22 DE FEVEREIRO DE 2019
15ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL
Presidência: BRUNO CAETANO e JULIO CESAR
Secretaria: CORONEL TELHADA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - BRUNO CAETANO
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CORONEL TELHADA
Elogia a Polícia Militar pela prisão de criminosos, em Monte
Mor, envolvidos na morte de um policial. Combate o funcionamento de caixas
eletrônicos no período da noite em São Paulo. Critica notícia, anunciada ontem
pela Prefeitura de São Paulo, da desativação do Minhocão, para que o mesmo seja
transformado em um parque. Comenta notícia sobre agressão de ambulante a
seguranças em estação da CPTM, em Carapicuíba.
3 - JULIO CESAR
Demonstra-se incomodando com os pronunciamentos de deputados
desta Casa. Considera que os problemas do Estado não são discutidos. Afirma que
São Paulo, por ser considerada a locomotiva do Brasil, deve puxar junto os
municípios, que são os que mais sofrem. Discorre sobre os principais problemas
da cidade de São Carlos. Faz queixa sobre o secretário de Turismo, que apesar
de ter uma agenda com o deputado, não o recebeu.
4 - CORONEL TELHADA
Para comunicação, parabeniza o deputado Julio Cesar pelo
pronunciamento. Diz ser necessário chamar a atenção das autoridades para a
quantidade de drogados que frequentam a região do Minhocão aos finais de
semana. Afirma que seria melhor gastar este dinheiro em retorno para a
população, investindo em hospitais e escolas.
5 - CARLOS GIANNAZI
Informa que haverá, ainda hoje, manifestação em frente ao gabinete
do prefeito Bruno Covas contra o Sampaprev. Esclarece
que o prefeito não atende as reivindicações dos servidores e fez ameaça de
cortar o ponto dos mesmos. Discorre sobre a PEC nº 06, do presidente Jair Bolsonaro, que considera como o fim da aposentadoria.
6 - JULIO CESAR
Assume a Presidência.
7 - BRUNO CAETANO
Discorre sobre a redução na tarifa de gás pelo Governo João
Doria, em negociação com a Arsesp. Faz breve balanço
sobre as ações de seu mandato neste período como deputado estadual. Discorre
sobre o projeto de lei que versa sobre a "Bolsa
Empreendedor" e comenta a atualização do Plano Estadual de
Transporte Urbano Metropolitano.
8 - CARLOS GIANNAZI
Menciona a realização, ontem, de audiência pública sobre o
desmonte do programa Escola da Família. Considera o programa, mesmo com
deficiências, importante e exige que ele seja mantido. Diz que haverá
manifestações em frente à Secretaria da Educação. Discorre acerca do
sucateamento das universidades estaduais. Comenta a atual crise da Unesp por falta de recursos. Diz
estarem os servidores da universidade em estado de greve, para reivindicar o
pagamento do 13º salário. Discute o processo de escolha de vagas para o
concurso de PEB I, para o qual foram chamados mais de três mil aprovados.
9 - BRUNO CAETANO
Assume a Presidência.
10 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
11 - PRESIDENTE BRUNO CAETANO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 25/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra a realização de
sessão solene, hoje às 20 horas, para a "Homenagem aos Senhores Professor
Doutor Luiz Augusto Carneiro D´Albuquerque e Doutor Jorge Marcelo Padilla Mancero com a outorga do
Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo". Levanta a
sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o
Sr. Bruno Caetano.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE -
BRUNO CAETANO - PSDB - Presente número regimental de Srs. Deputados e Sras.
Deputadas, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos.
Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão
anterior. Convido o nobre deputado Telhada para ler a resenha do Expediente.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr.
Presidente, nós temos aqui um requerimento do prezado deputado Antonio Salim
Curiati, requerendo nos termos regimentais a retirada, para reexame da matéria,
do Projeto de lei nº 1006, de 2017, de autoria do deputado Antonio Salim
Curiati. Esse projeto declarava de utilidade pública a Associação dos Amigos
dos Bairros da Zona Norte, com sede na cidade de Olímpia.
Somente isso, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - BRUNO CAETANO - PSDB - Obrigado
ao Coronel Telhada.
Com a palavra o Coronel Telhada.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr.
Presidente, deputado Bruno Caetano, Srs. Deputados, assessores, funcionários
aqui presentes na Assembleia, a todos que nos assistem pela TV Assembleia, aos
policiais militares aqui, cabo Vanessa e cabo Júlio César, em nome de quem
cumprimento sempre nossa Assessoria Policial Militar.
Sr.
Presidente, queria começar fazendo um elogio aqui à Polícia Militar. Nós,
infelizmente, esta semana falamos da morte do policial cabo Gardinal,
que morreu lá próximo à cidade de Dois Córregos, onde ele foi morto num cerco a
criminosos que faziam roubo a banco.
Pois bem, hoje nós recebemos a notícia aqui de que a
Polícia Militar localizou criminosos na cidade de Monte Mor. Esses criminosos
haviam participado da morte do cabo Gardinal.
Deixe-me ler aqui para vocês: Ação da Polícia Militar numa quadrilha de roubo a
bancos. A PM chegou até Márcio Alexandre, de 45 anos, Evelyn
Thalia, de 21, pois estavam investigando a morte do
cabo Gardinal. Os dois estavam envolvidos no caso. Ao
chegarem à casa onde o casal se encontrava, no Jardim
Nova Alvorada, a PM foi recebida a tiros. Os policiais revidaram e graças a
Deus mataram os dois vagabundos. Aqui, para variar, deputado Julio, o jornal
fala “dois suspeitos”. Os caras estão com fuzil, pistola, uniforme camuflado e
o jornal trata de “suspeito”. Então, eu trato de “vagabundo”, porque é o que
eles são. Mataram os dois vagabundos.
O
homem estava na cozinha com um fuzil na mão, deputado Olim, e a mulher
escondida atrás da porta de um dos quartos. Os “suspeitos” - viu,
deputado Olim - estavam com um fuzil na mão. É uma piada isso, não é? A polícia
também apreendeu quatro fuzis de dois calibres diferentes - veja bem - esses
são os suspeitos que o jornal fala aqui - uma pistola ponto quarenta de uso
restrito, 30 carregadores e centenas de munições de vários calibres, além de
coletes à prova de balas, uniformes camuflados, touca ninja e dinheiro. Esses
são os suspeitos que o jornal fala.
Quero
parabenizar aqui as equipes do 48º Batalhão de Polícia Militar do Interior, das
viaturas 48013 e 48011 que participaram dessa ação e tiveram uma ação exitosa
no tiroteio contra esses marginais, contra esses terroristas que estão aterrorizando
o estado de São Paulo com esse tipo de roubo, que é o ataque à caixa... Aliás,
deputado Olim, V. Exa. que é
delegado de polícia, não sei se concorda comigo, eu acho um absurdo nós ainda
termos caixa eletrônico funcionando à noite no estado de São Paulo. Hoje, nós
temos tantas maneiras de pagar as coisas.
Através
do dinheiro de plástico, que são os cartões, enfim, nós temos várias maneiras de
efetuarmos pagamento e insiste essa prática de caixa eletrônico aberto à noite.
Eu não sei a quem facilita isso. Um ou outro cidadão pode se esquecer de pegar
dinheiro durante o dia e sim precisar, mas ele que peça
emprestado, que use o cartão. Não é justo acontecer o que está
acontecendo, não só pela morte de policiais militares, mas pelos terrores que
estão acontecendo em várias cidades do interior.
Verdadeiros
pelotões de criminosos, dez, 12, 20 criminosos chegam numa cidade de interior,
cercam a cidade, cercam a delegacia, cercam a companhia da Polícia Militar,
matam policiais, morrem pais de família, quando não morrem os próprios marginais,
por quê? Porque os bancos insistem nessa prática do caixa eletrônico aberto à
noite. A quem interessa isso? Quem está lucrando com isso?
Os
marginais, a princípio, ou tem mais alguém lucrando, deputado Olim? Não sei, me causa estranheza isso. Os bancos têm milhões dentro
do caixa, não são R$ 100,00. São milhões. A quem interessa isso? Quem está
pagando esse prejuízo para o banco eu pergunto aqui. Eu acho que está na hora
da gente abrir uma CPI sobre isso também, viu, deputado
Olim?
Porque
é um assunto que a gente tem que verificar, porque quem está morrendo são os
policiais, quem está morrendo são os pais de família e as cidades do interior
aterrorizadas com essas práticas e os bancos com certeza não estão perdendo.
Pois
bem, quero falar de outro assunto aqui. Eu tenho grande prestígio pela cidade
de São Paulo, pois nasci aqui, moro aqui até hoje, portanto, 57 anos que eu
moro na cidade. Tenho um grande prestígio pela prefeitura, pelo prefeito atual,
mas ontem eu fui surpreendido com uma notícia, Srs. Deputados, que me causou
muita estranheza.
Aqui,
dizendo no jornal “Folha de S. Paulo”, na coluna da senhora Mônica Bergamo: “Prefeitura de São Paulo decide desativar Minhocão
e transformá-lo em parque”. Que beleza, gente, que beleza! Sabe quanto vão
gastar nessa brincadeira? Trinta e oito milhões de reais e aqui eles dizem o
seguinte, que vão transformar em parque, que vão gastar 38 milhões de reais, que
vão fazer elevadores e escada em nove pontos ao longo do elevado, que vão
aumentar mais 17.500 metros quadrados com jardim, com floreira. Lindo,
maravilhoso, parabéns!
Aqui
é o país da maravilha, só falta a Alice. Absurdo isso aqui! O trânsito de São
Paulo você já não anda. Um absurdo, travado, principalmente com as chuvas que
têm caído ultimamente. Como é que fica a ligação leste-oeste, que em 1970, na
época do Maluf, foi necessário fazer esse elevado? Não é nenhuma obra
maravilhosa, linda, a gente sabe disso, mas é necessária.
Eu
moro na zona norte, oeste, quando eu venho para a zona sul, principalmente aqui
para a Assembleia, o Minhocão é um terror, travado, trânsito. Então, nós vamos
tirar o Minhocão e vamos fazer o que com esse trânsito? Vai mandar esse
trânsito para onde? Eu sei que os cidadãos que moram ali próximo ao Minhocão
devem se sentir prejudicados, mas são quantos? Dez, vinte mil
pessoas que moram ali? Quantas pessoas utilizam o Minhocão por dia? Centenas de
pessoas, milhares de pessoas utilizam o Minhocão, além das pessoas que se
beneficiam do trânsito que vai pelo Minhocão.
Então,
eu pergunto novamente aqui: a quem interessa fechar o Elevado Costa e Silva, do
qual eu me recuso a falar o nome novo? A quem interessa fechar o Minhocão? A
quem interessa gastar 38 milhões do dinheiro público, que poderiam ser
revertidos em prol de hospitais? Eu estou recebendo aqui pedidos, vou visitar
hospitais em que faltam equipamentos, faltam médicos. A Guarda Civil precisa de
viatura blindada, de armamento melhor. Serão gastos 38 milhões em um parque. A
quem interessa isso, minha gente?
O
senhor sabe, deputado Bruno, o senhor que é do PSDB -
eu era do PSDB -, o respeito que eu tenho pelo Bruno Covas, mas prefeito Bruno
Covas, ponha a mão na consciência e veja o que o senhor está fazendo. A cidade
de São Paulo não merece ficar pior no trânsito já caótico que ela vive diariamente.
Então eu solicito, Sr. Presidente, que sejam enviadas
em meu nome - não sei se os demais deputados concordam, mas em nome deste
discurso que eu faço agora -, ao Sr. Prefeito Bruno Covas, nossas palavras no
sentido de que seja revisto esse absurdo de fechar o Minhocão, esse absurdo de
gastar 38 milhões dos cofres públicos.
Dizem
que a prefeitura está devendo, que não tem dinheiro para aumentar o
funcionalismo, que não tem dinheiro para arrumar hospital, que não tem dinheiro
para arrumar escola, mas tem dinheiro para gastar no Minhocão, 38 milhões! Isso
é o que estão falando, mas nós sabemos como funciona, não é, deputado Jorge
Wilson? Sabemos como funciona o serviço público, não é? Começa com 38 milhões,
faz uma adição, passa para 40, passa para 50, e o negócio vai virando. A quem
interessa gastar essa grana? É um absurdo isso.
Só para fechar - desculpem,
eu já excedi bastante o tempo -, estou com uma notícia aqui. Ah, eu queria
também mandar um parabéns para a cidade de São Pedro, que aniversaria hoje. Um abraço
a todos os amigos da querida cidade de São Pedro. Vocês devem ter visto hoje no
jornal que ambulantes agrediram seguranças em estação da CPTM, em Carapicuíba.
O negócio está assim agora, o negócio está assim: a mortadela corta a máquina,
o poste mija no cachorro. Está assim o negócio agora, ambulante batendo em
segurança. É esse o Brasil que eu quero?
O
pessoal está escrevendo para nós, dizendo que não só eles como o pessoal do Metrô
têm o mesmo problema de ser vilipendiado, de ser atacado pelo povo. Quando eles
tomam uma atitude, lá vem a famigerada Globo falar que
é violência. Como é que fica isso aqui?
Então,
senhores da CPTM, do Metrô, nós entraremos em contato com o nosso secretário
Alexandre Baldy para que tenha uma atenção especial
na valorização desses profissionais de segurança na CPTM, no Metrô, enfim, na SPTrans, em toda a parte de transporte
metropolitano, para que valorizem esses homens e mulheres da segurança, que fazem
um serviço diário muito difícil. A segurança nos transportes é muito difícil de
fazer.
Então,
meus amigos dos transportes, pessoal da segurança, vamos nos unir, vamos
trabalhar forte, e contem com o nosso apoio aqui na Assembleia Legislativa.
Muito obrigado, Sr. Presidente, e desculpe o tempo
excedido.
O SR.
PRESIDENTE - BRUNO CAETANO - PSDB - Obrigado, Coronel Telhada,
seu discurso será encaminhado ao prefeito Bruno Covas. Com a palavra o deputado
Julio Cesar.
O SR. JULIO CESAR - PR
–
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Bruno
Caetano, em seu nome quero cumprimentar todos os deputados aqui presentes. Aos
servidores da Assembleia Legislativa, a todos que nos acompanham pela TV Alesp
e aqui no plenário, boa tarde.
Eu
tenho uma oportunidade única de ocupar o cargo de deputado estadual nesta Casa.
Sou professor universitário e acredito que todo bom professor tem que ser um
bom aluno também. E o que quero fazer nesse período é aprender, mas percebo,
nesses dias, que devo, aqui, aprender o que devo e o que não devo fazer para
ser um bom deputado. Essa é minha tarefa, essa é minha lição.
Tem algo que vem me incomodando nos parlamentos, e
nesta Casa não é diferente. Diria que 90%, óbvio que temos exceções, mas 90%
das falas são utilizadas para defender A ou B ou para acusar A ou B. Ou seja,
ou querem santificar o Lula ou querem demonizar o Lula; ou querem santificar o Bolsonaro, ou querem demonizar o Bolsonaro;
ou querem santificar o governador eleito do Estado, ou querem demonizá-lo.
Perde-se um tempo tremendo de discussão para fazer
da Assembleia Legislativa ou da Câmara dos Deputados um tribunal de júri. Isso
me incomoda. E bastante. Nós sabemos, e me pergunto e pergunto para quem me
acompanha agora: e os problemas do Estado, não vamos discutir?
Será que vamos ficar utilizando o tempo todo - a maioria do tempo -, pago com
dinheiro público, para nada?
É óbvio que temos que ter, sim, as falas dos
senhores deputados, mas e as soluções para os problemas? Até quando? Podem me
dizer, mas Julio Cesar, há a necessidade de se esperar
a nova legislatura, que se inicia dia 15 de março. Pergunto,
presidente, de primeiro de janeiro a 15 de março, quantas mortes? Quantas vidas vamos perder nesse período? A discussão só
começa no Estado a partir de 15 de março? E as comissões desta Casa? E os
projetos e vetos? Enfim, o que vamos fazer? Esperar 15 de março. Muito bem, quantas vidas vamos perder?
Agradem ou não, gostem ou não, não é do meu partido,
mas o governador do estado de São Paulo é João Doria, e o presidente da
República é Jair Bolsonaro. Acabou. Já está
consumado, a população escolheu.
O que nós, como deputados, devemos fazer? Trabalhar
sim, firmes, para buscar soluções para os problemas. Ouço uma frase que é muito
conhecida aqui, todos falam que São Paulo é a locomotiva do Brasil. A reflexão
que quero fazer nesse momento: São Paulo é a locomotiva do Brasil, e essa
locomotiva, qual vagão está puxando? Se é locomotiva,
tem que puxar algo, algum vagão.
Quero afirmar a vocês que sinto que o vagão que
deveria puxar o estado não está puxando, que são os municípios, os que mais
sofrem. O Estado quer se desenvolver, quer ser a locomotiva do Brasil, mas tem
que puxar os municípios junto, não há como não puxar. Temos que levar soluções.
Que São Paulo seja a locomotiva do Estado, mas que
leve os municípios junto, que é onde acontece o problema. É onde temos as demandas
da Saúde, de Segurança Pública - como falou o Coronel Telhada. Minha região
está sofrendo, deputado Carlos Giannazi. São Carlos,
a região central, sofre.
Temos um AME para atender a uma região enorme, um
AME com poucas especialidades, e precisamos aumentar isso. Necessitamos, na
região central do Estado, do Lucy Montoro, equipamento do Governo do Estado.
Hebe Camargo. São equipamentos importantes que a região central do Estado
necessita. Temos que aumentar o elo entre o estado e o município que, infelizmente,
é muito pequeno. Essa é a verdade.
Temos, também, os medicamentos. Filas de cirurgias
eletivas, cirurgias relativamente simples que não são realizadas. Temos vários
problemas. O secretário de Saúde esteve aqui e apresentou que seria uma conquista
para o Estado a construção de UBSs com financiamento
do BID. Um equívoco. O prédio é fácil, precisamos de médicos atendendo.
Precisamos de profissionais da Saúde atendendo.
Esse é meu grito para a nossa região central do
Estado, mas também para todo o estado de São Paulo. Temos filas em todos os
setores. Educação transforma, sim, sabemos disso e queremos investir na
Educação.
Estivemos em uma FDE, falando sobre creches escolas,
Coronel Telhada, a necessidade, reforma das escolas, valorização. Tem um programa
de kits escolares do Governo do Estado. Alguns municípios, os pequenos, não
sabem desse material, que tem essa possibilidade de ter o material nas suas
cidades. Então, se gastam tanto de propaganda, que façam uma propaganda direta
e séria.
Os municípios, locomotiva, seja essa que puxa os
municípios. Nós temos vários problemas. O Governo do Estado, deputado Bruno,
lançou hoje um programa, em relação à Educação, chamado Educa SP. É um programa
excelente, coronel. Sei que o senhor vai apoiar, porque vai usar os espaços
ociosos de algumas instituições parceiras do programa, as universidades, para
atender alunos e fazer um trabalho no contraturno, para investir nos jovens,
que nós precisamos.
Aí anuncia o programa só para São Paulo. Quer dizer, e o
interior? São Carlos é uma referência. Nós temos dois campi da USP, um da
Federal, que poderia usar esse espaço para atender a região. Então, são algumas
dicas e soluções que queremos apresentar aqui. Segurança, o senhor conhece
muito bem. A nossa região central tem um déficit no número de policiais e faz
um trabalho fantástico.
Estive reunido com o tenente-coronel que assumiu
recentemente o 38º Batalhão, que corresponde a um grande número de cidades.
Está empolgado e quer fazer, mas precisa do apoio, não é? Tem que ter o apoio,
e temos os problemas também que todo o mundo sabe e comenta aqui. Em relação às
estradas, pedágios abusivos. Temos todo o mundo gritando, enfim, a gente quer
que resolva os problemas.
Precisamos de marginais nas pistas, nas rodovias do
estado de São Paulo,
na região central, que eu tenho tanto clamado. Outra coisa, Sr.
Presidente, para finalizar a minha fala - penso que já excedi um pouquinho o
tempo, e peço desculpas por isso -, quero fazer uma queixa. Ontem, eu tinha uma
agenda marcada com o secretário de Turismo.
O secretário marcou a agenda, e eu fui até lá. É
distante daqui. Fui até lá, e o secretário não me recebeu. Quero dizer ao
secretário de Turismo que eu... Talvez ele olhou lá,
“mas o deputado Julio Cesar vai ficar por alguns dias, só. Então, pode deixar
ele para depois”. Secretário, se o senhor não tem nada o que fazer, eu tenho.
Eu tenho muito a fazer, secretário.
Sr.
Secretário de Turismo, e estava nesse dia fazendo turismo, o problema é seu.
Não marcasse a reunião. Eu trago demandas do interior para serem atendidas.
Infelizmente, tem outras pessoas envolvidas. Sabe o que eu queria levar para o
senhor, Sr. Secretário? Não seria, Coronel Telhada,
nenhum pedido para mim, talvez a solução para um problema no Turismo.
Nós temos pequenas cidades do interior que todos
conhecem e alguns distritos que têm um potencial enorme para o Turismo. Talvez poderia desenvolver a economia nesse sentido, e não tem.
Infelizmente, estamos abandonados. Eu fui levar a sugestão, porque quando nós
temos a oportunidade, coronel, levada aos jovens, conseguimos
tirar os jovens da criminalidade.
Agora, um secretário de Estado marcar uma agenda e
não receber um deputado, começa errado, de forma
equivocada. Porque vou dizer ao secretário, Sr.
Presidente, que se for a vontade de Deus, se for a vontade da população da
região central do Estado, e se for pelo meu trabalho, eu posso retornar a esta
Casa. E aí sim o secretário vai conhecer, de perto, o trabalho do Julio Cesar,
que tenho feito desde o início da minha vida pública.
Eu faço questão de que se encaminhem as minhas
palavras ao secretário de Turismo e coloque em negrito, se possível, que eu não
vim fazer turismo na Assembleia Legislativa, vim lutar pela região central do
Estado, que sofre e precisa de oportunidades.
Boa tarde, e me desculpe pelo tempo excedido.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, só queria acrescentar aos meus discursos aqui, eu solicitaria que a última parte, que eu falei aí sobre a CPTM, sobre o ataque aos seguranças por parte de ambulantes, que essas palavras fossem encaminhadas, por gentileza, ao secretário Alexandre Baldy, para que o mesmo tome conhecimento do que está ocorrendo e valorize lá toda a sua Segurança.
Apoiando e parabenizando o deputado Julio Cesar pelas palavras, é o que falamos aqui, dinheiro sendo gasto de uma maneira estranha. O deputado Giannazi vai todo dia falar das escolas do município abandonadas, não é Giannazi? Escolas com sérios problemas, e as pessoas querem gastar 38 milhões para fazer um parque.
Acho que o parque é bonito, vale a pena nos divertirmos, levar as crianças, ótimo. De vez em quando, eu pego o meu filho que tem 32 anos, e vamos caminhar juntos. Às vezes, ele corre, e eu caminho no Minhocão, no Elevado. Vemos muitas pessoas boas,
mas
vemos muita gente usando drogas, vemos muita gente deitada, não fazendo nada.
Eu conversava com a assessoria agora, uma senhora
que mora lá perto pega todo dia o elevado para vir trabalhar. Nos finais de
semana, ela frequenta também. Ela falou que lá está virando um antro de
drogados. É uma coisa que preocupa. Vale a pena chamar a atenção das
autoridades, da polícia, da Guarda Municipal, para que se atentem
a isso. O que será desse parque?
Eu prefiro gastar 38 milhões em escolas, em
hospitais, em Segurança, em retorno para a população a destruir uma das vias
mais famosas de São Paulo, necessária para fazer o trânsito fluir.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - BRUNO CAETANO - PSDB -
Agradeço ao deputado Coronel Telhada. Informo que os requerimentos realizados
pelo deputado Julio Cesar e, novamente, pelo deputado Coronel Telhada serão
analisados por esta Mesa, e os discursos encaminhados às autoridades
mencionadas.
Tem a palavra o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público presente e telespectador da TV Assembleia, primeiro eu quero me
associar ao que disse o deputado Julio Cesar, que foi praticamente desprezado,
humilhado quando solicitou uma audiência, foi à Secretaria de Turismo e não foi
atendido. É um absurdo isso, deputado Julio Cesar.
Queria dizer a V. Exa. que isso acontece constantemente, infelizmente, com os
deputados. Eu mesmo, nesta semana, fui à Secretaria da Educação. Tinha uma
reunião marcada, não com o secretário, com o chefe de gabinete, com a chefia de
gabinete. Cheguei lá com um grupo de professoras PEB I, e não queriam receber,
dizendo que a reunião foi desmarcada naquele momento. Um absurdo total.
Logicamente, eu não aceitei e exigi que as professoras fossem atendidas. Eu
disse a eles, da assessoria: “Olha, se vocês tratam um deputado dessa maneira,
eu fico imaginando como vocês tratam os professores da rede estadual”. Então,
todo o nosso apoio ao que disse Vossa Excelência, deputado Julio Cesar.
Sr.
Presidente, eu gostaria, primeiro, de dizer que dentro de alguns instantes
haverá uma grande manifestação em frente à Prefeitura de São Paulo, em frente
ao gabinete do prefeito Bruno Covas, contra o Sampaprev,
contra o confisco salarial. Nós temos uma greve generalizada hoje na Prefeitura
de São Paulo. As escolas estão paradas, os hospitais, os postos de saúde, as
casas de cultura, servidores da habitação, de vários segmentos do
funcionalismo. É uma grande greve.
Na terça-feira, nós estávamos com cem mil pessoas no
centro da cidade. Hoje nós teremos muito mais, porque o prefeito não negocia,
não atende às reivindicações, ameaça cortar o ponto dos servidores em greve
quando a greve nem foi julgada ainda, nem foi judicializada,
para fazer terrorismo psicológico. Para dividir o movimento e para tentar
esvaziar a greve, ele ameaça, joga diretores de escolas contra os professores.
Um absurdo o que ele está fazendo, Sr. Presidente. Eu
já falei aqui inúmeras vezes. O fato é que hoje haverá uma grande manifestação.
É uma greve longa. Pela intransigência, pelo autoritarismo do prefeito Bruno
Covas não há negociação. Com isso, todos perdem: servidores e toda a cidade.
Então, eu faço aqui um apelo, um novo apelo, porque
eu já fiz vários apelos ao prefeito Bruno Covas: receba os servidores, receba
os sindicatos, as entidades, prefeito Bruno Covas, que foi nosso colega aqui,
deputado estadual em duas legislaturas. Por favor, atenda às reivindicações,
abra um processo de negociação, prefeito Bruno Covas. Não seja covarde, não
seja autoritário como V. Exa. está
sendo. Atenda às reivindicações, faça um debate sobre a pauta apresentada pelas
entidades representativas do Magistério.
Pegando o gancho, Sr.
Presidente, da Previdência, porque se trata de um confisco salarial, na
verdade, o Bruno Covas foi mais realista que o rei. Ele se antecipou. Ele, que
é um tucano e defende a privatização, a terceirização. Está
no DNA do PSDB entregar, dilapidar o patrimônio público e atacar os funcionários,
os servidores públicos. Isso faz parte da história do PSDB no Brasil e,
sobretudo, aqui em São
Paulo,
no Estado e na cidade de São Paulo.
Então, ele se antecipou à reforma federal. Agora, eu
quero falar da reforma, da proposta da PEC 6, que é a proposta do Bolsonaro, do desgoverno Bolsonaro,
que é o fim da aposentadoria. Nós estamos assistindo uma proposta... Lendo a
PEC 6, percebemos que ela é pior do que a proposta apresentada pelo Temer, de
reforma da Previdência. Se aquele projeto for aprovado, ninguém se aposenta
mais no Brasil.
Como que uma pessoa vai contribuir com 40 anos para
ter aposentadoria integral? É impossível, com a informalidade, com o desemprego
em massa, com a reforma trabalhista, que precarizou o
contrato de trabalho. Agora vale tudo, é trabalho intermitente, pejotização, ninguém mais vai ficar muito tempo no emprego.
Então, a pessoa vai trabalhar um ano, dois, depois
mais um ano, dois anos sem emprego, e é assim que vai funcionar. É o fim do
emprego, é o fim do trabalho, é o fim da Previdência. É isso que está em curso
hoje no Brasil. Por isso que aprovaram a reforma trabalhista, e agora querem
aprovar essa reforma da Previdência, para que ninguém mais tenha acesso à
Previdência Social.
O projeto ataca, sobretudo, os mais vulneráveis, os
mais pobres, os trabalhadores rurais serão duramente penalizados, os idosos,
por exemplo, pessoas de 60, 70 anos em estado de pobreza, que já entram na
terceira idade, só podem receber 400 reais. A pessoa está na miséria total e só
vai receber 400 reais, só vai receber o salário mínimo se receber após os 70
anos de idade.
Pessoas com deficiência também na mesma situação. Os
professores perdem a aposentadoria especial. As mulheres serão duramente
penalizadas. As trabalhadoras do Brasil são as mais afetadas pela reforma do Bolsonaro.
Então, é um absurdo total, um retrocesso jamais
visto na história do Brasil, e aprovar esse projeto em um país com desigualdade
monstruosa. O Brasil é campeão mundial em desigualdade social e o Bolsonaro apresenta um projeto como esse, que tem o apoio
da mídia, da grande imprensa, tem apoio de vários partidos políticos, um
verdadeiro absurdo, mas haverá resistência.
Como nós estamos resistindo em São Paulo contra o Sampaprev, contra o confisco salarial do Bruno Covas, do
PSDB, nós vamos às ruas e vamos derrotar essa perversa proposta de destruição
da Previdência que ele chama de “a nova Previdência”. Isso é propaganda
enganosa para a população, como fez o Temer e como fez o Doria, que quando era
prefeito tentou também aprovar o Sampaprev.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - BRUNO CAETANO - PSDB - Obrigado,
deputado Carlos Giannazi. Solicito ao deputado Julio Cesar que assuma aqui os trabalhos para
que eu possa fazer meu pronunciamento.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Julio Cesar.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - JULIO CESAR - PR -
Com a palavra o nobre deputado Bruno Caetano.
O
SR. BRUNO CAETANO - PSDB – Obrigado, presidente, deputado Julio
Cesar. Cumprimentar o deputado Carlos Giannazi, que
está na nossa Casa, cumprimentar os funcionários aqui da Assembleia,
cumprimentar você que nos assiste pela TV Assembleia.
Queria hoje fazer alguns comentários sobre dois
assuntos. O primeiro deles, sobre um anúncio que o governador Doria fez hoje de
uma negociação bastante exitosa junto a Arsesp, Agência Reguladora de Saneamento e Energia do
Estado de São Paulo, que conseguiu um bom acordo, um acordo onde aquele
famigerado aumento, na casa de 40%, que estava previsto pelo contrato, fosse
reduzido para mais da metade.
É evidente que ainda é um valor que pode e vai pesar
no bolso da indústria e dos consumidores, mas já mostra um grande esforço desse
governo, que, em menos de dois meses de trabalho, já conseguiu, em parceria com
a Arsesp, uma boa redução do aumento do gás, que
estava previsto na casa de 37%, uma verdadeira paulada na indústria paulista,
nos consumidores paulistas. E cumprimentamos todo esforço do governo, sem
romper contratos, mantendo e preservando a segurança jurídica, conseguiu uma
negociação exitosa junto à Arsesp, à Comgás e outras
companhias que são concessionárias de serviço público.
Quero
mencionar que vamos... Eu, assim como o deputado Julio Cesar, que preside esta
sessão, estou em uma breve passagem pela Assembleia
Legislativa, em um mandato de pouco mais de 30 dias. Cheguei à metade deste
período. Resta-me pouco mais de 20 dias para o encerramento desse mandato. Eu
gostaria de fazer um pequeno balanço deste trabalho, até agora. Para que
depois, nos últimos dias, voltemos a prestar contas das nossas ações aqui na
Assembleia Legislativa.
Neste período, tivemos a oportunidade de, além de
debater e mostrar as nossas opiniões sobre os assuntos mais polêmicos do
Estado, de apresentar dois projetos que eu gostaria de ter a honra de ter
apreciados pelos colegas desta Casa, em votações nas próximas semanas.
O primeiro deles é sobre o Bolsa
Empreendedor. É uma iniciativa para alunos das redes pública e privada e alunos
universitários, sejam de bacharelados, licenciaturas ou do ensino tecnológico,
as Fatecs, que querem empreender e querem aproveitar
a experiência acadêmica, sendo desenvolvida na universidade e, ao mesmo tempo,
abrir um pequeno negócio.
Que possam ter a oportunidade de fazê-lo, mediante o
recebimento de uma bolsa. Para que a ofereçamos a esses alunos que, muitas
vezes não têm interesse em seguir vida acadêmica. Não têm interesse, nesse
momento, em pleitear uma bolsa, junto à Fapesp,
ao CNPQ ou à Capes, de iniciação científica. Têm vontade de empreender, mas não
têm nenhum tipo de incentivo para isso.
A nossa ideia é que aqueles estudantes que têm uma
boa ideia, um bom plano de negócio, possam apresentá-lo ao Poder Público. O
Poder Público, mediante uma junta de especialistas, vai avaliar esses planos de
negócio e concederá um auxílio financeiro mensal. Será uma bolsa de 12 meses,
renovável por mais 12 meses, para que esses estudantes possam realizar o sonho,
ainda na faculdade, de ter uma experiência empreendedora.
Achamos que, com isso, fazemos justiça ao sonho de
muitos jovens estudantes, que é o de empreender, terminar a sua faculdade e já
poder ter o seu próprio negócio. Para gerar emprego, gerar renda e gerar muitas
oportunidades para si, para a sua família, para colegas e conhecidos.
Eu queria mencionar um segundo projeto de lei,
apresentado na semana passada, que versa sobre a atualização do Plano Estadual
de Transportes Urbanos Metropolitanos. Essa atualização
gostaríamos que fosse feita para que novos modais fossem incluídos no
Plano Estadual de Transportes Urbanos Metropolitanos. Hoje, quando andamos nas
ruas de São Paulo... Isso já começa a virar realidade nas cidades grandes e
médias paulistas.
Você já se depara com uma mudança na paisagem
urbana. Você identifica bicicletas compartilhadas; patinetes;
e até pequenas motos, as chamadas motonetas, e “scooters”
sendo oferecidos de maneira compartilhada. Mas esses empreendedores que
oferecem esses novos modais, não têm nenhuma segurança jurídica de que essas
novas modalidades de transporte serão reconhecidas pelo Poder Público como
modalidades oficiais.
Gostaríamos de consagrar essas modalidades como
modalidades oficiais de transporte. O que já é uma realidade. Muitos paulistas,
aqui na cidade de São Paulo é muito evidente, já fazem
uso cotidiano dessas novidades. É importante que o Poder Público e, sobretudo,
a legislação, sinalize que está antenada com a
inovação e com as melhores condições para a vida das pessoas.
É evidente que não queremos substituir o papel do
município. O município continuará legislando sobre esses assuntos naquilo que
disser respeito ao interesse local. Disciplinará os locais onde esses modais
podem ser utilizados, horários, velocidade.
Onde esses modais, patinete,
bicicleta e outras novidades poderão ser coletados? Onde o cidadão deve, ao
terminar o uso, guardar esses equipamentos para que não atrapalhe a circulação
de pedestres nas calçadas? Tudo isso é responsabilidade do município e ele deve
fazê-lo.
Não queremos substituir o município. Mas é preciso
que o estado de São Paulo reconheça uma novidade que acontece nas nossas
grandes cidades. E que dê oportunidade e incentivo para que novas empresas e
novos empreendedores apostem na inovação e possam trazer novidades que possam
fazer a diferença na vida das pessoas.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - JULIO CESAR - PR –
Nobre deputado, tenho certeza de que se caso esteja na Casa, principalmente,
quando o senhor fala de um projeto que vai trazer e buscar oportunidades para
os jovens, tenho certeza de que o senhor terá êxito. Tem a palavra o nobre
deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, de volta a esta tribuna, eu gostaria
de dizer que ontem nós organizamos e realizamos uma grande audiência pública,
aqui na Assembleia Legislativa, no plenário José Bonifácio, com a presença de
professores, de alunos das Universidades, de vice-diretores e de membros da
comunidade de algumas escolas. Era uma audiência pública contra o desmonte do
programa Escola da Família. O governador João Doria está desmontando o programa
“Escola da Família”, assim como ele desmontou vários programas quando ele era
prefeito, na área da cultura e também na área da Educação. Ele fechou, por
exemplo, as salas de leitura, de informática, ele fechou as brinquedotecas
das escolas municipais de Educação infantil, e nós denunciamos isso
exaustivamente, reduziu o módulo de professores da rede municipal, tudo isso
enquanto prefeito.
Agora, ele vem para o Governo do Estado e já começou
o desmonte aqui também. O primeiro desmonte, o primeiro programa que ele está
desmontando é o programa do próprio PSDB, do próprio tucanato,
que é o programa “Escola da Família”. Esse programa abre a escola no final de
semana e realiza algumas atividades com a comunidade. E nós ouvimos relatos
comoventes das pessoas que há anos trabalham nesse projeto do programa “Escola
da Família” e que agora foram surpreendidos por essa orientação de fechamento,
de desmonte. Primeiro, com a Resolução nº 1, da Secretaria Estadual de
Educação, que praticamente tira, na prática, o vice-diretor que organizava esse
programa. E agora, com o fim dos contratos com os universitários, com os alunos
que frequentam as universidades e fazem parte desse
programa, um convênio da Secretaria Estadual de Educação com algumas
universidades. O aluno trabalha no final de semana e tem um abatimento, tem uma
bolsa em relação à mensalidade.
Sr.
Presidente, esse convênio parece que foi rompido porque nós estávamos com
muitos alunos aqui da Anhanguera, da Uninove fazendo
denúncias gravíssimas, dizendo que eles tinham sido praticamente desligados do
programa sem nenhuma satisfação, sem nenhuma justificativa.
O fato é esse: há um desmonte do programa “Escola da
Família”. Um programa importante, que é lógico que é um programa precarizado, poderia ser muito melhor se ele estivesse
integrado no projeto pedagógico da escola, se houvesse o aumento do financiamento.
Mas, de qualquer forma, mesmo com todas as
deficiências, é um programa importante. E nós exigimos aqui que o programa seja
mantido, Sr. Presidente.
Ontem fizemos
encaminhamentos, após ouvir as pessoas. Vamos acionar o Ministério Público, a OEA,
vários encaminhamentos foram feitos à Comissão de Educação da Assembleia
Legislativa. Haverá também uma manifestação na frente da Secretaria Estadual da
Educação, vamos chamar a Imprensa e denunciar esse desmonte do programa a
“Escola da Família”.
E por falar
em desmonte, Sr. Presidente, não posso deixar também
de registrar o desmonte das Universidades. O governador João Doria também ligou
o motor aqui do desmonte das Universidades estaduais. Primeiro, congelando,
agora no início do ano, mais de 200 bilhões de reais do orçamento das nossas
três universidades, que já estão com o orçamento apertado, que têm um orçamento
insuficiente. O orçamento vem do ICMS, de 9,57 desse imposto, mas desde 1995.
Acontece que as universidades cresceram, criaram os
cursos, os campi, o número de funcionários, professores e de alunos e o
financiamento basicamente é o mesmo. Então, uma luta histórica do Fórum das
Seis, para aumentar esse financiamento de dez para 11 por cento. Anualmente,
nós apresentamos essa proposta.
Anualmente,
apresentamos essa proposta, tanto na LDO, como também na LO. Tentamos, mas o
governo obstrui. O governo não quer o desenvolvimento das nossas universidades.
A Unesp
está numa crise muito profunda porque, por falta de recursos, ela não paga o
13º; não pagou o 13º salário dos servidores e professores do final do ano
passado, de dezembro do ano passado.
E eles estão, já, em estado de greve. Parece-me -
tenho a informação - que dia 25 a Unesp
para, não vai ter mais aula, os servidores e os professores entram em greve,
reivindicando um direito garantido pela Constituição Federal: o pagamento do
13º ainda do ano passado.
E o governador não faz uma suplementação
orçamentária para resolver esta situação. Muito pelo contrário, ele cortou os
recursos das três universidades. Mais de 200 milhões foram congelados do
orçamento das universidades.
Então, a Unesp
está passando por uma situação difícil. Vai ter greve a partir do dia 25, e tem
todo o nosso apoio. Eu já pedi aqui, apresentei um requerimento convocando o
reitor, para ele explicar na nossa Comissão de Educação a situação da Unesp, que está numa situação de
calamidade pública porque não há um financiamento adequado do governo estadual.
E a situação não é diferente na USP e não é
diferente na Unicamp, Sr. Presidente. Nós estamos
tendo o desmonte das nossas universidades.
Para concluir, Sr.
Presidente, para terminar, também não poderia deixar de fazer aqui um registro
sobre a escolha de aulas, agora, do concurso de PEB 1, das professoras que
foram aprovadas no concurso de 2014. O concurso, ele vence agora no dia 20 de
março.
Depois de muita luta, muita
pressão, o governo foi obrigado a fazer uma última chamada agora, de
aproximadamente 3.200 professoras, que estão sendo chamadas. Acontece que eu
fui acompanhar, inclusive, na Secretaria de Educação, esse processo de
escolhas.
O que eu vi ali foi algo absurdo, porque muitas
aulas não foram ainda disponibilizadas. As professoras que estão escolhendo
essas aulas são professoras que já trabalham na rede há muitos anos, são
professoras categoria "O", que passaram no concurso e querem - logicamente, que é um direito delas - a efetivação.
Elas serão professoras efetivas. Então, a professora
categoria "O", ela sai do processo de precarização
do contrato pela Lei 1093 e se torna uma professora concursada, efetiva, após o
período do estágio probatório.
Acontece, Sr. Presidente,
que o número de aulas que foram disponibilizadas é insuficiente. Temos
informações. Nosso gabinete recebe centenas de denúncias de que as diretorias
de ensino não estão disponibilizando as aulas, que existem muitas
aposentadorias, e essas aulas não chegam à Secretaria para o processo de
atribuição.
Com isso, muitas professoras categoria
"O", que estão com o contrato precarizado,
deixam de ser efetivadas pela Secretaria da Educação.
Eu fui até a Secretaria, conversei com a assessoria,
fiz essa reivindicação, para que eles fizessem uma revisão dessas vagas. Não é
possível, porque nós temos informações de escolas dizendo: "Olha, nós
temos vagas, mas as vagas não estão no sistema, embora nós tenhamos apresentado
essas vagas."
Então, nós queremos e exigimos que a Secretaria
resolva essa situação e faça a chamada de um número maior de professoras
aprovadas no concurso de PEB 1.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre as
lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - BRUNO CAETANO - PSDB
- Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados
os trabalhos, convoca V. Exas. para
a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia;
lembrando-os, ainda, da sessão solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a
finalidade de homenagear os senhores Prof. Dr. Luiz Augusto Carneiro
D'Albuquerque e Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero.
Está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 15 horas e 20 minutos.
* * *