas, três décadas. Então, é urgente, e o governador João
Doria tem a chance. Se realmente cumprir o que foi prometido, até o final do
mandato, tem a chance de ser o melhor governador para as nossas Polícias
Militares, Civis, agentes penitenciários.
Então, nós esperamos que esse
compromisso com as nossas forças de Segurança, inclusive com os professores,
Bebel, foi falado também, lembramos da categoria. Ele colocou esse compromisso,
mas nós esperamos, e vamos cobrar aqui da tribuna que ele não haja como os
tucanos aí nas últimas décadas agiram aqui.
E
para finalizar, Sr. Presidente, chegou aqui a notícia para mim e para a bancada
que tentaram invadir o gabinete da deputada Janaina Paschoal, e que inclusive
assediaram ali moralmente os assessores dela. Olha só: não é assediar
sexualmente, não, assediar moralmente, serem violentos. Vou deixar aqui o
recado: se forem ousar tentar invadir o meu gabinete ou o gabinete de qualquer
colega parlamentar, ou do PSL, ou de qualquer outro partido, vão ter a resposta
devida, vão ter a resposta devida. O Agente Federal Danilo Balas estava aqui
armado, porque é preparado, tem o porte de armas e pode assim andar armado.
Correu aqui um zum zum zum que não podia ter arma e tudo o mais. Nós não
queremos armas para atirar em ninguém. Agora, nós não vamos permitir que
assessores parlamentares sejam agredidos em local de trabalho, sejam assediados
moralmente em local de trabalho. Então, vagabundo que entrar no gabinete para
agredir parlamentar, para agredir assessor nosso, vai ter a pronta resposta,
vai ter a pronta resposta, e os deputados que incentivarem essa ação, também
terão a resposta. Vamos representar, vamos processar, vamos tomar as devidas
providências contra eles. Polícia Militar, Assessoria Policial Militar,
policial civil tentem fazer o possível, mas nós não temos uma câmera de
segurança neste palácio. É incrível. Estou lá no quarto andar, isolado. Se
minha assessora for atacada, ela não consegue nem gritar, coitada. E como é que
faz? Vou ter que deixar um policial na porta do meu gabinete?
É
impressionante a cara de pau. É impressionante a cara de pau daqueles que vêm a
esta tribuna repudiar a violência e depois, sabe-se lá onde, lá com seus pares,
incentivam a perseguição a quem pensa diferente.
Nós defendemos
sim as reformas do presidente, a reforma da Previdência. Defendemos o pacote
contra a violência do Sérgio Moro, do ministro Sérgio Moro, como defendemos
outras pautas. E defendemos o direito daqueles que pensam diferente de nós.
Agora,
novamente: não vai ter assessor meu, da minha bancada, da minha liderança,
sendo agredido dentro de gabinete. Se incentivar, seja lá que sindicato for,
seja lá que vagabundo for... Porque não é trabalhador. Não é trabalhador que
vai perder o seu dia de trabalho para vir a gabinete ameaçar e constranger
outro trabalhador.
Então, fica
aqui o nosso repúdio, o repúdio da bancada do PSL. Espero que esta Casa tome as
devidas providências, pois nós não vamos aceitar. E se for agredido algum
assessor meu dentro do meu gabinete, a providência será tomada in loco. A
defesa sempre será legítima e não vamos pagar para ver esse bando de maluco,
esse bando de retardado que diz representar uma categoria, invadindo gabinete
nesta Casa de Leis.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
nobre deputado. Convidamos agora o nobre deputado Adalberto Freitas. Tem V.
Exa. o tempo regimental.
O
SR. ADALBERTO FREITAS - PSL
- Boa tarde a todos. Cumprimento o digníssimo presidente
da Mesa, os assessores aqui presentes, de ambos os lados, o pessoal que está em
casa assistindo, o pessoal que está na plateia, no auditório, e o pessoal da
segurança, tanto da Polícia Militar quanto da Polícia Civil, que garantem a
segurança aqui no plenário.
Quero dar um
alô para o pessoal do Metrô. Na semana passada saiu uma notícia, no dia 27 de
abril, de que o Metrô ganhou pela quinta vez o título de sistema de transporte
favorito dos paulistanos. Pela quinta vez. Então, todo o pessoal do Metrô está
de parabéns. Podem contar com o apoio deste parlamentar.
Gostaria de
cumprimentar o deputado que me antecedeu, o deputado Gil Diniz. Por algumas
vezes, já falei aqui na tribuna que estamos tentando, dentro da maior
cordialidade possível, de democracia, ter um mandato pacificado, em que
tentamos, de forma organizada e democrática, levar as pessoas ao diálogo, não
é?
Mas parece que
o diálogo com o pessoal da esquerda está ficando cada vez mais difícil, viu
Professora Bebel? Eu tinha a senhora como uma pessoa de extrema bondade, como
professora, mas parece que as coisas estão indo para um lado muito errado.
Olha só, pelo
que estou observando, pelo que acompanho da senhora nas redes sociais... E eu,
também, tenho pessoas ligadas à Educação. Obedecendo as proporções devidas, a
senhora está agindo, aqui, como se fosse o Maduro. Usa o pessoal para invadir,
leva assuntos nossos para o sindicato, traz o pessoal do sindicato para cá,
sendo que aqui temos que ser todos pares. Eu, também, tenho acesso a
sindicatos, eu sou presidente de associações, mas não trago ninguém aqui e não
levo assuntos nossos para lá.
Eu tenho
informações de que a senhora está no sindicato de professoras há muito tempo, e
a senhora não sai de lá porque a senhora usa a força, como a senhora fez uma
algazarra, aqui, no dia da votação. A senhora acha que isso é democracia? Vir
aqui na Casa dos colegas e mandar alguém agredir?
Vou referendar
e reforçar a palavra do deputado Gil: no meu gabinete tem duas pessoas armadas
que me defendem. Se forem lá no terceiro andar, 3009... Peçam para ir lá e vou
deixar assim... Viu presidente? Se acontecer algum acidente nesta Casa, de
alguém ter que... Se eu defender a minha integridade e acontecer algum problema
de morte nesta Casa, a culpa vai ser da senhora. A culpa vai ser da senhora. A
senhora vai ser...
O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - Pela ordem. Questão de ordem.
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - Vou inclusive fazer um B.O. Nesse
mesmo dia eu vou fazer um B.O. de ameaça.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Nós temos um orador na tribuna.
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - A palavra é minha.
O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - Está ameaçando?
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - PRB -
Nós temos um orador na tribuna.
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - A palavra é minha. Você também, a
palavra é minha. Saia daí que a palavra é minha. Não vou dar aparte nenhum.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - PRB -
Nós temos um orador na tribuna.
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - Não tem aparte. Respeita, me
respeita, me respeita. A palavra é minha. Me respeita. É assim que vocês fazem
democracia? Isso é democracia? Você é responsável por isso. A senhora é
responsável por isso. Desqualificado é o senhor.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - O orador está na tribuna.
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - Presidente, eu quero a garantia da
palavra.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - O senhor tem o direito depois de
falar, mas agora...
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - Presidente, eu quero a garantia da
palavra.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - O senhor pode representá-lo, agora
ele está com a palavra.
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - Não vou admitir ninguém.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - O senhor pode representá-lo, agora
ele está com a palavra. Cortando a palavra aqui do deputado.
O SR. ADALBERTO FREITAS - PSL - Por favor, presidente. Presidente
corta aí.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Vou suspender por dois minutos por
conveniência da ordem.
Está suspensa a
sessão.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 05 minutos, a
sessão é reaberta às 16 horas e 10 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci
Santos.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB -
Srs. Deputados e Sras. Deputadas, esta Presidência está levantando a sessão por
conveniência da Ordem e convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à
hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada
a sessão.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 16 horas e 10 minutos.
*
* *